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Resumo e Questões - Pr. Conhecimento

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Pr. Conhecimento/Fase SANEADORA + Quest�es.docx
VALDIR e EDSON ajuizaram a presente ação contra BANCO DO BRASIL S.A. e contra RIVAIR, todos devidamente qualificados nos autos, alegando, em síntese, que, em 27 de julho de 2010, VALDIR alienou todas as suas cotas do capital social de HUMAN TOUCH HAIR BEAUTY S/S EPP para EDSON. Este último, por sua vez, em 19 de julho do ano seguinte, cedeu todas as suas cotas junto à sociedade para RIVAIR, estabelecendo que assumiria todos os direitos e obrigações que lhe competiam. Porém, os autores foram surpreendidos quando, em 25 de abril de 2012, receberam notificações do banco-réu em razão do atraso no pagamento das prestações de empréstimo vencidas no mês anterior, o que culminou com a inscrição do nome de ambos em cadastros de inadimplentes. As tentativas de contatar o sócio réu para esclarecimentos restaram infrutíferas, mas, diligenciando junto à instituição financeira, foi-lhes informado que constavam como fiadores dos empréstimos realizados pela empresa HUMAN TOUCH. Nesse passo, ou teria havido negligência do banco, que não observara a mudança no contrato social, ou RIVAIR não teria dado ciência ao banco da alteração. 
Por conseguinte, pleitearam a declaração de inexistência de qualquer negocio jurídico junto aos réus, bem como a condenação destes ao pagamento de indenização por danos morais, a serem arbitrados. 
A petição inicial (fls. 02/06), que atribuiu à causa o valor de R$10.000,00, veio acompanhada de documentos (fls. 07/42), almejando a comprovação dos fatos em que a parte autora funda sua pretensão. 
Proferiu-se decisão que modificou o procedimento ao ordinário e que indeferiu o pedido de tutela de urgência (fls. 43/44). 
Regularmente citado (fls. 78), BANCO DO BRASIL S.A. ofertou contestação (fls. 47/68), com documentos (fls. 69/71), suscitando, preliminarmente, inépcia da inicial quanto ao pedido de danos morais, ante a falta de indicação dos fundamentos fáticos e jurídicos pertinentes.
 No mérito, alegou, em suma, que permanecem responsáveis pelas dívidas mesmo depois de sua retirada da sociedade. Além disso, a responsabilidade persistiria também face à ausência da averbação da modificação realizada no contrato social da empresa perante a JUCESP. De seu turno, os danos morais foram impugnados, pois os prejuízos alegados não restaram comprovados. Demais disso, não houve ato ilícito, mas apenas exercício regular de um direito. Logo, requereu, se não acolhida a preliminar arguida, a improcedência da demanda. 
Devidamente citado (fls. 78), RIVAIR apresentou contestação (fls. 47/68), com documentos (fls. 69/71), arguindo, preliminarmente, sua ilegitimidade passiva, vez que os contratos foram firmados com a sociedade, e não com ele, bem como a impossibilidade jurídica do pedido, porquanto impossível declarar inexistente o negócio até que os artigos 1.003 e 1.032 do Código Civil sejam cumpridos. 
No mérito, aduziu, em resumo, que a responsabilidade dos sócios que se retiram da sociedade remanesce por até dois anos depois de feitas as devidas averbações, cuja realização cabia aos autores. De qualquer modo, a qualidade de fiador e a de sócio não se confundem. 
Impugnou os danos morais, que não restaram comprovados. Por conseguinte, requereu a improcedência da demanda. 
Houve réplica (fls. 93/95). 
É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO. 
1) A designação de audiência preliminar, nos termos do artigo 331, parágrafo 3o, do Código de Processo Civil, mostra-se despicienda, porque inviável a obtenção de conciliação, diante da alegação das partes. 
2) A preliminar levantada de inépcia da petição inicial, em relação ao pedido de reparação por dano moral, carece de fundamento. A peça vestibular tem por bastante para sua admissibilidade como apta a instaurar a relação jurídico-processual a existência de causa de pedir da qual logicamente decorre o pedido. 
Nesse sentido, trilha a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça: 
“PROCESSUAL CIVIL. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS CONTAS VINCULADAS DO FGTS. PETIÇÃO INICIAL. INÉPCIA NÃO CONFIGURADA. ‘Ainda que o pedido formulado pelos autores não tenha sido elaborado em conformidade com a mais elevada técnica processual, descabe ao julgador indeferir de plano a petição inicial, quando se pode extrair, do seu contexto, o pedido e a causa de pedir.’ (REsp 742.775/SP, 2ª T., Min. Eliana Calmon, DJ 15.08.2005). Precedentes do STJ: AgRg no REsp 534.623/SP, 2ª T., Min. Franciulli Netto, DJ de 05.09.2005; AgRg no REsp 568.329/SP, 1ª T., Min. Francisco Falcão, DJ de 23.05.2005; REsp 255.562/RJ, 1ª T., Min. Garcia Vieira, DJ de 14.08.2000” (REsp 839.737/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15.08.2006, DJ 31.08.2006 p. 269). 
A petição inicial, no caso sub examine, observa todos os requisitos impostos pelo artigo 282 e 283 do Código de Processo Civil, uma vez que da exposição da causa de pedir – apontamento indevido do nome dos autores nos órgãos de proteção ao crédito, o que teria lhes impossibilitado compras a crédito e lhes ferido a dignidade – decorre logicamente o pedido – indenização pelos danos morais experimentados. De outro lado, houve sua exposição de maneira a permitir o exercício da ampla defesa e o conhecimento da pretensão exercida. 
3) A preliminar de carência de ação, por impossibilidade jurídica do pedido, não encontra amparo. Como ensina José Roberto dos Santos Bedaque, “demanda juridicamente impossível significa ser irrelevante eventual controvérsia fática, pois a improcedência pode ser afirmada desde logo, por manifesta colidência com a ordem jurídica” (Efetividade do Processo e Técnica Processual, 2a ed., Malheiros, p. 280). No caso em tela, o pedido de tutela jurisdicional não se mostra, a priori, afastado pelo ordenamento jurídico. 
4) A preliminar levantada de carência de ação por ilegitimidade passiva ad causam não merece guarida. Consoante ensinam Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco: “Assim, em princípio, é titular de ação apenas a própria pessoa que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade ativa), podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente (legitimidade passiva)” (Teoria Geral do Processo, 17a ed., Malheiros, p. 260). Anote-se, no mais, que as condições da ação devem ser verificadas, em regra, in statu assertiones, ou seja, segundo a narrativa da petição inicial (cf. José Roberto dos Santos Bedaque, Poderes Instrutórios do Juiz, 4ª edição, Revista dos Tribunais, p. 52/53). 
No caso em tela, imputam os autores ao corréu RIVAIR o descumprimento da obrigação assumida no contrato de cessão de cotas sociais entabulado pelas partes, de sorte que presente sua pertinência subjetiva para figurar no polo passivo da relação processual. 
5) O moderno processo civil não se contenta com a inércia do juiz, calcada no princípio dispositivo. Ao revés, reveste o juiz de poderes instrutórios, de forma a possibilitar a elucidação das alegações objeto do processo. Nessa esteira, consoante o artigo 355 do Código de Processo Civil, admite a emanação, de ofício, do comando à parte para a exibição do documento que se encontre em seu poder e repute imprescindível para o deslinde da controvérsia (cf., nesse sentido, Theotonio Negrão et alli, Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor, 39a ed., São Paulo: Saraiva, 2007, p. 487). 
Nessa direção, trilha a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça: “PROCESSUAL CIVIL. EXTRATOS DAS CONTAS VINCULADAS. PERÍODOS ANTERIORES À CENTRALIZAÇÃO DO FGTS PELA CEF. A produção da prova pode ser determinada não apenas a requerimento da parte, mas também de ofício pelo Juiz, se for o caso (art. 130 do CPC)” (REsp 856.862/PE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22.08.2006, DJ 14.09.2006 p. 295). 
Assim, sob pena da presunção de veracidade, nos termos do artigo 359 do Código de Processo Civil, das alegações que o documento tem por
objeto a prova – inexigibilidade do débito inscrito nos cadastros de inadimplentes –, junte o corréu BANCO DO BRASIL S.A., em dez dias, o contrato firmado pela sociedade da qual faziam parte os autores que justificariam o apontamento desabonador. 
Como ensina Cândido Rangel Dinamarco: “O ônus de exibição é imposto ao adversário da parte interessada em obter o documento ou coisa, sob pena de se admitirem como verdadeiras as alegações que por meio deles a parte pretendia provar (art. 359). Como todo ônus, este não passa de um imperativo do próprio interesse da parte detentora do documento ou coisa, o que significa que sua vontade lhe dirá se mais lhe agrada exibi-los ou não, mas sua inteligência lhe aconselhará exibi-los sob pena de suportar um mal maior” (Instituições de Direito Processual Civil, 2a ed, Malheiros, 2002, p. 572). Intime-se.
COM BASE NO DESPACHO ACIMA TRANSCRITO, RESPONDA AS SEGUINTES PERGUNTAS, JUSTIFICANDO-AS:
O que está sendo pedido pelo autor da ação ?
A petição inicial cumpriu os requisitos do artigo 282 e 283?
Houve atribuição do valor à causa?
Houve indeferimento de algum pedido inicial ?
