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Uso do BIM em Empresas de Projeto de Arquitetura

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LIVIA LAUBMEYER ALVES DE SOUZA 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DO USO DO BIM EM EMPRESAS DE PROJETO DE 
ARQUITETURA 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Federal Fluminense, como 
requisito parcial para a obtenção do Grau 
de Mestre em Engenharia Civil. Área de 
Concentração: Tecnologia da Construção 
 
 
 
Orientador: Prof. Sérgio Roberto Leusin de Amorim D.Sc. 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2009
 
 
 
 
 
Livros Grátis 
 
http://www.livrosgratis.com.br 
 
Milhares de livros grátis para download. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVIA LAUBMEYER ALVES DE SOUZA 
 
 
 
 
S XXX Souza, Livia Laubmeyer Alves de 
 
Diagnóstico do uso do BIM em empresas de projeto de 
arquitetura./ Lívia Laubmeyer Alves de Souza. – Niterói: [s./n.], 
2009. 
XXX f. : il., 30 cm. 
Orientador: Profo. Sergio Roberto Leusin de Amorim. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade 
Federal Fluminense, 2009. 
1. . 2. – Teses. I. Título. 
 
 
CDD XXX.XXXX 
LIVIA LAUBMEYER ALVES DE SOUZA 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DO USO DO BIM EM EMPRESAS DE PROJETO DE 
ARQUITETURA 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Federal Fluminense, como 
requisito parcial para a obtenção do Grau 
de Mestre em Engenharia Civil. Área de 
Concentração: Tecnologia da Construção 
 
Aprovada em 4 de junho de 2009 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________________________ 
Prof. Sérgio Roberto Leusin de Amorim – Orientador 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Carlos Alberto Pereira Soares, D.Sc. 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Márcio Minto Fabrício, D.Sc. 
Universidade de São Paulo 
 
Niterói 
2009
AGRADECIMENTOS 
Ao professor Sergio Leusin pelo suporte e 
orientação. 
Ao amigo Marcelo Moraes e aos demais 
colegas do grupo Nitcon. 
As empresas Acrópole Arquitetura, ARQ & 
URB Projetos, Contexto Arquitetura, 
Contier Arquitetura, Fernanda Salles 
Arquitetura, Gui Mattos Arquitetura, Índio 
da Costa Arquitetura, Michelutti Vassimon 
Arquitetura, NitArq Arquitetura e 
Construção, Paulo Baruki Arquitetura, 
Sérgio Gattás Arquitetos Associados, 
SPBR Arquitetos, VIA 6B Estúdio de 
Arquitetura e Design, e a Alex Justi, 
agradeço a atenção despendida e imensa 
contribuição, sem as quais essa pesquisa 
não seria possível. 
A Capes pelo apoio financeiro concedido. 
Ao IAB-RJ por ceder espaço para o 
debate e divulgação desse trabalho. 
Ao amigo Luís Cláudio Medeiros e demais 
colegas pelo grande apoio. 
Aos verdadeiros amigos pelo estímulo, 
motivação e compreensão pela minha 
ausência. 
Aos meus pais pelo apoio e força 
constantes. 
SUMÁRIO 
RESUMO.....................................................................................................................9 
ABSTRACT...............................................................................................................10 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 
1.1 APRESENTAÇÃO...............................................................................................11 
1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................14 
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................16 
1.3.1 Objetivo principal ...........................................................................................16 
1.3.2 Objetivos específicos.....................................................................................16 
1.4 METODOLOGIA..................................................................................................17 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................................19 
2 PROCESSO DE PROJETO E TI ...........................................................................21 
2.1 PROCESSO DE PROJETO ................................................................................21 
2.1.1 Definição de projeto .......................................................................................21 
2.1.2 Importância do projeto para a edificação.....................................................25 
2.1.3 Etapas do processo de projeto .....................................................................26 
2.1.4 O processo de projeto do empreendimento ................................................27 
2.1.4.1 Agentes do processo de projeto do empreendimento ...................................28 
2.1.4.2 A relação Projeto-produção...........................................................................32 
2.1.5 Empresas de Projeto......................................................................................34 
2.1.6 Processo de projeto e mudanças relacionadas à gestão...........................35 
2.2 ENGENHARIA SIMULTÂNEA.............................................................................36 
2.2.1 Definição de Engenharia Simultânea............................................................36 
2.2.2 ES na construção de edifícios ......................................................................38 
2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO......................................................................41 
2.3.1 Definição de TI................................................................................................41 
2.3.2 TI e indústria da construção civil..................................................................42 
2.3.3 Contribuições da TI ao processo de projeto................................................45 
3 BUILDING INFORMATION MODELING................................................................49 
3.1 ORIGENS DO BIM ..............................................................................................49 
3.2 DEFINIÇÃO DE BIM............................................................................................51 
3.3 CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS BIM........................................................52 
3.3.1 Modelagem paramétrica e visualizações múltiplas.....................................53 
3.3.2 Abordagem de todo ciclo de vida da edificação .........................................55 
3.3.3. Ambiente de projeto colaborativo e interoperabilidade.............................56 
3.4 BENEFÍCIOS DO BIM.........................................................................................58 
3.5 DIFICULDADES E DESAFIOS............................................................................59 
 5 
3.6 PERSPECTIVAS PARA O BIM...........................................................................62 
3.7 ESTUDOS DE CASO PESQUISADOS...............................................................64 
3.7.1 Scheer et al., 2007 ..........................................................................................64 
3.7.2 Campbell, 2007 ...............................................................................................64 
3.7.3 BIRX, 2006.......................................................................................................65 
3.7.4 Suermann e issa, 2007...................................................................................67 
3.7.5 Manning e Messner, 2007 ..............................................................................67 
4 ESTUDOS DE CAMPO..........................................................................................69 
4.1INTRODUÇÃO ....................................................................................................69 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ..............................................................72 
4.3 RESULTADOS....................................................................................................75 
4.3.1 Implantação do software ...............................................................................75 
4.3.1.1 Porque ainda não implantou..........................................................................75 
4.3.1.2 Porque buscou a tecnologia ..........................................................................77 
4.3.1.3 Treinamento dado pela empresa...................................................................79 
4.3.2 Uso de softwares............................................................................................79 
4.3.3 Troca de informações de Projeto..................................................................80 
4.3.4 Vantagens do BIM ..........................................................................................81 
4.3.5 Dificuldades do BIM .......................................................................................83 
4.3.6 Mudanças identificadas.................................................................................84 
4.3.6.1 Equipe de Projeto..........................................................................................84 
4.3.6.2 Prazo de Projeto............................................................................................85 
4.3.6.3 Qualidade de Projeto.....................................................................................87 
4.3.6.4 Produtos finais...............................................................................................87 
4.3.6.5 Qualidade da apresentação ..........................................................................88 
4.4 QUESTÕES LEVANTADAS / NECESSIDADES IDENTIFICADAS.....................89 
4.4.1 Criação de um padrão para uso do BIM.......................................................89 
4.4.2 Autoria de projetos.........................................................................................90 
4.4.3 Nível de Informações de projeto ...................................................................90 
4.4.4 Como ganhar mais com projetos em BIM?..................................................91 
4.4.5 Ensino do BIM ................................................................................................91 
4.5 CONCLUSÕES DOS ESTUDOS DE CAMPO ....................................................91 
5 CONCLUSÕES......................................................................................................93 
5.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .......................................................94 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................96 
ANEXOS .................................................................................................................103 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1. Metodologia para realização do trabalho ...................................................19 
Figura 2. Gráfico do processo de projeto criativo, adaptado de Markus e Arch (1973) 
apud Menezes (2003). ..............................................................................................23 
Figura 3. Processo intelectual de projeto, adaptado de Fabrício (2002). ..................24 
Figura 4. Relação situação de maior “investimento” na fase de projeto X práticas 
convencionais, adaptada de Barros; Melhado (1993) apud Melhado (1994). ...........26 
Figura 5. Processo de projeto seqüencial - “Over the wall”. Adaptada de Evbuomwan 
e Anumba (1998).......................................................................................................30 
Figura 6. Diagrama de uma equipe de projeto integrada, adaptada de Evbuomwan; 
Anumba (1998)..........................................................................................................31 
Figura 7. Estruturação da equipe multidisciplinar de projeto, adaptado de Melhado 
(1994)........................................................................................................................32 
Figura 8. Elementos da mudança organizacional, adaptado de Ferreira; Reis; Pereira 
(2001) apud Oliveira (2005).......................................................................................36 
Figura 9. Aspectos relacionados ao conceito de Engenharia Simultânea, adaptado 
de Brookes; Backhouse (1997) apud Kamara; Anumba; Evbuomwan (2001). .........38 
Figura 10. Metodologia dos estudos de Campo........................................................72 
Figura 11. Caracterização das empresas – Número de Funcionários.......................73 
Figura 12. Estágio de implantação do software BIM .................................................73 
Figura 13. Ano de aquisição do software ..................................................................74 
Figura 14. Tempo que a empresa utiliza efetivamente o software ............................74 
Figura 15. Porque ainda não implantou ....................................................................76 
Figura 16. Porque buscou a tecnologia.....................................................................78 
Figura 17. Formatos utilizados na troca de informações de projeto ..........................80 
Figura 18. Vantagens do BIM....................................................................................81 
Figura 19. Dificuldades do BIM .................................................................................83 
Figura 20. Mudanças identificadas – Equipe de projeto............................................85 
Figura 21. Mudanças identificadas – Prazo de projeto..............................................85 
Figura 22. Mudanças identificadas - Qualidade do projeto .......................................87 
Figura 23. Mudanças identificadas – Produtos finais gerados ..................................88 
Figura 24. Mudanças identificadas – Qualidade da apresentação............................89 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1. Elementos necessários para garantir a otimização dos processos na 
construção civil segundo Kymmel (2008)..................................................................13 
Tabela 2. Caracterização da utilização dos softwares BIM .......................................75 
Tabela 3. Utilização de softwares conforme etapas de projeto .................................79 
Tabela 4. Relação entre tempo de uso do BIM e principais mudanças identificadas86 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ASBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura 
AEC Arquitetura, Engenharia e Construção 
AIA The American Institute of Architects 
BIM Building Information Modeling 
CAD Computer Aided Design 
ES Engenharia Simultânea 
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 
IAI International Alliance for Interoperability 
IAB Instituto de Arquitetos do Brasil 
IFC Industry Foundation Classes 
NBIMS National BIM Standards 
TI Tecnologia da Informação
RESUMO 
Esta pesquisa propõe uma análise da implantação da tecnologia BIM 
(Building Information Modeling) em escritórios de projeto de arquitetura, identificando 
os principais impactos dessa nova abordagem sobre o processo de projeto. Neste 
trabalho foram detectadas algumas peculiaridades do “caso brasileiro”, buscando 
preencher uma lacuna diante da escassez de dados nacionais sobre o assunto. 
Foram avaliadas as principais vantagens obtidas e as dificuldades encontradas na 
adoção da tecnologia BIM nas empresas do país. Tal análise foi desenvolvida a 
partir de estudos de campo em empresas do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. A 
avaliação dessasexperiências possibilitou a identificação de inúmeros problemas na 
transição da tecnologia tradicional atual para novos sistemas de informação: falta de 
adaptação aos padrões nacionais, escassez de mão-de-obra especializada, alto 
custo dos softwares, entre outros. Acredita-se que os dados gerados nesta pesquisa 
podem contribuir para a promoção de melhorias e avanços na tecnologia BIM, 
facilitando a sua implantação em maior escala no país em busca da modernização e 
melhoria dos processos na construção civil nacional. 
ABSTRACT 
The objective of this research is an analysis of the implementation of BIM 
(Building Information Modeling) technology in architecture companies, identifying the 
impacts of this new approach in the project process. Some peculiarities of the 
Brazilian case were detected, aiming to fill the gap related to the lack of national data 
regarding this matter. The main advantages and the difficulties faced in the adoption 
of BIM technology by Brazilian companies were evaluated. The research was 
developed based on studies in the cities of Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. The 
evaluation of these experiences led to the identification of problems in the transition 
from the traditional technologies to the new information systems: low level of 
conformity with Brazilian standards, lack of specialized work force, high cost of 
softwares and so on. It is expected that the results of this research will contribute to 
the achievement of improvements and advances in BIM technology, allowing its 
implementation in a broad scale in Brazil in search of the development and 
improvements of the building construction process in the country. 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 APRESENTAÇÃO 
O contexto atual do ambiente produtivo globalizado é caracterizado por 
pressões econômicas crescentes, alta complexidade dos processos, necessidade de 
redução de prazos e aumento das exigências dos clientes. As organizações 
necessitam processar grande quantidade de informações, adaptar-se a mudanças e 
tomar decisões em tempos cada vez menores (FISCHER; KUNZ, 2004). 
Assim, com o aumento da competitividade, a indústria precisa buscar novas 
formas para aumentar produtividade, gerando rapidamente e com custos reduzidos 
produtos de maior qualidade alinhados às necessidades dos clientes. Além disso, 
observa-se hoje uma preocupação com os impactos ambientais e questões sociais 
que também interferem no processo de produção (FABRICIO, 2002). 
Desta forma, para sobreviverem, as empresas precisam acompanhar a 
evolução mundial, modernizando-se, investindo em quadro funcional e 
equipamentos e utilizando as inovações tecnológicas como estratégia competitiva 
(NASCIMENTO; SANTOS, 2003b). 
Segundo relatório da FIESP (2008), no contexto da construção civil: 
esta busca pelas novas qualificações é uma necessidade do setor para 
crescer, fazer frente à competição global crescente e responder aos anseios 
dos clientes por maior produtividade e qualidade. É, também, uma 
necessidade particular das empresas para que possam continuar 
competitivas e, em última análise, dos empregados do setor para que 
possam manter sua empregabilidade (FIESP, 2008). 
Algumas características da indústria da construção civil dificultam o seu 
crescimento e fazem com que seu nível de produtividade, qualidade e 
12 
competitividade encontrem-se bem abaixo de outros setores industriais. O setor de 
construção civil no Brasil se mostra bastante conservador, com poucos 
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e apresenta um imenso atraso 
tecnológico no que diz respeito à aplicação de novas técnicas construtivas e à 
implantação de novas tecnologias de informação. Além disso, observam-se índices 
elevados de desperdício de materiais e retrabalho, e uma qualidade insatisfatória 
dos produtos e serviços gerados. Grande parte desses fatores pode ser relacionada 
à natureza fragmentada do setor, formado por inúmeras pequenas e médias 
empresas que não valorizam a qualificação de seus empregados, não investem em 
novas tecnologias e na aplicação de ferramentas de planejamento e gestão (FIESP, 
2008). 
Diante deste cenário, as empresas de AEC (arquitetura, engenharia e 
construção) necessitam urgentemente realizar uma reengenharia de seus processos 
a fim de maximizar sua posição competitiva e atingir melhores resultados. 
(BJORNSSON; EKSTROM, 2004). Kymmel (2008) apresenta um levantamento dos 
aspectos que devem ser aprimorados na construção civil a fim de otimizar seus 
processos (Tabela 1). 
Segundo Codinhoto (2003), a necessidade de aceleração da produção e o 
surgimento de processos cada vez mais complexos, têm exigido das empresas de 
AEC um olhar mais atento sobre o desenvolvimento do produto, fazendo surgir 
novas práticas de gestão baseadas em ampliar a eficiência do processo de projeto, 
tradicionalmente realizado sequencialmente através de fases segmentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Tabela 1. Elementos necessários para garantir a otimização dos processos na construção 
civil segundo Kymmel (2008). 
Redução de riscos
Redução de custos
Redução de tempo
Aumento da qualidade
Melhoria na performance 
ao longo do ciclo de vida
- Melhoria na comunicação
- Colaboração dos agentes
- Antecipação de problemas
- Melhoria da segurança
- Paralelismo com outras indústrias
- Aplicação de conceitos de Engenharia 
Simultânea e Produção Enxuta
- Pré-fabricação
- Melhoria no planejamento
- Otimização dos prazos
- Aumento da qualidade do projeto
- Aumento da qualidade da construção
- Melhoria na manutenabilidade dos componentes
- Otimização do uso de energia no projeto
Redução de riscos
Redução de custos
Redução de tempo
Aumento da qualidade
Melhoria na performance 
ao longo do ciclo de vida
- Melhoria na comunicação
- Colaboração dos agentes
- Antecipação de problemas
- Melhoria da segurança
- Paralelismo com outras indústrias
- Aplicação de conceitos de Engenharia 
Simultânea e Produção Enxuta
- Pré-fabricação
- Melhoria no planejamento
- Otimização dos prazos
- Aumento da qualidade do projeto
- Aumento da qualidade da construção
- Melhoria na manutenabilidade dos componentes
- Otimização do uso de energia no projeto
 
