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28. MANDADO DE SEGURANÇA

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Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 1 
andre.concursos@gmail.com http://br.groups.yahoo.com/group/prof_andre_alencar/ 
MANDADO DE SEGURANÇA
1
 
Conteúdo 
1. Mandado de Segurança .............................................................................................. 3 
1.1. Conceito .................................................................................................................. 3 
1.2. Natureza jurídica ..................................................................................................... 3 
1.3. Rito ......................................................................................................................... 3 
1.4. Objeto ..................................................................................................................... 3 
1.5. Histórico .................................................................................................................. 3 
1.6. O mandado de segurança no Direito brasileiro ....................................................... 4 
1.6.1. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva).......................... 4 
1.6.2. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) ........................................ 4 
1.7. Ilegalidade e abuso de poder .................................................................................. 4 
1.7.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional ......................................... 4 
1.8. Tipos: preventivo e repressivo ................................................................................ 5 
1.8.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional ......................................... 5 
1.8.2. Celso Agrícola Babi (Do Mandado de Segurança, Forense) ............................ 5 
1.8.3. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva).......................... 5 
1.8.4. Preventivo ........................................................................................................ 5 
1.8.5. Repressivo ....................................................................................................... 5 
1.8.6. Notícia do STF: ................................................................................................ 5 
1.9. Direito líquido e certo .............................................................................................. 6 
1.9.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional ......................................... 6 
1.9.2. Hely Lopes Meirelles ........................................................................................ 6 
1.9.3. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva).......................... 6 
1.9.4. Acórdãos .......................................................................................................... 6 
1.10. Descabimento contra lei em tese .......................................................................... 7 
1.10.1. Súmula ........................................................................................................... 7 
1.10.2. Acórdãos ........................................................................................................ 7 
1.11. Contra projeto de lei e perda do objeto após conversão em lei ............................ 7 
1.11.1. Acórdãos ........................................................................................................ 7 
1.12. Autoridade responsável ........................................................................................ 7 
1.12.1. Celso Bastos (Do Mandado de Segurança) ................................................... 7 
1.12.2. Acórdão .......................................................................................................... 8 
1.12.3. Súmula ........................................................................................................... 8 
 
1
 De acordo com a nova Lei 12.016/2009 
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 2 
andre.concursos@gmail.com http://br.groups.yahoo.com/group/prof_andre_alencar/ 
1.13. Liminar em mandado de segurança ...................................................................... 8 
1.13.1. Acórdão .......................................................................................................... 8 
1.14. Natureza jurídica da liminar em mandado de segurança ...................................... 8 
1.14.1. Gustavo Nogueira .......................................................................................... 8 
1.14.2. Vedações à concessão de liminar .................................................................. 9 
1.15. Recurso administrativo e mandado de segurança .............................................. 10 
1.15.1. Lei ................................................................................................................ 10 
1.15.2. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) .................................... 10 
1.15.3. Hely Lopes Meirelles (Mandado de Segurança e Ação Popular – 21ª Edição)
 ............................................................................................................................................ 11 
1.15.4. Othon Sidou (Do Mandado de Segurança, 3ª Edição) ................................. 11 
1.15.5. Acórdão (relator Min. Lafayete de Andrade) ................................................. 11 
1.15.6. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) .................................... 11 
1.15.7. Súmula ......................................................................................................... 12 
1.16. Procedimento legal ou questões processuais ..................................................... 12 
1.16.1. Lei ................................................................................................................ 12 
1.17. IMPETRANTE E IMPETRADO ........................................................................... 13 
1.17.1. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva) ...................... 13 
1.17.2. Impetrado ou sujeito passivo ........................................................................ 13 
1.17.3. Processo Legislativo..................................................................................... 13 
1.17.4. Ministério Público ......................................................................................... 13 
1.18. Cabimento........................................................................................................... 13 
1.19. Descabimento ..................................................................................................... 14 
1.20. Competência (em função da autoridade) ............................................................ 14 
1.21. Prazo decadencial .............................................................................................. 14 
1.22. OUTRAS OBSERVAÇÕES................................................................................. 15 
2. Mandado de Segurança Coletivo ............................................................................. 16 
2.1. ORIGEM ............................................................................................................... 16 
2.2. PECULIARIDADES ............................................................................................... 16 
2.3. OBJETO ............................................................................................................... 16 
2.4. LEGISLAÇÃO (Lei 12.016/2009): ......................................................................... 16 
2.5. Legitimidade ativa ................................................................................................. 17 
2.6. Competência .........................................................................................................17 
 
 
 
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 3 
andre.concursos@gmail.com http://br.groups.yahoo.com/group/prof_andre_alencar/ 
1. MANDADO DE SEGURANÇA 
Art. 5º LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
O mandado de segurança é regulamentado pela Lei n. 12.016/2009, além disso, 
subsidiariamente aplica-se o Código de Processo Civil. 
1.1. CONCEITO 
Ação constitucional para a tutela de direitos individuais – sejam de natureza 
constitucional ou de natureza infraconstitucional. 
