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Direito Constitucional III - Apostila

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- Direito Constitucional III
- Conceito de Constituição
Constituição é o conjunto de normas pertinentes à organização do Poder, à distribuição de competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo, aos direito da pessoa humana, tanto individuais como sociais.
									 -Paulo Bonavides
A Constituição funda juridicamente o Estado, sendo sua estrutura fundamental.
Estado é a incidência de determinada ordenação sobre determinadas pessoas que estão em certo território
									 - Michel Temer
O Estado é formado pelos elementos: i) povo; ii) território; e iii) soberania
A defesa da Constituição implica na defesa do próprio Estado, uma vez que a Constituição é o instrumento pelo qual o Estado foi criado.
- Princípios Constitucionais (Arts. 1º a 4º CF)
Art. 1º CF: Distribuição espacial do poder
Determina a forma federativa do Estado e a descentralização do poder, que se distribui pelos entes federados criados pela CF.
Os incisos (I a V) determinam os fundamentos do estado, quais sejam: a) a soberania; b) a cidadania; c) a dignidade da pessoa humana; d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e e) o pluralismo político
Art. 2º CF: Divisão orgânica do poder
Determina a divisão do poder entre as funções executiva, legislativa e judiciária, sendo estas independentes e harmônicas entre si.
Executivo: Produz atos administrativos (dá execução às leis)
Legislativo: Produz leis
Judiciário: Produz sentenças judiciárias (sanção) STF = Guardião da Constituição
Todos os atos produzidos pelos poderes acima podem ser questionados por inconstitucionalidade, caso estes não encontrem fundamento ou contrariem a Constituição
Art. 3º CF: Objetivos Fundamentais
São objetivos fundamentais do Estado:
construir uma sociedade livre, justa e solidária
garantir o desenvolvimento nacional;
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º CF: Princípios regentes para as relações internacionais
São princípios concernentes às relações internacionais:
independência nacional;
prevalência dos direitos humanos;
autodeterminação dos povos;
não-intervenção;
igualdade entre os Estados;
defesa da paz;
solução pacífica dos conflitos;
repúdio ao terrorismo e ao racismo;
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
concessão de asilo político.
O parágrafo único determina que o Estado deverá buscar a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
- Controle de Constitucionalidade 
A Constituição Federal tem por características:
Rigidez: Seu texto é mais difícil de ser alterado, em relação às demais leis (emenda à constituição segue tramitação específica no Congresso e tem quórum de aprovação mais elevado)
Supremacia: Ocupa a hierarquia máxima do ordenamento jurídico
O órgão que tem por atribuição decidir sobre questões de constitucionalidade é o STF órgão judicial (integra o poder judiciário)
Há países onde o órgão guardião da constituição é político (não integra o poder judiciário) ou misto.
Sistema jurídico é uma construção científica na qual há uma série de elementos (regras + princípios) que se interrelacionam mediante regras, as quais determinam as relações entre os elementos do sistema e, por conseguinte, forma sua estrutura (hierarquia, coesão e unidade).
									 - Rizzatto Nunes
DIREITO CONSTITUCIONAL PROCESSUAL Conjunto de normas de direito processual que se encontram previstas na Constituição Federal (Ex.: Art. 8º, III, CF ou Art. 93, IX, CF)
REGRAS PROCESSUAIS, DE QUALQUER RAMO DO DIREITO, QUE POSSUEM PREVISÃO NA CF
						≠	
DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL Reunião de princípios e regras processuais para o fim de regular a jurisdição constitucional
REGRAS PROCESSUAIS QUE DIZEM RESPEITO AO DIREITO CONSTITUCIONAL, COM O FIM DE VIABILIZAR SUA DEFESA PELA VIA PROCESSUAL
Art. 59 CF: Define o conceito de lei “lato sensu” (todas as normas compreendidas pelo processo legislativo), que compreende:
emendas à Constituição;
leis complementares;
leis ordinárias;
leis delegadas;
medidas provisórias;
decretos legislativos;
resoluções.
