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Propriedade dos Materiais de Acabamento e Construção - Livro-Texto Unidade II

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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Unidade II
3 MATERIAIS ESTRUTURAIS: CONCRETO, AÇO E MADEIRA 
Apresentaremos a seguir os materiais que compõem as estruturas das edificações. Mas primeiro 
vamos entender mais a fundo o que são estruturas. 
As estruturas são as partes mais resistentes de uma edificação; para a sua execução, existe a 
necessidade de projeto e planejamento. São as estruturas que absorvem e transmitem os esforços/cargas, 
sendo essenciais para manutenção da segurança e da solidez da edificação, de acordo com Souza e 
Rodrigues (2008). A estrutura é como o esqueleto, que dá sustentação ao corpo humano. 
Ching (1998) assinala que a estrutura é um conjunto estável de elementos projetados e construídos 
de modo a atuarem como um todo no suporte e na transmissão de cargas aplicadas ao solo, sem que as 
tensões admissíveis para cada peça sejam excedidas.
Porém, precisamos elucidar que a estrutura faz parte de um sistema construtivo e que esse 
sistema forma um subsistema de fabricação, um conjunto de processos cujo produto final é o 
edifício. Observe o sistema construtivo e seus subsistemas na figura a seguir:
Sistema 
construtivo
Subsistemas
Estrutural
Vedação
Fachada-vedação exterior
Cobertura
Elétrico
Hidráulico
Figura 12 – Sistemas construtivos e subsistemas
A estrutura é um dos subsistemas do sistema construtivo, e pode ser classificada como 
infraestrutura (o que está localizado abaixo do solo, como as fundações rasas ou diretas ou mesmo 
as fundações profundas ou indiretas) e supraestrutura (o que está acima do solo, suporta cargas 
dos pavimentos superiores e transmite toda essa carga à infraestrutura), de acordo com a figura 
a seguir.
 
