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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA THIELY KOVALISKI DA SILVA PAULA SANTOS DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE PARTÍCULAS PONTA GROSSA MAIO/2014 AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA THIELY KOVALISKI DA SILVA PAULA SANTOS DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE PARTÍCULAS Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Prof. Cláudia Francine Machado Canova PONTA GROSSA MAIO/2014 2 SUMÁRIO 3 1 OBJETIVOS Determinar a distribuição granulométrica de matérias-primas cerâmicas, utilizando-se diferentes técnicas de caracterização. Construir gráficos a partir dos resultados obtidos e discutir baseando-se nos dados. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.2 Distribuição do tamanho de partícula As partículas são assimétricas e possuem diâmetros com tamanhos diferentes, a distribuição dessas medidas pode ser calculada por métodos aritméticos, geométricos ou harmônicos, considerando a média estatística entre seus valores máximo e mínimo. Para sistemas polidispersos, o tamanho de partículas pode ser determinado por probabilidade e estão associados com sua frequência de ocorrência. Uma curva de frequência de ocorrência oferece uma relação entre grupos de partículas com mesma faixa de tamanho pela porcentagem de ocorrência (Figura 2.1). Pode-se também, com esses dados, obter uma curva de distribuição cumulativa (Figura 2.2) onde fornece a porcentagem total da distribuição granulométrica em função do seu tamanho. Figura 2.1: Distribuição da probabilidade de partículas em função do seu tamanho. Figura 2.2: Exemplo de curva de frequência típica. 4 2.2 Métodos de medida de distribuição de tamanho de partículas 2.2.1 Peneiramento É um método no qual ocorre a separação, em diversas frações, dos sólidos de um solo, sendo feito numa coluna ou pilha de peneiras com abertura de malhas conhecidas. Divide-se em peneiramento grosso e peneiramento fino. Determina-se a percentagem em peso retida ou passante em cada peneira. Anteriormente ao peneiramento, a amostra deve ser seca em estufa e seu peso determinado. Esta amostra será colocada na peneira de maior abertura da série previamente escolhida e levada a um vibrador de peneiras onde permanecerá por tempo necessário, para a efetiva separação das frações do material granular. 2.2.2 Sedimentação A técnica de sedimentação deve ser utilizada para partículas dispersas em líquido quimicamente inerte. A viscosidade e densidade do fluido devem estar relacionadas com a densidade do material para que haja velocidade de sedimentação laminar. Para garantir que as partículas permaneçam defloculadas usa-se um agente dispersor, para reduzir a tensão superficial do líquido e melhorar o contato com a superfície das partículas. Dentre os métodos de sedimentação, o mais utilizado é o de Casagrande. É um processo baseado na Lei de Stokes (1850). Lei de Stokes: “Supondo uma esfera caindo através de uma massa líquida de extensão infinita, após os primeiros instantes de queda, a esfera atinge uma velocidade constante, que é função do quadrado do diâmetro da esfera”. Esta velocidade uniforme se deve a resistência do líquido ao movimento, devido a sua viscosidade. Stokes derivou a força de resistência ao movimento de uma esfera, considerado um coeficiente de fricção infinito, isto é, o solvente forma um meio contínuo em relação à partícula que se sedimenta. A equação de Stokes é válida para um movimento laminar, isto é, movimento lento e para partículas esféricas. 5 2.2.3 Espalhamento de Luz Quando uma radiação eletromagnética incide sobre um sistema qualquer, o campo elétrico da radiação induz uma polarização nos elétrons das moléculas que oscila no tempo com a mesma frequência da radiação. As moléculas, por sua vez, passam a ser fontes secundárias de radiação e difratam a radiação incidente. As mudanças de frequência, a distribuição angular, a polarização e a intensidade da radiação espalhada dependem do tamanho, forma e das interações moleculares dentro do material irradiado. Logo, a partir das características da radiação espalhada de um dado sistema, é possível obter informações sobre estrutura, tamanho e disposição das partículas de uma amostra. Esse é o princípio da técnica de espalhamento estático de luz. Neste método, há a possibilidade de os materiais serem analisados via seca (ar como meio de dispersão) ou por via úmida (formação de suspensão). O meio usado deve ter as seguintes propriedades: “molhabilidade” com as partículas; não reagir com a amostra (dissolução, aglomeração); não seja tóxico, para fácil descarte; seja de baixo custo; transparente e homogêneo; e dissolva o agente surfactante com facilidade. Para facilitar a separação das partículas no meio, pode ser utilizada a desaglomeração física por meio de agitação por bomba ou por ultrassom, ou pela conjunção dos dois sistemas. Contudo, o ultrassom não pode ser usado por muito tempo (tempo limite), para não haver quebra de partículas, que já podem estar dispersas e, assim, afetar a análise do sistema. Todo o processo de espalhamento de luz para análise granulométrica é feita por um equipamento especializado chamado CILAS, no qual o esquema desta técnica é representado na Figura 2.3. 