A Família e o Desenvolvimento Humano

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A Família e o Desenvolvimento Humano
Embasamento teórico
O ser humano, ao longo de sua vida, vivencia diversas coisas, cria opiniões, influencia e é influenciado pela sociedade e pela cultura ao qual está inserido, constrói laços com seus familiares, assim como constrói relações com outras pessoas que vai conhecendo e se identificando. 
Cada ser humano é um ser único e “escolhe” seu caminho desde criança. 
Porém, suas escolhas são determinadas, principalmente, com o embasamento da família durante a infância. 
Aspectos cognitivos, emocionais, sociais e físicos fazem parte do desenvolvimento do indivíduo desde a gestação, no ambiente intrauterino, ocorrendo de maneira concomitante. 
Esses aspectos desenvolvem-se de modo adequado por meio da vivência sociocultural ao qual o individuo está inserido bem como suas relações com familiares e amigos. Essas relações podem ser superficiais ou não, dependendo de seu vínculo afetivo. 
O aspecto afetivo tem fundamental influência no desenvolvimento intelectual do sujeito. O afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos (amor, raiva, depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos, lágrimas) (SOUZA, 2008). 
Embasamento teórico
As famílias, atualmente, encontram-se nas mais diversas formações, distanciando-se cada vez mais do modelo monoparental (pai-mãe-filhos). 
A forma com que as famílias irão influenciar e educar seus filhos ocorre independente da configuração em que se encontram. 
As famílias com clareza em suas relações afetivas e, estando seguras e confiantes de suas decisões, conseguirão encaminhar as crianças a um processo de maturação pleno a fim de se tornarem adultos com vivência em sociedade de forma mais apropriada. 
Embasamento teórico
As famílias com clareza das relações de afeto serão mais capazes de direcionar a criança a se tornar um adulto mais seguro e adequado a vivenciar as situações cotidianas. 
Contudo, mesmo que as famílias estejam plenamente preparadas para desenvolver as crianças da melhor forma possível, os aspectos históricos, econômicos, sociais e culturais também influenciam o processo educacional, tendo em vista que são fatores importantes para a vivência em sociedade. 
Embasamento teórico
A base da nossa sociedade é a família e como tal a mesma deve participar inteiramente do desenvolvimento educacional de seus filhos. 
A sociedade atual encontra-se desgastada em decorrência da correria do cotidiano e, muitas vezes, as famílias acabam se perdendo com as responsabilidades provenientes da educação de sua prole. 
As famílias têm se esquecido da sua principal responsabilidade na formação ética e moral dos filhos. Ao mesmo tempo em que os pais cumprem as responsabilidades da educação, têm que suprir as necessidades do processo de adaptação de seus filhos para o convívio em sociedade. 
Embasamento teórico
Histórico de Família
A instituição família, ao longo do tempo, tem passado por transformações, tanto na sua estrutura quanto em sua formação.
Pode-se afirmar que essas mudanças refletem diretamente no desenvolvimento das crianças, principalmente no âmbito escolar. 
É de suma importância o acompanhamento da família no processo educacional de seus filhos, visto que a vida familiar poderá facilitar esse processo fazendo com que a criança possa ter a vivência cotidiana mais segura e confiante. 
A família tem sido considerada a base para a formação e desenvolvimento da criança (FREUD, 1895, apud STANDART, 1974). 
Freud afirma que os primeiros anos da vida da criança são primordiais para seu desenvolvimento emocional para que, assim, se desenvolvam e se tornem adultos capazes de resolver problemas e conflitos e de lidar com situações inesperadas. 
Porém, fatores como a economia e política da sociedade influenciam e muito nas relações familiares encontradas atualmente. 
Histórico de Família
Família:
é a unidade social mais antiga e mais importante a que se tem notícia, 
possui diversas formatações e funções, 
é uma instituição milenar que vem garantindo a organização social e a reprodução de costumes e valores,
é formada por relações conjugais (casamento e filhos) ou consanguíneas (parentesco). 
 
Histórico de Família
Principais funções que a família pode exercer (DIAS, 2010): 
Biológica, 
Socialização, 
Social, 
Assistencial e 
Econômica.  
Histórico de Família
A função biológica associa-se à reprodução e satisfação da espécie. 
A função de socialização associa-se à preparação da criança. 
A função social refere-se ao papel exercido pela família para determinar o status inicial do individuo. 
A função assistencial relaciona à responsabilidade da família com relação a proteção seja ela física, econômica ou psicológica. 