Os réus apresentaram defesa? Qual?
O que alegaram os réus em sua defesa? Houve matéria preliminar (artigo 301) e defesa de mérito? O que arguiram em cada uma delas?
Houve alguma providência preliminar?
Houve designação de audiência preliminar (artigo 331). Sim ou não e qual o motivo?
O que restou decidido pelo juiz no despacho saneador?
Pr. Conhecimento/Peticao Inicial - modelo cobranca..PDF
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
_____VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DA CAPITAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO.
� Deixar um espaço de aproximadamente 4 cm na margem esquerda
� DEIXAR ESPAÇO DE 10 LINHAS
TÍCIO NAPIOR, (nacionalidade), (estado civil), (profissão),
portador do documento de identidade RG n.º XX.XXX.XXX
e inscrito perante o CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX,
residente e domiciliado a Rua Xxxxx Xxxxx, XXX – (Bairro) –
Cidade – Estado – Cep: 00000-000., por seu advogado que
esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com
endereço profissional Praça da Sé, nº0, sala 00 – Sé – São
Paulo - SP – CEP: 01001-000 - Fone: 0000-0000 – e-mail:
xxxxxxxxx@adv.oabsp.org.br, onde poderá receber
publicações e intimações, vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos (artigo
418 e 884 do Código Civil combinados com artigo 282 e
seguintes do Código Processo Civil), propor a presente
AÇÃO DE COBRANÇA PELO RITO ORDINÁRIO
em face de MÉVIO CALOTE, (nacionalidade), (estado civil),
(profissão), portador do documento de identidade RG n.º
XX.XXX.XXX e inscrito perante o CPF/MF sob o nº
XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado a Rua Xxxxx
Xxxxx, XXX – (Bairro) – Cidade – Estado – Cep: 00000-000.,
consubstanciado nas razões de fato e direito a seguir
aduzidas:
Art. 282, I do CPC ( A petição
inicial indicará: I - o juiz ou
tribunal, a que é dirigida;
O aluno deve observar as disposições sobre
competência nos artigos 91 a 111 do CPC, Lei de
Organização Judiciária e legislações extravagantes.
Esse espaço e necessário para furação, quando
houver a autuação da inicial, de forma que o texto
continuará visível
Este espaço servirá pra o magistrado
despachar.
Nome completo e qualificação completa do autor. Art.
282, II do CPC (II - os nomes, prenomes, estado civil,
profissão, domicílio e residência do autor e do réu;)
O aluno não deve esquecer-se de fazer
menção que a procuração acompanha a
inicial – art. 36 e 37 do CPC
O aluno deve indicar o fundamento da pretensão
da parte. Apesar de não haver exigência legal, para
exame de ordem é aconselhável que conste o
fundamento legal
O nome iuris da ação não é importante, o que lhe
define a natureza são os pedidos formulados.
Aconselha-se a nominar a ação com uma correlação
ao pedido deduzido.
Nome completo e qualificação completa do réu. Art. 
282, II do CPC (II - os nomes, prenomes, estado civil, 
profissão, domicílio e residência do autor e do réu;)
Dos fatos
O autor é designer de casas noturnas, seu ofício
consiste em projetar e executar restaurantes, pizzarias,
etc, tendo realizado diversos trabalhos nesta área.
O réu lhe propôs para montar uma lanchonete
temática (doc. xx/xx), o autor se encarregaria da
montagem da casa até o funcionamento, quando então
o réu passaria a explorar a atividade empresarial.
Para tal finalidade todas as despesas para a
execução do projeto seriam de responsabilidade do réu,
que deveria paga-las no momento da entrega do
empreendimento, devidamente acrescidas de um
percentual de 15% a título de remuneração do trabalho
do autor.
O montante dos gastos efetuados pelo autor na
empreita, em valores em XX/XX/XXXX, somam a quantia
nominal de R$ 100.000,00 (cento mil reais), que
devidamente atualizados para mês de XXXXX de XXXX
montam a quantia de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais), conforme demonstra a planilha de atualização
anexa (doc. xx/xx).
Após a entrega do negócio ao réu, este passou a
evitar o autor, sendo que todas as tentativas para
recebimento dos valores gastos na empresa do réu
foram inúteis, não restando alternativa, foi compelido a
ingressar com a presente demanda intentando ser
ressarcido do enriquecimento indevido do réu.
Requisito constante do artigo 282, III
que compõe a causa de pedir. (III - o
fato e os fundamentos jurídicos do
pedido;)
Elabore parágrafos curtos,
utilize uma linguagem simples,
vocábulos que você saiba o
significado. Lembre-se o mais
importante é que o destinatário
da petição inicial entenda o que
se pretende. O destinatário é o
juiz, assim, é imprescindível
para um resultado satisfatório
que este entenda o pleito.
Do direito
A negativa do réu em restituir ao autor os valores gastos
com o empreendimento comercial configura em tese
enriquecimento sem causa por parte destes nos moldes
do artigo 884 do Código Civil.
O enriquecimento compreende todo aumento
patrimonial e todo prejuízo que se evite o
empobrecimento, toda diminuição efetiva do
patrimônio ou a frustração de vantagem legítima. Entre
o enriquecimento de uma pessoa e o empobrecimento
de outra é necessário que haja um vinculo, ou seja, um
nexo causal, fazendo com que o primeiro enriqueça à
custa do segundo.
Consiste, como geralmente ocorre, na deslocação de
um valor de um patrimônio para outro, exatamente o
que aconteceu no caso em tela onde o autor arcou com
todas as custas da implantação do negócio em questão
(Hamburgueria), não tendo sido ressarcido por tais
despesas como ficará acordado com o réu, havendo
assim diminuição em seu patrimônio.
A doutrina identifica alguns requisitos para que se
configure o enriquecimento sem causa, a saber:
a)ausência de justa causa;
b)locupletamento;
c)nexo causal entre o enriquecimento e o
empobrecimento.
Requisito constante do artigo 282,
III que compõe a causa de pedir.
(III - os fundamentos jurídicos do
pedido;)
Os fundamentos jurídicos do
pedido - não basta invocar a
norma jurídica, é necessário
tecer uma correlação entre a
norma geral e abstrata e a
situação “in concreto”
O aluno deve ao fundamentar
fazê-lo em estilo de
dissertação, de forma que para
cada tese suscitada deve haver
introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Orlando Gomes ensina que
"há enriquecimento ilícito quando alguém, às expensas de
outrem, obtém vantagem patrimonial sem causa, isto é, sem
que tal vantagem se funde em dispositivo de lei ou em negócio
jurídico anterior".
Como enriquecimento do réu,
podemos entender o aumento patrimonial
ou quando recebendo uma prestação
de
serviços, deixa de efetuar gastos que seriam
efetuados para se alcançar o resultado
desejado.
Ensina Silvio de Salvo Venosa que:
Há, contudo, no próprio estatuto de 2002, um instituto que pode socorrer
tais situações, remediando o prejuízo sofrido pelo credor. Trata-se do
enriquecimento sem causa, previsto nos artigos 884 a 886 do novo Código
Civil. É freqüente que uma parte se enriqueça, isto é, obtenha vantagem
patrimonial em detrimento de outra. Aliás, é isso que ocorre nos contratos
unilaterais e gratuitos, como a doação. Porém, há situações que esse
desequilíbrio ocorre sem fundamento, sem causa jurídica. A função primordial
do direito é justamente a de manter o equilíbrio social como fenômeno de
adequação social. O enriquecimento sem causa, definido no artigo 884 do
código, é uma das fontes das obrigações e mesmo perante a ausência de
texto no sistema civil anterior, aplicava-se como uma categoria geral, desde
as origens do fenômeno em ações específicas do direito romano. Existe
enriquecimento sem causa - enriquecimento injusto, enriquecimento ilícito ou
locupletamento indevido - sempre que houver uma vantagem de cunho
econômico, sem justa causa, em detrimento de outrem.
O aluno poderá e é
recomendável que
insira opinião de
doutrinadores e
jurisprudências sobre o
tema, a fim de reforçar
a tese defendida.
A ação de enriquecimento sem causa ("in rem verso") tem por objeto tão-
só reequilibrar dois patrimônios, desequilibrados sem fundamento jurídico.
Não se confunde com uma ação por perdas e danos ou derivada de um
contrato. Deve ser entendido como sem causa o ato ou negócio jurídico
desprovido de razão albergada pela ordem jurídica. A causa poderá existir,
mas sendo injusta, estará configurado o locupletamento. Em matéria
cambial, existe referência expressa no direito positivo à essa ação, no
artigo 48 da Lei nº 2.044 , de 1908. Por esse dispositivo permite-se uma
ação de rito ordinário contra o sacador ou aceitante de um título de
crédito que se tenha enriquecido indevidamente.
Ilustre Pretório é exatamente o caso dos
autos, em que o autor colocou seu patrimônio no
negócio do réu, ficando prejudicado pelo não
ressarcimento, por outro lado, o réu não apenas
ficou explorando a atividade empresarial, como
também com todas as melhorias introduzidas no
imóvel.
