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de ITUs, os urólitos de estruvita são frequentemente encontrados em fêmeas por possuírem maior predisposição a infecção bacteriana no trato urinário quando comparadas aos machos. (OYAFUSO, 2008; MORFERDINI & OLIVEIRA, 2009; GRAUER, 2010). 4.1.1 TRATAMENTO Antibioticoterapia é introduzida com o propósito de eliminar ou controlar infecções secundárias, evitando que ocorram lesões dos tecidos do trato urinário pelos microrganismos. Os usos de inibidores da uréase vão atuar inibindo o crescimento ou levando a dissolução dos urólitos de estruvita. Ácido acetoidroxâmico pode ser administrado pela via oral, na dose de 25 mg/kg. Doses altas não são recomendadas pelo risco de anemia hemolítica e alterações metabólicas (Ettinger and Feldman, 2004). 4.2 URÓLITOS DE OXALATO DE CÁLCIO Componentes desses urólitos constituem-se em urina com grau supersaturado juntamente com oxalato e cálcio (ANGEL;CARAZA et al., 2010). O aumento da ocorrência de oxalato de cálcio desde a década de 1980 pode ser elucidada pela adição de dietas comerciais acidificadas, modificações nos níveis dietéticos de cálcio, magnésio, fósforo ou oxalato, diminuição de 11 ingestão de água, aumento do sedentarismo e predileção por raças pequenas e predispostas (LING et al., 2001). Nutrição com pequeno nível de sódio, aumento da umidade e da composição proteica, levam ao alto risco de desenvolvimento do urólito de oxalato de cálcio em cães de raças propensas (Elliot, 2003). Na espécie felina a existência destes urólitos normalmente segue-se de acúmulos séricos de minerais comuns, até mesmo as de cálcio (Kaufmann et al., 2011). 4.2.1 TRATAMENTO A terapia clínica utilizada contra esses urólitos, consiste em uma suplementação com citrato de potássio, por ter um efeito alcalinizante, sendo importante a monitoração do pH urinário para que os valores fiquem em torno de 7,0 até 7,5, é importante regular a dose conforme necessário (Osborne et al, 2004). Os tratamentos e a dieta devem ser mantidos por um período de até 1 mês após o desaparecimento dos urólitos pela radiografia (Elliot, 2003). 4.3 FOSFATO DE CÁLCIO Existência de fosfato na urina, ITU e pH urinário alcalino presentes simultaneamente, podem desencadear urólitos de fosfato de cálcio (ULRICH et al., 2008). De acordo com OSBORNE et al, (1995) divergências hipocalcemicas como neoplasias, excesso de vitamina D e cálcio na alimentação é capaz de gerar esse tipo de urólito. Fosfato de cálcio é muito identificado como parte de outros cálculos, mais especificamente urólitos de estruvita. Na espécie felina é mais acometido por fêmeas (Kaufmann et al., 2011). São atípicos em cães e podem ter relação com distúrbios metabólicos (Ettinger and Feldman, 2004). 4.3.1 TRATAMENTO A técnica cirúrgica é o método com maior eficácia para remoção desses urólitos. Os pacientes que são expostos a esse procedimento sempre devem ser monitorados pela urinálise e radiografias, e se necessários, por testes laboratoriais sanguíneos. 12 4.4 URATO Urólitos de urato de amônio possui maior solubilidade em acidose urinária, juntamente com concentrações de ácido úrico acima do normal, que pode ocorrer quando a falha na conversão em alantoína, ou por uma absorção maior desse ácido nos rins. A raça mais acometida por urólitos de acido úrico são os dálmatas (fossum, 2014) Esses animais possuem um defeito hereditário onde a produção de acido úrico na urina é maior, agindo assim na formação de urólitos (Sorenson e Ling, 1993b). Em felinos são menos habituais, e sua causa é idiopática (APPEL et al., 2010). 