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25/08/2014 1 MACROECONOMIA Professor: Fernando Antônio R. Soares MODELO IS-LM 25/08/2014 2 MODELO IS-LM 1. Introdução Também descrito como modelo keynesiano generalizado, trata-se de uma releitura da teoria keynesiana. O Modelo IS-LM analisa os efeitos de políticas macroeconômicas (fiscais e monetárias) sobre a economia. Ainda no que tange às políticas macroeconômicas, seus instrumentos seriam os seguintes: (i) políticas fiscais: gastos do governo, tributação e transferências; e (ii) políticas monetárias: oferta monetária. O Modelo IS-LM pode ser interpretado como uma teoria da demanda agregada em que o nível de renda (Y) e a taxa de juros (r) são determinados endogenamente. Além disso, o IS-LM faz a descrição conjunta do mercado de bens e serviços e do mercado monetário. o Modelo IS-LM faz a interligação entre os lados monetário (moeda) e real (produto e emprego) a partir da taxa de juros Neste momento, considerar-se-á uma economia fechada, ou seja, sem transações comerciais e financeiras com o exterior e, além disso, os preços são considerados constantes. 1 1. Podem ocorrer variações exógenas dos preços. 25/08/2014 3 2. O Mercado Monetário 2.1. Demanda por Moeda A demanda por moeda no Modelo IS-LM dá continuidade à tradição keynesiana. De outra forma, a moeda ou encaixes monetários são demandados pelos seguintes fatores ou motivos: (i) motivo transação: quanto maior a renda da economia, maior será o volume de transações. Portanto, maior será a quantidade de moeda demandada para a realização de transações → a demanda por moeda pelo motivo transação aumenta quando a renda aumenta; (ii) motivo precaução: associa-se à retenção de moeda necessária para fazer frente a despesas não previstas → a demanda por moeda pelo motivo precaução ou precaucional aumenta quando a renda aumenta; e (iii) motivo especulação: os agentes econômicos demandam moeda para especular com a taxa de juros. Como o juro é o preço do dinheiro, quando a taxa de juros é baixa (dinheiro barato), a demanda especulativa é alta, isto é, a moeda será utilizada para especular e não para ser utilizada em transação ou precaução.2 Por outro lado, como a moeda não rende juros, os agentes têm incentivos a trocar moeda por títulos (que rendem juros) quando há um aumento da taxa de juros. Há um custo de oportunidade de reter moeda quando as taxas de juros se elevam → a demanda por moeda pelo motivo especulação diminui quando a taxa de juros eleva. 2. Ver Góes e Gadelha (2012, 116). 25/08/2014 4 De acordo com a discussão acima, temos, abaixo, função para a demanda por moeda: Avaliando as equações acima: (i) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda; e (ii) quanto maior o nível de renda, maior a demanda por moeda. Box: moeda, taxa de juros e preços dos títulos A principal alternativa (financeira) à retenção de moeda é a aplicação dos recursos em títulos públicos ou privados, que apresentam o benefício de renderem juros. Por outro lado, apresentam o custo da menor liquidez (prazo de vencimento do título). É importante neste contexto avaliar o relacionamento entre os preços dos títulos e as taxas de juros, principalmente em decorrência de variações nas taxas de juros: (i) redução das taxas de juros: uma redução das taxas de juros de mercado faz com que os juros incidentes sobre os títulos anteriormente emitidos sejam maiores. Em consequência, ter-se-á um aumento da demanda por estes títulos anteriormente emitidos → aumento dos preços dos títulos; e (ii) aumento das taxas de juros: um aumento das taxas de juros de mercado faz com que os juros incidentes sobre os títulos anteriormente emitidos sejam menores. Em consequência, ter-se-á uma diminuição da demanda por estes títulos anteriormente emitidos → diminuição dos preços dos títulos. 