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Psicologia Construtivista

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PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA 
 
 
- O objetivo do método clínico piagetiano é compreender como o sujeito pensa e a forma como 
resolve situações-problema, de que maneira responde às questões elaboradas. O enfoque está 
em compreender como e quando o sujeito utiliza determinado conhecimento e no processo que o 
leva a dar uma determinada resposta. Portanto, a resposta “errada” pode ser uma forma de 
raciocínio do sujeito em determinado momento de seu desenvolvimento e isso deve estar bem 
claro para o adulto. Dessa forma, o método clínico de Piaget tem como pressuposto uma 
avaliação da inteligência a partir de uma abordagem psicogenética (avaliação dos processos de 
desenvolvimento da inteligência), que difere da maneira mais tradicional utilizada em psicologia, 
à abordage psicommétrica (avaliação ou quantificação das respostas corretas dadas pelo sujeito 
ao exame). 
 
- Para aplicar o método clínico, Piaget utilizou entrevistas puramente verbais e também 
apresentou situações-problema com materiais concretos, a fim de possibilitar ao sujeito a 
antecipação e a explicação, após determinada demonstração. A isso Piaget denominou provas 
operatórias. 
 
- Piaget salienta que somente após um ano de exercícios diários de estudo e aplicação das 
provas operatórias, fundamentados em uma base teórica sólida, é que irá permitir ao psicólogo a 
utilização do método clínico de maneira a propiciar uma compreensão sobre o pensamento do 
sujeito. 
 
- De acordo com Terezinha Nunes Carraher, quatro procedimentos devem ser levados em 
consideração pelo psicólogo durante a aplicação do método clínico: 
• Acompanhar o raciocínio, não corrigir ou completar suas respostas de acordo com seu 
próprio raciocínio, não concluir pelo sujeito. 
• Buscar justificativas para respostas dadas, uma vez que o interesse principal do estudo 
da inteligência na teoria de Piaget está em compreender o processo pelo qual o sujeito chegou 
àquela resposta, as relações estabelecidas entre os fatos e a compreensão se a resposta foi 
dada com convicção ou ao acaso. 
• Verificar a certeza com que o sujeito responde, ou seja, se a resposta está inserida em 
um sistema dedutivo o sujeito responde com convicção, se a resposta é dada na ausência deste 
sistema, o sujeito a modifica toda vez que o examinador faz questionamentos. 
• Evitar ambiguidades nas respostas dadas pelo sujeito, não cabe ao psicólogo escolher 
qual dos possíveis significados foi aquele pretendido pelo sujeito. 
 
- A avaliação das respostas se faz pela compreensão do raciocínio utilizado pelo sujeito para 
chegar àquela resposta, na compreensão da perspectiva a partir da qual o sujeito responde. 
Nesse sentido, o erro é tão importante, ou mais, que o acerto, uma vez que indica, para nós, o 
processo de pensamento ou raciocínio do sujeito durante o processo de construção de 
conhecimento. 
 
- Piaget propõe níveis de desenvolvimento ao avaliar as respostas dadas pelas crianças durante 
o método clínico: 
Nível I - corresponde aquele em que a criança não resolve o problema, nem sequer o entende, ou 
então, responde erroneamente, mas com convicção. 
Nível II - corresponde ao conflito, ambivalência, dúvida, em que a criança oscila em suas 
respostas, apresentando flutuações. Percebe o erro somente depois de ter cometido, não sendo 
capaz de antecipá-lo, por isso as ações da criança se baseiam em ensaio e erro, na tentativa, na 
solução empírica. 
Nível III - corresponde aquele em que a criança apresenta uma solução suficiente à questão e a 
compreensão do problema como é colocado. Os erros podem ocorrer, mas o que muda é a 
maneira como sujeito lida com eles: podem ser antecipados, neutralizados, pré-corrigidos ou 
compensados. 
 
 
- Há três tipos de perguntas características no método clínico-crítico: 
Perguntas de exploração è o objetivo é fazer aflorar a noção cuja existência e estruturação se 
quer comprovar. 
Perguntas de justificação è que centram o sujeito sobre as razões do estado atual do objeto e nas 
explicações concernentes a sua produção e a legitimação de seu ponto de vista. 
Perguntas de contra argumentação è o objetivo é estabelecer se as aquisições da criança são ou 
não estáveis e qual o grau de equilíbrio de suas ações ante os problemas bem como apreender 
sua atividade lógica profunda. 
 
