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Direito Penal II - Resumo

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Prévia do material em texto

- Direito Penal II
- Crimes contra a Liberdade Sexual
 Art. 213 ao 226 CP
Também conhecidos como “crimes contra os costumes”, este título trata de crimes envolvendo a prática de atos de libidinagem, ou seja, atos que tem por objetivo satisfazer a vontade sexual. Trata-se de gênero que abrange duas espécies:
Conjunção Carnal: Ato tendente a satisfazer a vontade sexual através de penetração (“cópula vagínica”).
Atos Libidinosos: Ato tendente a satisfazer a vontade sexual que não consiste em penetração vaginal.
Ainda, destaca-se que os crimes previstos neste título podem ser cometidos apenas contra pessoas. A prática de ato de libidinagem com animais configura crime ambiental (maus tratos com animais).
Estupro
Art. 213 CP
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O mesmo vale para o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa.
Vale mencionar que até o próprio conjuge pode ser sujeito ativo de crime de estupro, em caso onde conjunção carnal ou ato libidinoso ocorre sem o consentimento.
Conduta: Constranger alguém a ter com ele conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, mediante violência (força física) ou grave ameaça (violência moral).
NÃO HÁ MODALIDADE CULPOSA
Consumação / Tentativa: O crime de estupro estará consumado no momento em que o sujeito constranger alguem com a finalidade de praticar conjunção carnal ou ato libidinoso.
Para consumação do crime, pouco importa se penetração foi completa ou incompleta, se houve ejaculação ou se mulher tem himen complacente (todos estes pontos já foram objeto de discussão doutrinária no passado).
Beijo não consentido configura crime de estupro, pois trata-se de um ato libidinoso praticado pelo agente de maneira forçada (beijo deve ser lascivo, ou seja, tendente a satisfazer desejo de cunho sexual).
Ainda, deve-se notar que, caso agente pratique as duas modalidades do tipo penal (conjunção carnal e ato libidinoso), consideram-se dois crimes diferentes, pois tratam-se de dolos distintos e autônomos (isto ocorre pois, antes da revogação do Art. 214, as modalidades eram tratadas em tipos penais distintos – entendimento do STJ).
Admite a modalidade tentada, caso crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Art. 213; §1º; CP:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se do estupro resultar:
Lesão corporal de natureza grave ou gravíssima
ou
Vítima for menor de 18 (dezoito) anos e maior de 14 (catorze) anos
Art. 213; §2º; CP:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se do estupro resultar morte
Natureza Jurídica Qualificadora! (traz uma nova pena em abstrato)
Art. 214 CP: Atentado Violento ao Pudor REVOGADO!!
Violação Sexual Mediante Fraude
Art. 215 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O mesmo vale para o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa.
Conduta: Praticar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso mediante fraude ou outro meio que impeça/dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Este crime é conhecido como “estelionato sexual”.
Destaca-se que nesta modalidade criminosa não há violência ou grave ameaça. Vítima pratica o ato por livre e espontânea vontade, porém, em situação de erro, de modo que não praticaria o ato de fraude não se verificasse.
Exemplos deste crime se verificam no caso de gêmeos ou sósias que se fazem passar por outra pessoa para obter a vantagem sexual, ou no caso de embriaguez parcial (não confundir com embriaguez total, onde se como considera estupro de vulnerável).
Art. 215; par. único; CP: Se também houver intenção do agente em obter vantagem econômica da vítima, também deverá ser aplicada pena de multa.
Assédio Sexual
Art. 216-A
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Sujeito ativo deve, necessariamente, ser alguém em condição de superior hierárquico (chefe, gestor direto e etc.) ou grau de ascendência (pessoa com cargo de chefia em outro setor e etc.) relacionado a emprego cargo ou função exercido pela vítima (abrange público e privado) CRIME PRÓPRIO
Conduta: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se o agente de posição de superior hierárquico ou de seu grau de ascendência em relação à vítima.
O contrangimento pode ser efetuado de qualquer modo (ex.: palavra, gesto, por escrito e etc.). O tipo penal não determina nenhuma forma específica para tanto.
Existe uma divergência doutrinária com relação a possibilidade do professor ser agente ativo deste crime. Parte entende que sim, pois há relação de superior hierárquico entre professor e aluno, situação que permitiria ao professor valer-se desta condição para obter a vantagem sexual. Porém, outra parte entende que não, pois deve, necessariamente, ser verificada relação de trabalho entre os sujeitos.
Consumação / Tentativa:
Este tipo penal trata-se de crime formal, pois se consuma no momento do contrangimento praticado, não importando se vantagem sexual é obtida ou não (mero exaurimento do crime). Porém, é necessário para sua caracterização que reste provada a finalidade do agente em obter a vantagem de cunho sexual.
Art. 216-A; par. único; CP VETADO!!
Art. 216-A; §2º; CP: 
Causa de aumento da pena de um terço (1/3)
Se vítima é menor de 18 (dezoito) anos
Estupro de Vulnerável
Art. 217-A CP
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade sexual e integridade física da vítima
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime. Entretanto, o sujeito passivo deve, necessariamente, se encaixar no conceito de vulnerável deste artigo.
Conduta: Ter conjunção carnal ou praticar qualquer outro ato libidinoso com vulnerável.
