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Modelo IS-LM

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25/08/2014 
1 
MACROECONOMIA 
Professor: Fernando Antônio R. Soares 
 
MODELO IS-LM 
25/08/2014 
2 
MODELO IS-LM 
 
1. Introdução 
 
Também descrito como modelo keynesiano generalizado, trata-se de uma 
releitura da teoria keynesiana. 
 
O Modelo IS-LM analisa os efeitos de políticas macroeconômicas (fiscais e 
monetárias) sobre a economia. Ainda no que tange às políticas macroeconômicas, 
seus instrumentos seriam os seguintes: 
 
(i) políticas fiscais: gastos do governo, tributação e transferências; e 
(ii) políticas monetárias: oferta monetária. 
O Modelo IS-LM pode ser interpretado como uma teoria da demanda agregada 
em que o nível de renda (Y) e a taxa de juros (r) são determinados 
endogenamente. Além disso, o IS-LM faz a descrição conjunta do mercado de 
bens e serviços e do mercado monetário. 
 
o Modelo IS-LM faz a interligação entre os lados monetário (moeda) e real 
(produto e emprego) a partir da taxa de juros 
 
Neste momento, considerar-se-á uma economia fechada, ou seja, sem transações 
comerciais e financeiras com o exterior e, além disso, os preços são considerados 
constantes. 1 
 
 
1. Podem ocorrer variações exógenas dos preços. 
25/08/2014 
3 
2. O Mercado Monetário 
 
2.1. Demanda por Moeda 
 
A demanda por moeda no Modelo IS-LM dá continuidade à tradição keynesiana. 
De outra forma, a moeda ou encaixes monetários são demandados pelos 
seguintes fatores ou motivos: 
 
(i) motivo transação: quanto maior a renda da economia, maior será o volume de 
transações. Portanto, maior será a quantidade de moeda demandada para a 
realização de transações → a demanda por moeda pelo motivo transação 
aumenta quando a renda aumenta; 
(ii) motivo precaução: associa-se à retenção de moeda necessária para fazer frente a 
despesas não previstas → a demanda por moeda pelo motivo precaução ou 
precaucional aumenta quando a renda aumenta; e 
 
(iii) motivo especulação: os agentes econômicos demandam moeda para especular 
com a taxa de juros. Como o juro é o preço do dinheiro, quando a taxa de juros é baixa 
(dinheiro barato), a demanda especulativa é alta, isto é, a moeda será utilizada para 
especular e não para ser utilizada em transação ou precaução.2 
 
Por outro lado, como a moeda não rende juros, os agentes têm incentivos a trocar 
moeda por títulos (que rendem juros) quando há um aumento da taxa de juros. 
 
Há um custo de oportunidade de reter moeda quando as taxas de juros se elevam → a 
demanda por moeda pelo motivo especulação diminui quando a taxa de juros eleva. 
 
2. Ver Góes e Gadelha (2012, 116). 
25/08/2014 
4 
De acordo com a discussão acima, temos, abaixo, função para a demanda por 
moeda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliando as equações acima: 
 
(i) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda; e 
 
(ii) quanto maior o nível de renda, maior a demanda por moeda. 
 
Box: moeda, taxa de juros e preços dos títulos 
 
A principal alternativa (financeira) à retenção de moeda é a aplicação dos recursos 
em títulos públicos ou privados, que apresentam o benefício de renderem juros. Por 
outro lado, apresentam o custo da menor liquidez (prazo de vencimento do título). 
 
