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Líbia: Geografia, População e Economia

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Líbia 
 
Da década de 1970 em diante, a Líbia apareceu freqüentemente nos 
noticiários internacionais por causa das atitudes de seu chefe de estado, 
Muammar al Kadhafi, acusado de apoiar o terrorismo. País muçulmano 
em que várias culturas mediterrâneas deixaram marca, a Líbia tem a 
maior parte de seu território desértico, mas sobre lençóis petrolíferos. 
A República Árabe Líbia Popular e Socialista é um grande país do centro-
norte da África, com uma superfície de 1.757.000km2. Limita-se a leste 
com o Egito, ao sul com o Níger, o Tchad e o Sudão, e a oeste com a 
Tunísia e a Argélia. Ao norte confina com o Mediterrâneo, diante dos 
litorais italiano e grego. 
Geografia física. O território líbio constitui-se de planaltos de 200 a 
600m de altura, que fazem do país o mais elevado do norte da África. 
Suas terras integram o Saara, exceto na zona costeira, onde se 
diferenciam claramente duas regiões: Tripolitânia e Cirenaica, 
respectivamente a oeste e a leste do golfo da Grande Sirte, que são as 
únicas áreas férteis do país além de alguns oásis. A paisagem típica da 
Líbia mostra grandes extensões de areia, com pontos montanhosos que 
surgem ocasionalmente. Na árida região de Fezã, as dunas atingem 
centenas de metros de altura. O pico mais alto, o Bete (2.286m), 
encontra-se ao sul, nos montes Tibesti. 
O clima é desértico, embora a influência do Mediterrâneo suavize as 
temperaturas, que vão de 11 a 28o C na costa e de 18 a 38o C no 
interior. As precipitações, em geral escassas, alcançam de 400 a 500mm 
no norte, contra os 25mm do deserto da Líbia. A escassez de cursos 
fluviais permanentes se compensa pela existência de extensos depósitos 
de água subterrânea e diversos oásis. 
O rigor das condições naturais torna também muito escassa a vida 
vegetal: as plantas, em geral de vida curta, crescem quando chove e 
definham com rapidez. A fauna, típica dos desertos africanos, compõe-
se de roedores, raposas, chacais, hienas, gazelas, gatos selvagens, 
águias e abutres. 
População. Os líbios são predominantemente berberes e a maior parte 
deles adotou a cultura árabe. Alguns grupos minoritários conservam a 
língua berbere, mesmo sendo o árabe a língua oficial. Outras minorias 
étnicas são as de negros, judeus e grupos reduzidos de italianos e 
gregos, cujo número decresceu a partir do fim da década de 1960. Nos 
oásis do sudoeste habitam pequenos grupos de tuaregues, que 
deixaram para trás sua tradicional vida nômade. 
Três quartos da população urbana vivem em Trípoli, a capital, e em 
Bengazi (Banghazi), que também sedia importantes funções 
administrativas. A faixa costeira mediterrânea é a zona de maior 
concentração de habitantes. Na última década do século XX, a 
 
 
densidade populacional mal chegava aos dois habitantes por quilômetro 
quadrado, em virtude das enormes extensões desérticas. 
A taxa de natalidade é alta e a de mortalidade relativamente reduzida, o 
que resulta em crescimento demográfico elevado. O censo registra 
população masculina relativamente mais numerosa, em virtude do 
costume de não registrar, às vezes, os nascimentos femininos. (Para 
dados demográficos, ver DATAPÉDIA.) 
Economia. A Líbia é uma república socialista. O governo controla e 
planifica a economia, fundamentalmente baseada na extração e 
exportação de petróleo e gás natural, setor responsável por mais da 
metade do produto interno bruto. O país é pobre em recursos agrícolas; 
a produção do setor não chega a três por cento do produto interno 
bruto. Cultivam-se principalmente tomate, trigo, batata e azeitona na 
faixa costeira e tâmaras, nos oásis. Os rebanhos compõem-se sobretudo 
de ovelhas, cabras e vacas para leite e carne, assim como camelos e 
cavalos, usados como meios de transporte. Na pesca, explorada 
principalmente por gregos, italianos e malteses, predomina o atum. 
A infra-estrutura necessária para a exploração dos recursos minerais foi 
implantada, a partir do fim da década de 1950, pelas multinacionais do 
petróleo, que exploraram os poços mediante concessões até serem 
nacionalizadas, em 1973, pelo governo do coronel Muammar al Kadhafi. 
A Líbia, porém, carece de tecnologia própria e mão-de-obra qualificada 
nacional, pelo que recorre a técnicos estrangeiros. Graças à receita 
provinda do petróleo, os líbios contam com elevada renda per capita. O 
país tem outros recursos minerais, como o gesso. 
A indústria é escassamente desenvolvida. Entre os produtos principais 
estão a cal, o cimento e os derivados de petróleo. Há projetos para a 
produção de energia nuclear, mas quase toda a eletricidade provém de 
centrais térmicas de óleo combustível. 
Os países com que a Líbia tem maior intercâmbio comercial são os da 
Comunidade Européia, especialmente a Itália. Entre as principais 
importações incluem-se alimentos, equipamentos de transporte e 
maquinaria. O petróleo cru é o mais importante produto de exportação. 
A rede de transportes limita-se quase exclusivamente à zona litorânea, 
embora os oásis do interior tenham boa comunicação com o resto do 
país. Os portos mais importantes são os de Trípoli e Bengazi, cidades 
em que também ficam os principais aeroportos. (Para dados 
econômicos, ver DATAPÉDIA.) 
História. Antigo assentamento de povos tão díspares quanto os fenícios, 
os romanos e os turcos, a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, 
no século II antes da era cristã. Fenícios e gregos chegaram ao país no 
século VII a.C. e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-
se na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros 
 
