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Etica,Priocessos decisorios e negociacao aplicada a gestao publica

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ÉTICA, 
PROCESSOS 
DECISÓRIOS E 
NEGOCIAÇÃO 
APLICADOS A 
GESTÃO PÚBLICA
Professora Esp. Beatriz Elena Barud Silva
Professora Rosimery Medeiros de Mello
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SILVA, Beatriz Elena Barud; MELLO, Rosimery Medeiros. 
 
 Ética, Processos Decisórios e Negociação Aplicados a Gestão 
Pública. Beatriz Elena Barud Silva; Rosimery Medeiros de Mello. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
 136 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Ética. 2. Negociação. 3. Gestão pública. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1664-2
CDD - 22 ed. 174
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Giovana Costa Alfredo
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Marcia de Souza
Designer Educacional
Amanda Peçanha Dos Santos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Victor Augusto Thomazini
Qualidade Textual
Felipe Veiga da Fonseca
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
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U
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Professora Esp. Beatriz Elena Barud Silva
Pós Graduada (lato-sensu) em Filosofia e Direitos Humanos pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (2017). Possui graduação em Direito pela 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2015). Mestranda em Ciências 
Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (Início em 2017).
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas 
e publicações, acesse seu currículo disponível no seguinte endereço <http://
lattes.cnpq.br/1753821129989616>.
Professora Rosimery Medeiros de Mello
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá 
(2016). Mestranda no Programa de pós graduação em Ciências Sociais 
pela Universidade Estadual de Maringá (2017). Desenvolve pesquisa na 
área de antropologia, com ênfase nos temas: natureza e cultura, ciência e 
tecnologia, Áreas de Proteção Ambiental, reservas ambientais, populações e 
saberes tradicionais. Além disso é integrante do Laboratório de Pesquisa em 
Antropologia (LAPA) e do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH).
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas 
e publicações, acesse seu currículo disponível no seguinte endereço <http://
lattes.cnpq.br/7239746351391105>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro (a) aluno (a), o presente livro é destinado à você e sua missão é auxiliar na apren-
dizagem da disciplina de Ética, processos decisórios e negociação aplicados à gestão 
pública. O material está dividido em cinco unidades que trazem conteúdos essenciais 
para o dia a dia do gestor público, além de atividades e reflexões que ajudam a fixar o 
conteúdo estudado. 
Na Unidade I, definiremos as dimensões da Ética que subsidiam as decisões no setor 
público. Está análise nos fará ter uma visão sobre as dimensões dos diversos atores do 
setor público e nos proporcionará conhecimentos sobre responsabilidade ética. Ações 
éticas no setor público são fundamentais para uma atuação responsável em prol de me-
lhorias na sociedade. 
Para que você aprenda melhor sobre o universo que compreende a sua atuação como 
gestor (a), na Unidade II você aprenderá a Estrutura do Estado a partir da perspectiva 
dos diferentes contextos políticos, que são: regime liberal; regime absolutistae regime 
socialista até que você chegue a compreensão da democracia e do Estado democrático. 
Após aprender sobre os contextos políticos, você encontrará leituras sobre os diferentes 
conceitos de política que serão importantes para ajudar na aprendizagem sobre Admi-
nistração Pública, negociação e disputa de poder, conceitos chave para você gestor (a). 
Com toda essa bagagem, ao fim dessa unidade você terá compreendido o que caracte-
riza cada contexto político; quais são os conceitos de política e como isso repercute nas 
negociações no âmbito da Administração Pública.
Na Unidade III, abordaremos a formação do Estado brasileiro, demonstrando que é nes-
se campo que ocorrem as tomadas de decisões e disputas. Analisaremos o papel dos 
sistemas políticos sobre os rumos da sociedade, no estabelecimento de leis e normas. 
Demonstraremos a construção histórica do Estado brasileiro e da Constituição de 1988. 
Você gestor (a) irá atuar em qualquer tipo de organização pública, sabendo disso, na 
Unidade IV você aprenderá especificamente sobre Administração Pública e o Estado 
brasileiro, seu futuro campo de atuação. No final desta unidade você saberá manejar as 
ferramentas da gestão pública nos espaços de disputa política, ou seja, saberá analisar o 
fluxo das políticas públicas e tomará as decisões mais acertadas. 
Finalmente na Unidade V, trataremos sobre a resolução dos problemas públicos. Apre-
sentando as dimensões da administração pública e do Estado brasileiro na busca por 
soluções. Sendo uma das opções adotadas a governança em rede. 
Além de te apoiar no estudo, o livro se preocupa em formar um(a) gestor(a) público(a) 
capacitado a atuar nas três esferas federativas: nacional; estadual e municipal com res-
ponsabilidade e eficácia. Os conceitos aqui trabalhados são essenciais para o dia a dia e, 
ao final do livro você será o(a) gestor(a) que as organizações públicas precisam.
APRESENTAÇÃO
ÉTICA, PROCESSOS DECISÓRIOS E 
NEGOCIAÇÃO APLICADOS A GESTÃO PÚBLICA
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
15 Introdução
16 Ética - Origens e Conceitos 
18 Estado e Administração Pública 
24 Diferença Entre os Setores Privado e Público - Racionalidades 
27 Responsabilidade Ética da Administração Pública 
30 Considerações Finais 
37 Referências 
38 Gabarito 
UNIDADE II
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
41 Introdução
42 Estrutura de Estado 
44 Estado Democrático de Direito e o Sistema de Controle 
46 Os Diferentes Conceitos de Política 
49 A Estrutura Federalista no Estado Democrático de Direito 
52 Administração Pública, Negociação e Disputa de Poder 
55 Considerações Finais 
62 Referências 
63 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO COMO CAMPO 
DE NEGOCIAÇÃO E DISPUTA
67 Introdução
68 Formação Histórica e Cultural do Estado Brasileiro 
72 Instituições Públicas Brasileiras 
75 O Sistema Eleitoral e Partidário Brasileiro 
77 Considerações Finais 
83 Referências 
84 Gabarito 
UNIDADE IV
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GOVERNO BRASILEIRO
87 Introdução
88 Reformas Administrativas do Estado Brasileiro 
93 Ferramentas de Gestão Pública no Estado Brasileiro 
98 O Policy Process do Estado Brasileiro 
102 O Processo de Policy Learning e o Processo de Tomada de Decisão Para a 
Gestão Pública
104 Considerações Finais 
110 Referências 
111 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
RESOLVENDO PROBLEMAS PÚBLICOS
115 Introdução
116 A Administração Pública Societal 
119 O Estado Brasileiro na Busca por Solução de Problemas 
122 Governança Democrática em Rede 
124 Considerações Finais 
131 Referências 
132 Gabarito 
133 CONCLUSÃO
134 ANOTAÇÕES
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Professora Rosimery Medeiros de Mello
ÉTICA E RACIONALIDADE 
DO SETOR PÚBLICO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar e discutir os conceitos de ética que subsidiarão as 
decisões do setor público.
 ■ Apresentar conceitos teóricos de Estado, de Administração e de 
Administração pública.
 ■ Descrever as principais diferenças entre os setores público e privado, 
bem como as racionalidades de mercado e de Estado.
 ■ Apresentar os diferentes atores do setor público (políticos, 
burocratas e sociedade), seus espaços de discricionariedades e 
responsabilidades.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Ética – origens e conceitos
 ■ Estado e administração pública
 ■ Diferença entre os setores privado e o público – racionalidades
 ■ Responsabilidade ética da administração pública
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo! Iniciaremos nossa primeira unidade dessa 
disciplina. Foi com grande motivação e satisfação que escrevemos para você! 
Nesta primeira unidade, temos o grande desafio de elaborar e reelaborar nossos 
conhecimentos referente à ética no setor público. Imagino que, para alguns, esse 
conceito seja algo bem conhecido. Porém, falar em ética no Estado e na admi-
nistração pública é um grande desafio.