Sobre a importância do projeto na conformação do produto final edificação, 
Oliveira (2000) destaca: 
os processos de concepção e projeto são estratégicos para a qualidade do 
edifício ao longo do seu ciclo de vida. E a busca de novos métodos e 
processos que possam considerar precocemente a totalidade das questões 
envolvidas no projeto é de extrema relevância para o sucesso dos 
empreendimentos e para o progresso do setor de construção (OLIVEIRA, 
2000). 
Por sua vez Melhado (1994) defende que: 
a inserção de uma mentalidade industrial na orientação filosófica e 
organizacional das empresas de construção de edifícios traz, como 
condição indissociável, a necessidade de maior integração entre as etapas 
do processo de geração do empreendimento (MELHADO, 1994). 
Muitos autores destacam a urgência para implantação de novas formas de 
integração dos processos como estratégia para eliminar a grande fragmentação do 
setor da construção civil e vêm buscando estudar o processo de aplicação de novas 
formas de gestão baseados na inovação tecnológica e no conceito de engenharia 
simultânea (LOVE; GUNASEKARAN, 1997; FABRICIO, 2002; KAMARA; ANUMBA; 
EVBUOMWAN, 2001; ANUMBA; BAUGH; KHALFAN, 2002). 
14 
Entre as novas tecnologias e técnicas gerenciais destaca-se a difusão da 
engenharia simultânea, que se baseia na execução de tarefas em paralelo e na 
troca de informações de forma constante e eficaz entre os diversos agentes do 
processo, tendo como suporte o uso da tecnologia da informação (TI). 
Segundo Nascimento, Laurindo e Santos (2003) “a utilização da TI como fator 
diferencial decompetitividade pode colocar estas empresas em posição estratégica 
frente ao mercado, permitindo que também colham os benefícios comumente 
proporcionados pela TI às indústrias de outros segmentos”. 
A aplicação dos conceitos de engenharia simultânea pode ser facilitada 
através da tecnologia BIM (Building Information Modeling) (FERREIRA, 2007). Os 
sistemas BIM possuem a capacidade de armazenar informações necessárias ao 
longo do ciclo de vida do projeto, contemplando aspectos relativos a concepção, 
operação, manutenção e gerenciamento da edificação. Os softwares baseados no 
conceito BIM trabalham com objetos parametrizados capazes de abrigar inúmeros 
dados, ao contrário dos softwares tradicionais que somente representam entidades 
gráficas (SCHEER et al., 2007). Desta forma, a tecnologia BIM proporciona 
competitividade às empresas, reduzindo o tempo de trabalho e garantindo maior 
qualidade e diminuição dos erros de projeto. 
A implantação de novas tecnologias baseadas em BIM pressupõe a 
reestruturação das empresas através da reorganização dos processos, da 
implementação de uma nova forma de organização do trabalho e de um novo modo 
de pensar o processo de projeto, visto agora de forma totalmente integrada. Além 
disso, o uso do BIM requer novas qualificações do profissional, aquisição de novos 
equipamentos, e uma nova forma de lidar com os demais agentes no processo 
(JUSTI, 2008). 
1.2 JUSTIFICATIVA 
Observa-se na Europa e Estados Unidos o crescimento da aplicação do 
conceito BIM em projetos de arquitetura e engenharia, tratando de forma integrada 
os elementos de projeto, da obra e processos gerenciais a partir da formulação de 
modelos virtuais (FIESP, 2008). As experiências internacionais vêm confirmando a 
forte tendência de adoção da tecnologia, que tem demonstrado um grande potencial 
15 
para ser aplicada no desenvolvimento de projetos da indústria de AEC, melhorando 
a produtividade e proporcionando aumento da qualidade. 
A migração das tecnologias atuais para os sistemas baseados em BIM, 
apresenta-se hoje como uma evolução inevitável, sendo comparada com a 
revolução da prancheta para o computador. O aumento da competitividade e da 
cobrança por parte dos clientes, provoca pressões para que sejam adotados novos 
métodos de trabalho e tem levado diversas empresas de AEC ao redor do mundo a 
buscar a tecnologia BIM como forma de otimizar seus processos e manter sua 
sobrevivência. 
Motivados pelas inúmeras possibilidades e facilidades apresentadas pela 
tecnologia BIM, alguns escritórios de projeto brasileiros acompanharam o movimento 
internacional, lançando-se na vanguarda da aplicação dos sistemas BIM em suas 
empresas ainda no início dos anos 2000. Tal processo intensificou-se nos últimos 
anos, frente à evolução dos programas e estímulos para compra dos softwares, 
fazendo-os migrar para a prateleira dos escritórios, mas não definitivamente para as 
máquinas dos projetistas. 
A escassez de mão-de-obra especializada, a resistência à mudança, o alto 
investimento com máquinas e treinamento, como veremos adiante, são alguns 
fatores que dificultam a implantação efetiva da tecnologia nos escritórios de projeto 
do país. Devido a riscos e incertezas as empresas acabam criando barreiras e 
aguardando a consolidação da tecnologia para sua implantação (NASCIMENTO; 
SANTOS, 2003b). 
Essa recente movimentação de introdução do BIM na indústria de AEC 
brasileira faz com que sejam necessárias investigações, a fim de compreender este 
fenômeno, buscando identificar problemas e soluções na transição da tecnologia 
tradicional atual para novos sistemas de informação. A indústria nacional precisa 
acompanhar a evolução mundial, buscando adaptações da tecnologia BIM ao perfil 
brasileiro de forma a facilitar a sua implantação em maior escala no país, buscando 
a modernização dos processos da construção civil. Para isso tornam-se essenciais 
estudos que contribuam para difusão das possibilidades do BIM, encorajando e 
dando maior suporte para que novas empresas brasileiras possam implantá-lo. 
16 
Este trabalho insere-se no grupo de pesquisa NITCON - APLICAÇÕES DE 
NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NO SETOR DE AEC (ARQUITETURA 
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO), dentro das atividades de modelagem de 
processos de gestão e gerenciamento. Dá continuidade à tese de Luiz Carlos Brasil 
de Brito Mello (defendida em 2006) e articula-se com os trabalhos de tese de 
Pedrinho Goldman, Regis de Azevedo Lopes (em andamento) e José Alberto Costa 
Salles (em andamento) e dissertação de Marcelo Ciaravolo de Moraes (em 
andamento), bem como às dissertações já aprovadas de Alexandre de Andrade 
Cardozo de Menezes, Arnaldo Lyrio Fº, Sabrina Gassner Ribeiro, Raul Fernando 
Matos Vasconcellos, Alessandra C. Frabis, entre as mais recentes. Este trabalho 
integra-se também ao projeto REDE BIM BRASIL - MODELAGEM E 
REPRESENTAÇÃO DE PRODUTO PARA PROJETOS DE ENGENHARIA DE 
CONSTRUÇÃO EM MÚLTIPLAS DIMENSÕES – INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS. 
Vincula-se também aos projetos de pesquisa em andamento: Ontologias para AEC 
(PBIC- CNPq), Aplicações e impactos da tecnologia de informação na Arquitetura e 
Construção (CNPq) e GEDOC- A Gestão dos Projetos e a Padronização dos 
Documentos Informatizados (PRODOC CAPES). 
1.3 OBJETIVOS 
1.3.1 Objetivo principal 
O objetivo desse trabalho é avaliar os principais impactos da implantação da 
tecnologia BIM (Building Information Modeling) sobre o processo de projeto nas 
empresas de arquitetura brasileiras adeptas deste novo sistema. 
1.3.2 Objetivos específicos 
Os objetivos específicos da pesquisa são: 
a) Avaliar o uso, os benefícios, as dificuldades encontradas e as mudanças 
provocadas pelo uso do BIM através da análise de sua utilização em 
empresas de projeto de arquitetura nas cidades do Rio de Janeiro, São 
Paulo e Curitiba; 
17 
b) Analisar como os principais stakeholders envolvidos no processo estão 
sendo afetados com a transição do CAD geométrico para o uso de 
programas CAD parametrizados; 
c) Identificar necessidades e demandas dos usuários e empresas para 
expansão das possibilidades de uso da tecnologia BIM no país. 
1.4 METODOLOGIA 
A pesquisa inicial consistiu na busca e análise de referencial teórico, 
desenvolvendo os conceitos envolvidos com o tema. De acordo com os objetivos 
deste trabalho, visando o estudo do impacto de uma nova tecnologia de informação 
(BIM) diante do processo de projeto, foram definidos três assuntos principais a 
serem abordados: processo de projeto, tecnologia da informação e tecnologia BIM. 
Desta forma, foram realizadas pesquisas buscando os principais autores nacionais e 
internacionais que tratam de aspectos relacionados à conceituação, implantação e 
uso da tecnologia BIM, bem como consultas a trabalhos já desenvolvidos no campo 
do processo de projeto e relativos à aplicação de novas tecnologias da informação 
na indústria da construção civil. 
Como instrumentos foram utilizados: pesquisas bibliográficas, consultas a 
banco de dados de teses e dissertações, buscas no ambiente da Internet, pesquisas 
em jornais, revistas e outras publicações. Também foram realizados levantamentos 
de dados junto a entidades de classe e outras organizações. 
O segundo momento do trabalho consistiu em compreender o problema, com 
intuito de entender o funcionamento da tecnologia BIM e identificar as possíveis 
dificuldades dos usuários e as melhorias que aparentemente o BIM poderia 
proporcionar. 
Para isso, inicialmente houve treinamento prático da autora em software 
específico baseado na tecnologia BIM. Tal treinamento possibilitou maior percepção 
do funcionamento da ferramenta e foi essencial para uma inserção plena dentro do 
processo. Muitas dificuldades já puderam ser identificadas nesse momento e essas 
percepções iniciais foram complementadas com uma troca preliminarde 
informações com outros usuários. 
18 
Por tratar-se de uma tecnologia de recente aplicação na indústria brasileira, 
existe uma grande dificuldade na obtenção de dados nacionais sobre a utilização do 
BIM. Foram então utilizados estudos de caso internacionais buscando referências a 
partir da análise de experiências relativas à implantação do BIM em outros países. 
Devido à escassez de dados nacionais tornou-se imprescindível a realização 
de uma pesquisa de campo, a fim de verificar os impactos da tecnologia no Brasil 
que, certamente se mostrariam diferenciados em virtude de questões culturais, 
econômicas, etc. Assim, houve necessidade de realizar um levantamento de dados 
junto às empresas brasileiras e principais envolvidos no processo. 
Benbasat, Goldstein e Mead (1987) defendem que a utilização de estudos 
exploratórios é bastante adequada em pesquisas relativas à implantação de novos 
sistemas de informação, uma área em constante mudança, na qual novos elementos 
surgem a todo tempo necessitando novas investigações. Segundo os autores, o 
processo de implantação de uma nova tecnologia é complexo, e uma pesquisa 
baseada em estudos de campo pode ajudar na análise do seu impacto nas 
organizações, identificando mudanças nos processos e nos comportamentos 
organizacionais. (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987). 
Os estudos de campo apresentados nessa pesquisa foram desenvolvidos em 
empresas de projeto de arquitetura situadas nas cidades do Rio de Janeiro, São 
Paulo e Curitiba, que trabalham com a tecnologia BIM. A formulação dos estudos 
permitiu a coleta de dados e informações, proporcionando um entendimento claro 
sobre a implantação da nova tecnologia no país. 
Para a formulação dos estudos de campo, foram realizadas aplicações de 
questionários e uma reunião com as empresas selecionadas, no qual os resultados 
puderam ser debatidos. A metodologia específica empregada nos estudos de campo 
será abordada de forma detalhada no capitulo 4. 
A metodologia geral utilizada nessa pesquisa pode ser resumida de acordo 
com a figura 1: 
19 
 
