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Trabalho Prisão após condenação em segunda instância Teoria do Direito II

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Teoria do Direito II 
 
Professora Heliete Rosa 
 
Tema 
Prisão após condenação em segundo grau. 
 
 
Integrantes 
 
Adriana de Queiroz Borges 
Estefane Nogueira Santos 
Clayton José Farias 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, 29/10/2018 
Trata-se de pedido de Habeas corpus impetrado pelos advogados CRISTIANO ZANIN MARTINS, 
brasileiro, casado, advogado inscrito nos quadros da OAB/SP sob o n.º 172.730, com escritório 
na Rua Padre João Manuel, n.º 755, 19º andar, Jardim Paulista, CEP 01411-001, São Paulo/SP; 
JOSÉ ROBERTO BATOCHIO, brasileiro, casado, advogado inscrito nos quadros da OAB/SP sob o 
n.º 20.685, GUILHERME OCTÁVIO BATOCHIO, brasileiro, casado, advogado inscrito nos quadros 
da OAB/SP sob n.º 123.000, ambos com escritório na Avenida Paulista, 1471, 16º andar, 
conjunto 1614/1619, São Paulo/SP, VALESKA TEIXEIRA ZANIN MARTINS, brasileira, casada, 
advogada, inscrita nos quadros da OAB/SP sob o nº 153.720, LUIS HENRIQUE PICHINI SANTOS, 
brasileiro, solteiro, advogado, inscrito nos quadros da OAB/SP sob o n.º 401.945, ALFREDO 
ERMIRIO DE ARAUJO ANDRADE, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito nos quadros da OAB/SP 
sob o n.º 390.453, MARIA DE LOURDES LOPES, brasileira, divorciada, advogada, inscrita no 
CPF/MF sob o nº 989.423.448-87, inscrita na OAB/SP sob o nº 77.513, PAULA NUNES MAMEDE 
ROSA, brasileira, solteira, advogada, inscrita nos quadros da OAB/SP sob o nº 309.696, KAÍQUE 
RODRIGUES DE ALMEIDA, brasileiro, solteiro, advogado inscrito nos quadros da OAB/SP sob o 
n.º 396.470, SOFIA LARRIERA SANTURIO, brasileira, solteira, advogada, inscrita nos quadros da 
OAB/SP sob o nº 283.240 e GABRIELA FIDELIS JAMOUL, brasileira, solteira, advogada, inscrita 
nos quadros da OAB/SP sob o nº 340.565, estes últimos com endereço profissional situado na 
Rua Padre João Manoel, n.º 755, 19º andar, Jardim Paulista, CEP 01411-001, São Paulo/SP, vêm, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, com fundamento no artigo 1º, III; artigo 
5º, III, XXXV, LV, LVII, LXVIII, e 105, I, “c”, todos da Constituição da República, e artigos 283, 647 
e 648, inciso I, do Código de Processo Penal, bem como nos demais normativos legais e 
regimentais de regência, em favor de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, brasileiro, viúvo, portador da 
Cédula de Identidade RG n.º 4.343.648, devidamente inscrito no CPF/MF sob o n.º 070.680.938-
68, residente e domiciliado na Avenida Francisco Prestes Maia, n.º 1.501, apartamento 122, 
Bloco 1 – Centro – na cidade de São Bernardo do Campo/SP, CEP 09770-000 condenando a 9 
anos e 6 meses em primeira instância e a 12 anos e 1 mês após apelação à segunda instância, 
em regime fechado. 
Síntese 
Luiz Inácio Lula da Silva foi investigado pela Lava-jato por crime de corrupção passiva 
por ter recebido um apartamento tríplex avaliado em 2,2 milhões de Reais da construtora OAS. 
 Em data de 14.09.2016, a Força Tarefa da “Lava Jato” denunciou o réu pelos crimes de 
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Após julgamento em primeira, instância foi 
condenando a reclusão em regime fechado por 9 anos e 6 meses em e a 12 anos e 1 mês após 
recurso à segunda instância. 
Após a condenação em segunda instância, foi declarada e cumprida a execução 
provisória da pena restritiva de liberdade. 
Discussão 
“O ex-presidente Lula fora acusado e posteriormente condenado, tanto em primeira 
quanto em segunda instância, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, em 
virtude de um esquema de desvios de recursos da Petrobras, conforme investigação da 
Operação Lava Jato da Polícia Federal. 
Em virtude de possibilidade de recursos para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo 
Tribunal Federal, o ex-presidente Lula entrou com um Habeas Corpus Preventivo argumentando 
que, embora condenado por tribunal em segunda instância, como não haveria ainda o trânsito 
em julgado do processo, a sua eventual prisão imediata seria inconstitucional” 
 
Fundamentos Jurídicos 
Resumo: O princípio da presunção de inocência é um instituto previsto no artigo 5º, inciso LVII 
da Constituição Federal de 1988. Refere-se a uma garantia processual atribuída ao acusado pela 
prática de uma infração penal, oferecendo-lhe a prerrogativa de não ser considerado culpado 
por um ato delituoso até que a sentença penal condenatória transite em julgado. Esta situação, 
em tese, evita a aplicação errônea das sanções punitivas previstas no ordenamento jurídico. 
Ainda garante ao acusado um julgamento de forma justa em respeito à dignidade da pessoa 
humana. 
O princípio da presunção de inocência está entre as principais garantias constitucionais do 
cidadão brasileiro, ao estabelecer que todo e qualquer acusado deve ser considerado inocente 
até a decisão final, contra a qual não caiba mais recurso, independente da acusação que lhe 
seja imputada. Ou seja, ninguém pode ser considerado culpado antes da sentença final, que 
advirá após lhe ser garantida a ampla defesa e o contraditório, dentro do devido processo 
legal. O Art. 5, inciso LVII da CF, é muito claro: “Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória”. 
 
Esta é uma regra garantidora do Estado Democrático de Direito, ensejando – por conseguinte 
– também como regra que o acusado responda seu processo em liberdade. Comporta exceção 
prevista em lei, pela qual o acusado, eventualmente, poderá ser preso por conta, 
exclusivamente, de um interesse processual, o que não lhe antecipa a culpa. E, somente, 
durante o tempo em que esse interesse estiver presente. Cessadas as condições que, 
eventualmente, autorizaram a prisão processual, a regra deve prevalecer, porque a liberdade 
individual é o bem maior garantido constitucionalmente. 
 
Até mesmo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas, 
em seu Art. XI, assevera que “todo ser humano acusado de ato delituoso tem o direito de ser 
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei”. 
Igualmente, a jurisprudência de vários países com tradição democrática contempla o instituto 
da presunção de inocência, a garantir que o imputado não receba punição antes da sentença 
final. 
 
Diante disso, a sociedade brasileira precisa estar vigilante e exigir o cumprimento da lei para 
que esta seja aplicada no país de forma indistinta, subtendo todos aos seus ditames. Não se 
pode admitir que o mais humilde dos brasileiros possa ter contra si uma prisão processual 
decretada em vista da sua condição social; o que também se aplica – por equidade - a pessoas 
ilustres, famosas, populares ou que detenham poder econômico. 
 
A prisão antes de uma sentença condenatória definitiva, portanto, deve ser aplicada com 
parcimônia. Somente quando estiver presente a justa causa. Caso contrário, ao se banalizar as 
ordens de prisões processuais estar-se-á rompendo os sagrados princípios constitucionais, 
garantidores do cidadão brasileiro. 
 
Fonte: http://www.oabsp.org.br/sobre-oabsp/palavra-do-presidente/2007/artigo-em-defesa-
da-presuncao-de-inocencia

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