1.2. NATUREZA JURÍDICA 
Ação Constitucional de natureza civil (sempre) – mesmo quando interposto em 
processos penais. 
1.3. RITO 
Especial e sumaríssimo. Rito diferenciado que procura fazer com que a prestação 
jurisdicional seja rápida e efetiva. 
1.4. OBJETO 
Direito líquidos e certos não amparados por habeas corpus ou habeas data. Diz-se que 
tem alcance residual ou encontra seu âmbito de atuação por exclusão. 
Não se aplica ao direito de locomoção ou ao direito de acesso ou retificação de 
informações relativas à pessoa do impetrante já que estes possuem remédios próprios. 
Logicamente também não se aplica para a proteção de direitos constitucionais prejudicados 
pela falta de norma regulamentadora, até porque não haveria o direito líquido e certo diante da 
falta de regulamentação! 
1.5. HISTÓRICO 
O MS é típico instrumento de um Estado de Direito. O Estado de Direito surgiu em 
oposição ao Estado Absolutista. No Estado Absolutista o soberano era irresponsável pelos 
seus atos em relação aos súditos, sendo assim, os atos por ele praticados não eram 
impugnáveis por aqueles aos quais se dirigiam. Michel Temer lembra da palavra Soberania que 
hoje é características do Estado e antigamente era característica do monarca (soberano). 
Acrescenta que após a doutrina da separação das funções estatais os indivíduos deveriam ter 
meios de proteger seus direitos que foram declarados, inclusive contra o próprio Estado. 
“A intenção foi impedir que o monarca, com o seu agir, vulnerasse direito individuais. 
Prevaleceria a „vontade geral‟, expressa na lei”. Para isso o poder de soberania seria passado 
ao Estado e aos indivíduos seriam dados meios ou instrumentos assecuratórios dos direitos 
individuais. 
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Como a vontade geral deveria prevalecer, a atividade administrativa encontra na lei “sua 
nascente e o seu escoar”. A lei “vincula direta e imediatamente a atividade do administrador, 
fazendo com que o ato a ser por ele expedido já esteja predefinido na lei, ou, então, fixam-se 
opções de tal sorte que o administrador entre vários caminhos, pode escolher um deles”. 
Por isso se fala em ato vinculado e ato discricionário, porém, como se percebe, ambos 
estão ligados à lei. “Varia a forma de ligação.” 
1.6. O MANDADO DE SEGURANÇA NO DIREITO BRASILEIRO 
1.6.1. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva) 
Fala que é uma criação constitucional brasileira. 
1.6.2. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) 
O mandado de segurança foi introduzindo na Constituição de 1934. Michel Temer relata 
que não há similar no direito estrangeiro. 
Na nossa primeira Constituição (1824) eram previstos direitos individuais, porém, não 
havia instrumentos de garantia dos direitos. Ainda não havia a previsão, em nível 
constitucional, do habeas corpus. Em 1891 o habeas corpus é previsto em nível constitucional, 
porém, seu conteúdo era muito mais abrangente do que se conhece hoje. A CF de 1891 definia 
o HC para proteger direito em face de ilegalidade ou abuso de poder. “Qualquer direito violado 
em função de ilegalidade ou abuso de poder seria por ele amparado.” Por isso se diz que o 
habeas corpus fazia a função do mandado de segurança. Porém, em 1926 houve uma reforma 
constitucional que restringiu o habeas corpus para sua fronteira clássica que era a proteção do 
direito de locomoção. 
A jurisprudência, principalmente do STF, passou a aceitar a proteção dos demais 
direitos por meio das ações possessórias e esta construção foi utilizada de 1926 até 1934. 
Em 1934 a Constituição cria o MS. 
Em 1937 a nova Carta Constitucional elimina o mandado de segurança, porém, 
novamente a jurisprudência, entendeu que continuaria em vigor a Lei 191 que havia regulado o 
mandado de segurança. 
“Na Constituição de 1946 o mandado de segurança é previsto expressamente, sempre 
para garantir direito líquido e certo...” Continuou previsto nas Constituições seguintes de 1967 e 
na de 1969 com a Emenda no 1. 
Foi regulado novamente em âmbito infraconstitucional pela Lei 1533/51 que foi, por sua 
vez, revogada pela Lei 12.016/2009 – atualmente esta lei rege normas sobre o mandado de 
seguranç. 
1.7. ILEGALIDADE E ABUSO DE PODER 
1.7.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional 
 “Tanto os atos vinculados quanto os atos discricionários são atacáveis por mandado de 
segurança, porque a Constituição Federal e a lei ordinária, ao aludirem a ilegalidade, estão 
reportando ao ato vinculado e ao se referirem a abuso de poder estão se reportando ao ato 
discricionário.” 
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Mesmo na análise do ato administrativo discricionário não se fala em análise do mérito, 
se fala em análise dos pressupostos autorizadores da edição do ato, na falta de um dos 
pressupostos o ato estará contaminado pelo abuso de poder. No ato discricionário a ilegalidade 
é indireta e mediata enquanto no ato vinculado a ilegalidade é direta e imediata. 