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Estrutura 
da cobertura
Alicerce ou baldrame
In
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ra
Su
pr
ae
st
ru
tu
ra
Solo resistente
Fundação profunda 
ou indireta
Fundação rasa 
ou direta
Pé-direito Parede 
divisória
Laje
Viga
Pilar
Figura 13 – Sistemas construtivos de concreto
Isso significa que para construir uma casa necessitamos pensar na estrutura – cobertura (telhado e 
telhas), vedação interna (paredes de tijolos, gesso) e externa (tijolos, painéis cimentícios e vidros) –, 
e também no sistema elétrico (iluminação e pontos de tomadas/energia) e hidráulico (água limpa, água 
da chuva e esgoto).
A estrutura em uma construção tem como finalidade assegurar a forma espacial idealizada, 
garantindo integridade à edificação por tanto tempo quanto necessário (SOUZA; RODRIGUES, 2008). 
Podem ser considerados sistemas construtivos: treliças planas e espaciais, vigas treliçadas, blocos de 
alvenaria estrutural, vigas, pilares, lajes, grelhas e cascas cilíndricas. Os mais executados no Brasil são os 
sistemas compostos de pilares, vigas e lajes (como os mostrados nas figuras a seguir), que podem ser de 
concreto, metal ou madeira.
A B
Laje
Viga
Viga
Pilar
Figura 14 – Supraestrutura de uma edificação: pilar, viga e laje em concreto
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
 Lembrete
O sistema construtivo de pilar, viga e laje é um dos mais utilizados no 
Brasil, podendo ser confeccionado com materiais como o concreto, o aço 
e a madeira.
Ao discorrer sobre a integridade e o tempo de vida útil da estrutura, iremos comentar um item 
importante da norma NBR 15575, sobre o desempenho das edificações, mencionado anteriormente 
(ABNT, 2013b). A norma cita em seu anexo A que a durabilidade do sistema estrutural deve ser de 50 a 
75 anos, já prevendo sua conservação e manutenção futura. 
Sendo assim, os materiais estruturais são aqueles que fornecem suporte para uma edificação, 
independentemente de sua tipologia (residencial, estrutural, comercial, entre outras), e devem manter-se 
íntegros por muitos anos.
As estruturas devem ser constituídas com materiais que não são perfeitamente rígidos. 
Tenha em mente que toda estrutura se movimenta, apesar de não sentirmos esses movimentos. Se 
fossem constituídas por materiais rígidos, ao se movimentarem, poderíamos ter patologias construtivas, 
que causariam na edificação até um possível desabamento. 
O material concreto é um dos mais especificados e difundidos no Brasil para estruturas. Vamos discorrer 
agora sobre ele.
3.1 Concreto como estrutura
Na norma NBR 6118 (ABNT, 2014a), define-se que o concreto estrutural se refere à utilização do 
concreto como material de construção da estrutura. Mas, afinal, o que é o concreto?
Concreto é uma mistura de brita/pedra/pedrisco, areia, cimento e água. Ele é um dos materiais 
mais utilizados e está presente em quase todas as construções brasileiras. Essa mistura tem em 
seu estado fresco uma consistência plástica e, depois que endurece, possui elevada resistência a 
compressão. Tem como vantagem ser extremamente plástica, podendo assumir qualquer forma com 
rapidez, porém existe a necessidade de esperar a sua cura por 28 dias, para que ganhe resistência. 
Quando dizemos esperar 28 dias, isso significa que essa mistura, mesmo endurecida, irá se tornar 
resistente somente após 28 dias. 
Ressaltamos que não poderemos inserir cargas/peso sobre a estrutura durante esse período, nem 
tirar as escoras e os pontaletes. Pontaletes são peças/barras de madeira, metal e/ou plástico que escoram 
as estruturas, como mostra a figura a seguir:
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Unidade II
Pontaletes
Figura 15 – Pontaletes segurando a laje de concreto
Quando dizemos cura, é que necessitamos molhar esse concreto durante 7 dias para que ele alcance 
um melhor desempenho, ganhe resistência e não apresente fissuras. 
 Saiba mais
Existe uma série chamada Mãos à Obra que vale a pena ser consultada. 
É a história de uma família construindo a sua própria casa. A série possui 
uma linguagem bem fácil e divertida e descreve a cura do concreto, entre 
outras informações sobre as construções:
MÃOS à obra. Brasil: Futura, 1998.
A forma plástica do concreto permite a construção de estruturas com desenhos diferentes. 
Citamos os pilares de concreto do Palácio da Alvorada, em Brasília, do arquiteto Oscar Niemeyer.
Exemplo de aplicação
Faça uma pesquisa sobre o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer e suas obras. Veja como foram 
exploradas as formas arquitetônicas em seus projetos utilizando o material concreto. 
Durante a execução da obra ainda escutamos outro termo muito parecido com concreto, o concreto 
armado. Mas o que é isso e qual a diferença?
O concreto armado nada mais é do que a introdução de barras de aço (armaduras) dentro da mistura 
citada anteriormente. Ao inserir tais barras, ganhamos maior resistência à compressão e à tração, assim 
como um melhor desempenho do material para que a estrutura não desabe. Portanto, o concreto pode 
ser dividido em dois tipos: 
• Concreto simples: composição de cimento, agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita/pedra) 
e água. 
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
• Concreto armado: composição de cimento, agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita/pedra), 
água e barras de aço.
Sabendo isso é possível utilizá-lo como material de estrutura inserindo barras de açoem seus pilares, 
vigas e lajes para que seu desempenho estrutural seja mais eficiente.
Para que o concreto seja especificado como estrutura, alguns processos devem ser seguidos. Tudo é 
devidamente calculado considerando uso do ambiente, tipologia da construção, quantidade de pesssoas 
e mobiliários/equipamentos que irão existir na edificação, o que é feito por um engenheiro ou arquiteto. 
As barras de aço são encontradas em diversas espessuras no mercado e isso fará, junto com o tipo de 
cimento escolhido, que o concreto ganhe sua resistência final.
 Observação
Ao produzir/fabricar o concreto no canteiro de obras, siga as quantidades 
exatas de cimento, água, brita e areia: o traço. Essa quantidade pode 
influenciar na resistência do produto final. 
As normas da ABNT sobre concreto para projeto e execução de estruturas de concreto armado são a 
NBR 6118, já citada, e a NBR 12655. As normas são importantes porque padronizam as ações, indicando 
um padrão de qualidade a ser seguido por todos que as utilizam. 
Nas figuras a seguir observamos os desenhos dos pilares, vigas e arcos em concreto de grandes 
terminais rodoferroviários. Moldando o concreto, que tem aparência bruta, podemos criar ambientes 
modernos e elegantes. 
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Figura 16 – Estruturas em concreto
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De acordo com Petrucci (1998), as vantagens do concreto são: é um material que possui fácil 
montagem, permitindo usar fôrmas e formas das mais variadas; tem grande estabilidade sob a ação 
do tempo/intempéries (sol, chuvas), reduzindo os trabalhos de manutenção; não necessita de mão de 
obra qualificada nem de equipamentos sofisticados; possui grande resistência à ação do fogo e ao 
desgaste mecânico; tem um custo baixo. O concreto pode estar presente como material das estruturas, 
mobiliários, objetos de decoração e artefatos. Se combinado com materiais coloridos, pode-se quebrar a 
sensação de frieza de sua cor. Apresenta boa combinação com vidros e transparências. 
 Saiba mais
Leia o artigo a seguir. As imagens de ambientes com concreto podem 
inspirar você a especificar esse material.
23 IDEIAS de interiores com concreto. Limão na Água, 2015. Disponível em: 
<https://www.limaonagua.com.br/inspiracoes/23-ideias-de-interiores-
com-concreto/>. Acesso em: 27 jul. 2018. 
 Lembrete
O concreto é um material renovável que pode ser utilizado para a 
fabricação de artefatos de decoração, vasos, floreiras, prateleiras, mobiliários 
urbanos (ponto de ônibus, lixeira e bancos) etc.
Entre as desvantagens, está o fato de ele ser extremamente pesado e, em obras de grandes vãos, 
seu peso poder se tornar excessivo em relação às suas vigas. Quando mal executado, pode apresentar 
fissuras (pequenas aberturas, como fios de cabelo, por onde a água pode passar), causando patologias 
construtivas (doenças da edificação) nas armaduras e barras de aço. Recomenda-se que durante a 
execução e o lançamento do concreto o engenheiro e/ou arquiteto da obra estejam presentes para 
vistoriar esse procedimento. 
Por falar em fissuras, a norma de impermeabilização, a NBR 9575 (ABNT, 2010b), tece considerações sobre 
as dimensões das aberturas: até 0,5 mm são chamadas de fissuras; entre 0,5 e 1,0 mm são chamadas de trincas. 
 Saiba mais
O artigo a seguir apresenta recomendações importantes: 
CORSINI, R. Trinca ou fissura? Téchne, 160, jul. 2010. Disponível em: 
<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/160/trinca-ou-fissura-
como-se-originam-quais-os-tipos-285488-1.aspx>. Acesso em: 27 jul. 2018. 
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Na figura a seguir, apresentamos o concreto saindo do caminhão-betoneira. Aqui vale um alerta: 
podem ocorrer problemas na hora da entrega do concreto e durante a execução do concreto lançado 
para a estrutura, como fôrmas de madeira mal executadas, o próprio concreto (cimento, areia, brita e 
água) não estar devidamente misturado e principalmente ser um concreto mal vibrado. 
Figura 17 – Concreto saindo do caminhão-betoneira
Mas o que seria essa vibração do concreto?
O concreto para estrutura de uma laje, um pilar ou mesmo uma viga deverá ser vibrado para que 
o excesso de água do interior da mistura, as bolhas de ar e os espaços que porventura ficaram vazios 
saiam, e assim ele se acomode na fôrma. Existe um vibrador especial para trabalhar o concreto, e você 
deve assegurar que o funcionário seja experiente. A mistura se tornará mais compacta, com aparência 
lisa e plana, quando se retirar a fôrma, resultando num bom concreto. 
 Observação
Depois do lançamento do concreto é necessário ter atenção ao tempo 
de vibração. Muita vibração deslocará a armadura, além de segregar a 
mistura, levando as britas para o fundo da fôrma.
 Saiba mais
No site da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) você 
encontrará diversos artigos, incluindo alguns sobre patologias ocorridas 
por má execução do concreto. Consulte: 
<http://www.abcp.org.br/>.
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Exemplo de aplicação
Pesquise na internet imagens de um sistema construtivo de pilar, viga e laje em concreto armado, 
identificando e levando em consideração os itens:
• Quais são os componentes da supraestrutura?
• Como a estrutura se monta?
• Quais são os elementos de vedação das paredes internas e externas?
O concreto pode ainda apresentar diferentes cores e texturas. Se inserirmos a cor através de 
pigmentos em pó a uma massa com cimento branco, ele ficará colorido e, depois de 28 dias, com 
a resistência prevista. A textura pode ser conseguida por meio de seu processo de fabricação. Como 
necessita de fôrmas, que podem ser de madeira, plástico ou metal, desenvolvemos texturas e desenhos 
dos mais variados na parte interna das fôrmas. Quando se retira a fôrma da estrutura, a textura já 
aparece. O concreto ainda pode ser lixado, polido, pintado e envernizado. 
3.2 Metal como estrutura
Quando falamos de metais, logo nos vem à mente o material aço. A seguir, apresentamos diversos 
metais, com suas especificações:
• Aço: utilizado como estrutura e em instalações.
• Cobre: utilizado em instalações elétricas como condutor e em instalações de água, esgoto, 
cobertura e forrações.
• Alumínio: utilizado em cabos elétricos, fios, coberturas, revestimentos, esquadrias (portas e 
janelas), guarnições e arremates.
• Zinco: utilizado em chapas lisas ou onduladas para coberturas ou revestimento em calhas e 
condutores de fluidos, como água da chuva. Pode ser empregado como composto em tintas e em 
ligas metálicas.
• Latão: empregado nas ferragens, como torneiras, tubos, dobradiças e fechaduras.
Como ressalta Bauer (2000), os materiais metálicos são estruturas que se caracterizam por possuir 
brilho típico, opacidade, condutibilidade térmica e elétrica, dureza e forjabilidade. No estado sólido 
são caracterizados pelas seguintes propriedades: alta dureza, grande resistência mecânica a tração, 
elevada plasticidade e, como já dissemos, boa condutibilidade térmica e elétrica (podem reter ou 
passar calor e eletricidade). 
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O material mais especificado como estrutura metálica é o aço, e para sua confecção 
utilizamos o mineral ferro. Petrucci (1998) comenta que o mineral ferro encontrado na natureza 
é transformado em aço atravésde uma liga metálica composta de ferro mais carbono. Ele pode 
ser curvado, dobrado, forjado, soldado, laminado e estirado, mantendo a resistência mesmo em 
altas temperaturas. 
Devido à sua plasticidade, os metais podem ser transformados em peças decorativas, elementos 
estruturais (pilares, vigas e lajes), ferragens (fixação e conexão, como pregos, rebites, dobradiças 
e grampos), materiais de acabamento, como esquadrias, pisos e grades, e de fachada, como chapas 
metálicas. Podem ser encontrados nas lojas de materiais de construção em forma de bobina de aço, para 
a fabricação de telhas, chapa fina, usada na linha branca (como geladeiras e fogões), barras, vergalhões, 
fios e tubos.
Brown e Farrelly (2014) observam que os metais tendem a ser fortes e dúcteis. Embora suas 
propriedades mecânicas também variem muito, alguns metais, como as ligas de níquel, resistem à 
corrosão; o titânio pode ter mais resistência a altas temperaturas do que outros metais; o alumínio é 
fácil de moldar; e o ferro e o aço são empregados na construção civil devido à sua resistência. Em geral, 
os metais adquirem várias formas por meio de diferentes processos, como a fundição e a moldagem, o 
corte a laser, a chapeação, a fiação e a estampagem. 
Especificados como estrutura, aparecem com diversos tipos de perfil para a sustentação das 
edificações, como mostra a figura a seguir:
Perfil H de mesas largas
Perfil H de chapas soldadas
Perfil tubular redondo
Perfil cruciforme 4 
cantoneiras soldadas
Perfil retangular de 
capa soldada
Perfil tubular retangular 
ou quadrado
Figura 18 – Tipos de perfil metálico
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 Saiba mais
Consulte o artigo a seguir:
ARQUITETURA e aço: estudo dos condicionantes para projeto 
arquitetônico integrado. Portal Met@lica, [s.d.]. Disponível em: <http://
wwwo.metalica.com.br/arquitetura-e-aco-estudo-dos-condicionantes-
para-projeto-arquitetonico-integrado>. Acesso em: 7 ago. 2018.
 Observação
As normas da ABNT NBR 8800, NBR 14323 e NBR 14762 são utilizadas 
para padronizar as construções em aço.
A estrutura metálica de uma edificação é devidamente estudada, calculada, planejada e projetada, 
sendo executada em determinado fabricante, que levará essa estrutura até o canteiro de obras. Deve-se 
checar antes de especificar a estrutura metálica se não existem problemas de acesso e logística (se o 
caminhão conseguirá chegar até o canteiro de obras). Às vezes, construtoras não conseguem especificar 
a estrutura em aço devido ao endereço da obra nas grandes cidades, pois o caminhão que leva essa 
estrutura não consegue virar na esquina da obra. 
 Observação
A Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e o Centro 
Brasileiro de Construção em Aço (CBCA) são algumas entidades que 
contribuem para o apoio na execução das estruturas em aço. 
 Saiba mais
Consulte o material a seguir na hora de planejar a estrutura metálica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA (ABCEM). 
Manual de execução de estrutura em aço: práticas recomendadas. 
São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.abcem.org.br/lib/php/_
download.php?now=0&arq=produtos/prod_20170523101618_100528_
execucao_de_estruturas_de_aco.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2018.
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Observamos a seguir pilares em estrutura metálica de secção redonda e vigas com perfil em U:
 
