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Direito Natural / Direito Positivo por Miguel Reale

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Direito Natural e Direito Positivo: nexos desses direitos na visão de Miguel 
Reale.¹ 
Jailson Ferreira de Oliveira²‘ 
RESUMO 
O presente artigo de revisão mostrará conexões do Direito Natural com o 
Direito Positivo, trazendo uma síntese da visão do notável jurista paulista 
mestre Miguel Reale. Onde o mesmo defende uma ligação de ambas as 
estruturas normativas, correlacionando com os vários elementos históricos e 
sociológicos dos quais decorre uma união desses complexos direitos. 
Apresentaremos a direta ligação conectiva desses Direitos essenciais para o 
firmamento das jurisprudências, firmando ao longo do tempo bases 
fundamentadas para criação de leis e normas, num aprimoramento constante e 
necessário para a manutenção da justiça, assim veremos Reale coadunando 
esses Direitos numa projeção de equidade e unidade. 
PALAVRA CHAVE: Direito Natural, Direito Positivo 
 
INTRODUÇÃO 
O Direito Natural e o Direito Positivo assemelham-se a um casamento, 
onde os nubentes têm princípios com valores diferentes, mas sendo que em 
nome de uma força maior entram em comunhão, aceitando os valores (normas) 
de outrem para que aja uma convivência no mínimo pacífica e condizente de 
comuns acordos já conhecidos ao longo de uma prévia e não mais inédita 
convivência. 
Ao longo do tempo é percebido que o Direito Positivo sobrepôs sobre o 
Direito Natural. Mas a convivência tem sido necessária para que a positividade 
tenha firmeza e seja cada vez mais aprimorada dentro de uma sociedade que 
exige seu espaço naturalmente necessário para harmonização do direito. 
Assim o Direito Natural trás princípios e valores inseridos no Direito Positivo e 
vice e versa. 
¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, ao curso de Direito na Disciplina de Filosofia 
Jurídica. Como requisito para obtenção de nota da II Unid. do 2º Semestre 2014. 
²Graduando em Direito pela Universidade Potiguar – 2NC – jailsonferreira@outlook.com 
Nesse contexto apresentaremos nexos e correlações entre esses, 
direitos, vistos por Miguel Reale, onde para a existência de um convívio 
harmonioso em sociedade, devem interagir sempre com muito diálogo. Assim 
encontrando equilíbrio entre os mesmos no convívio humano. 
1 DIREITO NATURAL 
Podemos compreender que o direito natural nasce com o ser humano, 
onde o direito a vida, torna-se o direito principal inerente a cada pessoa. Não 
importando o espaço no tempo de existência ao qual fora inserido. Algumas 
escolhas não podemos decidir, como por exemplo, em qual país, cultura e 
sociedade queremos nascer e viver. Contudo o direito primordial é o de viver, 
consequentemente o de ser livre e termos isso assegurado, pois são valores 
inerentes e próprio a cada um de nós. 
No entendimento de Miguel Reale, há dois tipos de concepções do Direito 
Natural: o transcendente e o transcendental³: 
O Direito Natural Transcendente é aquele considerado como um 
conjunto de princípios que estão acima das leis positivas e que orientam a 
conduta humana na sociedade, qualquer que seja ela ou o período histórico. 
Os preceitos são resultado da razão humana e da razão divina. Percebe-se 
então que há uma consonância entre duas ideias que marcaram o estudo do 
Direito Natural: a que diz ser este fruto da vontade de Deus e a outra que 
defende a capacidade racional do homem como definidora de tal direito. 
As leis positivas estão então submissas ao Direito Natural, pois este está num 
plano superior, metafísico, atuando como delimitador, estabelecendo o que é 
fundamental e como o legislador, humano, poderá agir na criação das normas. 
O Direito Natural Transcendental é aquele observado nas teorias de 
Rudolf Stammler e Giorgio Del Vecchio, onde há utilização do pensamento de 
Kant. Os princípios são reflexos do pensamento da sociedade, e traduzem o 
ideal de justiça aceito por ela. A liberdade é vista como o ponto de partida para 
os direitos naturais, pois o homem, para poder viver de forma livre, necessita 
de regras que coordenem as suas relações com seus semelhantes. O ser 
humano é visto como o princípio e o fim a que se destina a norma. 
1.2 DIREITO POSITIVO 
O Direito Positivo nasce na observação e é pleiteada da necessidade de 
um povo em organizar seu estado, com as criações de leis e ordenamentos 
que possibilitem o disciplinamento de uma sociedade num determinado Estado. 
O Direito Positivo de fato em algum momento histórico entrou em vigor. Sendo 