1.8. TIPOS: PREVENTIVO E REPRESSIVO 
1.8.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional 
Para a concessão do mandado de segurança faz-se necessário comprovar a lesão a 
direito líquido e certo. No entanto, existindo ameaça de lesão a direito líquido e certo, cabível 
será o mandado de segurança preventivo, no sentido de afastar tal ameaça a direito, nos 
termos do Art. 1o da Lei 12.016/2009. 
1.8.2. Celso Agrícola Babi (Do Mandado de Segurança, Forense) 
O art. 1o da Lei 12.016/2009, prevê a hipótese de concessão de segurança a quem 
demonstrar justo receio de sofrer violação a direito líquido e certo por parte da autoridade 
impetrada. 
“A ameaça, a que se refere o texto legal, sendo grave, séria, objetiva, autoriza o 
deferimento”. 
1.8.3. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva) 
O repressivo é utilizado para se cessar o constrangimento ilegal já existente enquanto o 
preventivo busca pôr fim à iminência de constrangimento ilegal a direito líquido e certo. 
1.8.4. Preventivo 
Quando houver o justo receio de sofrer a violação ao direito líquido e certo. Forte risco 
ou ameaça concreta, ou seja, tem de haver atos concretos ou preparatórios de parte da 
autoridade impetrada, ou pelo menos indícios de que a ação ou omissão atingirá o patrimônio 
jurídico da parte. 
Como ainda há a possibilidade de lesão, não há que se falar em decadência em 120 
dias. Esta conta para efeito de interposição de MS repressivo e não conta quando a vontade do 
particular é a interposição de mandado de segurança preventivo. 
1.8.5. Repressivo 
Contra ilegalidade (ato vinculado) ou abuso de poder (ato discricionário) cometidos por 
ação (ato comissivo) ou omissão (ato omissivo). O preventivo transmuda-se para repressivo se 
já houve a violação no curso do processo. 
1.8.6. Notícia do STF: 
25/11/2005 - 19:25 - Servidor do TJ/SE impetra MS contra resolução sobreo nepotimo 
A fim de manter-se no cargo, Clésio Monteiro Alves impetrou Mandado de Segurança 
Preventivo (MS 25683), com pedido de liminar, contra ato normativo do Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ). De acordo com a ação a Resolução 07/05 fixou o prazo de 90 dias, da 
publicação do ato, para que o servidor deixe o cargo por ser descendente em primeiro grau 
(filho) de desembargador a quem é subordinado. 
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1.9. DIREITO LÍQUIDO E CERTO 
1.9.1. Michel Temer: Elementos de Direito Constitucional 
Min. Costa Manso, citado por Arruda Alvim dizia: “O fato é que o peticionário deve tornar 
certo e incontestável”. E o Des. Luiz Andrade: “A controvérsia não exclui juridicamente a 
certeza; vale dizer, sendo certo o fato, mesmo que o direito seja altamente controvertido, isso 
não exclui, mas justifica o cabimento do mandado de segurança... a controvérsia e a certeza 
jurídica, esta a ser conseguida a final, na sentença, não são idéias antinômicas, não são idéias 
que inelutavelmente brigam entre si. Portanto, o direito é certo desde que o fato seja certo; 
incerta será a interpretação, mas esta se tornará certa, mediante a sentença, quando o juiz 
fizer a aplicação da lei ao caso concreto controvertido”. 
O fato deverá se tornar incontroverso após a decisão judicial, entretanto, para se 
transmitir a certeza ao magistrado não cabe fase probatória, as partes deverão produzir, 
“documentalmente, todo o alicerce para sustentação da suas alegações”. 
1.9.2. Hely Lopes Meirelles 
Direito líquido e certo “é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na 
sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração”. 
1.9.3. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva) 
A via processual do mandado de segurança não admite a abertura de fase instrutória, se 
as provas documentais não forem suficientes será necessária a mudança para uma via 
ordinária, posto que faltaria um dos pressupostos que é a liquidez e certeza exigidos para a 
impetração do mandado de segurança. 
“A complexidade da discussão jurídica envolvida na lide não descaracteriza a certeza e 
liquidez do direito”. 
O MS não se presta a amparar meras expectativa de direitos, ou seja, se o direito ainda 
não está líquido e certo não há que se falar em MS. 
Como os fatos devem ser tornados incontroversos na apresentação da petição, então 
não há dilação probatória, em regra as provas devem ser pré-constituídas, apresentadas na 
inicial. As provas no MS só podem ser documentais. 
Art. 6º (Lei 12.016/2009) A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela 
lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira 
reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual 
se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 
A decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o 
impetrante, não impede o uso da ação própria (STF: 304), não fazer coisa julgada contra o 
impetrante significa dizer que não houve a análise do mérito do pedido, a denegação se deu 
por outros motivos que não sejam relacionados à análise do direito em si. 