Figura 1. Metodologia para realização do trabalho 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 
O trabalho apresenta-se dividido em 5 (cinco) capítulos, descritos a seguir: 
O capítulo 2 procura relacionar os temas processo de projeto - ferramentas de 
gestão – tecnologia da informação, como fatores interdependentes e essenciais na 
busca da otimização dos processos na construção civil. Para isso, inicialmente são 
apresentados os temas relativos ao processo de projeto e a conformação do 
empreendimento na indústria da construção. Posteriormente abordam-se questões 
relacionadas a mudanças organizacionais e necessidade de implantação de novas 
formas de gestão como a Engenharia Simultânea. Por fim trata-se da Tecnologia da 
Informação e sua importância para o processo de projeto. 
20 
O capítulo 3 apresenta os conceitos relativos à tecnologia BIM, abordando 
suas origens, demonstrando seus usos, aplicações, possibilidades e dificuldades. 
O capítulo 4 consiste nos estudos de campo desenvolvidos em empresas de 
projeto de arquitetura no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, buscando traçar um 
panorama do uso da tecnologia no país. 
O capítulo 5 apresenta as conclusões da dissertação com base no referencial 
teórico, na análise de estudos internacionais e nos estudos de campo desenvolvidos 
neste trabalho, além de propor sugestões para novas pesquisas. 
2 PROCESSO DE PROJETO E TI 
2.1 PROCESSO DE PROJETO 
2.1.1 Definição de projeto 
Diversos autores buscam definir o conceito de projeto, com diferentes ênfases 
em virtude das épocas e das variadas áreas as quais o termo pode estar atribuído. 
Lawson (1980) aborda o ato de projetar como um processo mental de 
organização de idéias a partir da manipulação de informações de naturezas 
distintas, a fim de conformar um produto. Segundo o autor, o projeto pode ser 
caracterizado por dois aspectos: como produto (através da produção de uma 
solução) e como processo (a partir da busca na resolução de problemas). 
Analisando o projeto no contexto da indústria da construção civil, a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas delimita o projeto como sendo 
a definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e 
financeiros de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura com base em 
dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, cálculos, 
desenhos, normas e disposições especiais (ABNT, NBR 5670, 1977). 
Rodriguez (1992) define o projeto como “um processo para a realização de 
idéias que deverá passar pelas etapas de: idealização, simulação (análise) e 
implantação (protótipo e escala de produção)" (RODRIGUEZ, 1992). 
Melhado (1994) apresenta o conceito de projeto como: “atividade ou serviço 
integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento, 
organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas 
especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase de execução” 
(MELHADO, 1994). 
22 
Na construção de edifícios apresentam-se então duas abordagens do 
conceito de projeto, uma referente ao conjunto de informações técnicas e 
geométricas que definem o produto edificação e outra a partir da análise do projeto 
como um processo de busca de métodos e técnicas construtivas para geração de 
um produto final em conformidade com as necessidades dispostas (OLIVEIRA, 
2005). 
Tzortzopoulos (1999) baseia-se no trabalho de Markus e Arch (1973) para 
apontar dois padrões dentro do conceito de projeto: o projeto como processo criativo 
(baseado na execução de modelos pelos projetistas a partir de informações pré-
definidas) e o projeto como processo gerencial (formado por um conjunto de fases 
com nível crescente de detalhamento). 
O processo criativo de projeto fundamenta-se na atuação de dois aspectos 
complementares: identificação do problema e desenvolvimento da solução. Esses 
elementos, problema e solução, são interdependentes e podem ser desenvolvidos 
de forma conjunta a partir de croquis, desenhos e modelos (CROSS, 1994). 
Tzortzopoulos (1999) apresenta o modelo de Markus e Arch (1973) onde o 
processo criativo do projeto compreende as seguintes etapas: 
1- Análise - compreensão do problema a partir de coleta, cruzamento e 
análises das informações; 
2- Síntese – formulação de soluções; 
3- Avaliação – verificação do desempenho da solução. 
Com base nos trabalhos de Riba (1980), Gray, Hughes, Bennet (1994) e 
Cross (1994), que colocaram algumas críticas e sugestões ao modelo de Markus e 
Arch (1973), Menezes (2003) elabora um fluxograma específico (figura 2) 
adicionando ao modelo a etapa de documentação e comunicação. 
23 
PESQUISAPESQUISA ANANÁÁLISELISE PROJETAPROJETAÇÇÃOÃO AVALIAAVALIAÇÇÃOÃO DOCUMENTADOCUMENTAÇÇÃOÃO
SÍNTESE E 
DESENVOL-
VIMENTO
ENTRADA 
DE DADOS
ESTUDO DO 
PROBLEMA 
HIPÓTESES
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
DECISÃOANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
SOLUÇÃO 
PROBLEMA 1 
Reestruturação do problema
Faltam dados
Utilização de outra hipótese
Mais desenvolv.
Comunicação e Esquematização
Cenário/Necessidades
Comunicação e 
Documentação formal
Comunicação e Esquematização
Hipótese em desenvolvimento
Comunicação e Esquematização
Hipóteses
Comunicação e 
Esquematização
ES
TU
D
O
 D
O
 
