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Antes de iniciarmos nosso estudo vamos definir alguns conceitos importantes. � Corpo Rígido Um corpo rígido pode ser considerado o conjunto de partículas agrupadas de forma que a distância entre as partes que constituem o corpo ou o sistema não sofram mudança, ou seja, essas partículas não se alteram para um referencial fixado no próprio corpo. Quando o transatlântico está manobrando no porto ele é considerado um corpo rígido, pois as partículas agrupadas que formam o navio não sofrem mudança, ou seja, essas partículas não se alteram para um referencial fixado no próprio navio. O corpo rígido executa os movimentos de rotação, translação ou os dois de forma combinada. � Ponto Material Um ponto material possui massa, mas suas dimensões (comprimento, altura e largura) podem ser desprezadas. Quando o transatlântico está em alto mar ele é considerado um ponto material. � Grandeza Escalar: É aquela grandeza que quando indicamos apenas o valor numérico e a unidade de sua medida temos informação suficiente para o entendimento da mesma. Ex.: Tempo; se dissermos: “Nos encontraremos em 5 minutos” todos compreendem perfeitamente a informação. Mais alguns exemplos: Massa, Temperatura, Pressão, Trabalho. � Grandeza Vetorial É aquela grandeza que para se ter a informação completa precisamos dizer mais que o valor numérico e a unidade da grandeza física. Se dissermos: “Para chegar ao seu destino é só seguir 10km” essa informação não esta completa, pois a pessoa não saberá em que direção deve seguir os 10km, nem em que sentido. Imagine que você esta a beira de uma rodovia e pergunta para alguém e o informante diz: “Para chegar ao seu destino é só seguir 10km na rodovia” Certo, mas ainda falta alguma coisa!!! O que é?!?! O sentido! Em que sentido da rodovia você deve seguir 10km? Então a informação completa deve ser do tipo: “Para chegar ao seu destino é só seguir 10km na rodovia sentido Norte” . Agora sim... você pode seguir viagem. Ex.: Deslocamento, Velocidade, Aceleração, Força. Para representarmos as grandezas vetoriais utilizamos um vetor que é um segmento de reta orientado. Falaremos muito sobre força no nosso curso, então vamos defini-la também. � Força Uma Força é o resultado da interação entre corpos. Ela pode produzir equilíbrio, variação de velocidade ou deformação. É puxão ou empurrão. A Força é uma grandeza vetorial, através da qual se quantifica a interação entre esses dois corpos. As unidades de medida de força são: No SI → N �newton As relações entre essas medidas são: No CGS → dyn �dina 1 kgf = 9,8 N No MKS → kgf �kilograma-força 1 N = 105 dyn Chamamos de Força Resultante (FR) a força que sozinha produz o mesmo efeito da ação de várias forças sobre um mesmo corpo. É a força que resulta da soma de todas as forças que agem sobre o corpo. � Princípio da Inércia (1ª Lei de Newton) Uma partícula sob força resultante nula mantém-se em equilíbrio estático, ou seja, ou a partícula está parada ou em movimento retilíneo uniforme com velocidade vetorial constante. $%&&&&' = 0 � Princípio Fundamental da Dinâmica (2ª Lei de Newton) A resultante das forças aplicadas sobre um ponto material é igual ao produto da sua massa pela aceleração adquirida. $%&&&&' = ) ∙ +' Esse princípio nos diz que um corpo em repouso necessita da aplicação de uma força para que possa se movimentar (variar sua velocidade), e para que um corpo que está em movimento pare é necessária a aplicação de uma força. � Princípio da Ação e Reação (3ª Lei de Newton) Sempre que um corpo A aplica uma força de ação $',- sobre um corpo B, este