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R - D - MARCELO MINO SAKAMORI

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO 
CIVIL – PPGECC 
 
 
 
MARCELO MINO SAKAMORI 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODELAGEM 5D (BIM) - PROCESSO DE ORÇAMENTAÇÃO COM ESTUDO 
SOBRE CONTROLE DE CUSTOS E VALOR AGREGADO PARA 
EMPREENDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURITIBA 
2015
 
 
MARCELO MINO SAKAMORI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODELAGEM 5D (BIM) - PROCESSO DE ORÇAMENTAÇÃO COM ESTUDO 
SOBRE CONTROLE DE CUSTOS E VALOR AGREGADO PARA 
EMPREENDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Dissertação apresentada ao 
Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia de Construção Civil da 
Universidade Federal do Paraná, 
como requisito à obtenção do grau de 
Mestre. 
 
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Scheer 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2015 
S132m Sakamori, Marcelo Mino
 Modelagem 5D (BIM) : processo de orçamentação com estudo sobre 
controle de custos e valor agregado para empreendimentos de construção 
civil/ Marcelo Mino Sakamori. – Curitiba, 2015.
 178 f. : il. color. ; 30 cm.
 Dissertação - Universidade Federal do Paraná, Setor de Tecnologia, 
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Construção Civil, 2015.
 Orientador: Sérgio Scheer .
 Bibliografia: p. 155-166. 
1. Modelagem de informação da construção. 2. Edificações - Modelagem
de dados. 3. Edificações - Custos. I. Universidade Federal do Paraná. 
II.Scheer, Sérgio. III. Título.
CDD: 692.50113
S e to r ele T ecim tògia
IV o g n w iii tle ^ós-CttMlu&Çttü £ íh &ri£eititítri;t íkv C o n s lru ç ã u C iv il
ATA DE DEFESA DE MESTRADO
Aos 25 dias do mês de fevereiro de dois mii e quinze, na Saia de Videoconferência 
do CESEC da Universidade Federa! do Paraná, foi instalada peio Professor ür. 
Sergia Scheer. do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção 
Civil da Universidade Federai do Paraná, a Banca Examinadora para a 
duceníéstroa vigésima primeira de Mestrado do PPGECC, área de 
concentração; Ambiente Construído e Gestão. Estiveram presentes no ato 
professores, aiunos e visitantes A Banca Examinadora, atendendo determinação 
do Coiegiado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção 
Civil, ficou constituída peios professores: Prof. Dr. Sergio Scheer (Orientador - 
Doutorado PUC -- Rio de Janeiro) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia 
de Construção Civil da UFPR, ProP.Adriana de Paula Lacerda Santos (Doutorado 
UFSC) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil da 
UFPR e o Prof, Dr, Ricardo Mendes Junior ( Doutorado UFSC) do Programa de 
Pós-Graduação em Engenharia da Produção da UFPR, às dez horas o Prof 
Sergio Scheer iniciou os trabalhos, convidando o aluno Marcelo Mino Sakamori 
para fazer a apresentação da dissertação de mestrado intitulada "Modelagem 5D 
(BIM) - Processo de orçamentação com estudo sobre controle de custos e valor 
agregado para empreendimentos de construção civil". Encerrada a apresentação, 
iniciou-se a fase de arguíção pelos membros participantes. Após a arguíção, a 
banca reuniu-se para apreciação do desempenho do pós-graduando. Tendo em
vista a dissertação e a arguíção, a banca decidiu pela sua AfVta’ h g w ___
de acordo com a Resolução n°. 65/2009-CEPE - UFPR,
Curitiba, 25 de fevereiro de 2015.
Prof. Dr, Sergio Scheei ProfLDrT Adriana de P.Lacerda Santos.
 
 
RESUMO 
 
A busca incessante por resultados financeiros na indústria AEC fez com que 
novos processos para o levantamento de custos e controle dos 
empreendimentos de construção civil fossem desenvolvidos e aplicados. A 
modelagem da informação da construção (BIM) trouxe novas perspectivas para 
o desenvolvimento de ferramentas para a previsão de custos de uma edificação: 
sobre um modelo tridimensional da edificação podem ser agregadas 
informações sobre o tempo (modelagem 4D) e custos (modelagem 5D). Para 
uma correta modelagem 5D, são necessárias a elaboração do planejamento do 
empreendimento, pois sem este não é possível simular e analisar o fluxo de caixa 
do empreendimento. Esta simulação possibilita aos stakeholders avaliar qual a 
melhor alternativa financeira para a execução da edificação, analisando diversos 
cenários. O nível de precisão dependerá do nível de desenvolvimento do modelo, 
de modo que nas fases iniciais o levantamento de custos apresenta um alto grau 
de incerteza, o qual diminui à medida que aumentam os níveis de 
desenvolvimento e precisão do mesmo. Durante o processo de modelagem são 
resolvidos erros devido às incompatibilidades do projeto, enquanto falhas de 
orçamentação e incoerência dos projetos são resolvidas na fase de projeto. 
Alcançar um nível de precisão de 100% entre o custo orçado e o custo real 
executado não é possível, em virtude da perda de insumos durante o processo 
executivo e da variação do nível de produtividade da mão-de-obra. Valores 
consistentes nas fases preliminares do projeto podem ser previstos utilizando a 
modelagem 5D. Este trabalho visa ilustrar o conjunto de processos utilizados 
para a modelagem 5D, demonstrando desde a fase de modelagem, passando 
pela extração de dados do modelo, a indexação dos dados quantitativos aos 
custos fornecidos pelo banco de dados da SINAPI até a inclusão de estudos 
adicionais que servem como uma linha de base para o controle dos custos do 
empreendimento. 
 
Palavras chave: BIM, modelagem 5D, estimativa de custos, extração de 
quantitativos 
 
 
ABSTRACT 
 
The relentless pursuit of financial results across the AEC industry has promoted 
that new processes for the collection of costs and control of construction projects 
to be developed and applied. The Building Information Modeling (BIM) brought 
new perspectives for the development of tools for the building costs modeling. 
Where on a three-dimensional model of the building were added information 
about time (4D modeling) and costs (modeling 5D). For a correct modeling 5D 
requires information about the time management, because without this you 
cannot simulate and analyze the project cash flow. This simulation allows 
stakeholders evaluate the best financial alternative for the building 
implementation, analyzing different scenarios. The level of accuracy depends on 
the model’s level of development, so that in the early stages the costs survey has 
a high degree of uncertainty, which diminishes as the model’s level of 
development and accuracy increase. During the modeling process, errors caused 
by design incompatibilities are resolved, while budgeting failures due to 
inconsistency of the projects are solved in the design phase. Achieving a 100% 
accuracy level between the estimated cost and the actual cost is not possible 
because of the loss of inputs that occurs during the enforcement process, and 
also because of the change in the level of hand labor productivity. Despite that, 
consistent values in the preliminary stages of the project are possible using the 
5D modeling. This work aims to illustrate a complete 5D modeling process, 
showing the whole procedure set from the modeling phase through the model 
data extraction and indexing of quantitative data provided by the costs of SINAPI 
database and the inclusion of additional studies serve as a baseline for the control 
of development costs. 
 
Keywords: BIM, 5D modeling, cost estimation, quantitative takeoff 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Comparação do custo estimado com o custo real, em variações 
percentuais. ...................................................................................................... 20 
Figura 2: Protocolo de Coleta de Dados .......................................................... 26 
Figura 3: Processos de planejamento, com destaque nos assuntos abordados 
nesta dissertação. ............................................................................................29 
Figura 4: Curva ABC ........................................................................................ 41 
Figura 5: Diagrama da Modelagem BIM ........................................................... 51 
Figura 6: BIM e o ciclo de vida do modelo........................................................ 54 
Figura 7: Classificação de acordo com a Norma ISO 12006-2:2010 ................ 77 
Figura 8: Milestone do desenvolvimento do SINAPI ........................................ 78 
Figura 9: Tabela SINAPI - preço dos insumos ................................................. 79 
Figura 10: Tabela SINAPI - custo de composições .......................................... 80 
Figura 11: Localização do Caso "A" ................................................................. 83 
Figura 12: Modelo 3D do Estudo de Caso “A” .................................................. 84 
Figura 13: Localização do caso "B" .................................................................. 85 
Figura 14: Modelo 3D do Estudo de Caso "B". ................................................. 86 
Figura 15: Localização do caso "C" .................................................................. 87 
Figura 16: Modelo 3D do estudo de caso "C" ................................................... 88 
Figura 17: Modelagem do Empreendimento .................................................... 89 
Figura 18: Relação das Famílias de objetos e elementos construtivos ............ 90 
Figura 19: Demonstração dos Subitens das Famílias ...................................... 91 
Figura 20: Descrição do Subitem da família ..................................................... 92 
Figura 21: Interface para a importação do desenho em CAD .......................... 94 
Figura 22: Projeto arquitetônico em 2D ............................................................ 94 
 