PR
O
B
LE
M
A
 1
ES
TU
D
O
 D
O
 
PR
O
B
LE
M
A
 2
PESQUISAPESQUISA ANANÁÁLISELISE DOCUMENTADOCUMENTAÇÇÃOÃO
ENTRADA 
DE DADOS
ESTUDO DO 
PROBLEMA 
HIPÓTESES
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
SOLUÇÃO 
PROBLEMA 2
Reestruturação do problema
Faltam dados
PROJETAPROJETAÇÇÃOÃO AVALIAAVALIAÇÇÃOÃO
G
ER
AL
PA
R
TI
CU
LA
R
PESQUISAPESQUISA ANANÁÁLISELISE PROJETAPROJETAÇÇÃOÃO AVALIAAVALIAÇÇÃOÃODOCUMENTADOCUMENTAÇÇÃOÃO
SÍNTESE E 
DESENVOL-
VIMENTO
ENTRADA 
DE DADOS
ESTUDO DO 
PROBLEMA 
HIPÓTESES
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
DECISÃOANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
SOLUÇÃO 
PROBLEMA 1 
Reestruturação do problema
Faltam dados
Utilização de outra hipótese
Mais desenvolv.
Comunicação e Esquematização
Cenário/Necessidades
Comunicação e 
Documentação formal
Comunicação e Esquematização
Hipótese em desenvolvimento
Comunicação e Esquematização
Hipóteses
Comunicação e 
Esquematização
ES
TU
D
O
 D
O
 
PR
O
B
LE
M
A
 1
ES
TU
D
O
 D
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PR
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A
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PESQUISAPESQUISA ANANÁÁLISELISE DOCUMENTADOCUMENTAÇÇÃOÃO
ENTRADA 
DE DADOS
ESTUDO DO 
PROBLEMA 
HIPÓTESES
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
ANÁLISE E 
AVALIAÇÃO
SOLUÇÃO 
PROBLEMA 2
Reestruturação do problema
Faltam dados
PROJETAPROJETAÇÇÃOÃO AVALIAAVALIAÇÇÃOÃO
G
ER
AL
PA
R
TI
CU
LA
R
 
Figura 2. Gráfico do processo de projeto criativo, adaptado de Markus e Arch (1973) apud 
Menezes (2003). 
Na figura 2 as etapas horizontais dizem respeito ao processo criativo 
refletindo o pensamento dos projetistas enquanto que as etapas verticais abordam o 
processo gerencial onde o projeto incorpora detalhes e se desenvolve de acordo 
com o avanço das fases. 
Entre as principais habilidades intelectuais exercidas no projeto se destacam: 
a capacidade analítica e de síntese (formulando o problema a partir das informações 
fornecidas), a criatividade e o raciocínio, o conhecimento (gerado por experiências 
anteriores dos projetistas) e a representação e comunicação das soluções 
(FABRICIO, 2002). A figura 3, a seguir, demonstra como tais habilidades contribuem 
na geração de informações qualificadas: 
24 
INFORMAÇÕES PROJETOPROJETO INFORMAÇÕES
QUALIFICADAS
Análise e síntese das 
informações
Criação de soluções 
projetuais
Conhecimentos, 
procedimentos e 
cultura
Representações / 
Comunicações
ENTRADA PROCESSO SAÍDA
HABILIDADES 
INTELECTUAIS
INFORMAÇÕES PROJETOPROJETO INFORMAÇÕES
QUALIFICADAS
Análise e síntese das 
informações
Criação de soluções 
projetuais
Conhecimentos, 
procedimentos e 
cultura
Representações / 
Comunicações
ENTRADA PROCESSO SAÍDA
HABILIDADES 
INTELECTUAIS
 