25/08/2014 5 2.2. Oferta de Moeda A expansão ou retração da oferta de moeda será realizada pela autoridade monetária, ou seja, pelo banco central. Ter-se-ia políticas monetárias expansionistas e contracionistas (ou restritivas). Os principais instrumentos para alterar a oferta de moeda são os seguintes: (i) determinação da taxa de emissão monetária (controle da base monetária); (ii) determinação da taxa de compulsório bancário; (iii) determinação da taxa de redesconto; e (iv) realização de operações de mercado aberto (open-market). A oferta de moeda ou, particularmente, a oferta de saldos monetários reais, (M/P)s, é determinada exogenamente e independe da taxa de juros. 2.3. Equilíbrio no Mercado Monetário A taxa de juros de equilíbrio é obtida pela interação entre a oferta de moeda (determinada pelo banco central) e a demanda de moeda (determinada pelos agentes pelos motivos transação, precaução e especulação) no mercado monetário. Gráfico 1 Equilíbrio no Mercado Monetário 25/08/2014 6 A partir da observação do Gráfico acima pode-se chegar às seguintes conclusões acerca do equilíbrio no mercado monetário: (i) aumento da demanda por moeda → aumento da taxa de juros; (ii) diminuição da demanda por moeda → diminuição da taxa de juros; (iii) aumento da oferta de moeda → redução da taxa de juros; e (iv) diminuição da oferta de moeda → aumento da taxa de juros. 2.4. A Curva LM Notação: (i) L: demanda ou procura por moeda. Keynes associa a demanda por moeda com a preferência pela liquidez, dado que a moeda é o ativo que apresenta maior liquidez; e (ii) M: oferta de moeda, que é realizada pela autoridade monetária (banco central). A Curva LM demonstra o equilíbrio entre a demanda e a oferta de moeda. Ou, de outra forma, mostra os pontos de equilíbrio do mercado monetário. a Curva LM mostra a relação entre a taxa de juros (r) e a renda (Y) que é estabelecida no mercado monetário a Curva LM mostra os pontos de equilíbrio no mercado monetário 25/08/2014 7 A Curva LM pode ser vista no gráfico abaixo. Gráfico 2 Curva LM A Curva LM é uma função crescente ou positivamente inclinada: Considere uma dada taxa de juros (r0), o aumento da renda (de Y0 para Y1, por exemplo) aumenta a demanda por moeda (pelos motivos transação e precaução). Para restabelecer o equilíbrio no mercado monetário, considerando uma oferta fixa de moeda, a taxa de juros deverá ser elevar (de r0 para r1). 3 2.5. Fatores Deslocadores da Curva LM A Curva LM é deslocada por variações na oferta de moeda, que são determinadas pelas autoridades monetárias (banco central).4 3. Ver Froyen (1999). 4. Para um dado nível de renda e taxa de juros, variações na demanda por moeda também poderiam provocar deslocamentos da Curva LM. Um exemplo disso seria um aumento da demanda por moeda por causa de uma corrida bancária (temor de uma “quebra” bancária). 25/08/2014 8 Deslocamentos para a direita da Curva LM Trata-se de uma expansão da oferta de moeda provocada pela realização de uma política monetária expansionista. Pode-se citar como exemplos de políticas monetárias expansionistas: (i) redução da taxa de compulsório bancário; (ii) redução da taxa de redesconto; e (iii) compra de títulos públicos no mercado aberto (open-market). Deslocamentos para a esquerda da Curva LM Trata-se de uma contração ou redução da oferta de moeda provocada pela realização de uma política monetáriacontracionista (ou restritiva). Pode-se citar como exemplos de políticas monetárias contracionistas: (i) aumento da taxa de compulsório bancário; (ii) aumento da taxa de redesconto; e (iii) venda de títulos públicos no mercado aberto (open-market). 