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Apostila leucócitos

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Os leucócitos, ou glóbulos brancos do sangue, protegem o corpo contra infecções e 
participam de muitos tipos de respostas imunológicas e inflamatórias. Os linfócitos são 
responsáveis pela produção de anticorpos e pela imunidade mediada por células; e fagócitos que 
são responsáveis pela ingestão e morte de microrganismos. Os neutrófilos (polimorfonucleares), 
monócitos e macrófagos (mononucleares) são fagócitos com capacidade de fagocitar 
microrganismos e destruí-los intracelularmente pela ação de substâncias tóxicas ou remover 
células mortas de tecidos necróticos ou apoptóticos. Os eosinófilos, quando ativados, destroem 
parasitas, principalmente helmintos pela liberação de proteínas catiônicas, já os basófilos 
apresentam receptores para a IgE, sendo importante nas respostas alérgicas. Os leucócitos 
interagem entre si e modulam as respostas imunes por meio da liberação de citocinas, 
quimiocinas, enzimas e substâncias vasoativas. 
 
Contagem de Leucócitos 
De maneira geral, a contagem total de leucócitos (WBC, do inglês white blood cells) e 
a contagem diferencial são os primeiros estudos na avaliação de pacientes com suspeita de 
infecção ou com suscetibilidade a infecções. A maioria dos laboratórios mede a contagem de 
WBC por meio de técnicas de contagem automática de células, com inspeção microscópica 
adicional de esfregaços sanguíneos para aquelas que forem marcadas como anormais. A 
contagem normal de leucócitos varia de 4.000 a 10.000/µL, com uma mediana de 7.000/µL. As 
contagens diferenciais apresentam o percentual para cada tipo de leucócito. 
 
Indicações da Presença de Distúrbios de Células 
Fagocitárias 
Considerando que os fagócitos, particularmente os neutrófilos, formam uma 
importante linha de defesa contra microrganismos invasores, os distúrbios, em termos de 
função ou de quantidade dessas células, geralmente resultam no aumento da suscetibilidade a 
infecções. Qualquer distúrbio quantitativo ou qualitativo das células fagocitárias deverá ser 
objeto de suspeitas nas situações em que o paciente apresentar um número excessivamente 
elevado de infecções bacterianas ou fúngicas, aumento progressivo de infecções graves ou 
infecções com organismos pouco usuais. 
 
