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EXERCÍCIO TEORIAS RESPONSABILIDADE CIVIL

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1
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE DIREITO
GIOVANA FACHINI, MARIA EDUARDA KLEIN, ROMANA PEREIRA E WAGNER 
EXERCÍCIO:
Qual a teoria que fundamenta as seguintes responsabilidades?
SÃO LEOPOLDO
2017
Dos pais, por ato praticado por filhos menores: teoria objetiva
Aplica-se a teoria objetiva para essa responsabilidade, pois não é necessária a culpa dos pais para que sejam estes responsabilizados pelos atos praticados por seus filhos, conforme dispõe o art. 933 do Código Civil. 
Isso ocorre porque nesse tipo de responsabilidade, entende-se que os genitores respondem por sua própria culpa na falta de vigilância sobre os filhos, isto é, a responsabilidade decorre do fato dos pais exercerem o poder familiar e a guarda sobre os filhos, razão pela qual eles responderão pelos danos causados por seus filhos quando estes estiverem sob sua autoridade e sua companhia, consoante dispõe o art. 932, inciso I, do Código Civil. 
No entanto, a emancipação legal ou tácita (incisos II a V do artigo 5º do CC) isenta os pais da responsabilidade, uma vez que somente o filho menor será responsável. 
Dos profissionais médicos:
De regra os médicos possuem obrigação de meio, isto é, “comprometem-se os médicos a tratar do cliente com zelo, utilizando-se dos recursos adequados, não se obrigando, contudo, a curar o doente”, por isso, aplica-se a teoria subjetiva, nos termos do artigo 951 do Código Civil e artigo 14, § 4, do CDC.[1: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v. 4: responsabilidade civil. p. 220]
No entanto, aos cirurgiões plásticos embelezadores, que possuem obrigação de resultado, aplica-se a teoria subjetiva com culpa presumida (teoria do risco), uma vez que aos profissionais liberais não se pode aplicar teoria objetiva.
Diante disso, vejamos:
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - ERRO MÉDICO - MORTE DE PACIENTE DECORRENTE DE COMPLICAÇÃO CIRÚRGICA - OBRIGAÇÃO DE MEIO - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO MÉDICO - ACÓRDÃO RECORRIDO CONCLUSIVO NO SENTIDO DA AUSÊNCIA DE CULPA E DE NEXO DE CAUSALIDADE - FUNDAMENTO SUFICIENTE PARA AFASTAR A CONDENAÇÃO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE - TEORIA DA PERDA DA CHANCE - APLICAÇÃO NOS CASOS DE PROBABILIDADE DE DANO REAL, ATUAL E CERTO, INOCORRENTE NO CASO DOS AUTOS, PAUTADO EM MERO JUÍZO DE POSSIBILIDADE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - A relação entre médico e paciente é contratual e encerra, de modo geral (salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação de meio, sendo imprescindível para a responsabilização do referido profissional a demonstração de culpa e de nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado, tratando-se de responsabilidade subjetiva; II - O Tribunal de origem reconheceu a inexistência de culpa e de nexo de causalidade entre a conduta do médico e a morte da paciente, o que constitui fundamento suficiente para o afastamento da condenação do profissional da saúde; III - A chamada "teoria da perda da chance", de inspiração francesa e citada em matéria de responsabilidade civil, aplica-se aos casos em que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo de probabilidade, e não de mera possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no âmbito da responsabilidade civil, em regra, não é indenizável; IV - In casu, o v. acórdão recorrido concluiu haver mera possibilidade de o resultado morte ter sido evitado caso a paciente tivesse acompanhamento prévio e contínuo do médico no período pós-operatório, sendo inadmissível, pois, a responsabilização do médico com base na aplicação da "teoria da perda da chance"; V - Recurso especial provido.[2: STJ - REsp: 1104665 RS 2008/0251457-1, Relator: Ministro MASSAMI UYEDA, Data de Julgamento: 09/06/2009, T3 - TERCEIRA TURMA, DJe 04/08/2009]
Do dono do animal:
A responsabilidade é objetiva do dono, ou detentor, do animal, nos termos do artigo 936 do Código Civil. A responsabilidade é atribuída ao dono do animal, sempre, enquanto que o detentor será equiparado ao dono, nas situações em que não for possível determinar a pessoa do dono.
