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Cap´ıtulo 4 Coˆnicas, superf´ıcies qua´dricas e coordenadas polares 4.1 Coˆnicas Introduc¸a˜o Voceˆ sabia que durante va´rios se´culos, pensava-se que as o´rbitas descritas pelos planetas eram circunfereˆncias e que a Terra era o centro? Johannes Kepler, (1571-1630) matema´tico e astroˆnomo, estudou as o´rbitas planeta´rias e observou que a o´rbita de Marte em volta do Sol era uma elipse e na˜o um c´ırculo, assim como os demais, embora sejam elipses menos esticadas. Estudos que levaram as leis do movimento planeta´rio. Algumas aplicac¸o˜es relacionadas: ❼ As elipses sa˜o usadas na fabricac¸a˜o de engrenagens de ma´quinas. ❼ Os arcos de pontes ou tetos tem muitas vezes formas el´ıpticas ou parabo´licas. ❼ As para´bolas sa˜o usadas em espelhos refletores e faro´is de automo´veis. ❼ Os refletores de dentistas usam refletores el´ıpticos que tem como objetivo concentrar o ma´ximo de luz onde se esta´ trabalhando. ❼ Alguns telesco´pios denominados refletores usam um espelho hiperbo´lico secunda´rio, ale´m do refletor parabo´lico principal, para redirecionar a luz do foco principal para um ponto mais conveniente. 126 Foi Apoloˆnio, um matema´tico e astroˆnomo, (➧ 262-190 a.C.), quem pela primeira vez mostrou que a partir de um cone e´ poss´ıvel obter as treˆs espe´cies de sec¸o˜es coˆnicas, apenas variando a inclinac¸a˜o do plano de sec¸a˜o. Uma sec¸a˜o coˆnica e´ uma curva obtida cortando-se qualquer cone de duas folhas por um plano que na˜o passa pelo ve´rtice, chamado de plano secante. ❼ Origem: Corte por um plano. ❼ Plano horizontal: – ponto (pelo ve´rtice V); – circunfereˆncia (na˜o pelo ve´rtice). ❼ Plano inclinado: - pouco inclinado – elipse; - muito inclinado - para´bola. ❼ Plano vertical: 127 - hipe´rbole. ❼ Foi Apoloˆnio tambe´m quem introduziu os nomes para´bola, elipse e hipe´rbole, utilizados ate´ hoje. Figura 4.1: http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/ 4.2 Para´bola E´ o lugar geome´trico dos pontos que esta˜o equidistantes de um ponto fixo, denominado foco(F ) e de uma reta fixa (diretriz) nesse plano. Toda para´bola e´ sime´trica em relac¸a˜o a reta focal. O ve´rtice da para´bola e´ o ponto V da reta focal que equidista de F e da reta diretriz. 128 Elementos: Foco: e´ o ponto F Diretriz: e´ a reta d Eixo: e´ a reta que passa por F e e´ perpendicular a d. Ve´rtice: e´ o ponto V de intersecc¸a˜o da para´bola com seu eixo. p: paraˆmetro que representa a distaˆncia do foco a` diretriz. Reta V F : eixo de simetria da Para´bola. Latus Rectum: e´ a corda PP1 que passa pelo foco e e´ perpendicular ao eixo de simetria. Observe que um ponto P qualquer pertence a` para´bola se, e somente se, | −→ FP | = | −→ P ′P | (4.1) Equac¸o˜es reduzidas: Seja a para´bola de ve´rtice V (0,0), vamos considerar dois casos: 1➦ O eixo da para´bola e´ o eixo Oy: Seja P (x,y) um ponto qualquer da para´bola de foco F (0,p 2 ) e diretriz de equac¸a˜o y = −p 2 . Pela definic¸a˜o de para´bola expressa pela equac¸a˜o (4.1),sendo P ′(x, − p 2 ) ∈ d, temos: 129 | ( x− 0,y − p 2 ) | = | ( x− x,y + p 2 ) |√ (x− 0)2 + ( y − p 2 )2 = √ (x− x)2 + ( y + p 2 )2 (x− 0)2 + ( y − p 2 )2 = (x− x)2 + ( y + p 2 )2 x2 + y2 − py + p 2 4 = y2 + py + p2 4 x2 = 2py (4.2) A equac¸a˜o (4.2) e´ a Equac¸a˜o Reduzida da para´bola de ve´rtice na origem com eixo no eixo y. Representac¸a˜o: Abertura da para´bola: voltada para cima. Figura 4.2: y > 0, p > 0 2➦ O eixo da para´bola e´ o eixo Ox: Seja P (x,y) um ponto qualquer da para´bola de foco F (p 2 ,0) e diretriz de equac¸a˜o x = −p 2 . Equac¸a˜o Reduzida da para´bola: y2 = 2px. Representac¸a˜o Abertura da para´bola: voltada para direita. 130 Exemplo 78 Dada a para´bola, encontrar: as coordenadas do foco e a equac¸a˜o diretriz. Soluc¸a˜o: y2 = 7x⇒ equac¸a˜o do tipo: y2 = 2px Foco: F (p 2 ,0)→ y2 = 7x e y2 = 2px⇒ p = 7 2 ⇒ F (7 4 ,0) Equac¸a˜o da diretriz: x = −7 4 . 