Figura 3. Processo intelectual de projeto, adaptado de Fabrício (2002). 
A representação e comunicação da solução são pontos chaves no processo 
de projeto. Elas acontecem em geral através de desenhos e esquemas que, além de 
exteriorizar a criação, interagem com a própria criatividade. Da mesma forma, a 
solução pode ser transmitida a outros participantes que podem agregar novos 
elementos e exercer alguma influência nessa solução inicial, tornando o projeto um 
processo social resultante da interação entre diversos agentes. Desta forma, o 
processo de projeto configura-se hoje como uma atividade multidisciplinar e 
resultante da interação de um número cada vez maior de profissionais 
especializados com apoio constante de novos dispositivos e ferramentas 
tecnológicas (FABRICIO, 2002). 
Numa abordagem contemporânea, Fabricio e Melhado (2002) afirmam que “o 
projeto é resultado das atividades mentais de cada projetista tanto quanto da 
interação entre os múltiplos agentes envolvidos no projeto e também do ambiente 
técnico que suporta tais processos intelectuais” (FABRICIO; MELHADO, 2002). 
25 
2.1.2 Importância do projeto para a edificação 
O projeto possui papel fundamental na definição do produto, permitindo a 
otimização dos processos de construção e contribuindo diretamente com o aumento 
da satisfação dos usuários finais (OLIVEIRA, 2005). 
Koskela (2000) defende que as etapas iniciais de definição de projeto são as 
que geram maior agregação de valor ao produto percebido pelo cliente. Além disso, 
a qualidade do produto está intimamente relacionada ao processo de elaboração do 
projeto (MELHADO, 1994). 
O projeto pode ser visto como um processo estratégico que reflita as 
necessidades do empreendedor, a partir da identificação de demandas dos clientes, 
e como um processo operacional que visa a eficiência dos processos que darão 
origem ao produto, “antecipando no papel o ato de construir” (MELHADO, 1994). 
Devido à essa grande influência do projeto sobre o produto final edificação, 
Barros (1999) aponta o “projeto como elemento estratégico no processo de inovação 
tecnológica do setor de construção de edifícios, sendo o processo de projeto um 
elemento estratégico para se alcançar maior nível de competitividade” (BARROS, 
1999). 
O projeto influenciará todo o processo de produção do edifício, definindo os 
materiais e processos construtivos, agregando qualidade e eficiência aos processos 
e principalmente tendo grande repercussão nos custos da edificação (MELHADO, 
2001; FABRICIO, 2002; OLIVEIRA, 2005). 
A antecipação de soluções projetuais adequadas, a partir da identificação de 
problemas logo nas etapas iniciais de projeto, contribui de forma significativa para 
redução dos custos. Assim, quanto antes forem identificados os problemas e 
encontradas suas soluções, maiores serão os ganhos de custo ao final do 
empreendimento (OLIVEIRA, 2005). A figura 4 demonstra os ganhos de custo ao 
longo do tempo a partir de um maior investimento na fase de projeto. 
26 
PROJETO
C
U
ST
O
 M
EN
SA
L 
D
O
 
EM
PR
EE
N
D
IM
EN
TO PRÁTICA CORRENTE
MAIOR INVESTIMENTO 
NO PROJETO
TEMPO
PROJETO
C
U
ST
O
 M
EN
SA
L 
D
O
 
EM
PR
EE
N
D
IM
EN
TO PRÁTICA CORRENTE
MAIOR INVESTIMENTO 
NO PROJETO
TEMPO
 
Figura 4. Relação situação de maior “investimento” na fase de projeto X práticas 
convencionais, adaptada de Barros; Melhado (1993) apud Melhado (1994). 
2.1.3 Etapas do processo de projeto 
Podem ser encontradas na literatura diversas formas de subdivisão do 
processo de projeto. Neste trabalho foram selecionadas algumas delas que serão 
apresentadas a seguir. 
De acordo com a NBR 13.531 (ABNT, 1995) as etapas de projeto podem ser 
dividas da seguinte maneira: Levantamento, Programa de Necessidades; Estudo de 
Viabilidade; Estudo Preliminar; Anteprojeto; Projeto Legal; Projeto Básico (opcional); 
Projeto para Execução. 
Melhado (1994) divide as etapas do processo de projeto em: Programa de 
Necessidades; Estudo Preliminar; Anteprojeto; Projeto Executivo; Projeto para 
Produção; Planejamento e Execução; e Entrega. 
As Etapas de projeto segundo Tzortzopoulos (1999) compreendem: 
Planejamento e Concepção do Empreendimento; Estudo Preliminar; Anteprojeto; 
Projeto Legal; Acompanhamento da Obra; Acompanhamento do Uso. 
Fabrício (2002) apresenta as atividades de projeto divididas da seguinte 
forma: 
1- Concepção do negócio e desenvolvimento do programa (aspectos 
financeiros, definição das características do produto); 
27 
2- Projetos do produto (projetos em si); 
3- Orçamentação (levantamento de custos); 
4- Projetos para produção (definição dos materiais e ferramentas necessárias, 
aspectos de construtibilidade); 
5- Planejamento de obra (definição e acompanhamento de cronogramas e 
fluxo de caixa); 
6- Projeto “as built”; 
7- Serviços associados (avaliação pós-ocupação). 
Lyrio Filho (2005) acrescenta ainda a etapa de Incepção, precedente 
imprescindível ao projeto propriamente dito, onde ocorre a verificação da viabilidade 
do empreendimento a partir da demanda do mercado. 
2.1.4 O processo de projeto do empreendimento 
Na indústria da construção, o produto (empreendimento) é único, com terreno, 
projeto e sistema de produção próprio. Enquanto na indústria seriada o produto 
passa por uma linha de produção, na construção civil a produção se adéqua e se 
volta para o produto, se desmobilizando com o fim da construção.O sistema de 
produção se conforma, portanto, para atender as necessidades de um produto 
específico e não repetitivo. Além disso, os empreendimentos da construção 
apresentam ciclos de vida longos (maiores que 50 anos) abrangendo diversas 
etapas, tendo início com a concepção passando pela construção e uso, até alcançar 
por fim a demolição ou reabilitação (FABRICIO, 2002). 
Observa-se hoje na indústria da construção civil e em outras indústrias, o 
aumento da complexidade dos produtos e das organizações e um aumento 
constante do volume de informações. Sobre o processo de projeto na atualidade 
Machado (2006) afirma que: 
o processo de projeto de edificações tem se tornado mais complexo em 
função de fatores como: especialização do conhecimento, aumento do 
número de intervenientes, grande quantidade de tecnologias construtivas 
existente, grande volume de informação produzida e circulante durante o 
processo, necessidade de gerenciamento do conhecimento produzido, 
diminuição de prazos para projeto, sobreposição de etapas de projeto e 
28 
obra e diversidade de recursos de tecnologia de informação disponíveis 
para projeto e gerenciamento (MACHADO, 2006). 
Desta forma torna-se essencial investigar de que forma cada um dos 
aspectos citados acima atua sobre o processo de projeto. 
Romano et al. (2001), destacam a necessidade de se modelar o processo de 
projeto a fim de garantir melhorias no seu gerenciamento. A modelagem do processo 
de projeto visa, entre outros, servir de base para a tomada de decisão, abrigando 
conhecimentos que poderão ser utilizados pela empresa posteriormente, facilitando 
o planejamento de novos empreendimentos, a alocação de recursos, a escolha de 
tecnologias de informação e melhorando a comunicação e troca de informação. 
2.1.4.1 Agentes do processo de projeto do empreendimento 
Vários são os agentes que participam do processo e suas atuações variam 
em função de cada etapa de desenvolvimento do empreendimento. Fabrício (2002) 
aponta a existência de três “esferas” de desenvolvimento do empreendimento que 
serão geridas por esses diferentes agentes: operação imobiliária, projeto de produto 
e construção. 
Melhado e Violani (1992) apresentam 4 (quatro) agentes principais que irão 
atuar durante o desenvolvimento do empreendimento: o empreendedor, os 
projetistas, o construtor e o usuário. 
Os promotores dos empreendimentos são aqueles que formulam o conceito 
do produto. Eles são responsáveis por buscar o terreno e a partir da análise do 
mercado, montar um programa de necessidades contendo as principais 
características do produto que pretendem construir em função da sua localização e 
da demanda identificada. O programa do empreendimento abrange questões ligadas 
ao negócio, ao público-alvo, ao terreno, financiamento, a questões espaciais e 
funcionais e a questões relacionadas à construção, como prazos e custos. Esse 
programa de necessidades servirá de base para o trabalho dos projetistas. É preciso 
destacar que, o projeto do edifício também será influenciado por normas, 
regulações, códigos de obra e posturas, sendo necessária a sua aprovação junto a 
diferentes órgãos (FABRICIO, 2002). 
29 
Para realizar o projeto de empreendimentos o promotor contrata uma série de 
profissionais especializados nas diferentes áreas (arquitetura, estrutura, instalações 
prediais, etc). Observa-se que a conformação das equipes de projeto varia conforme 
o empreendimento. Cada profissional/escritório fica responsável pela realização do 
projeto de uma disciplina específica. A contratação de projetistas e consultores 
ocorre de maneira gradual conforme as etapas do empreendimento. Muitas vezes o 
critério selecionado é o de menor preço, não levando em conta a qualidade dos 
serviços prestados e a capacidade de integração com outros projetos e com o 
sistema de produção da empresa (FABRICIO, 2002). 
Uma das grandes dificuldades no processo de projeto é a segmentação 
desses projetistas em diferentes empresas e, muitas vezes, em diversas localidades, 
fazendo com que eles acabem trabalhando de forma separada. Em geral, a maneira 
de apresentar a informação ocorre de forma diferenciada por cada um deles de 
acordo com sua formação. Esses fatores podem acarretar dificuldades de 
comunicação e incompatibilidade de projetos. Portanto, torna-se essencial a troca de 
informações de forma sistemática e a intensa colaboração entre os agentes durante 
o processo (TZORTZOPOULOS, 1999). 
Nos projetos contemporâneos, as funções estão cada vez mais específicas, e 
observa-se um aumento no número de especialistas participantes. A 
responsabilidade de cada um no processo é cada vez menor. No entanto, a 
quantidade de informações isoladas a serem compartilhadas e compatibilizadas é 
cada vez maior. Assim, os documentos de projeto sofrem inúmeras alterações e 
ajustes conforme o avanço e a inserção de novos agentes que darão sua 
contribuição ao processo (GRILO, 2002). 
Em sua dissertação de mestrado Tzortzopoulos (1999) indica as principais 
queixas dos projetistas pesquisados em seus estudos de caso. Grande parte deles 
atribui as falhas e incompatibilidades de projeto à falta de integração entre 
projetistas desde as etapas iniciais de projeto, bem como o número reduzido de 
informação disponíveis nessa fase. Além disso, apontam também a dificuldade de 
comunicação entre os participantes. Em suas entrevistas a autora constatou que os 
projetistas atuam de forma restrita às suas áreas de competências, não permitindo 
30 
que obtenham uma visão da totalidade do processo no qual estão envolvidos 
(TZORTZOPOULOS, 1999). 
O processo de projeto, elemento de grande importância para conformação 
final do produto edificação, se encontra hoje na mão de projetistas subcontratados 
muitas vezes não conhecedores dos aspectos da construtora para qual prestam 
serviços, com relação ao sistema de produção da empresa e integração com os 
demais projetos que serão contratados (FABRICIO, 2002). 
Os projetistas estão se distanciando das decisões estratégicas do negócio, 
focando cada vez mais em suas especialidades e perdendo a visão do “todo”. 
Devido à grande diversidade dos especialistas envolvidos, é preciso investir na 
busca por ferramentas e métodos integradores e que facilitem a compatibilização 
das informações (GRILO, 2002). 
Em muitos projetos a falta de planejamento, a divisão através de etapas 
seqüenciais e segmentadas, a dificuldade de integração projeto/produção, e a pouca 
integração entre os agentes ocasionam a falta de qualidade do processo de projeto 
que irá repercutir diretamente sobre a qualidade do edifício (ROMANO et al., 2001). 
Evbuomwan e Anumba (1998) criticam o modelo atual de processo de projeto 
baseado em etapas seqüenciais que denominam “over the wall” (figura 5). Nesse 
sistema o projeto é desenvolvido pelo arquiteto e as informações são repassadas 
para os projetistas complementares, impedindo uma maior contribuição dos mesmos 
nas soluções iniciais desenvolvidas. Algumas desvantagens desse processo 
apontadas pelos autores estão relacionadas a: falta de comunicação entre os 
agentes, consideração tardia de aspectos relacionados à construtibilidade, 
fragmentação do processo e dificuldade de troca e validação das informações. 
CLIENTECLIENTE ARQUITETOARQUITETO ENGENHEIRO ENGENHEIRO ESTRUTURALESTRUTURAL
EMPREITEIROS E EMPREITEIROS E 
FORNECEDORES DE FORNECEDORES DE 
MATERIAISMATERIAIS
ENGENHEIRO ENGENHEIRO 
INSTALADORINSTALADOR
 