Neste sentido vem decidindo o Superior
Tribunal de Justiça, verbis:
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (OU SEM CAUSA) - PRESCRIÇÃO -
CORREÇÃO MONETÁRIA - I. Não se há negar que o enriquecimento
sem causa é fonte de obrigações, embora não venha expresso no
Código Civil, o fato é que o simples deslocamento de parcela
patrimonial de um acervo que se empobrece para outro que se
enriquece é o bastante para criar efeitos obrigacionais. II. Norma
que estabelece o elenco de causas interruptivas da prescrição inclui
também como tal qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial,
que importe em reconhecimento do direito pelo devedor.
Inteligência do art. 172 do Código Civil. (STJ - Resp 11.025 - SP - 3ª T
- Rel. Min. Waldemar Zveiter - DJU 24.02.92).
GOMES, Orlando. Obrigações. 6ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1996,
p. 250.
Dos pedidos
Diante de todo o exposto, vem a presença de Vossa Excelência 
requerer:
� Os benefícios da justiça gratuita nos termos da Lei nº. 1060/50,
declarando a autora sob as penas da lei, ser pessoa
comprovadamente pobre na acepção jurídica do termo e não tem
como demandar em juízo sem prejuízo do próprio sustento e de sua
família, para tal junta aos autos declaração de pobreza (doc.00) ;
� A citação do réu no endereço declinado no preâmbulo, a qual
deverá ser feita por via postal, o que fica desde já requerido, com
os benefícios que alude o art. 172, §2º, CPC, para querendo
apresentar resposta a presente demanda, sob pena de ser
considerado revel caso não o faça, nos termos do artigo 285 do CPC;
� A condenação do réu, ao ressarcimento do valor total dos gastos
realizados pelo autor, os quais devidamente atualizados montam a
quantia de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), devidamente
acrescidos da correção monetária e dos juros moratórios no
montante de 1% ao mês, nos termos do artigo 406 do CC ;
� Seja o réu condenado ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios nos termos do artigo 20, § 3º do Código de
Processo Civil .
� Requer por fim, que as intimações pela Imprensa Oficial sejam
realizadas em nome do patrono XXXXXXX XXXXXXXX, OAB/SP
xxx.xxx com escritório na Praça da Sé, n°xx - sala 00 – Sé - São Paulo
– SP – Cep. 00000-000 – Tel.: 0000-0000.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal dos
representantes legais da empresa ré e juntada de outros documentos
que se fizerem necessários para elidir prova produzida pela ré, o que
fica desde já expressamente requerido .
Artigo 282, IV - o pedido,
com as suas especificações;
Caso existam elementos no problema que
autorizem o pleito de gratuidade processual, o
aluno deverá realizar o pedido, mencionando
que a declaração de pobreza firmada pela
parte, acompanha os documentos.
Art. 282 - VII - o
requerimento para a citação
do réu. O aluno deve
especificar a modalidade de
citação.
Lembre-se não se esqueça de realizar seu pedido e seja
específico, pois devido ao principio da inercia da
jurisdição, o magistrado apenas decidirá o que for
deduzido e pedido.
Apesar do artigo 20 do CPC tratar-se de norma de
ordem pública devendo o magistrado aplica-la de
ofício, recomenda-se ao aluno que deduza o pedido,
inclusive mencionando o respectivo dispositivo legal.
Art. 282, VI - as provas com
que o autor pretende
demonstrar a verdade dos
fatos alegados;
Dá-se à causa o valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais).
Termos em que, cumpridas as necessárias formalidades
legais, deve a presente ser recebida e ao final provida, julgando
procedentes os pedidos do autor , como medida de Justiça!!
Termos em que, pede deferimento.
São Paulo, 11 de abril de 2012.
Advogado
OAB/SP XXX.XXX
V - o valor da causa;
Para determinar o valor de
causa o aluno deve observar o
artigo 259 do CPC
Não peça a procedência da ação,
pois a Ação sempre será
procedente, procure pedir a
procedência dos pedidos, o que
tecnicamente é mais correto.
Não assinar a peça, não colocar nome, não criar dados que não 
existem no problema. Quando o aluno cria dados, possibilita sua 
identificação, o que leva a anulação de sua prova.
Pr. Conhecimento/Processo de Conhecimento.docx
		DISCIPLINA: Processo de Conhecimento
		
 Semana 1
O objetivo do estudo dessa semana é aprender as espécies de processo: processo de conhecimento, processo de execução e processo cautelar, bem como as espécies de procedimentos e fixar a atenção no aprendizado do procedimento ordinário e do procedimento sumário. 
Processo
1. Conceito 
O processo é o meio para que a jurisdição se realize, lembrando que a jurisdição é a capacidade que o Estado possui para decidir e impor suas decisões.Frente a um litígio, provocado pelo autor da ação, o Estado precisa solucioná-lo e para isso dispõe do processo. O processo é o meio pelo qual o Estado irá compor os litígios. São três as espécies de tutela jurisdicional do Estado: conhecimento (também denominada cognição), execução e cautelar.
2. Classificação
Processo de conhecimento: tem por objetivo conhecer o direito, saber se o autor possui o direito material que afirma em juízo. É para apurar o direito hipotético. Apenas declara a existência ou não de um direito. Nestes casos a sentença de mérito deve conter a resposta definitiva para o pedido formulado
pelo autor, na petição inicial. 
A ação de conhecimento subdivide-se em: declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e executiva lato sensu.
ü       Ação declaratória: tem por objetivo declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou a autenticidade ou falsidade de um documento.
ü       Ação constitutiva: tem por objetivo constituir, desconstituir, conservar ou modificar a relação jurídica, o direito. Modifica o mundo jurídico.
ü       Ação condenatória: tem por objetivo a formação de um título executivo. Promove-se esta ação para receber. É para formar um título, diferente dos casos em que já se tem o título.
ü       Ação mandamental: tem por objetivo a expedição de uma ordem para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa. Está prevista no art. 461 CPC e basicamente diz que se o réu não cumprir a ação mandamental, o Estado pode usar medidas coercitivas para tal.
ü       Ação executiva latu sensu: é um ação condenatória auto executável. Quando promovemos ação condenatória, tem-se uma sentença condenatória, que é um título executivo e com isto executa-se. Neste caso, o conhecimento e a execução se darão no mesmo processo. O juiz vai condenar e executar dentro do mesmo processo. Não será necessário promover ação de execução. 
Processo de execução: tem por objetivo a satisfação concreta do direito do credor. Esse direito já foi definido previamente, já foi reconhecido e tem-se apenas a pretensão que ainda não satisfez ao direito do autor. Neste tipo de ação o que se busca é a efetiva satisfação do credor.
Processo cautelar: tem por objetivo conservar o mesmo estado inicial de coisas, pessoas e provas, assegurando o resultado útil de outra ação (de conhecimento ou de execução). Este tipo de ação decorre do risco de alteração das coisas em virtude da demora do processo. Não se busca, neste tipo de processo, a solução, mas sim a obtenção de medidas que afastem o perigo do dano irreparável à parte.
Para o juiz conceder esta cautela são necessários alguns requisitos quais sejam: fumus boni juris e o periculum in mora.
O fumus boni juris quer dizer a fumaça do bom direito. Deve-se mostrar ao juiz uma aparência de direito. 
O periculum in mora quer dizer perigo de demora. Deve-se comprovar o risco de um dano irreparável ou de difícil reparação.
Procedimentos
1. Conceito
O processo, em função das classificações, possui procedimentos distintos e o ordenamento jurídico prevê os procedimentos comuns e especiais. O procedimento é a forma como a ação irá se desenvolver. O nosso ordenamento jurídico prevê o procedimento comum e o especial. A lei é que define qual o procedimento. Define o procedimento especial e o comum sumário. O que não for especial ou sumário será ordinário. Cumpre destacar que temos o procedimento sumaríssimo, aplicado aos juizados especiais cíveis, o qual será estudado na próxima aula. Diante do caso concreto deve-se verificar se a ação trata-se de procedimento especial. Se não for o caso, parte-se para o procedimento comum que pode ser de rito ordinário ou sumário ou deverá ser proposta no juizado especial. 
2. Procedimento Comum 
É o que se aplica às causas em que a lei não especificou outra forma. Subdivide-se em ordinário e sumário.
Procedimento Comum Sumário
Aplicam-se nas causas previstas no artigo 275 do CPC que utiliza critério em razão do valor ou da matéria e em leis especiais, como, por exemplo, ação revisional de aluguel. 
Conforme art. 275, CPC, observar-se-á o procedimento sumário:
ü       Nas causas cujo valor não exceder 60 vezes o salário mínimo vigente no País;
ü       Nas causas, qualquer que seja o valor:
a)    De arrendamento rural e de parceria agrícola;
b)    De cobrança do condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c)     De ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d)    De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e)    De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo ressalvados os casos de processo de execução;
f)      De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
g)    Que versem sobre revogação de doação; e,
h)    Nos demais casos previstos em lei.
Um dos princípios que o rege é o da celeridade e o da oralidade. O procedimento sumário é mais simplificado e as fases processuais estão concentradas. A defesa (do réu), provas e julgamento concentram-se em, no máximo, em duas audiências: uma de conciliação e outra de instrução e julgamento, sendo que esta última somente ocorrerá se as partes não se conciliarem.