Fisiologia Neutrofílica 
Produção de Neutrófilos 
Os neutrófilos derivam de uma célula-tronco hematopoiética comum, que também 
aumenta a quantidade de eritrócitos, plaquetas e outros leucócitos. 
A proliferação e diferenciação de precursores de neutrófilos são controladas por uma 
família de citocinas reguladoras. O fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF, do 
inglês granulocyte colony-stimulating factor) e o fator estimulador de colônias de granulócitos e 
macrófagos (GM-CSF, do inglês granulocyte-macrophage colony-stimulating factor) são 
duas citocinas importantes que afetam a produção e a função dos neutrófilos. O G-CSF estimula 
as células progenitoras seletivamente para se diferenciarem em neutrófilos e aumentar 
rapidamente sua quantidade no sangue de indivíduos normais.2,3 O GM-CSF estimula as células 
progenitoras para se diferenciarem em neutrófilos, eosinófilos, monócitos, macrófagos e células 
dendríticas. 
O ciclo de vida dos neutrófilos consiste da medula óssea, sangue e fases teciduais. A 
produção de neutrófilos na medula óssea leva aproximadamente 10 a 14 dias, sendo que a 
medula óssea produz em torno de 109 neutrófilos/kg/dia. A maior parte dos neutrófilos do corpo 
se localiza na medula óssea. O compartimento mitótico, que contém cerca de 20% do acúmulo 
total de neutrófilos, consiste de mieloblastos (o precursor que é reconhecível morfologicamente 
e de imediato), promielócitos e mielócitos. O local de acúmulo pós-mitótico, ou compartimento 
de maturação – metamielócitos, bastonetes e neutrófilos maduros – contém aproximadamente 
80% dos neutrófilos do corpo humano. Às vezes, os neutrófilos e os bastonetes medulares são 
conhecidos por compartimento de armazenamento ou reserva medular. Na medida em que 
amadurecem, os neutrófilos desenvolvem a capacidade de penetrar no sangue através do 
aumento na deformabilidade e de alterações nas proteínas de aderência que se localizam em sua 
superfície. A saída dos neutrófilos e de outras células hematopoiéticas, incluindo células-tronco, 
da medula óssea envolve interações complexas entre as células sanguíneas e o microambiente 
da medula óssea. Os agentes que estimulam a liberação de neutrófilos da medula (p.ex., G-CSF, 
GM-CSF, corticosteroides ou endotoxinas) podem duplicar a contagem de neutrófilos em um 
período de 3 a 5 horas. 
O sangue periférico contém menos de 10% dos neutrófilos do corpo humano. No 
sangue, os neutrófilos se dividem quase que igualmente entre o pool em circulação e o pool 
marginal; esses pools permanecem em um equilíbrio dinâmico. As células que fazem parte do 
pool marginal são intravasculares, porém estão livremente associadas às paredes dos capilares 
teciduais e, consequentemente, poderão entrar rapidamente na circulação (em alguns minutos) 
através da epinefrina endógena ou exógena, ou como resultado de exercícios físicos ou de 
qualquer outro aumento rápido no débito cardíaco. Esse tipo de resposta, conhecida por 
desmarginação, pode duplicar rapidamente a contagem de neutrófilos no sangue e, da mesma 
forma, reverter rapidamente a contagem.7 A estimulação de fatores de crescimento, como o G-
CSF, provoca a saída de neutrófilos maduros da medula óssea e sua penetração na circulação, 
podendo também aumentar a massa corporal total de granulócitos ao estimular a diferenciação e 
a proliferação de progenitores mieloides. A meia-vida do sangue dos neutrófilos é de 
aproximadamente 6 a 10 horas. Os neutrófilos deixam o sangue e penetram nos tecidos através 
da migração entre células endoteliais e da penetração na membrana da base capilar. Os 
neutrófilos que não saem do sistema circulatório morrem por apoptose e são removidos por 
fagócitos mononucleares no baço, fígado e outros tecidos. 
 
 
Estrutura e Função dos Neutrófilos 
Os neutrófilos possuem estruturas citoplásmicas que fazem a mediação da imunidade 
inata contra os micróbios. Os grânulos primários, formados no estágio promielócitos de 
desenvolvimento, contêm mieloperoxidases, proteases e defensinas. Os grânulos secundários, 
produzidos em mielócitos, contêm liozima e lactoferrina, entre outros. 
Tabela 1: Valores Leucocitários Normais no Sangue Periférico* 
Tipo de Célula 
Células/µL 
 
Percentual da 
Contagem 
Diferencial Total 
 Mediana Faixa 
Todos os leucócitos (glóbulos 
brancos) 
 7.000 4.000-10.000 100 
Total de neutrófilos 4.000 1.900-7.000 
48-76 
 
Neutrófilos bastonete 500 100-2.000 
0-10 
 
Neutrófilos segmentados 3.500 1.000-6.000 
38-76 
 
Linfócitos 2.500 800-4.100 
18-41 
 
Monócitos 450 100-800 
2,8-8,5 
 
Eosinófilos 150 0-350 
0-5 
 
Basófilos 30 0-150 
0-1,5 
 
*As faixas normais são determinadas por laboratórios locais 
 
A superfície dos neutrófilos está repleta de sulcos profundos e de ondulações. Nas 
superfícies neutrofílicas há inúmeros receptores, incluindo receptores de imunoglobulinas, 
complementos, quimiocinas e os fatores estimuladores das colônias G-CSF e GM-CSF, assim 
como o Fas, o receptor do fator de necrose tumoral e outros receptores relacionados à apoptose. 
O citoesqueleto dos neutrófilos se compõe de microtúbulos e microfilamentos, que são 
extremamente importantes para a função fagocitária e o movimento celular, incluindo a 
migração através do endotélio vascular.10 
 
A principal função dos neutrófilos é responder rapidamente às invasões microbianas e 
matar os invasores. Esta resposta tem várias etapas distintas –aderência, migração, 
reconhecimento, fagocitose (ou ingestão), desgranulação, metabolismo oxidativo e eliminação 
de bactérias. A susceptibilidade a infecções é o resultado de anormalidades em qualquer um 
desses processos ou de uma combinação entre eles. 
 