A B
Figura 19 – Perfil redondo e em U num centro cultural
 
 A B
Figura 20 – Estrutura metálica 
Outro sistema construtivo em metal atualmente muito utilizado é o steel framing, chamado também 
de construção seca (não se utiliza água durante o seu processo de construção). Ele consiste em estruturas 
metálicas em aço galvanizado, que através de painéis modulares e contraventados são parafusadas e 
fixadas nos pisos e nas lajes, montando a estrutura das casas. Recebem vedação e fechamento com 
painéis de cimento e/ou gesso e/ou placa de madeira OSB.
 Saiba mais
O Centro Brasileiro de Construção em Aço possui uma biblioteca virtual 
com artigos e trabalhos sobre os sistemas construtivos em aço, como o 
steel framing, entre outros sistemas metálicos.
CENTRO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA). Biblioteca. [s.d.]. 
Disponível em: <http://www.cbca-acobrasil.org.br/site/biblioteca.php>. Acesso 
em: 23 ago. 2018.
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O material metálico para a estrutura tem como vantagem a liberdade do projeto de arquitetura 
e a alta resistência do material nos diversos estados de tensão, como a tração, a compressão e a 
flexão. Os elementos de aço podem ser desmontados e substituídos, possibilitando seu reforço; têm 
compatibilidade com outros materiais, menor prazo de execução, precisão construtiva e reciclabilidade 
de 100%; contribuem para a preservação do meio ambiente, por serem uma estrutura menos agressiva, 
e para a utilização de menos madeira durante a construção. 
Como desvantagem, podemos comentar a questão do tratamento superficial para que não ocorra a 
corrosão, a necessidade de mão de obra e equipamentos especializados e a limitação da execução em 
fábrica das dimensões dos perfis devido ao transporte até o local da montagem. 
O Brasil é um grande produtor e exportador de aço, mas não possui tradição quando se fala do 
uso do aço como estrutura. As maiores extratoras e produtoras de minério de ferro e de componentes 
para fabricação do aço no Brasil são as empresas Vale (Companhia Vale do Rio Doce), Samarco, CSN, 
MMX e Usiminas. 
 Observação
O Quadrilátero Central, em Minas Gerais, o Maciço do Urucum, no Mato 
Grosso do Sul, e a Serra dos Carajás, no Pará, são considerados grandes 
produtores de minério de ferro no Brasil.
Nas figuras a seguir, observamos estruturas metálicas utilizadas para suportar grandes marquises, 
museus e edifícios comerciais:
 
 A B C
Figura 21 – Perfis em obras diversas: marquise em estrutura metálica (A), 
base em concreto e pilar em estrutura metálica (B) e estrutura metálica (C)
Os detalhes das estruturas metálicas merecem destaque no projeto do Centro Pompidou, em Paris, 
França, dos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers, conforme as figuras a seguir. Esses arquitetos 
desenharam exaustivamente os encaixes das peças da estrutura metálica. 
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 A B 
Figura 22 – Estrutura metálica do Centro Pompidou (A) e detalhe da estrutura (B)
Exemplo de aplicação
Faça uma visita virtual pelo Google Earth ao Centro Pompidou, observando as estruturas. Vamos 
treinar o desenho: faça um croqui de um detalhe da estrutura desse edifício.
CENTRO Pompidou. Google Earth, 2018. Disponível em: <https://earth.app.goo.gl/?apn=com.
google.earth&ibi=com.google.b612&isi=293622097&ius=googleearth&link=https%3a%2f%
2fearth.google.com%2fweb%2f%4048.85999186,2.35258822,80.31464395a,83.49987441d,3
5y,-21.07159194h,44.99629233t,0r%2fdata%3dClwaWhJSCiUweDQ3ZTY2ZTFjMDliODIwYTM6
MHhiN2FjNmM3ZTU5ZGMzMzQ1GTLIXYQpbkhAIahvmdNl0QJAKhdDZW50cm8gR2VvcmdlcyBQb21 
waWRvdRgCIAEoAg>. Acesso em: 23 ago. 2018. 
Quanto ao acabamento dos metais, eles apresentam textura polida, fosca e lixada e ainda podem 
receber acabamento de pintura, ganhando até efeito de madeira. Não esqueça quetemos que pensar 
no conjunto da obra para que cada ambiente fique harmônico.
Exemplo de aplicação
Frei Otto, arquiteto e engenheiro alemão, é criador de muitos projetos que envolvem estruturas 
metálicas e estruturas tensionadas (estruturas tensionadas são constituídas por membranas). 
Procure seus projetos na internet e veja as infinitas possibilidade do material metálico. 
3.3 Madeira como estrutura
A madeira aparece nas construções desde os primórdios e é um dos materiais utilizados tanto nas 
estruturas de um edifício como em elementos de vedação, revestimentos de pisos e paredes, forros, 
esquadrias, elementos de decoração, entre outros.
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Unidade II
Osmainschi (2014, p. 6) comenta: 
[...] a arte de trabalhar a madeira é antecedente à de pedreiro, que só surge 
quando o homem decide dividir a pedra em blocos facilmente manuseáveis, 
que, sobrepostos, davam longas paredes resistentes. Durante muitos séculos 
foi a carpintaria a arte mais importante na construção dos edifícios, cuja 
arquitetura foi fortemente influenciada por este material. Em algumas 
civilizações, o uso da madeira na arquitetura destacou-se de uma forma 
diferente – por exemplo, no Extremo Oriente, uma arquitetura leve foi feita 
para suportar os terremotos frequentes, sendo, portanto, utilizados encaixes 
frágeis mas resistentes.
As madeiras podem estar presentes na estrutura em seu estado natural, como madeira roliça, madeira 
serrada ou mesmo madeira laminada colada. 
A madeira no Brasil é pouco explorada como estrutura devido à falta de projetos específicos, mas 
temos arquitetos como Marcos Acayaba, Jacobsen e Bernardes, Simas e Grinspum e também Severiano 
Porto utilizando-a em seus projetos como estrutura e como material fino de acabamento. Normalmente, 
a madeira está presente na maioria das estruturas dos telhados. Nas figuras a seguir, observamos a 
madeira como estrutura (pilares e vigas), com materiais metálicos fazendo as conexões entre as peças 
de madeira:
 