 
Figura 23: Barra de ferramentas para a criação do modelo ............................. 95 
Figura 24: Modelagem do empreendimento em 3D ......................................... 95 
Figura 25: Ferramentas para a modelagem da estrutura ................................. 96 
Figura 26: Modelo estrutural ............................................................................. 98 
Figura 27: Modelagem do sistema elétrico e telefônico ................................... 99 
Figura 28: Modelagem do sistema hidro sanitário .......................................... 100 
Figura 29: Extração dos quantitativos do modelo ........................................... 101 
Figura 30: Interface do software para a extração dos quantitativos ............... 102 
Figura 31: Relação dos objetos quantificados ................................................ 103 
Figura 32: Extração de quantitativos do modelo ............................................ 104 
Figura 33: Exportação dos quantitativos do modelo ....................................... 105 
Figura 34: Visualização do arquivo de exportação em "txt" ........................... 105 
Figura 35: Importação dos arquivos para o Microsoft® Excel ......................... 106 
Figura 36: Assistente de importação do Microsoft® Excel – Etapa 1 .............. 106 
Figura 37: Assistente de importação do Microsoft® Excel - Etapa 2 ............... 107 
Figura 38: Dados de saída da importação de dados ...................................... 108 
Figura 39: Introdução da unidade da federação que os dados serão 
coletados....... ................................................................................................. 112 
Figura 40: Limpar dados da planilha .............................................................. 113 
Figura 41: Buscar dados das tabelas quantitativas ........................................ 113 
Figura 42: Estrutura analítica do projeto ........................................................ 115 
Figura 43: Gráfico Gantt ................................................................................. 115 
Figura 44: Levantamento de custos da atividade ........................................... 116 
Figura 45: Levantamento de custo da atividade. ............................................ 117 
Figura 46: Lançamento dos Custos no Planejamento da Obra. ..................... 118 
Figura 47: Janela de simulação 5D (Autodesk® Navisworks). ........................ 118 
 
 
Figura 48: Importação do Modelo no software Autodesk® Navisworks. ......... 119 
Figura 49: Inserção do cronograma ao modelo. ............................................. 120 
Figura 50: Dados importados do Microsoft® Project. ...................................... 121 
Figura 51: Seleção dos objetos para vinculação com atividades do 
cronograma.... ................................................................................................ 122 
Figura 52: Inserção da atividade selecionada à Timeliner. ............................ 123 
Figura 53: Vinculação da seleção de objetos à atividade correspondente ..... 123 
Figura 54: Simulação 5D. ............................................................................... 124 
Figura 55: Simulação 5D (no dia d+27). ......................................................... 125 
Figura 56: Simulação 5D (no dia d+54). ......................................................... 125 
Figura 57: Simulação 5D (no dia d+81). ......................................................... 126 
Figura 58: Simulação 5D (no dia d+108d). ..................................................... 126 
Figura 59: Setup na configuração da Timeliner. ............................................. 127 
Figura 60: Curva ABC do empreendimento ................................................... 134 
Figura 61: Composição da atividade 87525 - Alvenaria de vedação .............. 136 
Figura 62: Curva ABC - Serviços e insumos .................................................. 140 
Figura 63: Curva S ou curva do valor planejado (VP) .................................... 143 
Figura 64: Introdução dos dados referente ao custo real do projeto .............. 145 
Figura 65: Orçamento do Caso "C" ................................................................ 146 
Figura 66: Introdução dos dados do Valor planejado (VP) ............................. 146 
Figura 67: Introdução dos dados da % do trabalho concluído ....................... 147 
Figura 68: Estudo do Valor Agregado ............................................................ 148 
Figura 69: Introdução dos custos realizados na obra (extrapolado em 5%) ... 148 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Ranking dos critérios de sucesso da utilização do BIM .................... 19 
Tabela 2: Relação dos últimos estudos publicados sobre a Modelagem 5D ... 21 
Tabela 3: Comparativo das relações do projeto e orçamento .......................... 37 
Tabela 4: Classes da análise ABC ................................................................... 40 
Tabela 5: Resultados dos Índices de desempenho .......................................... 45 
Tabela 6: Tabela demonstrando os principais ganhos adotando a tecnologia BIM
 ......................................................................................................................... 50 
Tabela 7: Evolução do Nível de Desenvolvimento (LOD) do Modelo BIM ....... 64 
Tabela 7: Evolução do Nível de Desenvolvimento (LOD) do Modelo BIM 
(conclusão) ....................................................................................................... 65 
Tabela 8: Nível de precisão e esforço demandado da estimativa de custo ...... 74 
Tabela 8: Nível de precisão e esforço demandado da estimativa de custo 
(conclusão) ....................................................................................................... 75 
Tabela 9: Relação das famílias quantificadas ................................................ 109 
Tabela 10: Análise ABC - Classe “A” - atividades ..........................................129 
Tabela 11: Análise ABC - Classe "B" - atividades .......................................... 131 
Tabela 12: Análise ABC - Classe "C" - atividades .......................................... 133 
Tabela 13: Estratégia de respostas proposta aos riscos da análise ABC - classe 
"A" .................................................................................................................. 135 
Tabela 14: Análise ABC - Classe "A" – serviços e insumos ........................... 137 
Tabela 15: Análise ABC - Classe "B" - serviços e insumos ............................ 139 
Tabela 16: Análise ABC - Classe "C" - serviços e insumos ............................ 141 
Tabela 16: Análise ABC - Classe "C" - serviços e insumos (conclusão) ........ 142 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AACE - Association for the Advancement of Cost Engineering 
ABC - Activity-Based Costing 
AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção 
ANSI - American National Standards Institute 
BDI - Benefícios e Despesas Indiretas 
BIM - Building Information Modeling 
BNH - Banco Nacional de Habitação 
CAD - Computer Aided Design 
CEF - Caixa Econômica Federal 
EAP - Estrutura Analítica do Projeto 
EVA - Estudo de Valor Agregado 
FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia 
IAI - International Alliance for Interoperability 
IDM - Information Delivery Manual 
IFC - Industry Foundation Classes 
IFD - International Framework for Dictionaries 
IPMA - International Project Management Association 
ISO - International Organization for Standardization 
LOD - Level of Development 
NBR - Norma Brasileira 
NIBS - National Institute of Building Sciences 
PMBOK - Project Management Body of Knowledge 
PMI - Project Management Institute 
PPGECC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil 
SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da 
TCPO - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos 
TIC - Tecnologia da Informação na Construção 
UFPR - Universidade Federal do Paraná 
 
 
10 
 
 
SUMÁRIO 
 
1  INTRODUÇÃO ..................................................................................... 13 
1.1  Problema ............................................................................................... 15 
1.2  Pressuposto ........................................................................................... 15 
1.3  Objetivos ............................................................................................... 16 
1.3.1 Objetivo Principal e Secundários ............................................................. 16 
1.4  Justificativas .......................................................................................... 17 
1.5  Contextualização do programa ................................................................. 21 
1.6  Definição da estratégia do método de pesquisa .......................................... 23 
1.7  Unidade de análise ................................................................................. 24 
1.8  Delimitação do trabalho .......................................................................... 24 
1.9  Protocolo de Coleta de Dados .................................................................. 25 
1.10  Estrutura do Trabalho ............................................................................. 26 
2  REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITUAL ............................................ 27 
2.1  Gerenciamento de Projetos ...................................................................... 27 
2.1.1 Estrutura Analítica do Projeto – EAP ....................................................... 30 
2.2  Gerenciamento de custos ......................................................................... 31 
2.2.1 Estimar os custos .................................................................................... 31 
2.2.1.1 Levantamento de quantitativos ................................................................ 33 
2.2.2 Orçamento ............................................................................................. 35 
2.2.3 Controle dos custos ................................................................................ 38 
 Análise ABC ......................................................................................... 39 
 Estudo do Valor Agregado (EVA) ............................................................ 42 
2.3  Building Information Modeling (BIM) ..................................................... 47 
11 
 
 
2.3.1 Modelagem Paramétrica .......................................................................... 52 
2.3.2 Orientação à Objetos .............................................................................. 52 
2.3.3 Uso em todo o ciclo de vida .................................................................... 53 
2.3.4 Colaboração .......................................................................................... 54 
2.3.4.1 Fragmentação da Cadeia Produtiva .......................................................... 57 
2.3.5 Interoperabilidade .................................................................................. 58 
2.3.5.1 Industry Foundation Classes (IFC) ........................................................... 60 
2.3.6 Biblioteca de componentes ...................................................................... 62 
2.4  Níveis de desenvolvimento do modelo BIM .............................................. 62 
2.5  nD Modeling ......................................................................................... 66 
2.6  Modelagem 4D ...................................................................................... 67 
2.7  Modelagem 5D ...................................................................................... 70 
2.8  Sistema de custeio .................................................................................. 72 
2.9  Levantamento de custos com a utilização do BIM ...................................... 72 
2.9.1 Sistemas de Classificação ........................................................................ 75 
2.9.1.1 Sistema Nacional de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI ........... 77 
3  ESTUDO DE CASOS ............................................................................ 81 
3.1  Contextualização dos Casos .................................................................... 83 
3.1.1 Estudo de caso “A” ................................................................................ 83 
3.1.2 Estudo de caso “B” ................................................................................. 85 
3.1.3 Estudo de caso “C” ................................................................................. 87 
3.2  Modelo arquitetônico .............................................................................. 88 
3.3  Modelo estrutural ................................................................................... 96 
3.4  Modelo de instalações elétricas e hidráulicas ............................................. 98 
3.5  Extração de quantitativos ...................................................................... 101 
3.6  Levantamento de custos ........................................................................ 110 
12 
 