2.6. Inclinação Curva LM A inclinação da Curva LM está associada com a sensibilidade da demanda por moeda à taxa de juros e à renda. Curva LM íngreme (muito inclinada)5 Curva LM com inclinação íngreme (ou muito inclinada): (i) demanda por moeda relativamente inelástica à taxa de juros: baixa sensibilidade da demanda por moeda a variações das taxas de juros: Uma grande variação na taxa de juros causa uma pequena variação na demanda por moeda. (ii) demanda por moeda elástica à renda: elevada sensibilidade da demanda por moeda a variações na renda: 5.Ou ainda, Curva LM muito “em pé.” 25/08/2014 9 Uma pequena variação na renda causa uma grande elevação na demanda por moeda. Dessa forma, ter-se-á uma forte elevação da taxa de juros. Gráfico 3 Curva LM Íngreme (Muito Inclinada) Curva LM achatada (pouco inclinada)6 Curva LM com inclinação achatada (ou pouco inclinada): (i) demanda por moeda elástica à taxa de juros: alta sensibilidade da demanda por moeda a variações das taxas de juros: Uma pequena variação na taxa de juros causa uma grande variação na demanda por moeda. Por exemplo, se a taxa de juros aumenta pouco, a demanda por moeda apresentará uma grande diminuição, e vice-versa. (ii) demanda por moeda relativamente inelástica à renda: baixa sensibilidade da demanda por moeda a variações na renda: Uma grande variação na renda causa uma pequena elevação na demanda por moeda. Dessa forma, ter-se-á uma baixa elevação da taxa de juros. 6. Ou ainda, Curva LM muito “deitada.” 25/08/2014 10 Gráfico 4 Curva LM Achatada (Pouco Inclinada) 3. O Mercado de Bens e Serviços Representado pela Curva IS, do inglês Investment-Saving, apresenta as condições de equilíbrio no mercado de bens e serviços.7 7. Lopes e Vasconcellos (1998). Investimentos Uma primeira consideração a ser feita em relação ao mercado de bens e serviços dentro do escopo do Modelo IS-LM refere-se ao investimento. No Modelo Keynesiano Simples os investimentos não eram influenciados pelas taxas de juros. No Modelo IS-LM os investimentos são afetados pelas taxas de juros.8 o investimento é uma função inversa da taxa de juros Quando as taxas de juros forem altas, o investimento será baixo (o custo dos empréstimos estará elevado); por outro lado, quando as taxas de juros caem, os investimentos aumentam. 8. A poupança continua como uma função crescente da renda 25/08/2014 11 Os investimentos serão dados pela seguinte equação: onde I são os investimentos; são os investimentos autônomos; f é elasticidade (sensibilidade) do investimento às taxas de juros; e r é a taxa de juro. Quanto maior o parâmetro f (coeficiente da taxa de juros), maiores os impactos causados sobre o investimento em decorrência de uma variação na taxa de juros. Equilíbrio no mercado de bens e serviços O equilíbrio no mercado de bens e serviços (ou equilíbrio no mercado de produto) ocorrerá quando tivermos a igualdade entre poupança e investimento (S = I).9 (i) caso S = I → equilíbrio no mercado do produto; (ii) caso S > I → excesso de oferta no mercado do produto; e (iii) caso S < I → excesso de demanda no mercado do produto. 9.Equivaleria ao equilíbrio entre a oferta e a demanda de bens e serviços. I A Curva IS, por sua vez, mostra a igualdade entre poupança e investimento. Portanto, a Curva IS mostra os pontos de equilíbrio no mercado do produto (mercado de bens e serviços). Ainda em relação à condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços (mercado do produto), pode-se dizer que esta é dada pela equação abaixo: 3.1. Curva IS A Curva IS mostra a relação entre taxas de juros (r) e nível de renda (Y) que se estabelece no mercado de bens e serviços. Logo, a Curva IS mostra o equilíbrio no mercado do produto, ou seja, essa curva evidencia os pontos (combinações entre taxas de juros e renda) para os quais S = I.10 10. Ver Góes e Gadelha (2012, 132). 25/08/2014 12 O gráfico para a Curva IS pode ser visto abaixo: Gráfico 5 Curva IS A Curva IS é uma função decrescente (negativamente inclinada). Considere que a economia se encontra no equilíbrio dado pelo ponto “A”, que se refere a um ponto de equilíbrio no mercado de bens e serviços. A partir, por exemplo, de uma redução das taxas de juros, teremos os seguintes efeitos: (i) a redução das taxas de juros provocará um aumento dos investimentos, o que desequilibrará o mercado de bens e serviços (S < I); (ii) a restauração do equilíbrio (S = I) irá requerer o aumento da renda, pois o aumento da renda provocará um aumento da poupança (lembre-se, a poupança é uma função crescente da renda); (iii) em “B” o equilíbrio entre