1.9.4. Acórdãos 
A impetração do mandado de segurança deve fundamentar-se em direito líquido e certo, provado 
documentalmente ou reconhecido pelo coator, nunca em simples conjecturas ou em alegações que 
dependam de outras provas, incompatíveis com o processo expedido na Lei 1.533/51 (RE 75.284 STF). 
O direito líquido e certo amparável pelo mandado de segurança supõe demonstração em prova 
pré-constituída, sem margem a controvérsia e incerteza, pressuposto que aqui não se configura” (MS 
20.562). 
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 7 
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1.10. DESCABIMENTO CONTRA LEI EM TESE 
1.10.1. Súmula 
266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. Não é possível usar o MS para 
questionar a constitucionalidade, em abstrato, de uma lei qualquer. 
O autor até pode pedir a inconstitucionalidade da lei como fundamento do pedido 
(pedido outro qualquer), não pode pedir a inconstitucionalidade como pedido único do MS. 
1.10.2. Acórdãos 
O impetrante, na causa de pedir, precisa narrar fato concreto, que afronta direito líquido e certo. 
Em se restringindo a argüir a ilegalidade de Portaria, investe contra norma jurídica em teste. 
Impossibilidade do pedido (RT 676/180); 
É plena a insindicabilidade, pela via jurídico-processual do mandado de segurança, de atos em 
teste, assim considerados os que dispõem sobre situações gerais e impessoais, têm alcance genérico e 
disciplinam hipóteses que neles se acham abstratamente previstas. O mandado de segurança não é 
sucedâneo da ação direta de inconstitucionalidade e nem pode substituí-la, sob pena de grave 
deformação do instituto e inaceitável desvio de sua verdadeira função jurídico-processual (RT 657/210); 
1.11. CONTRA PROJETO DE LEI E PERDA DO OBJETO APÓS CONVERSÃO 
EM LEI 
O Parlamentar que queira se insurgir contra a tramitação de proposta legislativa que 
esteja, já na tramitação, contra norma constitucional (a jurisprudência não aceita se for contra 
norma regimental) poderá entrar com MS contra o indevido processo legislativo, alegando 
direito líquido e certo de só participar do processo legislativo que esteja em acordo com a 
Constituição. 
1.11.1. Acórdãos 
Embora manifesto o vício formal, a lei, uma vez promulgada, não pode ser desconstituída pela via 
do mandado de segurança, mas somente pela via da ação direta de inconstitucionalidade. Assim, se 
impetrado o writ para atacar projeto de lei que fora irregularmente aprovado mas não concedida a liminar 
para sustar o procedimento, prosseguindo a atividade normal para a formação da lei, vindo esta, por fim, a 
ser promulgada, a impetração perde seu objeto, sendo inaplicável à espécie o princípio da estabilidade da 
lide. Deve ser o processo extinto sem julgamento de mérito, na forma do art. 267, VI, do CPC (RT 654/80); 
1.12. AUTORIDADE RESPONSÁVEL 
1.12.1. Celso Bastos (Do Mandado de Segurança) 
“É utilizável contra uma pessoa considerada em si mesma autoridade, ou contra alguém 
que tenha praticado um ato de força própria de autoridade”. Por isso, concluiu o jurista que o 
mandado de segurança se destina a invalidar a “especial força jurídica que reveste certos atos 
do poder público”. 
Podem ser sujeitos passivos no mandado de segurança as autoridades da União, 
Estados, DF e Municípios, além das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia 
mista exercentes de serviços públicos e, ainda, de agentes de pessoas de direito privado no 
exercício de função pública delegada. 
Lei 12.016/2009 – Art. 1º: 
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 8 
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§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de 
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas 
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser 
respeito a essas atribuições. 
Lei 12.016/2009 – Art. 2º: 
Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato 
contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela 
controlada. 
1.12.2. Acórdão 
A autoridade administrativa que executa o ato administrativo considerado ilegal e contra o qual se 
dirige o mandado de segurança é parte legítima para responder à ação. Para tais efeitos, consideram-se 
atos de autoridade não só osemanados de autoridade pública propriamente dita como, também, os 
praticados por administradores ou representantes de autarquias e de entidades paraestatais e, ainda, os 
de pessoas naturais ou jurídicas com funções delegadas (RT 640/62). 
1.12.3. Súmula 
510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela 
cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 
1.13. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
É direito do impetrante (pede se quiser) e será concedida discricionariamente pelo juiz. 
Lei 12.016/2009 – Art. 7º: 
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de 
instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da 
sentença. 
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
É necessário que se atenda aos dois pressupostos: fumus boni iuris e periculum in mora 
(verossimilhança das alegações e o perigo da demora, a urgência de um situação 
aparentemente verdadeira). A liminar é uma decisão provisória, poderá ser reformada 
posteriormente. 