Distúrbios no Número de Neutrófilos 
Neutrofilia 
De maneira geral, a neutrofilia ocorre secundariamente a fatores como inflamação, 
estresse ou terapia corticosteroide. O tabagismo produz neutrofilia como resultado de 
inflamação nas vias respiratórias e nos pulmões. Malignidades, anemia hemolítica e terapia com 
lítio são causas menos comuns. A neutrofilia também está associada à esplenectomia. A 
neutrofilia extrema (contagens de neutrófilos acima de 30.000/µL), com frequência denominada 
reação leucemoide, ocorre juntamente com infecções graves, sepse, choque hemorrágico e lesão 
tecidual grave de qualquer causa. 
Usualmente, as infecções bacterianas mais sérias e as inflamações crônicas estão 
associadas a um aumento no número de neutrófilos em circulação e a alguma alteração 
morfológica. As alterações típicas incluem aumento no número de células jovens (bastonetes, 
também conhecidas por “desvio à esquerda”), de células com retículo endoplasmático residual 
(corpos de Döhle), e de outras células com grânulos primários mais proeminentes (granulação 
tóxica). Provavelmente essas alterações sejam causadas pela produção endógena de G-CSF ou 
de GM-CSF e, além disso, podem ser também observadas com a administração desses fatores 
de crescimento.18 
 
Neutropenia 
De maneira geral, define-se neutropenia como contagem de neutrófilos inferior a 
1.500/µL, que é aproximadamente dois desvios-padrão abaixo da média normal. 
 
Fisiologia dos Monócitos e Macrófagos 
Os monócitos e macrófagos desempenham papeis extremamente importantes na 
homeostase e nos mecanismos de defesa dos hospedeiros. Os monócitos e macrófagos 
desempenham as funções de manutenção tecidual, como a eliminação de partículas – incluindo 
as bactérias – do sangue e a remoção de eritrócitos velhos. Eles processam os antígenos imunes 
por meio da interação com as células T e as células B, além de serem essenciais para a 
contenção de infecções bacterianas, micobacterianas, parasitárias, fúngicas e virais. 
Os monócitos se desenvolvem a partir de células progenitoras hematopoiéticas na 
medula óssea. Após seu comprometimento com uma linhagem de monócitos, as células 
progenitoras se desenvolvem morfologicamente em monoblastos, em pró-monócitos e, 
finalmente, em monócitos. Os monócitos, que estão presentes na medula óssea e no sangue, são 
os precursores do sistema de fagócitos mononucleares teciduais (incluindo macrófagos 
alveolares, peritoneais e esplênicos), células de Kupffer, osteoclastos, células dendríticas e 
células de Langerhans. Além da capacidade fagocitária, os monócitos e macrófagos 
desempenham um papel central nas respostas imunes através da geração de inúmeras citocinas, 
incluindo fatores de crescimento leucocitários. 
À exceção dos macrófagos alveolares, que dependem exclusivamente do metabolismo 
aeróbico para geração de energia, os monócitos e macrófagos são anaeróbios facultativos. A 
fagocitose causada por monócitos e macrófagos está associada a explosões oxidativas e à 
estimulação do desvio da hexose monofosfato. Fatores como aderência, quimiotaxia e ativação 
são semelhantes em monócitos e neutrófilos. Além disso, os macrófagos possuem atividade 
bactericida independente de oxigênio que poderá depender da atividade lítica. Os macrófagos 
estimulados produzem óxido nítrico. Os macrófagos têm capacidade para secretar muitas 
citocinas, fatores de crescimento e reagentes de fase aguda. 
Os monócitos e macrófagos apresentam antígenos exógenos para células T em 
associação com moléculas de classe II do complexo de histocompatibilidade principal (MHC, 
do inglês major histocompatibility complex). O antígeno é processado nos liossomas de uma 
célula monocuclear e se liga às moléculas de classe II do MHC que, por sua vez, são expressas 
juntamente na superfície celular. Os monócitos e macrófagos estão envolvidos na citotoxicidade 
mediada por células, dependente de anticorpos e independente de anticorpos. A citotoxicidade 
envolve processos como metabolismo oxidativo, produção de óxido nítrico e de citocinas, e 
secreção de mediadores citotóxicos. 
Os macrófagos desempenham um papel importante no metabolismo de proteínas com 
peso molecular elevado, glicoproteínas e outros materiais e, além disso, estão intimamente 
envolvidos na destruição de células senescentes e apoptóticas. Os macrófagos são 
imprescindíveis para a angiogênese e cicatrização de feridas por meio de sua capacidade de 
induzir neovascularização e proliferação de células endoteliais. Levando-se em consideração 
essas diversas funções, os macrófagos estão presentes em muitas doenças metabólicas, 
infecciosas, inflamatórias e degenerativas. 
O aumento na quantidade de monócitos no sangue (usualmente menos de duas vezes o 
nível normal, ou menos que 10 x 109/L) é uma característica comum de malignidades e de 
doenças inflamatórias crônicas. Contagens mais elevadas devem levantar preocupações sobre a 
presença de alguma malignidade hematológica 
 