 A B 
Figura 23 – Estrutura em madeira (pilar e viga)
É preciso saber se a madeira é de origem legal na hora de comprá-la para reformar ou construir a 
estrutura. O mercado exige um certificado chamado Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esse documento 
atesta que a madeira foi extraída legalmente e indica se é de reflorestamento ou de mata nativa. 
Certificações não obrigatórias emitidas por auditorias independentes também são recomendadas 
e demonstram que a empresa tem uma preocupação com a forma de extração, com a economia local 
e com as pessoas e o meio ambiente. Um dos selos mais conhecidos é o Forest Stewardship Council 
(FSC), que analisa o impacto social e as iniciativas econômicas das empresas nas áreas de exploração. 
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Temos também o selo do Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor). Verifique se existe o selo 
antes da compra. 
 Observação
Para especificar madeiras em estruturas, lembre: em geral, quanto mais 
pesada, maior resistência mecânica e durabilidade.
 Saiba mais
Acesse o site: 
<amatabrasil.com.br>.
Ele apresenta uma xiloteca (um arquivo de madeiras para consultas 
cujas amostras servem como material de estudo das propriedades físicas 
e mecânicas da madeira, sua durabilidade e conservação) e disponibiliza 
uma seleção de sites e informações sobre revistas/periódicos internacionais 
e nacionais, órgãos do governo e associações significativas para o setor 
da madeira.
A manutenção da madeira normalmente exige trabalho quando as peças estão expostas ao sol e 
à chuva. É recomendável reaplicar vernizes com filtro solar e/ou um produto chamado stain, o qual 
penetra na fibra sem formar película e permite que a madeira respire. 
Para estruturas de grandes vãos, a madeira laminada colada é um material bastante indicado. 
O projeto do arquiteto Shigeru Ban para o Centro Pompidou em Metz, na França, e o do escritório de 
arquitetura Warren and Mahoney para o Aeroporto Internacional de Wellington, na Nova Zelândia, são 
bons exemplos de madeira laminada colada.
Mas, afinal, o que é madeira laminada colada?
A madeira laminada colada é um material com lâminas de madeira coladas, que podem vencer 
grandes vãos e permitem estruturas curvas. Surgiu na década de 1940, com o aparecimento das colas 
sintéticas, tendo um desempenho superior ao da madeira maciça. Na figura a seguir, observamos uma 
estrutura em madeira laminada que mais parece parte de uma escultura. Abaixo dela temos museu, 
mercado, uma praça elevada, bares e restaurantes, além de um terraço no topo da estrutura para que as 
pessoas possam contemplar a cidade. Esse é um projeto urbano do escritório Jurgen Mayer H. Architects, 
o Metropol Parasol, na cidade de Sevilha, na Espanha. Sua estrutura trabalha numa malha de 1,5 x 1,5 m 
numa extensão de 150 m, por 75 m de largura, por 28 m de altura.
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 A B C 
Figura 24 – Metropol Parasol
A madeira apresenta algumas propriedades físicas, como a dureza. Ela pode ser considerada dura ou 
macia. São exemplos o pinho, como madeira macia, e o carvalho, como madeira dura. 
Exemplo de aplicação
Consulte as obras do arquiteto Shigeru Ban e verifique as edificações e suas estruturas em madeira. 
Observe seus encaixes, escolha um detalhe e faça um croqui.
Petrucci (1998) observa que as principais vantagens do uso da madeira são: é fonte renovável 
e abundante de material; é considerada um excelente isolante térmico e acústico; podemos 
trabalhar com ela com facilidade, unindo as peças através de encaixes, adesivos e colas; podemos 
reutilizá-la várias vezes; não utiliza água em seu processo; possui resistência ao fogo; é um 
material inflamável, porém durante um incêndio sua estrutura se manterá íntegra, facilitando a 
saída das pessoas do edifício; e apresenta custo relativamente baixo. Sua aparência traz conforto 
e aconchego aos ambientes.
Como desvantagens, pode apresentar variações dimensionais devido à sua umidade, por ser 
um material natural; dependendo da espécie, tem mais facilidade para ser atacada por fungos e 
insetos, como o cupim, e outros agentes externos; é um material combustível; para ser utilizada 
em estruturas de grandes vãos, exigiria peças maiores e isso acarretaria emendas nas peças; 
quanto à manutenção, deve ser tratada com preservativos como stain e/ou vernizes, que serão 
reaplicados quando for exposta a variações de temperatura e umidade. Outra desvantagem é o 
custo do material (pode variar conforme a espécie escolhida) e da mão de obra, devido à precisão 
com que se trabalha, sendo necessários profissionais especializados. 
As espécies mais utilizadas como estrutura são: peroba-rosa, ipê, pinho, jatobá, maçaranduba, 
garapa, cumaru, aroeira e itaúba (ZENID, 2009). As madeiras de reflorestamento são as das espécies 
pínus e eucalipto, que também podem ser especificadas para estrutura.
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
 Lembrete
É preciso ficar atento e dar valor às madeiras encontradas na sua região. 
O Brasil é um país imenso, com grande diversidade de espécies. Aproveite e 
privilegie isso em seus projetos. 
Outro aspectoimportante e desconhecido pela sociedade refere-se à questão 
ecológica, ou seja, quando se pensa no uso da madeira é automático para 
o leigo imaginar grande devastação de florestas. Consequentemente, o uso 
da madeira parece representar um imenso desastre ecológico. No entanto, 
é esquecido que, em primeiro lugar, a madeira é um material renovável e 
que durante a sua produção (crescimento) a árvore consome impurezas da 
natureza, transformando-as em madeira. A não utilização da árvore depois 
de vencida sua vida útil devolverá à natureza todas as impurezas nela 
armazenada. Em segundo lugar, não se deve esquecer jamais que a extração 
da árvore e o seu desdobro são um processo que envolve baixíssimo consumo 
de energia, além de ser praticamente não poluente (GESUALDO, 2003, p. 1).
É necessário ter atenção à junção entre as madeiras das estruturas e os materiais das paredes de 
alvenaria, pois se comportam de maneiras distintas. O ideal é reforçar com pregos ou barras metálicas 
os tijolos e a estrutura. 
Ao utilizar madeira nas obras, o usuário deve verificar na inspeção de recebimento se a madeira 
tem origem certificada, como já comentamos, além de checar sua espécie, suas dimensões, seu teor 
de umidade e se possui defeitos naturais. Quanto mais informações sobre as espécies, melhor será 
a especificação e a segurança do projeto. Não use madeira que não seja certificada. Consulte nas 
madeireiras de sua região as espécies mais especificadas para estruturas.
 Saiba mais
A seguinte norma pode complementar as informações:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7190: 
projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 2010a.
É necessário seguir sempre os procedimentos das normas quando 
especificar estruturas de madeira. Apresentamos também as seguintes 
normas que podem ser consultadas:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7203: 
madeira serrada e beneficiada. Rio de Janeiro, 1982.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9487: 
classificação de madeira serrada de folhosas: procedimento. Rio de Janeiro, 1986.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12498: 
coníferas: dimensões e lotes. Rio de Janeiro, 1991.
A tabela a seguir mostra as dimensões mínimas exigidas pela norma NBR 7190 (ABNT, 2010a) para 
os elementos de madeira:
Tabela 1 – Dimensões mínimas exigidas pela norma para elementos de madeira
Peças em madeira Secção mínima (cm2) Dimensão mínima (cm)
Peças simples
Vigas e barras principais 50 5,0
Peças secundárias 18 2,5
Peças isoladas das 
seções múltiplas
Peças principais 35 2,5
Peças secundárias 18 1,8
A higroscopicidade é a capacidade que a madeira tem de reter água em suas fibras. Nunca se deve 
utilizar a madeira sem estar seca, sendo necessário deixar o material em temperatura ambiente por 
dias para que possa perder a umidade natural. A madeira absorve a umidade da atmosfera quando 
está seca e a libera quando está úmida, procurando atingir o equilíbrio; por isso, ao absorver água 
ela incha e ao liberar a água ela se retrai. Isso pode fazer com que o material rache e empene 
(fique torto). Se assentarmos um produto sem estar seco, com umidade, poderemos ter variações 
dimensionais não desejadas.
 Saiba mais
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) catalogou 
muitas espécies de madeira e é outra fonte de pesquisa sobre esse material. 
Acesse o site:
<https://www.ipt.br/>.
Outros departamentos de universidades federais de Engenharia, como 
o Laboratório de Madeiras e Estruturas de Madeiras (LaMEM) da EESC-USP, 
também são fontes interessantes. O site do LaMEM é o seguinte:
<http://www.set.eesc.usp.br/lamem/>.
Consulte ainda o site da Amata para informações sobre madeiras:
<http://www.amatabrasil.com.br/>.
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Exemplo de aplicação
Forme um banco de dados de imagens em seu computador selecionando pela internet figuras 
das espécies de madeira, com suas variações de tons e veios. Isso facilitará na hora de especificar 
a estrutura.
Cabe ao designer escolher, entre as tipologias, as dimensões e as espécies existentes no mercado, o 
que melhor se encaixa no perfil do cliente, aliando a estética com a questão de custo. 
Brown e Farrelly (2014) comentam que os diferentes tipos de madeiras apresentam distintas 
caraterísticas estéticas e que podem ser aplicados acabamentos em sua superfície para transformar sua 
aparência e proteger o material. 
Quanto aos acabamentos da madeira, podemos citar os cortes da própria madeira para estrutura. 
A madeira maciça roliça, por exemplo, pode indicar um ambiente mais informal por seu acabamento 
mais rústico. A madeira serrada, quando cortada e trabalhada no esquadro/ângulo de 90 graus, pode ser 
encerada e/ou envernizada, produzindo um ambiente mais clássico e formal. Lembre-se: a madeira traz 
sensação de conforto aos usuários e deixa o ambiente elegante.
4 MATERIAIS PARA PAREDES E COBERTURAS 
Neste tópico apresentaremos materiais para paredes e coberturas. Esse assunto é fundamental 
para uma edificação e interfere na estética, na forma e no aspecto equilibrado da volumetria 
externa, em valores monetários/custos diretos e indiretos, na durabilidade e na facilidade de 
conservação do projeto. 
Lembre-se que as paredes e a cobertura fazem parte de um dos subsistemas da construção. 
4.1 Materiais para paredes: vedação vertical, alvenaria e esquadria
Neste tópico, os conhecimentos apresentados sobre os materiais de vedação vertical de 
edificações irão fornecer subsídios para que você selecione a alvenaria que melhor se ajusta ao 
projeto do seu cliente. 
Mas, afinal, o que são vedação vertical e alvenaria?
Vedação vertical é um dos subsistemas construtivos que delimitam verticalmente o edifício e seus 
espaços internos e externos. São elementos de definição e controle de acesso: os vedos, as esquadrias 
(portas e janelas) e os revestimentos (que possibilitam o acabamento decorativo). 
A função dos vedos é fornecer juntamente com as esquadrias condições salubres para que o 
usuário/cliente se sinta confortável (conforto térmico e acústico) e protegido das ações das intempéries 
(vento, sol, chuva, ruído, calor). Proporcionam estanqueidade, privacidade, segurança contra intrusos, 
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resistência ao fogo e durabilidade, além de suporte e proteção a sistemas prediais. Podem influenciar de 
10 a 40% do custo do edifício. 
Mas será que toda vedação é igual? Veja a figura:
Parede
 De vedação
 Estrutural
 De contraventamento
 Moldada no local
 Estrutural
 De vedação
 Modular
 Sanduíche
Pesado
Leve
Moldurada
Maciça
De alvenaria
Divisória
Painel
Figura 25 – Tipologia de vedações
Na figura observamos a tipologia das vedações, que podem ser paredes, divisórias e painéis. 
As paredes são o tipo de vedo mais utilizado, sendo normalmente construídas no local e em posição 
definitiva. Elas podem ser internas ou externas e são autoportantes. As divisórias dizem respeito à 
vedação interna, subdividem o edifício em outros ambientes, podem ser baixas ou altas e têm como 
característica a mobilidade, pela leveza do sistema, podendo ser retiradas e transferidas (possibilidade 
de mudança de layout interno maior). Os painéis funcionam como as divisórias, separando os ambientes. 
Eles são modulares e podem ser utilizados como vedo em ambientes externos einternos, numa altura 
que vai do piso ao teto. 
Parede, de acordo com Ching (2006), pode ser qualquer uma entre uma série de estruturas verticais 
que apresentam superfície contínua e que servem para delimitar, dividir ou proteger uma área.
Ainda sobre o conceito de paredes, Gurgel (2005, p. 98) define:
Paredes como elementos estruturais e/ou de vedação que ajudam no 
isolamento térmico e acústico garantem privacidade e delimitam áreas. 
Podem ser erguidas em diferentes materiais, como tijolos de barro ou de 
vidro, blocos de cimento, pedras, elementos vazados, madeira ou gesso. 
Cada material apresenta características térmicas, acústicas, dimensões e 
texturas diferenciadas. Dependendo da função que a parede desempenha, 
um material será mais vantajoso que outro, e o desenho de sua espessura 
será diferente.
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
 Saiba mais
A leitura do capítulo 4 da obra a seguir pode propiciar uma ampliação 
sobre o conceito de componentes construtivos.
CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução Alexandre 
Ferreira da Silva Salvaterra. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 
É na etapa da alvenaria que a obra começa a aparecer, quando suas paredes tomam forma tanto 
externa quanto internamente.
Alvenaria pode ser entendida como uma estrutura vertical constituída por blocos ou tijolos e 
argamassa de cimento, gesso ou cal. 
Segundo Marinoski (2011), alvenarias devem apresentar as seguintes propriedades: resistência à 
umidade e aos movimentos térmicos; resistência à pressão do vento; isolamento térmico e acústico; 
resistência a infiltrações de água pluvial; controle da migração de vapor de água e regulagem da 
condensação; base ou substrato para revestimentos em geral; segurança para usuários e ocupantes.
De acordo com a figura anterior, as paredes podem ser de alvenaria de vedação, estrutural e de 
contraventamento. Vamos agora discorrer sobre as paredes de alvenaria de vedação. 
4.1.1 Parede de alvenaria de vedação 
Segundo Milito ([s.d.]), modernamente se entende por alvenaria de vedação um conjunto coeso e 
rígido de tijolos ou blocos (elementos de alvenaria), unidos entre si por argamassa. A alvenaria pode 
ser empregada na confecção de diversos elementos construtivos (paredes, abóbadas, sapatas etc.). 
Possui boa resistência à compresssão e baixa à tração na direção vertical, dependendo da aderência da 
argamassa ao tijolo. 
Quando a alvenaria não é dimensionada para suportar cargas verticais além de seu peso próprio, 
é denominada alvenaria de vedação. A alvenaria de vedação fecha o espaço interno ou externo, não 
tem função estrutural, resiste ao seu próprio peso e pode ser construída com tijolos e blocos cerâmicos, 
blocos de concreto, tijolos ecológicos etc. Os elementos que compõem a alvenaria, como os tijolos e os 
blocos, serão analisados adiante.
A alvenaria serve para vedar e fazer o fechamento. Ela ainda pode esconder tubulação de água 
encanada, esgoto, elétrica e hidráulica por dentro das paredes.
Nas figuras a seguir, observamos as paredes de vedação com tijolos de cores diferentes. Na primeira 
imagem a junta (argamassa/rejunte) dos tijolos está pintada de preto; na segunda imagem já se nota 
a argamassa da cor do cimento e nivelada com o tijolo; na terceira imagem a parede de tijolos está 
pintada de branco, proporcionando outro tipo de acabamento. 
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 A B C
Figura 26 – Paredes de vedação: parede de tijolo (A e B) e parede de tijolo pintada de branco (C)
Existe uma infinidade de tijolos cerâmicos no mercado, com formatos e tamanhos diversos. As argilas 
utilizadas na fabricação deles são diferentes em cada região do Brasil. Por isso temos cores de tijolos tão 
distintas no mercado, possibilitando inúmeras composições. 
Os tijolos aparentes são utilizados para a vedação e ao mesmo tempo para o acabamento 
final. Eles são menores que os blocos e os tijolos cerâmicos e têm um acabamento mais perfeito 
que os tijolos de vedação. Podemos especificar tijolos aparentes com tipos de juntas diversos, 
como junta seca, junta cheia e junta frisada. Na junta seca você terá um gasto maior com os 
tijolos, pois não haverá tanto consumo de argamassa; na junta cheia existirá o preenchimento 
da argamassa até o nivelamento do tijolo; e na junta frisada o tijolo irá sobressair ao rejunte, 
pois a argamassa não irá preencher o espaço totalmente. O aspecto visual entre as três opções 
é completamente diferente. 
Exemplo de aplicação
Encontre na internet figuras das juntas seca, cheia e frisada com tijolos aparentes e monte o seu 
banco de imagens. 
Quando especificar, você poderá mostrar para o cliente as diferenças.
Muitos problemas de patologia construtiva podem ocorrer durante a execução de uma parede, o 
que vai comprometer o acabamento final da obra. Por isso, você deve contratar um bom pedreiro e 
acompanhar a obra.
 Observação
Quando uma parede é mal executada, os tijolos não ficam alinhados 
e ficam fora do prumo. Eles podem apresentar trincas e fissuras nas 
esquadrias, além de produzir um efeito estético desagradável. 
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Na figura a seguir, observamos a fresta que fica entre a parede e a viga de concreto. Ao fechar essa 
fresta, proporcionamos a junção de dois sistemas construtivos. Isso se chama encunhamento. Podemos 
preencher a fresta com espuma flexível, com pedaços de tijolos maciços ou com tijolos assentados em 
ângulo de 45°. A espuma permite maior flexibilidade do sistema. 
Pilar de concreto
Laje nervurada
Viga de concreto
Bloco de concreto
Bloco de tijolo cerâmico
Encunhamento preenchido 
com espuma
Fresta entre os 
blocos e a viga
Figura 27 – Encunhamento das paredes de vedação
 Observação
Várias forças atuam sobre os edifícios. Conforme a altura, elas podem 
ficar mais evidentes. A força dos ventos e os materiais usados afetam os 
sistemas construtivos. Materiais flexíveis são aliados.
Gurgel (2005) afirma que podemos construir paredes com altura total do pé-direito (altura do piso 
até o teto), para vedação completa do ambiente; meias-paredes, com altura entre 1,60 e 1,80 m, para 
vedação parcial; ou ainda paredes baixas, de 80 a 100 cm, que podem ser utilizadas como divisórias e 
não comprometem o espaço.
Uma meia-parede não fecha totalmente o ambiente, o que pode contribuir para o aspecto estético. 
São exemplos as cozinhas americanas (meia-parede de balcão integrando sala e cozinha), o balcão de 
churrasqueira (integrando espaços de lazer) e as áreas de serviço interligadas com a cozinha. 
No caso de um ambiente comercial (um bar, por exemplo), o balcão nessa meia-parede fixa estará 
escondendo e sustentando o sistema de água, de esgoto e elétrico, conforme a figura a seguir. Inúmeras 
possibilidades de composição são propostas para os materiais de acabamento de um balcão de bar, mas 
um dos critérios, como a facilidade de limpeza e higiene, irá determinar a escolha, juntamente com o 
estilo e o gosto do cliente.
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Unidade II
 