 Fases
A petição inicial dever ser elaborada segundo o previsto no art. 282, CPC, porém deverá o autor apresentar o rol de testemunhas e formular os quesitos caso requeira perícia.O juiz, caso defira a petição inicial, designará audiência de conciliação no prazo de trinta dias.O réu deverá ser citado com antecedência mínima de dez dias e o autor será intimado a comparecer na audiência, podendo utilizar-se de preposto. Se a Fazenda Pública figurar como ré este prazo será contado em dobro. Caso o réu não compareça à audiência de conciliação e não justifique os fatos alegados pelo autor na petição inicial serão considerados verdadeiros, sendo que essa conseqüência deverá constar da citação. Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.Se a conciliação não for obtida o réu deverá oferecer a contestação, escrita ou oral, na própria audiência, acompanhada de rol de testemunhas, formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. Deverá também oferecer a exceção na própria audiência.Nesta audiência o juiz resolverá sobre a impugnação ao valor da causa ou questão controvertida em relação à natureza da demanda e poderá o juiz converter o procedimento sumário em ordinário. Cabe ao juiz decidir sobre esta conversão, pois a forma do procedimento é interesse de Justiça, não tendo as partes a disponibilidade para a escolha do rito a ser adotado.Poderá também o juiz optar pela conversão do procedimento se a prova técnica apresentar-se complexa. Se houver necessidade de produção de prova oral o juiz designará audiência de instrução e julgamento e proferirá sentença nesta audiência ou em dez dias. 
Testemunhas (art. 407 caput e § único, CPC)
A produção de prova testemunhal tem dois momentos. Para o autor o momento para o requerimento da produção da prova testemunhal é o da petição inicial e o para o réu o momento de requerer é na contestação, que no caso do procedimento sumário é na própria audiência. Cada parte pode oferecer, no máximo, 10 testemunhas.
Restrições (art. 280, CPC)
No procedimento sumário a intervenção de terceiros e a ação declaratória incidental não são cabíveis, justamente porque este procedimento tem como princípio a celeridade e tais atos, se permitidos fossem retardariam o andamento do processo, deixando de atender ao princípio da celeridade. Porém o CPC dispõe que a assistência e a intervenção fundada em contrato de seguro são cabíveis, sendo que a assistência ao ser admitida não suspenderá o feito. O artigo 278, §1° do CPC traz outra vedação que é a não admissão da Reconvenção, pois conforme expresso no CPC os ritos sumário e sumaríssimo não admitem reconvenção, mas admitem pedido contraposto. O pedido contraposto o réu deverá oferecer na própria contestação
Pedido contraposto é uma faculdade que o réu possui no rito sumário e sumaríssimo de formular a sua pretensão na própria contestação, desde que o pedido esteja baseado na mesma causa de pedir do autor e então fala - se que, no procedimento sumário, a ação é dúplice e isto faz com que o interesse processual para a reconvenção seja excluído. 
Procedimento Comum Ordinário: o critério para sua aplicação é residual, ou seja, aplica-se às causas em que a lei não determine procedimento sumário ou especial. É um procedimento mais completo, não sendo seus atos concentrados como ocorre no
sumário. Possui 4 fases: postulatória, ordinária, probatória e decisória.
Fase postulatória: inicia-se com a petição inicial, seguindo os requisitos contidos no artigo 282 do CPC. O juiz, recebendo a petição inicial verifica se estão presentes todos os requisitos.Poderá mandar que o autor emende a petição inicial ou poderá indeferi-la ainda.O juiz, após deferir a petição inicial do autor, ordenará para que o réu seja citado e terá o prazo de 15 dias para oferecer resposta.O réu poderá responder por meio de contestação, reconvenção e exceções (assuntos que serão tratados nas aulas das semanas 6, 7, 8 e 9).
Fase ordinária ou saneadora: tem início após a entrega da contestação do réu.Nesta fase o juiz analisa o processo, verificando as irregularidades que possam conter e que se possíveis sejam sanadas (providências preliminares). Poderá também extinguir o processo sem julgamento do mérito ou julgar antecipadamente a lide.
Fase probatória ou instrutória: esta fase destina-se a produção de provas, ou seja, dos meios pelos quais as partes comprovarão suas alegações. O autor deverá comprovar os fatos narrados na petição inicial e o réu deverá provar os fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor, alegados na contestação.
Fase decisória: finda a instrução tem-se início a fase decisória. O juiz decidirá a causa, prolatando uma sentença de mérito. Esta fase encerra o processo em primeiro grau.  
Testemunhas (art. 407 caput e § único, CPC)
No procedimento ordinário cada parte poderá também arrolar dez testemunhas, porém o rol de testemunhas poderá ser juntado até 10 dias antes da audiência de instrução, caso o magistrado não tenha estabelecido prazo diverso.
3. Procedimentos Especiais
Os procedimentos especiais podem ser de jurisdição contenciosa e voluntária. 
Jurisdição contenciosa: é aquela em que existe uma lide a ser resolvida. 
Jurisdição voluntária: é aquela em que não existe lide, não existe conflito de interesses, como por exemplo, a separação consensual, pois não existe lide, não há no momento da separação um conflito de interesses. 
Alguns doutrinadores entendem que a jurisdição voluntária não é atividade jurisdicional e sim função administrativa do juiz porque nestes casos não existem partes, somente interessados. E se jurisdição é resolução de conflitos de interesses e não há conflitos, não é jurisdição e sim função administrativa.Os procedimentos especiais estão previstos no Livro IV do Código de Processo Civil ou em legislações especiais. 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Quais os procedimentos existentes no ordenamento jurídico brasileiro?
Apresente, pelo menos, três diferenças existentes entre o procedimento comum ordinário e o procedimento comum sumário.
O que é pedido contraposto?
Explique o que é jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária.
Como são classificadas as ações de conhecimento. Explique duas delas.
Semana 2 
Esta semana você deverá estudar sobre os Juizados Especiais Cíveis (Lei n. 9.099/95), bem como sobre os requisitos da Petição Inicial. 	
1. Conceito 
A Lei 9.099/95 dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Esses juizados foram criados para conciliação, processo e julgamento de causas de menor complexidade. Os critérios que regem o processo são os princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. As partes devem buscar sempre que possível a conciliação ou transação. O autor tem a faculdade de optar pelo procedimento do Juizado Especial Cível e essa opção importará em renúncia ao crédito excedente ao limite imposto por essa lei, que é de 40 salários mínimos, exceto pela hipótese de conciliação.O acesso ao Juizado Especial Cível independe de pagamento de custas ou taxas. O procedimento deste Juizado é chamado de procedimento sumaríssimo.
2. Competência (art. 3, Lei 9.099/95)
O Juizado Especial Cível é competente para julgar:
ü       Causa cujo valor não exceda a 40 (quarenta) salários mínimos;
ü       Enumeradas no art. 275, CPC, inciso II;
ü       Ação de despejo para uso próprio;
ü       Ação possessória sobre bens imóveis de valor inferior a 40 salários mínimos.
 
3. Excluídos da competência (art. 3, § 2º, Lei 9.099/95)
O Juizado Especial Cível não terá competência para julgar:
ü       Ações de natureza alimentar;
ü       Ações de natureza fiscal e de interesse da Fazenda Pública;
ü       Ações relativas a acidentes do trabalho;
ü       Ações relativas a resíduo;
ü       Ações relativas ao estado e capacidade da pessoa, ainda que de cunho patrimonial.
4. Partes (art. 8°, caput e § 1° e 2°, Lei 9.099/95)
A lei 12.126/2009 alterou a redação deste artigo.
Atualmente poderão propor ação (autores) perante o Juizado Especial Cível:
ü       Pessoas físicas capazes, excluídos cessionários de direito de pessoas jurídicas;
ü       As microempresas, assim definidas pela lei 9. 841/99;
ü       As pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da lei 9.790/99; e,
ü       As sociedades de crédito ao micro empreendedor, nos termos do art. 1° da lei 10. 194/200.
Não poderão ser partes
ü       O incapaz;
ü       O preso;
ü       Pessoas jurídicas de direito público,
ü       Empresas públicas da União;
ü       Massa falida;
ü       Insolvente civil.
No juizado especial cível é admitido o litisconsórcio (pluralidade das partes), mas não são admitidas nenhuma forma de intervenção de terceiros e nem reconvenção 
5. Assistência do advogado (art. 9°, Lei 9.099/95)
As partes não precisarão constituir advogado nas causas até 20 salários mínimos. Acima desse valor a assistência do advogado é obrigatória.Em fase recursal (vide tópico 12 desta aula) também é obrigatório que as partes sejam representadas por advogado Em causas em que o juiz achar necessário alertará as partes a conveniência de se fazer acompanhar por um advogado e o mandado do advogado poderá ser verbal, caso não sejam necessários poderes especiais. Se o réu for pessoa jurídica ou titular de firma individual poderá ser representado por um preposto credenciado e munido com carta de preposição com poderes para transigir, sem a necessidade de vínculo empregatício. Se a assistência do advogado for facultativa, ou seja, nas causas cujo valor não ultrapasse a 20 salários mínimos, e qualquer das partes comparecerem com advogado, poderá a outra parte obter assistência judiciária prestado pelo Juizado.
6. Pedido do autor (art. 14° a 17°, Lei 9.099/95)
O pedido poderá ser escrito ou oral, sendo que o pedido oral será reduzido a termo e deverá constar:
ü       Nome, qualificação e o endereço das partes;
ü       Os fatos e os fundamentos de forma sucinta;
ü       O objeto e seu valor;
No Juizado Especial Cível é admitido formular pedido genérico quando não é possível determinar a extensão da obrigação. Também serão admitidos pedidos alternativos ou cumulativos, porém para pedidos cumulativos deve ser observado o valor porque a soma dos valores dos pedidos conexos não poderá ultrapassar 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência desta lei). O pedido será registrado na Secretaria do Juizado que irá designar a sessão de conciliação e julgamento, no prazo de 15 dias.