Nesta unidade, veremos que a ética possui uma dimensão ampla e que desde 
os tempos dos gregos existiam esforços e preocupações para com a ética. Desde 
esse período a ética foi pensada como elemento fundamental para as tomadas 
de decisões no âmbito público. No entanto, para aqui compreendermos a ética 
aplicada a gestão pública, vamos contextualizar os conceitos de ética e como isso 
subsidia as decisões do setor público.
A fim de compreender o Estado e a administração pública, na qual o gestor 
público atuará. Evidenciaremos as diferenças entre os setores privados e públicos 
que são pautados em tipos distintos de racionalidade de mercado e de Estado. 
Isso permitirá que os gestores públicos construam um conhecimento para iden-
tificar os interesses de ambos os setores.
A presente reflexão combina com a recente profissionalização do profissio-
nal de gestão pública que cada vez mais atua em diversos setores na sociedade 
contemporânea. Estamos construindo um conhecimento que instrumentalize 
os gestores na administração pública, partindo da responsabilidade ética para 
a atuação nos processos de decisão e de negociação. Na qual, diferentes atores 
compõem esse cenário e as disputas e convergências estarão presentes no coti-
diano desse profissional.
Convidamos vocês alunos para esse desafio de aprendizagem, esperamos 
contribuir para esse momento de crescimento intelectual e de desenvolvimento 
da sua atuação na gestão pública.
Desejo a vocês bons estudos e boas descobertas!
Introdução
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ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
ÉTICA - ORIGENS E CONCEITOS
O conceito de ética começou a ser pensado e refletido há muito tempo na histó-
ria da humanidade. Desde o período dos gregos, existe uma preocupação com 
as dimensões da ética e os suas influências sobre os indivíduos. A principal pre-
ocupação estava relacionada com a ética no exercício das atividades públicas, 
observando sua importância nos comportamentos e ações éticas na dimensão 
pública. Os gregos de acordo com a historiografia desprenderam grande esforço 
intelectual para definir o conceito de ética.
A palavra ética vem do grego ethos e seu significado é caráter, ou seja, quali-
dade do ser, morada do ser. Para o filósofo Sócrates, a ética era responsável por 
constituir o conhecimento que conduziria os indivíduos à felicidade. Para Platão, 
a ética é o saber que dirige a conduta dos indivíduosà justiça. No pensamento de 
Aristóteles encontramos que ética caracteriza o conhecimento que proporciona aos 
indivíduos o alcance da virtude cardeal, tendo ação justa, com prudência e cora-
gem. De modo geral, podemos afirmar que a ética é o conhecimento que oferece 
aos indivíduos critérios para a escolha da melhor conduta, levando em considera-
ção o interesse de toda a comunidade humana (BORTOLETO; MÜLLER, 2016).
Os comportamentos que manifestam à ética são identificados em ações que 
exprimem determinados características:
Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto 
é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, per-
mitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece 
tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o va-
lor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores 
morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e 
pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade 
são condições indispensáveis da vida ética (CHAUÍ, 2000, p. 433).
Ética - Origens e Conceitos
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17
Nessa perspectiva, os indivíduos que possuem ética nas suas ações cotidianas 
realizam ações que envolvem ter a dimensão do outro, da sociedade, do público.
Sendo a ética confiada ao indivíduo, quando este a prática para si 
mesmo, a justiça torna-se tema secundário, pois sua realização é con-
seqüência natural do agir ético de cada indivíduo. Ser ético significa 
conhecer e cumprir o ‘dever’; a ética é a condição que possibilita o co-
nhecimento do dever. O ‘dever’ repousa, antes de qualquer coisa, no re-
conhecimento da necessidade de respeitar a todos como fins em si mes-
mos e não como meios para qualquer outro objetivo. Tratar todos os 
homens como fins em si mesmos é o que lhes confere dignidade e não 
preço: como bem nos legou Immanuel Kant o que distingue os homens 
das coisas é o valor que se lhes atribui; enquanto o valor das coisas é 
o preço, o valor dos homens é a dignidade. Assim, coisas têm preço, 
homens têm dignidade (BORTOLETO & MÜLLER, 2016, p. 13-14).
A ética deve ser elemento constitutivo da atuação no setor público. É ela que 
dará suporte às decisões no setor público. Decisões que envolvam pensar na 
sociedade em geral e não em interesses ou benefícios individuais. De acordo 
com Chauí (2000):
o campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações que 
formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. O sujeito 
ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes 
condições: - ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de refle-
xão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais 
a ele; - ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e 
orientar desejos, impulsos, tendências, sentimentos (para que estejam 
em conformidade com a consciência) e de capacidade para deliberar 
e decidir entre várias alternativas possíveis; - ser responsável, isto é, 
reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências 
dela sobre si e sobre os outros, assumi-Ia bem como às suas conseqüên-
cias, respondendo por elas; - ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se 
como causa interna de seus sentimentos atitudes e ações, por não estar 
submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a 
querer e a fazer alguma coisa (CHAUÍ, 2000, p. 434).
Após discutirmos o surgimento dos primeiros debates sobre a ética e defini-la, 
vamos explorar alguns conceitos relacionados a ética e ao setor público. Primeiro 
conceito está relacionado ao Estado e a administração pública. Você já ouviu falar 
em códigos de ética profissional, com certeza, saberia me citar vários exemplos. 
Mas você sabe qual é o código de ética da administração pública?
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Estado brasileiro no decorrer das décadas passou por grandes transformações 
até a redemocratização do país. Uma das principais mudanças nesse sentido foi a 
Constituição de 1988, que estabeleceu as bases para as instituições democráticas, 
incluindo o processo de transparência e o controle da gestão pública, tanto em ter-
mos de novos setores, como no tamanho da proteção social, algo inédito na história 
do Brasil. Esse modelo de Estado foi implantado paulatinamente e na medida que 
foi sendo colocado em prática, observou-se a complexidade das questões envolvidas.
Nas sociedades mais complexas, os conflitos de interação social tendem a ser 
maiores, devido à diversidade de ideias e cultura em um mesmo local. As socieda-
des se tornam mais heterogêneas e mescladas, formam-se maiores “constelações 
de interesses” (RODRIGUES, 2007, p. 63). Esse aumento da complexidade social 
gera conflitos, que tendem a ser administrados por regras formadas em um apa-
rato de domínio designado: Estado Moderno. O Estado estabelece leis que regem 
a sociedade. Quanto maior a racionalização e a formação de estruturas adminis-
trativas, mais o indivíduo estará subordinado a esse aparato burocrático.
Para Max Weber, o Estado Moderno e o capitalismo forjam um novo homem, 
um indivíduo que é obediente ao direito racional, as regras estabelecidas pelo 
Estado. Portanto, sob a ótica weberiana vivemos no império da lei e da razão. A 
educação também está emaranhada nessas concepções de racionalização e buro-
cratização do Estado moderno. Segundo as concepções weberianas sobre educação:
Educar num mundo assim, certamente não é o mesmo que educar antes des-
sa grande transformação provocada pelo advento do capitalismo moderno. 
Ela passa a ser, na medida em que a sociedade se racionaliza, historicamen-
te, um fator de estratificação social, um meio de distinção, de obtenção de 
honras, de prebendas, de poder e de dinheiro (RODRIGUES, 2007, p. 66).
Será que a ética só pode se manifestar a partir de conduta que envolve res-
ponsabilidade para com o outro?
Estado e Administração Pública
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Portanto, para Weber, a sociedade moderna inaugura um novo modo de viver 
em sociedade, muito diferente das sociedades tradicionais. Para entendermos a 
sociedade moderna burocratizada baseada na dominação legal, primeiramente 
falaremos da sociedade tradicional.