poupança e investimento é restaurado, o que representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços. 25/08/2014 13 3.2. Fatores Deslocadores da Curva IS Os deslocamentos da Curva IS, em sua maioria, estão associados à consecução, pelo governo, de políticas fiscais. (i) caso sejam realizadas políticas fiscais expansionistas (ou expansivas), haverá um deslocamento para a direita da Curva IS; e (ii) caso sejam realizadas políticas fiscais contracionistas (ou restritivas), haverá um deslocamento para a esquerda da Curva IS. Os instrumentos de política fiscal são os seguintes: (i) gastos públicos; (ii) tributação; e (iii) transferências governamentais. As políticas fiscais expansionistas são o aumento dos gastos públicos e das transferências governamentais, bem como a redução dos tributos → deslocamento da Curva IS para a direita. As políticas fiscais contracionistas são a redução dos gastos públicos e das transferências governamentais, bem como o aumento da tributação → deslocamento da Curva IS para a esquerda. Também causariam deslocamentos da Curva IS variações na renda disponível esperada e na produtividade marginal esperada do capital. 3.3. Inclinação Curva IS A inclinação da Curva IS está associada com a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, bem como da poupança em relação à renda. 25/08/2014 14 Curva IS íngreme (muito inclinada) 11 Curva IS com inclinação íngreme (ou muito inclinada): (i) investimento é relativamente inelástico à taxa de juros: baixa sensibilidade do investimento a variações das taxas de juros: Uma grande variação na taxa de juros causa uma pequena variação no investimento. (ii) poupança é elástica à renda: elevada sensibilidade da poupança a variações na renda: Uma pequena variação na renda causa uma grande elevação na poupança. 11. Ou ainda, Curva IS muito “em pé.” Gráfico 6 Curva IS Íngreme (Muito Inclinada) Curva IS achatada (pouco inclinada)12 12.Ou ainda, Curva IS muito “deitada.” 25/08/2014 15 Curva IS com inclinação achatada (ou pouco inclinada): (i) investimento elástico à taxa de juros: alta sensibilidade dos investimentos a variações das taxas de juros: Uma pequenavariação na taxa de juros causa uma grande variação nos investimentos. (ii) poupança relativamente inelástica à renda: baixa sensibilidade da poupança a variações na renda: Uma grande variação na renda causa uma pequena elevação na poupança. Gráfico 7 Curva LM Achatada (Pouco Inclinada) 4. Modelo IS-LM Quanto o mercado o mercado monetário (Curva LM) e o mercado de bens e serviços (Curva IS) estão equilibrados, temos que a economia como um todo está equilibrada. Na interseção entre as Curvas IS e LM são obtidas a taxa de juros (r) e a renda (Y) de equilíbrio. 25/08/2014 16 Em consequência, pode-se concluir que o Modelo IS-LM representa um modelo de determinação de renda de equilíbrio. Gráfico 8 Equilíbrio no Modelo IS-LM 5. Modelo Keynesiano Generalizado (caso geral) O Modelo Keynesiano Generalizado está associado a uma Curva IS decrescente e a uma Curva LM crescente. Há, no entanto, três casos particulares: (i) Modelo Clássico, em que a Curva LM é vertical; (ii) Modelo Keynesiano Simplificado, em que a Curva IS é vertical; e (iii) Armadilha da Liquidez, em que a Curva LM é horizontal. Neste momento, partiremos para a discussão do Modelo Keynesiano Generalizado, ou seja, o caso geral. 5.1. Efeitos de Políticas Fiscais no Modelo Keynesiano Generalizado Politica Fiscal Expansionista 25/08/2014 17 Gráfico 9 Política Fiscal Expansionista no Modelo IS-LM Generalizado Considere que a política acima seja uma expansão dos gastos do governo. Um aumento dos gastos do governo, via multiplicador keynesiano (ou multiplicador dos dispêndios autônomos), gera um aumento proporcionalmente maior na renda → deslocamento da Curva IS para a direita. Além do nível de renda, a taxa de juros também se eleva. A Curva LM não é alterada, não se move: a oferta de moeda permanece constante. O aumento da renda, ao aumentar a demanda por moeda, conduz