1.13.1. Acórdão 
Concede-se a liminar no mandado de segurança quando seus fundamentos são razoáveis, isto é, 
quando o pedido é viável à primeira vista e se o direito do impetrante, em razão de sua transitoriedade, 
corre o risco de perecer caso não seja acautelado. A liminar é de direito estrito, só se justificando sua 
concessão nos casos em direito admitidos (MS 242.143 TJSP); 
O art. 7
o
 da Lei 1.533/51 fala em juiz poderá conceder a suspensão do ato ao despachar a inicial, 
porém, o termo juiz aqui foi empregado incorretamente e deve ser interpretado em sentido lato, ou seja, 
como membro do Poder Judiciário, ou seja, como Magistrado. Posto que qualquer instância está 
autorizada a conceder a liminar em mandado de segurança e não só o juiz de 1
o
 grau. 
1.14. NATUREZA JURÍDICA DA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
1.14.1. Gustavo Nogueira 
Três correntes: Cautelar, Satisfativa ou Depende da situação. 
Prof. André Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 9 
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Carlos Alberto Direito (Manual do Mandado de Segurança – baseado em acórdãos do 
STJ): entende que é tutela antecipada, ou seja, a liminar é de natureza satisfativa – consiste na 
antecipação da tutela. A Lei 12.016/2009 equiparou as proibições na concessão da cautelar 
aos da concessão de tutela antecipada: 
Art. 7º §5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se 
estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei nº 5.869, de 11 janeiro de 1973 - 
Código de Processo Civil. 
Hely Lopes Meirelles (Mandado de segurança e Ação Popular): Diz que é cautelar, ou 
seja, é um provimento de urgência, utilizado para assegurar o resultado posterior do processo 
mediante a decisão final. 
Eduardo Arruda Alvim (Mandado de Segurança em matéria tributária): A liminar pode ser 
cautelar ou pode ser satisfativa, depende do caso em que se está pedindo. 
1.14.2. Vedações à concessão de liminar 
O STF aceita, se for razoável e não houver excesso, que a liminar seja limitada pela lei – 
mesmo sob o argumento doutrinário de que se estaria ferindo a “separação dos poderes”. São 
casos de vedações à liminar: 
Art. 7º§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de 
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer 
natureza. 
 Compensação de créditos tributários; 
 Ações ou procedimentos judiciais que visem a obter liberação de mercadorias, 
bens ou coisas de procedência estrangeira; 
 Visem à reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou à concessão de 
aumento ou extensão de vantagens; 
 Para pagamento de vencimentos ou vantagens pecuniárias a servidores da União, 
dos Estados ou dos Municípios e de suas autarquias; 
A liminar poderá ser cassada (suspensão de segurança) pelo Presidente do Tribunal. 
Veja disposições pertinentes da Nova Lei do MS: 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério 
Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do 
tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a 
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 
(cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, 
caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual 
recurso especial ou extraordinário. 
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste artigo, quando negado 
provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. 
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o 
poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que 
se refere este artigo. 
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em 
juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. 
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§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo 
o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples 
aditamento do pedido original. 
Contra o indeferimento da liminar não cabe recurso. 
A liminar pode ser revogada a qualquer tempo. 
A liminar perde os efeitos: 
 Quando o impetrante criar obstáculo ao norma andamento do processo ou deixar 
de promover as diligências que lhe cabe em até três dias úteis: 
Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento 
do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do 
processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe 
cumprirem. 
 Se a sentença for improcedente. 
Art. 9º As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da 
medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da 
União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade 
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos 
outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do 
ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. 
1.15. RECURSO ADMINISTRATIVO E MANDADO DE SEGURANÇA 
A Lei 1.533/51 estabeleceu em seu art. 5o que: 
1.15.1. Lei 
Lei 12.016/2009, 
Art. 5º - Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução. 
Coloca-se diante do intérprete o conflito entre esta norma e a norma do texto 
constitucional que diz ser inafastável do Poder Judiciário uma lesão ou ameaça de lesão a 
direito (Art. 5o, XXXV da CF); 
1.15.2. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) 
“... havendo previsão legal de recurso administrativo para a instância superior, fica 
vedado o acessoao Judiciário enquanto não exaurida a via administrativa? Qual o exato 
alcance daquele dispositivo legal?” 
O insigne jurista chegou a afirmar que: “É preciso ressaltar, de logo, que a garantia 
constitucional insculpida no art. 5o, LXIX, se destina a impedir lesão a direito, individual, ou 
seja, este instrumento só é utilizável na medida em que se efetiva vulneração a direito líquido e 
certo”. Cabe ressaltar, porém, que o mandado de segurança, segundo o próprio texto 
constitucional é remédio a ser utilizado diante da ameaça, conforme já ressaltado 
anteriormente. 