7. Resposta do réu (art. 30 e 31, Lei 9.099/95)
A contestação poderá ser oral ou escrita e deverá conter toda a matéria de defesa, porém a argüição de suspeição e impedimento do juiz deverá seguir o procedimento previsto nos artigos 304 a 318 do CPC. O réu deverá contestar o pedido do autor na própria audiência e se assim não o fizer poderá requerer que seja designada nova data para contestar e se o réu não comparecer a audiência de instrução e julgamento ou a sessão de conciliação ocorrerá a revelia (todos os fatos alegados pelo autor na inicial serão considerados verdadeiros). A reconvenção neste juizado não é permitida, mas o réu poderá na contestação apresentar pedido
em seu favor (pedido contraposto), mas sempre observando os limites previstos no art. 3° e o pedido em favor do réu deverá estar baseado nos mesmos fatos que fundamentam o pedido do autor.
8. Citações (art. 18, Lei 9.099/95)
No juizado especial não se admite citação por edital.
A citação será:
ü       Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
ü       Se pessoa jurídica ou firma, mediante a entrega à recepção, identificando a pessoa que recebeu;
ü       Por oficial de justiça quando necessário e independente de mandado ou carta precatória.
Na citação deverá conter cópia do pedido inicial, a dia e hora do comparecimento e a advertência que se o citando não comparecer as alegações iniciais serão tidas como verdadeiras (revelia) e será proferido o julgamento, sendo que o comparecimento espontâneo da parte contrária supre a falta de citação. 
9. Intimações (art. 19, Lei 9.099/95)
No juizado especial as intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação, sendo que dos atos que forem praticados na audiência as partes sairão cientes.
As partes devem comunicar ao juízo as mudanças de endereço que venham a ocorrer no decorrer do processo. As comunicações enviadas ao local indicado inicialmente serão consideradas eficazes caso não haja indicação da mudança de endereço.
10. Conciliação, juízo arbitral e audiência de instrução e julgamento (art. 21 a 27, Lei 9.099/95)
A conciliação é conduzida pelo juiz togado ou leigo ou conciliadores. Os conciliadores são auxiliares da Justiça e são recrutados preferencialmente entre os bacharéis em Direito. Já os juízes leigos são advogados com mais de cinco anos de experiência e também são auxiliares da Justiça, ficando impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais enquanto estão desempenhando tal função.
Na abertura da audiência de conciliação o juiz explicará sobre a conciliação e uma vez obtida será reduzida a termo e homologada. Se o demandado não comparecer o juiz togado preferirá sentença. A homologação da conciliação, que é feita pelo juiz togado, será feita mediante sentença e terá eficácia de título executivo. Se nesta audiência a conciliação não for obtida as partes poderão optar pelo juízo arbitral, sendo a escolha do árbitro feita pelas partes. Se não instituído o juízo arbitral será instaurada a audiência de instrução e julgamento. Na audiência de instrução e julgamento tem-se a oitiva de testemunhas, colheita de provas e sentença.
11. Sentença (art. 38 a 49, Lei 9.099/95)
A sentença conterá resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e os elementos que serviram de convicção ao juiz, sendo dispensado o relatório. A sentença condenatória por quantia ilíquida não é admitida e não poderá exceder o valor de 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência no Juizado Especial Cível). O que exceder a esse limite não será considerado.
12. Recursos (art. 41 a 50, Lei 9.099/95)
Da sentença, exceto a de homologação de conciliação ou laudo arbitral, cabe recurso. O recurso será por petição escrita para o próprio juizado e o prazo para a interposição será de 10 dias a partir da ciência da sentença. O recorrido, que será intimado pela Secretaria do Juizado, também terá o prazo de 10 dias para oferecer suas contra razões por escrito. O recurso será julgado pela turma que será composta por três juízes togados. O recurso tem efeito devolutivo, mas o juiz poderá atribui efeito suspensivo se estiver diante de dano irreparável. Da sentença ou acórdão (súmula do julgamento) caberão Embargos de Declaração, sempre que houver omissão, contradição, dúvida ou obscuridade, no prazo de cinco dias, a contar da ciência da sentença ou do acórdão. Segundo o artigo 50 da lei, os embargos de declaração, quando interpostos contra sentença, suspenderão o prazo para recursos.
I. Petição inicial
1. Conceito
Já vimos que a relação jurídica processual é formada, de um lado, pela pretensão do autor e de outro pela resistência do réu. O autor formula sua pretensão, seu pedido, por meio de petição inicial. A petição inicial é uma peça introdutória que formaliza o pedido do autor. É um ato processual realizado pelo autor e por meio deste ato tem-se início a ação, estabelecendo a relação jurídica entre o autor e o juiz. É a partir da petição inicial que o juiz defere ou não a citação do réu e somente após a citação válida do réu tem-se composta a relação jurídica.
2. Requisitos da petição inicial (art. 282 a 285 A, CPC)
A petição inicial é ato formal cujos requisitos devem ser observados para que não seja indeferida pelo juiz. O artigo 282 do CPC determina quais elementos a petição inicial deve indicar.
ü       Endereçamento da petição inicial: deve-se indicar para qual juízo ou tribunal a petição inicial é dirigida. Para isso cabe observar as regras de competência, pois o endereçamento deve ser para tribunal ou juízo competente. Destina-se também a fixar competência nos casos em que o autor tem a faculdade de ajuizar a ação em mais de um juízo. 
ü       Qualificação das partes: deve-se indicar os nomes, prenomes, estado civil profissão, residência das partes que ocupam o pólo ativo e o passivo da relação jurídica. A qualificação individualiza as partes, identificando autor e réu. É importante também para verificar a legitimidade das partes e possibilitar a comunicação dos atos processuais, desencadeando o movimento processual. Lembrar que é possível que exista no pólo ativo ou no pólo passivo mais de uma pessoa (litisconsórcio).
 Obs.: as partes podem ser pessoas naturais, jurídicas ou formais. 
Se pessoa natural deve-se colocar o número do registro geral (RG) e a inscrição no cadastro de pessoas físicas (CPF). Se pessoa jurídica deve-se colocar além do nome, o número da inscrição no cadastro nacional de pessoa física (CNPJ)
ü       Descrição de fatos e fundamentos jurídicos: os fatos e os fundamentos jurídicos são a causa de pedir. A causa de pedir é o motivo, a razão que autor julga ter. Tem-se a causa de pedir próxima e remota. 
 A causa de pedir remota é o fato gerador do pedido do autor.
A causa de pedir próxima é a demonstração que os fatos ocorridos e narrados detalhadamente pelo autor possuem repercussão jurídica, ou seja, geram direitos para o autor. 
Obs.: o fundamento jurídico não é sinônimo de fundamentação legal. A fundamentação legal é o dispositivo legal que embasa o pedido e não é elemento essencial da petição inicial. 
ü       Formulação do pedido com as especificações: o pedido decorre dos fatos e dos fundamentos jurídicos que uma vez narrados levam o autor a estabelecer o mérito da causa, definindo o objeto da lide. O CPC traz algumas determinações sobre o pedido que serão vistas no tópico 2 desta aula. 
ü       Valor da causa: para todas as causas deve-se atribuir valor certo, ainda que sem conteúdo econômico imediato e conforme artigo 259, CPC deve o valor constar sempre da petição inicial. O CPC também traz algumas determinações que serão vistas no tópico 3 desta aula.
ü       Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: o autor tendo narrado os fatos e formulado o pedido deverá especificar, na petição inicial, as provas que irá utilizar para demonstrar serem verdadeiros os fatos por ele alegados. O autor deverá indicar quais provas irá produzir sendo que se a ação seguir procedimento sumário o autor caso utilize-se de prova testemunhal deverá apresentar rol de testemunhas.
ü       Requerimento para citação do réu: cabe ao autor requerer a citação do réu, que é o ato pelo qual se dá o chamamento do réu ou o interessado a juízo, para apresentar a sua defesa. 
Observação: Deverá constar o nome do advogado e o endereço para o qual deverão ser enviadas as intimações.
II. Do Pedido
1. Conceito
Já vimos que o pedido decorre dos fatos e dos fundamentos jurídicos que uma vez narrados levam o autor a estabelecer o mérito da causa,
definindo o objeto da lide. Com o pedido pretende o autor obter do juiz a satisfação do seu direito. O pedido mediato é a pretensão de direito material alegada pelo autor sobre o qual este pretende obter pela sentença. O pedido imediato é o provimento jurisdicional, a sentença que o autor deseja. 
2. Requisitos do Pedido (art. 286 a 294, CPC)
O CPC dispõe sobre os requisitos do pedido e quais pedidos são admitidos. O inciso I do artigo 286 estabelece que o pedido deve ser certo e determinado e traz situações em que o pedido pode ser genérico.
Pedido certo: significa que o pedido tem que ser expresso, não sendo admitida a elaboração de pedido implícito, ou seja, não se pode formular a causa de pedir sem pedir expressamente.
Pedido determinado: o pedido deve ser bem delimitado quanto a qualidade e a quantidade daquilo que se deseja. 
