111 pág.

Pré-visualização | Página 8 de 26
de modificações por um projetista de determinada especialidade implica a revisão de projetos já mais amadurecidos de outras especialidades, significando enormes retrabalhos ou até mesmo o abandono de projetos inteiros (FABRICIO, 2002). Evbuomwan e Anumba (1998) destacam a urgência para implantação de novas estratégias que busquem a integração entre os diversos agentes desde as etapas iniciais de projeto e propõem um modelo baseado na atuação participativa dos envolvidos tomando-se como elemento central o projeto (figura 6). ORÇAMENTISTASORÇAMENTISTAS PROMOTORES DE EMPREENDIMENTOS PROMOTORES DE EMPREENDIMENTOS FORNECEDORES DE MATERIAIS FORNECEDORES DE MATERIAIS ENGENHEIROS DE INSTALAÇÃO ENGENHEIROS DE INSTALAÇÃO ENGENHEIROS DE ESTRUTURA ENGENHEIROS DE ESTRUTURA ARQUITETOSARQUITETOS PROJETOPROJETO ORÇAMENTISTASORÇAMENTISTAS PROMOTORES DE EMPREENDIMENTOS PROMOTORES DE EMPREENDIMENTOS FORNECEDORES DE MATERIAIS FORNECEDORES DE MATERIAIS ENGENHEIROS DE INSTALAÇÃO ENGENHEIROS DE INSTALAÇÃO ENGENHEIROS DE ESTRUTURA ENGENHEIROS DE ESTRUTURA ARQUITETOSARQUITETOS PROJETOPROJETO Figura 6. Diagrama de uma equipe de projeto integrada, adaptada de Evbuomwan; Anumba (1998). Da mesma forma, Tzortzopoulos (1999) defende que o processo de projeto deve ser participativo, permitindo a conformação de um produto com mais qualidade. Essa participação intensa dos agentes favorece o compartilhamento das decisões de projeto entre todos os participantes, uma maior participação do cliente e o aumento de troca de conhecimento técnico entre os projetistas. A figura 7 demonstra os principais agentes e alguns fatores que irão influenciar o processo de projeto, apresentando um modelo de estruturação de 32 equipe multidisciplinar de projeto onde o gerente de projeto é o responsável pela coordenação do grupo (MELHADO, 1994). EMPREENDEDOREMPREENDEDOR ARQUITETOARQUITETO GERENTE DE GERENTE DE PROJETOPROJETO Exigências Legais/Normas Necessidade dos Necessidade dos UsuUsuááriosrios Diretrizes de projeto Diretrizes de projeto da empresada empresa PROJ. ESTRUTURALPROJ. ESTRUTURAL PROJ. HIDROSSANIT.PROJ. HIDROSSANIT. CONSULTORESCONSULTORES OUTROS PROJETISTASOUTROS PROJETISTAS PROJ. ELPROJ. ELÉÉTR. TELEF.TR. TELEF. EMPREENDEDOREMPREENDEDOR ARQUITETOARQUITETO GERENTE DE GERENTE DE PROJETOPROJETO Exigências Legais/Normas Necessidade dos Necessidade dos UsuUsuááriosrios Diretrizes de projeto Diretrizes de projeto da empresada empresa PROJ. ESTRUTURALPROJ. ESTRUTURAL PROJ. HIDROSSANIT.PROJ. HIDROSSANIT. CONSULTORESCONSULTORES OUTROS PROJETISTASOUTROS PROJETISTAS PROJ. ELPROJ. ELÉÉTR. TELEF.TR. TELEF. Figura 7. Estruturação da equipe multidisciplinar de projeto, adaptado de Melhado (1994). 2.1.4.2 A relação Projeto-produção Uma das grandes dificuldades na indústria de AEC é a segregação existente entre as etapas de projeto e produção, gerando incompatibilidades entre o projeto e o sistema de produção da construtora. Os projetos em geral, caracterizam o produto sem a preocupação com a forma como ele será construído (FABRICIO, 2002). A falta de detalhamentos de projeto que resultem em informações suficientes para a execução da obra permite que recaia sobre engenheiros e mestres de obras a responsabilidade por desenvolver na obra soluções improvisadas que deveriam estar contempladas no projeto (PICHI, 1993 apud FABRICIO, 2002). Muitas decisões são postergadas para a etapa de obra, tornando segregadas as atividades de projeto e construção, gerando inúmeras dificuldades e erros de execução. (MELHADO; VIOLANI, 1992 apud OLIVEIRA, 2005). 