Figura 5. Processo de projeto seqüencial - “Over the wall”. Adaptada de Evbuomwan e 
Anumba (1998). 
31 
Sobre as dificuldades resultantes de um processo de projeto baseado em 
atividades seqüenciais Fabricio (2002) destaca que: 
neste processo fragmentado e seqüencial, a possibilidade de colaboração 
entre projetistas é bastante reduzida e problemática e a proposiçãode 
modificações por um projetista de determinada especialidade implica a 
revisão de projetos já mais amadurecidos de outras especialidades, 
significando enormes retrabalhos ou até mesmo o abandono de projetos 
inteiros (FABRICIO, 2002). 
Evbuomwan e Anumba (1998) destacam a urgência para implantação de 
novas estratégias que busquem a integração entre os diversos agentes desde as 
etapas iniciais de projeto e propõem um modelo baseado na atuação participativa 
dos envolvidos tomando-se como elemento central o projeto (figura 6). 
ORÇAMENTISTASORÇAMENTISTAS
PROMOTORES DE 
EMPREENDIMENTOS
PROMOTORES DE 
EMPREENDIMENTOS
FORNECEDORES 
DE MATERIAIS
FORNECEDORES 
DE MATERIAIS
ENGENHEIROS 
DE 
INSTALAÇÃO
ENGENHEIROS 
DE 
INSTALAÇÃO
ENGENHEIROS
DE ESTRUTURA
ENGENHEIROS
DE ESTRUTURA
ARQUITETOSARQUITETOS
PROJETOPROJETO
ORÇAMENTISTASORÇAMENTISTAS
PROMOTORES DE 
EMPREENDIMENTOS
PROMOTORES DE 
EMPREENDIMENTOS
FORNECEDORES 
DE MATERIAIS
FORNECEDORES 
DE MATERIAIS
ENGENHEIROS 
DE 
INSTALAÇÃO
ENGENHEIROS 
DE 
INSTALAÇÃO
ENGENHEIROS
DE ESTRUTURA
ENGENHEIROS
DE ESTRUTURA
ARQUITETOSARQUITETOS
PROJETOPROJETO
 
Figura 6. Diagrama de uma equipe de projeto integrada, adaptada de Evbuomwan; Anumba 
(1998). 
Da mesma forma, Tzortzopoulos (1999) defende que o processo de projeto 
deve ser participativo, permitindo a conformação de um produto com mais qualidade. 
Essa participação intensa dos agentes favorece o compartilhamento das decisões 
de projeto entre todos os participantes, uma maior participação do cliente e o 
aumento de troca de conhecimento técnico entre os projetistas. 
A figura 7 demonstra os principais agentes e alguns fatores que irão 
influenciar o processo de projeto, apresentando um modelo de estruturação de 
32 
equipe multidisciplinar de projeto onde o gerente de projeto é o responsável pela 
coordenação do grupo (MELHADO, 1994). 
EMPREENDEDOREMPREENDEDOR
ARQUITETOARQUITETO
GERENTE DE GERENTE DE 
PROJETOPROJETO
Exigências 
Legais/Normas
Necessidade dos Necessidade dos 
UsuUsuááriosrios
Diretrizes de projeto Diretrizes de projeto 
da empresada empresa
PROJ. ESTRUTURALPROJ. ESTRUTURAL
PROJ. HIDROSSANIT.PROJ. HIDROSSANIT.
CONSULTORESCONSULTORES
OUTROS PROJETISTASOUTROS PROJETISTAS
PROJ. ELPROJ. ELÉÉTR. TELEF.TR. TELEF.
EMPREENDEDOREMPREENDEDOR
ARQUITETOARQUITETO
GERENTE DE GERENTE DE 
PROJETOPROJETO
Exigências 
Legais/Normas
Necessidade dos Necessidade dos 
UsuUsuááriosrios
Diretrizes de projeto Diretrizes de projeto 
da empresada empresa
PROJ. ESTRUTURALPROJ. ESTRUTURAL
PROJ. HIDROSSANIT.PROJ. HIDROSSANIT.
CONSULTORESCONSULTORES
OUTROS PROJETISTASOUTROS PROJETISTAS
PROJ. ELPROJ. ELÉÉTR. TELEF.TR. TELEF.
 