 A B
Figura 28 – Meia-parede: balcão de bar (A) e balcão para área da churrasqueira (B)
Existe ainda a meia-parede de banheiro, que esconde a bacia sanitária e pode virar armário em um 
dos lados, para guardar material de higiene eutensílios para o banho. 
Exemplo de aplicação
Procure imagens na internet e veja as possibilidades da meia-parede fixa em banheiros.
Também podemos criar a ilusão de ter meia-parede através da pintura, utilizando duas cores. Esse 
recurso tem a função prática de higiene e mostrará menos sujeira, sendo colorida com tom mais escuro 
a parte de baixo e mais claro a parte de cima. Foi muito especificado na arquitetura de interiores do 
século passado e ainda é hoje, tanto nas paredes internas como nas externas. Veja a figura:
Figura 29 – Meia-parede pintada
Quanto à guarda e ao recebimento dos tijolos, componentes das paredes na obra, devemos conferir 
o recebimento dos blocos cerâmicos para vedação, de acordo com as normas. Para cada caminhão, 
considere um lote, separe e retire 24 peças aleatoriamente e verifique antes de usar o material. Siga 
estes critérios:
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
• Verificação visual: checar se existem trincas e fissuras nas peças, não uniformidade de cor 
e deformações.
• Dimensões: medir com trena.
• Planeza das faces: medir com régua metálica.
• Desvio do esquadro: permitir desvio máximo de 3 mm.
• Queima: realizar percussão com objeto metálico. Som vibrante indica boa queima, som abafado 
indica bloco mal cozido.
• Imersão em água por 4 horas: desmanche ou esfarelamento indicam queima ruim.
Para guardar os blocos na obra devem-se fazer pilhas de no máximo 2 metros de altura sobre paletes, 
para que não fiquem em contato com o solo/umidade, nem se molhem com a chuva. 
 Observação
É necessário seguir as recomendações da NBR 8545, que fixa as 
condições exigíveis para execução e fiscalização de alvenaria sem 
função estrutural de componentes cerâmicos. Recomendamos também 
a NBR 15270. 
A NBR 15270 (ABNT, 2005c) apresenta as dimensões dos blocos. Resumindo: sua largura pode 
variar entre 9, 11,5, 14, 19 e 24 cm; sua altura, de 9 a 24 cm; e seu comprimento, entre 19, 24, 
29 e 39 cm. Pense ainda que existe o meio-bloco, em que as dimensões do comprimento serão 
divididas pela metade. 
Observe na figura a seguir o desenho dos blocos cerâmicos com furos na vertical e na horizontal:
H H
L L
C C
Figura 30 – Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal e vertical
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Unidade II
Pela norma NBR 15270 (ABNT, 2005c), os blocos com largura de 6,5 cm e altura de 19 cm serão 
admitidos excepcionalmente somente em funções secundárias (especificados em shafts ou pequenos 
enchimentos) e respaldados por projeto com identificação do responsável técnico. Shafts podem ser 
considerados dutos para passagem de ar ou sistemas prediais.
Agora vamos estudar a parede de alvenaria estrutural.
4.1.2 Parede de alvenaria estrutural ou autoportante
Quando a alvenaria é empregada na construção para suportar cargas, ela é chamada de alvenaria 
estrutural. Além do seu peso próprio, ela suporta o peso de lajes, telhados, pavimento superior etc. 
Esse tipo de alvenaria não necessita do sistema pilar e viga, mas precisa preencher os blocos de 
concreto ou cerâmico com graute (concreto com agregado miúdo, mais líquido, de alta plasticidade) 
e barras de aço. Essa alvenaria irá se utilizar dos tijolos, blocos e pedras para formar a estrutura da 
edificação, absorvendo e transmitindo ao solo todos os esforços aos quais o edifício possa vir a ser 
submetido. Nas figuras a seguir apresentamos a alvenaria estrutural em pedra (formada por tijolos de 
pedra) e a de tijolos cerâmicos:
 