É importante neste contexto avaliar o relacionamento entre os preços dos títulos e 
as taxas de juros, principalmente em decorrência de variações nas taxas de juros: 
 
(i) redução das taxas de juros: uma redução das taxas de juros de mercado faz com 
que os juros incidentes sobre os títulos anteriormente emitidos sejam maiores. Em 
consequência, ter-se-á um aumento da demanda por estes títulos anteriormente 
emitidos → aumento dos preços dos títulos; e 
 
(ii) aumento das taxas de juros: um aumento das taxas de juros de mercado faz com 
que os juros incidentes sobre os títulos anteriormente emitidos sejam menores. Em 
consequência, ter-se-á uma diminuição da demanda por estes títulos anteriormente 
emitidos → diminuição dos preços dos títulos. 
25/08/2014 
5 
2.2. Oferta de Moeda 
 
A expansão ou retração da oferta de moeda será realizada pela autoridade 
monetária, ou seja, pelo banco central. Ter-se-ia políticas monetárias expansionistas 
e contracionistas (ou restritivas). 
 
Os principais instrumentos para alterar a oferta de moeda são os seguintes: 
 
(i) determinação da taxa de emissão monetária (controle da base monetária); 
(ii) determinação da taxa de compulsório bancário; 
(iii) determinação da taxa de redesconto; e 
(iv) realização de operações de mercado aberto (open-market). 
 
A oferta de moeda ou, particularmente, a oferta de saldos monetários reais, (M/P)s, 
é determinada exogenamente e independe da taxa de juros. 
2.3. Equilíbrio no Mercado Monetário 
 
A taxa de juros de equilíbrio é obtida pela interação entre a oferta de moeda 
(determinada pelo banco central) e a demanda de moeda (determinada pelos agentes 
pelos motivos transação, precaução e especulação) no mercado monetário. 
 
Gráfico 1 
Equilíbrio no Mercado Monetário 
 
25/08/2014 
6 
A partir da observação do Gráfico acima pode-se chegar às seguintes conclusões 
acerca do equilíbrio no mercado monetário: 
 
(i) aumento da demanda por moeda → aumento da taxa de juros; 
(ii) diminuição da demanda por moeda → diminuição da taxa de juros; 
(iii) aumento da oferta de moeda → redução da taxa de juros; e 
(iv) diminuição da oferta de moeda → aumento da taxa de juros. 
 
2.4. A Curva LM 
 
Notação: 
 
(i) L: demanda ou procura por moeda. Keynes associa a demanda por moeda com 
a preferência pela liquidez, dado que a moeda é o ativo que apresenta maior 
liquidez; e 
(ii) M: oferta de moeda, que é realizada pela autoridade monetária (banco 
central). 
 
A Curva LM demonstra o equilíbrio entre a demanda e a oferta de moeda. Ou, de 
outra forma, mostra os pontos de equilíbrio do mercado monetário. 
 
a Curva LM mostra a relação entre a taxa de juros (r) e a renda (Y) que é 
estabelecida no mercado monetário 
 
a Curva LM mostra os pontos de equilíbrio no mercado monetário 
25/08/2014 
7 
A Curva LM pode ser vista no gráfico abaixo. 
 
Gráfico 2 
Curva LM 
 
A Curva LM é uma função crescente ou positivamente inclinada: 
 
Considere uma dada taxa de juros (r0), o aumento da renda (de Y0 para Y1, por 
exemplo) aumenta a demanda por moeda (pelos motivos transação e precaução). 
 
Para restabelecer o equilíbrio no mercado monetário, considerando uma oferta 
fixa de moeda, a taxa de juros deverá ser elevar (de r0 para r1).
3 
 
2.5. Fatores Deslocadores da Curva LM 
 
A Curva LM é deslocada por variações na oferta de moeda, que são determinadas 
pelas autoridades monetárias (banco central).4 
 
 
 
3. Ver Froyen (1999). 
4. Para um dado nível de renda e taxa de juros, variações na demanda por moeda também poderiam 
provocar deslocamentos da Curva LM. Um exemplo disso seria um aumento da demanda por moeda por 
causa de uma corrida bancária (temor de uma “quebra” bancária). 
25/08/2014 
8 
Deslocamentos para a direita da Curva LM 
 
Trata-se de uma expansão da oferta de moeda provocada pela realização de uma 
política monetária expansionista. 
 
