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Administrativo II - Resumo

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- Direito Administrativo II
- Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Limitação administrativa
Toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências de bem-estar social.
Provêm do poder da polícia da Administração e exteriorizam-se sob modalidades, entre elas:
Positiva (o FAZER – fica obrigado a realizar o que a Administração impõe);
Negativa (o NÃO FAZER – abster-se do que lhe é vetado);
Permissiva (o PERMITIR FAZER – permitir algo em sua propriedade).
Em resumo:
São atos legislativos ou administrativos de caráter geral (todas as demais formas interventivas decorrem de atos singulares, com indivíduos determinados);
Têm caráter de definitividade (igual ao das servidões, mas diverso da natureza da requisição e da ocupação temporária);
O motivo das limitações administrativas é vinculado a interesses públicos abstratos (nas demais formas interventivas, o motivo é sempre a execução de obras e serviços públicos específicos);
Ausência de indenização (nas outras formas, pode ocorrer indenização quando há prejuízo para o proprietário).
Ocupação temporária/provisória
É a utilização transitória, remunerada ou gratuita, de bens particulares pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público.
É o que, por exemplo, ocorre normalmente quando a Administração necessita de ocupar terreno privado para fins de depositar equipamentos e materiais com o objetivo de realizar obras públicas nas imediações.
Resume-se:
Cuida-se de direito de caráter não real (igual à requisição e diferente da servidão);
Só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual à servidão, mas se distingue da requisição, que incide sobre móveis, imóveis e serviços);
Tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza de permanência);
A situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais (a mesma situação que a servidão, mas diversa da requisição, que exige situação de perigo público iminente);
A indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação temporária: se for vinculada à desapropriação, haverá dever indenizatório; se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que haja prejuízos para o proprietário (a requisição e a servidão podem ser, ou não, indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, à ocupação temporária não vinculada à desapropriação, mas se diferenciam da primeira modalidade, com desapropriação, porque esta é sempre indenizável).
Servidão administrativa
É ônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário.
Em resumo:
A natureza jurídica é a de direito real;
Incide sobre bem imóvel;
Tem caráter de definitividade;
A indenização é prévia e condicionada (neste caso só se houver prejuízo);
Inexistência de auto-executoriedade: só se constitui mediante acordo ou sentença judicial.
Requisição administrativa
É a utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias.
Em resumo:
É direito pessoal da Administração (a servidão é direito real);
Seu pressuposto é o perigo público iminente (na servidão inexiste essa exigência, bastando a existência de interesse público);
Incide sobre bens móveis, imóveis e serviços (a servidão só incide sobre bens imóveis);
Caracteriza-se pela transitoriedade (a servidão tem caráter de definitividade);
A indenização, somente devida se houver dano, é ulterior (na servidão, a indenização, embora também condicionada à existência de prejuízo, é prévia).
Tombamento
O Estado interfere na propriedade privada para resguardar o patrimônio cultural brasileiro (de ordem histórica, artística, arqueológica, cultural, científica, turística e paisagística).
Diante do art. 216, § 1º da CF:
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
Desapropriação
A transferência compulsória de propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para a superior) para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo as exceções constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, no caso de área urbana não edificada, subutilizada ou não utilizada (CF, art. 182 §4º, III), e de pagamento em títulos da dívida agrária no caso de reforma agrária, por interesse social (CF, art. 184).
Decreto-Lei 3.365/41 ( Lei Geral da Desapropriação.
Os bens que foram desapropriados unem-se ao patrimônio do indivíduo no qual efetuou a desapropriação, sendo utilizado pelo próprio indivíduo expropriante, incidirá a integração definitiva, pertencendo assim ao patrimônio do indivíduo para o necessitado fim, quando a desapropriação ocorrer para fins de exploração de terceiros, tem-se a integração provisória.
A desapropriação divide-se em duas espécies, a ordinária e a extraordinária.
A desapropriação ordinária é um meio de intervenção na propriedade que enseja na sua transferência para o patrimônio do Poder Público por razões de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, mediante pagamento de indenização justa, prévia e em dinheiro.
A desapropriação extraordinária é um meio de intervenção na propriedade que enseja na sua transferência para o patrimônio do Poder Público, por não estar de acordo com os ditames da função social da propriedade (artigo 182, 4º, inciso III e artigo 184, da CRFB).
O quadro comparativo abaixo demonstra as principais diferenças entre as duas espécies de desapropriação:
	
	Ordinária
	Extraordinária
	Fundamento Constitucional
	Art. 5º; XXIV; CF
	Art. 182; §4º; III, para fins de urbanização (Lei 10257/01 – Estatuto da Cidade)
Art. 184 e §§, para fins de reforma agrária
	Requisitos
	- Necessidade Pública; 
 ou
- Utilidade Pública; 
	- Interesse Social
Imóvel incluído no Plano Diretor - não edificado; não utilizado ou subutilizado
Interesse social incidir sobre propriedade rural que não estiver cumprindo sua função social
	Indenização
	Prévia, justa e em dinheiro
(pode ser debatida no judiciário, caso proprietário não concorde)
	Títulos da dívida pública municipal ( resgate após 10 anos (parcelas anuais)
Títulos da dívida agrária ( resgate após 20 anos (parcelas anuais)
	Bem a ser desapropriado
	Qualquer bem!