Assim entende a jurisprudência, vejamos:
 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. CRIANÇAS ATACADAS PELOS CÃES DE PROPRIEDADE DA PARTE RÉ. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO DONO OU DO DETENTOR DO ANIMAL. ART. 936 DO CC/02. DEVER DE INDENIZAR. A responsabilidade do dono ou detentor de animal é objetiva, somente restando afastada acaso comprovada a culpa exclusiva da vítima ou motivo de força maior, conforme prevê o art. 936 do Código Civil. Caso concreto em que os réus não lograram comprovar nenhuma dessas excludentes, razão pela qual devem indenizar os danos causados pelos cães de sua propriedade à filha da parte autora. LESÕES CORPORAIS. VIOLAÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA DAS VÍTIMAS. DANO MORAL "IN RE IPSA". Os danos morais se verificam "in re ipsa", pois verificadas lesões corporais e ofensa à integridade física das vítimas, presumíveis os sofrimentos e a angústia resultante do ataque por animais caninos. ARBITRAMENTO DO "QUANTUM" INDENIZATÓRIO. VALOR MANTIDO. FUNÇÃO COMPENSATÓRIA. MODERAÇÃO. Montante da indenização arbitrado em atenção aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade, bem assim às peculiaridades do caso concreto. Toma-se em consideração os parâmetros usualmente adotados pelo colegiado em situações similares. APELO DESPROVIDO. [3: TJ-RS - AC: 70058936394, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Data de Julgamento: 27/08/2014, Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 29/08/201]
Dos transportadores de pessoas e coisas:
Tanto no transporte de coisas (art. 750, CC) quanto no transporte de pessoas (art. 734, CC) a responsabilidade do transportador é objetiva. Isso porque “o transportador assume uma obrigação de fim ou de resultado, qual seja, a de levar a coisa até o destino com segurança e integridade. Trata-se da denominada cláusula de incolumidade, considerada como implícita em todo contrato de transporte.”[4: TARTUCE, Flavio. Direito Civil, v. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil. 9ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014. Pagina 493]
A responsabilidade do transportador nem sempre é contratual, podendo este se relacionar, além dos passageiros, com empregados ou terceiros. Com relação aos empregados, trata-se da órbita do acidente de trabalho. No que tange a terceiros, a responsabilidade é aquiliana e objetiva, por força do art. 37, § 6°, da CF, bem como pela aplicação do art. 17 do CDC.
Dos profissionais liberais:
A teoria utilizada na responsabilidade dos profissionais liberais é a subjetiva, conforme aduz Flávio Tartuce: [5: TARTUCE, Flavio. Direito Civil, v. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil. 9ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014. Pagina 351.]
Certo é que o legislador fez a opção de responsabilização mediante culpa do profissional liberal (responsabilidade subjetiva), particularmente para proteger pessoas que na maioria das vezes também se encontram em posição de vulnerabilidade diante do mercado. Outro argumento relevante é o de que nessas relações, ao contrário do que ocorre naquelas intentadas com empresas, o elemento da confiança pessoal faz-se presente.
No entanto, é necessário observar também o tipo de obrigação do profissional:
Obrigação de meio – aquela em que o devedor não está vinculado ao resultado final, porém utiliza-se de todos os meios possíveis para alcança-lo: aplica-se a teoria subjetiva;
Obrigação de resultado ou fim – aquela em que o devedor está vinculado à obtenção do resultado final: teoria subjetiva, em regra.
Pode ser, no entanto, que seja aplicada a teoria subjetiva, com presunção de culpa, aos profissionais liberais que possuam obrigação de fim, quando esta assim for reconhecida pela jurisprudência, como por exemplo, os cirurgiões plásticos embelezadores. 
Na relação de consumo:
A teoria que fundamenta o dever que o fornecedor possuide indenizar é a objetiva, conforme artigo 14 e 12 do Código de Defesa do Consumidor. 
Do dono do imóvel, pela queda de marquise:
A responsabilidade é objetiva, cabendo à vítima provar somente o dano e o nexo causal. A responsabilidade é do dono, o qual, se for o caso, tem ação de regresso contra essas outras pessoas (CC, art. 937).
