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Acredita-se que com o crescimento na utilização dos programas e suas possibilidades haverá aumento do uso desse padrão no Brasil. TROCA DE INFORMAÇÕES DE PROJETO 3,70% 14,81% 25,93% 3,70% 44,44% 0,00% 7,41% 0% 10% 20% 30% 40% 50% Outros Arquivos DWF Arquivos PDF Arquivos DXF Arquivos DWG Arquivos IFC Arquivos proprietários (.rvt, .pln, .mcd, .dgn) Figura 17. Formatos utilizados na troca de informações de projeto 81 4.3.4 Vantagens do BIM As principais vantagens reconhecidas na tecnologia BIM dizem respeito à diminuição de erros de desenho (14,29%), facilidade nas modificações de projeto (14,29%) e visualização 3D facilitada (14,29%). Tais aspectos vão ao encontro de algumas das motivações mais citadas pelas empresas pesquisadas que decidiram implantar a tecnologia (ver Por que buscou a tecnologia). Com o BIM os erros de desenho diminuem uma vez que a parametrização de objetos permite a correção automática de cortes e vistas. Além disso, não há preocupação com numeração de desenhos e pranchas, espessura de linhas e tamanho de textos. A visualização 3D permite trabalhar com uma representação do edifício bem próxima da realidade, possibilitando ao arquiteto experimentar inúmeras soluções de projeto. No CAD o projeto feito em 2D dificultava a visualização do resultado final. Do mesmo modo, essa facilidade na geração de um modelo 3D permite um melhor entendimento do projeto pelo cliente. VANTAGENS DO BIM 1,19% 4,76% 9,52% 9,52% 14,28% 14,28% 10,71% 10,71% 14,29% 0,00% 10,71% 0,0% 2,5% 5,0% 7,5% 10,0% 12,5% 15,0% Outras Geração de mais detalhes e informações de projeto Maior agilidade de desenho que softwares tradicionais Facilidade na passagem para nova etapa de projeto Diminuição de erros de desenho Facilidade nas modificações de projeto Maior foco no projeto e menor preocupação nas formas de representação gráfica. Geração automática de quantitativos Visualização 3D facilitada Melhora na troca de informações entre projetistas Possibilidade de simulações Figura 18. Vantagens do BIM 82 Outra vantagem indicada pelos entrevistados diz respeito ao maior foco no projeto e menor preocupação com as formas de representação gráfica (10,71%). Contier destaca que os softwares BIM permitem um retorno ao ato de projetar de modo pleno. Segundo o arquiteto, o CAD é uma ferramenta que apresenta abstração, com inúmeros comandos, funcionando de forma artificial a partir de representações em 2D. O BIM oferece a oportunidade de modelar o espaço e trabalhar com objetos, definindo composição de paredes, portas e outros elementos, sem abstração. Permite pré-construir virtualmente e testar o edifício. Assim, torna-se mais fácil de trabalhar que o CAD, pois oferece elementos que qualquer arquiteto conhece. Nos programas BIM, não há preocupação com tamanhos de textos e escalas e, cotas e áreas são geradas de forma automática. Isso permite ao arquiteto concentrar-se no ato de projetar, tornando o desenho apenas uma conseqüência desse processo. Outra resposta bastante citada foi a geração automática de quantitativos (10,71%). Em geral as construtoras contratam um profissional para realizar levantamentos de quantitativos que serão utilizados na composição de orçamentos. Essas quantificações demandam tempo e podem apresentar muitos erros. A geração automática desses dados pelo software BIM, permite que tais informações sejam emitidas pelo próprio escritório de arquitetura juntamente com a entrega do projeto, tornando-se um serviço a mais que pode ser oferecido ao cliente agregando valor aos produtos gerados pelo escritório. Não houve citação com relação à melhoria na troca de informações entre projetistas uma vez que não está ocorrendo uso do BIM pelos demais projetistas de complementares. Observa-se que apesar dos escritórios desenvolverem o projeto de arquitetura em modelo BIM, o arquivo acaba sendo repassado para os projetistas de complementares em DWG, perdendo inúmeras informações e todo o potencial do BIM na parametrização de dados. Ao mesmo tempo torna-se difícil incorporar as informações dos projetistas repassadas em DWG ao modelo BIM. Desta forma, percebe-se que não está ocorrendo a criação plena do modelo, que fica restrito às informações de arquitetura. 