33 Barros (1999) afirma a necessidade de que sejam adotados projetos voltados à produção, defendendo a etapa de projeto como essencial para que haja uma racionalização da construção. Os projetos para produção são essenciais para garantir a qualidade do produto e a exeqüibilidade do que foi descrito em projeto. Segundo Melhado (1994) pode-se definir os projetos para produção como: conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito das atividades de produção em obra, contendo as definições de: disposição e seqüência de atividades de obra e frentes de serviço; uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro; dentre outros itens vinculados às características e recursos próprios da empresa construtora (MELHADO, 1994). Em sua pesquisa, Barros (1999) identificou uma grande insatisfação das empresas frente aos projetos para produção que, mesmo existindo, não atendem plenamente à produção. A autora verificou uma tendência de maiores investimentos em projetos para produção nas empresas da construção civil. No entanto, muitos projetos ditos “para produção” muitas vezes não funcionam no canteiro, pois, apesar de oferecer dados e modulações, esses nem sempre são suficientes para a correta execução do serviço pelos operários. Cabe ressaltar que muitas vezes os projetos para produção só são realizados após as compatibilizações, na etapa de projeto executivo, não permitindo ganhos em racionalização que poderiam ocorrer se a produção estivesse já embutida em fases anteriores, como a de anteprojeto (BARROS, 1999). Observa-se que, a falta de conhecimento dos projetistas com relação aos processos construtivos e o distanciamento dos arquitetos de projeto das questões relativas à obra, levam a soluções projetuais que não funcionam no canteiro. Da mesma forma, no canteiro, o projeto é visto como um balizador, sofrendo inúmeras modificações em função da execução. Torna-se, urgente compreender os processos de projeto e produção de forma integrada para que as soluções geradas possam ser efetivamente realizadas e contribuam para otimização dos processos, redução dos custos e garantia da qualidade do empreendimento. 34 Os projetos de produto e produção devem ser realizados de forma simultânea, permitindo agregar ao projeto de produto a questão da construtibilidade, levando em conta aspectos relativos aos sistemas de produção empregados e a execução dos elementos propostos. Para que isso ocorra, torna-se necessária uma maior compatibilização dos projetos, a implantação de uma equipe multidisciplinar que conte com engenheiro de obra e uma boa coordenação de projetos (FABRICIO, 2002). 2.1.5 Empresas de Projeto Existe uma grande gama de profissionais prestadores de serviços às empresas construtoras e incorporadoras. O ramo de projetos para edificações na construção civil é formado em grande parte por pequenos escritórios e profissionais autônomos. Tal disposição se dá pela natureza do serviço projeto, pouco valorizado dentro do ramo da construção civil e devido à sua inconstância uma vez que a indústria é afetada diretamente por questões econômicas e políticas (OLIVEIRA, 2005). Na elaboração de seu modelo de gestão voltado para pequenas empresas de projeto, Oliveira (2005) destaca as principais limitações aplicadas a esses negócios: escassez de recursos humanos, financeiros e tecnológicos e carência de formação gerencial de seus líderes. Grilo (2002) indica uma tendência de redução do tamanho dos escritórios de projeto. O autor aponta que alguns fatores comprometem a sobrevivência dos escritórios de arquitetura: as concorrências do tipo “menor preço”, os estudos de risco, a facilidade de entrada de novos concorrentes e as baixas margens de lucro. Além disso, acredita que o afastamento do arquiteto das funções gerenciais e da própria obra afeta a sua margem de atuação. Por fim, o autor defende que “a sobrevivência dos escritórios de projeto demanda a antecipação das tendências e conversão dos desafios em fontes de vantagens competitivas