Conceitos Básicos
Para se aplicar o controle de constitucionalidade por meio de ação (controle repressivo), é necessário verificar os seguintes concenios básicos:
Existência: Para se discutir a constitucionalidade de uma norma, é necessário, primeiramente, que ela exista juridicamente, ou seja, tenha ingressado no ordenamento jurídico Não se aplica à leis em projeto (controle preventivo)
Vigência: Período de vida da norma. Deve ser verificado se a norma está vigente, ou seja, aptas a produzir efeitos.
Validade: Em conformidade com o sistema jurídico. Toda norma deve observar a hierarquia legislativa, que é encabeçada pela Constituição Assim, toda norma que contrariar a Constituição não possui validade.
A norma pode contrariar a Constituição de dois modos: i) por vício formal (irregularidade no processo legislativo); ou ii) vício material (matéria contraria à constituição)
Eficácia: Trata-se da efetiva aplicação e observância da norma pela sociedade. Divide-se em i) eficácia jurídica (toda lei válida e vigente possui); e ii) eficácia social (observância da norma pela sociedade e seu reconhecimento como norma justa)
Nulidade: Retira os efeitos (eficácia) da norma, que não poderia ter ingressado no ordenamento por padecer de algum vício. Pode ser i) absoluta (não pode ser anulada); ou ii) relativa (pode ter seus efeitos anulados)
Supremacia Constitucional
A Constituição está acima de todo o ordenamento, que deverá ser analisado tomando-a como base e direção.
Garantia: A supremacia constitucional busca dar maior segurança a uma situação de incerteza e fragilidade. Pode referir-se à garantia:
do direito objetivo: A própria Constituição age como garantidora do restante do ordenamento jurídico e do próprio Estado. 
Assim, o controle de constitucionalidade age como mecanismo de defesa da Constituição e, consequentemente, de todo o restante do ordenamento e do Estado.
do direito subjetivo: Constituição agindo na salvaguarda do direito subjetivo de cada um, sobretudo com relação aos direitos fundamentais (ex. Habeas corpus)
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DA LEI E DE ATOS NORMATIVOS À CONSTITUIÇÃO 
(adequação vertical)
O intuito do controle de constitucionalidade é defender a constituição, mormente para reforçar sua supremacia em relação às demais normas do sistema jurídico.
O controle de constitucionalidade se aplica apenas às normas posteriores à CF/88. As normas anteriores devem ser verificadas quanto à sua recepção ou não pela nova Constituição.
Apesar de terem a mesma força normativa do texto constitucional, as emendas à Constituição também sofrem controle de constitucionalidade, uma vez que são produzidas pelo Poder Constituinte Derivado e, portanto, devem obedecer as determinações do Poder Constituinte Originário, encontradas no texto original da Constituição.
Pressupostos / Requisitos para Constatação de Constitucionalidade
Formais: Circunstâncias e/ou procedimentos de elaboração da norma. Podem ser objetivos (elementos do processo legislativo em si), ou subjetivos (relacionados àqueles que participam do processo legislativo).
Materiais (Substanciais): Relacionada à matéria tratada pela norma
A violação de um princípio também é considerada uma inconstitucionalidade princípios possuem conteúdo normativo
A inconstitucionalidade se verifica apenas em normas que buscam fundamento de validade na constituição. Normas que visam regulamentar uma lei, por exemplo, encontram fundamento de validade na lei regulada e não na constituição (nesse caso, a legalidade da norma deve ser questionada,não sua constitucionalidade).
Classificações
Em relação ao momento em que é feito o controle
Preventivo: Controle de constitucionalidade feito antes da promulgação da lei, enquanto o projeto ainda está tramitando. Busca evitar que lei com vício ingresse o ordenamento jurídico.
Esse controle é realizado, principalmente, pelos poderes legislativo e executivo, pois são os poderes que participam do processo legislativo (o legislativo durante todo o processo e o executivo através do poder de sanção ou veto).
Há uma única hipótese onde pode ocorrer controle de constitucionalidade repressivo pelo judiciário, que se configura na situação de um parlamentar ingressar ao judiciário buscando interromper processo legislativo que considera ser contrário à Constituição (inconstitucional, portanto). Caso juiz determine a interrupção do processo legislativo, estará praticando um controle de constitucionalidade repressivo, ou seja, antes da lei ser promulgada.
Repressivo: Controle de constitucionalidade sobre leis já sancionadas e vigentes. Corrige leis inconstitucionais que já adentraram o ordenamento jurídico.