à elevação das taxas de juros. Tal fato é necessário para reequilibrar o mercado monetário. Caso não houvesse o aumento da taxa de juros, o aumento da renda provocado pela política fiscal expansionista seria maior. O aumento da taxa de juros provoca uma redução dos dispêndios com investimentos, o que esvazia parcialmente o aumento da renda. Esta redução dos investimentos assinalada acima, que decorreu do aumento das taxas de juros, é dada o nome de crowding-out ou efeito deslocamento. Efeitos semelhantes seriam obtidos a partir de uma redução dos tributos ou aumento das transferências governamentais. 13.Aumento da demanda por moeda transacional e precaucional. 25/08/2014 18 Politica Fiscal Contracionista Considere a realização de uma política fiscal contracionista (redução dos gastos do governo, aumento da tributação ou redução das transferências governamentais) num ambiente onde a oferta monetária (representada pela Curva LM) é mantida constante. Gráfico 10 Política Fiscal Contracionista no Modelo IS-LM Generalizado A política fiscal contracionista provocará um deslocamento da Curva IS para a esquerda (de IS0 para IS1). O novo ponto de equilíbrio ocorrerá na intersecção entre a Curva IS1 e a Curva LM, que permanece inalterada. Note que há, além da redução da renda, uma redução da taxa de juros como resultado da política. Esta política reduziria o produto e o emprego, mas, por outro lado, poderia controlar possíveis pressões inflacionárias. Quadro 1: Resumo das Políticas Fiscais no Modelo IS-LM Generalizado Política Fiscal Renda Taxa de Juros Expansionista Aumenta Aumenta Contracionista Reduz Reduz 25/08/2014 19 5.2. Efeitos de Políticas Monetárias no Modelo Keynesiano Generalizado Politica Monetária Expansionista Considere a execução de uma política monetária expansionista mantendo-se a Curva IS constante. Uma política monetária expansionista (expansão da oferta de moeda) provoca um deslocamento para a direita da Curva LM. Gráfico 11 Política Monetária Expansionista no Modelo IS-LM Generalizado A expansão da oferta monetária reduz a taxa de juros, o que produz uma expansão dos níveis de investimento.14 O aumento dos investimentos, por sua vez, provoca um aumento da renda. O resultado da política monetária expansionista (ou expansiva) é, principalmente, um aumento da renda e do emprego. Politica Monetária Contracionista Mantida a Curva IS constante, considere a realização de uma política monetária contracionista. Será provocado um deslocamento para a esquerda da Curva LM. 14.Alguns modelos também consideram que a redução da taxa de juros provoca uma expansão do consumo. 25/08/2014 20 Gráfico 12 Política Monetária Contracionista no Modelo IS-LM Generalizado A redução da oferta monetária aumenta a taxa de juros, o que produz uma redução dos níveis de investimento. A redução dos investimentos, por sua vez, provoca uma redução da renda. A política monetária contracionista (ou restritiva), ao desacelerar a economia, provoca a redução da renda e dos níveis de emprego. Por outro lado, caso a economia esteja apresentando pressões inflacionárias, ela seria indicada para reverter esse quadro. Quadro 2: Resumo das Políticas Monetárias no Modelo IS-LM Generalizado 6. Modelo IS-LM e os Casos Particulares 6.1. Caso Clássico Neste caso a Curva LM é vertical. Além disso, a demanda por moeda é perfeitamente inelástica às variações nas taxas de juros. Isto é, a demanda por moeda independe da taxa de juros. Política Monetária Renda Taxa de Juros Expansionista Aumenta Reduz Contracionista Reduz Aumenta 25/08/2014 21 a demanda por moeda é totalmente insensível a variações nas taxas de juros Como variações nas taxas de juros não afetam a demanda por moeda (demanda especulativa de moeda), ter-se-á o “Caso Clássico”, porque a demanda por moeda só é afetada pela renda (motivos transação e precaução). No Caso Clássico dentro do Modelo IS-LM temos os seguintes resultados: (i) políticas fiscais totalmente ineficientes → não afetam a renda; e (ii) políticas monetárias muito eficientes. Política Fiscal Expansionista no “Caso Clássico” Uma política fiscal expansionista (aumento dos gastos públicos ou redução dos tributos, por exemplo) provoca um deslocamento da Curva IS para a direita. No entanto, no Caso Clássico, a Curva LM é vertical. Gráfico 13 Política Fiscal Expansionista no Caso Clássico Com a LM vertical, a política fiscal será totalmente ineficaz. O aumento dos gastos públicos ou a redução dos tributos não provoca qualquer alteração na renda só elevando as taxas de juros. 