	Propriedade urbana que não cumpre sua função social. (Definição de propriedade urbana no Art. 32 CTN)
Propriedade rural (tudo o que não é urbano) que não cumpre sua função social (Art. 186 CF)
	Quem pode desapropriar
	União, Estados Municípios e DF
	Poder Público Municipal
União
Bens públicos podem ser desapropriados, mediante autorização em lei, por ente federativo hierarquicamente superior. Assim, a União pode desapropriar bens dos estados, do DF, ou dos municípios, e os estados ou o DF pode desapropriar bens do município. A União não sofre desapropriação e os municípios não praticam desapropriação de bem público.
Art. 243 CF: Expropriação Confiscatória (confisco) ( Casos de terras usadas para culturas ilegais de plantas psicotrópicas (ex.: maconha). Regulamentada pela Lei 8.257/91. É realizado apenas pela União.
Nestes casos o proprietárionão terá direito a nenhuma indenização e terras serão destinadas a o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos.
Fundamentos Normativos da Desapropriação
O art. 5º; XXIV; CF determina três fundamentos para que se justifique a prática da desapropriação (devendo se verificar a existência de, pelo menos, um deles):
Necessidade Pública
Situação de emergência, onde se exige uma transferência de propriedade urgente e imprescindível. Desapropriação é a única medida para resolver o problema.
A lei não trata do conceito de necessidade pública, porém a doutrina entende que as alíneas “a”, “b” e “c”, do art. 5º da Lei 3.365/41 (que lista as hipóteses de utilidade pública), na realidade dizem respeito às situações onde se verifica a necessidade pública. Seguem abaixo:
a segurança nacional;
a defesa do Estado;
o socorro público em caso de calamidade;
Utilidade Pública
A desapropriação por utilidade pública ocorre em razão da conveniência e oportunidade na prática do ato, porém, não há urgência. Nesta situação, a desapropriação é a melhor opção, mas não é imprescindível.
Muito embora o art. 5º da Lei 3.365/41 literalmente se refira aos casos de utilidade pública, temos que a doutrina considera apenas as alíneas “d” até “p” como casos de utilidade pública (as três primeiras são casos de necessidade pública). Seguem abaixo:
a salubridade pública;
a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais;
o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico;
a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária;
os demais casos previstos por leis especiais.
Interesse Social
Decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar ao bem estar ( TRATA DOS CASOS DE DESAPROPRIAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
O art. 2º da Lei 4132/62 prevê as seguintes hipóteses como interesse social:
o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola
a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias
a construção de casa populares;
as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais
a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 
A desapropriação baseada no interesse social possui caratér sancionatório. Sua função é punir o proprietário pelo mau uso de sua propriedade (não cumprimento da função social).
Possui duas modalidades:
Desapropriação para Urbanização (Lei 10.257/01): Desapropriação de área urbana que não estiver cumprindo com sua função social. Nesta situação, a área será incluída no Plano Diretor para desapropriação, através de lei municipal. É aplicada apenas pelo município.
Considera-se que não cumpre com sua função social a área urbana i) não edificada; ii) não utilizada; ou iii) que estiver subutilizada.
De acordo com a Lei 10.257/01, o município deverá tomar as seguintes medidas antes de proceder com esta modalidade de desapropriação:
Notificar o proprietário, exigindo que ele dê utilidade a sua propriedade (notificação averbada em cartório).
Determinar a utilização, edificação ou parcelamento compulsório da propriedade.
Aplicação de IPTU progressivo, pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos
Ocorrerá a desapropriação apenas se, após a prática de todas as medidas acima, o proprietário insistir em não cumprir com as exigências (utilização da propriedade ou pagamento do IPTU progressivo).
Desapropriação para Reforma Agrária (Lei Complementar 76/93): Desapropriação de área rural que não estiver cumprindo com sua função social, para fins de reforma agrária. É aplicada apenas pela União.
Os requisitos para cumprimento da função social de área rural se encontram no art. 186 CF, quais sejam:
aproveitamento racional e adequado;
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Os passos para efetivação da desapropriação para reforma agrária são:
Emissão de decreto expropriatório pelo presidente da república
Vistoria e avaliação, determinando o preço da propriedade
Pode ocorrer a imissão provisória de posse por parte do Estado, situação em que deverá indenizar o proprietário (Ação de Indenização – prazo: 2 anos)
Desapropriação
Vale ressaltar que o Ministério Público deverá fiscalizar todo o processo de desapropriação.
Fases da Desapropriação Ordinária
A desapropriação ordinária divide-se em duas grandes fases:
Fase Declaratória: Se inicia com a emissão do decreto de desapropriação (decreto expropriatório) ou a publicação da lei que determinar a desapropriação. Do decreto ou da lei deve constar a destinação que se dará à propriedade e o preço ofertado pelo Estado.