 
3.7  Elaboração do planejamento de prazos ................................................... 114 
3.8  Associação do prazo e dos custos ........................................................... 116 
3.9  Simulação da Modelagem 5D ................................................................ 118 
4  ESTUDOS COMPLEMENTARES ........................................................ 128 
4.1  Análise ABC ....................................................................................... 128 
4.2  Estudo do Valor Agregado (EVA) .......................................................... 143 
5  CONCLUSÃO .....................................................................................150 
5.1  SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................... 154 
6  REFERÊNCIAS ................................................................................... 155 
7  APÊNDICES ....................................................................................... 167 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Todo e qualquer empreendimento de construção civil, tendo em vista um 
mercado cada vez mais competitivo e um consumidor muito exigente, requer 
para seu sucesso uma série de procedimentos, como um estudo de viabilidade 
econômica, um orçamento detalhado e um rigoroso acompanhamento físico-
financeiro da obra (KNOLSEISEN, 2003). De acordo com Manzione (2006), na 
indústria da construção civil a pressão pela redução de custos como forma de 
garantir as margens do negócio provocou ondas de terceirizações e queda nos 
preços dos insumos, obtidas a partir de uma intensificação nas negociações 
comerciais e caracterizando uma primeira etapa de mudanças nas relações 
entre os agentes envolvidos. 
Verificando estes cenários, a eficácia em custos se tornou um fator 
essencial para a sobrevivência das organizações, com foco de estratégia 
competitiva e como coadjuvante em outros contextos. São de extrema 
necessidade informações sobre custos que tanto facilitem o planejamento e o 
controle de produção como estimulem a produtividade e auxiliem no processo 
de melhoria contínua, conforme descritos por Johnson e Kaplan (1987). 
Arayici et al. (2010) cita que a indústria da construção civil está passando 
por uma grande mudança de paradigma, a qual se dá por meio da procura pela 
melhoria da produtividade, eficiência e qualidade, bem como da redução dos 
custos do ciclo de vida e prazos de execução da edificação. 
Souza (2012) complementa que o mercado imobiliário apresenta a 
perspectiva da continuidade de um forte crescimento para os próximos anos. 
Deverão ser criados novos mecanismos de governança corporativa de 
empreendimentos e obras, a fim de minimizar os riscos do negócio imobiliário. 
Por isso, o foco das incorporadoras e construtoras deverá ser na garantia de 
cumprimento de contratos, prazos, custos e qualidade. 
Shen et al. (2010) descreve que o processo de geração de uma 
estimativa de custos detalhada de uma construção é uma tarefa crítica e 
demorada. Estimativas de custos pouco consistentes são identificadas como um 
dos principais fatores que contribuem para a elevada taxa de insucesso do setor. 
14 
 
 
Uma estimativa de custos excessivamente detalhada, por outro lado, indica que 
muito tempo foi gasto na visualização, interpretação e entendimento dos projetos 
e informações das especificações e no cálculo de mão de obra, materiais e 
equipamentos. 
Na procura por novas soluções para o desenvolvimento de projetos e 
gestão da construção, o mercado encontrou tecnologias como o Building 
Information Modeling (BIM), uma maneira de pensar o processo de projeto que 
pode levar a uma grande modificação nas atividades relacionadas ao setor. Com 
a implantação desta tecnologia ocorrerá uma profunda alteração no formato de 
interação entre os stakeholders durante todo o ciclo de vida de uma edificação. 
Florio (2007) diz que a aplicação do BIM no projeto colaborativo pode 
contribuir para aprimorar o processo de obtenção das quantificações dos 
elementos desenhados e parametrizados. Matipa (2008), por sua vez, afirma que 
é inevitável que o processo de geração de documentos e dados tenha a 
tendência de ser cada vez mais automatizado, a ponto de que a quantificação e 
de outros processos técnicos exigirem a mínima intervenção humana. 
Nassar (2012) conclui que a utilização do BIM para determinar uma 
estimativa de custos produz ganhos significativos de velocidade e precisão neste 
processo. Esses ganhos se devem ao fato de que o quantitativo é extraído 
automaticamente de um modelo tridimensional com os objetos parametrizados, 
conforme será explicado ao longo da dissertação. 
O uso do BIM, ao possibilitar quantificação automática e precisa e, 
consequentemente, reduzir a variabilidade na orçamentação e aumentar sua 
velocidade, permite a exploração de mais alternativas de projeto (WITICOVSKI, 
2011). A inclusão da variável “custo” ao modelo virtual é denominada 
“modelagem 5D”, e este é o foco principal deste trabalho. 
 
 
 
 
15 
 
 
1.1 Problema 
Kymmel (2008) afirma que o maior problema no planejamento, na 
orçamentação e na construção de projetos de edifícios é a visualização incorreta 
das informações contidas no projeto. Uma vez que um projeto é representado 
em uma série de desenhos, é possível que o conteúdo desses documentos pode 
não seja claro para todos que os utilizam. Consequentemente, se este não está 
totalmente visualizado, compreendido e comunicado, poderá não ser 
corretamente representado no orçamento e assim criar empecilhos para a etapa 
de sua construção. Através da implantação do BIM no processo de concepção 
do empreendimento estes problemas são minorados. 
Tendo em vista o potencial oferecido à indústria da AEC pelo BIM e pela 
modelagem 5D, apresenta-se como problema desta pesquisa a seguinte 
questão: Como é realizada um processo de modelagem 5D de um 
empreendimento de construção civil? 
 
1.2 Pressuposto 
Partindo do pressuposto que o processo de levantamento de dados 
quantitativos e, consequentemente, a estimativa de custos de uma obra 
apresenta grandes imprecisões em virtude de sua extensão e complexidade, 
bem como das dificuldades relativas ao fato de serem feitas manualmente, 
questiona-se a possibilidade de utilizar o Building Information Modeling (BIM), 
para aprimoramento da precisão desses custos visto que todos os dados por 
utilizados são extraídos diretamente de um modelo virtual preciso. 
De acordo com Eastman et al. (2008), com a utilização do modelo BIM, 
espera-se uma maior precisão destas estimativas de custos, as quais seriam 
obtidas com a identificação automática dos componentes da construção. Foi 
convencionado que a denominação deste processo de modelagem é 
“modelagem 5D”. 
 
16 
 
 
1.3 Objetivos 
O objetivo principal desta dissertação é demonstrar o processo de 
modelagem 5D (BIM) em um empreendimento de construção civil, pois embora 
diversos estudos tenham revelado que a estimativa de custos em um ambiente 
BIM é mais eficiente e precisa em relação ao modelo tradicional de projetos, 
poucos ilustram como é realizado um processo de modelagem. 
 
1.3.1 Objetivo Principal e Secundários 
Conforme descrito anteriormente o objetivo principal desta dissertação 
é: 
a. Ilustrar a utilização da Modelagem 5D (BIM) em empreendimentos 
de construção civil, demonstrando os processos de extração e 
indexação dos dados quantitativos do modelo a uma base de dados 
de custos, seguida da geração de um levantamento de custos e 
posteriormente uma simulação do fluxo de caixa do 
empreendimento. 
E para agregar novos estudos à dissertação serão apresentados alguns 
objetivos secundários ao trabalho: 
a. Fornecer uma análise ABC do empreendimento para auxiliar o 
processo de controle das atividades, onde são classificadas as 
atividades de acordo com o previsto na metodologia e a partir desta 
classificação atribui-se critérios de controles para estas atividades; 
b. Ilustrar um processo para o controle do empreendimento utilizando 
a técnica de Estudo de Valor Agregado (EVA). Esta técnica faz um 
controle baseado no tempo e nos custos onde são comparados a 
linha de base planejada com os dados reais obtidos no 
empreendimento. 
17 
 
 
1.4 Justificativas 
Para a modelagem dos custos de uma edificação é necessária a 
estimativa de custo. O principal objetivo da estimativa de custo é captar com 
precisão os dados de custos necessários no projeto do edifício, assim evitandoo risco de superação orçamental na fase de construção (KUO et al., 2009). 
De acordo com Ma et al. (2013) A estimativa de custo é uma das 
atividades mais críticas da indústria AEC – Arquitetura, Engenharia e 
Construção. Matipa (2008) descreve a importância do levantamento dos 
quantitativos já nas fases iniciais do projeto, pois este fornece o ponto de partida 
para a avaliação global do papel da gestão de custos dentro da equipe do 
projeto. Marchiori (2009) diz que nas etapas iniciais do projeto, o orçamento deve 
possibilitar a elaboração de um estudo de viabilidade do empreendimento. 
A informação gerada pelo processo de estimativa de custo serve para 
apoiar as decisões preliminares de projeto e basear as primeiras negociações 
com clientes e fornecedores (KERN, 2005). Os benefícios da utilização do BIM 
são também reforçados com uma maior precisão no levantamento de custos, 
redução drástica no tempo de engenharia, melhor atendimento ao cliente e 
suporte para a automação na produção (SACKS et al., 2005). 
Com a utilização da modelagem 5D, espera-se um aumento na precisão 
da estimativa de custos através da identificação automática dos componentes 
da construção. Melhado (1994) diz que a precisão dos custos está relacionada 
ao nível de detalhamento e qualidade das informações dos projetos. 
Cho, Son e Chun (2011) citam que, utilizando BIM, a extração dos 
quantitativos é automática e os orçamentistas podem utilizar os quantitativos 
para calcular os custos de um empreendimento com uma maior precisão. 
Ao utilizar a modelagem BIM é possível simular todo o ciclo de vida de 
uma edificação e consequentemente melhorar a aplicação dos materiais e dos 
serviços, reduzindo o desperdício nas obras de construção civil. Segundo 
Roodman (1995), a indústria da construção civil é responsável por 55% da 
madeira cortada (não destinada para a produção de energia) e 40% de toda a 
energia e os materiais produzidos no mundo. 
18 
 