O controle repressivo é realizado, principalmente, pelo poder judiciário, uma vez que a presunção de constitucionalidade da lei é discutida e questionada apenas em âmbito judicial, mediante provocação.
A única hipótese onde pode ocorrer controle de constitucionalidade repressivo pelo poder legislativo é a situação onde há rejeição do Congresso Nacional à medida provisiória, com fundamento em inconstitucionalidade. Considerando que a norma já havia ingressado o ordenamento, produzindo efeitos, considera-se uma hipótese de controle repressivo de constitucionalidade.
Em relação ao órgão que exerce o controle
Controle Repressivo Político: Controle é realizado por órgãos políticos, ou seja, órgãos que não fazem parte do poder judiciário. 
Este sistema NÃO é adotado no Brasil, exceto na hipótese de medida provisória rejeitada por inconstitucionalidade pelo Congresso Nacional (órgão político). Um exemplo da aplicação deste tipo de controle é a França, onde existem as Cortes Constitucionais, órgãos fora do poder judiciário que tem por objetivo decidir sobre questões constitucionais.
Controle Repressivo Judiciário: Controle de constitucionalidade realizado por órgãos judiciários, ou seja, aqueles que compõem o poder judiciário REGRA GERAL NO BRASIL
Controle Repressivo Misto: Possui caráter híbrido, incorporando os dois modelos. Um exemplo é a Suíça, onde alguns tipos de demanda são analisados pela Corte Constitucional e outras pelo Poder Judiciário.
Sistemas de Controle de Constitucionalidade
Sistema Norte Americano: Controle realizado diante de casos concretos. Trata-se de inspiração para nosso controle difuso de constitucionalidade, que se trata do controle que pode ser realizado por qualquer órgão do poder judiciário (trata-se portanto de um controle repressivo).
O controle de constitucionalidade repressivo lida com casos concretos, ou seja, declara que determinada norma é inconstitucional, e portanto não deve ser cumprida, dentro daquele processo. Este controle NÃO exclui a norma do ordenamento jurídico, que continuará a ser aplicada e produzir efeitos perante o restante da sociedade
Sistema Austríaco (ou Europeu): Controle de constitucionalidade da lei em tese. Trata-se de inspiração para nosso controle concentrado de constitucionalidade, que é realizado apenas pelo STF mediande provocação por Ações de Inconstitucionalidade.
O controle de constitucionalidade concentrado visa declarar a lei inconstitucional perante todo o ordenamento jurídico, retirando-a da ordem jurídica.
Controle de Constitucionalidade Difuso
É o controle de constitucionalidade efetuado por meio da resolução de casos concretos. Portanto, é distribuído por todos os órgãos do poder judiciário, podendo ser realizado por qualquer um deles. É inspirado no sistema de controle de constitucionalidade norte americano.
Baseado no direito de ação previsto no art. 5º XXXV CF, todos tem o direito de exigir do Estado tutela jurisdicional, inclusive com relação à inconstitucionalidade de lei, e este, como detentor do monopólio da jurisdição, não pode se recusar a fazê-lo.
Art. 97 CF: Determina que a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo somente poderá ser declarada por maioria absoluta (reserva de plenário). Caso contrário, declaração de inconstitucionalidade será inválida e lei continuará a produzir efeitos.
Ressalta-se que esta reserva de plenário se aplica apenas no caso da declaração ser pela inconstitucionalidade da lei. Para declará-la constitucional, este quorum não precisa ser verificado.
Assim, qualquer órgão do judiciário pode declarar uma lei inconstitucional, e devê fazê-lo caso provocado e assim entenda, porém, desde que esta declaração seja votada por maioria absoluta de seus membros.
Controle de Constitucionalidade Concentrado
É o controle de constitucionalidade efetuado apenas pelo STF, que deve ser provocado através de instrumentos processuais específicos que visam retirar uma norma considerada inconstitucional do ordenamento jurídico (e não mais apenas em relação a um caso concreto em específico).
A regra da reserva de plenário também deve ser observada neste caso, quando da declaração de inconstitucionalidade pelo STF (necessário a maioria absoluta da casa).
Art. 102, I, CF: Compete ao STF julgar Ações Diretas de Inconstitucionalidade
Características do Controle Difuso de Constitucionalidade
Limite Subjetivo: Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade só atingem as partes que estão litigando.