Pedido genérico: não é a regra, mas é lícito formular pedido genérico nas situações previstas no art. 286, incisos I a III, CPC.
3. Espécies de Pedido
Pedido Alternativo (art. 288, CPC): deve ser formulado quando o réu puder cumprir a obrigação por mais de uma forma, mais de uma maneira. Decorre da natureza da obrigação. Quando o devedor pode cumprir a obrigação de diversas formas poderá o autor fazer pedido alternativo e cumprida a obrigação de um dos modos possíveis, o devedor exonera-se da obrigação.
Pedido Sucessivo (art. 289, CPC): o autor requer ao juiz que acolha, que julgue procedente, um pedido posterior, na hipótese de não acolher um pedido anterior. O pedido sucessivo não quer dizer que estamos fazendo dois pedidos. Queremos o principal, mas se não for possível, pelo menos, acolhe-se o subsidiário.
4. Cumulação de Pedidos (art. 292, CPC)
O autor formula mais de um pedido em um único processo, ainda que não haja conexão. Nestes casos o juiz pode acolher todos os pedidos, parte destes ou nenhum dos pedidos. As cumulações dos pedidos contêm requisitos de admissibilidade que são: a compatibilidade entre os pedidos, mesmo juízo competente para conhecer dos pedidos e que cada pedido tenha mesmo procedimento. No entanto, se cada pedido tiver procedimento diverso o autor somente poderá cumular tais pedidos se optar pelo procedimento ordinário.
III. Valor da causa 
1. Conceito 
O valor da causa é um elemento indispensável da petição inicial, conforme consta no art. 282, inciso V, CPC. Esse requisito define a competência, pois um dos critérios para a fixação de competência; É o critério econômico, cuja competência é fixada em razão do valor da causa, valor este que é atribuído na petição inicial. Pelo valor da causa também temos a definição do procedimento. O valor da causa também é critério para fixar as taxas judiciárias, honorários advocatícios e verbas de sucumbência, cujos percentuais são calculados sobre tal valor. O artigo 258, CPC dispõe que toda causa terá um valor atribuído ainda que não tenha conteúdo econômico. Como regra o valor da causa é o valor do próprio pedido, mas existem causas que de imediato não possibilitam uma avaliação prévia. A assertiva “não tenha conteúdo econômico” refere-se a determinadas ações que não possuam valor, principalmente nas ações concernentes ao estado da pessoa, mas mesmo essas ações, devem ter o valor estimado.
2. Critérios para fixação (art. 259, CPC)
O artigo 259, CPC, especifica alguns critérios para a fixação de valores. O valor a ser fixada na causa será:
ü       Ação de cobrança de dívida (art. 259, inciso I, CPC): nestas ações o valor da causa será a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até o momento da propositura da ação.
ü       Cumulação de pedidos (art. 259, inciso II, CPC): na hipótese de pedidos cumulados o valor da causa será o correspondente a soma de valores de todos os pedidos.
ü       Pedidos alternativos (art. 259, inciso III, CPC): na hipótese de pedidos alternativos o valor da causa será o pedido que maior valor tiver.
ü       Pedido subsidiário (art. 259, inciso IV, CPC): na hipótese de pedido sucessivo temos o pedido principal e o subsidiário e o valor da causa, será o valor do pedido principal. 
ü       Litígio que tenha por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico (art. 259, inciso V, CPC): nestas hipóteses o valor da causa será o valor constante do contrato.
ü       Ação de alimentos (art. 259, inciso VI, CPC): na hipótese de ação de alimentos valor que deverá ser atribuído à causa será o valor da soma de doze prestações mensais, pedidas pelo autor. 
ü       Ação de divisão, demarcação e reivindicação (art. 259, inciso VII, CPC): nestas ações o valor da causa será a estimativa oficial para o lançamento do imposto.
Prestações vencidas e vincendas (art. 260, CPC): Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a um ano; se for por tempo inferior, será igual a soma das prestações.
3. Impugnação ao valor atribuída à causa (art. 261, CPC e único)
O réu poderá impugnar o valor da causa que foi atribuído pelo autor na petição inicial e deverá fazê-lo no prazo da contestação. A impugnação será autuada em apenso e o autor será ouvido no prazo de cinco dias. Não haverá suspensão do processo e o juiz, após o decurso do prazo para a oitiva do autor, determinará no prazo de dez dias o valor da causa, podendo servir-se do auxílio do perito, se necessário for. Se não houver a impugnação no momento oportuno o valor atribuído à causa pelo autor será presumido como aceito.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Quais são as causas da competência dos Juizados Especiais Cíveis?
Cabe recurso da sentença proferida no Juizado Especial Cível? Explique como se processa.
Quem pode propor ação perante o Juizado Especial Cível?
Qual a importância do endereçamento na petição inicial?
É possível a cumulação de pedidos? Explique.
Semana 3
Nesta semana você deverá estudar o juízo de admissibilidade da petição inicial e iniciar o estudo sobre as modalidades de resposta do réu, fixando o aprendizado na contestação.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL
1. Conceito
Embora haja em nosso ordenamento jurídico o direito de ação, para que esse direito seja exercido têm-se as condições da ação e os pressupostos processuais. Os pressupostos processuais são requisitos para a existência e a validade da relação jurídica processual, sendo que a falta de um pressuposto processual pode ser alegada ou declarada de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição, gerando a extinção do processo sem o julgamento do mérito. As condições da ação, exigidas em todas as ações, são três: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes. 
Os pressupostos processuais de existência determinam a existência da relação processual, são intrínsecos ao processo e exigem requisitos para existir que são: petição inicial, jurisdição, citação e capacidade postulatória que é a representação do autor. 
Os pressupostos processuais de validade são requisitos que proporcionam o desenvolvimento válido do processo: petição inicial apta, citação válida, competência do juízo e imparcialidade do juiz, capacidade processual, capacidade postulatória e legitimação processual e inexistência de perempção, litispendência ou coisa julgada. 
O juiz verifica se os pressupostos e as condições da ação foram preenchidos. Se presentes o juiz passa a examinar o mérito (pedido do autor). Se ausentes ou se faltar algum, o processo é extinto sem resolução do mérito. A análise das condições da ação e dos pressupostos processuais de existência e validade compõe o juízo de admissibilidade. 
2. Procedimento (art. 284 a 285 e 295, CPC)
Já vimos que o autor formula sua pretensão na petição inicial, devendo estar presentes os requisitos formais para sua elaboração e que ela é a peça introdutória que formaliza o pedido
do autor. A petição inicial será distribuída e o juiz irá examinar se estão presentes os requisitos legais dispostos nos art. 282 e 283 do CPC e uma vez presentes determinará a citação do réu, sendo que somente após a citação válida da outra parte temos a relação jurídica processual. Se tais requisitos não forem preenchidos ou caso sejam insuficientes o juiz determinará ao autor para que emende a petição inicial, dando prazo de 10 dias e se o autor não cumprir tal determinação o juiz indefere a petição inicial. A emenda ou o complemento da petição inicial é possível se a petição inicial contiver certos defeitos sanáveis ou apresentar irregularidades que possam vir a comprometer o julgamento da ação. Desta forma o autor emendará a petição inicial no prazo de dez dias e somente após a emenda o juiz determinará a citação do réu. Ocorre que existem circunstâncias que ensejam ao indeferimento da petição inicial, conforme art. 295 do CPC. Nestas hipóteses a irregularidade não enseja correção e o juiz indefere de plano a petição inicial, não tendo o autor a possibilidade de emendá-la. Nesta situação, ou seja, quando a petição inicial é indeferida na ocorrência de uma das hipóteses do art. 295 do CPC poderá o autor apelar e o juiz poderá, no prazo de 48 horas, reformar sua decisão, caso entenda ser pertinente tal alteração (art. 296, CPC). Se os autos não forem reformados serão encaminhados ao tribunal competente, conforme disposto no § único do art. 296, CPC.
MODALIDADES DE RESPOSTA DO RÉU 
Introdução
Após a citação válida tem-se estabelecida a relação jurídica processual, que se iniciou com o pedido do autor, formulado na petição inicial. O réu, regularmente citado, poderá oferecer resposta e são três as modalidades que o Código de Processo Civil estabelece para que o réu possa apresentar tal resposta: contestação, reconvenção e exceção. A resposta do réu não é obrigatória, pois poderá o réu reconhecer o pedido que o autor formulou ou ainda poderá não oferecer contestação, porém a ausência da contestação ocasionará os efeitos da revelia.
CONTESTAÇÃO (ART. 300 A 303, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de resposta do réu. É uma oportunidade que o réu possui para se defender. É, portanto, um ato de defesa do réu, onde o réu deve alegar toda a matéria de defesa, expondo os fatos e o direito que o leva a resistir, a impugnar o pedido formulado pelo autor na petição inicial.