 
Hardin (2009), por exemplo, percebeu que no mercado os engenheiros 
começaram a utilizar arquivos BIM para reduzir demandas de energia usando o 
modelo para calcular a penetração e a refletância de luz. O modelo BIM fornece 
ao arquiteto condições para analisar um edifício em termos de massa e forma, 
visando aperfeiçoar os fechamentos e balancear a radiação dos vidros. 
Contratantes podem futuramente utilizar o modelo para quantificar e administrar 
a entrada e saída de materiais nas obras visando facilitar sua reutilização e a 
reciclagem. 
Muitos softwares BIM destinados a modelagem 5D, como o Innovaya e 
o VICO Estimator, extraem os dados diretamente do modelo e produzem um 
eficaz orçamento. Estes softwares não apresentam, porém, versões 
educacionais gratuitas, necessárias para desenvolvimento deste estudo. Além 
disso, é desconhecido o meio pelo qual é realizada a atualização do banco de 
dados relativos aos custos nestes aplicativos. Este é um empecilho grave para 
sua utilização, visto que no mercado brasileiro os preços dos insumos sofrem 
atualizações constantemente. 
De acordo com Ma et al. (2013) poucos softwares permitem uma efetiva 
troca de informações entre si, sendo assim dependentes do formato de dados 
exclusivo de seus fabricantes. 
Bryde et al. (2013) estudou por dois anos, entre 2008 a 2010, 35 
empreendimentos que utilizaram o processo BIM em seus projetos, listando seus 
principais benefícios na tabela 1. 
 
19 
 
 
Tabela 1: Ranking dos critérios de sucesso da utilização do BIM 
 
Fonte: Bryde (2013). 
 
Em 2012, Nassar fez a comparação da extração dos quantitativos com 
a quantidade real de uma construção. O estudo consistia em um experimento 
em que alunos de pós-graduação e profissionais do mercado AEC trabalharam 
para avaliar a precisão e a exatidão das estimativas de custos em edificações ao 
utilizar o BIM. A Figura 1 apresenta a variação percentual entre o custo estimado 
e o custo real da obra, em nenhum dos casos ocorre a extrapolação das 
quantidades dos serviços executados. 
 
Critério de Sucesso 
Vantagens  Desvantagens 
Número de 
Projetos 
% do total de 
projetos 
Número de 
Projetos 
% do total de 
projetos 
Redução ou Controle de 
Custos  21  60,0%  2  5,7% 
Redução ou Controle do 
Tempo  12  34,3%  3  8,6% 
Melhoria na Comunicação  13  37,1%  0  0,0% 
Melhoria na Coordenação  12  34,3%  3  8,6% 
Melhoria ou Controle da 
Qualidade  12  34,3%  0  0,0% 
Redução dos Riscos  6  17,1%  1  2,9% 
Melhoria no 
Entendimento do Escopo  3  8,6%  0  0,0% 
Melhoria na Organização  2  5,7%  2  5,7% 
Problemas com Softwares  0  0,0%  7  20,0% 
20 
 
 
 Figura 1: Comparação do custo estimado com o custo real, em variações 
percentuais. 
Fonte: NASSAR (2012). 
 
De acordo com Matipa (2008), com a utilização do modelo BIM, há uma 
produção de dados concretos já nas fases iniciais do processo de projeto. O 
intercâmbio de dados digitais sobre um projeto de construção pode substituir a 
base de processos impressos e assim aumentar a velocidade e a eficiência da 
comunicação, bem como melhorar a gestão dos custos, da concepção à 
conclusão. 
Xiangyu et al. (2014) fizeram um levantamento sobre a produção de 
trabalhos sobre a modelagem 5D e verificaram que foram publicados poucos 
trabalhos sobre este tipo de modelagem, dos quais grande parte se limitou à 
descrição do conceito 5D e de suas aplicações. No artigo desses autores foram 
listados os trabalhos mais importantes realizados sobre a modelagem 5D, 
conforme a Tabela 2. 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
Tabela 2: Relação dos últimos estudos publicados sobre a Modelagem 5D 
Autor (data)  Descrição do projeto  Finalidade do Modelo 5D 
Abdelmohsen et al. (2011)  Edifício do Tribunal Federal 
dos Estados Unidos 
Automatizar a análise 
preliminar do custo do 
projeto 
Jongeling et al. (2005)  Edifício residencial com 25 
pavimento na Suécia 
Verificação do conceito da 
Modelagem 5D 
Kala et al. (2010)  Centro Médico em Oakland  Comparação da velocidade 
de estimativa entre a 
Modelagem 5D e o método 
tradicional 
Panushev & Pollalis (2006)  Edifício “Renzo Piano” da 
Califórnia Academy of 
Sciences em São Francisco, 
USA 
Melhorar o processo de 
comunicação do projeto e 
estabelecer uma base de 
conhecimento para a 
modelagem 
Tanyer & Aouad (2005)  Complexo residencial em 
Manchester, UK 
Desenvolvimento e avaliação 
de um banco de dados único 
baseado no padrão IFC 
Fonte: XIANGYU et al. (2014). 
 
A partir da constatação da falta de estudos aprofundados sobre o 
processo de formatação e extração de dados quantitativos do modelo, este 
trabalho visa retratar melhor este processo, demonstrando como o mesmo é 
realizado e como se pode interliga-lo com as bases de dados de custos para 
gerar outros produtos, como por exemplo um levantamento de custos e um 
orçamento. O processo levantado é uma das formas de se realizar a modelagem 
5D, não sendo a única, mas servindo como guia para o estudo de novos 
processos de modelagem. 
 
1.5 Contextualização do programa 
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil 
(PPGECC) da Universidade Federal do Paraná possui como uma de suas três 
áreas de concentração a chamadad “Ambiente Construído e Gestão”. 
22 
 
 
Dentro desta área, há a linha de pesquisa “Gestão da Construção Civil”, 
que lista como foco o desenvolvimento de conceitos, metodologias e ferramentas 
de apoio ao processo de desenvolvimento do projeto de edificações e a 
sistemática de organização e previsão eficientes das etapas de atividades da 
construção civil, envolvendo viabilidade, custos, racionalização e mercado 
(UFPR, 2013). 
No âmbito do PPGECC, foram publicadas diversas dissertações a 
respeito da utilização do BIM. Dentre os trabalhos realizados no PPGECC dentro 
dessa temática, destacam-sealguns estudos relevantes como os de Ayres Filho 
(2009), Müller (2010), Witicovski (2011), Carvalho (2012) e o de Antunes (2014). 
Ayres Filho (2009) fez uma análise sobre as diversas formas de acessar 
os dados de modelos de edifícios, utilizando um formato proprietário (Archicad – 
PLN) e um neutro (IFC). O pesquisador desenvolveu também pequenos 
aplicativos para demonstrar a acessibilidade, facilidade e disponibilidade de 
ferramentas para as formas de acesso. 
Müller (2010) realizou um estudo da interoperabilidade entre sistemas 
Computer Aided Design (CAD) de projeto estrutural de estruturas de concreto 
armado e sistemas Building Information Modeling (BIM). 
Witicovski (2011) realizou um estudo de casos múltiplos com seis 
empreendimentos – quatro deles utilizando o processo BIM –, em dois ciclos de 
pesquisa. Os resultados permitiram entender mais claramente a importância da 
qualidade das informações contidas em projetos e a sua relação com a gestão 
do empreendimento durante o seu ciclo de vida. 
No ano seguinte, Carvalho (2012) fez a investigação dos resultados 
obtidos pela exportação e importação com modelos de edifícios elaborados com 
o BIM e utilizando sistemas de projetos de estruturas disponíveis no mercado 
que permitem o uso do IFC como arquivo de comunicação entre os sistemas. 
Antunes (2014), por sua vez, realizou um mapeamento de processos e 
a determinação de requisitos de informação em projetos de estrutura em 
concreto armado utilizando a metodologia IDM. 
23 
 
 
Além desses trabalhos, podem ser citados também alguns artigos 
publicados pelo PPGECC relacionados ao tema estudado, como: 
a. “Uso de BIM pelos profissionais de arquitetura em Curitiba” 
(HILGENBERG et al, 2012); 
b. “Análise do processo de modelagem colaborativa em CAD como 
suporte ao projeto de edifícios em equipe” (SCHEER et al., 2009); 
c. “Metacompilação de classes para acesso a modelos IFC e 
sugestões para criação de classes para acesso em alto nível” 
(AYRES FILHO e SCHEER, 2009); 
d. “A utilização do BIM em projetos de construção civil” (SANTOS et al., 
2009); 
e. “Compatibilização de projetos ou engenharia simultânea: qual é a 
melhor solução?” (MIKALDO et al., 2008). 
 