Para Michel Temer para que uma lei seja proibitiva do pleno acesso ao Judiciário teria 
ela que, ao mesmo tempo: a) determinasse expressamente a necessidade do percurso da via 
administrativa; b) que o recurso administrativo interposto tenha efeito suspensivo. Portanto, diz 
o jurista: “Anote-se não é o efeito suspensivo, atribuído ao recurso, que impede a utilização do 
mandado de segurança, mas sim que, em face desse efeito, desaparece a lesão autorizadora 
do mandado de segurança”. Para ele se o recurso possui efeito suspensivo fica desautorizada 
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a impetração do mandado de segurança por ausência de lesão a direito líquido e certo. Se 
inexistir lesão, inexiste hipótese para a segurança. 
Entende ser impossível a coexistência de recurso administrativo em tramitação – ao qual 
a lei atribuiu efeito suspensivo – com a impetração de mandado de segurança, porém, 
argumenta que não seria fator impeditivo desde que o interessado abandonasse a via 
administrativa para optar, desde logo, pela solução judicial. 
Arremata que a não utilização do recurso administrativo no prazo estabelecido por este 
não é causa de exclusão da utilização do mandado de segurança, por isso, não se pode ler o 
citado art. 5o da Lei 12.016/2009 como condição de afastabilidade da jurisdição e sim como 
impossibilidade jurídica de utilização simultânea das duas medidas por ausência do 
pressuposto lesão a direito líquido e certo necessário à impetração do mandado de segurança. 
1.15.3. Hely Lopes Meirelles (Mandado de Segurança e Ação Popular – 21ª Edição) 
“Quando a lei veda se impetre mandado de segurança contra „ato de que caiba recurso 
administrativo com efeito suspensivo, independente de caução‟ (art. 5o, I), não está obrigando o 
particular a exaurir a via administrativa para, após, utilizar-se da via judiciária. Está, apenas, 
condicionando a impetração à operatividade ou exeqüibilidade do ato a ser impugnado perante 
o judiciário. Se o recurso suspensivo for utilizado, ter-se-á que aguardar o seu julgamento, para 
atacar-se o ato final; se transcorre o prazo para o recurso, ou se a parte renuncia a sua 
interposição, o ato se torna operante e exeqüível pela Administração, ensejando desde logo a 
impetração. O que não se admite é a concomitância do recurso administrativo (com efeito 
suspensivo) com o mandado de segurança, porque, se os efeitos do ato já estão sobrestados 
pelo recurso hierárquico, nenhuma lesão produzirá enquanto não se tornar exeqüível e 
operante”. 
1.15.4. Othon Sidou (Do Mandado de Segurança, 3ª Edição) 
Se o ato é de índole positiva e pode ser sustado mediante a simples manifestação do 
recurso, enquanto é ele decidido, a potencial ação reparatória do remédio pode ser postergada 
sem gravame para o queixoso, mesmo porque, sustados os efeitos do ato, desaparece, pro 
tempore, o fato que possibilita curso ao mandado de segurança, assim desfalcado do 
imprescindível direito líquido e certo”. 
Explica que por esta razão, ou seja, por ainda não ter acontecido a lesão é que o prazo 
decadencial só começará a correr da data da decisão do recurso não provido, e diz ainda que 
não se trata da suspensão do prazo, porque o prazo ainda não começou a fluir para ser 
suspenso, em verdade se tem que o prazo começará a contar após a lesão estar configurada, 
“porque não se suspende o que não começou a existir”. 
1.15.5. Acórdão (relator Min. Lafayete de Andrade) 
O mandado de segurança não está condicionado ao uso prévio de todos os recursos 
administrativos, porque ao Judiciário não se pode furtar o exame de qualquer lesão de direito. (RE 22.212 
em 12.5.53). 
1.15.6. Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional) 
Conclui: “Unânimes, portanto, a doutrina e a jurisprudência ao entenderem 
desnecessário o esgotamento da via administrativa para o acesso ao Judiciário, ainda que a lei 
preveja a possibilidade de utilização de recurso ao qual se conferiu efeito suspensivo”. 
 
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1.15.7. Súmula 
429 do STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do 
mandado de segurança contra omissão de autoridade. 
430 do STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o 
mandado de segurança. 
1.16. PROCEDIMENTO LEGAL OU QUESTÕES PROCESSUAIS 
1.16.1. Lei 
Inovou a Lei 12.016/2009 ao trazer a possibilidade de utilização de peticionamento eletrônico: 
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança 
por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. 
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio 
que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. 
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes. 
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-
Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 
 
Sobre a petição inicial 
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será 
apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, 
além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce 
atribuições. 
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou 
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz 
ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, 
para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à 
segunda via da petição. 
§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio 
instrumento da notificação. 
§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a 
ordem para a sua prática. 
§ 4º (VETADO) 
§ 5º Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão 
denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
 
Sobre o despacho judicial da petição inicial: 
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as 
cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-
lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultara ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, 
observado o disposto na Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
 
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1.17. IMPETRANTE E IMPETRADO 
1.17.1. Rodrigo César Rebello Pinho (Sinopses Jurídicas – Saraiva) 
A pessoa que ingressa em juízo com o mandado de segurança é denominada 
impetrante, podendo ser qualquer pessoa, física ou jurídica. 