- Em relação ao experimentador, é esperado que apresente duas qualidades: 
• Saiba observar, permita que a criança fale e não desvie ou esgote nada. 
• Saiba buscar algo de preciso, tenha a cada instante uma hipótese de trabalho, uma 
teoria, verdadeira ou falsa, para investigar. 
 
- Assim que a criança dá uma resposta, o experimentador faz outras perguntas, colocando uma 
variação no problema, ou seja, criando uma nova situação-problema. Para isso, utiliza sua 
experiência e o referencial teórico piagetiano. Sendo assim, as perguntas (exploração, 
justificação, contra argumentação) tem como objetivo esclarecer o que está implícito na resposta 
da criança e propiciar uma melhor compreensão de sua estrutura cognitiva (a maneira como o 
sujeito pensa e em qual estádio do desenvolvimento está incluído). 
 
- No método clínico piagetiano, não há como criar uma padronização das perguntas a serem 
feitas, pois o objetivo e seguir o pensamento da criança para onde quer que ele se dirija. 
 
 
AS PROVAS OPERATÓRIAS PIAGETIANAS DE CONSERVAÇÃO. 
 
Provas de conservação de: 
- Pequenos conjuntos discretos de elementos, Superfície, Líquido, Matéria, Peso, Volume, 
Comprimento. 
Conservação é definida por Piaget como a capacidade de perceber que apesar das variações de 
forma ou arranjo espacial, uma quantidade ou valor não varia se dele não se retira ou adiciona 
algo. Na criança esta noção é construída entre 7 e 12 anos no estádio das operações concretas. 
A partir dos 6/7 anos começa a conseguir conservar números, comprimento e quantidade de 
líquido. Em seguida vem a conservação de substância (7/8 anos), área (9/10 anos), e volume 
(11/12 anos). 
 
Provas de conservação 
Conservação da quantidade de matéria 
Materiais: 
- 2 massas de modelar de cores diferentes cada uma, cujo tamanho possa fazer 2 bolas de 
aproximadamente 4 cm de diâmetro. 
Obs.: é interessante que se escolham cores correspondentes às substâncias comestíveis. 
 
Provas de conservação 
Conservação de quantidade de líquidos 
Materiais: 
- 2 vasos iguais A1 e A2; 
- 1 vaso mais fino e alto B; 
- 1 vaso mais largo e baixo C; 
- 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4; 
- 2 copos contendo líquidos de cores diferentes. 
 
Provas de conservação 
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos 
Materiais: 
- 10 fichas vermelhas; 
- 10 fichas azuis. 
Obs.: cada um com 2 cm de diâmetro. 
 
Provas de conservação 
Conservação de comprimento 
Materiais: 
- 1 corrente ou barbante de aproximadamente 10 cm; 
- 1 corrente ou barbante de aproximadamente 15 cm. 
 
 
AS PROVAS OPERATÓRIAS PIAGETIANAS DE CLASSIFICAÇÃO, SERIAÇÃO E INCLUSÃO. 
 
 
Provas de classificação: Mudança de critério, Quantificação da inclusão de classes, Interseção de 
classes. 
Prova de seriação: Seriação de palitos. 
Provas de espaço: Espaço unidimensional, Espaço bidimensional, Espaço tridimensional. 
Provas de pensamento formal: Combinação de fichas, Permutação de fichas, Predição. 
 
 
Provas de classificação 
Quantificação de inclusão de classes 
Materiais: 
Com flores: 
- 10 margaridas; 
- 3 rosas vermelhas. 
Com animais: 
- 10 coelhos ou outra espécie; 
- 3 camelos ou outra espécie. 
Pode-se fazer também com: 
- 10 carros; 
- 3 ônibus. 
 
Prova de Intersecção 
Intersecção de classes 
Materiais: 
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado; 
- 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos emintersecção, sendo um preto e outro 
amarelo. 
Obs.: os 5 círculos devem poder entrar na intersecção. 
 
Prova de seriação 
Seriação de palitos 
- 10 palitos com aproximadamente 1 cm de largura, com uma diferença de 0,6 mm de altura entre 
um e outro, o primeiro com aproximadamente 11,5 cm. 
 
 
PRINCIPAIS REAÇÕES DA CRIANÇA DURANTE O MÉTODO CLÍNICO. 
 
 
- No método clínico, Piaget observou que a criança pode apresentar cinco reações durante as 
respostas às provas operatórias, sendo duas delas manifestações de condutas significativas da 
aprendizagem e desenvolvimento da criança. 
 
- REAÇÕES DA CRIANÇA NO METODO CLINICO: Não-Importismo, Fabulação, Crença 
Sugerida, Crença Desencadeada, Crença Espontânea. 
 