1.6 Definição da estratégia do método de pesquisa 
O método pesquisa utilizado nesta dissertação é o estudo de casos 
múltiplos, uma estratégia para realizar uma pesquisa que envolve uma 
investigação empírica de um fenômeno particular contemporâneo usando 
múltiplos recursos para evidenciá-lo (ROBSON, 2002). Segundo Yin (2001), a 
estratégia de pesquisa do estudo de caso deve ser escolhida para tratar de 
acontecimentos contemporâneos nos quais não se pode manipular 
comportamentos relevantes. 
Bonoma (1985) apud Albertin (2009) argumenta que o estudo de caso 
se aplica de forma muito adequada para pesquisas sobre situações em que o 
fenômeno estudado é abrangente, complexo, e deve ser estudado dentro do 
contexto. O estudo de caso é muito útil nas pesquisas que têm como objetivo 
contextualizar e aprofundar o estudo de certo tema. 
Robson (2002) afirma que o estudo de caso requer um conhecimento 
intenso sobre um assunto e tem como característica a seleção para estudo de 
24 
 
 
um determinado caso (ou um número pequeno de casos relacionados) de uma 
situação individual. 
Para reforçar os procedimentos de Modelagem 5D foram estudados três 
casos específicos. De acordo com Yin (2005), os estudos de casos múltiplos 
possuem vantagens e desvantagens distintas em comparação aos estudos de 
caso único. A utilização de casos múltiplos deve seguir uma lógica de replicação, 
e não de amostragem, de modo que os casos devem funcionar de maneira 
semelhante aos experimentos múltiplos, ou seja, apresentando resultados 
similares ou contraditórios previstos explicitamente no princípio da investigação. 
Pode-se afirmar, em suma, que a justificativa para casos múltiplos deriva 
diretamente de seu entendimento de repetições literal e teórica (YIN, 2005). 
 
1.7 Unidade de análise 
Foram adotados como casos para estudo três empreendimentos de 
construção civil cujos projetos utilizaram a modelagem 5D, mas cujos nomes não 
serão divulgados por motivo de sigilo requerido pelos seus responsáveis. Para 
que nenhuma informação importante seja omitida para a análise dos casos, no 
entanto, esses foram identificados como: 
a. Um empreendimento com duas casas destinadas à habitação social 
(Caso “A”); 
b. Uma casa com dois pavimentos de médio padrão (Caso “B”); 
c. Um empreendimento com duas casas destinadas à habitação social 
(Caso “C”). 
 
1.8 Delimitação do trabalho 
Neste projeto foram estudados somente os empreendimentos indicados 
na unidade de análise e com foco no levantamento de custos pela modelagem 
5D. Não foram aprofundados estudos sobre a modelagem, o planejamento, o 
25 
 
 
formato de contratação, a interoperabilidade do sistema e a execução do 
empreendimento. 
Neste trabalho todos os dados financeiros são custos. Em nenhum 
momento foi trabalhado com preço de venda, e tampouco foram considerados 
os custos indiretos e impostos, itens necessários para a composição do 
Benefícios e Despesas Indiretas (BDI). 
O trabalho foi realizado utilizando modelos desenvolvidos no período de 
2011 a 2014. 
 
1.9 Protocolo de Coleta de Dados 
O formato da coleta de dados seguiu os passos ilustrados na Figura 2. 
Foi realizada uma entrevista com os autores dos casos “A” e “B”. Após essa 
entrevista, todos os materiais dos casos foram liberados pelos autores, 
permitindo o início do estudo sobre o desenvolvimento dos processos de 
modelagem 3D, 4D e 5D. Cronologicamente o caso “A” foi modelado em Janeiro 
de 2013, o caso “B” foi modelado em Junho 2013 e o caso “C” onde o autor deste 
trabalho fez a observação direta do processo de modelagem 5D foi realizado em 
Novembro de 2013. 
Todo o material foi disponibilizado apresentando uma cláusula de sigilo 
sobre os proprietários dos modelos, e seu conteúdo disponibilizado 
exclusivamente para o uso acadêmico. 
26 
 
 
 Figura 2: Protocolo de Coleta de Dados 
Fonte: O Autor (2014). 
1.10 Estrutura do Trabalho 
Para atingir o objetivo principal da dissertação, esta foi dividida em três 
partes. A parte inicial consiste na contextualização do problema, no objetivo 
principal, na apresentação da metodologia de pesquisa e na revisão bibliográfica 
dos assuntos abordados nesta dissertação. Esta parte compreende: 
Capítulo 1: Introdução, problemas, objetivos, pressupostos, 
delimitações e metodologia de pesquisa. Nesta fase são apresentadas a 
fundamentação e a motivação para o desenvolvimento da pesquisa. 
Capítulo 2: Referencial Teórico Conceitual dos assuntos abordados na 
dissertação. Foi realizada uma revisão bibliográfica para apresentar aos leitores 
um embasamento teórico de todos os assuntos abordados nesta dissertação. 
Na segunda parte são apresentados os casos estudados, com o estudo 
sobre o processo de levantamento de custos em um ambiente BIM, coleta dos 
resultados deste levantamento e análise dos dados coletados. Esta, por sua vez, 
abrange: 
Capítulo 3: O desenvolvimento de estudo de casos múltiplos. Neste 
capítulo foram estudados três casos que utilizaram a modelagem 5D para a 
27 
 
 
geração de um orçamento analítico e uma simulação do fluxo de caixa do 
empreendimento. 
Na parte final são apresentados estudos complementares, conclusões e 
recomendações para novos estudos, com os respectivos capítulos: 
Capítulo 4: Inclusão de estudos adicionais. Foram apresentadas duas 
análises geradas a partir dos dados levantados na modelagem 5D: a análise 
ABC e o Estudo de Valor Agregado (EVA). 
Capítulo 5: Conclusões e recomendações para novos estudos. Este 
último capítulo serviu para concluir as atividades desenvolvidas no trabalho e 
fornecer embasamentosteóricos para futuros estudos. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITUAL 
O referencial conceitual tem como objetivo servir de embasamento 
teórico dos assuntos que serão trabalhados nesta dissertação. Estes assuntos 
serão aprofundados visando subsídios para demonstrar a eficiência da utilização 
do BIM no levantamento de custos dos casos selecionados para esta 
dissertação. 
 
2.1 Gerenciamento de Projetos 
Para se iniciar a definição sobre gerenciamento de projetos foi realizada 
uma breve descrição do projeto sob a ótica de pesquisadores que estudam sobre 
o assunto. 
O conceito de “projeto” pode ser definido como: um empreendimento não 
repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, 
meio e fim, destinados a atingir um objetivo claro e definido, e que serão 
conduzidos por pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, 
recursos envolvidos e qualidade (VARGAS, 2005). De acordo com o Guia 
PMBOK® (2013), o “projeto é um esforço temporário empreendido para criar um 
produto, serviço ou resultado exclusivo”. 
28 
 
 
Zegarra et al. (1999) cita que na indústria da construção civil, cada 
empreendimento possui características próprias, o que lhes confere grau de 
unidades. Classificam-se assim, como projetos, os modelos desenvolvidos 
segundo os preceitos da tecnologia BIM. 
A definição de projeto dada por Limmer (1997) descreve-o como um 
empreendimento singular, com um ou mais objetivos bem definidos, a serem 
materializados segundo um plano preestabelecido e dentro de condições de 
prazo, custo, qualidade e risco previamente definidas. 
Para Heldman (2006) um projeto é um empreendimento temporário, com 
datas de início e término definidas, que tem por finalidade criar um produto ou 
serviço único, e que está concluído quando suas metas e objetivos forem 
alcançados e aprovados pelos stakeholders1. 
Segundo Valeriano (2005), o projeto tem uma missão, um ambiente, um 
objetivo, uma estrutura, regras de funcionamento e recursos. Também pode ser 
definido como uma organização transitória, que tem por objetivo um produto 
singular. Projeto é uma habilidade intelectual humana que opera por meio da 
criatividade, das técnicas e dos conhecimentos na busca de soluções para 
problemas e desafios (FABRICIO, 2002). 
O gerenciamento de projetos teve um grande impulso durante a 
revolução industrial, a qual promoveu uma profunda alteração na estrutura 
econômica do mundo ocidental. A partir deste momento as organizações 
focaram seus esforços na melhoria do processo de gestão do negócio, o que 
provocou a necessidade de sistematizar e padronizar a forma de administrar 
estas organizações, dando início ao desenvolvimento do sistema de 
administração de gerenciamento de projetos. 
No processo de gerenciamento de projeto é importante que todos os 
colaboradores tenham acesso às informações a respeito de solicitação de 
alteração, aprovação, status do projeto, etapas de trabalho, processo de 
elaboração de projetos indicando o fluxo das atividades e responsáveis, 
 