1.17.2. Impetrado ou sujeito passivo 
 Sempre autoridade pública – com poder de decisão – ou no exercício do poder público 
– sempre é quem detenha de competência para corrigir a ilegalidade, podendo a pessoa 
jurídica de direito público, da qual o impetrado faça parte, ingressar como litisconsorte. 
No caso de delegação a autoridade é o delegado (mas o foro é o foro da delegante – se 
forem de esferas diferentes). 
Se houver erro na atribuição da autoridade coatora, o juiz não pode determinar a 
substituição do pólo passivo, deve julgar extinto sem mérito. 
Necessita legitimidade própria, mas pode ser usado por entes despersonalizados e 
órgãos públicos com capacidade processual (personalidade judiciária) para a defesa de suas 
prerrogativas e atribuições: Mesas da Casas Legislativas, Presidências dos Tribunais, Chefias 
dos MPs e dos TCs. 
Também pode ser usado por agentes políticos na defesa de suas atribuições e 
prerrogativas: Governador de Estado, prefeitos, magistrados, deputados, senadores, 
vereadores, membros do MP, membros do TC, Ministros de Estado e Secretários de Estado; 
1.17.3. Processo Legislativo 
Deputados e Senadores podem impetrar mandado de segurança contra o processo 
legislativo – controle de constitucionalidade preventivo de formação de uma lei – quando o 
processo legislativo, por si só, tenha desrespeitado norma constitucional. 
1.17.4. Ministério Público 
O MP atua como fiscal da lei e possui prazo de cinco dias para dar seu parecer. 
Em âmbito penal o MP não pode usar o MS para afastar o contraditório, sendo assim o 
réu é chamado para integrar o pólo passivo como litisconsorte. 
1.18. CABIMENTO 
 Contra atos administrativos de qualquer dos poderes; 
 Para a tutela jurídica do direito de reunião; 
 Para a tutela jurídica do direito de obtenção de certidões; 
 Contra o processo legislativo que desrespeita as normas Constitucionais (inclusive 
para EC – controle concreto concentrado e preventivo); 
 Leis e decretos de efeitos concretos; 
 Contra a omissão diante de uma petição ao administrador público; 
 
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1.19. DESCABIMENTO 
 Não cabe contra lei ou ato normativo em tese; Porque a lei em si não causa lesão, 
os atos administrativos que efetivam ou concretizam a lei é que podem ser atacados 
por MS; Lembre-se que o MS não pode ser substitutivo do controle de 
constitucionalidade abstrato; 
 Não pode ser substituto da ação popular (STF, Súmula: 101) e nem serve para 
tutelar direitos difusos – salvo o MS coletivo; 
 Não cabe contra sentença que transitou em julgado; Não pode ser utilizado como 
substitutivo da ação rescisória; 
 Não cabe contra ato judicial passível de recurso ou correição (STF, Súmula: 267); 
Abrandou-se para aceitar se a decisão for teratológica ou se a impetração for de 
terceiro que não foi parte no feito e deveria ter sido, para evitar que sobre ele 
venham a incidir os efeitos da decisão proferida; 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
... 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 Contra ato que caiba (e foi utilizado) recurso administrativo com efeito suspensivo: 
Se quiser usar o MS pode, porém, abre-se mão do recurso administrativo; 
 Atos interna corporis: Pelo princípio da separação dos poderes não pode o 
judiciário se envolver em matérias relacionadas direta e exclusivamente às 
atribuições e prerrogativas das casas legislativas; 
 Contra decisões do STF: Não importa se decididos monocraticamente, se em 
turmas ou se pelo plenário; 
 Concessão de vantagens a servidores públicos para corrigir o vício na isonomia 
quando uma lei concede a uma categoria uma benesse não estende a categoria 
similar. Neste caso só cabe a declaração de inconstitucionalidade da lei que quebrou 
o princípio da isonomia. 
 Discricionariedade das punições disciplinares: Pode atacar a incompetência, a 
formalidade ou a ilegalidade da sanção disciplinar; 
1.20. COMPETÊNCIA (EM FUNÇÃO DA AUTORIDADE) 
Contra ato de tribunal o competente será o próprio tribunal; Outros casos deve-se 
observar os diversos dispositivos constitucionais acerca da matéria. 
1.21. PRAZO DECADENCIAL 
A lei determina que o MS tem prazo decadencial para sua interposição de 120 dias a 
contar da ilegalidade ou abuso de poder que tenha se tomado conhecimento. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) 
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Sendo prazo decadencial este não se suspende e não se interrompe. 
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O prazo é de 120 dias a contar do conhecimento do fato (exclui o dia de início e conta-se 
o dia do término). 
O prazo não é exigível se o MS é impetrado preventivamente, não há como contar prazo 
quando o MS é preventivo. 
O prazo não corre se o impetrante protocolizou a tempo, mesmo que perante juízo 
incompetente. 
Interessante ressaltar que o prazo não influi no direito material, ou seja, não se perde o 
direito material e sim a possibilidade de utilização da via célere e sumaríssima que é o MS. 