4.4.1 TRATAMENTO Para realizar o tratamento de cálculo de urato é necessária uma associação de alopurinol (10 a 20mg/kg a cada 12 horas) a uma dieta nutricional, para dissolver cálculos de urato. Para animais com comprometimento renal, a dosagem deve ser menor. O alopurinol pode ser usado em tempo continuo se tiver resistência de cristalúria ou hiperuricosúria (KOEHLER et al., 2008; STURGESS, 2009). Mais esse tipo de tratamento poderá aumentar a ocorrência de cálculos de xantina (TORRES et al., 2011). 4.5 XANTINA A xantina participa das etapas de desenvolvimento das purinas, que posteriormente é transformada em acido úrido por enzimas. Sua baixa solubilidade é a característica responsável por uma possível formação de cálculos (LING et al., 1997; OSBORNE et al., 2008ª). Os urólitos de xantina acontecem geralmente através da administração de alopurinol, que usado para tratamento de outros tipos de urólitos, sendo um motivo para a interrupção de seu uso. 13 4.5.1 TRATAMENTO Dietas com baixo teor de purina podem auxiliar na prevenção da formação desse cálculo (Elliot, 2003). 4.6 SILICA A formação dos urólitos de silicato é idiopática, mas de certa forma está relacionado a alimentação que abrange ácido silico, silicato e silicato de magnésio (GRAUER, 2010). Ele possui formato de esfera com grandes quantidades de pontas arredondadas. O pH alcalino da urina torna esse mineral solúvel e desencadeia seu desenvolvimento, ITUs secundárias podem ocorrer devido a suas características externas. Pastores alemães machos possuem predisposição a esse tipo de urólitos (Fossum, 2014). 4.6.1 TRATAMENTO Cálculos de sílica não são suscetíveis à diluição, mais se tiver uma alteração adequada na dieta pode contribuir para evitar as recorrências. Com a ingestão de dieta rica em silício, há possibilidade de desenvolvimento de cálculos urinários, portanto, a dieta para controle desses cálculos deve ser restrita nesse mineral (EMERICK & LU, 1987). Alguma indicação nutricional pede uma dieta úmida, com teores levemente elevados de sódio, para incentivar a diurese, e que contenham na formulação níveis reduzidos de cálcio, oxalato, vitamina D e vitamina C (Halasc, 2004). Uma ocorrência da urolitíase por sílica pode estar relacionada com a ingestão de grandes quantidades de terra (Elliot, 2003). 4.7 CISTINA Urólitos formados por cistina (amninoácido) se constituem em um pH urinário ácido devido a sua alta solubilidade (MICHELON et al., 2011). São raças predisponentes a esse tipo de calculo, Rottweiler, Basset, Buldogue Frances e Pincher (OYAFUSO, 2008). Vários meios de estratégias podem ser 14 utilizados para a solubilização dos cálculos de cistina, por exemplo, alterações da dieta, diurese induzida, alcalinização do pH urinário. 4.7.1 TRATAMENTO Para que a solubilização seja realizada com eficiência, é necessário que se associe a terapia nutricional à farmacológica (HOPPE & DENNEBERG, 2001; STURGESS, 2009). São recomendadas dietas alcalinizantes com associação de fármacos como tiopronina. A dissolução ocorre, após 11 semanas de tratamento. A suplementação com carnitina (de 50 a 100 mg/kg a cada oito horas) e taurina (500 a 100 mg a cada oito horas) é recomendada devido à excreção urinária de aminoácidos aumentada (STURGESS, 2009). 5. SINAIS CLÍNICOS A urolitíase podem apresentar diversos sinais clínicos, podendo variar conforme seu tamanho, sua localização e a quantidade de urólitos. Alguns animais que são acometidos a urolitíase podem mais se permanecera assintomáticos, ou seja, eles não apresentaram nenhum sinal clínico. Os sinais mais comuns são a polaciúria, disúria e hematúria. Em casos de uretrólitos, pode ocorrer eliminação de urólitos pequenos e lisos à micção. A obstrução completa do fluxo urinário pode resultar em uremia pós-renal (Ettinger and Feldman, 2004, Osborne et al., 1999a, Osborne et al.,