Nesta fase, o Estado obtém o direito de penetração, ou seja, o direito de adentrar a propriedade, submetendo-a a regime jurídico especial.
Nesta fase também se inicia a contagem do prazo de caducidade do procedimento de desapropriação, que é de 5 (cinco) anos
Fase Executória: Pode se dar de forma amigável, se proprietário aceitar o valor ofertado, ou de forma judicial, se houver divergência com relação ao preço ofertado
Na situação de desapropriação judicial, o poder público ajuizará uma Ação de Desapropriação visando apenas a discussão do preço ofertado pelo Estado. O judiciário não pode se manifestar quanto ao cabimento dos requisitos de necessidade/utilidade pública.
Assim, na Ação de Desapropriação será debatido apenas o preço ofertado e um eventual vício processual constatado. Ainda, destaca-se que esta ação só pode ser julgada por um juiz vitalício (juiz substituto não pode!)
Ainda cabe comentar sobre a desapropriação indireta, prática que é proibida pela lei. Caracteriza-se pela apoderação do Estado sobre uma propriedade particular sem observar o procedimento legal de desapropriação.
Nesta situação, caberá ao proprietário reclamar indenização por desapropriaçãoindireta.
- Licitação
Procedimento administrativo realizado pela administração pública que atende a celebração de um contrato administrativo e que se destina a selecionar a melhor proposta.
O procedimento de licitação é publico, podendo qualquer pessoa ter conhecimento de seu andamento. Procedimento deve ter transparência.
Art. 37; XXI; CF: Contratação de serviços, compras e alienações realizados com o poder público devem ser procedido mediante licitação ( REGRA GERAL
Lei 8.666/93: Lei de licitações (complementa o art. 37; XXII; CF acima)
Lei 10.520/02: Prevê a modalidade de pregão eletrônico.
Os objetivos da licitação são:
Selecionar a melhor proposta
Propiciar igualdade de participação
Promover o desenvolvimento nacional sustentável (incluído pela lei 12.349/10)
Princípios da Licitação
Os princípios da licitação se encontram no art. 3º da Lei 8.666/93, quais sejam:
Princípio da legalidade, do procedimento formal e vinculação ao ato convocatório
Assim, o procedimento licitatório deverá seguir o que determina Constituição Federal e a Lei 8.666/93, conforme as etapas nelas determinadas. Caso alguma etapa legal deixar de ser verificada, a licitação será nula (nulidade de licitação).
Ainda, o Edital de Licitação (instrumento convocatório) tem o poder de vincular os candidatos ao procedimento licitatório. O Edital estipula as regras da licitação e não pode mais se alterado após sua publicação
Princípio da impessoalidade, igualdade e julgamento objetivo
O princípio da impessoalidade determina que o trâmite licitatório não pode ser dirigido a fornecedor específico, sob pena de nulidade do edital.
Igualdade significa dizer que todos os participantes da licitação devem ser tratados de igual modo.
O julgamento objetivo são critérios definidos no edital e, portanto, variam de caso a caso. Devem seguir os princípios da impessoalidade e da igualdade.
Princípio da moralidade e probidade administrativa
A licitação deve atender os padrões éticos e morais da sociedade, bem como se desenvolver com probidade. Probidade significa honestidade, então, probidade administrativa é a honestidade na administração pública. Os crimes de improbidade administrativa são definidos em lei específica e serão estudados com mais detalhes adiante.
Publicidade e sigilo na apresentação de propostas
O trâmite licitatório deve ser público, entretanto, as propostas oferecidas por cada participantes são sigilosas, sendo entregues em envelope lacrado e abertos apenas no dia e hora determinados (em caso de desclassificação, participante recebe o envelope de volta lacrado).
Princípio da adjudicação compulsória
Objeto da licitação é adudicado compulsoriamente ao vencedor da licitação, não podendo ser preterido pelos outros.
Adjudicação é o ato judicial mediante o qual se declara e se estabelece que a propriedade de uma coisa se transfere de seu primitivo dono para o novo dono. Na licitação, se refere ao ato que dá a expectativa de direito ao vencedor da licitação, ficando o Estado obrigado a contratar exclusivamente com aquele.
Hipóteses de Contratação Direta (não ocorre licitação!)
	
	Licitação Dispensável
	Licitação Inexigível
	Licitação Dispensada
	Base Legal
	Art. 24 da Lei 8.666/93
	Art. 25 da Lei 8.666/93
	Art. 17 da Lei 8.666/93
	Rol
	Taxativo
(não há interpretação)
	Exemplificativo
(há interpretação)
	Taxativo
(não há interpretação)
	Natureza da Decisão
	Discricionária
	Vinculada
	Discricionária
	Característica
	Licitação é possível de ser realizada, porém, não é conveniente
	Realização da licitação é logicamente impossível, por inviabilidade de competição
	Lei descreve os casos, obrigando a contratação direta
Licitação Dispensável: 
Em resumo, o art. 24 da lei 8.666/93 dá a possibilidade de contratação direta para casos de pequeno valor, situações de calamidade pública, emergências. 