Pode-se citar como exemplos de políticas monetárias expansionistas: (i) redução 
da taxa de compulsório bancário; (ii) redução da taxa de redesconto; e (iii) 
compra de títulos públicos no mercado aberto (open-market). 
 
Deslocamentos para a esquerda da Curva LM 
 
Trata-se de uma contração ou redução da oferta de moeda provocada pela 
realização de uma política monetáriacontracionista (ou restritiva). 
 
Pode-se citar como exemplos de políticas monetárias contracionistas: (i) aumento 
da taxa de compulsório bancário; (ii) aumento da taxa de redesconto; e (iii) venda 
de títulos públicos no mercado aberto (open-market). 
2.6. Inclinação Curva LM 
 
A inclinação da Curva LM está associada com a sensibilidade da demanda por 
moeda à taxa de juros e à renda. 
 
Curva LM íngreme (muito inclinada)5 
 
Curva LM com inclinação íngreme (ou muito inclinada): 
 
(i) demanda por moeda relativamente inelástica à taxa de juros: baixa 
sensibilidade da demanda por moeda a variações das taxas de juros: 
 
Uma grande variação na taxa de juros causa uma pequena variação na demanda 
por moeda. 
 
(ii) demanda por moeda elástica à renda: elevada sensibilidade da demanda por 
moeda a variações na renda: 
5.Ou ainda, Curva LM muito “em pé.” 
25/08/2014 
9 
Uma pequena variação na renda causa uma grande elevação na demanda por 
moeda. Dessa forma, ter-se-á uma forte elevação da taxa de juros. 
 
Gráfico 3 
Curva LM Íngreme (Muito Inclinada) 
 
Curva LM achatada (pouco inclinada)6 
 
Curva LM com inclinação achatada (ou pouco inclinada): 
 
(i) demanda por moeda elástica à taxa de juros: alta sensibilidade da demanda por 
moeda a variações das taxas de juros: 
 
Uma pequena variação na taxa de juros causa uma grande variação na demanda 
por moeda. Por exemplo, se a taxa de juros aumenta pouco, a demanda por moeda 
apresentará uma grande diminuição, e vice-versa. 
 
(ii) demanda por moeda relativamente inelástica à renda: baixa sensibilidade da 
demanda por moeda a variações na renda: 
 
Uma grande variação na renda causa uma pequena elevação na demanda por 
moeda. Dessa forma, ter-se-á uma baixa elevação da taxa de juros. 
 
6. Ou ainda, Curva LM muito “deitada.” 
25/08/2014 
10 
Gráfico 4 
Curva LM Achatada (Pouco Inclinada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. O Mercado de Bens e Serviços 
 
Representado pela Curva IS, do inglês Investment-Saving, apresenta as condições 
de equilíbrio no mercado de bens e serviços.7 
7. Lopes e Vasconcellos (1998). 
Investimentos 
 
Uma primeira consideração a ser feita em relação ao mercado de bens e serviços 
dentro do escopo do Modelo IS-LM refere-se ao investimento. 
 
No Modelo Keynesiano Simples os investimentos não eram influenciados pelas 
taxas de juros. No Modelo IS-LM os investimentos são afetados pelas taxas de 
juros.8 
 
o investimento é uma função inversa da taxa de juros 
 
Quando as taxas de juros forem altas, o investimento será baixo (o custo dos 
empréstimos estará elevado); por outro lado, quando as taxas de juros caem, os 
investimentos aumentam. 
 
8. A poupança continua como uma função crescente da renda 
25/08/2014 
11 
Os investimentos serão dados pela seguinte equação: 
 
onde I são os investimentos; são os investimentos autônomos; f é elasticidade 
(sensibilidade) do investimento às taxas de juros; e r é a taxa de juro. 
 
Quanto maior o parâmetro f (coeficiente da taxa de juros), maiores os impactos 
causados sobre o investimento em decorrência de uma variação na taxa de juros. 
 