83 4.3.5 Dificuldades do BIM A principal dificuldade indicada pelos entrevistados está relacionada ao custo elevado do software (25%). Cabe ressaltar que, geralmente, é preciso adquirir uma licença do software para cada máquina. Outra questão bastante citada diz respeito ao tempo necessário para treinamento de pessoal (18,75%) (ver Por que não implantou). DIFICULDADES DO BIM 9,38% 0,00% 25,00% 9,38% 9,38% 15,63% 18,75% 12,50% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Outras Incompatibilidade com exigências do cliente Custo elevado do software Não adaptado aos padrões brasileiros de construção Falta de compatibilidade com outros programas Tamanho dos arquivos gerados Tempo necessário para treinamento de pessoal Dificuldades no próprio software Figura 19. Dificuldades do BIM O tamanho dos arquivos gerados (15,63%) foi outra dificuldade apontada. Ao utilizar informação demais no projeto o arquivo realmente fica muito pesado3 Os projetistas precisam avaliar o nível de detalhe a ser apresentado e suprir as informações desnecessárias. O item dificuldades no próprio software (12,50%) diz respeito à trabalhabilidade do programa. Há certa preocupação de alguns escritórios, 3 Apesar dos arquivos gerados em BIM terem um tamanho razoável, cabe ressaltar que eles centralizam uma série de informações que estariam segregadas em inúmeros arquivos CAD cuja soma de tamanhos certamente ultrapassaria o tamanho do arquivo BIM. 84 acostumados a trabalhar com desenho de forma quase artesanal, com relação ao pouco controle sobre o desenho oferecido pelos softwares BIM. Outro fator identificado foi a falta de compatibilidade com outros programas (9,38%). As empresas afirmaram que há uma imensa dificuldade na troca de arquivo entre os diversos programas e até mesmo na conversão do arquivo BIM para DWG. Além disso, alguns usuários reclamaram de dificuldades que muitas vezes ocorrem nas trocas de arquivo entre diferentes versões do mesmo software (Outras 9,38%). Algumas empresas apontaram como desvantagem a falta de adaptação dos softwares aos padrões construtivos nacionais (9,38%). Acreditava-se inicialmente que este seria um dos grandes problemas identificados pelos escritórios na tecnologia BIM. No entanto, a pesquisa demonstrou que as empresas não apresentam grande preocupação com esse ponto. Quanto à disponibilidade de componentes, Contier afirma que muitas vezes não há necessidade de possuir uma biblioteca muito grande de famílias, já que no dia-dia do escritório utiliza-se um número reduzido delas. Além disso, como a maior parte dos projetos trabalha com o mesmo padrão, uma vez criado um modelo ele acaba sendo replicado em inúmeras situações. O arquiteto acredita que os escritórios não reclamam da falta de famílias porque alguns modelos em 3D são semelhantes as peças utilizadas aqui no Brasil, e para representação em planta, pode-se usar os blocos 2D do CAD. 4.3.6 Mudanças identificadas 4.3.6.1 Equipe de Projeto A maioria da empresas afirma que não houve alteração na equipe de projeto com a utilização do BIM (66,67%). Apenas 25% dos escritórios apontaram que houve redução na equipe para a mesma carga de projeto (figura 20). 85 EQUIPE DE PROJETO 66,67% 0,00% 25,00% 8,33% 0,00% 0% 25% 50% 75% Não houve alteração Foi ampliada para mesma carga de projeto Foi reduzida para mesma carga