Contratação direta ainda se dará devido a existência de certa pessoa especificada na lei (ex.: associação de deficientes) ou devido ao objeto especificado na lei (ex.: hortifrutigrangeiros).
Licitação Inexigível:
Nesta modalidade a licitação é impossível de ocorrer devido a inexistência de concorrência e ocorrerá a contratação direta mesmo que o Estado queira praticar licitação. As hipóteses previstas no Art. 25 da Lei 8.666/93 são:
para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
EXCEÇÃO: Para serviços de publicidade deve ser aberta licitação mesmo se houver apenas um fornecedor (art. 25; II; da Lei 8.666/93) ( INEXIGIBILIDADE VETADA
Licitação Dispensada:
Lei obriga a contratação direta, que ocorrerá independentemente da viabilidade da licitação ou da vontade do Estado. Ocorre, geralmente, em situações de alienação.
O art. 17 da Lei 8.666/93 lista as hipóteses onde ocorrerá licitação dispensada
Ainda podemos verificar as seguintes modalidades de licitação:
Licitação Deserta:
Situação onde não se candidata nenhum interessado à licitação. Lei autoriza a contratação direta nesta situação.
Licitação Fracassada:
Ocorre caso todos os licitantes sejam inabilidados (não apresentarem a documentação e/ou não cumprirem os requisitos legais para habilitação na licitação) ou todos os licitantes sejam desclassificados.
Nesta situação NÃO ocorre a contratação direta, sendo facultado à Administração estabelecer novo prazo para regularização da documentação / apresentação de nova proposta, ou abrir novo certame licitatório.
Modalidades de Licitação
Concorrência (art. 22; §1º; Lei 8.666/93)
É a modalidade mais abrangente de licitação. Atinge quaisquer interessados, desde que oferte o bem/serviço objeto da licitação.
Devem ser observados os princípios da universalidade (oportunidade de participação de inúmeros candidatos) e da ampla divulgação (divulgação do certame licitatório em todos os meios determinados pela lei).
Não há habilitação anterior. Na fase inicial de habilitação preliminar, deve ser comprovado que possuem os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. Os documentos para habilitação são analisados juntamente da proposta.
Modalidade utilizada para contratações de grande valor (art. 23; I; “c” e II; “c” – Lei 8.666/93)
Tomada de Preços (art. 22; §2º; Lei 8.666/93)
Abrange empresas cadastradas ou não.
Empresas já habilitadas em licitação anterior tornam-se cadastradas junto ao ente público em questão (possuem certificado de registro cadastral). 
Empresas não cadastradas que desejem se candidatar em licitação por tomada de preços devem apresentar os documentos exigidos para habilitação em até 3 dias antes da licitação.
Modalidade utilizada para contratações de médio valor (art. 23; I; “b” e II; “b” – Lei 8.666/93)
Convite (art. 22; §3º; Lei 8.666/93)
Diferentemente das outras modalidades de licitação, o instrumento convocatório desta modalidade é a carta-convite (ao invés do edital).
A carta-convite é enviada diretamente a, pelo menos, três empresas, convidando-as diretamente a participar da licitação.
É possívela participação de empresa não convidada, caso tome conhecimento da licitação e se interesse na mesma. Porém, nesta modalidade não é exigida a ampla divulgação, de modo que sua propagação é reduzida. A empresa não convidada deve apresentar a documentação solicitada para habilitação em até 24h antes da realização da licitação.
Modalidade utilizada para contratações de pequeno valor (art. 23; I; “a” e II; “a” – Lei 8.666/93)
Concurso (art. 22; §4º; Lei 8.666/93)
É aberta para quaisquer interessados, objetivando a contratação para serviço específico, de cunho técnico, científico ou artístico.
Leilão (art. 22; §5º; Lei 8.666/93)
É a modalidade onde o vencedor da licitação será aquele oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Ocorre em situações de:
Venda de bens móveis inservíveis (sucata)
Produtos legalmente apreendidos ou penhorados
Alienações de bens imóveis (art. 19)
Casos onde licitação se der por pregão (Lei 10.520/02).
A licitação por pregão tem por finalidade a aquisição de bens ou serviços comuns, tendo por particularidade a inversão das fases da licitação. Também poderá ocorrer por meio eletrônico (Lei 5.450/05).
Fases da Licitação
A licitação é dividida em 02 (duas) fases, uma interna que acontece antes da publicação do edital e uma externa, após a publicação do edital.
A fase interna compõe-se por procedimentos formais, tais como elaboração do edital, definição do tipo e modalidade de licitação (tudo executado por uma comissão de licitação).
A fase externa inicia-se com a publicação do edital ou envio da carta-convite, dando divulgação ao público da licitação. É sucedida pelas subfases: habilitação/ apresentação de propostas e documentos, classificação e julgamento, homologação e adjudicação.
Assim, o edital ou a carta-convite (em casos de licitação por convite) são os divisores de fases. O art. 40 da Lei 8.666/93 dispõe sobre o edital.
