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Crimes Comuns e de Responsabilidade Presidente da República

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Direito Constitucional I
Estudo Dirigido 4
Os crimes comuns e de responsabilidade do Presidente da República
Gabriel Vaz
BELO HORIZONTE 22/05/2015
Estudo dirigido 4 
Tema: os crimes comuns e de responsabilidade do Presidente da República - caso concreto 
Tendo em vista que o Presidente da República pode ser processado por crime comum e de responsabilidade, cada grupo deverá fazer um apanhado sobre os argumentos a favor e contra ao pedido de abertura de processos contra a Presidente da República Dilma, em face das várias denúncias veiculadas nos diversos veículos de comunicação. 
Professora Eliane Cristina 
Direito Constitucional
Gabriel Vaz
 	A presidente Dilma possui imunidades formais em relação ao processo, podendo ser processado por crime comum ou de responsabilidade somente após a admissibilidade da Câmara dos Deputados com 2/3 de votos dos membros. Ela também tem privilégios em relação à prisão, somente sendo presa por infração comum após sentença condenatória (art. 86, §3º).
 	Dilma Rousseff é relativamente irresponsável (cláusula de irresponsabilidade administrativa), pois, não poderá ser responsável penalmente por atos estranhos ao exercício de suas funções na vigência de seu mandato. Ou seja, ele só será responsável por atos praticado em razão do exercício do seu mandato.
 	
 	A Constituição Federal prevê prerrogativa de foro para o Presidente da República pois, somente o STF pode processá-lo e julgá-lo por crimes comuns (Art. 102, I, b – Constituição Federal) e somente o Senado poderá processa-lo pelos crimes de responsabilidade (Art. 52, I – Constituição Federal).
 	O impeachment surgiu no Brasil em 1891, baseado no modelo norte americano. Anteriormente, a pena era apenas a perda do cargo, podendo ser agravada com a inabilitação de exercer qualquer outro cargo. Alguns doutrinadores entendem que é o impeachment é de natureza política, outros, como Pontes de Miranda, Afirmam que sua natureza é penal e ainda há os que afirmam ser de natureza mista.
CRIMES DE RESPONSABILIDADE
 	
 	Os chamados crimes de responsabilidade correspondem às infrações político-administrativas cometidas no desempenho da função presidencial, desde que definidas por lei federal. Estabelece a Constituição Federal como crimes de responsabilidade condutas que atentam contra a Constituição e, especialmente, contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes do Estado, a segurança interna do País, a probidade da Administração, a lei orçamentária, o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e o cumprimento das leis e das decisões judiciais (CF , art. 85).
Evidentemente, essa enumeração do art. 85 não é exaustiva, mas, sim, meramente exemplificativa, podendo outras condutas ser enquadradas na definição de crime de responsabilidade, desde que haja definição legal, por meio de lei federal, no caso, a Lei 1.079 /50, especialmente em seu artigo 4º.
A Constituição Federal estabelece que o Presidente da República será processado e julgado por crimes de responsabilidade perante o Senado Federal, após admitida a acusação pela Câmara dos Deputados.
Entende o Supremo Tribunal Federal que, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, não cabe ao Senado Federal emitir novo juízo, furtando-se ao julgamento do Presidente. Enfim, a decisão da Câmara dos Deputados vincula, obriga o Senado Federal à proceder ao julgamento do crime de responsabilidade.
CRIMES COMUNS
 	Nestes crimes, o Presidente da República será processado e julgado pelo STF (não pelo Senado) após a declaração de procedência da acusação pela Câmara dos Deputados. A necessidade de licença da Câmara dos Deputados não impede o inquérito policial nem o oferecimento da denúncia, impede apenas seu recebimento.