Vide jurisprudência do Egrégio Tribunal Gaúcho: [6: TJ-RS - AC: 70029424520 RS, Relator, Romeu Marques Ribeiro Filho, Quinta Câmara Cível, Data de Julgamento: 22/06/2011]
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. QUEDA DE PEDRA DE MARQUISE DE EDIFÍCIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. QUANTUM MANTIDO. O fato de a autora ter sido atingida por queda de pedra de marquise, causadora de lesão corporal, por si só, já é situação hábil a ensejar abalo psicológico configurador do dano moral indenizável. O nexo causal entre a atuação ilícita dos requeridos e o dano também está estabelecido, uma vez que da conduta negligente daqueles decorreram as lesões corporais geradoras, por sua vez, do dano extrapatrimonial. Aplicáveis...
Na carona ou transporte desinteressado:
Nesse caso a teoria é da responsabilidade civil subjetiva, exigindo o elemento culpa grave ou dolo como pressuposto principal da obrigação de indenizar (Súmula 145, STJ). A vítima que sofreu o dano e buscar ver-se ressarcida, somente o conseguirá se provar que o causador do dano agiu com culpa. [7: CAVALIERI FILHO, Sérgio; Programa de Responsabilidade Civil; 9ª Edição; São Paulo – Atlas; 2010 (pag. 29).]
Nesse sentido:
APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AGRAVOS RETIDOS. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE DA SENTENÇA. NÃO OCORRÊNCIA. CARONA. CULPA GRAVE E EXCLUSIVA DO RÉU. EMPREGO DE VELOCIDADE EXCESSIVA. DANOS EMERGENTES E MORAIS. PENSIONAMENTO. 1. Agravos retidos: em se afigurando desnecessária a prova requerida, deve ser mantida a decisão proferida na fl. 371v, que indeferiu pedido para que o autor informasse o responsável por uma série de manuscritos constantes dos documentos juntados com a inicial. 2. Mostrando-se redundante o questionamento, não há falar em cerceamento de defesa em virtude do indeferimento de formulação de quesito complementar. Decisão que, de toda sorte, não acarretou prejuízo à parte agravante, visto ter sido o pedido à fl. 391 analisado pelo "expert", que concluiu pela existência de sequelas incapacitantes. 3. Preliminares. Ilegitimidade passiva do cônjuge supérstite: o cônjuge supérstite casado pelo regime da comunhão parcial de bens participa da herança em relação aos bens particulares eventualmente deixados pelo sucedido (artigo 1.829, inciso I, do CC/2002). Caso concreto em que, entretanto, não se verifica tenha ROSANA concorrido, como herdeira, em qualquer bem particular deixado pelo falecido. 3.1. Além disso, o regime de comunhão parcial adotado entre os cônjuges não admite, em regra, a comunicação das dívidas oriundas de atos ilícitos por um deles praticado, ainda mais no caso dos autos, em que se cuida de acidente de trânsito cometido por um dos cônjuges. Portanto, deve ser confirmada a sentença no ponto em que reconhecida a ilegitimidade passiva de ROSANA. 4. Nulidade da sentença e cerceamento de defesa: descabe reconhecer a nulidade da sentença quando os vícios alegados, atinentes à suposta omissão da sentença quanto a tópicos sobre os quais porventura deveria o Magistrado ter se pronunciado são passíveis de reapreciação imediata pelo Tribunal, com fulcro no artigo 1.013, §§ 1º e 3º, inciso III, do CPC/2015. 4.1. Cerceamento de defesa tampouco ocorrente, visto que era ônus da parte autora produzir prova a respeito do "quantum" porventura devido a título de pensionamento. Preclusão da matéria. Impossibilidade de conhecimento de documentos acostados depois da sentença, porquanto não configurada a hipótese do artigo 397 do CPC/1973, então vigente. 5. Suspensão do processo. Habilitação dos sucessores: ainda que ausente expressa suspensão do processo, para fins de habilitação de eventuais sucessores, verifica-se que estes, ao fim e ao cabo, vieram aos autos e puderam exercer seu direito à ampla defesa. Logo, ausente prejuízo, não há falar em nulidade processual. 6. Responsabilidade civil: em se tratando de transporte de cortesia (carona), cabe à parte autora provar que o condutor do automóvel incorreu em dolo ou culpa grave. 7. Caso concreto em que o condutor do veículo Chrysler/Stratus, à noite, e empregando velocidade excessiva, veio a colidir contra a porção traseira de caminhão que seguia regularmente pela mesma via. Circunstâncias em que ocorrido o sinistro que se mostram hábeis a caracterizar a culpa grave do aludido condutor. Ausência, em contrapartida de concorrência de culpa por parte da vítima. [...][8: Apelação Cível Nº 70067907170, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado em 23/02/2017]
 