Limite Objetivo: Declaração de inconstitucionalidade só atinge aquilo que foi objeto da demanda, de sorte que não abarca outras situações, ainda que análogas, e envolvendo as mesmas partes, se não constar do processo em que foi feita a arguição.
Efeitos “Ex Tunc”: Todos os efeitos gerados pela norma declarada inconstitucional naquele caso concreto devem ser cassados!! EFEITO DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE RETROAGE
Reserva de Plenário (Art. 97 CF): Para declarar qualquer lei inconstitucional de forma válida, os tribunais carecem do voto da maioria absouta de seus membros ou do órgão especial.
Cabe ressaltar que, caso já tenha sido declarada a inconstitucionalidade de um caso por maioria absoluta, os demais casos idênticos podem ser igualmente declarados inconstitucionais sem a necessidade do voto da maioria absoluta.
Controle Difuso pelo STF
Se houver declaração definitiva de inconstitucionalidade de lei pelo STF, este deverá comunicar o Senado Federal, que poderá (não há obrigatoriedade) expedir resolução cassando os efeitos da lei inconstitucional em face de toda a sociedade, tendo, portanto, efeitos “erga omnes” (art. 52, X, CF).
Ressalta-se que esta resolução produz efeitos ex nunc ou seja, não retroage ao início da vigência da lei, passando a surtir efeitos apenas a partir daquele momento.
Controle de Constitucionalidade Concentrado
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
Tem como objetivo declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, visando excluí-lo do ordenamento jurídico. Destaca-se que a Ação Direta de Inconstitucionalidade NÃO é cabível em face de lei municipal.
Assim, a ADI busca declarar a inconstitucionalidade de norma em âmbito geral (erga omnes)
Com relação ao Distrito Federal, devemos verificar que este ente federado acumula funções de estado e município, legislando sobre matérias de ambas esferas. Assim, caberá ADI apenas contra lei do DF que legislar sobre matéria estadual. Caso a lei do DF se refira à matéria municipal, não caberá a ação.
Esta ação é demandada diretamente ao STF, não cabendo o duplo grau de jurisdição nesta situação (art. 102, I, a), CF)
A reserva de plenário também deve ser observada neste procedimento.
Uma vez que a declaração de inconstitucionalidade, nesta situação, implica na retirada da lei de todo o ordenamento, nãoé necessário ao STF comunicar ao Senado para emissão de resolução cassando os efeitos da lei inconstitucional (uma vez que a própria declaração de inconstitucionalidade já retirou a lei do ordenamento e, consequentemente, encerrou todos os seus efeitos).
Art. 103 CF: Determina quem tem legitimidade para propor a ADI, que são:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Por mesa entende-se o órgão diretor da casa. Destaca-se que o artigo não faz referência à mesa do Congresso Nacional (quando as casas atuam em conjunto), citando apenas as mesas do Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e Câmara Legislativa do DF. Assim, a mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para propor ADI.
Conselho Federal da OAB é o órgão representativo da OAB em âmbito nacional, formado por membros dos conselhos estaduais. Apenas o conselho federal tem legitimidade para propor ADI, não podendo ser proposta por conselho estadual avulso.
Por confederação sindical entende-se uma união de federações sindicais. Apenas a confederação poderá porpor ADI.
Pertinência Temática: Para alguns dos legitimados, além da previsão legal, é exigida a existência de uma pertinência temática para a propositura da ADI. Assim, em alguns casos deverá haver uma ligação entre aquele que propõe a ação e o objeto da lei impugnada. Estes legitimados são:
Governadores de Estado e do DF: Só poderão impugnar leis promulgadas em seu Estado, salvo a hipótese da lei de outro Estado lhe afetar de alguma maneira
Mesas das Assembléias Legislativas ou da Câmara legislativa do DF: Aplica-se o mesmo raciocínio dos governadores, só poderão impugnar lei emitida por seu Estado, a menos que a lei de outro Estado lhe afete de algum modo.
Entidades de Classe e de Confederação Sindical: Só poderão propor ADI contra lei que lhe disser respeito ou prejudicar de algum modo.