4.2.1 Translac¸a˜o de eixos Uma curva na˜o e´ afetada pela posic¸a˜o de seus eixos coordenados, mas, no entanto suas respectivas equac¸o˜es sa˜o afetadas. Introduc¸a˜o: Analisamos agora o caso em que o ve´rtice e´ um ponto (h,k), isto e´, obtemos um novo sistema x′O′y′ cuja origem e´ O′(h,k). Esse novo sistema tem a mesma unidade de medida, mesma direc¸a˜o e mesmo sentido dos eixos Ox e Oy. Considerando x = x′ + h e y = y′ + k ou x′ = x − h e y′ = y − k que sa˜o as fo´rmulas de translac¸a˜o e que permitem transformar coordenadas de um sistema para outro, que tem como finalidade modificar a forma das equac¸o˜es. 131 4.2.2 Equac¸a˜o Canoˆnica da Para´bola com centro gene´rico Eixo da para´bola paralelo ao eixo y: A equac¸a˜o da para´bola no novo sistema x′O′y′, e´ x′2 = 2py′2 e usando as fo´rmulas de translac¸a˜o, temos (x− h)2 = 2p(y − k) (4.3) Ve´rtice: V (h,k) Foco: F ( h,k + p 2 ) Diretriz: y = k − p 2 A equac¸a˜o (4.3) e´ a equac¸a˜o da para´bola de ve´rtice V (h,k). Desenvolvendo a equac¸a˜o (4.3) e isolando a varia´vel y, obtemos: x2 − 2xh+ h2 = 2py − 2pk y = 1 2p x2 − h p x+ h2 + 2pk 2p y = ax2 + bx+ c, com a 6= 0 132 Observe que: a = 1 2p e b = −h p Equac¸a˜o geral: ax2 + bx+ cy + d = 0, a 6= 0 Eixo da para´bola paralelo ao eixo Ox: (y − k)2 = 2p(x− h) Ve´rtice: V (h,k) Foco: F ( h+ p 2 ,k ) Diretriz: x = h− p 2 Equac¸a˜o geral: by2 + cx+ dy + f = 0, b 6= 0 Exemplo 79 Obter a equac¸a˜o geral da para´bola com ve´rtice V (3,3) e foco F (5,3). Soluc¸a˜o: (y − k)2 = 2p(x− h) Distaˆncia V F : p 2 → p 2 = 2→ p = 4 (y − 3)2 = 2 · 4(x− 3)→ y2 − 6y + 9 = 8x− 24→ y2 − 6y − 8x+ 33 = 0 Equac¸a˜o da diretirz: x = −p 2 ∴ p = −7 4 133 4.2.3 Equac¸o˜es Parame´tricas da para´bola Considerando a equac¸a˜o x2 = 2py, isolamos y e temos: y = 1 2p x2. Se fizermos x = t, logo teremos as parame´tricas, dadas por x = t y = 1 2p t2 (4.4) De forma ana´loga, se tivermos a para´bola ao longo do eixo x, sua equac¸a˜o e´ dada por y2 = 2px, e suas parame´tricas ficara˜o da seguinte forma x = 1 2p t2 y = t, onde t ∈ R (4.5) Exemplo 80 Obter a parame´trica da para´bola x2 = 1 2 y. Soluc¸a˜o: Se fizermos x = t, enta˜o y = 2t2 e teremos{ x = t y = 2t2 Como as equac¸o˜es parame´tricas da para´bola x2 = 1 2 y. 4.2.4 Agora tente resolver! 1. Qual e´ a equac¸a˜o da diretriz da para´bola y2 = 8x? 2. Associe cada representac¸a˜o geome´trica das para´bolas com as equac¸o˜es dadas: ( ) x2 = 2y ( ) y2 = 2x ( ) x2 = −2y ( ) y2 = −2x 134 3. Determine o foco e a diretriz de cada para´bola. Esboce cada uma das para´bolas. Inclua o Foco e a diretriz em seu desenho: (a) y2 = 12x (b) y = 4x2 (c) x2 = −8y (d) x2 + 6y = 0 4. Represente geometricamente e obtenha uma equac¸a˜o da para´bola que satisfac¸a a seguinte condic¸a˜o: V (0,0) , passa pelo ponto P (−2,5) e a concavidade esta´ voltada para cima. 5. Uma para´bola tem ve´rtice na origem e passa no ponto P (8,− 4) determinar a equac¸a˜o e seu foco se: (a) O eixo focal e´ 0x (b) O eixo focal e´ Oy 6. As para´bolas dadas pelas equac¸o˜es y = x2 e x = y2 (a) nunca se encontram. (b) se encontram apenas na origem. (c) se encontram exatamente em dois pontos. (d) se encontram em treˆs pontos. (e) se encontram em quatro pontos. 7. Determinar a equac¸a˜o, o foco, a equac¸a˜o da diretriz e construir a para´bola de ve´rtice na origem nos seguintes casos: (a) Foco: F (0,4) (b) Diretriz: x = 5 8. Obter a parame´trica da para´bola (y − 2)2 = 2(x+ 3). 