Equilíbrio no mercado de bens e serviços 
 
O equilíbrio no mercado de bens e serviços (ou equilíbrio no mercado de produto) 
ocorrerá quando tivermos a igualdade entre poupança e investimento (S = I).9 
 
(i) caso S = I → equilíbrio no mercado do produto; 
(ii) caso S > I → excesso de oferta no mercado do produto; e 
(iii) caso S < I → excesso de demanda no mercado do produto. 
9.Equivaleria ao equilíbrio entre a oferta e a demanda de bens e serviços. 
I
A Curva IS, por sua vez, mostra a igualdade entre poupança e investimento. 
Portanto, a Curva IS mostra os pontos de equilíbrio no mercado do produto 
(mercado de bens e serviços). 
 
Ainda em relação à condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços 
(mercado do produto), pode-se dizer que esta é dada pela equação abaixo: 
 
 
3.1. Curva IS 
 
A Curva IS mostra a relação entre taxas de juros (r) e nível de renda (Y) que se 
estabelece no mercado de bens e serviços. Logo, a Curva IS mostra o equilíbrio no 
mercado do produto, ou seja, essa curva evidencia os pontos (combinações entre 
taxas de juros e renda) para os quais S = I.10 
10. Ver Góes e Gadelha (2012, 132). 
 
25/08/2014 
12 
O gráfico para a Curva IS pode ser visto abaixo: 
 
Gráfico 5 
Curva IS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Curva IS é uma função decrescente (negativamente inclinada). 
 
 
Considere que a economia se encontra no equilíbrio dado pelo ponto “A”, que se 
refere a um ponto de equilíbrio no mercado de bens e serviços. A partir, por 
exemplo, de uma redução das taxas de juros, teremos os seguintes efeitos: 
 
(i) a redução das taxas de juros provocará um aumento dos investimentos, o que 
desequilibrará o mercado de bens e serviços (S < I); 
 
(ii) a restauração do equilíbrio (S = I) irá requerer o aumento da renda, pois o 
aumento da renda provocará um aumento da poupança (lembre-se, a poupança é 
uma função crescente da renda); 
 
(iii) em “B” o equilíbrio entre poupança e investimento é restaurado, o que 
representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços. 
 
25/08/2014 
13 
3.2. Fatores Deslocadores da Curva IS 
 
Os deslocamentos da Curva IS, em sua maioria, estão associados à consecução, 
pelo governo, de políticas fiscais. 
 
(i) caso sejam realizadas políticas fiscais expansionistas (ou expansivas), haverá 
um deslocamento para a direita da Curva IS; e 
 
(ii) caso sejam realizadas políticas fiscais contracionistas (ou restritivas), haverá 
um deslocamento para a esquerda da Curva IS. 
 
Os instrumentos de política fiscal são os seguintes: 
(i) gastos públicos; 
(ii) tributação; e 
(iii) transferências governamentais. 
As políticas fiscais expansionistas são o aumento dos gastos públicos e das 
transferências governamentais, bem como a redução dos tributos → deslocamento 
da Curva IS para a direita. 
 
As políticas fiscais contracionistas são a redução dos gastos públicos e das 
transferências governamentais, bem como o aumento da tributação → 
deslocamento da Curva IS para a esquerda. 
 
Também causariam deslocamentos da Curva IS variações na renda disponível 
esperada e na produtividade marginal esperada do capital. 
 
3.3. Inclinação Curva IS 
 
A inclinação da Curva IS está associada com a sensibilidade do investimento em 
relação à taxa de juros, bem como da poupança em relação à renda. 
25/08/2014 
14 
Curva IS íngreme (muito inclinada) 11 
 
Curva IS com inclinação íngreme (ou muito inclinada): 
 
(i) investimento é relativamente inelástico à taxa de juros: baixa sensibilidade do 
investimento a variações das taxas de juros: 
 
Uma grande variação na taxa de juros causa uma pequena variação no 
investimento. 
 