6 Figura 2.3: Esquema de funcionamento do método de feixe de luz. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS 350g de argila SV Agitador Peneiras de 1000, 500, 300, 250, 180, 150, 106, 63, 45 e 38 mesh. Almofariz Pistilo Pincel Béquer plástico 500mL Balança analítica (0,01g) 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente a argila SV foi desaglomerada, com a utilização de um almofariz e um pistilo, e peneirada. Em seguida, pesou-se 350g da argila em uma balança analítica. Em seguida, montou-se duas colunas de peneiras, uma com as 5 peneiras de aberturas maiores e outra com as 5 peneiras de aberturas menores, sendo montadas na ordem decrescente de tamanho de abertura nas duas colunas. Sendo então, a primeira coluna com as peneiras de 1000, 500, 300, 250 e 180 mesh, e a 7 segunda coluna com as peneiras de 150, 106, 63, 45 e 30 mesh. Na base de cada coluna, colocou-se um recipiente, de mesmo formato das peneiras, para a coleta das partículas. Então, os 350g de argila foram colocados sobre a primeira coluna de peneiras, com aberturas maiores, e a mesma foi acoplada num agitador. Esperou-se 20 minutos para retirar a coluna de peneiras do agitador. Tirou-se a massa de argila retida nas peneiras com um pincel e pesou-se a quantidade de material retido. As partículas depositadas no recipiente, no fundo da coluna, foram colocadas sobre a outra coluna de peneiras, com aberturas menores. A segunda coluna foi colocada no agitador e novamente esperou-se 20 minutos para retirar a coluna do mesmo. Posteriormente, tirou-se das peneiras a massa de argila retida com a ajuda de um pincel, pesou-se a quantidade de material retido em cada peneira e a quantidade total de argila. Então, fez-se os cálculos para analisar a granulometria das partículas.8 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a agitação dos sistemas de peneiras, verificou-se que cada uma havia retido certa quantidade do material. Portanto, verificando a massa retida em cada uma delas é possível calcular o percentual da amostra dentro daquela faixa de diâmetro de partícula. Os dados coletados foram organizados na tabela abaixo: Tamanho nominal da abertura da peneira (μm) Faixa de tamanho de peneiras (μm) Frações retidas em cada peneira % de tamanho passante % de tamanho retido massa (g) percentual 1000 maior que 1000 39,53 11,40 88,60 11,40 500 entre 1000 e 500 143,00 41,23 47,38 52,62 300 entre 500 e 300 84,67 24,41 22,97 77,03 250 entre 300 e 250 32,80 9,46 13,51 86,49 180 entre 250 e 180 15,05 4,34 9,17 90,83 150 entre 180 e 150 5,34 1,54 7,63 92,37 106 entre 150 e 106 12,98 3,74 3,89 96,11 63 entre 106 e 63 11,89 3,43 0,46 99,54 45 entre 63 e 45 1,00 0,29 0,17 99,83 38 entre 45 e 38 0,60 0,17 0,00 100,00 menor que 38 0,00 0,00 0,00 100,00 MASSA PASSANTE (g) 346,86 Em todo o processo, houve uma perda de apenas 3,14 g de argila, decorrente da transferência do recipiente de armazenamento para as peneiras e das peneiras para a balança. Essa massa corresponde a menos de 0,9% da massa inicial e não representa uma grande fonte de erros para o experimento. Os dados da tabela podem ser visualizados mais facilmente no gráfico abaixo. Nota-se que a maior parcela da amostra possui entre 500 e 300 μm de diâmetro médio. Isso representa cerca de 65% da amostra analisada. A fração da amostra entre 250 e 180 μm é muito semelhante à situada acima de 1000 μm. Partículas menores que 180 μm representam menos de 10% da amostra. 9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1700 1000 500 300 250 180 150 106 63 45 38 M as sa R e ti d a (% ) Diâmetro Médio (μm) Distribuição Granulométrica 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 1700 1000 500 300 250 180 150 106 63 45 38 M as sa A cu m u la d a (% ) Diâmetro Médio (μm) Granulometria Acumulada 10 O gráfico acima representa o percentual da amostra retido por uma determinada malha, ou seja, a quantidade de partículas maiores que a malha. O ponto médio da curva de distribuição acumulada coincide com a granulometria média encontrada na amostra. Neste caso, fica evidente que cerca de 65% da amostra encontra-se na faixa de 300 a 500 μm. 5 CONCLUSÃO 11 REFERÊNCIAS - P. Silva, A. M. Segadães & T. C. Devezas – Relações Entre Distribuição Granulométrica, Morfologia e Empacotamento de Partículas Num Sistema Real: Alta- alumina. Univ. Beira Interior, Dept. Eng. Electromecânica, Covilhã, Portugal, Univ. Aveiro, Dept. Eng. Cerâmica e do Vidro (CICECO), Aveiro, Portugal. - IRANI, R. R. and CALLIS, C. F., “Particle size: measuremente, Interpretation and Applications” Ed. John Wiley & Sons (1963). - LAI, C. CHING; MACEDO, P. B. and MONTROSE, C. J., Light-Scattering Measurements of Structural Relaxation in Glass by Digital Correlation Spectroscopy, Journal of the American Ceramic Society, Vol. 58, n.3-4, p.120-123, Mar-Apr, 1975
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