Fisiologia Eosinofílica 
Os eosinófilos podem melhorar ou suprimir reações inflamatórias agudas e mediar 
respostas a infecções helmínticas, alergia e determinados tipos de tumor. Assim como os 
neutrófilos, os eosinófilos são capazes de realizar a fagocitose, embora sejam basicamente 
células secretoras. O desempenho da maior parte de suas funções requer a liberação de 
conteúdos granulares ou de espécies reativas de oxigênio. Os eosinófilos respondem a fatores de 
crescimento e a agentes quimiotáticos exclusivos que permitem seu acúmulo em sítios de 
inflamação. 
Os grânulos dos eosinófilos contêm uma forte base proteica e colorem intensamente 
com corantes ácidos. Eles possuem uma aparência marcante e exclusiva na microscopia 
eletrônica. Os grânulos consistem de um núcleo denso circundado por uma matriz relativamente 
radiolucente; a peroxidase eosinofílica é ativa na matriz. O núcleo denso possui uma estrutura 
cristaloide e contém proteínas catiônicas eosinofílicas (ECPs, do inglês eosinophil cationic 
proteins), proteinas básicas principais (MBPs, do inglês major basic proteins) e neurotoxinas 
derivadas de eosinófilos. As MBPs e as ECPs são capazes de produzir danos consideráveis nos 
parasitas através da ligação e do rompimento de suas membranas celulares. 
Os eosinófilos respondem a uma grande variedade de fatores quimiotáticos que 
possibilitam sua penetração nos tecidos e a execução de suas funções. Algumas quimiocinas e 
alguns fatores quimiotáticos, tais como C5a, N-formilmetionil contendo peptídeos e leucotrieno 
B4, estimulam tanto eosinófilos como neutrófilos. Entretanto, diversos estímulos quimiotáticos, 
como as eotaxinas, são altamente específicos para eosinófilos. Tanto a produção como a 
ativação de eosinófilos é afetada pelo GM-CSF, IL-5 e IL-3. Aparentemente, a IL-5 é 
particularmente crítica para a produção e função dos eosinófilos. Após a ativação, os eosinófilos 
aumentam a geração de espécies reativas de oxigênio, melhoram o uso e transporte de glicose, 
aumentam o consumo de oxigênio, reduzem a carga da superfície celular e ativam as fosfatases 
ácidas em grânulos específicos. 
Os eosinófilos melhoram a resposta imune aos helmintos. Esta função é executada por 
meio da ligação à superfície das formas larvais e adultas através de danos nas células-alvo por 
meio de mecanismos que dependem de oxigênio, e que se assemelham aos mecanismos dos 
neutrófilos, e de danos nas superfícies celulares por meio da liberação de proteínas granularescomo MBP e ECP. Essas interações entre eosinófilos e células de hospedeiro são bem menos 
compreendidas, embora a liberação dessas proteínas também cause danos em tecidos normais e 
em células tumorais. Além disso, os eosinófilos produzem citocinas que melhoram a resposta 
inflamatória. Aparentemente, a presença de eosinofilia em pacientes com linfoma de Hodgkin é 
uma função da produção de IL-5 pelas células de Reed-Sternberg. Os eosinófilos contribuem 
para a fibrose do tipo esclerose nodular do linfoma de Hodgkin através da produção do fator de 
crescimento transformador ß. 
 