Em resumo, o instrumento convocatório:
É ato administrativo;
Visa chamar os potenciais interessados em determinada contratação;
Identifica o objeto a ser licitado, o procedimento adotado, condições da realização da licitação e participação dos licitantes;
Traz os critérios de aceitabilidade e julgamento das propostas;
Traz as formas de execução do futuro contrato;
É a forma de exteriorizar o ato convocatório;
Tem como formas o edital ou o convite.
Fase interna
A fase interna da licitação é fundamental no procedimento. Entretanto, nem sempre se lhe dá o destaque e a importância que merece. A inobservância ou negligência de formalidades prescritas na lei e regulamento pode conduzir ao fracasso do certame, abortando-o no curso de sua formação.
Nesta fase os interessados em contratar com o poder público passam a fazer parte do procedimento. Suas subfases modificam-se conforme a modalidade licitatória adotada. Esta fase se encerra no momento em que a licitação se torna pública (com a publicação do instrumento convocatório).
Fase Externa
Constituem basicamente subfases da fase externa da licitação: a publicação do instrumento convocatório, a habilitação, a classificação/ julgamento, a homologação e a adjudicação.
Publicação do instrumento convocatório
A publicação do instrumento convocatório é o meio de divulgação da existência da licitação.
Tanto o licitante quanto o cidadão comum podem impugnar o edital por irregularidade.
Nada impede que o licitante que oferece a impugnação continue participando do certame. Seu direito de participação permanece até o trânsito em julgado da impugnação.
Habilitação
Nesta etapa, apura-se (de forma subjetiva) a idoneidade e capacidade dos licitantes para executar o objeto do futuro contrato através da apresentação das propostas e dos documentos elencados nos arts. 27 a 31 da Lei 8666/93.
Neste momento do procedimento ocorre a averiguação da habilitação jurídica, qualificação técnica e financeira, regularidade fiscal e trabalhista dos participantes da licitação. Segue sinteticamente o que compreende estas "condições".
Nesta fase é averiguada a capacidade do licitante para exercer direitos e contrair obrigações (habilitação jurídica), a regularidade fiscal, a qualificação técnica, a qualificação econômico-financeira, a regularidade trabalhista.
A falta de demonstração dos requisitos acima torna o licitante inabilitado, perdendo o direito de prosseguir no certame.
Aqueles que já participaram de procedimento licitatório anterior e possuem o certificado de registro cadastral não precisam passar pela habilitação.
Classificação / Julgamento
Antes do julgamento propriamente dito, é feita uma análise das propostas apresentadas pelos licitantes habilitados para verificação de viabilidade e/ou execução da contratação, assim como a conformidade da proposta com o instrumento convocatório.
De tal modo, há uma classificação pela ordem de preferência, segundo critérios objetivos constantes do edital/ convite.
Após esta análise (uma forma de classificação), ocorre o julgamento que é realizado conforme o tipo de licitação e demais critérios previstos no instrumento convocatório.
O julgamento baseia-se em critérios objetivos e públicos constantes no ato convocatório (edital ou carta convite) e Lei 8.666/93 em seus arts. 43, 44 e 45.
Traduz o princípio da licitação do julgamento objetivo (art. 3º da Lei 8.666/93).
É realizado conforme o tipo de licitação, por isso a Lei 8.666/93 expressamente dispõe que existem tipos de licitação apenas para atingir a finalidade do julgamento das propostas.
Por fim, o licitante com melhor proposta torna-se o vencedor do certame!
Homologação
É o ato de controle da autoridade hierarquicamente superior à Comissão de Licitação que analisa todo o procedimento, inclusive em sua fase interna, para verificar se encontra-se em conformidade com as exigências legais.
Nesta subfase pode ocorrer a aprovação do procedimento (homologação), ou a reprovação do procedimento (revogação ou anulação).
Se o procedimento estiver em ordem ocorre a homologação.
Se a autoridade competente verificar algum vício de ilegalidade, anulará o procedimento ou determinará seu saneamento, se cabível.
Se houver razões de interesse público supervenientes devidamente demonstradas, a autoridade pública poderá revogar a licitação. Nesta hipótese, o vencedor é indenizado.
Adjudicação
A adjudicação é o ato final do procedimento administrativo de licitação. Constitui o ato declaratório, pelo qual a mesma autoridade pública competente para homologar, atribui de maneira formal ao vencedor do certame o objeto da licitação.
Através da adjudicação, a Administração convoca o vencedor para assinar o contrato administrativo. É ato vinculado visto que a Administração fica impedida de contratar com terceiro que não seja o vencedor do certame.
Na modalidade de licitação por pregão ocorre uma inversão destas fases, que pode ser observada nos arts. 3º e 4º da lei 10.520/02 
Em resumo, o pregão caracteriza-se por primeiro ocorrer a abertura das propostas das licitantes e depois é procedido com a análise da documentação para habilitação dos mesmos. Nas demais modalidades de licitação, ocorre primeiro a habilitação e, posteriormente a abertura das propostas, juntamente da fase de classificação e julgamento.