 A B
Figura 31 – Parede estrutural em pedra (A) e em tijolo (B)
No Brasil, no início da década de 1980, muitos conjuntos habitacionais foram construídos com esse 
sistema, por ser eficiente, racional e de baixo custo. O bloco ou tijolo estrutural é vendido por unidade e 
vazado na vertical a fim de passar as barras de aço. Ele possui resistência, alinhamento e dimensionamento 
preciso. Os tijolos/blocos são modulares em 14 x 29 x 14 cm (família 29) e 19 x 39 x 19 cm (família 39). 
Existem também peças menores, que compõem os módulos. 
Uma de suas desvantagens é que o projeto não aceita alterações depois de sua construção. 
Além disso, existe limitação para a construção de grandes vãos.
Existem normas específicas da ABNT para a fabricação dos blocos e paredes estruturais: NBR 15873, 
NBR 6136, NBR 7184, NBR 8215, NBR 15961-1, NBR 15961-2, NBR 12118, NBR 14321, NBR 14322, NBR 
10837 e NBR 8798.
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Borges (2009) destaca que esse sistema permite a redução de 20% (e em alguns casos mais ainda) 
do custo total da obra quando comparado com o sistema tradicional (pilar e viga). Ele necessita de mão 
de obra especializada e projeto e planejamento no canteiro de obras.
 
 A B
Figura 32 – Comparação visual entre os sistemas construtivos: sistema pilar e viga com vedação de 
tijolo cerâmico (A) e sistema de alvenaria estrutural com tijolo cerâmico (B)
 Saiba mais
Sobre alvenaria estrutural, consulte:
SELECTA. Alvenaria estrutural. 2009. Disponível em: <http://www.
selectablocos.com.br/ae_produtos_01_01.html>. Acesso em: 26 jul. 2018.
<http://www.abcp.org.br/>.
Observamos nas figuras a seguir um tijolo cerâmico estrutural e as barras de aço que são utilizadas 
durante a obra:
 