1 Stakeholders: parte interessada 
29 
 
 
cronogramas, escopo, prazos, custos, qualidade, recursos humanos, metas e 
riscos (QUINTÃO, 2003). 
O Guia PMBOK® foi desenvolvido pela Standards Committee do Project 
Management Institute - PMI® e procura utilizar os principais elementos a serem 
utilizados em um projeto. Este guia tem a finalidade da padronização dos 
processos, com a identificação dos processos, áreas de conhecimento, técnicas 
e regras. A sua primeira edição foi publicada em 1999, como um padrão de 
gerenciamento de projeto pelo ANSI – American National Standards Institute. 
Além do PMI® existem outras organizações especializadas em projetos 
como o International Project Management Association – IPMA (2012) que define 
o projeto como uma operação com restrições de custos e prazos, caracterizadas 
por um conjunto definido de entregas, com base em normas e requisitos de 
qualidade, cujo objetivo é produzir entregas definidas. 
No desenvolvimento deste trabalho considerou-se a modelagem (BIM) 
como um projeto e o levantamento de custos faz parte de um grupo de processos 
da área de conhecimento – Gerenciamento dos custos do projeto. Por este 
motivo, as práticas abordadas no Guia PMBOK® (2008) serviram como um 
referencial teórico para a dissertação. 
 Figura 3: Processos de planejamento, com destaque nos assuntos abordados 
nesta dissertação. 
30 
 
 
Fonte: PMBOK (2008). 
As práticas do Project Management Institute (PMI) foram adotadas pelo 
fato do modelo de gerenciamento ser um dos mais adotados atualmente. De 
acordo com dados extraídos do PMI cerca de 370.000 profissionais são 
certificados com competência e conhecimento em práticas adotadas pelo PMI e 
apresentam em torno de 700.000 membros associados. 
Em 2007 o PMI lançou um guia específico para a indústria da construção 
civil o Construction Extension to the PMBOK® Guide com algumas alterações 
específicas para a indústria da construção civil, onde foram adicionadas e 
modificadas algumas áreas de conhecimento e boas práticas de modo a atender 
as características e especificidade dos projetos da indústria AEC. 
Adiante serão definidos especificamente os assuntos abordados no 
decorrer desta dissertação. Os assuntos descritos serão a Estrutura Analítica do 
Projeto (EAP), gerenciamento de custos, estimar custos, levantamento dos 
quantitativos e orçamento. 
 
2.1.1 Estrutura Analítica do Projeto – EAP 
A estrutura analítica do projeto é uma composição hierárquica orientada 
à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os 
objetivos do projeto e criar as entregas necessárias. Ela possui a finalidade de 
organizar e alinhar as atividades com o objetivo do escopo total do projeto. O 
trabalho é subdividido em partes menores e mais fáceis de serem gerenciadas: 
em cada nível descendente da EAP, representando uma definição mais 
detalhada do trabalho do projeto (PMBOK, 2008). 
Em seu estudo Kerzner (2002) afirma que uma das mais importantes 
atividades no gerenciamento de projetos é o desenvolvimento de uma estrutura 
analítica de projeto. Esta atividade é estruturada de acordo com o trabalho que 
será executado e interfere na maneira que os custos do projeto e os dados serão 
tratados e reportados. Para cada atividade é atribuído um código identificador 
exclusivo para localizar a atividade dentro do escopo do projeto. 
31 
 
 
A EAP não mostra a ordem dos pacotes de trabalho ou quaisquer 
dependências entre eles. Ela tem como objetivo principal mostrar o trabalho 
envolvido em criar o produto. 
Além da criação da EAP, é necessária a elaboração do dicionário da 
EAP, que lista para cada atividade a declaração do trabalho, o responsável pela 
atividade e uma lista de marcos do cronograma. Outras informações adicionais 
podem também ser incluídas, tais como: informações de contrato, requisitos de 
qualidade, referências técnicas para facilitar o desempenho do trabalho, 
recursos necessários e estimativa de custos. Esse dicionário tem a função de 
informar o escopo de cada atividade da estrutura analítica de projeto. 
 
2.2 Gerenciamento de custos 
O gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos em 
estimativa, orçamento e controle de custos, objetivando que o projeto possa ser 
terminado dentro do orçamento aprovado. O PMBOK (2008) diz que o 
gerenciamento de projeto é a aplicação de conhecimento, habilidades, 
ferramentas e técnicas às atividades deste, a fim de atender aos seus requisitos. 
Ainda segundo a mesma fonte, o gerenciamento de custos do projeto envolve 
três processos principais: 
a. Estimar os custos: desenvolvimento de uma estimativa dos custos 
necessários para concluir o projeto; 
b. Determinar o orçamento: agregaros custos estimados de atividades 
individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha base 
de custos; 
c. Controle os custos: controle dos fatores que causam variâncias nos 
custos e controle das mudanças no orçamento do projeto. 
2.2.1 Estimar os custos 
Estimar os custos refere-se ao processo de levantar os custos dos 
recursos necessários para conclusão de um projeto. Nesta fase, consideram-se 
32 
 
 
também as variâncias que podem ocorrer nos custos durante o ciclo de vida do 
mesmo. 
De acordo com os estudos de Khemlani (2006) a estimativa de custos é 
mais complexa do que a simples obtenção de uma lista de materiais e suas 
dimensões. Envolve também a análise da edificação, o agrupamento de objetos 
comuns em conjuntos apropriados para a construção, montagem e configuração 
de variáveis de itens e, em seguida os preços dos objetos. 
Nas fases iniciais das estimativas de custos, segundo o PMBOK (2008), 
a precisão da estimativa pode variar entre -50 a +100% do custo final do projeto, 
enquanto nas fases finais do projeto a precisão varia na faixa de -10 a +15% do 
valor final. As estimativas de custos são refinadas durante o andamento do 
projeto devido aos detalhes adicionais disponíveis. 
Estimativas de custos para projetos de construção, tradicionalmente 
começam com uma quantificação, processo intensivo de registro dos 
componentes de conjuntos de desenhos impressos, ou desenhos CAD 
(Computer-Aided Design). A partir destas quantidades, orçamentistas utilizam 
método de planilhas de custos para produzir uma estimativa de custos do projeto. 
Esse processo, no entanto, está sujeito a erro humano e tende a propagar 
imprecisões. A quantificação é um processo demorado e pode exigir 50% a 80% 
de uma estimativa de custo de tempo em um projeto (SABOL, 2008). 
A estimativa de custos para proposta de projetos de construção civil 
consiste em três grandes processos: classificar todos os produtos da construção 
que constituem uma edificação em itens; levantar quantitativos desses itens e 
processar os custos do projeto. Especificações para a padronização destes 
processos, como o UniFormat e Masterformat, necessitam ser rigorosamente 
cumpridas com a finalidade de desenvolver uma eficaz e rigorosa estimativa de 
custos (MA et al., 2013). Complementando esta afirmação demonstra-se a 
necessidade de um sistema de classificação padronizado com as características 
da indústria AEC nacional. 
A estimativa de custos dentro de um ciclo de vida de um 
empreendimento de engenharia é uma importante ferramenta nos processos de 
tomada de decisões. 
33 
 
 
 
2.2.1.1 Levantamento de quantitativos 
O levantamento de quantitativos é a base de qualquer estimativa de 
custo. Estimar custos requer o conhecimento de cada propriedade de cada 
elemento de construção e como este pode ser quantificado (AZEVEDO, 2009). 
De acordo com Alder (2006) esta é a atividade mais importante em um 
levantamento de custos e é uma atividade que mais demanda recursos e tempo. 
Para efetuar o levantamento de quantitativos, tem-se por base a 
estruturação definida a partir da coleta das quantidades correspondentes a cada 
uma das atividades, obedecendo assim as unidades atribuídas para cada uma 
delas (KNOLSEISEN, 2003). 
Segundo Marchiori (2009), a falta de padronização no levantamento dos 
quantitativos em um projeto pode ser apontada como uma das fontes de 
imprecisão no custo final do orçamento, tal como o desconhecimento sobre a 
relação indispensável entre o coeficiente de consumo da composição de custo e 
o respectivo critério de medição. 
Segundo Alder (2006), o levantamento de custos pode ser realizado 
manualmente ou de modo automatizado dependendo da preferência e das 
ferramentas disponibilizadas à equipe que fez a estimativa de custos. Métodos 
manuais de levantamento de quantitativos incluem a medição e a contagem de 
todos os elementos de uma construção, utilizando escalas e inserindo todos os 
dados em uma planilha. A utilização de planilhas auxilia na organização de uma 
estimativa de custos e demonstra de forma clara e concisa os dados e a maneira 
que os cálculos foram realizados. 
Toenjes (2000) diz que métodos que fazem a estimativa de dados 
automaticamente podem diminuir o tempo e reduzir a possibilidade de erros e 
falhas no processo de estimativa de quantitativos. Uma estimativa de dados 
automatizada permite a compilação, padronização e integração dos dados em 
outros departamentos da empresa. 
34 
 
 
O levantamento de quantitativos do projeto, quando realizado em um 
ambiente BIM, permite uma rápida avaliação sobre o impacto de uma decisão 
do projeto no custo da obra (SANTOS et al., 2009). De acordo com a Autodesk 
Inc. (2005), no modelo BIM são definidos os parâmetros que permitem uma 
extração de quantidade de materiais e qualquer outra informação da construção 
definida no escopo do projeto. 
Schwegler et al. (2001, página 10-11), apresenta um caso em que: 
“A alguns anos atrás a YIT Corporation iniciaram um ambicioso 
programa de pesquisa e desenvolvimento de softwares para a 
estimativa e desenvolvimento do planejamento de obras. A YIT 
concluiu que a transferência de dados entre as fases do projeto 
não possui muitos detalhes, porque as informações contidas nos 
projetos não podem ser modificáveis para a interpretação direta 
em outros programas de computador. Recentemente, a YIT 
converteu todos os seus softwares para se tornarem compatíveis 
com o Industry Foundation Classes (IFC) R 2.0. O grande ganho 
foi fornecer apoio à decisão nas fases preliminares, estimativas 
confiáveis para orçamentação e dados sobre todas as fases do 
ciclo de vida do empreendimento (LAITIEN, 1998). YIT apontou 
como ganhos no processo as seguintes atividades: 
a. Redução de 80% no tempo para a geração de 
uma estimativa de custos (incluindo a análise do 
modelo e a simulação de novas alternativas); 
b. Precisão na estimativa de custos de +/- 3%; 
c. Rápida geração de visualizações do modelo 
incluindo as simulações de novas alternativas e 
a verificação dos seus impactos”. 
 