135 4.3 Elipse E´ o conjunto de todos os pontos de um plano cuja soma das distaˆncias a dois pontos fixos desse plano e´ constante.Por exemplo, pela figura temos dois pontos distintos F1 e F2, um ponto P pertence a elipse se, e somente se A1 F1 a A2 F2 a c cO B2 B1 |PF1|+ |PF2| = 2a (4.6) A elipse e´ sime´trica em relac¸a˜o a` reta focal, a reta na˜o focal e ao centro. Elementos: Focos: os pontos F1 e F2; Centro: o ponto O, e´ ponto me´dio entre F1 e F2; Semi-eixo maior: a Semi-eixo menor: b Eixo-maior: |A1A2| = 2a Eixo-menor: |B1B2| = 2b Distaˆncia-focal: |F1F2| = 2c Ve´rtices: A1, A2, B1, B2 136 Relac¸a˜o Fundamental: Aplicando o teorema de Pita´goras no triaˆngulo OF2B2 temos a seguinte relac¸a˜o fundamental: a2 = b2 + c2. Essa igualdade mostra que b < a e c < a. Excentricidade: Chamamos de excentricidade o nu´mero real: e = c a , 0 < e < 1. Quando os focos sa˜o muito pro´ximos, isto e´, c e´ muito pequeno, a elipse aproxima-se de uma circunfereˆncia. Equac¸o˜es Reduzidas: Seja a elipse de centro (0,0). Consideramos dois casos: 1➦ O eixo maior esta´ sobre o eixo Ox : Seja P (x,y) um ponto qualquer na elipse de focos F1(−c,0), F (c,0) Por definic¸a˜o: |F1P |+ |F2P | = 2a√ (x+ c)2 + (y − 0)2 + √ (x− c)2 + (y − 0)2 = 2a√ x2 + y2 + 2cx+ c2 = 2a− √ x2 + y2 − 2cx+ c2 ( √ x2 + y2 + 2cx+ c2)2 = (2a− √ x2 + y2 − 2cx+ c2)2 desenvolvendo os quadrados de ambos os lados da igualdade, temos 4a √ x2 + y2 − 2cx+ c2 = 4a2 − 4cx a √ x2 + y2 − 2cx+ c2 = a2 − cx a2(x2 + y2 − 2cx+ c2) = a4 − 2a2cx+ c2x2 a2x2 − c2x2 + a2y2 = a4 − a2c2 (a2 − c2)x2 + a2y2 = a2(a2 − c2) sendo, a2 − c2 = b2 b2x2 + a2y2 = a2b2 x2 a2 + y2 b2 = 1 (4.7) 137 A equac¸a˜o (4.7) e´ a Equac¸a˜o Reduzida da Elipse de centro na origem e eixo maior sobre o eixo Ox. Exemplo 81 2➦ O eixo maior esta´ sobre o eixo Oy: Seja P (x,y) um ponto qualquer na elipse de focos F (0,− c), F2(0,c) . A equac¸a˜o reduzida e´ dada pela equac¸a˜o x2 b2 + y2 a2 = 1 (4.8) Exemplo 82 Determine o centro, os focos e ve´rtices da elipse: x2 25 + y2 9 = 1. Soluc¸a˜o: a2 e´ o maior denominador: a2 = 25 ∴ a = ±5. b2 e´ o menor denominador: b2 = 9 ∴ b = ±3. Pela relac¸a˜o fundamental: a2 = b2 + c2 → c = ±4. Ve´rtices: A1 = (−5,0), A2(5,0), B1(0,− 3), B2(0,3) Focos: F1(−4,0), F2(4,0). O centro e´ a Origem. 138 4.3.1 Agora tente resolver! 1. Escreva cada equac¸a˜o na forma padra˜o, represente geometricamente enta˜o cada uma das elipses. Inclua os focos no desenho: (a) 16x2 + 25y2 = 400 (b) 2x2 + y2 = 2 (c) 3x2 + 2y2 = 6 2. Determinar os ve´rtices, os focos, as extremidades do eixo maior e menor e construir a elipse: x2 16 + y2 25 = 1. 3. Determinar a elipse de centro na origem e (a) Eixo maior igual a 8, semi eixo menor igual a 2 e eixo focal y = 0. (b) Distaˆncia focal igual a 8, eixo maior igual a 12 e eixo focal x = 0. 4. Esboc¸ar o gra´fico e determinar todos os elementos da elipse: x2 + 25y2 = 25. 5. Calcule a distaˆncia focal e a excentricidade da elipse de equac¸a˜o x2 4 + y2 9 = 1. 4.3.2 Equac¸a˜o Canoˆnica da Elipse com centro gene´rico Seja uma elipse de centro C(h,k). 1➦ O eixo maior e´ paralelo ao eixo dos x: Utilizando uma translac¸a˜o de eixos, obtemos um novo sistema x′O′y′. 139 Enta˜o, a equac¸a˜o reduzida x′2 a2 + y′2 b2 = 1→ x′ = x− h e y′ = y − k → (x− h) 2 b2 + (y − k)2 a2 = 1. Equac¸a˜o Geral: ax2 + by2 + cx+ dy + f = 0 com a e b de mesmo sinal. Centro: C(h,k) Focos: F1(h+ c,k), F2(h− c,k) Ve´rtices: A1(h+ a,k) e A2(h− a,k) Exemplo 83 Identifique a coˆnica de equac¸a˜o 4x2 + 9y2 − 16x+ 18y − 11 = 0, seus elementos e construa o gra´fico. Soluc¸a˜o: 4x2 + 9y2 − 16x+ 18y − 11 = 0 4x2 + 9y2 − 16x+ 18y = 11 4(x2 − 4x) + 9(y2 + 2y) = 11 4(x2 − 4x+ 4) + 9(y2 + 2y + 1) = 11 + 16 + 9 4(x− 2)2 + 9(y + 1)2 = 36 (x− 2)2 9 + (y + 1)2 4 = 1 Centro: C(2,− 1) Foco: F (2±√5,− 1) Ve´rtices: A1(5,− 1), A2(−1,− 1), B1(2,− 3), B2(2,1) Excentricidade: e = √ 5 3 140 4.3.3 Circunfereˆncia E´ o lugar geome´trico dos pontos que esta˜o equidistantes de um ponto fixo. Tal ponto fixo chama-se centro da circunfereˆncia e a medida da distaˆncia e´ o raio. y x P (x,y) a b Elementos: O ponto C(a,b) e´ o centro da circunfereˆncia; r (raio) - distaˆncia do ponto C ate´ a circunfereˆncia. Equac¸a˜o: A equac¸a˜o da circunfereˆncia com centro em C e raio r e´ dada por: (x− a)2 + (y − b)2 = r2 (4.9) a equac¸a˜o (4.9) e´ a forma centro-raio. Um ponto P pertence a` circunfereˆncia se, e somente se | −→ PC | = r , isto e´, pela fo´rmula da