A função econômica refere-se ao fato da família constituir-se como uma unidade tanto de produção quanto de consumo. 
Histórico de Família
O termo família advém da expressão latina famulus, que significa “escravo doméstico”. 
Essa expressão designava os escravos que trabalhavam de forma legalizada na agricultura familiar das tribos ladinas, situadas onde hoje se localiza a Itália (MIRANDA, 2001, p. 57-58). 
Histórico de Família
Idade Média
(476 – 1453)
Idade Moderna
(1453 – 1789)
Idade Contemporânea
(1789 - →)
A criança tinha como principal obrigação, assim que confinada a um mestre (que deveria ensinar-lhe), servi-lo bem e devidamente.
O serviço doméstico se confundia com a aprendizagem, que era uma forma comum de educação.
As famílias eram consideradas comosem afeto, pois conservava as crianças em casa até os sete/oito anos e então, ingressavam para o trabalho pesado seja no campo ou cuidando da casa de outros. 
Passa-se a compreender o matrimônio como um contrato a ser estabelecido entre o casal, ao qual se dá voz também a mulher.  
Revolução Francesa (1789-1799):os casamentos deixaram de ser tão ligados à religião. 
Entre 1760 (séc. XVIII) e 1820/40 (séc. XIX), Revolução Industrial na Inglaterra:fez com que a migração para os centros urbanos aumentassem fazendo com que os laços entre os integrantes da família se tornassem cada vez menores. 
Séc. XX: entra em crise o modelo de família centrado na figura paterna.
Por que isso ocorreu?
Por conta da inserção da mulher do mercado de trabalho, a influência da escola cada vez maior sobre os filhos e, também, com a assistência aos idosos que começaram a deixar de serem cuidados com o comprometimento total das famílias e passaram aos cuidados de instituições especializadas.
Família vista como um “agregado doméstico”.
As famílias sofreram modificações não somente em sua formação, mas também sofreram transformações religiosas, econômicas e sociais. 
A família tomou novas formas com o desenvolvimento da sociedade e, com isso, o afeto passou a ter nova visibilidade, seja para identificar os novos vínculos familiares ou, ainda, para definir os elos de parentesco. 
Para que uma família esteja completa, qualquer que seja sua configuração, é necessário que haja ao menos um filho. Sem a prole, tem-se a sensação que a formação familiar não foi plenamente concluída. 
Histórico de Família
“O sentimento de família que emerge assim nos séculos XVI - XVII é inseparável do sentimento de infância. O interesse pela infância não é senão uma forma, uma expressão particular desse sentimento mais geral, o sentimento de família.” (ARIÈS, 2011) 
Histórico de Família
A Família Atualmente
O atual conceito de família está centrado no afeto como elemento agregador. 
Através das relações de afeto desenvolvemos as melhores capacidades, reativamos habilidades inatas, transformamos nossa personalidade e retificamos nossos traços de caráter que precisam ser realinhados. 
Os pais tem o dever de educar e criar os filhos sem negar-lhes atenção necessária para a formação da personalidade. 
 
[...] a família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os desafios da vida, de perpetuar valoreséticos e morais. Os filhos se espelhando nos pais e os pais desenvolvendo a cumplicidade com os filhos. [...] A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família. É essa a célula mãe da sociedade, em que os conflitos necessários não destroem o ambiente saudável. (CHALITA, 2001, p. 20) 
A Família Atualmente
O modelo familiar atual tomou outras formas além da formação pai-mãe-filhos: 
famílias formadas por pais solteiros, pais separados com outro cônjuge e seus respectivos filhos, pais homossexuais, famílias formadas por avós e netos. 
Há uma infinidade de formações familiares que geram mudanças na educação transmitida às crianças, fazendo com que muitos indivíduos cresçam e tornem-se adultos com dificuldades de enfrentar as situações cotidianas de forma segura e confiante. 
A Família Atualmente
Faz-se necessário ter uma pluralista da família, abrigando os mais diversos arranjos familiares, devendo-se buscar a identificação do elemento que permita enlaçar no conceito de entidade familiar todos os relacionamentos que têm origem em um elo de afetividade, independente de sua conformação. O desafio dos dias de hoje é achar o toque identificador das estruturas interpessoais que permita nominá-las como família. Esse referencial só pode ser identificado na afetividade. (DIAS, 2006, p. 39) 
A Família Atualmente
Além das relações de afeto, e independente da formação familiar, o meio em que a criança está sendo gerada poderá causar grande influencia em seu desenvolvimento devido a forma com que a sociedade vive (influências econômicas, sociais e culturais).  