 Crimes comuns são previstos no art. 102, I, b e c da Constituição Federal e entendidos pelo STF como todas as modalidades de infrações penais, delitos eleitorais, crimes contra a vida e contravenções penais. Estes crimes devem ter sido praticados na vigência do mandato e apresentarem correlação com o exercício de sua função. Assim, a Constituição Federal estabelece a irresponsabilidade relativa às infrações cometidas antes do início do 
mandato (o Presidente só será processado por atos praticados em razão de seu ofício) ou mesmo que, cometidas durante o mandato, não apresentem relação com as funções doPresidente da República.
 Caso não haja a referida imunidade, o processo poderá ser instaurado, assim como nos crimes de responsabilidade, após licença da Câmara dos Deputados pelo voto de 2/3 da Casa em votação nominal. Concedida a licença, o Presidente da República será suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º, I). Passado 180 dias sem julgamento, o Presidente volta ao exercício de suas atividades normalmente.
 Vale ressaltar que, mesmo admitida a acusação, o STF pode rejeitar a denúncia-crime / queixa-crime.
 Enquanto não sobrevier sentença penal condenatória, o Presidente da República não estará sujeito à prisão.
Se condenado, ocorrerá a perda dos direitos políticos e a perda do mandato de nosso Presidente da República.
Pontos a favor da incriminação de Dilma
1 - Improbidade administrativa 
A presidente Dilma teria cometido improbidade administrativa, segundo o advogado Ives Gandra da Silva Martins, professor da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra.
De acordo com ele, a improbidade seria decorrente de culpa, e não de dolo. No direito, o dolo significa que o acusado previu e, eventualmente, desejou o resultado da ação. Por culpa, como disse o advogado, "são consideradas as figuras de omissão, imperícia, negligência e imprudência".
Para o advogado, que elaborou um parecer a respeito, Dilma cometeu improbidade porque afirmou que não teria aprovado, caso tivesse melhores informações, a compra da refinaria de Pasadena (EUA) em 2006, época em que presidia o conselho de administração da Petrobras, e porque manteve diretores que prejudicaram a estatal.
Defensores do impeachment acrescentam que Dilma não responsabilizou subordinados suspeitos de cometer delitos.
2 - Crime de responsabilidade
O advogado Modesto Carvalhosa, especialista em direito econômico e mercado de capitais, afirma que a presidente Dilma comete crime de responsabilidade porque estaria articulando uma anistia para as empreiteiras investigadas na operação Lava Jato.
Se conceder a anistia, ela estaria deixando de aplicar a Lei Anticorrupção e ficaria sujeita a sofrer o impeachment. "Está incidindo em crime de responsabilidade no viés de prevaricação. Ela infringiu frontalmente o Estado de Direito ao se negar a aplicar a Lei Anticorrupção porque quer proteger as empreiteiras", diz Carvalhosa.
3 - Doações ilegais de campanha
Defensores do impeachment também afirmam que Dilma poderia perder o mandato porque teria recebido doações ilegais na campanha eleitoral de 2010. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, por exemplo, disse à CPI da Petrobras e à Polícia Federal que providenciou o repasse de US$ 300 mil para a campanha da presidente.
4 - Mentiras
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP) diz que o Congresso terá de cassar o mandato de Dilma se a presidente continuar mentindo. Na opinião do parlamentar, a petista mentiu durante a campanha eleitoral e vem adotando medidas que contrariam as promessas de 2014. Ele cita, por exemplo, que a presidente prometia não retirar direitos sociais e trabalhistas, mas, no segundo mandato, reduziu o abono salarial do PIS/Pasep para quem ganha até dois salários mínimos e reduziu em 50% a pensão por morte
Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;
(...)
VI - A lei orçamentária.
Sobre o incisoII, o Decreto 8637/2014 é motivo suficiente para o requerimento de “impeachment”. Com o decreto autônomo (despótico) e não regulamentar nos termos da Constituição intenta-se chantagear os congressistas a aprovar a PLN 36/2014, nestes termos age contrariamente ao livre exercício do Poder Legislativo, age contrariamente ao princípio democrático. Mas aqui, para quem assimilou o mensalão sem se iniciar o processo de “impeachment” torna-se fundamento de menor monta.