KHEMLANI (2006) cita em seu artigo que um dos ganhos das empresas 
que utilizam o BIM é a extração e a estimativa de custos de um projeto. Uma das 
grandes vantagens da utilização do BIM para a extração de quantitativos é que 
os atributos dimensionais são extraídos diretamente do modelo, eliminando os 
problemas causados por utilização incorreta da escala no projeto (ALDER, 
2006). 
 
35 
 
 
2.2.2 Orçamento 
Para Limmer (1997), orçamento pode ser definido como a determinação 
dos gastos necessários para a realização de um projeto. A preparação de um 
orçamento é imprescindível para um bom planejamento, pois é com base nele 
que advém o sucesso de qualquer empreendimento de construção predial. O 
orçamento é baseado na previsão de atividades futuras logicamente encadeadas 
e que acarretam custos, geralmente expressos em termos de uma unidade 
monetária padrão, e que se tornam uma previsão de ocorrências monetárias ao 
longo do prazo de execução do projeto. 
Complementando a afirmação anterior, Donk et al. (2004) descrevem o 
orçamento de um empreendimento como uma estimativa ou previsão expressa 
em termos quantitativos físicos ou monetários que visa auxiliar o gerenciamento 
e a tomada de decisões, seja para a empresa como um todo ou apenas para um 
empreendimento. Os quantitativos físicos se referem, por exemplo, a: 
quantidades de materiais de construção, horas trabalhadas de mão de obra e 
horas de equipamentos utilizados. Já os quantitativos monetários referem-se a: 
receitas, despesas, custos, impostos e lucro. 
Para que um orçamento seja realizado, o orçamentista precisa 
considerar todos os detalhes que possam ter impacto em custos durante a 
execução de uma obra de construção civil (LOSSO, 1995). Knolseisen (2003)afirma que o orçamento se inicia com a interpretação minuciosa de todos os 
projetos arquitetônicos, estrutural, fundação, elétrico, hidráulico e todas as 
especificações e memoriais para, em seguida, passar à definição da estrutura 
analítica do projeto. 
Marchiori (2009) destaca as diferentes etapas do projeto e os objetivos 
do orçamento. Nas etapas iniciais, este deverá possibilitar a análise da 
viabilidade do empreendimento. Já nas fases mais próximas da construção é 
necessário conhecer as metas de custo para um determinado período ou para 
um determinado produto de construção. 
Verificando que os orçamentos são realizados antecipadamente às 
obras, deve-se buscar sempre um orçamento mais próximo da realidade, sendo 
36 
 
 
que o ideal de 100% de acerto é inatingível antes da construção (SCHEER, 
2009). O nível de precisão do orçamento está ligado diretamente ao estágio de 
desenvolvimento do projeto: quanto maior o nível de detalhamento maior será a 
precisão do orçamento. 
Segundo Xavier (2008), os atributos ou qualidade de um orçamento 
traduzem a sua capacidade de retratar a realidade de um projeto. Elencar as 
especificações de uma determinada obra ainda na fase de orçamento é o nível 
de precisão que o orçamento deve conter, pois quanto maior e mais apurada for 
a sua elaboração, menor será a sua margem de erro. 
De acordo com o PMBOK (2008) a orçamentação envolve a agregação 
dos custos estimados de atividades do cronograma individuais ou pacotes de 
trabalho para estabelecer uma linha base dos custos totais para a medição do 
desempenho do projeto. 
O orçamento se caracteriza como instrumento de ação, cujo objetivo 
principal é orientar o processo de tomada de decisões econômicas de uma 
empresa (ZDANOWICS, 1984). O principal papel de um orçamento é fornecer 
uma visualização antecipada dos recursos operacionais de um empreendimento 
de construção civil. Para Formoso (1991) o planejamento é um processo 
gerencial para estabelecimento de objetivos e dos meios para atingi-los, sendo 
efetivo somente se acompanhado de um processo de controle das atividades 
executadas. 
De forma simplificada, o orçamento de uma obra é composto pelas 
seguintes informações: levantamento das quantidades de serviços a serem 
executados na obra, consumo unitário, que são produtos de indicadores de 
produtividade da mão de obra e consumo de materiais por unidades de serviço 
e o preço unitário da mão de obra e dos materiais (MARCHIORI, 2009). Esse 
raciocínio, porém, não apresenta um importante variável, os ativos 
organizacionais e fatores ambientais da empresa, as características do 
empreendimento, dos stakeholders e qual o estágio de desenvolvimento do 
projeto o orçamento foi realizado. 
Para a execução de um orçamento são necessários todos os projetos, 
especificações, memoriais descritivos da obra e o planejamento de como será 
37 
 
 
executado o empreendimento. Segundo Knolseisen (2003) a ausência de um 
planejamento é uma das deficiências encontradas no processo de orçamentação 
de um empreendimento, pois é ele que define as etapas e ordena as atividades 
a serem desenvolvidas numa sequência lógica, procurando atingir o controle da 
qualidade, do desperdício e da velocidade nos canteiros de obra. 
Um dos maiores problemas na execução de um orçamento é a 
visualização incorreta das informações contidas no projeto. Uma vez que um 
projeto é representado em uma série de desenhos, o conteúdo desses 
documentos pode não ser claro para todos os que o utilizam. Se não estiverem 
totalmente visualizados, compreendidos e comunicados, podem não ser 
corretamente representados no orçamento, criando, assim, problemas durante a 
construção (KYMMEL, 2008). 
De acordo com Andrade (1996) existem muitos tipos de orçamento de 
produto utilizados na construção civil. Os orçamentos mais utilizados são os 
seguintes: 
a. Convencional: feito a partir de composições de custos, dividindo os 
serviços em partes e orçando por unidade de serviço; 
b. Executivo: preocupa-se com todos os detalhes de como a obra será 
executada, modelando os custos de acordo com a forma que eles 
ocorrem na obra ao longo do tempo; 
c. Paramétrico: é um orçamento aproximado, utilizado em estudos de 
viabilidade ou consultas rápidas de clientes. Está baseado na 
determinação de constantes de consumo dos insumos por unidades 
de serviço. 
Ao se adaptar o estudo de Ávila et al. (2003) com a classificação 
desenvolvida por Andrade (1996) é possível verificar o nível de precisão de cada 
tipo de orçamento. Conforme descrito na Tabela 3. 
Tabela 3: Comparativo das relações do projeto e orçamento 
Orçamento  Margem de erro  Elementos técnicos necessários 
Paramétrico  20% a 15% 
Anteprojeto ou projeto indicativo 
Preços unitários de serviços de referências 
Especificações genéricas 
38 
 
 
Índices físicos e financeiros de obras semelhantes 
Convencional  15% a 5% 
Projeto executivo 
Projetos complementares 
Especificações dos serviços e materiais 
Preços de insumos de acordo com a escala de serviços 
Executivo  5% a 1% 
Todos os elementos necessários ao orçamento detalhado 
mais o planejamento da obra 
* o erro diminui conforme o nível de detalhamento dos elementos técnicos 
Fonte: Adaptado pelo autor (AVILA et al., 2003) 
 
Os projetos de construção exigem estimativas precisas para cada etapa 
do processo. Comparando o orçamento executivo e o orçamento convencional 
a diferença está na utilização do planejamento para a definição dos custos. Ao 
se executar um orçamento executivo, parte-se de uma programação prévia, 
analisando todo o processo construtivo para se chegar a uma estimativa de custo 
detalhada. Nesta última abordagem, apenas o custo dos materiais é proporcional 
à quantidade produzida, enquanto os custos de mão de obra e equipamentos 
são proporcionais ao tempo (GELDERMAN et al., 2005). 
A aplicação do BIM no projeto colaborativo pode contribuir tanto para 
aprimorar o processo de obtenção das quantificações dos elementos 
desenhados a partir da modelagem 4D, com o levantamento de custos e prazos 
para a execução (FLORIO, 2007). 
Somente após a conclusão do orçamento pode-se determinar a 
viabilidade técnica-econômica do empreendimento, o cronograma físico-
financeiro da obra, o cronograma detalhado do empreendimento e os relatórios 
para acompanhamento físico-financeiro (COELHO et al., 2008). 
2.2.3 Controle dos custos 
Monitorar os gastos dos recursos financeiros sem considerar o valor do 
trabalho sendo realizado para tais gastos tem pequeno valor para o projeto, a 
não ser permitir que a equipe fique dentro dos limites dos recursos financeiros 
autorizados. Muito do esforço desprendido no controle de custos envolve a 
39 
 
 
análise da relação entre o consumo dos fundos do projeto e o trabalho físico 
realizado para tais gastos (PMBOK, 2008). 
Limmer (1997) afirma que para que os objetivos propostos sejam 
atingidos dentro dos padrões preestabelecidos, é necessário que sejam 
definidos parâmetros a serem controlados. A principal função do controle dos 
projetos é a detecção dos desvios, a fim de garantir que os parâmetros definidos 
nas fases iniciais do projeto sejam cumpridos. 
Os projetos de construção, em geral, são compostos por várias 
atividades e insumos a serem controladas simultaneamente. Todos os projetos 
necessitam de um processo de gerenciamento de custos para que o orçamento 
previsto inicialmente seja superado pelos custos decorrentes da execução do 
empreendimento. Os processos de controle dos custos que serão estudados o 
método da análise ABC e a análise do Estudo do Valor Agregado (EVA). 
 