O desenvolvimento da criança também está plenamente ligado às relações construídas além das familiares. 
A Família Atualmente
A Afetividade
Segundo o dicionário Aurélio (1999), afeto (latim affectu), 
disposição de alma, sentimento. 
amizade, simpatia. 
A afetividade pode ser caracterizada como a capacidade de experimentar sentimentos e emoções. No conceito de afetividade está implícita a existência de um conteúdo relacional, isto é, somos afetivos em relação a nós mesmos, ao outro ou a algum fato ou contexto ambiental (VALLE, 2005). 
É um domínio funcional, cujo desenvolvimento depende da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Ao longo do desenvolvimento do indivíduo, esses fatores em suas interações recíprocas modificam tanto as fontes de onde procedem as manifestações afetivas, quanto as formas de expressão. A afetividade que inicialmente é determinada basicamente pelo fator orgânico, passa a ser fortemente influenciada pela ação do meio social. (ALMEIDA, s.d.) 
A Afetividade
A afetividade, assim como o desenvolvimento da criança, são construídos e se modificam de um período para o outro, pois conforme se desenvolvem, as relações afetivas tornam-se cognitivas. 
Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade, embora em proporções variáveis. [...] O afeto pode ser entendido como a energia necessária para que a estrutura cognitiva passe a operar. E mais: ele influencia a velocidade em que se constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade. (DAVIS, et al, p. 84) 
A Afetividade
Sem o afeto não existe motivação que leve o ser humano ao conhecimento. Na visão piagetiana, o afeto desempenha um papel primordial no funcionamento da inteligência. 
“[...] não se poderia raciocinar sem vivenciar certos sentimentos e que, por outro lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão.” (Piaget, 1977, p.16). 
O afeto permeia tudo aquilo que o ser humano vive desde o seu nascimento até a sua vida adulta. A partir dele é que se definem as relações familiares, as amizades que serão feitas, as decisões tomadas. 
A Afetividade
Considerações Finais
Discutir acerca das relações familiares concomitante com as relações afetivas e com a formação da personalidade é de extrema relevância considerando a forma em que a sociedade atual se encontra. 
As relações afetivas iniciam com o nascimento da criança através do contato com seus pais e, à medida que cresce, essas relações vão se estendendo para/com outras pessoas do seu convívio social. 
 
Através de relações afetivas estáveis e duradouras, assim como com base familiar segura de seu papel, a criança crescerá em um ambiente propício para que seu desenvolvimento ocorra plenamente e essa criança seja um adulto capaz de resolver conflitos e lidar com as situações cotidianas de forma confiante e estável. 
A afetividade entre as famílias e seus filhos, cresce ao longo do tempo, através do envolvimento que ambos vão tendo no cotidiano de suas vidas. 
O modo de vida atual, a correria do nosso cotidiano, como o excesso de trabalho, fez com que as relações entre os responsáveis e seus filhos se estreitem cada vez mais. 
Algumas atitudes podem auxiliar na formação de um bom vínculo afetivo, nos mais simples e diversos fatos do cotidiano como, por exemplo, com conversas diárias acerca das atividades realizadas durante o dia, com demonstrações de afeto. 
Considerações Finais
Os vínculos afetivos entre os responsáveis e seus filhos podem ser criados, também, com a valorização de qualidades e atos realizados. O indivíduo que recebe elogios tem sua autoestima elevada, sentem-se mais capacitados e seguros para realizar suas atividades. Conseguindo assim, também, realizar outras tarefas mais complexas com mais confiança. 
A família será sempre espaço de afetividade, de demonstração de carinho e atenções delicadas. Pais e filhos necessitam deste ambiente para poderem continuar a viver como pessoas dignas e seguras em sociedade. Na família um acolhe a vida do outro, uns se colocam a serviço dos outros. Dessa forma, cria-se um ambiente saudável emocionalmente, psicologicamente e socialmente para que se alcance a maturidade afetiva. 
Considerações Finais
O meio que irá definir como o desenvolvimento ocorrerá. Ou seja, mesmo que a família crie um ambiente saudável e propicio ao melhor desenvolvimento aos seus filhos, a estrutura econômica, social e o histórico familiar também irá influenciar em como os indivíduos irão ter a maturidade, principalmente a afetiva. 
O ser humano se desenvolve a partir do meio que o permeia, das influencias que são geradas sobre ele e também, através da forma com que seu sistema se desenvolve e processa as informações. 
Considerações Finais