Passemos ao inciso VI. A presidente Dilma Rousseff (PT) gastou demais e descumpriu a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que é um crime já consumado. Sua solução, à moda petista, foi mandar para o Congresso Nacional um projeto que torna legal o que é ilegal, alterando a LDO para eliminar a meta não cumprida de superávit de 2014. Olha, eu descumpri a Lei de Responsabilidade Fiscal, tinha por lei um objetivo fixado de economizar 1,9% do PIB, mas por ser ano eleitoral, por haver desviado dinheiro público de suas finalidades não economizei, pelo contrário produzi um déficit, estou gastando mais do que arrecadei… Isto é uma infração à lei, portanto é um crime, que por se tratar de um agente político e se subsumir à lei de “impeachment” supramencionada é um crime de responsabilidade! É um crime de responsabilidade passível de “impeachment”? Ah, então vamos mudar a lei! Para isso ela procura a cumplicidade do Congresso Nacional por meio da PLN 36/2014.
Pontos contra a incriminação de Dilma
1 - Não há indício de participação de Dilma nos desvios da Petrobras
Especialistas em direito constitucional contestam o advogado Ives Gandra da Silva Martins, professor da Universidade Mackenzie, e dizem que não há nada que evidencie, até o momento, a relação da presidente Dilma com o escândalo da Petrobras e que ela não pode ser punida por crime culposo de improbidade administrativa - o crime é considerado culposo quando não há intenção de praticá-lo.
Dilma não será investigada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no desdobramento da operação Lava Jato, em que a Polícia Federal e o Ministério Público apuram desvios na Petrobras.
"Não tem nenhum sentido falar nisso [impeachment]. Se for assim, todos os presidentes do mundo podem sofrer impeachment, nenhum iria escapar", afirmou à "BBC Brasil" o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, professor de Direito Administrativo da PUC-SP. "Precisaria ser algo muito mais forte, que vinculasse muito diretamente a presidente à prática criminosa. Nesse caso, não há fatos."
Segundo o advogado Pedro Serrano, especialista em Direito Constitucional e professor da PUC-SP, só cabe punir o crime de improbidade administrativa no caso de dolo (quando há a intenção de obter o resultado decorrente do crime). "A presidente só pode ser responsabilizada por atos dela, não por atos de terceiros". A modalidade culposa (quando não há intenção), acrescenta Serrano, teria "de estar explícita em lei e não está".
"Não houve nenhum fato, nenhum elemento concreto que viesse a aferir o dolo", avalia a jurista Vania Aieta, especialista em direito constitucional e professora da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
2 - Dilma não anistiou empreiteiras
O advogado Pedro Serrano contesta Modesto Carvalhosa, especialista em direito econômico e mercado de capitais, e lembra que Dilma não anistiou as empreiteiras investigadas na operação Lava Jato.
A Controladoria-Geral da União abrirá processos administrativos contra dez empresas envolvidas no escândalo. Elas podem tentar fazer um acordo de leniência com o governo para escapar das punições, mas ficariam obrigadas a colaborar com as investigações e ressarcir danos causados. O acordo de leniência, diz Serrano, está previsto em lei e não paralisa as investigações.
3 - Contas de campanha foram aprovadas
Apesar das suspeitas de doações ilegais, as contas de Dilma Rousseff nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014 foram aprovadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além disso, o advogado Pedro Serrano acrescenta que, no Brasil, não pode haver impeachment por causa de problemas na campanha eleitoral.
4 - As acusações são políticas
A acusação do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP) de que a presidente Dilma mentiu durante a última campanha eleitoral e vem contrariando promessas durante o segundo mandato não tem base jurídica, na opinião de Pedro Serrano. "Dizer que ela enganou a população é uma questão política. Há um desejo político de impedir o exercício do mandato da presidente". Para Vania Aieta, afirmar que há base para o impeachment é um desrespeito "às regras constitucionais, as regras do jogo".

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