Nas sociedades antigas a influência da tradição era um importante meca-
nismo de dominação social. A dominação era a probabilidade dos indivíduos 
obedecerem às regras. No caso da dominação tradicional as regras eram com-
partilhadas pelas tradições e obedecidas baseadas nas crenças cotidianas na 
santidade das tradições e também pela dignidade pessoal que lhe atribuía à tra-
dição (RODRIGUES, 2007). Vamos a dois exemplos que representam bem esta 
dinâmica de ação social:
 ■ A crença baseada na santidade das tradições religiosas: as ações dos alu-
nos da educação no campo ou de comunidades tradicionais tendem a ser 
guiadas por valores tradicionais, como a influência familiar, a influência 
religiosa, ou seja, qualquer tipo de valores locais fundados e protegidos 
pela tradição. Um exemplo é a oração realizada antes dos alunos entra-
rem em sala. Ação está partilhada e legitimada por todos, inclusive pelos 
professores locais que também se orientam pela tradição. Baseia-se em 
um tipo de dominação tradicional.
 ■ A crença baseada na dignidade pessoal atribuída pela tradição:no processo 
educativo vivenciado por nossos pais, os professores e pedagogos (os agen-
tes da educação) eram legitimados pela dignidade pessoal. Por exemplo, se 
perguntássemos as pessoas mais velhas como funcionava as regras escolares, 
possivelmente os relatos ouvidos demonstrariam que os alunos respeitavam 
o hino nacional como um sinal de respeito e patriotismo. Também poderí-
amos ouvir que os professores eram mais “respeitados”. Ouvir relatos que 
demonstram que os alunos na presença do professor se levantavam de suas 
cadeiras quando um professor ou um pedagogo adentrava a sala de aula.
Grande parte dessas atitudes de interação foram estabelecidas por uma domina-
ção tradicional. Isso fez com que essas regras fossem mantidas muito mais pela 
força da tradição do que pela força legal. Porém, a força, que sustenta a sociedade 
moderna e o processo educacional, está hoje muito mais alicerçada nas leis do 
que no peso das relações tradicionais. Para entendermos a sociedade moderna 
e a dominação legal, precisamos falar da racionalização e da burocratização.
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
De acordo com Rodrigues (2007), para Weber, a racionalização e a buro-
cratização mudaram o sistema educacional na sociedade moderna ocidental. O 
Estado educa para fins de racionalizar o indivíduo, criando um meio de dife-
renciação entre estes. O autor analisa que o processo de racionalização conduz 
a mudança do comportamento dos indivíduos, que não agem mais embasados 
nas crenças e costumes tradicionais, mas sim, estabelecem relações orientadas 
para certos fins, ou seja, para fins utilitários.
O Estado, para Max Weber (1864-1920) é marcado por um tipo de poder 
e tipos de autoridade. Dentro dessa dimensão sua característica marcante é a 
Burocracia. A Burocracia é a forma de organização humana que é baseada na 
racionalidade, ou seja, sempre pautada em adequar os meios aos objetivos que 
se pretende atingir, tendo como finalidade garantir o máximo de eficiência. O 
poder está relacionado a autoridade, a capacidade de impor a própria vontade 
sobre uma pessoa dentro de uma relação social, independente da resistência. A 
legitimidade é uma das características do Estado, esse é o motivo pelo qual a 
sociedade obedece as ordens de quem está no poder. A legitimação é a justifi-
cativa do poder. A autoridade de quem está no poder só será legítima quando 
aceita pela população. Caso contrário, não havendo reconhecimento da popu-
lação aquele representante poderá ser retirado do poder. A dominação envolve 
a relação de poder, ou seja, o governante acredita ter direito de exercer o poder 
sobre o povo e os governados aceitam cumprir ordens (PEREIRA, 2012).
As principais características da Burocracia de acordo com José Martins 
PEREIRA (2012) são:
 ■ Caráter legal das normas e regulamentos.
 ■ Caráter formal das comunicações.
 ■ Caráter racional e divisão de trabalho.
 ■ Impessoalidade nas relações.
 ■ Hierarquia de autoridade.
 ■ Rotinas e procedimentos estandardizados.
 ■ Competência técnica e mérito.
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 ■ Especialização da Administração.
 ■ Profissionalização dos participantes.
 ■ Completa previsibilidade do funcionamento.
A burocracia também apresenta determinadas vantagens, dentre elas, PEREIRA 
(2012) pontua:
 ■ Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos.
 ■ Precisão na definição do cargo e operação.
 ■ Rapidez: constância das decisões.
 ■ Univocidade de interpretação.
 ■ Uniformidade de rotinas e procedimentos redução custos e erros.
 ■ Continuidade da organização substituição do pessoal.
 ■ Redução do atrito entre as pessoas conhecimento dos limites.
 ■ Subordinação dos mais novos aos mais antigos.
 ■ Confiabilidade, existem benefícios sob o prisma das pessoas na organização.
Nesse sentido, Pereira (2012), pontua que a burocracia dentro da sociologia das 
organizações é entendida como um sistema ordenado em: 1) autoridades; 2) 
cargos públicos; 3) tendo uma delimitação demarcada; 4) a coordenação de ati-
vidade, de cargos e funções, definidas em competências e responsabilidades; 5) 
seleção de funcionários de acordo com sua qualificação; 6) ascensão nas carrei-
ras; 7) salário fixo; 8) registrar tudo por escrito mediante atas e coletas de dados.
Ao definirmos as funções do Estado e o seu papel na sociedade, automatica-
mente pensamos na administração pública. Esse tipo de administração é marcado 
pela burocracia. A burocracia foi impulsionadora e responsável por instituir a 
igualdade a universalidade dos serviços e também uma regularidade e estabi-
lidade na prestação dos serviços públicos. Sabemos que com o passar dos anos 
as demandas sociais cresceram, exigindo do Estado e da administração pública 
ações que dêem conta não apenas de atender satisfatoriamente a sociedade, mas 
que fossem de forma mais eficiente possível.
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E22
O Estado e os seus órgãos, baseados na burocracia estabelecem códigos de 
ética e comissões de ética, com o objetivo de elaborar regras e processos legais 
que punem os indivíduos que violarem, “de modo que visam justamente inibir 
o mau proceder daqueles que não escolheram, para si, a prática voluntária da 
ética” (BORTOLETO & MÜLLER, 2016, p. 15). Assim, ao analisarmos os códi-
gos de ética vemos que eles têm como finalidade orientar a prática profissional. 
Esses códigos são responsáveis para adestrar os indivíduos, a fim de levá-lo a 
escolher comportamentos que não sejam pautados em valores e interesses pes-
soais, mas da vontade e do bem estar da sociedade. O comportamento ético 
dentro do Estado e na administração pública deveria ser aquele que toma deci-
sões que são justas, visam o bom e o correto, independente de prescrições de 
caráter legal, como é o caso dos códigos de ética, isso deveria ocorrer da consci-
ência própria dos indivíduos de forma autônoma. Vejamos um exemplo disso:
Se o Servidor Público recebe com cortesia o usuário do serviço pú-
blico e soluciona com rapidez a demanda do cidadão por medo de 
sofrer punição disciplinar, já que o Código de Ética no Serviço Pú-
blico determina que o servidor seja cortês e ágil na prestação do ser-
viço ao cidadão, então seu comportamento não seria ético em sua 
essência, embora seja bom e correto. Ético seria o servidor que, in-
dependentemente do que determina o Código de Ética, atuasse com 
cortesia e presteza, não por medo de punição, mas por consciência 
livre e autônoma de que isto é o correto a ser feito (BORTOLETO & 
MULLER, 2016, p.15).
Dessa maneira, podemos constatar que a legislação, que contém conteúdo ético, 
busca reproduzir a moral e tipos de princípios que são desejados coletivamente, 
impondo-se a todos e até aos que não escolheram voluntariamente agir eticamente.
A administração está relacionada às atividades de planejamento, controle 
e organização. O conceito de administração está relacionado a uma governabi-
lidade ou gestão de uma empresa. De acordo com Montana e Charnov (2003), 
o ato de administrar é trabalhar com outros indivíduos na busca de realizar os 
objetivos da organização e dos seus membros. As principais características da 
administração são: 1) um circuito de atividades que são interligadas; 2) busca 
pela obtenção de resultados; 3) proporcionar que os recursos físicos e materiais 
sejam utilizados; 4) desenvolver atividades de planejamento; 5) organização; 6) 
direção e controle das atividadese dos indivíduos.
