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A invenção do Patrimônio Urbano
 Património Histórico refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico. Além de fazer parte da história.
A preservação do patrimônio histórico teve início como atividades sistemáticas no século XIX, após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, inicialmente para restaurar os Monumentos e Edifícios Históricos destruídos na guerra (novas demandas viárias e de comunicação).
A busca pelo denominado “meio termo” passa necessariamente pelo entendimento da cidade como uma soma de seus monumentos (arquiteturas) num determinado espaço urbano e não como um objeto patrimonial autônomo.
O arquiteto francês Eugène Viollet-le-Duc elaborou os primeiros conceitos para a preservação e restauração de patrimônio edificado, tornando-se referência teórica na Europa e no Mundo. Outros pensadores como o crítico de arte inglês John Ruskin e o arquiteto italiano Camillo Boito elaboraram teorias importantes no processo de preservação e restauração, embora conflitantes.
O patrimônio histórico de uma cidade é o conjunto das manifestações produzidas socialmente ao longo do tempo no espaço urbano, seja no campo das artes, nos modos de viver, nos ofícios, festas, lugares ou na paisagem da própria cidade, com seus atributos naturais, intangíveis e edificados. As edificações, o traçado da cidade, o desenho dos passeios, as praças, o paisagismo, as manifestações culturais, os costumes, os saberes, celebrações e práticas culturais tornam-se referências simbólicas e afetivas dos cidadãos em relação ao espaço vivido, e constituem a imagem, a identidade de sua cidade. Preservar o patrimônio cultural de uma cidade é manter as marcas de sua história ao longo do tempo e, assim, assegurar a possibilidade da construção dinâmica da identidade e da diversidade cultural daquela comunidade. 
A preservação da memória de um povo está diretamente relacionada à conservação de seu patrimônio cultural. O processo de tombamento, no entanto, nem sempre é garantia de perpetuidade dessa memória, que muitas vezes se desfaz pela falta de incentivos públicos e privados. A primeira legislação brasileira que normatiza o tombamento do patrimônio cultural é o decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ainda vigora. Desde então, 676 bens arqueológicos, etnográficos, paisagísticos e históricos estão catalogados nos livros de tombo do órgão federal; outras centenas estão em tese protegidos pelos institutos estaduais e municipais. 
O Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que entre outras medidas institui o instrumento do tombamento, define em seu artigo 1º o conceito de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Passados 51 anos, em que o País sofreu intensas e velozes mudanças, transformando-se de rural em majoritariamente urbano, a Constituição de 1988 relativiza a noção de excepcionalidade, substituída em parte pela de representatividade e reconhece a dimensão imaterial. A denominação Patrimônio Histórico e Artístico é substituída por Patrimônio Cultural. O conceito é assim ampliado de maneira a incluir as contribuições dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Essa mudança incorpora o conceito de referência cultural e significa uma ampliação importante dos bens passíveis de reconhecimento.
O artigo 216 da Constituição Federal assim conceitua patrimônio cultural:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
 
No Brasil, o Patrimônio teve sua criação ligada aos desdobramentos do movimento modernista que foi momento de grande reflexão.
Essa circunstância marcou profundamente a atuação do patrimônio sobre os centros históricos, determinando conceitos e critérios de preservação. 
Existem hoje 29 Centros Históricos tombados, com um acervo de 20000 edificações.
Dentre esses Centros está Ouro Preto, cidade de linhas tortas, mineiramente barroca, Ouro Preto nasceu ao acaso, sem plano urbanístico, na desenfreada corrida do ouro, determinado importante época brasileira.
Tombando Ouro Preto, foram inventariados no arquivo central do IPHAN os processos de aprovação de arquitetura nova e tudo que pudesse influir na configuração urbana daquela cidade. 
As primeiras ações do patrimônio nos centros tombados tratavam as cidades como expressão estética, sem considerar cultura e história, resultando em conservá-los como objetos idealizados. Porém na busca de conservar a autenticidade estilística e estética do patrimônio, surge a controvérsia quanto à regulamentação do crescimento das cidades históricas.
	
Como fazer a cidade crescer e se conservar ao mesmo tempo?
Podemos colocar aqui o ponto de vista abordado pelo arquiteto Lucio Costa em vista do projeto do Grande Hotel de Ouro Preto de Oscar Niemeyer, sendo esta uma arquitetura modernista, totalmente diferenciada de qualquer tipologia local. Defende Lucio Costa que fazer uma arquitetura nova e de boa qualidade só vem a realçar a importância histórica da velha cidade, tendo em comum com ela beleza e verdade, e que a boa arquitetura como obra de arte não deverá estranhar a vizinhança de outras obras, embora diferentes porque a boa arquitetura de um determinado período vai sempre bem com a de qualquer outro período anterior, e o que não combina com coisas nenhuma é a falta de arquitetura, e a reprodução, ou imitação perfeita faria a cidade perder suas referencias temporais, enganando o turista desprevenido. 
Portanto, o desenvolvimento da idéia de conservação histórica das cidades surge em meados do final da década de 60, onde não era mais empregado o termo “cidade com monumento”, e sim “sitio urbano”, referindo-se a um trecho da cidade, admitindo o seu crescimento, sendo essa uma forma mais madura de analisar historicamente um lugar, visto que nada permanece estático.
A vidacontinua e é preciso preservar!
Deve-se reconhecer a importância do papel desempenhado pelo Patrimônio ao preservar parte significativa de um acervo edificado. 
BIBLIOGRAFIA:
A Alegoria do Patrimônio, François Choay.

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