2. Prazos
Em relação aos prazos duas observações:
ü       Em caso de vários réus (litisconsórcio passivo) o prazo para oferecer a contestação será comum (art. 298, CPC)
ü       Será concedido prazo em dobro se na pluralidade das partes (litisconsórcio) os procuradores forem diferentes (art. 191, CPC)
3. Defesas
São duas as espécies de defesa que compete ao réu alegar na contestação: processual e de mérito. Isto porque já vimos que o juiz, ao receber a petição inicial, examina se estão presentes os pressupostos processuais e estando presentes passará ao exame do mérito. Deverá o réu na contestação especificar as provas que irá demonstrar suas alegações. As defesas processuais (ou formais) devem ser alegadas antes da defesa de mérito e classificam-se em dilatórias e peremptórias. A defesa processual peremptória nos leva sempre a requerer a extinção do processo sem resolução do mérito. O ato que a caracteriza não pode ser refeito. A defesa processual dilatória nos leva a protelar o andamento do processo, pois o ato pode ser corrigido. Para tais correções há prazos e se não regularizados dentro do lapso temporal estabelecido os vícios dessa defesa passarão a ser peremptórios.
Defesas processuais
Prevê o artigo 301 do CPC que antes de discutir o mérito deverá o réu alegar:
ü       Nulidade ou inexistência de citação: trata-se de defesa dilatória porque pode o autor requerer nova citação regularizando o ato e também porque o comparecimento espontâneo do réu para argüir nulidade supre a falta da citação;
ü       Incompetência absoluta: trata-se de defesa dilatória. Compete ao juízo absolutamente incompetente reconhecer o vício e determinar a remessa dos autos a quem deve julgar o processo e não extingui-lo. 
ü       Inépcia da petição inicial: trata-se de defesa peremptória porque se a petição é inepta o juiz irá indeferi-la e ao indeferir a petição inicial tem-se a extinção do processo sem resolução do mérito;
ü       Perempção: trata-se de defesa peremptória, pois é uma das causas de extinção do processo sem resolução do mérito; Cabe lembrar que perempção é a perda do direito de ação, ocorrendo sempre que o autor abandona a causa por três vezes (O abandono da causa se dá quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias sem promover atos de diligência).
ü       Litispendência: trata-se de defesa peremptória. É também uma das causa de extinção do processo sem resolução do mérito, lembrando que se tem litispendência quando duas ações têm a mesma causa de pedir, o mesmo pedido e as mesmas partes.
ü       Coisa julgada: trata-se de defesa peremptória e ocorre quando duas ações são propostas com os mesmos elementos, mas o primeiro processo já se encerrou com a resolução do mérito. Quando isto ocorre impede a propositura de nova ação, pois existe outra já decidida. Também é causa de extinção do processo sem resolução do mérito.
ü       Conexão: trata-se de defesa dilatória. Nesta situação o que se deseja é a reunião de ações que contenham causas de pedir ou pedidos iguais, objetivando a inexistência de sentenças conflitantes. O juiz pode de ofício ou a requerimento das partes determinarem a reunião das causas conexas para que a decisão seja simultânea. Se alegada na contestação, a conexão conduz ao retardamento do andamento do processo e por isso é defesa dilatória.
ü       Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: trata-se de defesa dilatória porque a ausência de um desses pressupostos processuais pode ser suprida, não extinguindo dessa forma o processo. Depois de decorrido o prazo para que tais irregularidades sejam sanadas essa defesa passa a ser peremptória.
ü       Convenção de arbitragem: trata-se de defesa peremptória, pois é um acordo que as partes fazem por escrito que o conflito será resolvido por um árbitro (cláusula compromissória) ou que o conflito será resolvido por meio de arbitragem (compromisso arbitral). Desta forma não há porque o juiz analisar o mérito, sendo, portanto, defesa peremptória.
ü       Carência da ação: trata-se de defesa peremptória. A carência de ação ocorre quando ausentes as condições da ação, lembrando que são condições da ação a possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes. Na falta de uma dessas condições o processo é extinto sem resolução do mérito.
ü       Falta de caução ou prestação que a lei exija como preliminar: trata-se de defesa dilatória. Se a lei determinar a caução ou alguma prestação caberá a parte cumprir a determinação, mas se não realizado tal ato dentro do prazo especificado a defesa passa a ser peremptória.
Todas as defesas processuais previstas no artigo 301 do CPC poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz, exceção feita à convenção de arbitragem, conforme § 4° do mesmo artigo.
Defesas de mérito
As defesas de mérito referem-se ao direito material alegado pelo autor no pedido inicial. Na defesa de mérito o réu irá impugnar todos os fatos aduzidos pelo autor, alegando (e provando) a existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Classificam-se em diretas e indiretas e nos levam a requerer a improcedência da ação.
Direta: tem-se a defesa de mérito direta quando o réu contrapõe os fatos constitutivos da pretensão do autor, alegados na petição inicial.
Nesta situação o réu nega todos os fatos articulados pelo autor, não trazendo nenhum fato novo que possa extinguir ou modificar o direito do autor, sendo que nesta circunstância o ônus da prova compete ao autor, devendo provar por todos os meios
admitidos, os fatos por ele alegados.
Indireta: tem-se a defesa de mérito indireta quando o réu apresentar em sua contestação a existência de fatos que impeçam, modifiquem ou extingam o direito do autor. Nesta circunstância há a inversão do ônus da prova, devendo o réu provar tais fatos.
4. Princípios 
As defesas de mérito orientam-se pelos princípios da eventualidade e impugnação específica.
Ø       Princípio da impugnação específica
Por esse princípio deverá o réu na contestação contestar todos os fatos deduzidos pelo autor na petição inicial. Conforme artigo 302, CPC, os fatos não impugnados são tidos como verdadeiros, salvo se a respeito deles não for admissível a confissão (inc. I), se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato (inc. II) ou se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto (inc. III).
Ø       Princípio da eventualidade
Por este princípio deve o réu suscitar na contestação (no prazo de resposta) sua defesa, sob pena de preclusão.
O CPC prevê em seu artigo 303 que depois de apresentada a contestação o réu somente poderá incluir novas alegações quando estas forem relativas a direito superveniente (inc. I), quando competir ao juiz conhecer delas de ofício (inc. II), ou quando por autorização legal puderem ser formuladas a qualquer tempo (inc. III). 
5. Revelia (art. 319 a 322, CPC)
A revelia é a ausência de contestação.
Se o réu, após ser regularmente citado, não oferecer sua contestação no prazo de 15 dias para o rito ordinário ou não comparecer a audiência e nela apresentar sua contestação nos ritos sumário e sumaríssimo será considerado revel.
Os prazos para o réu revel que não constituiu advogado nos autos, não se suspendem e continuam a correr, a partir da publicação dos atos decisórios, independente de intimação.
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, mas receberá o processo no estado em que se encontrar.
A revelia gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, mas o artigo 320 do CPC traz algumas hipóteses em que a revelia não gera tal presunção:
ü       Havendo litisconsórcio passivo (pluralidade de réus) um deles contestar a ação (inc. I);
ü       Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (inc. II);
ü       Se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (inc. III).
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O que vem a ser o juízo de admissibilidade da Petição Inicial?
O que são pressupostos processuais de existência e pressupostos processuais de validade?
O que é revelia e quais seus efeitos.
Explique o que é defesa de mérito direta e defesa de mérito indireta.
Explique o princípio da impugnação específica e o princípio da eventualidade.
Semana 4
Nesta semana você estudará sobre a Reconvenção (uma das modalidades de resposta do réu), bem como sobre a exceção de incompetência, também chamada de exceção declinatória de foro/juízo.
RECONVENÇÃO (ART. 315 A 318, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de resposta do réu. Admitida apenas no rito ordinário.Permite ao réu ajuizar uma ação contra o autor no mesmo processo já instaurado, sempre que esta for conexa com a ação principal ou com os fundamentos da defesa. Caracteriza-se como sendo um contra ataque do réu aos fatos formulados pelo autor na petição inicial. Na reconvenção o réu formula o seu pedido contra o autor. A reconvenção decorre do princípio da economia processual, mas não é um dever do réu e sim uma faculdade, pois caso o réu não apresente a reconvenção, não estará impedido de promover uma ação independente contra o autor. As partes são chamadas de reconvinte (réu reconvinte) e reconvindo (autor reconvindo).
2. Prazo
O artigo 249 do CPC determina que a contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas. Isso significa que no momento em que o réu apresentar a contestação deverá também apresentar a reconvenção, sob pena de preclusão. Com isso o prazo da reconvenção é o mesmo da contestação, pois ambas devem ser apresentadas no mesmo momento. 
3. Requisitos
A reconvenção possui requisitos para sua admissibilidade que devem ser observados:
ü       Existência de ação principal: somente é cabível a reconvenção com a ação principal em andamento. Se a ação for extinta antes do prazo de resposta do réu não haverá reconvenção.
ü       Legitimidade das partes: o réu poderá reconvir e a reconvenção somente poderá ser proposta contra um autor ou mais autores, mas não pode atingir quem não figure como parte original na ação, ou seja, o réu, ao reconvir não poderá ampliar a relação, introduzindo parte nova. A reconvenção ficará limitada aos sujeitos ativos que já compunham a relação jurídica.
ü       Conexão: deve haver conexão entre a reconvenção e a ação ou o fundamento da defesa, ou seja, deverá haver igualdade entre o pedido e a causa de pedir do reconvindo e reconvinte;
ü       Identidade de procedimento: para que seja admitida, a ação e a reconvenção devem ter o mesmo procedimento;
ü       Competência: o juízo competente para a admissão da reconvenção é o juízo da ação principal, devendo a reconvenção ser distribuída por dependência.