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Planejar consiste em definir os objetivos para o estabelecimento de metas, 
identificando as fraquezas e as forças e também as oportunidades e ameaças. Um 
bom planejamento eficiente envolve estudo e análise profunda, antes de qual-
quer decisão ou implantação, é preciso que se conheçam as reais necessidades. 
Para que se consiga chegar aos resultados esperados no planejamento, é neces-
sário se organizar e liderar com foco no resultado.
O conceito de administração pública está relacionado a um conjunto de organi-
zações, ou seja, de associações que configuram os poderes públicos a partir de uma 
direção governamental. Quando pensamos em administração pública, é necessário 
ter claro que existe uma pluralidade de administrações. No Brasil, a administração 
pública está submetida ao controle do Poder Judiciário. Tendo como princípios: 
a legalidade, a moralidade, a impessoalidade, a finalidade pública entre outros. A 
administração pública, além do controle do Poder Judiciário, também está sujeita 
ao controle do Poder legislativo. Tendo mecanismos próprios e internos que exerce 
controle sobre a ação dos indivíduos da administração (PEREIRA, 2012).
O quadro abaixo demonstra as mudanças da administração pública no Brasil 
com o decorrer das décadas
Quadro 1 - Trajetória da Administração Pública no Brasil
PERÍODO CONTEXTO INSTITUCIONAL PARADIGMAS FASES
CARACTERÍSTICAS DO 
CAMPO DE AP
1900-29
Estado 
Regulador-Liberal
Administração 
Pública como 
Ciência Jurídica
• Legalismo
1930-79
1. Estado Administrativo
2. Administração para o 
Desenvolvimento
3. Estado Intervencionista
Administração 
Pública como 
Ciência 
Administrativa
1930-45 • Racionalização
1946-64 • Desenvolvimento
1965-79
• Racionalidade e Com-
petências Técnicas
1980-89 Mobilização Social
Administração 
Pública como 
Ciência Política
• Democratização
• Conflito de Interesses
• Recursos Escassos
1990-...
Redefinição do Papel do 
Estado
Administração 
Pública como 
Administração 
Pública
• Capacidade Política 
aliada à Competên-
cia Técnica
Fonte: Keinert (2000).
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E24
DIFERENÇA ENTRE OS SETORES PRIVADO E 
PÚBLICO - RACIONALIDADES
Agora que discutimos os conceitos de Estado, administração e administração 
pública, podemos apresentar as diferenças entre o setor público e o setor pri-
vado. Você já deve ter ouvido muitas críticas contra o setor público e a defesa 
do setor privado, certo? Quando falamos em Estado, setor público e adminis-
tração pública, é comum as pessoas identificarem como instituições idênticas, 
porém não são. O conceito de Estado será trabalhado na unidade II deste livro.
Refletir sobre as diferenças entre setor público e privado não é tarefa fácil. 
De acordo com Eulálio (2010), as discussões do público e do privado é bastante 
rica, desde os teóricos como Jean Jacques Rousseau e Jurgen Habermas. Para 
Rousseau (1978), o setor público, a coisa pública deve representar o interesse do 
povo, do coletivo, sendo o Estado uma das manifestações da coletividade, tendo 
a tarefa de intermediar os diferentes interesses que aparecem entre público e pri-
vado. Segundo Eulálio (2010), Rousseau encarou que a esfera pública precisa de 
todo um aparato, ou seja, um corpo político e institucionalizado juridicamente. 
Já “para Habermas, também, a existência dos políticos é de suma importância 
para tentar fazer a intermediação entre os interesses do público e do privado” 
(BOECHAT e ALVES, 2016, p. 20-21).
A construção do Estado moderno e contemporâneo ocorreu por meio de um 
processo de amplas transformações econômicas e sociais no decorrer dos séculos. 
Filósofos e estudiosos como Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau 
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pautar seus atos 
pelos princípios elencados na Constituição Federal, em seu art. 37 que prevê: 
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
Fonte: Gonçalves (2011).
Diferença Entre os Setores Privado e Público - Racionalidades
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– em que pese às singularidades epistemológicas de cada abordagem desenvol-
vida pelos teóricos – associaram a definição de “direitos” ligados ao conceito de 
“Estado”. De acordo com Rousseau (1978), por meio do contrato social os indi-
víduos abrem mão de sua liberdade individual e depositam sua confiança em um 
poder de autoridade representada na figura do Estado democrático. Esse Estado 
seria a instância responsável por garantir os direitos, a segurança e o bem-estar 
da vida em sociedade. Ao mesmo tempo, o pacto social envolveria abrir mão da 
vontade individual em prol da vontade geral.
A aplicabilidade deste contrato em termos práticos se dá a partir da necessi-
dade dos indivíduos de almejar segurança e suas necessidades básicas garantidas 
por instância maior, isso representado é assegurado por meio da figura do Estado. 
Para compreendermos essa relação, podemos partir do seguinte exemplo: nós, 
indivíduos que partilhamos nossas vidas na coletividade, partimos de trajetórias 
distintas. Entretanto os nossos objetivos em questões relacionadas ao cresci-
mento individual e a ocupar um lugar social na sociedade se aproximam quando 
pensamos que queremos ter acesso às oportunidades para ter uma vida digna.
Sabemos que nossa vida é regida por leis e que para alcançarmos essas opor-
tunidades, precisamos da existência da sociedade, pois é nela que as “coisas” 
acontecem. A escola, o mercado trabalho e todas as formas de existência, sobre-
vivência e crescimento se dão por meio das correlações estabelecidas entre os 
indivíduos nas relações sociais e mediadas pelas instituições sociais. Entretanto é 
fundamental e de grande importante pontuarmos que sem a existência das polí-
ticas públicas para assegurar aos indivíduos esse acesso aos direitos básicos se 
torna impossível a ampliação e ocupação da população em determinadas posi-
ções sociais na sociedade. Assim, nós compartilhamos necessidades que não são 
exclusivamente individuais, mas sim coletivas. Nas palavras de Candau (2008):
a problemática dos direitos humanos, muitas vezes entendidos como 
direitos exclusivamente individuais e fundamentalmente civis e polí-
ticos, amplia-se e cada vez mais, afirma-se a importância dos direitos 
coletivos, culturais e ambientais (CANDAU, 2008, p.46).
As políticas públicas são resultados dos diálogos e articulações entre a sociedade 
civil e o Estado e ocorrem no plano da coletividade. Partindo disso, é funda-
mental a existência do Estado e a elaboração de políticas públicas para garantir 
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
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os direitos de interesse geral da sociedade civil, sendo esse o órgão responsável 
pela garantia e disseminação da igualdade, do respeito e da inclusão das múlti-
plas realidades para a inclusão das diferenças nos âmbitos públicos.
O setor público é a esfera na qual o Estado é o centro, por outro lado o setor 
privado é composto por um conjunto de iniciativas econômicas que nãodepen-
dem do Estado. Esses dois setores formam uma grande dicotomia. De um lado 
o universo é dividido em duas esferas, que englobam seus agentes e por outro 
lado, temos outras dicotomias convergindo para esses setores.
Os dois setores são definidos independente um do outro, ou apenas um é defi-
nido e o outro ganha conotação negativa. Por exemplo, defini-se o termo forte, 
Público e assim, o outro termo é fraco, Privado. Então temos: fraco=não forte, 
resultando em privado=não público. Ambos os setores são delimitados, a esfera 
pública chega até onde começa a esfera do privado e vice e versa. A discussão entre 
esses setores é secular, é geralmente complicada por juízos de valor contrapostos, 
pois acreditava-se que ao aumentar a esfera do privado diminui-se a do público. 