OS DEMAIS LEGITIMADOS SÃO UNIVERSAIS, OU SEJA, PODEM IMPUGNAR QUALQUER LEI ATRAVÉS DA PROPOSITURA DE ADI
Vale lembrar as espécies normativas listadas no art. 59 CF, as quais são todas consideradas como definição de “lei”, quais sejam:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Entretanto, deve-se verificar que, dentre as espécies normativas acima listadas, só poderão ser objeto de ADI aquelas que busquem fundamento de validade diretamente na Constituição (geralmente, são as normas gerais e abstratas).
Assim, não poderá ser objeto de ADI uma resolução que tenha por objetivo regulamentar uma lei que necessite desta complementação, pois esta resolução busca fundamento da lei regulamentada e não diretamente na Constituição Federal.
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
Tem como objetivo declarar que determinada norma é compatível com a Constituição, cuja decisão definitiva possui eficácia contra todos (erga homnes) e vincula os demais órgaos do judiciário e executivo.
Assim, a ADC tem por finalidade declarar de maneira inequivoca que determinada norma é constitucional.
Merece destaque que a propositura da ADC é cabível APENAS em face de leis federais (diferentemente da ADI, que pode ser proposta para leis federais e estaduais).
Para ingresso com a ADC, é necessária a existência de controvérisa judicial acerca da constitucionalidade da lei em questão, devendo esta controvérsia ser demonstrada quando da propositura da ação.
Assim, não será admissível a propositura de ADC se não houver controvérsia ou dúvida relevante quanto à legitimidade da norma em questão.
Referida controvérsia pode se configurar, por exemplo, na constatação de pronunciamentos contraditórios de diferentes órgãos jurisdicionais, acerca da constitucionalidade da norma.
Tal como o ADI, a ADC é demandada diretamente ao STF, não cabendo o duplo grau de jurisdição nesta situação (art. 102, I, a), CF)
São legitimados para propor ADC os mesmos que possuem legitimidade para a propositura da ADI (Art. 103 CF).
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)
Tem por finalidade permitir o exercício de direito previsto na Constituição, e que não pode ser usufruído, por omissão do legislador ou autoridade administrativa competente. 
Assim, verifica-se que a ADO tem por finalidade tornar inconstitucional, e, portanto, passível de sanção judicial, a inércia do poder público. Trata-se de uma ação de defesa da ordem fundamental, contra condutas com ela incompatíveis.
Desta forma, a ADO visará tornar efetiva a norma constitucional, devendo ser dada ciência ao poder competente para adoção das providências necessárias.
A propositura desta ação é cabível apenas em face de normas constitucionais de eficácia limitada, ou seja, aquelas que dependem de regulamentação por parte do legislativo e/ou adção de medidas por parte da administração pública.
O objeto da ADO será a omissão legislativa, de âmbito federal e estadual, ou ainda omissões administrativas que afertem a efetividade da Constituição
São legitimados para propor ADO os mesmos legitimados à propositura da ADI e ADC (Art. 12-A da Lei 9.868/99 – a Constituição não define a legitimação para ADO)
Tal como a ADI e a ADC, a ADO também é demandada diretamente ao STF, não cabendo o duplo grau de jurisdição nesta situação (Lei 9.868/99)
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI Interventiva)
Seu objetivo é atacar leis ou atos normativos estaduais que violam os “princípios sensíveis” da Constituição Federal.
Tais “princípios sensíveis” encontram-se previstos no Art. 34; VII; CF, abaixo listados:
forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
direitos da pessoa humana;
autonomia municipal;
prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
A propositura da ADI Interventiva será cabível apenas se o ente responsável pela emissão da lei/ato normativo insistir em mantê-lo vigente. Caso haja revogação, não caberá a ação.
Caso ocorra o acolhimento da ação, o poder judiciário exige a anulação da lei ou ato normativo sem qualquer ingerência do executivo ou legislativo. Esta é uma das hipóteses onde a União interfere na autonomia dos Estados ou do DF, afastando-a temporariamente para declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Trata-se de ação arguida em face de lesão ou ameaça a preceito fundamental.
Preceito fundamental é um conceito jurídico de conteúdo indeterminado, ou seja, é mencionado no texto constitucional, porém, cabe à lei infraconstitucional conceituá-lo e definir seus limites. Entretanto, até o momento não há lei infraconstitucional que tenha definido um conceito para esta figura jurídica.