 
das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no 
século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região. 
O império bizantino, continuador do romano, ganhou terreno com o 
declínio de Roma. No século VII da era cristã, porém, o impulso 
conquistador dos árabes transformou o lugar em sólido baluarte para o 
Islã. Durante pouco mais de três séculos, os berberes almôadas 
mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica 
esteve sob o controle egípcio. No século XVI, os otomanos unificaram o 
território e estabeleceram o poder central em Trípoli. 
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou 
Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as 
regiões de Fezã, Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia. 
Em 1835, o império otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, 
embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em 
meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã. 
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na 
Tripolitânia, a Itália declarou guerra à Turquia e invadiu a Líbia. A 
resistência dos sanusis dificultou a penetração do Exército italiano no 
interior, mas em 1914 todo o país estava ocupado. Durante a primeira 
guerra mundial, os líbios recuperaram o controle de quase todo o 
território, à exceção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos 
empreenderam a reconquista do país. Em 1939, a Líbia foi incorporada 
ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura econômica do 
país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a rede de 
estradas e o fornecimento de água às cidades. 
Durante a segunda guerra mundial, o território líbio foi cenário de 
combates decisivos. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se 
do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a 
administrar Fezã. Em 1951 proclamou-se a independência da Líbia. O rei 
Idris I, da dinastia dos sanusis, ocupou a chefia do estado. 
Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos 
para a implantação de bases estrangeiras em seu território. A influência 
econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter 
tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de 
jazidas de petróleo em1959 constituiu no entanto fator decisivo para 
que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que 
provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o 
Egito. 
Em 1969, um golpe liderado pelo coronel Muammar al-Kadhafi depôs o 
rei e implantou uma república muçulmana militarizada e de organização 
socialista. O coronel Kadhafi, chefe de estado a partir de 1970, expulsou 
os efetivos militares estrangeiros, estatizou o petróleo e procurou 
desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou 
graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países 
 
 
árabes moderados (Egito, Sudão). Apoiado pelo partido único, a União 
Socialista Árabe, Kadhafi interveio na política de outros países, como o 
Sudão e o Tchad. Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa 
Confederação de Repúblicas Árabes que se dissolveu em 1979. Em 
1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em 
1986. 
A rejeição a Israel, as manifestações anti-americanas e a aproximação 
com a União Soviética, por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na 
década de 1980. As acusações de que o governo líbio patrocinava ou 
estimulava o terrorismo internacional desencadearam, em abril de 1986, 
um ataque da aviação americana a vários alvos militares, em que 
pereceram 130 pessoas. Kadhafi, que perdeu uma filha adotiva quando 
sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem 
internacional deteriorou-se rapidamente. 
Para tirar o país do isolamento diplomático, no início da década de 1990 
o chefe líbio dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências 
ocidentais e com as nações vizinhas. Contudo, apesar de sua 
neutralidade na guerra do golfo Pérsico, a Líbia se manteve sob 
crescente isolamento internacional até meados da década. Os Estados 
Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação das Nações Unidas, 
impuseram pesados embargos ao comércio e ao tráfego aéreo líbio, 
porque o governo se negava a extraditar os dois líbios suspeitos de 
terem colocado uma bomba num avião que explodiu sobre Lockerbie, na 
Escócia, em 1988, e matou 270 pessoas. 
Instituições políticas. Governa a Líbia o único partido do país na 
legalidade, a União Socialista Árabe. O Congresso Geral do Povo elege o 
chefe de estado, o "líder revolucionário", e seu gabinete, o Comitê Geral 
do Povo. O país é dividido em 25 municipalidades, por sua vez 
subdivididas em zonas. 
Sociedade e cultura. As divisas provenientes do petróleo permitiram ao 
governo líbio a implantação de planos de bem-estar social que, em 
certos campos, melhoraram consideravelmente as condições de vida do 
povo. Uma extensa rede de hospitais e centros de saúde presta 
assistência médica gratuita a toda a população. Mesmo assim, a 
hepatite, as febres tifóides, as doenças venéreas e a meningite 
continuam a fazer vítimas. O problema da desnutrição, no entanto, foi 
erradicado. 
Entre os seis e os 15 anos, etapa correspondente aos ciclos primário e 
intermediário, a educação é gratuita e obrigatória. A Líbia tem duas 
universidades, em Trípoli e em Bengazi. A religião praticada pela imensa 
maioria da população é o islamismo. Uma minoria professa o 
cristianismo. O estado garante liberdade religiosa aos cidadãos. 
A vida cultural gira em torno das tradições populares. A música 
tradicional é tipicamente árabe, tocada em conjuntos de flautas e 
 
 
tambores. O artesanato popular produz tecidos, bordados e tapeçaria. 
Como o Islã proíbe a representação de animais e de pessoas, os motivos 
desses trabalhos costumam ser arabescos e desenhos geométricos. O 
governo fornece verbas para a manutenção e o incentivo às artes e ao 
folclore em geral.

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