aplica sobre o corpo A uma força de reação $'-, . As forças de ação e reação são sempre de mesma natureza, ou seja, se força de ação é de contato sua força de reação também deve ser de contato; se força de ação é de campo sua força de reação também deve ser de campo. As forças de ação e reação tem mesmo módulo (mesmo valor numérico), mesma direção (mesma linha de ação) e sentidos opostos. Vamos definir agora alguns tipos de forças � Força Peso (Natureza: força de campo) Todos os corpos próximos à superfície terrestre ou de qualquer corpo celeste, ficam sujeitos à ação da força de campo gravitacional, essa força chamamos de Força Peso ou simplesmente Peso �.&' . Tal força sempre atua no sentido de aproximar o corpo para da superfície. O peso é definido por: .&' = ) ∙ /' (vetorial) . = ) ∙ / (algébrico) 0 &&&' Percebemos então que, o peso de um corpo pode variar dependendo do campo gravitacional no qual ele está inserido. O mesmo corpo terá pesos diferentes se estiver no campo gravitacional terrestre ou lunar. Em contra partida sua massa sempre será constante. � Força Normal (Natureza: força de contato) Sempre que houver compressão entre duas superfícies surgirá uma força perpendicular a elas denominada Força Normal �1&&' . A Força Peso e a Força Normal NÃO FORMAM um par ação e reação. � Força de Tração É a força trocada entre um corpo e um fio ideal e sua ação é sempre no sentido de puxar o corpo com o fio. Fio ideal é aquele fio inextensível, flexível e de massa desprezível. Ele transmite a força de uma extremidade à outra. Em um fio ideal: .&' −.&' 1&&' − 1&&' 1&&' − 1&&' 1&&' − 1&&' 3&' 3&', 3&'- $' A B 43&',4 = 43&'-4 − 1&&' 1&&' −.&' .&' Ɵ F x y Antes de iniciarmos o estudo de Estática vamos aprender a trabalhar com vetores. Temos que aprender a decompor os vetores, e para isso utilizaremos as relações trigonométricas. O gráfico ao lado mostra um vetor $' que forma um ângulo Ɵ com o eixo x. As componentes de um vetor são determinadas pela sombra do vetor em cada um dos eixos cartesianos. Então trace linha paralelas aos eixos x e y que passem pela extremidade do vetor F. O tamanho definido em cada um dos eixos será a componentes de F neste eixo. Como mostra a figura ao lado. Se movimentarmos a componente Fy para a posição indicada na figura ao lado podemos visualizar um triangulo retângulo. Esse triângulo será utilizado para escrevermos as funções seno e cosseno do ângulo Ɵ e assim poderemos escrever as componentes Fx e Fy. Ɵ F x y Fx Fy Ɵ F x y Fx Fy Fy Ɵ Cateto oposto ao ângulo Ɵ Cateto adjacente ao ângulo Ɵ Olhando para o triângulo retângulo vamos escrever as funções trigonométricas e definir as componentes do vetor. Quando trabalhamos com um sistema de forças, em equilíbrio ou não, é muito difícil que tenhamos apenas uma força, então precisamos aprender a trabalhar com mais de uma força aplicada no mesmo ponto. Vamos iniciar nossos estudos com um sistema onde estão aplicadas três forças, $ &&&'5 , $ &&&'6 7 $ &&&'8 como mostra a figura ao lado e determinar a força resultante ($'% deste sistema. Dados: $ &&&'5 = 201 $ &&&'6 = 501 $ &&&'8 = 301 O primeiro passo é identificarmos no desenho quais as forças estão fora do eixo e iniciarmos a decomposição dessas forças. Neste caso é necessário decompor as forças $ &&&'5 , $ &&&'6. Não é necessário decompor a força $ &&&'8 pois a mesma está sobre o eixo Y. Determinamos as decomposições dos vetores F1 e F2 utilizando as funções trigonométricas seno e cosseno dos ângulos marcadosem cada uma das forças cos 30° = $5>$5 → $5> = $5 . cos 30° sen 30° = $5@$5 → $5@ = $5 . sen 30° cos 60° = $6>$6 → $6> = $6 . cos 60° sen 60° = $6@$6 → $6@ = $6 . sen 60° Nas equações das componentes vamos substituir os valores numéricos conhecidos, são eles: - valores das forças que foram dados e , - valores de seno e cosseno dos ângulos que determinamos com a calculadora científica. y x $8&&&&' 60° 30° y x $ &&&'3 60° 30° $5>&&&&&&' $5@&&&&&&' $6>&&&&&&' $6@&&&&&&' $5> = $5 . cos 30° → $5> = 20.0,866 → $5> = 17,32 1 $5@ = $5 . sen 30° → $5@ = 20.0,5 → $5@ = 10,001 $6> = $6 . cos60° → $6> = 50.0,5 → $6> = 25,001 $6@ = $6 . sen 60° → $6@ = 50.0,866 → $6@ = 43,301 Vamos lembrar que a força F3 é igual a 30N e que não precisa ser decomposta pois está sobre o eixo Y. Agora que conhecemos os valores numéricos das componentes das forças Vamos montar as equações da força resultante (FR) de cada eixo Analisando primeiramente o eixo X, temos: Para a direita no eixo X a componente F1x e para a esquerda a componente F2x. Assim a força resultante no eixo X que chamaremos de FRX será a soma de todas as forças que estão no eixo X, cada uma entra na equação com o sinal correspondente ao sentido do eixo, ou seja: $%D = $5D − $6D = 17,32 − 25,00 → $%D = −7,681 Agora, analisando o eixo Y, temos: Para cima as componentes F1Y e F2Y e para baixo a força F3. Assim a força resultante no eixo Y que chamaremos de FRY será a soma de todas as forças que estão no eixo Y, cada uma entra na equação com o sinal correspondente ao sentido do eixo, ou seja: $%E = $5E + $6E − $8 = 10,00 + 43,30 − 30,00 → $%E = 23,301 Até neste ponto nós calculamos a força resultante em cada um dos eixos X e Y. Como a resultante FRX deu um valor negativo, isso significa que essa força está sendo aplicada no sentido negativo do eixo X (para a esquerda) e a resultante FRY deu positiva, então essa força está aplicada no sentido positivo do eixo Y (para cima), a representação gráfica dessas forças vemos abaixo: Até aqui então aprendemos que podemos substituir todas as três forças iniciais F1 , F2 e F3, por duas forças FRX e FRY colocadas sobre os eixos. Mas o que realmente queremos é determinar uma força resultante, ou seja, poder substituir todas as três forças iniciais por apenas uma força resultante, para isso precisamos calcular a força resultante entre as componentes FRX e FRY. y x $ &&&'3 60° 30° $5>&&&&&&' $5@&&&&&&' $6>&&&&&&' $6@&&&&&&' y x $%>&&&&&&' $%@&&&&&&' Para determinarmos a força resultante entre FRX e FRY devemos visualizar a representação gráfica da soma deste vetores, como segue abaixo: Percebam que na figura da direita temos as componentes FRX e FRY sendo somadas e resultando na força FR, na figura da direita movimentamos o vetor FRY de forma a conseguirmos visualizar um triangulo retângulo. Vamos lembrar do Teorema de Pitágoras: a2 = b2 + c2 Desta forma, como chegamos nos resultados $%D = −7,681 e $%E = 23,301, agora vamos calcular FR $%6 = $%D6 + $%E6 = �−7,68 6 + �23,30 6 = 58,98 + 542,89 = 601,87 $%6 = 601,87 → $% = √601,87 → $% = 24,53 1 esse resultado significa que podemos substituir as três forças iniciais por apenas uma força de 24,53N mas precisamos indicar a direção desta força, ou seja, o ângulo entre esta força e o eixo X. Para calcularmos o ângulo devemos novamente olhar para um triângulo retângulo e utilizar uma das relações trigonométricas. Agora utilizaremos a tangente. Dessa forma: H/I = JKLMLN NONPLNJKLMLN KQRKJMSLM → H/I = TUVTUW → H/I = X68,8YZ[,\]X → H/I = 3,03 I y x $%>&&&&&&' $%@&&&&&&' I y x $%>&&&&&&' $%@&&&&&&' $%@&&&&&&' b c Ɵ Cateto oposto ao ângulo Ɵ Cateto adjacente ao ângulo Ɵ I y x $%>&&&&&&' $%@&&&&&&' $%@&&&&&&' Este é o valor da tangente do angulo Ɵ, para sabermos