distaˆncia, temos √ (x− a)2 + (y − b)2 = r (4.10) 141 A equac¸a˜o (4.9) e´ satisfeita apenas para as coordenadas dos pontos que esta˜o na circunfereˆncia. Se o centro C estiver localizado na origem, isto e´, C(0,0) , enta˜o a equac¸a˜o (4.9) fica reduzida a x2 + y2 = r2 (4.11) Forma geral de uma equac¸a˜o de circunfereˆncia: Efetuando os ca´lculos da equac¸a˜o (4.9), teremos: x2 − 2ax+ a2 + y2 − 2by + b2 − r2 = 0 x2 + y2 − 2ax− 2by + a2 + b2 − r2 = 0 (4.12) A equac¸a˜o (4.12) e´ a forma geral e pode ser escrita como: x2 + y2 + Ax+By + C = 0 (4.13) Com A = −2a, B = −2b, C = a2 + b2 − r2. Exemplo 84 Encontre a equac¸a˜o da circunfereˆncia com centro C(2,3) e raio r = 2. Soluc¸a˜o: (x− 2)2 + (y − 3)2 = 22 x2 + y2 − 4x− 6y + 9 = 0 4.3.4 Equac¸o˜es Parame´tricas da elipse Tendo a equac¸a˜o da elipse x2 a2 + y2 b2 = 1 consideramos uma circunfereˆncia de mesmo centro da elipse e de raio igual ao semi-eixo maior desta, de valor a. Da trigonometria, a projec¸a˜o do raio da circunfereˆncia no eixo dos x e´ dada por x = a cos(θ) onde θ e´ o aˆngulo que o raio faz com este eixo, enta˜o, teremos (a cos(θ))2 a2 + y2 b2 = 1 (4.14) resolvendo a equac¸a˜o (4.14), chegamos a y = b sin(θ). Logo, as equac¸o˜es parame´tricas da elipse sa˜o 142 { x = a cos(θ) y = b sin(θ), onde 0 ≤ θ ≤ 2π Exemplo 85 Obter a parame´trica da elipse x2 36 + y2 25 = 1 Soluc¸a˜o: No caso desta elipse, temos que a2 = 36→ a = 6 e b2 = 25→ b = 5, enta˜o { x = 6 cos(θ) y = 5 sin(θ) sa˜o as parame´tricas da elipse. Exerc´ıcio 3 Obter a parame´trica da elipse 0x2 + 4y2 − 54x+ 6y + 61 = 0. Quando o eixo maior esta´ sobre o eixo Oy as equac¸o˜es parame´tricas sa˜o: { x = b cos(θ) y = a sin(θ) Quando o centro da elipse for C(h,k), temos: Para o eixo maior paralelo ao eixo Ox: { x = h+ a cos(θ) y = k + b sin(θ) Para o eixo maior paralelo ao eixo Oy : { x = h+ b cos(θ) y = k + a sin(θ) 4.3.5 Parametrizac¸a˜o do C´ırculo Dada a equac¸a˜o: x2 + y2 = r2. Se fizermos θ percorrer os valores do intervalo [0,2π), temos a seguinte equac¸a˜o: { x = rcosθ y = rsenθ Se o centro do circulo for V (h,k), enta˜o (x − h)2 + (y − k)2 = r2, e a forma parametrizada e´ { x = h+ rcosθ y = k + rsenθ 143 4.3.6 Agora tente resolver! 1. Identifique cada uma das coˆnicas abaixo e determine todos os seus elementos: (a) 4x2 + 9y2 − 24x− 36y − 252 = 0 (b) x2 + 4x+ y2 = 12 2. Dadas as equac¸o˜es parame´tricas da elipse, determine as equac¸o˜es reduzidas: (a) x = 5cosθ, y = 5senθ (b) x = cosθ, y = 3senθ (c) x = 2 + 4cosθ, y = 3 + 2senθ. 4.4 Hipe´rbole E´ o conjunto de todos os pontos de um plano cuja diferenc¸a das distaˆncias, em valor absoluto, a dois pontos fixos desse e´ constante. || −→ PF1 | − | −→ PF2 || = 2a (4.15) Elementos: Focos: os pontos F1 e F2. Distaˆncia focal: |F1F2| = 2c Centro e´ o ponto O, e corresponde ao ponto me´dio entre A1 e A2. Eixo real: |A1A2| = 2a Eixo imagina´rio: |B1B2| = 2b. Ve´rtices: A1, A2 Relac¸a˜o Fundamental: Pelo triaˆngulo OA1B1 : c 2 = a2 + b2. Excentricidade: e = c a , esta´ relacionada com a abertura da hipe´rbole. 144 OA1 B1 c a b Equac¸o˜esReduzidas: Pela definic¸a˜o, considere no plano dois pontos distintos F1 e F2 tal que a distaˆncia d(F1,F2) = 2c. Seja um nu´mero real a a tal que 2a < 2c. Da´-se o nome de hipe´rbole ao conjunto de todos os pontos P do plano tais que ||PF1| − |PF2|| = 2a | √ (x+ c)2 + (y − 0)2 − √ (x− c)2 + (y − 0)2| = 2a A deduc¸a˜o dessa equac¸a˜o e´ ana´loga a equac¸a˜o da elipse. 1➦ O eixo real esta´ sobre o eixo dos x: x2 a2 − y 2 b2 = 1 2➦ O eixo real esta´ sobre o eixo dos y: y2 a2 − x 2 b2 = 1 Ass´ıntotas da Hipe´rbole: As ass´ıntotas fornecem uma orientac¸a˜o de que precisamos para desenhar as hipe´rboles. Para determinar as equac¸o˜es das ass´ıntotas, quando eixo real esta´ sobre o eixo dos x, devemos substituir o um por zero e resolver y na nova equac¸a˜o: 145 x2 a2 − y 2 b2 = 1→ x 2 a2 − y 2 b2 = 0→ y = ± b a x De forma ana´loga, quando eixo real esta´ sobre o eixo y: y = ±a b x Exemplo 86 Escreva a equac¸a˜o na forma padra˜o e determine o centro, os ve´rtices e focos da hipe´rbole: 16x2 − 9y2 + 144 = 0. Soluc¸a˜o: 16x2 − 9y2 = −144 x2 −9 − y2 −16 = 1 y2 16 − x 2 9 = 1 a2 = 16→ a = 4; b2 = 9→ b = 3 146 4.4.1 Agora tente resolver! 