Sua conceituação pode ser encontrada na doutrina, contudo, há muita divergência e ainda não é questão pacificada entre os doutrinadores. Assim, STF acaba por determinar caso a caso as situações que considera, ou não, como inseridas no conceito de preceito fundamental.
Por essa razão, a ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental é utilizada em caráter subsidiário, sendo cabível quando a situação não se enquadrar em nenhuma das outras ações de controle de constitucionalidade.
Também é legítima a arguição de preceito fundamental por equiparação,que permite a impugnação de normas anteriores à CF/88.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental pode ser ajuizada em face de qualquer tipo de lei, seja federal, estadual, municipal ou do DF.
- Remédios Constitucionais
Remédios constitucionais são são os meios previstos na Constituição, postos à disposição dos indivíduos, para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar ilegalidades ou abuso de poder. Seu fundamento legal está no Art. 5º; XXXV; CF.
Os remédios constitucionais são:
Habeas Corpus: Visa a reparação de lesão ou ameaça ao direito da liberdade de locomoção. 
As partes envolvidas são: o impetrante (auquele que apresenta); o impetrado (em face de quem é apresentado) e o beneficiário (aquele que receberá a tutela). Assim, verifica-se que o habeas corpus pode ser impetrado para beneficiar terceiro.
O habeas corpus não requer qualquer formalidade em sua apresentação e nem exige a constituição de advogado (pode ser postulado diretamente pela parte interessada). É necessário apenas demonstrar a ilegalidade da restrição do direito de locomoção exigida contra o beneficiário do habeas corpus.
Possui duas modalidades:
Habeas Corpus Preventivo: Impetrado antes da efetiva lesão ao direito de locomoção (fundamenta-se na ameaça ao direito)
Habeas Corpus Repressivo: Impetrado após o ocorrimento da lesão ao direito de locomoção, visando sua reparação.
Mandado de Segurança: Tutela de direito líquido e certo, infringido através de ilegalidade ou abuso de poder, por autoridade ou pessoa jurídica agindo em nome de autoridade.
Para concessão do mandado de segurança basta a verificação de documentos demonstrado a ilegalidade/abuso de poder ou a demonstração da disposição legal infringida. Não é exigida a produção de provas complexas.
Trata-se de uma garantia residual, que terá cabimento apenas nas situações onde não forem aplicáveis os demais remédios constitucionais.
Há também o mandado de segurança coletivo, que se relaciona à tutela de direitos difusos e coletivos. É legitimado para impetrar mandado de segurança coletivo apenas partidos políticos com representação no Congresso Federal, sindicatos, entidades de classe ou associação legalmente constituída a mais de um ano.
Habeas Data: Tutela do direito de informação relacionada à dados cadastrais de banco de dados público ou privado, ou, ainda, exigir a retificação destas informações.
O habeas data só pode ser impetrado pelo próprio interessado (através de seu advogado constituído)
Mandado de Injunção: Tutela de direitos prejudicados por omissão legislativa. Visa garantir o exercício do direito prejudicado através da intervenção do judiciário no legislativo.
Ação Popular: Ação que pode ser ajuizada por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público.
Para fins de legitimidade para esta ação, considera-se cidadão aquele que se encontra no pleno exercício de seus direitos políticos (tem título de eleitor, em dia com o dever de votar, e etc.)
Ação Civil Pública: Ação destinada à tutela de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos.
São legitimados para propor ação civil pública apenas (ver Lei 7.347/85):
o Ministério Público;
a Defensoria Pública;
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
a associação que, concomitantemente:
esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
- Jurisdição Constitucional
Aplicação do direito (jurisdição) com relação à defesa da Constituição. Engloba as ações de controle de constitucionalidade e os remédios constitucionais.
No Brasil, a jurisdição constitucional é exercida pelo STF, órgão de cúpula do poder judiciário. Além da jurisdição constitucional, o STF também é responsável por outros processos, podendo ser de competência originária ou recursal (listados no art. 102 CF).
Há países que, diferentemente do Brasil, a jurisdição constitucional é exercida por um órgão político, ou seja, um órgão que não integra o poder judiciário. Um exemplo são as cortes constitucionais da França.

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