Essas dicotomias e divisões ocorrem em geral em grupos sociais, no qual, já 
ocorreu uma diferenciação entre o que é da coletividade e o que pertence aos sin-
gulares. De modo geral, entre a sociedade global e grupos menores, como é o caso 
da família, por exemplo. As três principais dicotomias para Bobbio (1990) são:
1. Sociedade de iguais X Sociedade de desiguais.
2. Leis X Contrato.
3. Justiça Comutativa X Justiça Distributiva.
Sendo o Direito um ordenamento de relações sociais, pode-se dividir em dois 
tipos de relações: entre iguais e entre desiguais. Os iguais, por exemplo, são os 
irmãos, parentes, amigos, hóspedes, e os desiguais é o Estado, a família, Deus ver-
sus humanos. Na sociedade dos desiguais, o Estado é marcado pelas relações de 
subordinação entre os governantes e os governados, entre os detentores do poder 
e os destinatários do dever de obediência. Na sociedade de iguais, a sociedade 
de mercado dos economistas são relações iguais, chamadas de coordenação, por 
meio da elevação ao modelo do setor privado se contrapondo à esfera pública.
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RESPONSABILIDADE ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
A ética profissional tem outro nome menos conhecido, a deontologia. Esse termo 
vem do grego déontos e foi criado pelo filósofo e jurista, Jeremy Bentham, um 
dos precursores do utilitarismo desenvolvido por Stuart Mill. Para esse teó-
rico, a finalidade das ações públicas e das leis é o estabelecimento da felicidade 
humana. A sociedade é formada por indivíduos singulares, e as comunidades 
teriam características parecidas, buscando o aumento do prazer e a diminuição 
da dor. A utilidade é definida como: o objeto capaz de proporcionar o bem e a 
felicidade, sendo a felicidade a vantagem. Assim, utilidade coincide com a feli-
cidade, o utilitarismo reconhece a busca pela felicidade. Agir eticamente, seria 
agir visando a maior utilidade para o maior número de pessoas. O responsável 
pela diminuição da dor deveria ser o Estado.
A regra utilitária para alguns pode parecer fria, pois quer essa busca, mas 
desconsidera a justiça os vínculos etc. Por conta disso, o utilitarismo foi muito 
criticado, e considerado doutrina, e digno de “porcos”. Stuart Mill defende o 
utilitarismo. A utilidade não é exposta ao prazer, a concepção de que o útil 
é o agradável. Defendeu o utilitarismo, e estendeu a concepção de felicidade. 
Os indivíduos não se contentam a concepção de felicidade. A busca da feli-
cidade não é só em âmbitos sensoriais, mas sim a algo mais elevado, prazer 
humano está ligado a valores morais. Os indivíduos preferem prazeres mais 
elevados, superiores, mais intelectual. No sentido de dignidade muito forte 
no ser humano, o ser digno o faz buscar e ser mais que o animal. Esse seria o 
princípio da felicidade.
A ética e seus princípios são importantes para a administração pública?
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
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Os humanos renunciam a felicidade, e isso 
seria fazer parte do humano, negar a feli-
cidade pelo outro ou pelo público é algo 
válido. Não é o abandonar a felicidade sem 
algum propósito, mas sim negar o pra-
zer em prol da sociedade e do outro, essa 
capacidade de renúncia traria felicidade 
também. Stuart Mill defendeu que a felici-
dade máxima levaria o indivíduo a abrir mão da 
sua felicidade em prol do restante da comunidade.
Para que o indivíduo abra a mão do seu prazer é necessário que haja uma 
relação entre o público e o privado. Ou seja, uma renúncia de si mesmo, teria 
um benefício, o bem público é o bem de todos. É necessário que os indivíduos 
tenham consciência de que abrir mão de algo, felicidade ou prazer, será em prol 
do público e de todos, e com isso terá retornos.
Rapidamente, ao analisarmos as reflexões de Bobbio (1990) e Stuart Mill 
(2000), pode nos parecer utópico essa renúncia pela felicidade e pensar no público. 
Podemos pensar: como isso está ligado ao setor público e a ética na administração? 
A regra da ação em abrir mão de interesses individuais está ligada a construção 
de um olhar e de comportamentos que pensam no outro. Nos vários outros que 
existem na sociedade e serão afetados diretamente por decisões assumidas por 
políticos e burocratas. À vontade, a decisão e ação muitas vezes podem estar liga-
das a ideia de recompensa, mas a ação tem caráter externo. No momento de uma 
decisão os indivíduos podem agir a partir de determinados valores, mas pos-
teriormente esperar a recompensa. Entretanto nessa perspectiva teórica o que 
ocorre com o indivíduo tem um motivo próprio, singular. Muitos indivíduos em 
sua atuação no público podem tomar decisões e assumir posturas que não estão 
ligadas ao sentimento de dever, simplesmente cumprindo um cronograma, mas 
sim ações em prol do outro, com preocupação direcionada aos grupos e indiví-
duos que serão afetados a partir das decisões tomadas.
Umas das grandes questões diretamente relacionadas a administração pública 
está relacionada a ética. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal, no capítulo I, retrata as seguintes regras deontológicas:
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I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, 
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exer-
cício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos 
e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradi-
ção dos serviços públicos.
II. O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de 
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ile-
gal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o 
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, conso-
ante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4o da Constituição Federal.
III. A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre 
o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre 
o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na con-
duta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato 
administrativo.
IV. A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos 
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se 
exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre 
no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua fina-
lidade, erigindo-se, como conseqüência, em fatorde legalidade.
V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade 
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, 
como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser 
considerado como seu maior patrimônio.
VI. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, 
se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos 
e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão 
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse 
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados 
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publi-
cidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e 
moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o 
bem comum, imputável a quem a negar.
ÉTICA E RACIONALIDADE DO SETOR PÚBLICO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, procuramos apresentar a você, aluno(a), as dimensões da ética 
no setor público. Entender o conceito de ética e como ela é acionada pelos ato-
res sociais nos setores público e privado é fundamental para a compreensão da 
atuação ética.
Para atingir esse objetivo, primeiro definimos o que é ética e qual a sua 
relação com o setor público. Vimos que essa preocupação com a atuação ética 
vem desde os tempos dos gregos. A ética possui uma relação direta com o setor 
público, pois é ela que dará a base para que as ações e decisões sejam tomadas 
levando em consideração questões da coletividade. Ou seja, a ética perpassa ques-
tões além dos interesses individuais, envolve pensar no outro no momento das 
tomadas de decisões. As ações tomadas pelos atores da administração pública, 
necessariamente, precisam dos conhecimentos sobre ética, para que no campo de 
atuação possam tomar decisões embasadas em racionalidade e imparcialidade.
No segundo momento, vimos às definições de Estado e de administra-
ção pública. Lembramos a relação entre o Estado e a burocracia. Enfatizando 
a importância da administração para o planejamento e organização 
para o desenvolvimento das atividades desse setor.
Em seguida, refletimos sobre o setor público e o setor privado e observamos 
que o setor público possui o Estado como o centro, e o setor privado é composto 
por um conjunto de iniciativas econômicas que não dependem do Estado. Essas 
reflexões são importantes para a compreensão da distinção entre as diferenças 
desses setores.
Esperamos que as discussões propostas nesta unidade possam contribuir 
na construção do seu conhecimento e colaborar com o seu caminho na gestão 
pública, e que você esteja curioso para conhecer mais sobre este tema e outros 
que serão apresentados nas próximas unidades. Bons estudos!
31 
1. O conceito de ética é uma preocupação que percorreu séculos, sabemos por 
meio da história que os primeiros preocupados com a definição e a impor-
tância da ética foram os gregos. Levando em considerando essas informações 
podemos afirmar que a palavra ética vem do grego ethos seu significado está 
relacionado com:
a) Questões morais e de pessoalidade.
b) Caráter, qualidade do ser.
c) Privacidade e virtude.
d) Honestidade e juízos de valor.
e) Interesses individuais.
2. Para o filósofo Sócrates, a ética era responsável por constituir o conhecimento 
que conduziria os indivíduos à felicidade. Para Platão, a ética é o saber que 
dirige a conduta dos indivíduos à justiça. No pensamento de Aristóteles encon-
tramos que ética caracteriza o conhecimento que proporciona aos indivíduos 
o alcance da virtude cardeal, tendo ação justa, com prudência e coragem.