- Não-Importismo: Quando a pergunta aborrece a criança ou, de maneira geral, não provoca 
nenhum esforço de adaptação, a criança responde qualquer coisa e de qualquer forma, sem 
mesmo procurar divertir-se ou construir um mito. 
 
- Fabulação: Quando a criança, sem mais refletir, responde à pergunta inventando uma história 
em que não acredita, ou na qual crê, por simples exercício verbal. 
 
- Crença Sugerida: Quando a criança esforça-se para responder a uma questão, sem que esta 
lhe seja sugestiva, ou quando a criança busca simplesmente contentar o examinador, sem 
considerar sua própria reflexão. A pergunta não é da criança ou não lhe interessa, por isso 
responde na perspectiva do examinador e não na sua própria. 
 
- Crença Desencadeada: Quando a criança responde com reflexão, extraindo a resposta de 
seus próprios recursos, sem sugestão para ela, dizemos que há crença desencadeada. A crença 
desencadeada é influenciada necessariamente pelo interrogatório, pois a simples maneira como a 
questão é colocada e apresentada à criança força-a a raciocinar em certa direção e a sistematizar 
seu saber de certo modo; mas ela é, contudo um produto original do pensamento da criança, pois 
nem o raciocínio feito pela criança para responder à questão, nem o conjunto dos conhecimentos 
anteriores que utiliza a criança durante sua reflexão são diretamente influenciados pelo 
experimentador. A crença desencadeada não é, portanto, nem espontânea nem propriamente 
sugerida: ela é produto de um raciocínio feito sob comando, mas por meio de materiais 
(conhecimentos da criança, imagens mentais, esquemas motores, pré-ligações sincréticas, etc.), 
e de instrumentos lógicos originais (estrutura de raciocínio, orientações do espírito, hábitos 
intelectuais, etc.). 
 
- Crença Espontânea: Quando a criança não tem necessidade de raciocinar para responder à 
questão, mas pode dar uma resposta imediata à questão porque já formulada ou formulável, há a 
crença espontânea. Há, portanto, crença espontânea, quando a questão não é nova para a 
criança e quando a resposta é fruto de uma reflexão anterior e original. Excluímos naturalmente 
deste tipo de reação, como de resto de cada uma das precedentes, as respostas influenciadas 
pelos ensinamentos recebidos anteriormente ao interrogatório. Há aí um problema distinto, e 
naturalmente muito complexo, que consiste em distinguir, nas respostas recebidas, o que provém 
da criança e o que foi inspirado pela companhia adulta. 
 
- Concluindo, durante o método clínico, é objetivo do psicólogo a presença de crenças 
desencadeadas, uma vez que é ele que apresenta as situações-problema, observa e discute com 
a criança sobre suas hipóteses, favorecendo assim, a construção do conhecimento e 
consequente desenvolvimento das estruturas operatórias do pensamento. 
 
 
O DESENVOLVIMENTO MORAL NA INFÂNCIA E O MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO. 
 
- Jean Piaget investigou a maneira como a criança constrói o significado da regra e para isso 
criou vários dilemas que, em formato de histórias, possibilitavam à criança julgar quem errou e, 
dessa forma, compreender o pensamento do sujeito em relação ao desenvolvimento do 
julgamento moral. 
 
Exemplo de Dilema moral elaborado por Piaget: 
a) Um menino, que se chama Jean, está em seu quarto. É chamado para jantar. Entra na sala 
para comer. Mas atrás da porta há uma cadeira. Sobre a cadeira há uma bandeja com quinze 
xícaras. Jean não pode saber que há tudo isso atrás da porta. Entra: a porta bate na bandeja, e, 
bumba!, As quinze xícaras se quebram. 
b) Era uma vez um menino chamado Henri. Um dia em que sua mãe estava ausente, foi pegar 
doces no armário. Subiu numa cadeira e estendeu o braço. Mas os doces estavam muito no alto 
e ele não pode alcançá-los para comer. Entretanto, tentando apanhá-los, esbarrou numa xícara. 
A xícara caiu e se quebrou. 
 
Ao perguntar para que criança se um sujeito errou mais do que o outro, até por volta dos sete 
anos, irá dizer que quem quebrou mais xícaras errou mais, julgando a regra pela quantidade do 
dano material. A criança a partir dos 8/9 anos irá julgar a regra pela intencionalidade do sujeito ao 
cometer o erro. 
 
- Os dilemas morais apresentam temas comuns na infância (dano material, mentira, roubo) e 
permitem compreender de que maneira ocorre o desenvolvimento na construção da regra pela 
criança. 
 