25/08/2014 22 A elevação das taxas de juros reduz os investimentos na mesma proporção, por exemplo, do aumento dos gastos do governo. Neste caso, o crowding-out ou efeito deslocamento será total. Política Monetária Expansionista no “Caso Clássico” A política monetária expansionista se traduziria em um deslocamento da Curva LM para a direita. Como a Curva LM é vertical, a eficiência da política será elevada. Gráfico 14 Política Monetária Expansionista no Caso Clássico 6.2. Modelo Keynesiano Simplificado Neste caso, os investimentos são totalmente inelásticos a variações das taxasde juros. Logo, isto equivale a dizer que os investimentos não dependem das taxas de juros. A Curva IS será vertical. Além disso, as políticas monetárias serão totalmente ineficientes: a redução da taxa de juros não provocará o aumento dos investimentos porque estes são insensíveis às taxas de juros. Em consequência, a renda permanecerá constante. Gráfico 15 Política Monetária Expansionista no Modelo Keynesiano Simplificado 25/08/2014 23 As políticas fiscais, por outro lado, serão muito eficientes no Modelo Keynesiano Simplificado. O aumento dos gastos do governo ou a redução dos tributos provocará o deslocamento da Curva IS para a direita e o aumento da renda. O aumento da renda provoca o aumento da demanda por moeda (pelos motivos transação e precaução), o que aumenta a taxa de juros. A elevação da taxa de juros, no entanto, não reduz os investimentos (investimentos são insensíveis a variações nas taxas de juros). não há crowding-out ou efeito deslocamento Gráfico 16 Política Fiscal Expansionista no Modelo Keynesiano Simplificado 6.3. Armadilha da Liquidez A demanda por moeda é uma função inversa da taxa de juros. Quando a taxa de juros atinge valores extremamente baixos, a demanda por moeda se eleva e os agentes preferirão moeda a títulos (por causa da baixa rentabilidade). as pessoas demandam e guardam moeda na expectativa de um aumento da taxa de juros, quando então comprariam títulos Debaixo da Armadilha da Liquidez a Curva LM será horizontal e, além disso, a demanda por moeda é infinitamente elástica a variações das taxas de juros. No caso da Armadilha da Liquidez as políticas monetárias são consideradas ineficientes, dado que as taxas de juros já estão suficientemente baixas (reduções adicionais não afetariam a renda). 25/08/2014 24 Gráfico 17 Política Monetária Expansionista na Armadilha de Liquidez A política fiscal expansionista diante de uma condição de Armadilha de Liquidez, por outro lado, é muito eficiente em decorrência da posição horizontal da Curva LM: o deslocamento da Curva IS provocará aumento de renda sem contudo elevar as taxas de juros Como o deslocamento da Curva IS para a direita e o aumento da renda não provocam elevações nas taxas de juros, não haverá redução dos investimentos. Neste caso o multiplicador keynesiano funcionaria plenamente e não haveria efeito deslocamento. Gráfico 18 Política Fiscal Expansionista na Armadilha de Liquidez 25/08/2014 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Froyen, Richard T. 1999. Macroeconomia. São Paulo: Editora Saraiva. Góes, Geraldo e Sérgio Gadelha. 2012. Macroeconomia para Concursos e Exame da ANPEC (Volume II). Rio de Janeiro: Campus/Elsevier. Lopes, Luiz Martins e Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos (org.). 1998. Manual de Macroeconomia: Básico e Intermediário. São Paulo: Editora Atlas.
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