1. Uma hipe´rbole tem centro na origem e eixo imagina´rio igual a 8. Sabendo-se que um foco e´ (0,-5), determinar sua equac¸a˜o, as equac¸o˜es das ass´ıntotas e sua excentricidade. 2. Achar a equac¸a˜o de uma hipe´rbole de centro na origem e: (a) Eixo focal sobre o eixo x, eixo real 2a = 10, eixo imagina´rio 2b = 8. E, encontre as equac¸o˜es das ass´ıntotas. (b) Eixo focal sobre Oy, 2a = 16 e excentricidade igual a 5 4 . E, encontre as equac¸o˜es das ass´ıntotas. 3. Encontrar a equac¸a˜o da hipe´rbole com focos nos ve´rtices da elipse x2 25 + y2 9 = 1 e ve´rtices nos focos dessa elipse. 4. Obter a excentricidade da hipe´rbole equ¨ila´tera cuja distaˆncia focal e´ igual a 6 unidades de comprimento 5. A equac¸a˜o de uma das ass´ıntotas da hipe´rbole x2 − y2 = 16 (a) y = 2x− 1 147 (b) y = 4x (c) y = x (d) y = 2x 4.4.2 Equac¸a˜o Canoˆnica da Hipe´rbole com centro gene´rico 1➦ O eixo real e´ paralelo ao eixo dos x: x′2 a2 − y ′2 b2 = 1→ x′ = x− h e y′ = y − k → (x− h) 2 a2 − (y − k) 2 b2 = 1 2➦ O eixo real e´ paralelo ao eixo dos y: y′2 a2 − x ′2 b2 = 1→ x′ = x− h e y′ = y − k → (y − h) 2 a2 − (x− k) 2 b2 = 1 Equac¸a˜o Geral: ax2 + by2 + cx+ dy + f = 0 com a e b de sinais contra´rios. Exemplo 87 Identifique a coˆnica de equac¸a˜o 25x2 − 36y2 − 100x− 73y − 836 = 0, seus elementos e fac¸a um esboc¸o do gra´fico. Soluc¸a˜o 25x2 − 36y2 − 100x− 73y − 836 = 0 25(x2 − 4x)− 36(y2 − 2y) = 836 25(x2 − 4x+ 4)− 36(y2 − 2y + 1) = 836 + 100− 36 25(x2 − 4x+ 4)− 36(y2 − 2y + 1) = 900 (x− 2)2 36 − (y + 1) 2 25 = 1 Centro: C(2,− 1) Foco: F (2±√61,1) Ve´rtices: A1(8,− 1), A2(−4,− 1) Excentricidade: e = √ 61 6 148 Ass´ıntotas: y = ±5 6 (x− 2)− 1 Representac¸a˜o geome´trica: 4.4.3 Equac¸o˜es Parame´tricas da Hipe´rbole A equac¸a˜o da hipe´rbole e´ x2 a2 − y 2 b2 = 1 ou deixando o quadrado em evideˆncia,(x a )2 − (y b )2 = 1. Uma relac¸a˜o auxiliar da trigonometria e´ sec2(x) = 1+tg2(x) ou sec2(x)−tg2(x) = 1, comparando este resultado com a equac¸a˜o da hipe´rbole, podemos dizer que suas para´metricas sa˜o x a = sec(θ)→ x = asec(θ) y b = tg(θ)→ y = btg(θ) (4.16) onde 0 ≤ θ ≤ 2π e θ 6= {π/2,3π/2}. Quando o eixo real esta´ sobre o eixo Oy as equac¸o˜es parame´tricas sa˜o: { x = btg(θ) y = a sec(θ) Quando o centro da elipse for C(h,k), temos: Para o eixo real paralelo ao eixo Ox: 149 { x = h+ a sec(θ) y = k + btg(θ) Para o eixo real paralelo ao eixo Oy : { x = h+ btg(θ) y = k + a sec(θ) 4.4.4 Agora tente resolver! 1. Determinar a equac¸a˜o geral da hipe´rbole de centro (3,5), eixo real igual a 10, paralelo ao eixo x e eixo imagina´rio igual a 6. 2. Determinar a equac¸a˜o da para´bola cujo foco e´ F (1,2) e cuja diretriz e´ a reta x− 5 = 0. 3. Determine o ve´rtice, o foco, a equac¸a˜o da diretriz da para´bola x2− 2x− 20y− 39 = 0. 4. Determine a equac¸a˜o da hipe´rbole de centro C(3, − 2) e eixo real paralelo ao eixo x, sabendo que o eixo real mede 12 e o eixo imagina´rio mede 6. 5. Obter uma equac¸a˜o geral da elipse dada as seguintes parame´tricas: (a) { x = 4 cos(θ) y = 4 sin(θ) (b) { x = cos(θ) y = 5 sin(θ) (c) { x = 2 + cos(θ) y = 3 + 2 sin(θ) Obter uma equac¸a˜o geral da hipe´rbole dada as seguintes equac¸o˜es parame´tricas: (a) x = 4secθ, y = 2tgθ (b) x = tgθ, y = 3secθ (c) x = 2 + 3tgθ, y = 1 + 4secθ. 150 4.4.5 Tabela de fo´rmulas Principais fo´rmulas: Para´bola, Elipse e Hipe´rbole Para´bola Elipse Hipe´rbole Equac¸a˜o canoˆnica x2 = 2py x 2 a2 + y 2 b2 = 1 x 2 a2 − y2 b2 = 1 Foco F (0,p 2 ) F (±c,0) F (±c,0) Execentricidade e = 1 0 < e < 1 e > 1 Centro fora da origem (paralelo ao eixo y) (x− h)2 = 2p(y − k) (x−h)2 b2 + (y−k) 2 a2 = 1 (y−k) 2 a2 − (x−h)2 b2 = 1 Ass´ıntotas y = ±a