- Contratos Administrativos
É o ajuste que a administração, agindo nessa qualidade, firma com particulares ou outra entidade administrativa para consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria administração.
Trata-se de uma relação vertical, onde a administração pública se encontra em posição superior, havendo, portanto, um desequilíbrio entre as partes. Diferentemente da relação privada, na contratação com ente público, é permitido à administração modificar cláusulas unilateralmente, em vista de certas circunstâncias supervenientes (mutabilidade).Em regra, a celebração de um contrato administrativo exige prévia licitação (sendo os termos do contrato definidos no edital).
Os contratos administrativos são regidos pelo art. 37; XXI; CF (base constitucional da licitação) e pelas Leis 8.666/93 (art. 54 e seguintes – bases gerais dos contratos administrativos); 8.987/95 (contratos de concessão e permissão); 9.637/95 (contratos de gestão); 11.079/04 (contratos de parceria público-privado); 11.107/05 (consórcios públicos); 12.232/10 (normas gerais de licitação e contratação de empresas de publicidade).
	Contratos Privados
	Contratos Administrativos
	Aplicação do direito privado
	Aplicação do direito público
	Igualdade entre as partes
	Administração ocupa posição superior (desigualdade entre as partes)
	Cláusulas imutáveis
	Cláusulas mutáveis
	Defesa de interesses privados
	Defesa de interesses públicos
Características do Contrato Administrativo
Submissão ao Direito Administrativo (regido pelo direito público ( nada de código civil!)
Presença da administração pública em, ao menos, um dos pólos da relação
Desigualdade entre as partes (Administração superior)
Formalismo
Mutabilidade (alterabilidade) ( Possibilidade da administração alterar cláusulas de modo unilateral, devido a causa superveniente ao contrato (de interesse público) ( CLÁUSULAS EXORBITANTES (art. 58 da Lei 8.666/93)
As cláusulas exorbitantes estão previstas no art. 58 da Lei 8.666/93, quais sejam:
Alteração unilateral de cláusulas
As cláusulas serão alteradas unilateralmente pela administração quando houver alteração do objeto por adequações técnicas ou por necessidade de acréscimo ou diminuição do preço devido amudança de qualidade / quantidade do objeto.
Recisão unilateral (caso ocorra uma das hipóteses do art. 79 da Lei 8.666/93)
Possibilidade de fiscalizar a execução do contrato 
 Aplicação de penalidades por falta de execução do contrato, tais como advertência, multa, suspensão de participação em licitação ou declaração de inidoneidade para participação em licitação (art. 87 da Lei 8.666/93). É assegurado o contraditório à outra parte na aplicação destas penalidades.
Possibilidade de ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato
Estudo do Equilíbrio Exonômico-Financeiro
Com o decurso do tempo ou por acontecimentos supervenientes à execução do contrato, os valores estipulados no edital podem se tornar defasados.
Determina o art. 37; XXI; CF que “(...) as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, (...)”
Essa referência tornou obrigatória a criação de um sistema legal de preservação da margem de lucro do contratado ( Previsão legal da equação econômico-financeiro
A equação econômico-financeira é a relação que estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o encargo assumido e a remuneração pactuada ( busca equilíbrio entre ambos
Na prática, obriga a administração a alterar a remuneração do contratado sempre que sobrevierem circunstâncias capazes de tornar mais onerosa a execução do contrato ao contratado. Estas circunstâncias excepcionais são:
Alteração Unilateral:
Ocorrerá no caso de aumento ou diminuição do valor por acontecimento interno da administração. Aumento será de até 50% para reforma de edifício ou equipamento e até 25% para os casos restantes (art. 65; §§1º ao 4º)
Fato do Príncipe:
Acontecimento externo ao contrato provocado pela administração pública (ex.: aumento de imposto pelo ente contratante – fato externo ao contrato porém causado pela própria adm.)
Fato da Administração:
É a ação ou omissão da administração que retarda ou impede a execução do contrato
Alta Econômica (Teoria da Imprevisão)
Trata de acontecimento externo ao contrato, de natureza econômica, imprevisível, inevitável, estranho às partes e causador de desequilíbro significativo na relação contratual (ex.: aumento de imposto por ente público diverso)
Extinção do Contrato Administrativo
O art. 79 da Lei 8.666/93 trata da rescisão do contrato administrativo, que pode ser:
Unilateral
Uma das cláusulas exorbitantes, que garante a rescisão unilateral pela administração, sem a necessidade de ingresso no judiciário. Previsão legal no art. 58; I; Lei 8.666/93.
Amigável
Acordo entre o contratado e a administração pública resultando na rescisão amigável do contrato em âmbito administrativo.
Judicial
Rescisão do contrato é determinada pelo judiciário
	
A extinção do contrato administrativo ainda poderá se dar pelo decurso do tempo (expiração de sua vigência) ou devido a anulação por vício (deve ser motivada).
Crimes contra a licitação ou contratos administrativos
Estão previstos nos seguintes artigos da lei 8.666/93:
Art. 89: Dispensar ou inexigir licitação fora dos casos previstos, ou não observar procedimento formal exigido pela lei.