o valor do ângulo Ɵ devemos utilizar a função arco tangente que na calculadora é representada por tg -1 ou atg, dependendo do modelo da sua calculadora. I = H/Z5�3,03 → I = 71,74° Assim a força resultante da ação das 3 forças iniciais, será FR = 24,53N aplicada com um ângulo de 71,74º como mostra a figura abaixo Agora sim, vamos começar nosso estudo de Mecânica, ramo da Física que estuda o estado de repouso ou de movimento de corpos sujeitos à ação de forças. A mecânica é dividida em: - mecânica dos corpos rígidos - mecânica dos corpos deformáveis - mecânica dos fluídos A mecânica dos corpos rígidos é ainda subdividida em: Neste semestre estudaremos a parte de Estática e para facilitar nosso estudo o em duas partes: - Estática do Ponto Material - Estática do Corpo Extenso ESTÁTICA Corpos em repouso Trata do equilíbrio dos corpos Corpos em movimento com velocidade constante DINÂMICA Trata do movimento acelerado dos corpos $%&&&&' = 0 $%&&&&' = ) ∙ +' 71,74° y x y x $8&&&&' 60° 30° Estática do Ponto Material Na análise da Estática do ponto material vamos aplicar a Condição de Equilíbrio Estático do Ponto Material: (entende-se: a força resultante sobre o corpo é igual a Zero) Utilizaremos o método da Decomposição Cartesiana para fazer esse estudo, assim: ^_ 7`a_ b → c$'D = 0&' → $%D = 0 ^_ 7`a_ d →c$'E = 0&' → $%E = 0 Segue um exemplo resolvido: Um bloco de peso 100 N. encontra-se em equilíbrio suspenso por dois cabos considerados ideais, conforme ilustrado na figura. Pedem-se as trações em cada cabo. Solução: 1º) Determinamos as decomposições dos vetores T1 e T2 T1X = T1*cos 60º T1y = T1*sen 60º T2X = T2*cos 40º T2y = T2*sen 40º Não é necessário decompor o peso P pois o mesmo está sobre o eixo Y 2º) Vamos avaliar as condioções de equilíbrio sobre cada um dos eixos separadamente ∑$&&'b = 0&&' → $fb = 0 T1X – T2X = 0 → T1*cos 60º – T2*cos 40º = 0 substituindo os valores conhecidos vem: T1*0,5 – T2*0,766 = 0 eq. (1) gcomo não conhecemos os valores de T1 e T2 vamos chamar essa equação de �1 e vamos continuar a resolução do eixo Y ∑$&&'d = 0&&' → $fd = 0 T1Y + T2Y – P = 0 → T1*sen 60º + T2* sen 40º – P = 0 substituindo os valores conhecidos vem: T1*0,866 + T2*0,643 – 100 = 0 eq. (2) oainda não conhecemos os valores de T1 e T2 vamos chamar essa equação de �2 e vamos resolver o sistema linear formado pelas equações �1 e �2 T1*0,5 – T2*0,766 = 0 eq. (1) T1*0,866 + T2*0,643 – 100 = 0 eq. (2) . = 1001 36 35 40° 60° . = 1001 35 36 35> 35@ 36@ 36> 60˚ 40˚ X Y $&&&'% = 0&' Temos varias maneiras de resolver um sistema linear, este vamos resolver por substituição: Isolando T1 na equação (1) , vem: T1*0,5 = T2*0,766 T5 = qr∗Y,[\\ Y,t → T5 = 1,532 ∗ T6 eq. (3) Agora que temos o valor de T1 em função de T2, substituiremos esse valor na equação (2) T1*0,866 + T2*0,643 – 100 = 0 (1,532*T2)*0,866 + T2*0,643 – 100 = 0 1,327*T2 + 0,643* T2 – 100 = 0 1,970*T2 – 100 = 0 1,970*T2 = 100 T2 = 100/1,970 → T2 = 50,76 N Determinamos o valor de T2 então vamos substituir na equação (3) T1 = 1,532*T2 T1 = 1,532*(50,76) T1 = 77,76 N Assim, determinamosentão as trações pedidas T1 = 77,76 N e T2 = 50,76 N. Agora vocês devem tentar fazer os exercícios. 1) Decomposição Vetorial: A intensidade da força F indicada nas figuras a seguir é de 80 N. Calcule suas componentes nas direções horizontal e vertical. a) b) F x y 53º Fx = Fy = Fx = Fy = F x 65° y 2) Converta as unidades indicadas na tabela. 25 N kgf 23 kgf N 95 N kgf 8,8 kgf N Exercícios: 3 Respostas: 3) a) 60kgf b) 4 crianças 4)20N 5) 50N ; 86,6N ; 100N 6) a 7) c 8) 800N 9) 7kg
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