Figura 7. Estruturação da equipe multidisciplinar de projeto, adaptado de Melhado (1994). 
2.1.4.2 A relação Projeto-produção 
Uma das grandes dificuldades na indústria de AEC é a segregação existente 
entre as etapas de projeto e produção, gerando incompatibilidades entre o projeto e 
o sistema de produção da construtora. Os projetos em geral, caracterizam o produto 
sem a preocupação com a forma como ele será construído (FABRICIO, 2002). 
A falta de detalhamentos de projeto que resultem em informações suficientes 
para a execução da obra permite que recaia sobre engenheiros e mestres de obras 
a responsabilidade por desenvolver na obra soluções improvisadas que deveriam 
estar contempladas no projeto (PICHI, 1993 apud FABRICIO, 2002). Muitas 
decisões são postergadas para a etapa de obra, tornando segregadas as atividades 
de projeto e construção, gerando inúmeras dificuldades e erros de execução. 
(MELHADO; VIOLANI, 1992 apud OLIVEIRA, 2005). 
33 
Barros (1999) afirma a necessidade de que sejam adotados projetos voltados 
à produção, defendendo a etapa de projeto como essencial para que haja uma 
racionalização da construção. Os projetos para produção são essenciais para 
garantir a qualidade do produto e a exeqüibilidade do que foi descrito em projeto. 
Segundo Melhado (1994) pode-se definir os projetos para produção como: 
conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultânea ao 
detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito das atividades 
de produção em obra, contendo as definições de: disposição e seqüência 
de atividades de obra e frentes de serviço; uso de equipamentos; arranjo e 
evolução do canteiro; dentre outros itens vinculados às características e 
recursos próprios da empresa construtora (MELHADO, 1994). 
Em sua pesquisa, Barros (1999) identificou uma grande insatisfação das 
empresas frente aos projetos para produção que, mesmo existindo, não atendem 
plenamente à produção. A autora verificou uma tendência de maiores investimentos 
em projetos para produção nas empresas da construção civil. No entanto, muitos 
projetos ditos “para produção” muitas vezes não funcionam no canteiro, pois, apesar 
de oferecer dados e modulações, esses nem sempre são suficientes para a correta 
execução do serviço pelos operários. 
Cabe ressaltar que muitas vezes os projetos para produção só são realizados 
após as compatibilizações, na etapa de projeto executivo, não permitindo ganhos em 
racionalização que poderiam ocorrer se a produção estivesse já embutida em fases 
anteriores, como a de anteprojeto (BARROS, 1999). 
Observa-se que, a falta de conhecimento dos projetistas com relação aos 
processos construtivos e o distanciamento dos arquitetos de projeto das questões 
relativas à obra, levam a soluções projetuais que não funcionam no canteiro. Da 
mesma forma, no canteiro, o projeto é visto como um balizador, sofrendo inúmeras 
modificações em função da execução. 
Torna-se, urgente compreender os processos de projeto e produção de forma 
integrada para que as soluções geradas possam ser efetivamente realizadas e 
contribuam para otimização dos processos, redução dos custos e garantia da 
qualidade do empreendimento. 
34 
Os projetos de produto e produção devem ser realizados de forma 
simultânea, permitindo agregar ao projeto de produto a questão da construtibilidade, 
levando em conta aspectos relativos aos sistemas de produção empregados e a 
execução dos elementos propostos. Para que isso ocorra, torna-se necessária uma 
maior compatibilização dos projetos, a implantação de uma equipe multidisciplinar 
que conte com engenheiro de obra e uma boa coordenação de projetos (FABRICIO, 
2002). 
2.1.5 Empresas de Projeto 
Existe uma grande gama de profissionais prestadores de serviços às 
empresas construtoras e incorporadoras. O ramo de projetos para edificações na 
construção civil é formado em grande parte por pequenos escritórios e profissionais 
autônomos. Tal disposição se dá pela natureza do serviço projeto, pouco valorizado 
dentro do ramo da construção civil e devido à sua inconstância uma vez que a 
indústria é afetada diretamente por questões econômicas e políticas (OLIVEIRA, 
2005). 
Na elaboração de seu modelo de gestão voltado para pequenas empresas de 
projeto, Oliveira (2005) destaca as principais limitações aplicadas a esses negócios: 
escassez de recursos humanos, financeiros e tecnológicos e carência de formação 
gerencial de seus líderes. 
Grilo (2002) indica uma tendência de redução do tamanho dos escritórios de 
projeto. O autor aponta que alguns fatores comprometem a sobrevivência dos 
escritórios de arquitetura: as concorrências do tipo “menor preço”, os estudos de 
risco, a facilidade de entrada de novos concorrentes e as baixas margens de lucro. 
Além disso, acredita que o afastamento do arquiteto das funções gerenciais e da 
própria obra afeta a sua margem de atuação. Por fim, o autor defende que “a 
sobrevivência dos escritórios de projeto demanda a antecipação das tendências e 
conversão dos desafios em fontes de vantagens competitivase oportunidades de 
negócio” (GRILO, 2002). 
Para aumento da competitividade Grilo (2002) sugere que sejam observados 
os seguintes aspectos: 
35 
1- Gerenciais; 
2- Mercadológicos, através de identificação de oportunidades de negócio, 
estabelecimento de parcerias com outros agentes, diferenciação nos 
produtos desenvolvidos, etc.; 
3- Tecnológicos, a partir do investimento em tecnologias que permitam 
redução de prazo de projeto, facilitando a integração com outros 
projetistas e permitindo maior participação do cliente, facilitando o 
atendimento de suas necessidades; 
4- Organizacionais. 
2.1.6 Processo de projeto e mudanças relacionadas à gestão 
Diversos autores destacam a importância da mudança e modernização dos 
sistemas de gestão como fatores essenciais para um maior aproveitamento das 
vantagens e benefícios que podem ser obtidos com o rearranjo do processo de 
projeto (TZORTZOPOULOS, 1999; MELHADO, 2001; OLIVEIRA, 2005). 
Sobre a necessidade de mudanças relacionadas a gestão Oliveira (2005) 
destaca que: 
É de suma importância que se melhorem todos os outros subsistemas da 
empresa (recursos humanos, comercial, finanças, marketing, sistemas de 
informação, etc.) além de outros elementos de gestão como estrutura 
organizacional, liderança e empreendedorismo, cultura organizacional, de 
forma a se reunirem as condições mínimas para que o projeto seja 
desenvolvido com eficiência e eficácia, para que as melhoras em sua 
metodologia possam ser implementadas com sucesso (OLIVEIRA, 2005). 
Analisando o trabalho de Ferreira; Reis; Pereira (2001), Oliveira (2005) 
demonstra a interligação entre 3 (três) elementos: estrutura, tecnologia e 
comportamento (figura 8). A alteração em qualquer um desses elementos provoca 
uma mudança organizacional que irá influenciar os demais. Logo, qualquer mudança 
deve considerar a influência desses aspectos um sobre o outro. 
Da mesma forma, Toledo et al. (2000) apresentam o modelo de Orlikowski 
(1992) que discorre sobre a existência de três pontos: propriedades institucionais, os 
36 
agentes humanos e a tecnologia. Segundo o autor, a interação desses pontos 
resultará num novo arranjo organizacional. 
ESTRUTURAESTRUTURA
TECNOLOGIATECNOLOGIA COMPORTAMENTOCOMPORTAMENTO
ESTRUTURAESTRUTURA
TECNOLOGIATECNOLOGIA COMPORTAMENTOCOMPORTAMENTO
 
Figura 8. Elementos da mudança organizacional, adaptado de Ferreira; Reis; Pereira (2001) 
apud Oliveira (2005). 
A mudança organizacional pode estar baseada em transformações de 
natureza estrutural (funções e tarefas), estratégica (mercado-alvo), cultural (valores 
e estilos de liderança), tecnológica (processos de produção) e humana (formação, 
seleção de pessoal), “sendo capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da 
organização” (WOOD et al.,1995 apud MOURA; OLIVEIRA, 1998). 
Toledo et al. (2000) defendem que, para a aceitação da mudança, todos os 
envolvidos direta ou indiretamente com a inovação devem ser bem informados e 
conscientizados, e que tal tarefa demanda tempo e investimentos financeiros em 
treinamentos para que os indivíduos compreendam o processo de mudança e se 
empenhem com a inovação. 
É preciso que haja preparação dos colaboradores para a mudança através de 
treinamentos e orientações, as empresas devem valorizar o desenvolvimento de 
pessoas como forma de mitigar as possíveis resistências que geralmente ocorrem 
nos processos de mudança organizacional (FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2001 apud 
OLIVEIRA, 2005). 
2.2 ENGENHARIA SIMULTÂNEA 
2.2.1 Definição de Engenharia Simultânea 
A engenharia simultânea (ES) vem sendo aplicada nas etapas de 
desenvolvimento de produtos de diversos setores da indústria como forma de 
37 
proporcionar agilidade ao processo de produção, garantindo qualidade e facilitando 
a inovação tecnológica (FABRICIO, 2002). Seu surgimento está relacionado à 
necessidade de introdução rápida de novos produtos no mercado como forma de 
garantir a competitividade das indústrias (ANUMBA; BAUGH; KHALFAN, 2002). 
Evbuomwan e Anumba (1998) apresentam a definição de Winner et al. 
(1988), abordando a engenharia simultânea como: 
o desenvolvimento integrado e simultâneo do projeto e seus processos 
correlatos, incluindo a produção e suporte. Essa abordagem pretende 
motivar os agentes para que considerem desde o inicio todos os elementos 
do ciclo de vida do produto, desde a sua concepção até o descarte, estando 
atentos a questões como a qualidade, custo, planejamento e requisitos do 
cliente (WINNER et al, 1988 apud EVBUOMWAN; ANUMBA, 1998). 
A engenharia simultânea enquadra o desenvolvimento do produto como um 
processo contínuo buscando a eliminação de atividades não geradoras de valor e a 
otimização dos processos. Prevê a integração de diversas especialidades num único 
processo, criando uma equipe multidisciplinar em constante colaboração, unindo 
projeto, produção, marketing e demais aspectos ligados ao produto (LOVE; 
GUNASEKARAN, 1997). 
A engenharia simultânea baseia-se na execução de tarefas em paralelo e 
exige uma imensa colaboração dos agentes como forma de garantir ganhos de 
tempo e qualidade do produto (FERREIRA, 2007). 
Fabricio (2002) destaca alguns elementos da ES: 
1- Valorização do projeto e das primeiras etapas de concepção do produto; 
2- Realização das etapas de desenvolvimento do produto de forma paralela 
(projeto e produção); 
3- Integração entre os diversos agentes do processo de produção; 
4- Interação das equipes de projeto; 
5- Utilização intensiva de tecnologia da informação; 
6- Coordenação de projetos; 
7- Orientação para a satisfação do cliente e para o mercado. 
38 
Alguns benefícios decorrentes desse ambiente integrado são: a satisfação do 
cliente; a redução do tempo de projeto e custos; o aumento da qualidade; o aumento 
da eficiência dos processos produtivos; a diminuição do desperdício e de gastos 
posteriores com mudanças (ANUMBA; BAUGH; KHALFAN, 2002). 
Kamara; Anumba e Evbuomwan (2001) apresentam o modelo de Brookes e 
Backhouse (1997) que resume os diversos aspectos do conceito de engenharia 
simultânea e suas interações (figura 9). 
Satisfação do Cliente
Competitividade do Negócio
Minimizar o tempo de entrada no mercado
Redução dos custos
Aumento da qualidade do produto
Integração e simultaneidade dos processos
Uso de equipes multidisciplinares
Consideração antecipada de todos os aspectos do 
ciclo de vida do produto
Análise de requisitos
Sistemas de Gestão
Softwares (CAD, etc.)
FERRAMENTAS E TFERRAMENTAS E TÉÉCNICASCNICAS
ESTRATESTRATÉÉGIASGIAS
OBJETIVOSOBJETIVOS
METASMETAS
PROPORCIONA
FACILITA
PERMITE
Satisfação do Cliente
Competitividade do Negócio
Minimizar o tempo de entrada no mercado
Redução dos custos
Aumento da qualidade do produto
Integração e simultaneidade dos processos
Uso de equipes multidisciplinares
Consideração antecipada de todos os aspectos do 
ciclo de vida do produto
Análise de requisitos
Sistemas de Gestão
Softwares (CAD, etc.)
FERRAMENTAS E TFERRAMENTAS E TÉÉCNICASCNICAS
ESTRATESTRATÉÉGIASGIAS
OBJETIVOSOBJETIVOS
METASMETAS
PROPORCIONA
FACILITA
PERMITE
 