 Análise ABC 
A análise ABC é um estudo baseado na classificação das atividades, 
materiais e mão de obra, dos itens mais representativos para os menos 
representativos. Proposto por Robin Cooper e RobertKaplan na década de 80, 
o custeio baseado em atividades é um sistema que provê aos gestores de custos 
importantes informações estratégicas para a tomada de decisões. Este estudo 
(KAPLAN e COOPER, 1998) é descrito no livro “Custo e desempenho: 
administre seus custos para ser mais competitivo”. Esta análise difere dos 
demais sistemas de custeio por organizar as informações por atividades e não 
por volume de produtos. Devido à facilidade, a praticidade e a eficiência deste 
estudo, este foi aplicado em outras atividades, dentre elas uma ferramenta 
melhorar o processo de controle dos custos. 
Nakagawa (2001), por exemplo, vê o custeio baseado em atividades 
como uma metodologia criada para facilitar a análise estratégica de custos 
relacionados às atividades que mais consomem recursos de um 
empreendimento. 
40 
 
 
De acordo com Pereira (2013), a análise ABC fornece uma visão dos 
processos que envolvem a execução do empreendimento e os custos são 
determinados a partir dos fatores que os provocam, ou seja, os direcionadores 
de custos. E se trata de uma forma sistemática de acompanhar os negócios a 
fim de sustentar o crescimento e manter a rentabilidade e otimizar a utilização 
dos recursos. 
 
 
 
 
Carvalho (2002) propõe uma classificação dos serviços e insumos 
dividida nas seguintes classes: 
Tabela 4: Classes da análise ABC 
Classe Importância 
Quantidade 
dos 
insumos ou 
serviços 
Valor dos 
insumos ou 
serviços 
Planejamento de 
respostas ao risco 
A Maior importância 20% 65% Evitar ou mitigar 
B Importância intermediária 30% 25% Mitigar ou transferir 
C Menor importância 50% 10% Transferir ou aceitar 
 
Total 100% 100% 
Fonte: adaptado pelo autor (2014), Carvalho (2002). 
Os itens da classe A abrangem os itens mais importantes e que 
merecem um grau de controle especial por parte da equipe do gerenciamento de 
obras, enquanto os itens da classe C apresentam menor impacto sobre o 
sucesso do projeto, onde os riscos podem ser transferidos ou aceitos. Os itens 
da classe B, por fim, apresentam uma classificação de impactos intermediários 
e seus riscos devem ser mitigados ou transferidos. Sendo assim, a análise ABC 
41 
 
 
permite concluir quais os itens devem ser controlados e o respectivo grau de 
controle sobre os mesmos a fim de evitar superação dos custos estimados para 
o projeto. 
Simões e Ribeiro (2007) citam em seu trabalho que uma forma prática e 
eficiente de visualizar a análise ABC é plotar os dados obtidos em uma curva 
onde o eixo “x” corresponde aos itens e o eixo “y” ao custo acumulado destes 
itens. 
O termo utilizado na prática do gerenciamento de projetos para 
denominar a classificação ABC é Diagrama de Pareto. Como o termo mais 
utilizado na indústria AEC é a análise ABC, esta será a denominação utilizada 
nesta dissertação. Os subprodutos analisados serão a classificação ABC e a 
curva ABC. 
 
 Figura 4: Curva ABC 
Fonte: O autor (2014) 
 
 
42 
 
 
 Estudo do Valor Agregado (EVA) 
Abba (1997) em seu estudo buscou a origem da aplicação do estudo do 
valor agregado e encontrou os primeiros indícios dentro do Departamento de 
Defesa Estadunidenses, datados da década de 1960. Esse sistema é por eles 
utilizado até hoje para o controle dos projetos de defesa, visto que estes 
apresentam grande orçamento e um rígido controle dos prazos de entrega. 
O PMBOK (2008) descreve que o estudo de valor agregado é um método 
utilizado para medição de desempenho que integra várias medidas, entre elas o 
escopo, custos e cronograma, com a finalidade de auxiliar os stakeholders 
avaliar e medir o desempenho e o progresso do projeto. 
De acordo com Vargas (2005) o conceito de valor agregado requer que 
medidas de despesa-desempenho sejam estabelecidas dentro de um 
cronograma físico do projeto, dando maior precisão ao controle do que apenas 
a controles financeiros e de prazos isolados. 
Para explicar melhor o método é importante a descrição de alguns 
termos: 
Valor Planejado (VP): É o valor inicialmente orçado e aprovado para a 
execução do projeto; 
Valor Agregado (VA): É o valor do trabalho autorizado e concluído de 
acordo com os valores planejados para a atividade. O valor agregado é medido 
através da verificação da porcentagem do serviço executado e do valor orçado 
para a conclusão da atividade; 
Custo Real (CR): É o valor gasto para concluir a atividade planejada. No 
custo real devem ser contemplados os custos diretos e os custos indiretos do 
empreendimento. 
O projeto deverá ser controlado com a utilização dos dados coletados do 
projeto. O produto desta análise é o surgimento de alguns indicadores para a 
verificação do andamento do projeto, tais como: 
Variação de prazo (Vp): Este indicador verifica o andamento do projeto 
em relação à linha de base do tempo. É obtido através da seguinte fórmula: 
43 
 
 
ܸ݌ ൌ ܸܣ െ ܸܲ (Equação 1) 
Onde: Vp = Variação de Prazo; 
 VA = Valor Agregado em uma determinada data do projeto; 
 VP = Valor Planejado em uma determinada data do projeto. 
 
Esta variação pode ser obtida graficamente observando a diferença 
entre a linha de base do projeto e a curva do valor agregado. 
 
 Figura 5: Gráfico EVA 
Fonte: Gerenciamentoestrategico2 (2015) 
 
Variação de custos (Vc): Mostra a relação entre o desempenho físico e 
o custo real. Esta variação é determinada pela seguinte fórmula: 
ܸܿ ൌ ܸܣ െ ܥܴ (Equação 2) 
Onde: Vc = Variação de custos; 
 
2 Figura extraída do Site: < https://gerenciamentoestrategico.wordpress.com/tag/valor-
agregado/>. Acesso em: 26/02/2015. 
44 
 
 
 VA = Valor Agregado do projeto em uma determinada data; 
 CR = Custo Real do projeto em uma determinada data. 
 
É possível verificar graficamente ao observar a diferença entre a curva 
do valor agregado e a curva do custo real do projeto. 
Variação do tempo (Vt) é a diferença, na escala de tempo, entre o custo 
previsto planejado com as atividades que foram executadas (valor agregado). É 
graficamente obtido verificando quando um projeto atinge determinado custo, 
observa-se então a diferença na escala de tempo entre a linha de base do projeto 
e a curva do valor agregado. 
A partir destes estudos podem ser obtidos índices de desempenho do 
projeto e é possível fazer uma previsão dos prazos e custos finais do projeto. 
O Índice de Desempenho de Prazo (IDP) é o indicador que mostra a taxa 
de conversão do valor previsto em valor agregado. Este índice pode ser 
determinado pela seguinte fórmula: 
 
ܫܦܲ ൌ ௏஺௏௉ (Equação 3) 
 
Onde: IDP = Índice de Desempenho de Prazo; 
 VA = Valor Agregado em uma determinada data; 
 VP = Valor Planejado em uma determinada data. 
 
Índice de Desempenho de Custos (IDC) demonstra qual a conversão 
entre o custo real e o valor agregado do projeto. Este índice é determinado pela 
seguinte equação: 
ܫܦܥ ൌ 	 ௏஺஼ோ (Equação 4) 
Onde: IDC = Índice de Desempenho de Custo; 
45 
 
 
 VA = Valor Agregado em uma determinada data; 
 CR = Custo Real em uma determinada data. 
 
 
 
 
 
 
Na Tabela 5 ilustrada como os índices deverão ser interpretados. 
Tabela 5: Resultados dos Índices de desempenho 
Resultado dos 
Índices 
Índice de 
Desempenho de 
Prazo (IDP) 
Índice de 
Desempenho de 
Custos (IDC) 
Resultado para 
o andamento do 
projeto 
> 1 
O projeto avança 
mais que o 
planejado 
Agrega mais valor 
do que gera custos Excelente 
= 1 
O projeto avança 
conforme foi 
planejado 
Agrega valor igual 
ao custo gerado Bom 
< 1 
O projeto avança 
menos do que foi 
planejado 
Agrega menos 
valor do que gera 
custos 
Ruim 
Fonte: O autor (2014). 
O forecasting dos prazos e custos finais do projeto pode ser determinado 
utilizando os índices

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