b x 4.5 Superf´ıcies Qua´dricas A equac¸a˜o geral do 2➦ grau nas treˆs varia´veis x, y e z: ax2 + by2 + cz2 + 2dxy + 2exz + 2fyz +mx+ ny + pz + q = 0 (4.17) onde pelo menos um dos coeficientes a , b, c, d, e ou f e´ diferente de zero, representa uma superf´ıcie qua´drica. Se a superf´ıcie representada pela equac¸a˜o acima for cortada pelos planos coordenados ou por planos paralelos a eles, a curva de intersecc¸a˜o sera´ uma coˆnica. A intersecc¸a˜o de uma superf´ıcie com um plano e´ chamada trac¸o da superf´ıcie no plano. Atrave´s de mudanc¸as de coordenadas (rotac¸a˜o e / ou translac¸a˜o) a equac¸a˜o do 2➦ grau nas treˆs varia´veis pode ser transformada em uma das formas: Ax2 +By2 + cz2 = D (4.18) Que representa uma qua´drica centrada. Ou Ax2 +By2 +Rz = 0 (4.19) Ax2 +Ry + Cz2 = 0 (4.20) Rx+By2 + Cz2 = 0 (4.21) que representam qua´dricas na˜o centradas. Superf´ıcies Qua´dricas Centradas: Caso nenhum dos coeficientes da equac¸a˜o (4.18) for nulo, ela pode ser escrita sob uma das formas ±x 2 a2 ± y 2 b2 ± z 2 c2 = 1 (4.22) 151 Jessica Realce Jessica Realce denominadas como forma canoˆnica de uma superf´ıcie qua´drica centrada. Elipso´ide: Representada pela equac¸a˜o: x2 a2 + y2 b2 + z2 c2 = 1 x y z Trac¸o: No plano xOy x 2 a2 + y 2 b2 = 1, z = 0 No plano xOz x 2 a2 + z 2 c2 = 1, y = 0 No plano yOz y 2 b2 + z 2 c2 , x = 0 Se pelo menos dois valores a, b, c sa˜o iguais, o elipso´ide e´ de revoluc¸a˜o. No caso em que a = b = c , a equac¸a˜o toma a seguinte forma: x2 + y2 + z2 = a2, e representa uma superf´ıcie esfe´rica de centro (0,0,0) e raio a. Pela translac¸a˜o de eixos com C(h,k,l) sendo o centro do elipso´ide, e seus eixos paralelos aos eixos coordenados temos: (x− h)2 a2 + (y − k)2 b2 + (z − l)2 c2 = 1 (4.23) e na equac¸a˜o da superf´ıcie esfe´rica, temos (x− h)2 + (y − k)2 + (z − l)2 = a2 (4.24) Hiperbolo´ide de uma folha: Dada pela equac¸a˜o: x2 a2 + y2 b2 − z 2 c2 = 1 (eixo Oz) 152 Jessica Realce Jessica Realce Jessica Realce Jessica Realce x y z As outras formas sa˜o: Eixo Oy x 2 a2 − y2 b2 + z 2 c2 = 1 Eixo Ox −x2 a2 + y 2 b2 + z 2 c2 = 1 O Trac¸o: No plano xOy x 2 a2 + y 2 b2 = 1, z = 0 No plano xOz x 2 a2 − z2 c2 = 1, y = 0 No plano yOz y 2 b2 − z2 c2 , x = 0 Hiperbolo´ide de Duas Folhas: A equac¸a˜o que representa um hiperbolo´ide de duas folhas e´ dada por: −x 2 a2 + y2 b2 + z2 c2 = 1 (ao longo do eixo y).As outras formas sa˜o: Eixo Oy x 2 a2 − y2 b2 − z2 c2 = 1 Eixo Ox −x2 a2 − y2 b2 + z 2 c2 = 1 O Trac¸o: 153 Jessica Realce Jessica Realce Jessica Realce Jessica Realce x y z No plano xOy x 2 a2 − y2 b2 = 1, z = 0 No plano yOz y 2 b2 − z2 c2 , x = 0 Superf´ıcies Qua´dricas na˜o Centradas: Se nenhum dos coeficientes dos termos do 1➦ membro das equac¸o˜es (4.19) for nulo elas podem ser escritas sob uma das formas ±x 2 a2 ± y 2 b2 = cz; ± x 2 a2 ± z 2 c2 = by; ± y 2 b2 ± z 2 c2 = ax (4.25) Parabolo´ide El´ıptico: Equac¸o˜es: Eixo Oz x 2 a2 + y 2 b2 = cz Eixo Oy x 2 a2 + z 2 c2 = by Eixo Ox y 2 b2 ± z2 c2 = ax O Trac¸o: No plano xOy (0, 0, 0) No plano xOz x 2 a2 = cz, y = 0 No plano yOz y 2 b2 = cz, x = 0 154 Jessica Realce x y z Parabolo´ide Hiperbo´lico: Se nas equac¸o˜es (4.25) os coeficientes dos termos de 2➦ grau tiverem sinais contra´rios,a equac¸a˜o representa um parabolo´ide hiperbo´lico: Eixo Oz y 2 b2 − x2 a2 = cz Eixo Oy z 2 c2 − x2 a2 = by Eixo Ox z 2 c2 − y2 b2 = ax O Trac¸o: No plano xOy y 2 b2 − x2 a2 = 0, z = 0 No plano xOz −x2 a2 = cz, y = 0 No plano yOz y 2 b2 = cz, x = 0 4.6 Superf´ıcie Cil´ındrica E´ uma superf´ıcie gerada por uma reta que se move paralelamente a uma reta fixa e passando por uma curva fixa dada. Pela figura 4.3, observamos que r e´ a reta fixa, g e´ a reta que se move paralelamente a reta r - geratriz da superf´ıcie e d e´ a curva fixa - diretriz da superf´ıcie. 155 x y z Figura 4.3: Definic¸a˜o. Considere a seguinte equac¸a˜o: x2 − 2y, e´ uma equac¸a˜o cuja diretriz e´ uma curva que se encontra