Figura 9. Aspectos relacionados ao conceito de Engenharia Simultânea, adaptado de 
Brookes; Backhouse (1997) apud Kamara; Anumba; Evbuomwan (2001). 
2.2.2 ES na construção de edifícios 
O avanço tecnológico e a crescente exigência dos clientes resultam numa 
complexidade dos empreendimentos, com aumento das exigências relativas a prazo, 
custo e qualidade da edificação e uma maior preocupação quanto ao desempenho e 
impactos gerados pelo edifício ao longo do seu ciclo de vida (FABRICIO, 2002). 
No entanto, alguns pontos ainda dificultam a otimização dos processos na 
indústria da construção civil (LOVE; GUNASEKARAN, 1997): (1) a falta de 
integração e coordenaçãoentre os projetistas; (2) a comunicação pobre (3) os 
39 
desvios de qualidade e (4) uma enorme quantidade de tempo improdutivo. Além 
disso, segundo Love e Gunasekaran (1997), a grande fragmentação da indústria, 
formada por pequenas empresas subcontratadas, que se unem para um projeto 
específico, desencoraja os esforços das equipes de projeto em aumentar qualidade 
e reduzir custos. 
Diversas medidas foram adotadas ao longo do tempo, como a informatização 
dos escritórios e a industrialização dos canteiros através da inserção de elementos 
pré-fabricados, mas esses conceitos não atingiram completamente os processos da 
indústria da construção. Muitos problemas ainda persistem por conta da ausência de 
ferramentas de gestão efetivas (LOVE; GUNASEKARAN, 1997). 
Quanto ao processo de projeto, observa-se hoje uma grande fragmentação 
dos intervenientes, através de diversas disciplinas, gerando falhas nas trocas de 
informação. Essa fragmentação acarreta erros e omissões que terão conseqüências 
futuras e que irão refletir em inúmeras mudanças realizadas em etapas posteriores 
de forma onerosa. Percebe-se também que não há uma abordagem do edifício ao 
longo de todo seu ciclo de vida. Assim, a indústria da construção precisa 
urgentemente de novas ferramentas para o desenvolvimento de seus negócios e 
gestão de seus processos a fim de garantir vantagem competitiva (ANUMBA; 
BAUGH; KHALFAN, 2002). 
Tomando–se a engenharia simultânea como o desenvolvimento paralelo e 
integrado do projeto e produção e que antecipa as decisões para as fases iniciais de 
projeto, considerando desde o inicio todo o ciclo de vida da edificação, a aplicação 
da engenharia simultânea se mostra benéfica na construção civil uma vez que: 
- o estágio inicial de projeto é um dos mais críticos para o ciclo de 
desenvolvimento da edificação; 
- A integração entre os intervenientes do ciclo de produção é um fator chave 
para a qualidade do produto final; 
- As decisões tomadas nas fases iniciais de projeto têm maior influência 
sobre o desempenho e custo final da edificação (MACHADO, 2006). 
Desta forma, diante do alinhamento dos objetivos da CE com as 
necessidades atuais da construção civil (integração de processo, satisfação do 
40 
cliente) e considerando a construção civil como um processo fabril (com repetição de 
processos, assim como em outras indústrias), acredita-se que os ganhos de 
produtividade obtidos em outras indústrias a partir da aplicação do conceito de 
engenharia simultânea também podem ser alcançados com a sua implantação na 
construção civil (KAMARA; ANUMBA; EVBUOMWAN, 2001). 
No contexto da construção civil, Evbuomwan e Anumba (1998) definem a ES 
como: 
...tentativa de otimizar o projeto e seu processo de construção para alcançar 
redução de tempo, melhorando a qualidade e diminuindo os custos a partir 
da integração de atividades de projeto, fabricação e construção, 
maximizando a simultaneidade e a colaboração nas práticas de trabalho 
(EVBUOMWAN; ANUMBA, 1998). 
Fabricio (2002), em sua tese de doutorado apresenta o conceito de “Projeto 
simultâneo” representado como a adaptação e aplicação da engenharia simultânea 
no desenvolvimento do produto na construção de edifícios. A definição de Projeto 
Simultâneo segundo Fabricio (2002): 
O desenvolvimento integrado das diferentes dimensões do 
empreendimento, envolvendo a formulação conjunta da operação 
imobiliária, do programa de necessidades, da concepção arquitetônica e 
tecnológica do edifício e do projeto para produção, realizado por meio da 
colaboração entre o agente promotor, a construtora e os projetistas, 
considerando as funções subempreiteiros e fornecedores de materiais, de 
forma a orientar o projeto à qualidade ao longo do ciclo de produção e uso 
do empreendimento (FABRICIO, 2002). 
Na mesma linha de raciocínio Machado (2006) apresenta o conceito 
Arquitetura Simultânea como: “um método de gestão de projeto que promove a 
integração dos processos e o estabelecimento de paralelismo entre atividades por 
meio da colaboração e da utilização da TI como suporte”. 
Como pré-requisitos para implantação do Projeto Simultâneo, Fabricio (2002) 
destaca: 
1- A parceria entre os diversos agentes do processo de projeto; 
2- A organização e planejamento do processo de projeto enfatizando a 
multidisciplinaridade na busca por soluções projetuais; 
41 
3- A utilização de novas tecnologias da informação buscando facilitar a 
integração e troca de informações entre os agentes. 
Sobre a importância da tecnologia de informação como ferramenta de apoio à 
engenharia simultânea, Machado (2006) destaca que: 
A evolução da Tecnologia da Informação é considerada um fator chave para 
o desenvolvimento da Engenharia Simultânea por fornecer o suporte à 
integração dos processos, ao compartilhamento da informação, à 
colaboração e ao controle integrado. A TI é necessária para dar suporte à 
integração, permitindo a gestão do processo, o gerenciamento da 
informação e comunicação, a simulação, a colaboração e compartilhamento 
de conhecimento (MACHADO, 2006). 
Percebe-se que na atualidade, a TI não é mais função isolada, mas está 
entranhada no negócio, sendo necessária para dar apoio ao grande número de 
informações geradas pela engenharia simultânea e facilitando o gerenciamento dos 
processos com o aumento das subcontratações (BJORNSSON; EKSTROM, 2004). 
2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
2.3.1 Definição de TI 
Segundo Nascimento e Santos (2003b) a expressão Tecnologia da 
Informação (TI) está relacionada “às tecnologias utilizadas para capturar, armazenar, 
processar e distribuir informações eletronicamente” (NASCIMENTO; SANTOS 
2003b). 
A tendência de intensificação do uso da TI se confirmou a partir da década de 
90, proporcionando a redução de tempo das atividades, o aumento da qualidade e a 
customização dos produtos. Além disso, a TI possibilitou novas formas de 
organização e controle, a formação de alianças e parcerias entre empresas e a 
conformação de novos canais de distribuição. (LAURINDO, 2000) 
Numa visão mais abrangente, o termo TI não diz respeito apenas a sistemas 
de informação e processamento de dados, mas está relacionado também a questões 
humanas, administrativas e organizacionais. Além disso, devido ao grande poder de 
impacto da TI sobre os processos, torna-se essencial o seu alinhamento com o 
negócio e a estratégia da empresa para que seja possível atingir um aproveitamento 
máximo de todas as suas possibilidades (LAURINDO, 2000). 
42 
Surge então uma nova abordagem para o termo tecnologia da informação 
podendo compreender "o conjunto dos conhecimentos que se aplicam na utilização 
da informática envolvendo-a na estratégia da empresa para obter vantagem 
competitiva” (NASCIMENTO; SANTOS, 2003a). 
Desta forma, a implementação efetiva de novos sistemas de informação 
requerem não somente visão e investimento, mas mudanças significativas nos 
processos, que implicam reestruturação organizacional. (EGA, 1998 apud 
EASTMAN et al., 2002). Devem ser avaliados os aspectos técnicos e 
organizacionais, encarando a TI como uma importante ferramenta que pode dar 
origem a novas estratégias empresariais e permitir novas possibilidades de negócio 
(LAURINDO, 2000). 
A padronização e alteração na gestão das empresas são essenciais para a 
expansão de novas tecnologias de informação. Assim, para o pleno uso da TI devem 
ser observados os seguintes aspectos: (NASCIMENTO; SANTOS, 2003b) 
1- Conscientizar os profissionais sobre os benefícios da tecnologia e oferecer 
treinamento adequado, investindo na equipe; 
2- Buscar a padronização dos processos; 
3- Fazer uso da tecnologia de forma a agregar valor, gerando novos produtos 
e serviços; 
4- Garantir o gerenciamento de informação, a troca de informação entre 
usuários, a armazenagem e validade

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