que a positividade do Direito pode ser vista como uma relação entre vigência e 
eficácia, e por excelência garante o poder soberano do Estado. Reale ressalta 
o processo da Positivação do Direito da seguinte maneira: 
O Direito sempre é uma concretização do ideal que tem o homem de 
completar-se, de elevar-se material e espiritualmente. Daí o processo 
incessante de renovação do sistema jurídico positivo. Tendo em vista 
uma adaptação cada vez mais imperfeita às situações novas que se 
constituem. A norma jurídica não resulta, pois, do fato bruto, do fato 
social em si, mas do homem que se põe diante do fato e o julga, 
firmando uma norma de adesão ou de repulsa, segundo os princípios 
do justo e do injusto. (Reale, 2002) 
Podemos ver na história, que o povo soberanamente pode decidir seu 
destino, até contra o Direito Positivo, mas, uma vez constituído o Estado, os 
poderes dos povos limitam-se no ordenamento jurídico vigente. O Estado 
torna-se detentor do poder por excelência, capacitado de poderes primários 
fundamentais para o bem comum da população. ( Reale, 1999, p. 158). 
O Estado brasileiro cria leis praticamente todos os dias, ele é o agente 
que modifica as normas. Com isso entendemos que a normatização das leis 
não tem valores absolutos podem modificar-se conforme a vontade dos 
legisladores diante as necessidades iminentes da nação. 
Por mais que tenhamos inúmeras leis, normas e estatutos é importante 
ressaltarmos que mesmo que não haja uma lei vigente para determinado 
conflito ou mesmo situação que necessite de julgamento, contudo em nosso 
Direito Positivo encontramos um preceito que coincide com o vigente na 
maioria dos países. Fazendo referência ao art. 4.° da Lei de Introdução ao 
Código Civil, por força do qual, quando a norma jurídica for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais 
de direito. Idêntico dispositivo se encontra no art. 8.° da Consolidação das Leis 
do Trabalho, sendo, na realidade, essa remissão aos princípios gerais de 
direito cada vez mais frequente no Direito contemporâneo. 
O legislador é o primeiro a reconhecer que o sistema das leis não 
possibilita de cobrir todo o campo da experiência humana, ficando sempre 
grande número de situações imprevistas, algo que era impossível ser 
vislumbrado sequer pelo legislador no momento da feitura da lei. Para essas 
brechas há a possibilidade do recurso aos princípios gerais do direito, mas é 
necessário advertir que a estes não cabe apenas essa tarefa de preencher ou 
suprir as lacunas da legislação. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A comunhão do Direito Natural com o Direito Positivo intercala-se da 
necessidade do ser humano entender e encontrar parâmetros para uma 
convivência harmoniosa. Na verdade o positivismo nasce para assegurar os 
tão primordiais Direitos Naturais, encontrando forças para a sobrevivência, 
transpondo barreiras de pensamentos em período históricos diferentes. Por 
mais que muitos encontrem distâncias nesses direitos é percebido um 
equilíbrio constante entre eles. O direito positivo não é perfeito, pelas normas a 
ele inseridas estarem condicionadas ao desgaste pela evolução da sociedade. 
Assim, Reale confirma sua posição de que o direito positivo dependedo direito 
natural, pois, será na busca de costumes e princípios do jusnaturalismo, sendo 
através da manifestação da sociedade que ele se expressa, a existência do 
verdadeiro direito. 
ABSTRACT 
This review article will show the Natural Law connections to the positive law, 
bringing a vision of remarkable synthesis of São Paulo master jurist Miguel 
Reale. Where it maintains a connection of both regulatory frameworks, 
correlating with the various historical and sociological elements of which follows 
a union of these complex rights. Present direct connective link these essential 
rights to the firmament of jurisprudence, establishing bases over time grounds 
for creation of laws and rules in a constant improvement and necessary for the 
maintenance of justice, so we will see Reale Consistent these rights on a 
projection of equity and unit. 
KEY WORD: Natural law, positive law 
 
REFERÊNCIAS 
REALE, Miguel. Direito Natural/Direito Positivo. 1ª edição. Editora Saraiva. 
São Paulo-SP, 1984. 
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo, Saraiva 
2002 
REALE, Miguel, Filosofia do direito. 19ª. ed. - São Paulo, Saraiva, 1999. 
³http://www.artigojus.com.br/2011/12/direito-natural-concepcao-de-miguel.html, 
acesso em 16/11/2014

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