 A B
Figura 33 – Bloco cerâmico estrutural (A) e barras de aço/vergalhão (B)
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Unidade II
O projeto de produção em alvenaria necessita da interface dos projetos de arquitetura, estrutura, 
hidráulica e elétrica. Ele deve apresentar desenhos técnicos das plantas das fiadas dos tijolos cerâmicos 
e todas as elevações das paredes. O sucesso do sistema de alvenaria estrutural consiste no planejamento 
das diversas etapas da obra. 
4.1.3 Parede de alvenaria de contraventamento
O contraventamento é uma estrutura auxiliar utilizada para resistir às solicitações que podem surgir, 
sendo sua função aumentar a rigidez da construção para que ela não balance. Podem ser paredes duplas 
de alvenaria de tijolos desenhadas em formatos diferentes. Trata-se de um sistema de proteção contra 
a ação do vento mais percebido nas estruturas metálicas. 
4.1.4 Parede maciça 
Se pensarmos historicamente, as paredes dos casarões antigos de fazendas no Brasil eram construídas 
com terra, num sistema chamado taipa de pilão (parede externa) e taipa de mão (parede interna). A 
taipa de pilão pode ser considerada uma parede maciça em terra. O processo consiste em compactar 
terra (argila e areia) em fôrmas de madeira, como uma caixa, de largura de 0,40 a 1,00 m, conforme as 
figuras a seguir. A terra é socada nas fôrmas com o auxílio de um pilão (um socador). Retira-se a fôrma 
depois da compactação e a parede está pronta. 
Essa parede tem como uma de suas funções regular a temperatura e a umidade do interior das 
construções, sendo um material incombustível. No calor, a sensação dentro da unidade é fresca e no 
inverno ela mantém (conserva) o calor. 
A B
C
Figura 34 – Maquetes de taipa de pilão, taipa de mão 
e paredes construídas com essa técnica
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Atualmenteas paredes maciças podem ser de concreto, de concreto celular (quando dentro do 
concreto são inseridas bolhas de ar para que se torne mais leve) e também de solo-cimento (uma 
mistura de terra e cimento). Todas elas são moldadas no local e podem ter função estrutural ou 
de vedação. 
Algumas empresas no mercado, como a SH Fôrmas, trabalham com esse tipo de sistema 
construtivo de paredes de concreto. As fôrmas metálicas (painéis modulares) são leves e podem 
ser utilizadas mais de mil vezes. Os projetos são todos padronizados e modulados para a produção 
em larga escala, pois isso reduz o custo com a mão de obra, já que se faz simultaneamente a 
execução da estrutura e da vedação. Esse sistema normalmente é especificado para habitações de 
interesse social. A unidade habitacional é concretada em um dia e meio, garantindo a velocidade 
da produção. 
 Saiba mais
Assista ao episódio 8 do programa Mãos à Obra. Nele são apresentados 
materiais para construir paredes, como taipa de pilão, blocos, tijolos de 
concreto e cerâmicos.
MÃOS à obra. Brasil: Futura, 1998. 
4.1.5 Divisória
As divisórias são paredes livres que podem chegar até o teto, não estão conectadas a paredes 
adjacentes em nenhuma de suas extremidades e exigem apoio para a estabilidade lateral, de acordo com 
Ching (2006). Podem ser biombos, paredes portantes consideradas modulares e removíveis, normalmente 
constituídas de materiais como gesso acartonado (drywall), vidro, PVC (plástico) e madeira. Elas separam 
os ambientes, podendo criar áreas de privacidade, e são uma solução rápida principalmente quando se 
pensa em reformas de ambientes comerciais e corporativos. Podem deslizar em trilhos e contribuir para 
um redimensionamento do espaço conforme a necessidade do trabalho. Sua estrutura é composta de 
alumínio, aço galvanizado e/ou madeira.
Subdividem-se em duas categorias: divisórias tipo painel (paredes de meia altura para separar 
estações de trabalho) e divisórias piso-teto.
Nas figuras a seguir observamos divisórias altas e baixas em vidro, madeira e metal. A divisória 
de vidro permite a entrada de luz natural no ambiente onde está a janela, é um isolante acústico e 
apresenta possibilidade de limpeza maior.
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Unidade II
A
C D
B
Figura 35 – Divisórias: divisória alta em vidro (A), divisória baixa em madeira (B), divisória metálica (C) e divisória em madeira (D)
As divisórias do tipo painel, com alturas a partir de 90 centímetros, são regulamentadas pela NBR 
13964 (ABNT, 2003). Essa norma especifica as características físicas e dimensionais e classifica as divisórias 
tipo painel para escritório, bem como estabelece os métodos para a determinação da estabilidade e 
resistência de divisórias tipo painel para escritório. A expressão divisória tipo painel designa todas as 
divisórias de escritório que não se estendem do piso ao teto no ambiente onde são utilizadas.
Há também a NBR 15141 (ABNT, 2008c), que determina a altura de piso-teto. Essa norma especifica 
as características físicas e dimensionais e classifica as divisórias modulares removíveis tipo piso-teto 
para escritório, bem como estabelece os métodos para a determinação de sua resistência. A expressão 
divisória modular removível tipo piso-teto designa todas as divisórias que se estendem do piso ao 
forro ou teto, no ambiente onde são utilizadas, e que são projetadas e construídas segundo módulos 
combináveis entre si. Essa norma se aplica independentemente do tipo de material, mas faz a ressalva 
de que, onde utilizarmos vidros, que sejam de segurança e definidos em projeto com o consumidor e o 
fornecedor (empresa contratada fabricante da divisória).
Drywall ou gesso acartonado é um sistema de construção seca de divisórias internas em gesso e 
face de papel-cartão, as quais dividem os ambientes e permitem isolar o barulho dos vizinhos, instalar 
a iluminação no teto, montar estantes e realizar paredes curvas e com desníveis. 
São constituídas por placas de gesso de espessura que vai de 10 a 18 mm, largura de 120 cm 
e comprimento de 300 cm, entre outras medidas especiais que você pode solicitar ao fabricante. 
Possuem uma estrutura de aço galvanizado ou de madeira que as sustenta e torna mais resistentes, 
podendo ainda ter enchimentos de lã mineral, que ajudam no isolamento térmico e acústico. 
Possibilitam troca de fiação e conserto de vazamentos com mais facilidade, deixando menos resíduos e 
sujeira, e são grandes aliadas dos protejos de iluminação, principalmente quando embutida. 
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Ainda como vantagens do drywall, seu acabamento é perfeito e sua superfície é lisa, sem emendas, 
e recebe tinta, textura e outros revestimentos. É um sistema de vedação rápido, leve, seco e com poucos 
resíduos. Outra característica importante é que o gesso reduz a propagação de chamas, sendo um 
material resistente ao fogo, e tem custo menor que a alvenaria convencional.
Há três tipos de chapas de drywall no mercado: a rosa, chamada RF, que resiste mais ao fogo por 
causa da diferença de fibra interna de sua fórmula, que especificamos perto de lareiras e bancadas 
de cooktop/fogão; a verde, RU, a qual é resistente à umidade e tem silicone e aditivos fungicidas que 
misturados ao gesso, podem ser aplicados em áreas úmidas, como cozinhas, áreas de serviço e banheiros; 
e a branca/cinza, ST, que é a standard, amplamente especificada em ambientes internos secos, como 
forros e paredes. Utilize o lado branco para fora; o colorido ficará dentro da estrutura. 
Exemplo de aplicação
Consulte o manual de instalação de diversas marcas para verificar as dimensões dos perfis metálicos. 
Vale a pena baixar o manual em PDF da marca Knauf, pois até os desenhos, usos e dimensões dos 
parafusos são mostrados. Os parafusos também estão presentes na norma NBR 15758-1. Pesquise.
O gesso apresenta algumas desvantagens, como sensibilidade à água. Quando exposto, pode 
apresentar umidade, amarelar e ainda desmanchar. Por isso, é necessário ter mais atenção com as 
infiltrações. A quantidade de peso que o sistema resiste pode ser um problema; verifique quais objetos 
você vai pendurar nas divisórias e confira o limite de peso de acordo com o fabricante.
Como normas ainda citamos a NBR 15758-1, a NBR 15758-2, a NBR 15758-3, a NBR 14715-1 e a 
NBR 14715-2. 
Nas figuras a seguir apresentamos a montagem das divisórias em drywall num stand de vendas de 
um edifício residencial:
A B
Figura 36 – Divisórias de drywall sendo instaladas: placas duplas
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Unidade II
 Saiba mais
Podemos encontrar na literatura e no site da Drywall manuais e livros 
sobre projetos de instalações de divisórias e painéis: 
DRYWALL. Biblioteca. [s.d.]. Disponível em: <http://www.drywall.org.br/
biblioteca.php/1/3/dl/29/manual-de-projeto-de-sistemas-drywall>. Acesso em: 
14 ago. 2018.
4.1.6 Painel
Buscando otimizar a produção dos elementos de vedação vertical, os painéis arquitetônicos 
pré-fabricados são uma alternativa pela facilidade de organização no canteiro de obras, velocidade de 
execução e redução do desperdício e do prazo de entrega. 
Os painéis têm forma plana e são fabricados em unidades com medidas padronizadas e modulares. 
Quando dispostos em linha, agrupados, compõem a vedação vertical da edificação, tanto externa como 
internamente, com altura do piso ao teto. São classificados em painéis leves e pesados.
Quando usados externamente, podem ser painéis metálicos e de concreto.Os metálicos podem ser: 
painéis em aço pré-pintado; painéis em aço revestido com efeito decorativo; painéis isotérmicos ou 
sanduíche (compostos por duas chapas de aço galvanizado com um núcleo de material termoacústico); 
painéis em aço patinável ou corten; painéis em aço inox; painéis em ACM (alumínio composto); e 
painéis em alumínio sólido.
Nas vedações internas, o ideal é usar elementos mais leves. Os mais comuns são as placas de gesso 
acartonado, que já contam com uma variedade de modelos para diferentes usos. Há ainda os painéis 
metálicos e os cimentícios preenchidos com madeira laminada ou sarrafeada.
Ainda nas vedações internas, por tratar-se, em sua maioria, de painéis leves, é indispensável avaliar 
a necessidade de isolamento térmico e acústico na hora da escolha. Alguns já são dotados de elementos 
que impedem ou amenizam a passagem de som ou calor, como os painéis-sanduíche, compostos por 
placas de revestimento nas faces externas e cujo miolo é preenchido com materiais absorventes, como 
espumas rígidas de poliuretano, poliestireno extrudado e lãs minerais.
Os painéis pré-fabricados em concreto são considerados pesados. Eles possuem precisão geométrica 
e variedade de dimensões e podem ter acabamentos em suas superfícies. São fabricados com rigoroso 
controle de qualidade e muito especificados em obras de edifícios de múltiplos andares nas regiões 
Sudeste e Sul e em algumas capitais do Nordeste.
Como desvantagem, esse sistema de vedação pronto possui a limitação e a padronização 
que as placas disponíveis no mercado impõem ao projeto. Se as fachadas apresentarem muitos 
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
recortes e uma volumetria sem repetição, ficará mais difícil compor com as placas existentes, o 
que elevará o custo da obra.
A modulação e a simplicidade do sistema facilitam a execução em obra quando os projetos 
são modulares. 
Para o designer de interiores, os painéis especificados internamente são versáteis, podendo ser 
vazados e constituídos de diversos materiais, o que permite iluminação e ventilação aliadas a cores e 
desenhos diferenciados quando especificados em ambientes de decoração. 
 Saiba mais
Consulte o artigo: 
PAIVA, M. Painel para TV: 90 modelos e cores para você tirar ideias de 
decoração. Tua Casa, [s.d.]. Disponível em: <https://www.tuacasa.com.br/
painel-para-tv/>. Acesso em: 24 ago. 2018.
Figura 37 – Painel para TV 
Agora vamos apresentar alguns materiais já citados no texto e que compõem as paredes, as divisórias 
e os painéis.
4.2 Materiais para paredes, divisórias e painéis
O tijolo à vista proporciona um ambiente mais aconchegante, descontraído e informal e 
acrescenta textura. Se utilizado num ambiente externo, deverá ser impermeabilizado para evitar 
umidade e bolor, podendo ser pintado com cores de sua preferência e até lixado para criar um 
efeito de pátina (efeito envelhecido).
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Unidade II
Evite pintar as pedras com tintas coloridas. Ao deixá-las com sua aparência natural nas áreas 
externas de jardins, o projeto torna-se elegante, e criamos uma atmosfera de calma e paz, conforme 
a figura a seguir:
 
 A B
Figura 38 – Paredes externas para áreas de jardim
A madeira é um outro material que pode ser utilizado para as paredes. É acolhedora e passa a 
sensação de conforto. Seus veios podem gerar desenhos inimagináveis, além de deixar o ambiente mais 
quente. Os painéis de madeira para a decoração e/ou utilizados como estrutura são tendências nas 
construções de hoje. Os painéis aparentes deixam o ambiente mais requintado, formal, principalmente 
se usados em salas de TV, escritórios e bibliotecas.
A
C
B
D
Figura 39 – Paredes revestidas com madeira
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Escolher um material metálico para revestir as paredes ou mesmo vedar tem sido uma 
tarefa bastante desafiadora. Materiais tecnológicos surgiram no mercado e devemos pensar 
em três aspectos simultaneamente na hora da escolha: a estética, o valor disponível para o 
investimento/custo/aplicação e o benefício desejado com o painel metálico, como proteção 
solar, sombreamento e passagem de ar. 
O inox é um material versátil, podendo ser lixado, espelhado e até colorido. Já o aço corten apresenta 
uma película de óxidos que chamamos de pátina, a qual protege o aço contra a corrosão e as intempéries, 
deixando um aspecto acobreado. Chapas de cobre, alumínio e titânio também são especificadas como 
materiais de revestimento de paredes, principalmente pela possibilidade de recobrir superfícies não 
planas. Por serem pré-fabricadas, facilitam a instalação e a modulação na obra. O material metálico 
passa a imagem de contemporaneidade ao projeto.
 Saiba mais
Veja as tendências de 2017 e 2018 para o uso de materiais metálicos 
nos ambientes de interiores:
SEQUIN, A. Decoração metalizada: 10 ambientes para brilhar na 
tendência. Casa Vogue, 8 ago. 2018. Disponível em: <https://casavogue.
globo.com/Interiores/Ambientes/noticia/2017/07/decoracao-metalizada-
10-ambientes-para-brilhar-na-tendencia.html>. Acesso em: 9 ago. 2018. 
Nas figuras a seguir apresentamos algumas paredes externas com chapas metálicas:
 