(ii) poupança é elástica à renda: elevada sensibilidade da poupança a variações na 
renda: 
 
Uma pequena variação na renda causa uma grande elevação na poupança. 
11. Ou ainda, Curva IS muito “em pé.” 
Gráfico 6 
Curva IS Íngreme (Muito Inclinada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curva IS achatada (pouco inclinada)12 
12.Ou ainda, Curva IS muito “deitada.” 
25/08/2014 
15 
Curva IS com inclinação achatada (ou pouco inclinada): 
 
(i) investimento elástico à taxa de juros: alta sensibilidade dos investimentos a 
variações das taxas de juros: 
 
Uma pequenavariação na taxa de juros causa uma grande variação nos 
investimentos. 
 
(ii) poupança relativamente inelástica à renda: baixa sensibilidade da poupança a 
variações na renda: 
 
Uma grande variação na renda causa uma pequena elevação na poupança. 
Gráfico 7 
Curva LM Achatada (Pouco Inclinada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Modelo IS-LM 
 
Quanto o mercado o mercado monetário (Curva LM) e o mercado de bens e 
serviços (Curva IS) estão equilibrados, temos que a economia como um todo está 
equilibrada. Na interseção entre as Curvas IS e LM são obtidas a taxa de juros (r) e 
a renda (Y) de equilíbrio. 
25/08/2014 
16 
Em consequência, pode-se concluir que o Modelo IS-LM representa um modelo 
de determinação de renda de equilíbrio. 
Gráfico 8 
Equilíbrio no Modelo IS-LM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Modelo Keynesiano Generalizado (caso geral) 
 
O Modelo Keynesiano Generalizado está associado a uma Curva IS decrescente e 
a uma Curva LM crescente. 
Há, no entanto, três casos particulares: 
 
(i) Modelo Clássico, em que a Curva LM é vertical; 
(ii) Modelo Keynesiano Simplificado, em que a Curva IS é vertical; e 
(iii) Armadilha da Liquidez, em que a Curva LM é horizontal. 
 
Neste momento, partiremos para a discussão do Modelo Keynesiano 
Generalizado, ou seja, o caso geral. 
 
5.1. Efeitos de Políticas Fiscais no Modelo Keynesiano Generalizado 
 
Politica Fiscal Expansionista 
25/08/2014 
17 
Gráfico 9 
Política Fiscal Expansionista no Modelo IS-LM Generalizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considere que a política acima seja uma expansão dos gastos do governo. 
 
Um aumento dos gastos do governo, via multiplicador keynesiano (ou 
multiplicador dos dispêndios autônomos), gera um aumento proporcionalmente 
maior na renda → deslocamento da Curva IS para a direita. 
Além do nível de renda, a taxa de juros também se eleva. 
 
A Curva LM não é alterada, não se move: a oferta de moeda permanece 
constante. O aumento da renda, ao aumentar a demanda por moeda, conduz à 
elevação das taxas de juros. Tal fato é necessário para reequilibrar o mercado 
monetário. 
 
Caso não houvesse o aumento da taxa de juros, o aumento da renda provocado 
pela política fiscal expansionista seria maior. O aumento da taxa de juros provoca 
uma redução dos dispêndios com investimentos, o que esvazia parcialmente o 
aumento da renda. 
 
Esta redução dos investimentos assinalada acima, que decorreu do aumento das 
taxas de juros, é dada o nome de crowding-out ou efeito deslocamento. 
 
Efeitos semelhantes seriam obtidos a partir de uma redução dos tributos ou 
aumento das transferências governamentais. 
13.Aumento da demanda por moeda transacional e precaucional. 
25/08/2014 
18 
Politica Fiscal Contracionista 
 
Considere a realização de uma política fiscal contracionista (redução dos gastos do 
governo, aumento da tributação ou redução das transferências governamentais) num 
ambiente onde a oferta monetária (representada pela Curva LM) é mantida constante. 
 