em um dos planos coordenados e a geratriz e´ uma reta paralela ao eixo coordenado na˜o contido no plano. Assim, a equac¸a˜o dada acima e´ uma para´bola, e a equac¸a˜o da superf´ıcie cil´ındrica tambe´m sera´. Portanto, quanto a diretriz: a superf´ıcie cil´ındrica sera´ circular, parabo´lica, el´ıptica ou hiperbo´lica se a diretriz for uma circunfereˆncia, uma para´bola, uma elipse ou uma hipe´rbole. Pelo gra´fico abaixo observamos que a superf´ıcie cil´ındrica com geratrizes paralelas ao eixo z , sendo sua diretriz uma elipse no plano xOy. 156 x y z x y z Exemplo 88 Construir o gra´fico das seguintes equac¸o˜es de superf´ıcies cil´ındricas: 1. z = 4− x2 2. y2 9 − x 2 4 = 1 Soluc¸a˜o: Para a equac¸a˜o z = 4− x2, temos que sua diretriz e´ paralela ao eixo y, Para a equac¸a˜o y2 9 − x 2 4 = 1, temos que sua diretriz e´ paralela ao eixo z, enta˜o, teremos 157 x y z x y z Equac¸a˜o: Seja S uma superf´ıcie cil´ındrica cuja diretriz e´ a curva d : { f(x,y,z) = 0 g(x,y,z) = 0 e a sua geratriz tem paraˆmetros diretores a, b e c. Se Q(x′,y′,z′) e´ um ponto da diretriz d, um ponto P (x,y,z) ∈ S (superf´ıcie) se −→ PQ ||~g enta˜o −→ PQ= ~gt, ou em coordenadas (x′ − x,y′ − y,z′ − z) = (a,b,c)t (4.26) portanto, g : x′ = x+ at y′ = y + bt z′ = z + ct (4.27) mas, Q(x′,y′,z′) ∈ d logo d : { f(x′,y′,z′) = 0 g(x′,y′,z′) = 0 158 Eliminando-se x′, y′, z′ e t nas equac¸o˜es acima, obtemos F (x,y,z) = 0 que representa a equac¸a˜o de uma Superf´ıcie Cil´ındrica. Exemplo 89 Determinar a equac¸a˜o da superf´ıcie cil´ındrica cuja diretriz e´ a curva d : { x2 = 4y z = 0 e a geratriz e´ paralela a` reta r : {x− 1 = y + 2 = z/2. Soluc¸a˜o: ~g = ~vr = (1,1,3) Q(x′,y′,z′) ∈ deP (x,y,z) ∈ S Enta˜o: −→ PQ= ~gt =⇒ g : x′ = x+ t y′ = y + t z′ = z + 3t (4.28) Se Q(x′,y′,z′) ∈ d enta˜o: g : { x′2 = 4y′ z′ = 0 (4.29) Substituindo 4.28 em 4.29 temos: g : { (x+ t)2 = 4(y + t) z + 3t = 0 =⇒ t = −z 3 (4.30) Reescrevendo a equac¸a˜o temos: (x− z 3 )2 = 4(y− z 3 ) - Superf´ıcie Cil´ındrica Parabo´lica 4.6.1 Agora tente resolver! 1. Encontrar a equac¸a˜o da superf´ıcie cil´ındrica cuja diretriz e´ a curva d : { x2 + y2 = 4 z = 5 e a geratriz e´ paralela a` reta r : x = −3 + t y = 1 + t z = 2t 2. Determinar a equac¸a˜o da superf´ıcie cil´ındrica cuja diretriz e´ a curva d : { z2 − x2 = 4 y = 5 e a geratriz e´ paralela a` reta ~g = (−1,4,3). 159 3. Determinar a equac¸a˜o da superf´ıcie cil´ındrica cuja diretriz e´ a curva d : { x2 − y2 = 4 z = 2 e a geratriz e´ ~g = (2,1,3). 4. Determine a equac¸a˜o do cilindro de geratrizes paralelas a` reta r : {x − 1 = (y + 1)/3 = z − 3 e cuja diretriz e´ a curva de intersec¸a˜o da superf´ıcie esfe´rica x2 + y2 + z2 = 4 com o plano π : x− y + z = 0. 5. Determine a equac¸a˜o das superf´ıcies cil´ındricas, dadas a diretriz e a geratriz: (a) d : { x2 + 4z2 = 16 y = 3 e ~g = (2,− 1,3) (b) d : { y2 = 4z x = 0 e ~g = (2,3,0) (c) d : { x2 − y2 = 1 z = 2 e ~g = (0,2,1) (d) d : { −4x2 + y2 = 16 z = 0 e ~g = (1,2,− 2) (e) d : { x2 + 9y2 = 36 z = 0 e ~g = (1,− 2,5) (f) d : { x2 = 4y z = 2 e ~g = (2,2,2) 4.7 Superf´ıcie coˆnica Considerando a reta z = ky no plano x = 0, se a rotacionarmos em torno do eixo Oz, resulta-se numa superf´ıcie coˆnica circular. Para obtermos a equac¸a˜o da superf´ıcie, substituimos na y na equac¸a˜o por± √ x2 + y2, no qual resulta: z2 = k2(x2 + y2) (4.31) Um superf´ıcie mais geral, e´ a de equac¸a˜o z2 = x2 a2 + y2 b2 , denominada de superf´ıcie coˆnica el´ıptica ao longo do eixo Oz. No eixo Ox temos: x2 = y2 b2 + z2 c2 160 No eixo Oy temos: y2 = x2 a2 + z2 c2 Da equac¸a˜o da superf´ıcie ao longo do eixo Oz, mostra-se que o trac¸o da superficie no plano xOy, e´ o ponto O(0,0,0) e em z = k sa˜o elipses. Os trac¸os nos planos x = k ou y = k sa˜o hipe´rboles que se degeneram em duas retas no caso de x = 0 ou y = 0. Exemplo 90 Qual a equac¸a˜o da superf´ıcie coˆnica gerada de uma reta de equac¸a˜o z = 4y, x = 0, no plano yOz que gira em