No acidente de transito – carro X carro:
A teoria aplicável neste caso seria a teoria subjetiva com presunção de culpa, consoante art. 29, inciso II, CTN, tendo em vista a falta de cuidado, conforme leciona Cavalieri Filho:
“Neste ponto, cabe uma indagação: se o resultado foi previsto, por que o agente não o evitou? Se era pelo menos previsível, por que o agente não o previu e, consequentemente, o evitou? A resposta é singela: porque faltou com a cautela devida; violou aquele dever de cuidado que é a própria essência da culpa. Por isso, vamos sempre encontrar a falta de cautela, atenção, diligência ou cuidado como razão ou substrato final da culpa.” [9: CAVALIERI FILHO, Sérgio; Programa de Responsabilidade Civil; 9ª Edição; São Paulo – Atlas; 2010 (pág. 36/7).]
Nesse sentido é o entendimento do E. Tribunal de Justiça do RS:
RECURSOS INOMINADOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. CONVERSÃO À ESQUERDA EM RODOVIA. COLISÃO NA TRASEIRA. DISTÂNCIA REGULAMENTAR DESRESPEITADA. VELOCIDADE ACIMA DO PERMITIDO PARA A RODOVIA. INOBSERVÂNCIA DO REGRAMENTO PREVISTO NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. SOMATÓRIA DE ELEMENTOS DECORRENTES DA CONDUTA DE AMBOS OS MOTORISTAS. PROVA ORAL. INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE DA PROVA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO E CONTRAPEDIDO MANTIDA. AMBOS OS RECURSOS IMPROVIDOS. (Recurso Cível Nº 71007137359, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em 31/10/2017).
 No atropelamento:
Em se tratando de atropelamento, caso haja sentença na esfera criminal reconhecendo a culpa do causador do dano, esta não será novamente discutida na esfera cível. Colacionamos:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ATROPELAMENTO DE TRABALHADORES NO ACOSTAMENTO. CULPA DOS RÉUS RECONHECIDA EM SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM JULGADO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA CONFIRMADA. PRECEDENTES. Incabível reavivar o debate a respeito da configuração da culpa dos réus pela concretização do evento danoso, pois esta já restou sacramentada na seara criminal com a condenação do apelante, não havendo como arredar o reconhecimento de sua conduta imprudente. APELAÇÃO IMPROVIDA. [10: Apelação Cível Nº 70073959462, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Guinther Spode, Julgado em 19/10/2017]
Caso contrário, a teoria é a da responsabilidade civil subjetiva, pois é necessária a comprovação da negligência ou imprudência do motorista ao provocar o atropelamento e, consequentemente, o dano. A negligência ou a imprudência, consoante ensina Cavalieri Filho, não são espécies de culpa, tampouco elementos desta, mas sim formas de exteriorização da conduta culposa.[11: CAVALIERI FILHO, Sérgio; Programa de Responsabilidade Civil; 9ª Edição; São Paulo – Atlas; 2010 (pág. 37).]
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. ATROPELAMENTO COM VÍTIMA FATAL. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. NECESSÁRIO A PROVA DO ATO, DO DANO, DO NEXO CAUSAL E DA CULPAPELO ACIDENTE. NÃO DEMONSTRADA A CULPA DO RÉU PELO ACIDENTE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. UNÂNIME. APELO DESPROVIDO, COM DECLARAÇÃO DE VOTO DO DES. ANTÔNIO MARIA RODRIGUES DE FREITAS ISERHARD. (Apelação Cível Nº 70074185877, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Katia Elenise Oliveira da Silva, Julgado em 18/10/2017).