Gráfico 10 
Política Fiscal Contracionista no Modelo IS-LM Generalizado 
 
A política fiscal contracionista provocará um deslocamento da Curva IS para a 
esquerda (de IS0 para IS1). O novo ponto de equilíbrio ocorrerá na intersecção 
entre a Curva IS1 e a Curva LM, que permanece inalterada. Note que há, além da 
redução da renda, uma redução da taxa de juros como resultado da política. 
 
Esta política reduziria o produto e o emprego, mas, por outro lado, poderia 
controlar possíveis pressões inflacionárias. 
 
Quadro 1: Resumo das Políticas Fiscais no Modelo IS-LM Generalizado 
 
Política Fiscal Renda Taxa de Juros 
Expansionista Aumenta Aumenta 
Contracionista Reduz Reduz 
25/08/2014 
19 
5.2. Efeitos de Políticas Monetárias no Modelo Keynesiano Generalizado 
Politica Monetária Expansionista 
 
Considere a execução de uma política monetária expansionista mantendo-se a Curva 
IS constante. 
Uma política monetária expansionista (expansão da oferta de moeda) provoca um 
deslocamento para a direita da Curva LM. 
 
Gráfico 11 
Política Monetária Expansionista no Modelo IS-LM Generalizado 
 
A expansão da oferta monetária reduz a taxa de juros, o que produz uma 
expansão dos níveis de investimento.14 O aumento dos investimentos, por sua 
vez, provoca um aumento da renda. 
 
O resultado da política monetária expansionista (ou expansiva) é, principalmente, 
um aumento da renda e do emprego. 
 
Politica Monetária Contracionista 
 
Mantida a Curva IS constante, considere a realização de uma política monetária 
contracionista. Será provocado um deslocamento para a esquerda da Curva LM. 
 
 
 
14.Alguns modelos também consideram que a redução da taxa de juros provoca uma expansão do 
consumo. 
25/08/2014 
20 
Gráfico 12 
Política Monetária Contracionista no Modelo IS-LM Generalizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A redução da oferta monetária aumenta a taxa de juros, o que produz uma 
redução dos níveis de investimento. A redução dos investimentos, por sua vez, 
provoca uma redução da renda. 
A política monetária contracionista (ou restritiva), ao desacelerar a economia, 
provoca a redução da renda e dos níveis de emprego. Por outro lado, caso a 
economia esteja apresentando pressões inflacionárias, ela seria indicada para 
reverter esse quadro. 
 
Quadro 2: Resumo das Políticas Monetárias no Modelo IS-LM Generalizado 
 
 
 
 
 
 
6. Modelo IS-LM e os Casos Particulares 
 
6.1. Caso Clássico 
 
Neste caso a Curva LM é vertical. Além disso, a demanda por moeda é 
perfeitamente inelástica às variações nas taxas de juros. Isto é, a demanda por 
moeda independe da taxa de juros. 
Política Monetária Renda Taxa de Juros 
Expansionista Aumenta Reduz 
Contracionista Reduz Aumenta 
25/08/2014 
21 
a demanda por moeda é totalmente insensível a variações nas taxas de juros 
 
Como variações nas taxas de juros não afetam a demanda por moeda (demanda 
especulativa de moeda), ter-se-á o “Caso Clássico”, porque a demanda por moeda 
só é afetada pela renda (motivos transação e precaução). 
 
No Caso Clássico dentro do Modelo IS-LM temos os seguintes resultados: 
 
(i) políticas fiscais totalmente ineficientes → não afetam a renda; e 
(ii) políticas monetárias muito eficientes. 
 
Política Fiscal Expansionista no “Caso Clássico” 
 
Uma política fiscal expansionista (aumento dos gastos públicos ou redução dos 
tributos, por exemplo) provoca um deslocamento da Curva IS para a direita. No 
entanto, no Caso Clássico, a Curva LM é vertical. 
Gráfico 13 
Política Fiscal Expansionista no Caso Clássico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a LM vertical, a política fiscal será totalmente ineficaz. O aumento dos gastos 
públicos ou a redução dos tributos não provoca qualquer alteração na renda só 
elevando as taxas de juros. 
25/08/2014 
22 
A elevação das taxas de juros reduz os investimentos na mesma proporção, por 
exemplo, do aumento dos gastos do governo. Neste caso, o crowding-out ou efeito 
deslocamento será total. 
 