 
Fisiologia de Basófilos e Mastócitos 
Os basófilos e mastócitos são importantes nas reações imediatas de hipersensibilidade, 
asma, urticária, rinite alérgica e anafilaxia. Eles são estimulados por mediadores solúveis, 
principalmente através do receptor da IgE de alta afinidade, para liberar conteúdos granulares e 
metabólitos do ácido araquidônico das respectivas membranas plasmáticas. O desenvolvimento 
e função dos mastócitos são altamente regulados pelo fator de células-tronco e seu receptor no 
mastócito, a tirosina quinase da proteína c-kit. 
Os grânulos citoplasmáticos dos basófilos e mastócitos contêm glicosaminoglicanos 
sulfatados; em basófilos normais, os glicosaminoglicanos sulfatados são constituídos 
predominantemente de heparina. Os glicosaminoglicanos sulfatados são os principais conteúdos 
granulados responsáveis pela coloração intensa dos basófilos. A maior parte ou mesmo toda a 
histamina em circulação no corpo é sintetizada por basófilos e armazenada em seus grânulos. Os 
mastócitos completam sua maturação nos tecidos e são as fontes principais de componentes 
alérgicos agudos residentes nos tecidos. A desgranulação libera histamina, que faz a mediação 
imediata de muitos efeitos da hipersensibilidade e que, por causa de sua potente quimioatração 
eosinofílica, arrasta os eosinófilos para o sítio da desgranulação. Outras substâncias que são 
liberadas pela desgranulação incluem quimiocinas, citocinas e uma grande variedade de 
metabólitos do ácido araquidônico, incluindo prostaglandinas e leucotrienos. 
 
Fisiologia dos Linfócitos 
Os linfócitos (células B, células T e células NK) derivam de células-tronco 
hematopoiéticas. Essas células se desenvolvem e amadurecem na medula óssea, timo, baço e 
linfonodos, assim como em outros tecidos linfoides especializados. 
 
Distúrbio dos Linfócitos 
Linfocitose 
Usualmente, define-se linfocitose em adultos como contagens absolutas de linfócitos 
superiores a 4.000/µL. Os esfregaços de sangue periférico de qualquer paciente com linfocitose 
devem ser examinados cuidadosamente para determinar a morfologia e a diversidade dos 
linfócitos (p.ex., linfócitos reativos, grandes linfócitos granulosos, blastos ou células manchas). 
A linfocitose pode ser primária ou secundária. A linfocitose primária, geralmente conhecida por 
doença linfoproliferativa, é causada pela desregulação na produção de linfócitos. A linfocitose 
primária inclui as leucemias (leucemia linfocitária crônica, leucemia linfocitária aguda, 
leucemia de células pilosas ou leucemia de grandes linfócitos granulosos), os linfomas e 
a linfocitose de células B monoclonais 
As linfocitoses reativas ou secundárias são condições que envolvem aumentos 
absolutos na quantidade de linfócitos causados por respostas fisiológicas ou fisiopatológicas a 
infecções, inflamações, toxinas, citocinas ou agentes desconhecidos. As causas mais comuns de 
linfocitose reativa são as infecções virais: os responsáveis mais frequentes são o vírus de 
Epstein-Barr, citomegalovírus, vírus de herpes simples, vírus varicela-zoster, rubéola, vírus 
linfotrópico de células T humanas tipo I (HTVL-I), HIV, adenovírus ou um dos vírus de 
hepatite. 
 
Linfocitopenia 
De maneira geral, define-se linfocitopenia como contagens totais de linfócitos 
inferiores a 1.000/µL. Levando-se em consideração que 80% dos linfócitos em circulação em 
adultos são células T, a maior parte dos casos da doença é causada por reduções na contagem de 
células T. Os mecanismos de linfocitopenia geralmente são desconhecidos e, usualmente, as 
causas são diferenciadas como hereditárias ou adquiridas.

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