I. Esses pensadores gregos foram responsáveis pelo estabelecimento das pri-
meiras reflexões sobre ética.
II. A ética pode ser pensada de maneira geral como sendo responsável por 
oferecer aos indivíduos critérios para a escolha da melhor conduta.
III. A ética possui como principal característica questões conectadas a valores 
pessoais, ao certo e o errado de acordo com a experiência pessoal.
IV. Após a era dos gregos, a ética deixou de ter lugar central nas reflexões sobre 
o público.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
32 
3. Sabemos que a construção do Estado moderno e contemporâneo ocorreu por 
meio de um processo de amplas transformações econômicas e sociais no de-
correr dos séculos. Para a compreensão das mudanças ocorridas muitas obras 
foram publicadas com o intuito dessas explicações. Com base nessas informa-
ções, podemos afirmar que os principais estudiosos que relacionam o conceito 
de direitos ao de Estado foram:
a) Stuart Mill, Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel.
b) John Locke, Stuart Mill e Napoleão Bonaparte.
c) Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau.
d) Nicolau Maquiavel, John Locke, Thomas Hobbes.
e) Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau.
4. De acordo com Rousseau (1978), por meio do contrato social os indivíduos 
abrem mão de sua liberdade individual e depositam sua confiança em um po-
der de autoridade representada na figura do Estado democrático. Assim, o Es-
tado teria algumas responsabilidades para com a sociedade. Levando em con-
sideração essas informações, analise as afirmações abaixo e marque (V) para 
verdadeira e (F) para falsa:
( ) Nessa perspectiva de Rousseau a responsabilidade do Estado é garantir 
exclusivamente liberdade aos indivíduos.
( ) Esse Estado seria a instância responsável por garantir os direitos, a segu-
rança e o bem-estar da vida em sociedade.
( ) Essas premissas nos permitem afirmar que o Estado até os dias atuais 
não cumpriu totalmente o seu papel, pois não garante bem estar a toda 
sociedade.
( ) O Estado é responsável por questões emergentes e que afetam de modo 
geral a população. Isso justifica a ausência do Estado brasileiro nas de-
mandas de grupos minoritários.
Assinale a alternativa correta:
a) F, V, V, F.
b) V, V, V, F.
c) F, F, V, V.
d) F, V, F, V.
e) V, F, F, V.
33 
5. Constantemente ao ligarmos a televisão encontramos reportagens destacan-
do as atuações do setor público e do setor privado. Nessas falas, é comum en-
contrar defesa a um dos setores em decorrência do outro. A atuação desses 
dois setores perpassa amplas questões da nossa sociedade, como educação, 
saúde, transporte, economia etc. Pensando a importância da compreensão 
desses setores, elabore uma resposta dissertativa diferenciando o setor públi-
co e o setor privado.
34 
“Desde os anos 1980, as administrações públicas em todo o mundo realizaram mudan-
ças substanciais nas políticas de gestão pública (PGPs) e no desenho de organizações 
programáticas (DOPs). Essas reformas administrativas consolidam novos discursos e 
práticas derivadas do setor privado e os usam como benchmarks para organizações pú-
blicas em todas as esferas de governo. Hays e Plagens (2002:327) dão uma noção da 
magnitude dessas reformas: “estratégias aclamadas de reforma têm vindo diretamente 
do setor privado numa onda que talvez possa ser considerada a mais profunda redefini-
ção da administração pública desde que esta emergiu como uma área de especialidade 
identificável”.
O modelo burocrático tornou-se o alvo das mais ásperas críticas. O modelo burocrático 
weberiano foi considerado inadequado para o contexto institucional contemporâneo 
por sua presumida ineficiência, morosidade, estilo autorreferencial, e descolamento das 
necessidades dos cidadãos (Barzelay, 1992; Osborne e Gaebler, 1992; Hood, 1995; Pollitte Bouckaert, 2002a). Dois modelos organizacionais e um paradigma relacional foram 
apresentados como alternativas ao modelo burocrático. A administração pública ge-
rencial (AGP) e o governo empreendedor (GE) são modelos organizacionais que incor-
poram prescrições para a melhora da efetividade da gestão das organizações públicas. 
O movimento da governança pública (GP) se traduz em um modelo relacional porque 
oferece uma abordagem diferenciada de conexão entre o sistema governamental e o 
ambiente que circunda o governo. No longo prazo, esses modelos para reformas têm 
potencial para mudar o modo que as organizações públicas se administram e se relacio-
nam. Também é importante frisar que, não raras vezes, reformas da administração públi-
ca são empunhadas com meros propósitos retóricos. Outras vezes, têm poucos efeitos 
ou fracassam completamente.
Reforma da administração pública é o conjunto de inovações em políticas públicas 
de gestão e no desenho de organizações programáticas, e está baseada em um con-
junto razoavelmente coerente de justificativas e retórica. Reformas da administração 
pública são geralmente alinhadas a valores de eficiência, accountability e flexibilida-
de (Hood e Jackson, 1991). Uma reforma na administração pública acontece quando 
uma organização pública progressivamente muda suas práticas de gestão, modelo de 
relacionamento e retórica. Reformas da administração pública ocorrem em modelos 
organizacionais diferentes contextos espaciais e temporais, sob a guarda de diferen-
tes escopos e valores. No fim do século XIX nos Estados Unidos, e durante a década 
de 1930 no Brasil, reformas administrativas se espalharam pelas organizações públi-
cas, marcando a transição de modelos pré-burocráticos para o modelo burocrático de 
administração pública (Bresser-Pereira, 1996, 2004). A mesma transição foi verificada 
em outros contextos e em outros períodos. Nas últimas três décadas, o modelo bu-
rocrático weberiano foi desafiado por novos modelos organizacionais e de relaciona-
mento como a APG, o GE e a GP, e essa transição recente tem sido considerada uma 
nova onda global de reformas da administração pública (Kettl, 2005). É importante 
lembrar que a presumida “mágica” das reformas administrativas deve ser cautelosa. 
35 
Este artigo mostrou que novos modelos organizacionais compartilham algumas carac-
terísticas com o modelo burocrático weberiano: continuam a colocar ênfase na função 
controle e não se apresentam como modelos de ruptura. Outro cuidado que deve ser 
tomado é que as reformas da administração pública podem tornar-se facilmente políti-
cas simbólicas de mero valor retórico (Gustaffson, 1983; March e Olsen, 1983; Battistelli, 
2002). Políticos, funcionários de carreira e empreendedores políticos em geral tentam 
manipular a percepção coletiva a respeito das organizações públicas usando as refor-
mas administrativas como argumento para isso. Não são raros os esforços de reforma 
da administração pública que avançam mais em autopromoção e retórica do que em 
fatos concretos. Por fim, qualquer verificação empírica sobre reformas da administração 
pública deve estar atenta aos aspectos incrementais de mudança organizacional. Ao 
invés de falar em ascensão, predomínio e declínio de modelos organizacionais, talvez 
seja mais frutífero falar em um processo cumulativo de mudanças nas práticas e valores. 
Analiticamente um pesquisador pode encontrar fragmentos de burocracia, APG, GE e 
GP dentro de uma mesma organização. Até mesmo o patrimonialismo pré-burocrático 
ainda sobrevive por meio das evidências de nepotismo, gerontocracia, corrupção e nos 
sistemas de designação de cargos públicos baseados na lealdade política. Ademais, en-
tre organizações e dentro de uma mesma organização, o pesquisador pode encontrar 
ainda diferentes graus de penetração dos diversos modelos organizacionais. A pesquisa 
sobre a adoção de modelos organizacionais deve verificar continuidades e desconti-
nuidades dos modelos em diferentes unidades organizacionais, níveis hierárquicos e 
regiões geográficas. Questões de pesquisa que parecem longe de estar respondidas na 
realidade brasileira são: até que ponto reformas da administração pública foram efetiva-
das empiricamente? Em quais níveis organizacionais e de decisão o aclamado aumento 
da discricionariedade gerencial vem acontecendo? Para que tipo de decisão os gestores 
intermediários gozam de liberdade (discricionariedade em como fazer ou discriciona-
riedade no que fazer)? Existe realmente uma transição de mecanismos de controle em 
favor de mecanismos ex post, a despeito de controles de processo?”