Política Monetária Expansionista no “Caso Clássico” 
 
A política monetária expansionista se traduziria em um deslocamento da Curva LM 
para a direita. Como a Curva LM é vertical, a eficiência da política será elevada. 
 
Gráfico 14 
Política Monetária Expansionista no Caso Clássico 
 
6.2. Modelo Keynesiano Simplificado 
 
Neste caso, os investimentos são totalmente inelásticos a variações das taxasde juros. 
Logo, isto equivale a dizer que os investimentos não dependem das taxas de juros. 
 
A Curva IS será vertical. Além disso, as políticas monetárias serão totalmente ineficientes: 
a redução da taxa de juros não provocará o aumento dos investimentos porque estes são 
insensíveis às taxas de juros. Em consequência, a renda permanecerá constante. 
Gráfico 15 
Política Monetária Expansionista no Modelo Keynesiano Simplificado 
 
25/08/2014 
23 
As políticas fiscais, por outro lado, serão muito eficientes no Modelo Keynesiano Simplificado. 
O aumento dos gastos do governo ou a redução dos tributos provocará o deslocamento da 
Curva IS para a direita e o aumento da renda. 
 
O aumento da renda provoca o aumento da demanda por moeda (pelos motivos transação e 
precaução), o que aumenta a taxa de juros. A elevação da taxa de juros, no entanto, não reduz 
os investimentos (investimentos são insensíveis a variações nas taxas de juros). 
 
 não há crowding-out ou efeito deslocamento 
 
Gráfico 16 
Política Fiscal Expansionista no Modelo Keynesiano Simplificado 
 
6.3. Armadilha da Liquidez 
 
A demanda por moeda é uma função inversa da taxa de juros. Quando a taxa de juros 
atinge valores extremamente baixos, a demanda por moeda se eleva e os agentes 
preferirão moeda a títulos (por causa da baixa rentabilidade). 
 
as pessoas demandam e guardam moeda na expectativa de um aumento da taxa de 
juros, quando então comprariam títulos 
 
Debaixo da Armadilha da Liquidez a Curva LM será horizontal e, além disso, a 
demanda por moeda é infinitamente elástica a variações das taxas de juros. 
 
No caso da Armadilha da Liquidez as políticas monetárias são consideradas 
ineficientes, dado que as taxas de juros já estão suficientemente baixas (reduções 
adicionais não afetariam a renda). 
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Gráfico 17 
Política Monetária Expansionista na Armadilha de Liquidez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A política fiscal expansionista diante de uma condição de Armadilha de Liquidez, por 
outro lado, é muito eficiente em decorrência da posição horizontal da Curva LM: 
 
o deslocamento da Curva IS provocará aumento de renda sem contudo elevar as taxas 
de juros 
Como o deslocamento da Curva IS para a direita e o aumento da renda não provocam 
elevações nas taxas de juros, não haverá redução dos investimentos. Neste caso o 
multiplicador keynesiano funcionaria plenamente e não haveria efeito deslocamento. 
 
Gráfico 18 
Política Fiscal Expansionista na Armadilha de Liquidez 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Froyen, Richard T. 1999. Macroeconomia. São Paulo: Editora Saraiva. 
 
Góes, Geraldo e Sérgio Gadelha. 2012. Macroeconomia para Concursos e Exame da 
ANPEC (Volume II). Rio de Janeiro: Campus/Elsevier. 
 
Lopes, Luiz Martins e Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos (org.). 1998. Manual 
de Macroeconomia: Básico e Intermediário. São Paulo: Editora Atlas.

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