torno do eixo Oz. Soluc¸a˜o: Substituindo na equac¸a˜o equac¸a˜o da reta, y por ± √ x2 + y2, temos z = ±4 √ x2 + y2 → z2 = 16(x2 + y2) 4.8 Coordenadas Polares No sistema de coordenadas cartesianas, as coordenadas sa˜o nu´meros, chamados abscissas e ordenadas que sa˜o distaˆncias orientadas a duas retas fixas. No sistema de coordenadas polares, as coordenadas consistem de uma distaˆncia e da medida de um aˆngulo em relac¸a˜o a um ponto fixo e com raio fixo (reta orientada). θ r Po´lo Eixo polar Escolhemos o ponto fixo como O (usualmente a origem do sistema) chamado po´lo e uma reta orientada ou eixo polar (usualmente tomamos o pro´prio eixo x do sistema cartesiano). Um ponto P no plano (sistema de coordenadas polares) e´ localizado da seguinte forma: Sejam r a distaˆncia de O a P (r = |OP | ) e θ a medida em radianos do aˆngulo entre os vetores OP e um vetor na direc¸a˜o e sentido do eixo polar, com a mesma 161 convenc¸a˜o da trigonometria, ou seja, ele e´ positivo se medido no sentido anti-hora´rio a partir do eixo polar e negativo se medido no sentido hora´rio a partir do eixo polar. Enta˜o, as coordenadas polares de um ponto P do plano sa˜o escritas na forma (r,θ). Ponto Coord. Cartesianas Cood. Polares A (2,0) (2,0) B (0,2) (2,π/2) C (-3,0) (3,π) D (0,-3) (3,3π/2) Observac¸o˜es: - θ e´ positivo quando medido no sentido anti-hora´rio e negativo no sentido hora´rio; - O po´lo e´ representado por (0,θ), para qualquer valor de θ. Conjunto Principal: Todo par (r,θ) representa um u´nico ponto, pore´m um ponto tem infinitos pares que o representa. O conjunto principal e´ aquele em que r ≥ 0 e 0 ≤ θ < 360. Exemplo 91 Se r = 2 (2 unidades medida) 162 Na semi-reta θ = pi 6 → P (2,pi 6 ).r e´ positivo quando medido do po´lo ao ponto sobre o lado terminal do aˆngulo θ. Mas, se r = 2 e θ = (−11pi 6 )→ P (2,−11pi 6 ), tambe´m representa o mesmo ponto. Coordenadas polares podem ter valores negativos para r. Exemplo 92 P (2,7pi 6 ) Rodando 7pi 6 rad no sentido anti-hora´rio a partir do raio inicial e indo duas unidades em frente. Mas, tambe´m pode ser alcanc¸ado rodando pi 6 rad no sentido anti-hora´rio e voltando duas unidades enta˜o P (−2,7pi 6 ). r < 0 e´ medido no prolongamento do lado terminal do aˆngulo θ. Exemplo 93 Q(−1,− π/6) Rodando π/6 no sentido hora´rio, pelo fato do aˆngulo ser negativo, a partir do raio inicial e indo uma unidade no sentido oposto ao raio original. 4.8.1 Agora tente resolver! 1. Representar em um sistema de coordenadas polares: a. P1(2, pi 4 ) b. P2(−2,pi4 ) c. P3(−2,− pi4 ) d. P4(2,− pi4 ) 4.9 Mudanc¸as de Coordenadas Suponha que P seja um ponto cuja representac¸a˜o em coordenadas cartesianas retangulares e´ (x,y) e em coordenadas polares (r,θ) e suponha ainda para facilidade de compreensa˜o que o po´lo e o eixo polar do Sistema de coordenada polar coincidem 163 com a origem e o eixo x do sistema de coordenada cartesiana, respectivamente. Consideremos o caso em que r > 0 , enta˜o o ponto P esta´ no lado terminal do aˆngulo θ radianos. Assim, r = |OP | Enta˜o: cos(θ) = x |OP | = x r e sin(θ) = y |OP | = y r . Portanto, x = r cos(θ) y = r sin(θ) (4.32) A partir das equac¸o˜es (4.32) e´ poss´ıvel obter a transformac¸a˜o de Coordenadas Polares (se forem conhecidas) para Coordenadas Cartesianas. Para obtermos fo´rmulas que da˜o o conjunto de coordenadas polares de um ponto quando suas coordenadas cartesianas retangulares sa˜o conhecidas, elevamos ao quadrado ambos os lados das equac¸o˜es (4.32) e obtemos: x2 = r2 cos2(θ) y2 = r2 sin2(θ) Igualando a soma dos membros esquerdos com a soma dos membros direitos acima, x2 + y2 = r2 cos2(θ) + r2 sin2(θ)→ x2 + y2 = r2(cos2(θ) + sin2(θ) x2 + y2 = r2 r = ± √ x2 + y2 Assim, cos(θ) = x√ x2 + y2 e sin(θ) = y√ x2 + y2 , se x2 + y2 6= 0. 4.9.1 Agora tente resolver! 1. Determine as coordenadas cartesianas dos seguintes pontos: a. A(7,π) 164
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