Provedores de internet: 
Há duas situações, as quais possuem teorias distintas, vejamos:
Relação PROVEDOR – USUÁRIO: levando em consideração que a contratação de provedores de internet é realizada no âmbito do código de defesa do consumidor, a teoria que fundamenta o dever que o provedor de internet possui de indenizar é a objetiva, conforme artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor;
Relação USUÁRIO – PROVEDOR - USUÁRIO: quando a situação envolve o conteúdo disponibilizado por um usuário em determinado provedor, aplica-se a teoria subjetiva, uma vez que é necessário comprovar a culpa do provedor de internet no caso especifico. Isso ocorre porque, a partir das regulamentações impostas pelo Marco Civil, o provedor não é mais responsável pelos conteúdos disponibilizados pelos usuários. No entanto, o provedor apenas será obrigado a retirar o conteúdo, respondendo então pela sua inobservância, nos moldes da teoria objetiva, após intimação de decisão judicial assim determinando. 
 Das escolas privadas (danos no aluno):
O artigo 932, inciso IV, do Código Civil, prevê que os estabelecimentos educacionais são responsáveis pela reparação civil e, levando em consideração que o dano ocorreu no albergue da relação de consumo (aluno-escola particular) deve-se aplicar ao presente caso o Código de Defesa do Consumidor, assim a teoria da responsabilidade a ser adotada no presente caso é a objetiva, conforme artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor e artigo 933 do Código Civil. 
A respeito disso, vide a seguinte jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA. FALTA DE INTERVENÇÃO MINISTERIAL NA ORIGEM. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. MENOR REPRESENTADO PELOS PAIS, COM ADVOGADO CONSTITUÍDO. ENTIDADE DE ENSINO PARTICULAR. CRIANÇA SUJA DE FEZES E URINA. ESCOLA QUE ADOROU AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS À SITUAÇÃO. AUSÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. 1. Não houve a intervenção do Ministério Público durante a instrução do feito, em Primeiro Grau, consoante determina os termos do artigo 82, inciso I, do Código de Processo Civil. Contudo, tenho que não merece acolhimento a preliminar, já que o intuito da lei quanto à intervenção ministerial é a preservar e resguardar os interesses do menor, os quais entendo tenham sido protegidos, pois o autor foi representado pelos seus pais, bem como por procurador constituído nos autos, não se vislumbrando qualquer prejuízo ou vulnerabilidade na defesa de seus interesses. 2. É cediço que a responsabilidade do estabelecimento privado se apresenta como responsabilidade objetiva, consoante preceitua o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Afora isso, este artigo determina que o encargo de demonstrar que o serviço não foi prestado de forma defeituosa é da própria prestadora de serviços, tendo este diploma legal adotado a Teoria do Risco, também presente no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil. 3. O caso diz com pedido de indenização por danos morais decorrentes do suposto constrangimento a que foi o autor submetido, criança com quatro anos de idade, à época dos fatos, que teve que aguardar até que seus familiares chegassem à escola sem higienização. 4. Pela narrativa da prova testemunhal são perceptíveis elementos suficientes para gerar a convicção de que a escola não praticou ilícito algum e atendeu o aluno dentro do quadro de possibilidade que dispunha. E, não tendo havido falha na prestação do serviço, ausente o dever de indenizar. Sentença de improcedência mantida. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. [12: Apelação Cível Nº 70057714461, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 12/03/2014]
Quando tratar-se de escola pública também se aplica a teoria objetiva, sem incluir-se as disposições do CDC.
Do juiz:
Primeiramente, importante destacar que o Estado responderá objetivamente pelo dano causado pelo Juiz. No entanto, o juiz apenas será responsabilizado - repressivamente -pelo dano que causou em caso de existência de dolo (teoria subjetiva), nos moldes do artigo 143 do Código de Processo Civil.
Dos notários e registradores:
Conforme a Lei 13.286/16, a responsabilidade dos notários e oficiais de registro se dará mediante comprovação de dolo ou culpa, assim a teoria escolhida pelo legislador para tutelar a referida situação é a subjetiva. 