Art. 92: Favorecer determinado contratante, fora dos casos permitidos pela lei.
Art. 96: Fraudar licitação para aquisição de bens ou mercadorias em prejuízo da fazenda
Art. 97: Admitir o ingresso em certame licitatório ou realizar contratação com profissional declarado inidôneo.
- Improbidade Administrativa
Tem previsão legal no art. 37; 4º; CF, que determina a suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, além da ação penal cabível, como sanção a atos de improbidade.
A lei que regulamenta os atos de improbidade administrativa é a Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa – LIA) ( NÃO É LEI PENAL – prevê sanções administrativas (exceto o art. 19 que define um tipo penal).
A LIA define os contornos do princípio da moralidade administrativa.
Sujeito passivo da conduta de improbidade é a entidade que sofre as consequências do ato (seja da administração direta ou indireta).
Sujeito ativo pode ser qualquer agente público, seja ele servidor ou não (art. 1º LIA). O conceito de agente público é aquele que exerce função pública, em qualquer situação (art. 2º LIA).
As disposições desta lei são aplicáveis no que couber àqueles que, mesmo não sendo agente público, concorra, induza ou tire proveito do ato, direta ou indiretamente ( Apenas para concurso – particular sozinho não pratica ato de improbidade!
	
	Atos de Improbidade que causam enriquecimento ilícito
	Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário
	Atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração
	Previsão Legal
	Art. 9º (atos mais graves – sanções maiores)
	Art. 10 (atos intermediários – sanções médias)
	Art. 11 (atos mais leves – sanções menores)
	Característica
	Produzir vantagem patrimonial indevida
	Ensejam perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação de bens públicos (não há enriquecimento ilícito do agente, mas causam prejuízo ao ente público)
	Não causam prejuízo financeiro mas são contrários aos deveres de honestidade, lealdade e etc.
	Tipos de Conduta
	Dolosa
	Dolosa ou Culposa
	Dolosa
	Exemplos
	Receber dinheiro, gratificação, presente, utilizar bem da adm. em proveito próprio
	Permitir que terceiro utilize em proveito próprio verbas públicas, frustrar a licitude de procedimento licitatório
	Negar publicidade aos atos, praticar atos visando fim proibido em lei
	Sanções
	Art. 12; I (maior gravidade)
	Art 12; II (sanções médias)
	Art. 12; III (menor gravidade)
O art. 13 da LIA determina que deve ser apresentada declaração de bens do agente público no momento da posse ao seu cargo (art. 13; §1º determina todos os bens que devem constar da declaração).
O procedimento administrativo para apurar um ato de improbidade está no art. 14 da LIA, quese resume da seguinte forma:
Primeiramente, deve ocorrer a representação à autoridade administrativa, solicitando o início da investigação. Representação pode ser feita por qualquer pessoa, por meio escrito ou oral (relato oral deve ser reduzido a termo).
Se representação for aceita pela autoridade administrativa, é formada uma comissão processante que dá conhecimento do fato ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
Caso verificados fundados indícios de improbidade, a comissão processante representará ao Ministério Público ou ao procurador do órgão investigado, requerendo o sequestro de bens do investigado (medida cautelar).
No prazo de 30 dias do bloqueio dos bens, Ministério Público deverá propor uma Ação de Improbidade Administrativa, que determinará ou não a efetiva aplicação das sanções previstas na LIA ( Competência privativa do poder judiciário (administração NUNCA aplicará sanção por improbidade)
Juiz notificará o requerido solicitando sua manifestação sobre os fatos alegados contra ele. Ação somente prosseguirá caso juiz a aceite, após ouvir a manifestação do requerido. Aceita a ação, a mesma seguirá normalmente o rito ordinário, aplicando-se subsidiariamente as regras da lei de ação civil pública (Lei 7.347/85).
Possui legitimidade para propor a ação o Ministério Público ou a pessoa jurídica prejudicada pelo ato de improbidade. Se a ação é proposta pela pessoa jurídica, o Ministério Público deverá atuar como fiscal da lei.
Não se admite transação na Ação de Improbidade (art. 17; §1º; LIA).
A Ação de Improbidade prescreve em 5 anos do término do madato do agente investigado, salvo se lei específica dispor de maneira diversa.
O único tipo penal previsto na LIA é a representação por improbidade contra agente público que se sabe ser inocente (art. 19 – pena: detenção de 6 a 10 meses e multa)
- Bens Públicos
A definição de bem público diverge entre 3 correntes:
Corrente exclusivista: Considera apenas o conceito presente no código civil (arts. 98 ao 103). Possui uma falha considerável, pois não define os bens pertencentes às sociedades de economia mista e empresas públicas, que possuem natureza jurídica de direito privado (porém, seus bens são públicos). Entretanto, é a corrente mais comum e aceita.
Corrente inclusivista: Considera bens públicos todos aqueles pertencentes a entes da administração direta e indireta.
