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na utilização da ferramenta “linha de base”: todos os valores das linhas de base dos custos são alterados, de modo que é impossível analisar os desvios entre as curvas do Valor Planejado (VP) e do Custo Realizado (CR). Isto porque durante a utilização da ferramenta “linha de base”, os dados do valor planejado (VP) são atualizados com os valores da linha de base do custo realizado (CR). 150 5 CONCLUSÃO Esta dissertação teve o foco no estudo do processo da extração de quantitativos e a incorporação de custos durante a modelagem em BIM de uma edificação. Para a demonstração deste processo, o trabalho foi dividido em cinco etapas principais: a modelagem de uma edificação com a incorporação de um “keynote” ou “nota chave” em cada um de seus elementos construtivos, seguida pela a extração dos quantitativos do modelo, a incorporação aos quantitativos dos custos das atividades, execução do planejamento da obra e, por fim, a simulação da modelagem 5D. Primeiramente, foi realizado – com o objetivo de fornecer ao leitor o embasamento teórico à adequada compreensão do trabalho - um estudo referencial teórico-conceitual abordando conceitualmente cada uma das atividades compreendidas pelo mesmo. Após a apresentação de todos os conceitos, foram apresentados os casos e em seguida estudados os casos propostos. Os casos selecionados foram todos realizados pela mesma equipe de projetistas. Em cada caso o processo de modelagem 5D passou por constantes aperfeiçoamentos, através da adoção de novas técnicas e ferramentas. No último caso analisado, foi realizada a observação direta de todo o processo da modelagem 5D. Nos demais casos foi realizado somente um estudo sobre os trabalhos desenvolvidos. O processo não é automatizado em todas as fases, de modo que ainda é exigida a intervenção humana. Todavia, as atividades que exigiriam maior quantidade de trabalho humano, como por exemplo, o levantamento das quantidades das necessárias às atividades previstas ao projeto, foi realizado pelo software. A inserção das planilhas de custos, por sua vez, foi realizada de forma manual: cada planilha deve ser convertida e atualizada dentro da planilha orçamentária. O banco de dados utilizado no trabalho é a tabela SINAPI, a qual apesar de ser uma excelente ferramenta para a aferição dos custos de uma obra, apresenta algumas falhas de comunicação entre as planilhas que compõem o 151 banco de dados, o que gera dados inconsistentes. Uma das falhas detectadas no processo é a inconsistência dos dados nas três planilhas fornecidas pela CEF: “Catálogo de Composições Analíticas”, “Custo de Composições” e “Preços de Insumos”. Ao utilizar os dados das planilhas “Custo de Composições” e “Preços de Insumos” na planilha “Catálogo de Composições”, há incoerências entre o valor obtido e o valor que está listado na planilha “Custo de Composições”. O formato de apresentação dos arquivos em pdf, por sua vez, dificulta muito o lançamento dos dados dentro do banco de dados. Outros bancos de dados podem ser utilizados no processo de levantamento de custos da edificação. Mas para que isto seja possível, estes devem possuir códigos específicos para cada elemento construtivo da edificação. Em outras plataformas BIM, o fluxo de trabalho pode ser alterado, de modo que é necessário analisar caso a caso os meios pelos quais pode ser feita a exportação dos dados levantados no modelo para o banco de dados de custo da empresa. O levantamento das quantidades realizadas pelo software não exime a necessidade de um profissional verificar se estas estão corretas, visto que, na apresentação de um elemento sem um “keynote” ou “código chave”, o elemento quantificado não será exportado para o banco de dados. Um processo adicional ao levantamento de quantitativos é a aferição de todos os elementos. Estes devem ser verificados para que a sua identificação e esteja de acordo com a especificação definidas no escopo do projeto. A utilização dos dados levantados no processo de levantamento de custos do empreendimento possibilita a análise de diferentes cenários de fluxo de caixa e de procedimentos relativos à execução do empreendimento. Pode-se concluir que a adoção da modelagem 5D em um empreendimento otimiza o processo de levantamento de custos, pois todos os quantitativos são extraídos diretamente do modelo. Minimiza-se a intervenção humana durante todo o processo, o que leva a uma menor ocorrência de erros. Todavia, o processo necessita que a análise dos dados levantados seja feita por um profissional, pois um erro na modelagem 3D certamente incorrerá em erros dos dados na modelagem 5D. 152 Todo o levantamento de custos apresenta certo grau de imprecisão. Com a utilização da modelagem 5D, todo o processo de levantamentos de quantitativos é automatizado e realizado pelo software, o que diminui o grau de incerteza de todo o processo. O nível de precisão dos quantitativos obtidos no modelo depende do grau de desenvolvimento do projeto. Quanto maior é o estágio de desenvolvimento do projeto, mais preciso é o levantamento de quantitativos. Durante o processo de conclusão do trabalho, verificou-se a necessidade de acrescentar estudos sobre como efetuar um controle de custo mais eficiente por meio da análise ABC e do estudo do valor agregado (EVA), duas ferramentas eficientes e de simples compreensão. A modelagem 5D não deve ficar restrita apenas ao levantamento dos custos e à simulação do fluxo de caixa de um empreendimento, mas deve fornecer parâmetros para que todo o processo de gerenciamento de custos possa ser controlado. Ao se fazer a análise ABC é possível determinar quais as atividades são mais impactantes no custo total do empreendimento. A partir desta análise define-se de que maneira cada atividade vai ser controlada. Utilizando-se esta metodologia de classificação, aprimora-se a eficiência do controle, diminuindo a demanda de recursos necessários à obtenção um grau razoável de controle do empreendimento. Além das atividades, os insumos e serviços também podem ser controlados servindo como uma linha de base para que o responsável pelas aquisições do projeto possa fazer uma boa gestão de suas aquisições. O estudo do valor agregado (EVA) é uma ferramenta de controle eficiente desenvolvido pelas forças armadas estadunidenses, utilizada no controle dos seus projetos bélicos. Nesta dissertação, esta ferramenta foi utilizada para o desenvolvimento de um template para o controle de um projeto de construção civil. Particularmente para este estudo, foi simulado um cenário para a verificação do funcionamento do template, cuja aferição será proposta como uma das recomendações para futuros trabalhos. Conclui-se que a utilização da modelagem 5D em empreendimentos de construção civil é uma boa ferramenta para o levantamento de custos, pois 153 fornece aos stakeholders dados consistentes desde as fases preliminares do projeto até suas fases finais. Estes dados são de grande utilidade ao incorporador para a análise de viabilidade econômica do empreendimento. Os estudos complementares de análise ABC e Estudo de Valor Agregado (EVA) revelaram-se aderentes à prática de modelagem 5D, fornecendo à empresa construtora importantes ferramentas para o controle de suas atividades, diminuindo os riscos financeiros do empreendimento de construção civil. Vale ressaltar que esta não é a única forma de realizar de uma modelagem 5D, embora este seja um processo de baixo custo de implantação atenda a todos os requisitos da modelagem 5D. Como a indústria AEC brasileira é composta em maioria por pequenas e médias empresas, onde investimentos para a implantação de novas tecnologias são limitadas, este é um processo de uso viável.