Do advogado:
A responsabilidade do advogado é subjetiva (art.14, § 4º, CDC e art. 32, lei 8.906/1994), salvo se tratar-se de empresa de advogados. 
Tirando as hipóteses de se tratar de defensor público ou procurador de entidades públicas, o advogado firma com o cliente um contrato de mandato, que o obriga a exercer seu conhecimento de maneira diligente com a devida prestação de contas ao mandante. Assim, será responsabilizado quando o cliente perder uma chance por sua omissão de providências, ou por omissão informações, ou pela perda de prazo processual e quando desrespeitar o sigilo inerente ao seu ofício. 
Nesse sentido, colaciona-se a seguinte ementa:[13: TJ-RJ - APL: 02544987420118190001, Relator: Lucio Durante, Décima Nona Câmara Cível, Data de Julgamento: 18/11/2014]
RESPONSABILIDADE CIVIL. ADVOGADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. AUSÊNCIA DE AJUIZAMENTO DA AÇÃO EM TEMPO HÁBIL. PRESCRIÇÃO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. Demanda objetivando a condenação do Réu por danos morais e materiais, pela propositura de ação indenizatória após o decurso do prazo prescricional, o que levou à prolação de sentença de extinção, na qual foi reconhecida a ocorrência da prescrição. Sentença de procedência, no que tange aos danos materiais. Apelação do Réu, pugnando pela reforma da sentença, com o reconhecimento da improcedência do pedido ou, se não for este o entendimento, a fixação do termo a quo dos juros de mora, a partir da citação e o reconhecimento da sucumbência recíproca, uma vez que a parte Autora não teve êxito em seu pedido de condenação por danos morais. Apelação do Autor (Recurso Adesivo), pleiteando a reforma parcial da sentença, para que seja incluída a condenação do Réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, a que o Autor foi condenado. Postulou, ainda, a condenação do Réu ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos. A responsabilidade do advogado é contratual e subjetiva, consoante as normas dispostas nos artigos 133 da CRFB/88, art. 32 do Estatuto da Advocacia e art. 14, § 4º do CDC, impondo a comprovação da conduta culposa, do nexo de causalidade e do dano. Trata-se de obrigação de meio, mediante a qual deve ele empregar todas as diligencias e técnicas disponíveis para alcançar o resultado contratado, porém sem qualquer responsabilidade em vencer a causa, se não agiu dolosa ou culposamente. A propositura tardia da ação, que deu causa a sentença de extinção pelo reconhecimento da prescrição, é causa apta a gerar a responsabilização do advogado, mormente quando comprovado que o cliente entrou em contato com o escritório de advocacia, para o ajuizamento da demanda, bem antes do decurso do prazo prescricional. Comprovação da probabilidade de êxito da demanda. Valor pleiteado como danos materiais que teve como fonte detalhado cálculo contido na inicial da demanda pretérita, realizado pelo próprio advogado, sócio do escritório réu. Ausência de comprovação do valor das custas despendidas pelo Autor. Parte Ré que deve ressarcir o Autor do valor referente aos honorários de sucumbência. Parte Autora que decaiu de um de seus pedidos, pelo que deve ser reconhecida a sucumbência recíproca. Dano moral não configurado. Matéria pacífica. Conhecimento e provimento parcial deambos os recursos, pelo Relator (artigo 557, § 1º, do CPC).
Dos hotéis – furto:
A responsabilidade dos hotéis é objetiva não somente em relação ao disposto pelo Código Civil, nos artigos 932 e 933, mas também pela aplicação do art. 14 do CDC, fundamentando-se no fato do serviço.
Assim, em relação à vigilância das bagagens dos hóspedes, este dever decorre da configuração do contrato de depósito necessário, conforme disposto no art. 649, do Código Civil. Portanto, eventual furto às pessoas empregadas ou aos hóspedes do estabelecimento, caracterizam responsabilidade objetiva do hotel (§1, art. 649, CC), uma vez que “o hospedeiro tem dever de manter a bagagem no estado em que a recebeu em seu estabelecimento”. [14: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v. 4: responsabilidade civil. p. 113. ]

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