 A B
Figura 40 – Paredes externas com chapas metálicas e acrílico
Na sequência apresentamos os tipos de tijolos que compõem as paredes. 
Tijolos cerâmicos
Os tijolos cerâmicos são divididos em dois grupos: estrutural e de vedação, como já explicamos. 
Eles possuem tamanhos diversificados e são utilizados para revestir. Os tijolos de vedação são os mais 
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comuns. Eles apresentam baixa resistência mecânica (são frágeis) e têm como matéria-prima base 
a argila. Seu processo de fabricação pode ser por extrusão (imagine uma máquina de churros) ou 
prensagem. São vendidos por milheiro.
Tijolos maciços, tijolos comuns ou tijolos de barro
Modelados por extrusão ou prensagem, são confeccionados de barro/argila e levados a um 
forno de 900 a 1000 C° para serem queimados. Existe uma variação dimensional entre as peças. 
Por serem maciços, proporcionam um isolamento térmico e acústico razoável. Sua aplicação 
demanda um maior consumo de argamassa e mão de obra e normalmente são especificados em 
paredes de vedação.
A B
C
Figura 41 – Tijolos maciços 
Tijolos furados ou tijolos baianos
Produto mais econômico em comparação aos outros, porém é o que tem o maior índice de 
desperdício. É utilizado para vedação, pois não suporta o peso da estrutura, mas garante um 
conforto térmico melhor que os tijolos comuns. As ranhuras na lateral das peças permitem uma 
melhor aderência da argamassa quando assentados. São produzidos com argilas vermelhas 
por processo de extrusão e possuem furos cujo total pode variar entre 3, 4, 6, 8, 9, 10 e 12. 
São apresentados com dimensão de 14 x 19 x 29 cm, 11,5 x 19 x 29 cm, 9 x 19 x 29 cm ou 
11,5 x 14 x 24 cm (chamamos de blocos da família de 30 cm e da família de 40 cm). Como os 
tijolos maciços comuns, não apresentam precisão dimensional. 
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Observe as ranhuras dos tijolos nas figuras a seguir: 
A B
Figura 42– Tijolos cerâmicos de 3 furos em Cartagena, Colômbia
Tijolos laminados
Apresentam menor absorção de água e, consequentemente, maior resistência mecânica. 
São mais caros que os tijolos baianos. Pelo seu processo de fabricação e mistura de matéria-prima, 
estão entre os mais resistentes. Podem ser indicados para alvenaria aparente e apresentam um 
consumo maior de argamassa. 
Na figura a seguir, destacamos o tijolo laminado de 10 furos:
Figura 43 – Tijolo laminado de 10 furos
Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural
São blocos que possuem resistência e são vendidos por unidades. Assim como os blocos de concreto, 
possuem normas específicas e grande controle no processo de fabricação. Veja a figura:
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Figura 44 – Bloco cerâmico para alvenaria estrutural 
Elementos vazados 
Também chamados de cobogós, os elementos vazados podem ser fabricados com diversos materiais, 
como cimento, cerâmica, madeira e metal. Têm como função possibilitar maior ventilação e iluminação. 
São peças modulares que possuem aberturas definidas, as quais em conjunto projetam luz e sombra, 
além de permitirem a passagem de ar. 
Muito especificados em edifícios nas áreas de serviço/lavanderias das décadas de 1960 e 1970, são 
hoje aplicados como divisórias internas em diversos ambientes, numa nova leitura.
Pesquisadores na área de conforto térmico estudam a fundo esse tema, definindo estratégias 
de projeto e ângulos para que o elemento vazado tenha eficiência no controle de entrada de luz no 
ambiente. Isso permite regular a temperatura e a luminosidade do ambiente. O elemento vazado pode 
fazer parte da estrutura da obra, e quando aplicado num ambiente interno serve como divisória. 
Observe os elementos vazados em cerâmica da figura a seguir:
Figura 45 – Elemento vazado
O material cerâmico ainda pode receber uma camada de esmalte colorida; depois de ser levado ao 
forno, transforma-se em uma peça colorida. 
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Observe uma peça da fachada de uma loja na figura a seguir:
Figura 46 – Peça em concreto branco cobogó
Blocos de concreto
Os blocos de concreto servem somente para vedação, pois não podem ser especificados para 
alvenarias estruturais, já que não possuem resistência para suportar as cargas da edificação. Eles são 
moldados em fôrmas metálicas e sua matéria-prima é o concreto (as britas são bem menores e, nesse 
caso, diferentes do concreto para estrutura). São adensados, mais pesados que os cerâmicos, e passam 
pelo processo de cura para garantir resistência. Podem dificultar a logística no canteiro devido ao seu 
peso. Conforme a norma, apresentam resistência à compressão maior que o bloco cerâmico e podem ser 
revestidos internamente com uma camada de gesso ou argamassa.
Possuem família de 09 (por exemplo: largura de 9 cm, altura de 19 cm e comprimento de 39 cm, ou 
9 x 19 x 39 cm), de 14, de 29, entre outros. Em geral apresentam a altura de 20 cm, devidamente somada 
à argamassa (1 cm), e têm um rendimento maior durante a execução. 
Veja as figuras a seguir, que apresentam blocos de concreto:
 
 A B
Figura 47 – Blocos de concreto para vedação: bloco de concreto assentado (A) e unidade de bloco de concreto (B)
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Unidade II
 Saiba mais
Consulte as obras a seguir. Nelas você encontrará imagens ilustrativas 
de diversos processos de construção, como alvenarias, drywall, forros 
e pisos.
CONSTRUÇÃO passo a passo. São Paulo: Pini, 2004. v. 1.
CONSTRUÇÃO passo a passo. São Paulo: Pini, 2004. v. 2.
Blocos estruturais
Podem ser de concreto e de material cerâmico e possuem dimensão controlada. Eles são mais 
caros – seu custo é unitário –, porém têm como vantagem a diminuição do peso do conjunto 
da estrutura. São produzidos para alvenaria estrutural, sistema que não possui pilares e vigas, e 
dispensam o uso das estruturas de concreto. Quanto ao aspecto visual, aparentemente são iguais 
aos blocos de concreto; o que difere é a resistência em MPa das peças e o custo. 
Tijolos de vidro
Material considerado cerâmico, pois a matéria-prima é levada a um forno. Encontramos tijolos 
lisos, vazados, foscos e coloridos, os quais são especificados para vedação de paredes e ambientes 
comerciais (bares, restaurantes, lojas) e em áreas residenciais (boxes de banheiro e cozinha e 
divisórias de escritórios). Podem criar uma atmosfera sofisticada, conforme a figura a seguir:
Figura 48 – Tijolos de vidro
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PROPRIEDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Tijolos de refratário
Material desenvolvido com argilas especiais de cor mais branca e especificado para lugares onde se necessita 
tolerar o calor, pois suporta altas temperaturas. Especificamos esses tijolos no interior dos fornos domésticos e 
industriais, churrasqueiras, laboratórios de pesquisa e ensino, caldeiras, entre outros. Será necessário especificar 
uma argamassa que também tenha a capacidade de resistir a altas temperaturas.
A norma NBR 8826 (ABNT, 2014b) define esses produtos como naturais ou artificiais, geralmente 
não metálicos – mas não são excluídos os que tenham constituintes metálicos –, capazes de suportar 
temperaturas elevadas sem se deformarem acentuadamente e em condições específicas de utilização. 
As figuras a seguir apresentam o tijolo refratário:
 
Figura 49 – Tijolo refratário
Tijolos ecológicos
São desenvolvidos com solo/terra, cimento, água e prensado, não sendo levados ao forno. 
Como apresentam cerca de 10% de cimento na composição, sofrem o processo de cura. Possuem um 
sistema de encaixe que facilita a execução no canteiro de obras, reduzindo o consumo de argamassa, 
concreto e aço. Seu formato facilita a passagem de instalações elétricas e hidráulicas e seus furos 
colaboram para o conforto termoacústico.
Também existe a possibilidade de vedarmos utilizando materiais naturais, como a palha de madeira e 
o bambu (entrelaçando as barras), palha de trigo, de casca de coco, de casca de arroz e de outros vegetais. 
Esses são materiais alternativos ou mesmo considerados compósitos (mistura de dois ou mais materiais). 
Os tecidos também podem ser especificados para vedação, como tricoline, jeans, sarja, piquet, 
suede ou camurça, assim como os plásticos e até mesmo as lonas. Normalmente são colados e 
utilizados para recobrir as paredes em áreas secas, como sala, dormitório, sala de estar e jantar, hall 
de entrada e corredores.
Os elementos de vedação foram apresentados. Agora você, designer, deverá escolher qual o melhor 
material para a vedação vertical do seu projeto.
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Unidade II
4.3 Materiais para esquadrias
Azeredo (1987) define esquadria como toda vedação de vão, como portas, janelas, persianas e 
venezianas, podendo ser feita em madeira, PVC, metal alumínio, ferro e aço. 
A B C D
Figura 50 – Esquadrias: porta de abrir em madeira (A), janela de correr em PVC (B), 
porta veneziana em madeira (C) e persiana móvel em plástico (D)
 Observação
Veneziana é um conjunto de lâminas estreitas e alongadas, normalmente 
em ângulo, que podem ser fixas ou móveis, das esquadrias tanto de portas 
como de janelas, e que favorecem a ventilação e o controle da

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