Corrente Mista: Considera bens públicos todos aqueles pertencentes à pessoas jurídicas de direito público ou aquelas prestadoras de serviço público
Classificação dos Bens Públicos
Quanto à Destinação: Podem ser:
De uso comum (Art. 99; I; CC): Ninguém possui exclusividade sobre, de modo que ninguém pode ser impedido de usá-lo ou nele adentrar. Não podem ser alienados ou onerados.
De uso especial (Art. 99; II; CC): Bens usados para uma destinação específica
Dominiais ou Dominicais (Art. 99; III; CC): Bem público disponível ou que não possui finalidade específica
Quanto à Titularidade (Art. 26 CF): Podem ser:
Bens Federais (art. 20 CF): Pertencentes à União
Bens Estaduais (art. 26 CF): Pertencentes aos Estados
Bens Municipais: Pertencentes aos Municípios
Bens do Distrito Federal: Pertencentes ao Distrito Federal
Quanto à Disponibilidade: Podem ser:
Indisponíveis: Bens podem ser indisponíveis por sua própria natureza não permitir a alienação (ex.: mar, ar, meio ambiente e etc.) ou por força de lei (ex.: rua, praça, repartição publica e etc. ( bens de uso comum ou especial) 
Disponíveis: Bens que podem ser alienados. Alienação se dá por licitação ( bens dominicais
Atributos Exclusivos dos Bens Públicos
Inalienabilidade (apenas bens de uso comum e especial)
Imprescritividade: Não estão sujeitos a usucapião (só se dá em propriedade particular)
Impenhorabilidade: Não podem ser penhorados. A execução contra o poder público ocorre por precatório
Não Onerosidade: Do mesmo jeito que o bem público não pode ser alieando, ele também não poderá ser onerado.
O bem público de uso comum ou especia pode ser desafetado pelo Estado, ou seja, perder sua destinação específica. Neste caso, passa a ser um bem dominical e poderá ser alienado.
- Controle da Administração
O controle da administração pode ser classificado:
Quanto ao órgão que exerce. 
Pode ser:
Pela a própria administração (autotutela ou provocado por alguém)
Pelo poder legislativo, através do controle político ou pelo controle financeiro 
Pelo poder judiciário, através das ações e remédios constitucionais ( Tem que ser provocado!
Quanto ao momento que pode ser realizado
À priori (prévio): Realizado antes do ato a ser controlado
Concomitante: Realizado ao mesmo tempo que o ato a ser controlado
À Posteriori (posterior): Realizado após a prática do ato a ser controlado
Quanto a natureza
Legalidade: Verifica se ato é compatível com o ordenamento jurídico, se há vício e etc. Pode ser realizado pela própria administração ou pela parte prejudicada, que deverá recorrer ao judiciário.
Mérito: Controle exclusivo da administração. Verificação do atendimento dos requisitos de conveniência e oportunidade em atos discricionários praticados pela administração pública.
Quanto à iniciativa
De ofício: Pode ser praticado espontaneamente pela administração, sem a necessidade de provocação
Provocado: Depende da iniciativa da parte interessada. Engloba todas as ações constitucionais.
O controle da administração também poderá ser realizado pelo poder legislativo, através das seguintes modalidades:
Controle Político
Exercido pelo legislativo com relação a ato praticado pela administração pública (ex.: atos do executivo que dependem de ratificação do congresso)
Controle Financeiro
Controle contábil, orçamentário e financeiro da administração pública. É exercido pelo tribunal de contas, que faz recomendações à administração com relação a contratações, contas a pagar, gastos com pessoal e etc.
O controle da administração ainda poderá ser realizado pelo poder judiciário, através de ações judiciais versando sobre atos praticados pela administração.
- Servidores Públicos
São todas as pessoas físicas incumbidas de uma função pública, seja em caráter transitório ou definitivo, com ou sem remuneração.
O conceito de agente político é divergente. O conceito restrito é o mais aceito e determina que agente político é aqueles que assume cargos públicos em mandatos eletivos (ex.: presidente, governador e etc.). Há também o conceito amplo, que inclui os membros do Ministério Público e magistratura, porém, é menos aceito.
Também são servidores públicos:
 os contratados temporários,
 agentes militares (regidos por estatuto próprio – regime diferenciado)
o servidor público estatutário (regidos pelo estatuto – exerce cargo público)
empregado público (regidos pela CLT)
Particulares em colaboração com o Estado
A regra geral é o ingresso no serviço público por meio de concurso. Porém, há excessões (ex.: cargos em comissão, indicação e etc.)
A acumulação de cargos públicos, em regra, é proibida. As exceções são: i) a acumulação de dois cargos de professor; ii) cargo de professor com cargo técnico/científico; iii) dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde.
A acumulação poderá ocorrer desde que haja compatibilidade de horários e o valor total não ultrapassar o teto da categoria.
Membros do Ministério Público e magistrados também podem acumular suas funções com o magistério.
A aposentadoria é o direito a inatividade remunerada. Para o servidor público se dá por:
Invalidez permanente (incapacidade física ou psíquica)
Compulsória aos 70 anos
Voluntária, se observados o tempo mínimo de serviço e contribuição
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