4. Observações
ü       A reconvenção deverá ser formulada segundo os mesmos requisitos previstos para a petição inicial (art. 282, CPC);
ü       Oferecida a reconvenção o autor reconvindo será intimado na pessoa de seu advogado para contestar no prazo de 15 dias (art. 316, CPC);
ü       A desistência da ação principal ou ocorrência de causa extintiva não impede o prosseguimento da reconvenção (art. 317, CPC)
ü       A reconvenção e a ação principal serão julgadas na mesma sentença (art. 318, CPC).
ü       A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu, mas não supre a falta de contestação. 
ü       Os ritos sumário e sumaríssimo não admitem reconvenção, mas admitem pedido contraposto. O pedido contraposto é uma faculdade que o réu possui no rito sumário e sumaríssimo de formular a sua pretensão na própria contestação, desde que o pedido esteja baseado na mesma causa de pedir do autor, conforme expresso no artigo 278, §1° do CPC.
EXCEÇÕES (ART. 304 A 314)
1. Conceito
A exceção é uma das modalidades de resposta do réu. Por meio desta peça processual as partes podem alegar a incompetência, suspeição ou impedimento do juízo. Podem ser oferecidas a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, no prazo de 15 dias, contados do fato que ocasionou a respectiva exceção. As partes são chamadas de excipiente (a parte que argüiu) e excepto (parte contrária).
Exceção de incompetência (art. 307 a 311, CPC)
É meio de defesa. Argüi-se por meio de exceção a incompetência relativa. Para tal estudo, é necessário relembrarmos o que vem a ser competência absoluta e relativa.
Competência absoluta: a competência é absoluta quando fixada pelos critérios material, pessoal ou funcional. Prevalece o interesse público e não pode ser modificada pela vontade das partes em foro de eleição, ou pelos fatos processuais denominados conexão e continência.A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício (pelo juiz), independente da argüição da parte e pode ser alegada em qualquer fase do processo tanto pelo juiz como pelas partes (art. 113, CPC).O não cumprimento da norma gera nulidade absoluta. Quando declarada a incompetência absoluta os atos decisórios são nulos e os autos são remetidos ao juízo competente.
Competência relativa: a competência é relativa quando fixada pelos critérios territorial ou econômico. Prevalece o interesse privado.O juiz não pode declarar de ofício a incompetência relativa. Ela depende de argüição da parte contrária por meio de exceção (exceção de incompetência). Se não for argüida a incompetência relativa no momento oportuno, pode o juízo tornar-se competente para o julgamento da lide, ou seja, ocorre o fenômeno processual denominado
“prorrogação de competência”. O não cumprimento da norma gera nulidade relativa. 
2. Procedimento
A exceção de incompetência deverá ser argüida pelo excipiente em petição escrita, autônoma e será autuada em apenso aos autos principais, no prazo de 15 dias.A petição deve estar instruída e deve indicar o juízo para o qual declina.O juiz deverá ouvir o excepto e decidir a questão em 10 dias e as provas serão feitas na audiência de instrução, se necessário for. Havendo esta audiência deverá o juiz decidir em 10 dias também.A exceção de incompetência é autuada em apenso.Se julgada procedente o juiz remeterá os autos o respectivo juízo competente.
3. Prorrogação da competência (art. 144, CPC)
A competência será prorrogada se o juiz não declinar quando argüida a incompetência relativa ou se a parte não opuser a exceção no forma e no prazo que o CPC determina. 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O que é reconvenção e quais os seus requisitos de admissibilidade?
Admite-se o reconhecimento da incompetência relativa de ofício? Explique.
Conceitue exceção.
Diferencie a competência absoluta da competência relativa.
Explique o procedimento para argüir a incompetência relativa.
Semana 5
Nesta semana você deverá estudar sobre a exceção de impedimento, a exceção de suspeição, bem como sobre a Não Impugnação dos Fatos e Revelia.
EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (ART. 312 A 314, CPC)
Procedimento
A parte deve oferecer a exceção fundamentando o motivo da recusa, em petição escrita, endereçada ao próprio juiz da causa, contendo rol de testemunhas e poderá ser instruída com documentos que o excipiente julgar necessário. Se o juiz reconhecer a suspeição remeterá os autos ao seu substituto.Se o juiz não reconhecer a exceção no prazo de 10 dias dará suas razões, com rol de testemunhas e documentos se tiver, remetendo os autos para o Tribunal.Se o Tribunal, ao verificar os autos, entender que a exceção não tem fundamento legal determinará seu arquivamento.Se o Tribunal entender que a exceção possui fundamento ordenará a remessa dos autos ao juiz substituto e o juiz da causa que não reconheceu a exceção será condenado nas custas.Os artigos 134 e 135 do CPC trazem as hipóteses de impedimento e de suspeição. As hipóteses de impedimento trazem questões objetivas, que podem causar presunção de parcialidade, indo contra ao princípio da imparcialidade do juiz. Já as hipóteses de suspeição têm natureza subjetiva, relacionadas às questões pessoais das partes, que compõem o processo. Tem como objetivo afastar o juiz do processo e argüir a nulidade dos atos por ele praticados, caso tenham ocorrido, além de garantir a imparcialidade do juiz.Por esse motivo a parte que argüir a suspeição do juiz deverá provar suas alegações. 
Demais órgãos
Os motivos de suspeição e impedimento são aplicados aos juízes de todos os Tribunais (art. 137, CPC), aos órgãos do Ministério Público, ao serventuário de justiça, aos peritos e aos intérpretes (art. 138, CPC).Nessas situações a parte interessada deverá argüir na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, em petição escrita e instruída. O juiz processará o incidente em separado, mas sem a suspensão do processo. O argüido será ouvido em 5 dias, podendo usar as provas cabíveis.
Hipóteses de impedimento (art. 134, CPC)
O art. 134, CPC traz as hipóteses de impedimento do juiz. É defeso ao juiz desempenhar suas funções nos processos:
ü       Em que for parte;
ü       Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público;
ü       Que conheceu a causa em primeiro grau de jurisdição e proferiu decisão ou sentença;
ü       Se o advogado das partes for seu cônjuge ou qualquer parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou linha colateral até segundo grau;
ü       Se o juiz for cônjuge ou parente de uma das partes, consangüíneo ou afim em linha reta ou linha colateral até terceiro grau;
ü       Quando órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa;
Hipóteses de suspeição (art. 135, CPC)
O art. 135, CPC traz as hipóteses de impedimento do juiz. É defeso ao juiz desempenhar suas funções em processos que:
ü       O juiz for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
ü       Alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes em linha reta e colateral, até o terceiro grau;
ü       O juiz for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de uma das partes;
ü       O juiz receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma parte acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas no litígio;
ü       O juiz for interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
ü       O juiz também poderá declarar-se suspeito por motivo íntimo (§ único).
Cabe observar que as exceções de suspeição e impedimento cabem as partes e não somente ao réu, porque a imparcialidade do juiz é uma garantia do processo e que se não existente prejudica a todos e não somente ao réu. Por isso tanto autor e réu podem argüir tais exceções no prazo de 15 dias contados do conhecimento da causa que ocasionou a suspeição ou o impedimento. 
NÃO IMPUGNAÇÃO DOS FATOS E REVELIA
Introdução
Já vimos que após a citação válida do réu, estabelece-se a relação jurídica processual, que se iniciou com o pedido do autor, formulada na petição inicial.Tanto o autor como o réu devem dar seguimento ao processo. O réu, regularmente citado, poderá oferecer contestação, as exceções, bem como a reconvenção (vide aulas 6 a 9), porém vimos também que a resposta do réu não é obrigatória, pois poderá o réu reconhecer o pedido que o autor formulou ou ainda poderá não oferecer contestação.O réu, ao ser citado, deverá impugnar os fatos alegados, provando por todos os meios em Direito admitidos os fatos que modificam, impedem ou extinguem o direito do autor. Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos alegados pelo autor na petição inicial.Caso não o faça, os fatos narrados presumem-se como verdadeiros, conforme art. 302 do CPC. 
Não serão presumidos como verdadeiros os fatos, embora não impugnados: 
I.                   Se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II.                Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar substância do ato;
III.             Se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerando-se seu conjunto.
Se o réu não oferecer a contestação ocasionará os efeitos da revelia.
A revelia, portanto, ocorre, quando o réu, devidamente citado, não oferece contestação.
A revelia gera a presunção relativa da veracidade dos fatos alegados pelo autor na sua petição inicial, mas essa afirmativa comporta três exceções, conforme art. 320 do CPC.
I.                   Se, havendo mais de um réu (pluralidade de réus), algum deles contestar a ação;
II.                Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III.             Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público considerado indispensável à prova do ato.
Observações
Ø       Se o réu não contestar a ação e o juiz verificar que não ocorreu o efeito da revelia, ou seja, que os fatos alegados não serão presumidos como verdadeiros, mandará o autor especificar as provas que pretende produzir.
Ø       Ainda que ocorra a revelia o autor não poderá alterar sua petição inicial sem promover nova citação do réu que terá novo prazo para contestar.
Ø       O réu revel poderá intervir no processo em qualquer momento, recebendo-o na fase em que se encontrar e caso o réu seja revel e não tenha patrono constituído, os prazos correrão independentes de intimação, contados a partir da publicação da decisão.
Ø       Convém observar que poderá haver reconvenção sem contestação, mas, nesse caso, não deixa de se caracterizar a revelia porque revelia é a ausência de contestação.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
Os motivos

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