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* * Contratos internacionais Profa Dra Flávia Piva Almeida Leite * * Introdução * * Contrato Aristóteles: lei feita por particulares tendo em vista um negócio Orlando Gomes: negócio jurídico bi ou plurilateral gerador de obrigações Contrato X Convenção – modernamente são sinônimos. Noção de contrato contém dois elementos: estrutural (alteridade – requer fusão de 2 ou mais pessoas). E funcional (composição em comum) A livre convenção de vontades é a própria razão de ser do contrato, sem a qual não haveria motivo válido para sua existência. * * Contrato Contrato é o instrumento pelo qual se celebra um acordo de vontades acerca de determinado objeto. Nele as partes estipulam regras a que ficam subordinadas, criando, assim, direitos e obrigações. * * Contrato Interno X Internacional Interno: partes contratantes, objeto contratual e todos os elementos envolvidos estão sob um único ordenamento jurídico. Contrato internacional surgiu como consequência do intercâmbio entre pessoas e Estados; sujeito à complexidade das relações internacionais. * * Características Alberto Xavier: divisão conforme a natureza: Operações de Importação e Exportação (objetivamente) Uma das partes ser residente no exterior (subjetivamente) Vinculação a um ou mais sistemas jurídicos estrangeiros * * Há vários tipos de regulação do comércio internacional. Doutrinadores apontas 2 formas institucionais de uniformização nos contratos internacionais: regras e princípios e os tratados e Convenções. Convenções e Princípios * * Uniformização do Direito nos Contratos Internacionais Convenções: Convenção de Viena sobre compra e venda internacional Convenção de Roma sobre a lei aplicável às obrigações contratuais Convenção do Direito Internacional Privado (Código de Bustamante) Convenção Interamericana sobre o direito aplicável às obrigações contratuais Princípios: é começo, origem, base. È o mandamento nuclear de um sistema, uma disposição fundamental. * * UNIDROIT Instituto Internacional para Unificação do Direito Privado: foi criado em 1926. Organização que busca a uniformidade da regulamentação do comércio internacional Responsável pela elaboração dos Princípios sobre os Contratos Comerciais Internacionais, como uma forma alternativa para a solução de litígios em contratos internacionais. * * Propósito dos Princípios Aplicação em contratos comerciais internacionais Regras que regem os contratos Interpretação e suplementação dos instrumentos Modelos para legisladores nacionais e internacionais Meio de esclarecimento de negociações * * Estrutura UNIDROIT Preâmbulo – evidencia que os Princípios se destinam a contratos comerciais internacionais Capítulo 2, as seções são dedicadas à formação do contrato e à autoridade do agente Capítulo 3 – trata dos elementos que podem ensejam a invalidade do contrato (erro, fraude, ameaça e danos etc) Capítulo 4, estabelece parâmetros para interpretação da intenção das partes. Capítulo 5 e 6, delimitam as obrigações das partes (definição de cláusula de hardship, moeda, pagamentos etc) * * Estrutura UNIDROIT Capítulo 7, trata das causas de afastamento do princípio da obrigatoriedade Capítulo 8, reconhece a possibilidade de compensação entre partes Capítulo 9 as especificações referentes à cessão de direitos. Finalmente, o capítulo 10 trata da limitação no tempo para aplicação dos princípios. * * Princípios Princípio da Obrigatoriedade – necessidade de cumprimento do acordo de vontades livremente pactuado entre as partes, posto que o contrato é lei individual, com plena eficácia e poder de vinculação. O texto do UNIDROIT, em seu art. 13, consagra o Princípio da obrigatoriedade ao estabelecer que todo contrato, desde que validamente celebrado entre as partes, é obrigatório e somente pode ser modificado ou extinto conforme seus próprios termos, por acordo entre as partes, ou por alguma outra situação disposta nos Princípios. * * Princípios Princípio da Autonomia das Partes O artigo 11 consagra que as partes devem ter liberdade para celebrar os contratos e determinar seu conteúdo. Princípio da Boa-fé Verdadeiro alicerce das obrigações contratualmente assumidas. Tal princípio está intimamente ligado à interpretação do contrato, que deve buscar a intenção as partes, e não apenas simples análise textual. É fundamental que as partes ajam de boa-fé na negociação do contrato buscando seu equilíbrio. * * A elaboração de contratos internacionais demanda observar algumas diferenças culturais que influenciarão o contrato. Termos e Condições * * Elaboração do contrato Questões culturais Planejamento das tratativas Instrumentos pré-contratuais Carta-convite – “carta proposta” Acordo de confidencialidade * * Estrutura dos contratos internacionais Denominação do contrato Qualificação das partes Intervenientes Preâmbulo (“considerando” – Considerando que o fulano de tal é legítimo proprietário....) Cláusula de definições (dias úteis, horário bancário ou comercial....) Cláusula de interpretação Objeto contratual Obrigação das partes Cláusula de pagamentos Tributos Cláusulas declaratórias Disposições gerais * * Qualificação Nome Nacionalidade Profissão / tipo da empresa Números identificadores: RG, CPF, RNE, CNPJ. Endereço No caso de empresas: neste ato representada por (qualificação do representante). * * Cláusulas declaratórias Relativas à capacidade da parte Vinculação legal Especificidades legais para a validade e exequibilidade do contrato Não ocorrência de inadimplemento Veracidade e integridade das informações Inexistência de ações judiciais Questões de cunho ambiental * * Disposições gerais Adiantamentos Não-renúncia Notificações Cessão Títulos Lei e foro * * Solução Judicial Solução Arbitral Solução de Controvérsias * * Solução Jurídica Artigo 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: a lei de regência do contrato será do local onde as obrigações forem constituídas. Alguns doutrinadores defendem que a lei aplicável aos contratos internacionais firmados no Brasil será a do local de celebração do contrato ou da residência do proponente Outros defendem a autonomia da vontade das partes contratantes * * Arbitragem Charles Rousseau: é a instituição pela qual um terceiro resolve a divergência que opõe duas ou mais partes, exercendo uma missão jurisdicional que lhe foi confiada por elas. É modalidade jurisdicional privada. Alguns doutrinadores a colocam como a nova lex mercatoria devido à sua constante utilização internacional por atender às necessidades de um direito com normas próprias. Vantagens: celeridade e sigilo nas decisões, além de especialidade dos árbitros responsáveis. * * Lei nº 9.307/96 A Lei 9.307/96 foi alterada pela Lei n. 13.129/15 Antes da regulamentação, a arbitragem apresentava a falta de efeito vinculante da cláusula compromissória e necessidade de homologação do laudo arbitral Artigo 2º: prioriza a autonomia da vontade das partes * * Natureza da arbitragem Elemento contratual: necessidade das partes interessadas em submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral Elemento jurisdicional: efeitos que a sentença arbitral produz entre as partes e seus sucessores * * Limitações As partes envolvidas terão o direito de escolha, contanto que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública A autonomia da vontade se reflete tanto no direito substantivo como nas regras aplicáveis ao procedimento arbitral A decisão arbitral pode ser fundamentada na equidade Princípios gerais do direito: regras norteadoras Arbitragem baseada nos usos e costumes No caso do Direto Internacional, temos, também, as Regras Internacionais do Comércio * * Lex Mercatoria Conjunto de regras e costumes produzido por particularese que é destinado às relações entre comerciantes São originadas de práticas comerciais e não das normas decorrentes de sistemas legais específicos Tem caráter de direito autônomo em relação aos direitos nacionais Envolve as práticas contratuais, os usos do comércio e os princípios gerais do direito * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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