 
- De acordo com Piaget, o desenvolvimento moral ocorre em quatro períodos: 
• Anomia (0 a 2 anos) è não existe consciência da regra. 
• Heteronomia (2 a 6 anos) è existe consciência da regra, a criança é heterônoma, 
governada pelo outro. 
• Semiautonomia (7 a 11 anos) è início da autonomia moral, mas a criança ainda depende 
das regras do meio para organizar-se. 
• Autonomia (12 a 15 anos) è construção da autonomia moral. 
 
 
- Para que haja o desenvolvimento de uma moralidade de autonomia é necessário que a criança 
desenvolva-se em um ambiente onde as regras possam ser construídas e internalizadas de 
maneira significativa pelo sujeito. Um ambiente permeado pela moralidade da heteronomia moral 
fará com que o sujeito continue heterônomo na fase adulta. 
 
Moralidade Heterônoma obedece cegamente à regra, ou então, não cumpre a regra e calcula o 
risco para não ser pego não a descumprindo. Pode levar também à delinquência. 
- Respeito Unilateral: um manda e o outro obedece, respeito pelo medo da dor física e dor moral. 
 
Moralidade Autônoma è obedece à regra, adéqua à regra as suas necessidades sem modificá-la, 
assume a responsabilidade de suas escolhas - se escolher não cumprir a regra assumirá as 
consequências não se esquivando ou culpando ao outro. 
- Respeito Mútuo: respeito por cooperação; às regras são obedecidas por ambos, pois há a 
compreensão de seu significado na relação. 
 
- Os jogos em grupo possibilitam a criança, além de aprender os conteúdos ensinados de 
maneira lúdica, o desenvolvimento da autonomia intelectual, por que permite a transição do 
egocentrismo para uma maneira mais coordenada de pensar, caracterizando o desenvolvimento 
de todos os aspectos do pensamento. 
 
 
P- ara Piaget o jogo tem uma importância fundamental na construção das regras pela criança, 
pois permite ao sujeito à descentralização, essencial a autonomia. Sendo assim, Piaget apresenta 
em seus estudos três grandes tipos de estruturas que caracterizam os jogos infantis: 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS 
Jogo de Exercício - Estádio Sensório-Motor (0-2 anos) 
Jogo Simbólico - Estádio Pré-Operatório (2-6 anos) 
Jogo de Regra - Estádio Operatório (7-15 anos) 
 
- Jogo de Exercício: Estádio Sensório-Motor (0-2 anos) 
A criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras. O ato de jogar é uma atividade 
natural e espontânea, surge como prazer funcional em repetir exercícios motores (gestos, 
movimentos) - agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. (reação 
circular). 
 
- Jogo Simbólico: Estádio Pré-Operatório (2-6 anos) 
As crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogarcom outras crianças 
jogos de faz-de-conta. De acordo com Piaget, a função desse tipo de atividade lúdica, "é 
satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos seus desejos". Em outras 
palavras, o jogo simbólico tem como função assimilar as relações predominantes no meio 
ambiente e, também, é uma maneira de auto- expressão. O jogo de faz-de-conta possibilita à 
criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões 
e frustrações. É a fase das brincadeiras de boneca, casinha, escolinha, personagens, super-
heróis, etc. 
 
- Jogo de Construção: entre os jogos simbólicos e os jogos de regras surgem com mais 
frequência desenhos, trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações 
teatrais, etc., sendo o computador uma ferramenta muito útil, quando bem utilizada. O próprio 
Piaget afirma: "... é evidente que os jogos de construção não definem uma fase entre outras, mas 
ocupam, no segundo e, sobretudo no terceiro nível, uma posição situada a meio de caminho entre 
o jogo e o trabalho inteligente..." 
 
- Jogo de Regra: Estádio Operatório Concreto e Formal (7-15 anos) 
O jogo de regra pressupõe a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (regras), o que 
lhe confere um caráter eminentemente social. As crianças aprendem as regras dos jogos que são 
transmitidas socialmente, por volta dos 7 anos e o mesmo permanece durante toda a vida do 
sujeito. Estes jogos são jogados em grupo e pela descentração natural do período operatório as 
regras podem ser internalizadas com maior significado pelo sujeito. Assim, o que caracteriza o 
jogo de regras é a existência de um conjunto de leis organizadas e planejadas pelo grupo, e o 
não cumprimento dessas regras pode levar a conflitos e, muitas vezes, a não possibilidade de 
vitória pelo jogador. Os jogos de regras são classificados como: jogos sensório-motor (futebol) e 
jogos intelectuais (xadrez, dama, baralho).

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