Fonte: (Secchi, 2009, p. 348-366)
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Firma
Ano: 1993
Sinopse: Mitch McDeere (Tom Cruise) é um jovem advogado vai trabalhar 
com um alto salário e diversas vantagens em uma fi rma em Memphis. 
Entretanto logo descobre que a empresa onde trabalha está envolvida 
com lavagem de dinheiro da Máfi a e que todos os advogados que saíram 
ou tentaram sair da fi rma morreram precocemente, de forma misteriosa. 
O fi lme questiona o código de ética, que mantêm em sigilo da relação do 
advogado com o cliente, que proíbe por toda a vida que um crime cometido 
por um cliente seja revelado por seu advogado.
REFERÊNCIAS
37
REFERÊNCIAS
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SECCHI, L. Modelos organizacionais e reformas da administração pública. RAP 
— Rio de Janeiro mar./abr. 2009.
GABARITOGABARITO
1. B.
2. A.
3. C.
4. A.
5. Refletir sobre as diferenças entre setor público e privado não é tarefa fácil. De 
acordo com Eulálio (2010), as discussões do público e do privado é bastante 
rica, desde os teóricos como Jean Jacques Rousseau e Jurgen Habbermas. Para 
Rousseau, o setor público, a coisa pública deve representar o interesse do povo, 
do coletivo, sendo o Estado uma das manifestações da coletividade, tendo a ta-
refa de intermediar os diferentes interesses que aparecem entre público e priva-
do. Segundo Eulálio (2010), Rousseau encarou que a esfera pública precisa de 
todo um aparato, ou seja, um corpo político e institucionalizado juridicamente. 
Já “para Habermas, também, a existência dos políticos é de suma importância 
para tentar fazer a intermediação entre os interesses do público e do privado” 
(BOECHAT e ALVES, 2016, p. 20-21).
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Professora Esp. Beatriz Elena Barud Silva
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA E CONCEITOSINTRODUTÓRIOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Contextualizar historicamente os regimes liberal; absolutista e 
socialista.
 ■ Apresentar o Estado Democrático de Direito e o sistema de controle 
“freios e contrapesos”. 
 ■ Discutir os três conceitos internacionais de política: policy; polity e 
politic.
 ■ Discutir as principais regras e mecanismos institucionais que 
caracterizam o federalismo no Estado Democrático de Direito. 
 ■ Apresentar os conceitos de negociação e disputa de poder no 
processo da Administração Pública. 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Estrutura de Estado
 ■ Estado Democrático de Direito e o sistema de controle
 ■ Os diferentes conceitos de política 
 ■ A estrutura federalista no Estado Democrático de Direito
 ■ Administração Pública, negociação e disputa de poder
Introdução
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade apresentaremos à você os principais conceitos introdutórios 
acerca da Administração Pública. É uma unidade importante, pois você apren-
derá sobre os contextos políticos, principalmente o democrático e os diferentes 
conceitos de política, que o ajudarão nos espaços de negociação.
Para que isso seja possível, iniciaremos a unidade com uma contextualização 
histórica dos regimes na estrutura do Estado até chegarmos ao regime democrá-
tico, momento em que você será apresentado ao sistema de “freios e contrapesos”, 
que ajudará você a entender a divisão dos três poderes que existem no Estado 
Democrático de Direito.
Pensando na sua atuação, nesta unidade você aprenderá os diferentes con-
ceitos de política e pode estar se perguntando: “mas existe tudo isso?” Sim! E 
conhecer os conceitos internacionais ajudará na sua capacitação como gestor(a) 
e te ajudará a abrir os horizontes e perceber que a política não é uma só.
Saber os contextos históricos dos diferentes regimes políticos, inclusive do 
regime democrático não é o suficiente, é preciso que você conheça o Estado 
Democrático de Direito em suas particularidades, afinal, este será o seu espaço 
de atuação. Portanto, será importante conhecer os mecanismos que caracteri-
zam esse Estado, bem como suas principais regras, para que o seu agir seja com 
responsabilidade, afinal, você lidará com a coisa pública.
E então, de posse de todos estes conceito, chegou a hora de colocá-los em 
prática, ao final da unidade você aprenderá sobre a Administração Pública, da 
qual, já dissemos no começo, você gestor(a) fará parte, junto com os serviços 
públicos, outros agentes públicos, regras e normas de administração pública, 
entre outros elementos e neste vasto universo, os conceitos aqui apresentados 
ajudarão na negociação e disputa de poder. Assim sendo, vamos aprendê-los?
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Reprodução proibida. A
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IIU N I D A D E42
ESTRUTURA DE ESTADO
O conceito de Estado apareceu primeiro na obra de Maquiavel, “O Príncipe” e 
expressava uma situação permanente de convivência.Existem duas teorias que 
ajudam a explicar o surgimento do Estado. A primeira nos remete a uma for-
mação natural, segundo a qual o Estado se formou naturalmente; a segunda diz 
respeito a formação contratual do Estado, indicando que ele teria surgido da 
vontade de alguns homens (DALLARI, 2011).
O ciclo da história permitiu que diferentes formas de estado surgissem:
Estados em que o domínio está concentrado num único indivíduo ou num 
estrato social restrito e, Estado com uma participação relativamente forte 
de todo o povo na formação da vontade do Estado; Estados em que o po-
der se encontra reunido numa determinada classe, e Estados com míni-
mas diferenças entre as classes ou com uma divisão pluralista dos poderes 
sociais; Estados totalitários com tendência para uma intervenção regula-
dora, e Estados liberais que respeitam, numa medida relativamente ampla, 
uma esfera da liberdade de cada indivíduo (ZIPPELIUS, 1994. p. 201).
A cada momento da história, podemos perceber uma forma diferente de ges-
tão do Estado, que queremos crer, se aperfeiçoava a vontade e necessidade dos 
cidadão. Neste estudo, iremos contextualizar em uma introdução, três regimes: 
o liberal, o absolutista e o socialista.
 ■ Absolutista: quando pensamos em absolutismo estamos nos referindo 
a uma forma de estado monárquica, ou seja, uma monarquia que pos-
sui como característica: “a supremacia das competência se encontra nas 
mãos de um só indivíduo” (ZIPPELIUS, 1994). O perigo de monar-
quias absolutistas é que o sujeito que detém o poder, pode não respeitar 
a decisão de um órgão do estado (Op cit, 1994) e não haverá ninguém, 
Estrutura de Estado
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tampouco outro poder, que poderá exigir uma conduta diversa. Como 
exemplo temos a monarquia de Luís XIV (Op cit, 1994), que inclusive 
cunhou uma famosa expressão L’État c’est moi - o estado sou eu, em uma 
livre tradução nossa.
 ■ Liberal: essa forma de organização do Estado é a que se opõe ao totalita-
rismo, no qual o estado que se apoderar da maior número de setores da 
vida. No liberalismo, a ação do estado é limitada, ele não cuida da mora-
lidade, não decide sobre a crença do povo, ele apenas garante a segurança 
e a propriedade, mas a economia se regula sozinha (ZIPPELIUS, 1994). 
O risco de um sistema liberal reside na exploração desumana: “a benção 
de uma economia que se desenvolvesse sem intervenções nem restrições 
por parte do Estado revelou-se, para milhares de operários, como um sis-
tema de exploração desumana” (Op cit, 1994). Outra famosa expressão 
francesa remete a essa forma de organização: Laissez faire, laissez passer, 
le monde va de lui-même, ou seja, deixe fazer, deixe passar que o mundo 
vai por ele mesmo (tradução nossa).
 ■ Socialismo: o movimento socialista surgiu no século XIX e não se pre-
tendia desenvolver um estado socialista, pois a visão que se tinha do 
estado era que ele própria mantinha os privilégios de algumas classes. 
