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uso dos recursos naturais determinados pelo estilo dominante que nega à grande maioria da população acesso aos recursos - Postula a paralisação do desenvolvimento, a manutenção do status que e uma visão catastrófica em relação aos problemas ambientais - Conduz muitas vezes a visões místicas da relação, nas quais a concepção “holística” e “planetária” dos problemas oculta as injustiças sociais e econômicas impostas - O homem é uma entidade abstrata que se distancia da “natureza” também ente abstrato que é culpado de sua destruição - “Valorização do ser mais do que do ter. Abandono da economia produtiva relacionada com o ter e prioridade para a economia relacionada com o modo de vida do ser” (ACOT, 1990). - Procura de uma harmonia universal - A natureza é concebida como valor supremo Relação Sociedade e Cultura - A história do homem não pode ser separada da “história da Ecologia” - Interpreta a sociedade e a cultura dentro da visão da Sócio-biologia, efetuando graves reducionismos - Analisa a sociedade com métodos extraídos da Biologia - Visão individualista da sociedade que prescinde de análise histórica - Não considera os aspectos políticos e econômicos derivados do estilo dominante (capitalismo) como causadores da degradação ambiental - A culpabilidade é socializada, porém os benefícios da exploração da natureza são privatizados - Postula uma volta às comunidades “naturais e primitivas”, idealizando-as como se elas fossem sociedades “harmônicas e sem conflitos”. Incentiva uma saída da sociedade de consumo e “voltar a viver” em contato com a “natureza” - Postula uma defesa do “verde pelo verde”. O pensamento verde fica a meio caminho entre a perspectiva transformadora, ou seja, de mudança por meio da ação consciente da sociedade, e a perspectiva de mudança por meio das mudanças dos comportamentos individuais - A ideologia dos ecologistas se caracteriza por um verdadeiro retorno ao Sagrado, na nostalgia de uma aliança mística cujas origens remontam ao Renascimento, e que é autorizado por uma quase identificação da ordem biológica com a ordem social Conhecimento - A essência do pensamento ecologista é ser um pensamento de amor e de aliança. De amor e de aliança entre os seres humanos; e de amor e aliança entre os homens e a natureza - Não existe uma teoria de conhecimento explícita. Privilegia o conhecimento originário da experiência - Visão imediatista, supostamente “holística”, na qual com uma equívoca consideração da totalidade, esquece a complexidade das inter-relações entre sociedade e natureza - Prioriza o conhecimento popular - Faz a crítica ao conhecimento científico positivista Educação - Privilegia os processos não formais de Educação - Postula uma educação para a preservação da natureza, sem uma análise econômico-social das causas dos problemas ambientais - A formação individual e as mudanças de comportamento em relação à natureza seriam suficientes para reverter os processos de deterioração - Caráter essencialmente ético (sacralização da Natureza) - Confunde Educação Ambiental com ensino de Ecologia - Toda e qualquer situação de contato direto da criança com a natureza é considerada como mais formativa que na sala de aula - O centro da desarmonia está na forma como o homem individualmente se relaciona com a natureza. A educação se volta para a questão fundamental: “se o homem muda individualmente, o mundo muda” Escola - Preconiza que as escolas devem ser pequenas e ter alicerces firmes em suas comunidades, para permitir maior contato entre alunos e professores, entre a escola e o contexto social, e, até, entre os próprios alunos - Tem como referencial o modelo integralizado de sociedade que não aceita o divórcio entre a sala de aula e o mundo - A instituição escolar é vista como reprodutora da sociedade dominante, legitimando o conhecimento científico fragmentado - Muitos autores postulam a desescolorização, uma vez que a instituição escolar isola o homem da natureza Ensino- Aprendizagem - Centrado no amor e apoiada no conhecimento da natureza - Enfatiza com muita relevância os elementos afetivos, contemplação e beleza, na procura de uma “harmonia essencial” - Inclui os conteúdos da Ecologia como objeto fundamental do ensino - Destaca os aspectos éticos e comunitários - Destaca os aspectos intuitivos do conhecimento - Resgata o conhecimento popular e muitas vezes o supervaloriza em detrimento do conhecimento científico - Promoção de eventos isolados, demonstrando preocupação com a questão ambiental, aproveitando datas marcadas no calendário escolar Relação Professor/Aluno - Tende a ser uma relação horizontal, amistosa e de educação pelo exemplo combinada com elementos de relação vertical na qual o professor, como interpretador de teorias, impõe visões geralmente reducionistas - Prioriza a formação nos aspectos éticos e estéticos e as mudanças de comportamento das pessoas Metodologia - Destaca a importância de “sentir” e amar a natureza - Passeios, excursões, atividades extra-escolares, que permitam um maior contato com a natureza. - Trabalho de campo, de reconhecimento de ecossistemas - Promoção de campanhas preservacionistas - Plantio de árvores, construção de hortas escolares, coleções entomológicas e botânicas Avaliação - Baseada em valores advindos do amor à natureza - Efetuada através da verificação da mudança de comportamento, em relação à preservação da natureza - Memorização dos conhecimentos - Reconhecimento de atitudes afetivas e incorporação de valores morais Concepção de currículo que deriva da vertente Ecológico-preservacionista Não há uma concepção de currículo específica. O currículo vigente é assumido, e são acrescentadas atividades de sensibilização em relação aos problemas ambientais e à preservação da natureza. Organizado em torno dos conhecimentos da Biologia e da Ecologia; as outras áreas de estudo são interpretadas em função deles. Tem como objetivo fundamental a formação individual nos aspectos éticos e estéticos para uma convivência harmônica com a Natureza, sendo estruturado em função de núcleos temáticos que combinam as atividades escolares com as extra-escolares, dando ênfase a estas últimas. Utiliza elementos do entorno imediato, reconhecimento de ecossistemas, trilhas ecológicas, visitas a parques e reservas zoológicas, eco museus, hortas escolares, plantio de árvores, coleta seletiva do lixo, entre outros. 3. A educação ambiental na vertente socioambiental - perspectiva crítica Relação Ser Humano e Natureza - Reintegra o homem na natureza, como espécie biológica com características específicas - O homem, para sua subsistência, se apropria da natureza e tem conhecimento dos mecanismos dessa apropriação - Ênfase nas inter-relações dinâmicas, historicamente construídas, de intercâmbio e transformação entre as sociedades humanas e os ecossistemas - O Meio Ambiente se gera e constrói no processo histórico das inter-relações entre sociedade e natureza - Postula uma compreensão dessas inter-relações mediadas pelos estilos de desenvolvimento - Trabalha sobre o conceito de desenvolvimento sustentável como eixo central, acrescentando os indicadores de desenvolvimento humano Relação Sociedade e Cultura - Produto do processo da evolução histórica da humanidade - Categorias inseparáveis, mutuamente determinantes e determinadas pelas inter-relações entre os substratos naturais e os tipos de organizações sociais e culturais - Não é a sociedade, em seu conjunto, a culpada da degradação ambiental, mas o estilo de desenvolvimento dominante (capitalismo), que produz esgotamento de recursos naturais e exploração do homem pelo homem - Não vê os problemas ambientais como catástrofes inevitáveis, mas como problemas sociais que colocam novos desafios ao conhecimento científico, e limites ao próprio homem à medida que ameaça a sua sobrevivência como espécie - Postula a construção de novas formas sociais de aproveitamento dos recursos (desenvolvimento