Atos de trato sucessivo, que se seguem no tempo, para cada ato haverá um prazo 
próprio e independente para a impetração do MS, ou seja, a lesão se renova periodicamente. 
1.22. OUTRAS OBSERVAÇÕES 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos 
infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de 
sanções no caso de litigância de má-fé. 
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo 
das sanções administrativas e da aplicação da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. 
 
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2. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
2.1. ORIGEM 
Instituído na CF de 1988. 
2.2. PECULIARIDADES 
Em geral segue as mesmas regras que o MS individual, porém muda-se o impetrante 
com a finalidade de facilitar o acesso a juízo (direito individuais homogêneos, coletivos e 
difusos). 
Se um grupo usa o MS para defender direitos individuais semelhantes é hipótese de 
litisconsórcio ativo e não de MS Coletivo. 
2.3. OBJETO 
O interesse pertence à categoria, o impetrante age como SUBSTITUTO PROCESSUAL 
– legitimação extraordinária sem necessidade de autorização expressa (impetram em seu 
nome, mas na defesa dos interesses de seus membros ou associados). 
Direito dos associados, independentemente do vínculo com os fins próprios da entidade 
impetrante, exigindo-se,entretanto, que o direito esteja compreendido na titularidade dos 
associados e que exista ele em razão das atividades exercidas pelos associados, mas não se 
exigindo que o direito seja peculiar, próprio, da classe – veja o Art. 21. Parágrafo Único da Lei 
12.016/2009. 
2.4. LEGISLAÇÃO (LEI 12.016/2009): 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes 
ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que 
pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de 
que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem 
comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do 
impetrante. 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos 
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os 
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de 
seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da 
segurança coletiva. 
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do 
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 
(setenta e duas) horas. 
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2.5. LEGITIMIDADE ATIVA 
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor do 
associados independe da autorização destes (STF: 629); A entidade de classe tem legitimação 
para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma 
parte da respectiva categoria (STF: 630); 
Partido político com representação no CN (basta um parlamentar); O STJ entende que o 
Partido só pode buscar direitos dos filiados e em questões políticas – posição criticada pela 
doutrina mas que foi utilizada na Nova Lei do MS (conforme Art. 21 da Lei 12.016/2009); 
Organizações sindicais, entidades de classe e associações: Devem estar legalmente 
constituídas, em funcionamento há pelo menos um ano (a maioria da doutrina entende que 
somente as associações precisam cumprir este requisito) e atuarem na defesa dos seus 
membros ou associados (pertinência temática); 
Não há necessidade de autorização específica dos membros ou associados (deve haver 
uma previsão expressa no estatuto social para que possa a entidade entrar com MS em defesa 
dos associados); 
Legitimidade - Mandado de Segurança Coletivo - Tributo (Transcrições) (v. Informativo 367) RE 
196184/AM* RELATORA: MIN. ELLEN GRACIE Voto: 
1. O Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas entendeu, com fundamento no art. 5º, LXX, da 
Constituição, pela legitimidade ativa do Partido Socialista Brasileiro para impetrar mandado de segurança coletivo 
contra decreto do prefeito de Manaus que altera a planta de valores imobiliários para efeito de lançamento do 
IPTU, e que, conseqüentemente, majorou o tributo. A discussão que se apresenta no recurso extraordinário é 
saber se partido político pode impetrar mandado de segurança coletivo, substituindo a todos os contribuintes do 
IPTU. Dispõe o inciso LXX do art. 5º, da Constituição: "LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de 
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados." A tese do recorrente no sentido da legitimidade dos partidos políticos 
para impetrar mandado de segurança coletivo estar limitada aos interesses de seus filiados não resiste a uma 
leitura atenta do dispositivo constitucional supra. Ora, se o Legislador Constitucional dividiu os legitimados para a 
impetração do Mandado de Segurança Coletivo em duas alíneas, e empregou somente com relação à 
organização sindical, à entidade de classe e à associação legalmente constituída a expressão "em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados" é porque não quis criar esta restrição aos partidos políticos. Isso 
significa dizer que está reconhecido na Constituição o dever do partido político de zelar pelos interesses coletivos, 
independente de estarem relacionados a seus filiados. Também entendo não haver limitações materiais ao uso 
deste instituto por agremiações partidárias, à semelhança do que ocorre na legitimação para propor ações 
declaratórias de inconstitucionalidade. Com efeito, o Plenário desta Corte, no julgamento da ADIMC 1.096 (DJ 
07/04/2000), entendeu que o requisito da pertinência temática é inexigível no exercício do controle abstrato de 
constitucionalidade pelos partidos políticos. 
2.6. COMPETÊNCIA 
o Depende da categoria da autoridade coatora e sua sede funcional, sendo definida 
nas leis infraconstitucionais, bem como na própria CF; 
o Os próprios Tribunais processam e julgam os mandados de segurança contra 
seus atos e omissões;

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