“A liberdade não tinha chegado até àqueles que só possuíam sua força 
de trabalho. A liberdade contratual, tinha como consequência o ofere-
cimento de salários miseráveis” (DALLARI, 1995. p. 240). A ideia que 
permeou o socialismo era então, a destruição do Estado e a redistribui-
ção de riquezas. Grande precursor do socialismo e de sua teoria é Karl 
Marx, que em 1848 redigiu o Manifesto Comunista junto com Engels, 
documento que mais tarde exerceria grande influência sobre a classe 
operária (Op cit, 1995). É do manifesto a emblemática frase: Proletários 
do mundo todo, uni-vos!
Contextualizar as diferentes formas de estado e regimes políticos ao longo da 
história, nos permite compreender a importância de impulsionarmos boas 
mudanças na sociedade. Adiante, neste nosso livro, você aprenderá sobre as 
características da democracia, e sabendo as principais características de alguns 
regimes, você poderá refletir sobre a conquista que foi e é a manutenção de um 
regime democrático.
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Reprodução proibida. A
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ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E O SISTEMA 
DE CONTROLE
A ideia de um Estado Democrático nos remete ao século XVIII e implica a um 
conjunto de valores fundamentais em torno dos quais o Estado deve se organizar, 
de modo que a base de um estado democrático é o governo do povo (DALLARI,2011). Nossa Constituição Federal ensina:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso-
lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitui-
ção (BRASIL,1988).
Logo no primeiro artigo da Constituição encontramos os fundamentos do nosso 
Estado, bem como a indicação de que todo poder emana do povo, o que nos 
coloca como cumpridos da principal característica da democracia, um governo 
do povo. Contudo, a noção de governo do povo não veio com a democracia, 
ela remonta ao período dos gregos que entendiam que o governo poderia ser 
de um só indivíduo, de um grupo ou de um povo todo (DALLARI, 2011). Fato 
importante é que o Estado democrático surgiu da insatisfação e da luta contra 
estado absolutistas, e alguns movimentos históricos como a Revolução Inglesa, 
Estado Democrático de Direito e o Sistema de Controle
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a Revolução Americana e a Revolução Francesa foram expressões importantes 
que ajudaram na formação dos Estados Democráticos (Op cit, 2011). Assim, o 
surgimento do Estado democrático não é algo isolado, mas acompanha o movi-
mento natural do homem na luta por direito.
Em síntese, nos Estado democrático, alguns princípios devem ser observa-
dos, como já percebemos no Art.1º de nossa Constituição Federal, e eles querem 
indicar que a supremacia que prevalece é a do povo, a liberdade deve ser pre-
servada e os direitos devem ser iguais (DALLARI, 2011), com estes elementos, 
teremos uma democracia. Em um país extenso como o nosso, como controlar 
as ideias distintas que podem existir?
Para entender o sistema de controle, é preciso retornar a teoria de Montesquieu 
sobre a separação de poderes segundo a qual, ao separar os poderes se garante uma 
maior eficiência do Estado, pois são distribuídas atribuições entre os órgãos espe-
cializados.Tal separação não acaba com a soberania do Estado, mas enfraquece 
a existência de tiranias (DALLARI, 2011). Nossa Constituição Federal deter-
mina essa separação: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Aqui no Brasil 
temos então os três poderes, que são harmônicos entre si, mas são independen-
tes; além desta divisão, você aprenderá mais pra frente nessa unidade sobre a 
Estrutura Federalista do Estado e perceberá que a separação entre União - Estados 
- Municípios também é harmoniosa e visa a melhor gestão da coisa pública.
A separação dos poderes é característica da democracia, e para obter o con-
trole harmônico, desenvolveu-se primeiro no plano teórico a ideia do sistema 
de freios e contrapesos. Por essa teoria, o Estado pode praticar atos gerais, princi-
palmente por meio do legislativo que tem a incumbência de emitir regras gerais 
e abstratas, ou seja, para todos, sem favorecer ninguém em particular; pode 
ainda o Estado praticar atos especiais, principalmente o executivo, que após ter 
o fundamento geral (que advém dos atos gerais), poderá praticar ações segundo 
as regras gerais. Essa teoria se tornou um dogma, uma verdade, da democra-
cia (DALLARI, 2011), mas devemos ter o olhar atento para não acreditar que 
tudo está em ordem. Você aluno (a) agora que sabe a origem do estado demo-
crático e do sistema de freio e contrapesos, está munido de elementos que te 
permitem construir uma visão crítica.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Reprodução proibida. A
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OS DIFERENTES CONCEITOS DE POLÍTICA
Até aqui você já enfrentou uma viagem histórica sobre os regimes políticos e 
também aprendeu sobre o sistema de freio e contrapesos e agora chegou a hora 
de aprender sobre os diferentes conceitos de política. Esse tópico é importante 
para que você tenha uma dimensão global dos processos decisórios que encon-
trará no seu dia a dia como gestor (a).
O tópico três está dividido em duas partes. Na primeira parte abordaremos 
as diferenças entre os conceitos de política que são: policy, polity e politic e como 
essas abordagens surgiram nos estudos. Na segunda parte faremos uma breve 
reflexão sobre qual conceito de política você gestor (a) irá escolher. Vamos lá?
APRENDENDO CONCEITOS
O primeiro conceito que vamos aprender é o de Politic compreendido como a 
atividade que o homem realiza para obter, manter e exercer o poder sobre outro 
homem (SECCHI, 2016). Esse conceito é o que está mais próximo do que conhe-
cemos por política. Vamos refletir: a maioria de nós conhecemos alguém que 
diz: “eu não gosto de política” e quem afirma isso, possivelmente, compreende 
a política exclusivamente como a atividade dos políticos, de modo que, quando 
escândalos acontecem, a primeira reação é negar qualquer interesse. Por isso 
que você gestor(a) precisa compreender que a política tem uma dimensão mais 
ampla. Vamos ao segundo conceito.
 Será que essa divisão ainda existe em nosso país?
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Policy é um termo que vem da língua inglesa e representa uma dimensão 
mais concreta da política, ou seja, quando pensamos em policy podemos relacio-
ná-lo com as palavras: decisão e ação. Leonardo Secchi ensina para nós:
Em organizações públicas [...] o termo ‘política’ está presente em frases 
do tipo “nossa política de compra é consultar ao menos três fornecedo-
res (SECCHI, 2016, p. 1).
Vemos que essa segunda dimensão da política é mais relacionada a prática 
de alguma atividade. Será que você gestor(a) terá que escolher entre uma das 
dimensões? Para refletirmos sobre isso, vamos conhecer a terceira definição 
de política.
O termo Polity faz referência a sociedade política e as instituições que pensam 
políticas públicas. Portanto, para entender esse conceito é importante entender-
mos o que é política pública. Há um termo public policy que está relacionado ao 
segundo conceito que apresentamos aqui (policy) e que indica uma ação, pois 
uma política pública é entendida como uma ação que o Governo resolveu tomar 
para enfrentar um problema público. Aqui nos deparamos com outro conceito: 
problema público e para que o processo de aprendizagem se torne completo é 
preciso entendê-lo. Problema público, portanto, é a “diferença entre a situação 
atual e a situação ideal possível de ser alcançada” (SECCHI, 2016. p. 10). O con-
ceito de política pública será melhor abordado na Unidade IV, tópico 3 no qual 
estudaremos o policy process.
Você pode estar se perguntando: se existem estes três conceitos, por quê 
resumimos tudo como política? Essa atitude está errada?
A resposta para a primeira pergunta é bem simples. Utilizamos o termo 
política para estas três dimensões, pois nossa língua materna não faz distin-
ções, diferente da língua inglesa que cunhou duas palavras diferentes - policy e 
politic - para o mesmo fenômeno (SECCHI, 2016). Essa atitude não está errada, 
pelo contrário, ela demonstra que é preciso ampliar o campo do conhecimento 
e compreender que a política é mais do que a atitude dos políticos, a política 
está presente nas instituições, a política pode estar atrelada a participação

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