Considera-se vulnerável, para fins deste tipo penal, o menor de 14 anos, o portador de enfermidade ou deficiência que retire o discernimento necessário para prática do ato ou aquele que, por qualquer motivo, não puder oferecer resistência.
Há uma discussão doutrinária acerca da vulnerabilidade de menores de 14 anos. A maior parte da doutrina entende que o critério idade é subjetivo e, portanto, não cabe discussão. Entretanto, há uma corrente que aceita a relativização do critério idade a depender do caso concreto (se demonstrada, por exemplo, a capacidade da vítima para entender e aceitar o ato, mesmo sendo menor de 14 anos).
Art. 217-A; §1º; CP:
Apenas inclui o portador de enfermidade/deficiência e aquele que não pode oferecer resistência no conceito de vulnerável.
Assim, qualquer um pode ser vítima deste crime, desde que se encontre em uma situação em que, por algum motivo, não possa oferecer resistência (ex.: coma, perna/braço quebrado, pessoa dopada, embriaguez completa e etc.).
Art. 217-A; §2º; CP VETADO!!
Art. 217-A; §3º; CP:
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se do estupro resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima
Art. 217-A; §4º; CP:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se do estupro resultar morte
Corrupção de Menores
Art. 218 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime. Entretanto, o sujeito passivo deve, necessariamente, ser menor de 14 (catorze) anos.
Conduta: Induzir (convencer, instigar) menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem
Trata-se este de um tipo penal específico para aquele que induz ou auxilia no estupro de vulnerável. Assim, o concurso de crimesno estupro de vulnerável não se verifica com relação àquele que instiga/auxilia (pois caracteriza este crime).
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
Art. 218-A CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime. Entretanto, o sujeito passivo deve, necessariamente, ser menor de 14 (catorze) anos.
Conduta: Praticar na presença de menor de 14 anos, ou induzí-lo a presenciar, conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso.
NÃO É NECESSÁRIO QUE HAJA CONTATO ENTRE AUTOR E VÍTIMA PARA CARACTERIZAR O CRIME!!
Consumação / Tentativa: O crime se consuma no momento em que ato é praticado na presença de menor de 14 anos, ou que o menor é induzido a presenciar tal cena.
Admite-se a forma tentada, caso crime não se consume por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável
Art. 218-B CP
PROSTITUIÇÃO NÃO É CRIME, E SIM SEU FAVORECIMENTO OU EXPLORAÇÃO!
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Conduta: submeter, induzir, facilitar ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou impedir/dificultar que abandone, alguém:
Menor de 18 (dezoito) anos
Que por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato.
NESTE ARTIGO, NÃO É INCLUÍDO NO CONCEITO DE VULNERÁVEL PESSOA QUE NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA
Art. 218-b; §1º; CP: Se agente tiver intuito econômico, se aplicará também pena de multa.
Art. 218-b; §2º; CP: Incorre nas mesmas penas quem:
Pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com maior de 14 anos e menor de 18 anos, na situação descrita no caput.
Assim, este inciso se aplicará apenas no caso de vítima estar em situação de submissão à prostituição e agente ter conhecimento desta condição da vítima.
Proprietário, gerente ou responsável pelo local em que se verifica a prática da conduta descrita no caput (favorecimento à prostituição).
Uma crítica à redação deste artigo é a responsabilização de figuras como o gerente e o proprietário que, em algumas situações, pode não ser o culpado pela prática da conduta criminosa no local. Ainda, se utiliza o termo genérico “responsável pelo local”, que pode ser qualquer pessoa (porteiro, recepcionista, zelador do prédio e etc.)
Assim, para que se caracterize o crime previsto neste inciso, o agente deve ter ciência da prática de favorecimento à prostituição no estabelecimento e ser demonstrado seu dolo.
Art. 218-b; §3º; CP:
Na hipótese do §2º, inciso II (responsabilidade do proprietário, gerente ou responsável pelo local em que se verifica a prática de favorecimento à prostituição), é efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e funcionamento do estabelecimento.
Há uma controvérsia nesta disposição legal, pois na hipótese do gerente praticar o crime, esta condenação de cassação de licença atingiria a pessoa do proprietário (que pode não ter nada a ver com o crime). CONTRARIA O PRINCÍPIO DE QUE A CONDENAÇÃO NÃO PODE ATINGIR OUTRA PESSOA ALÉM DO CONDENADO
- Capítulo IV - Disposições Gerais
Ação Penal
Art 225 CP
Os crimes tratados neste título são processados por ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
A representação de que trata este artigo deve ser feita em até 6 meses da data do conhecimento da autoria pela vítima. Todavia, a representação poderá ser retirada até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público (depois não tem mais jeito!!)
Art 225, par. único, CP
Caso vítima for menor de 18 anos ou vulnerável (art. 217-A CP), crime será processado por ação penal pública incondicionada EXCEÇÃO!!
Aumento de Pena
Art. 226 CP
Pena será aumentada:
Em ¼ se crime for praticado em concurso
Em ½ se agente é ascendente (pai, mãe, avô, avó e etc.), padastro, madastra, tio, irmão, conjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor (contratado para cuidar da educação de alguém), empregador ou qualquer um que possua autoridade sobre a vítima
Capítulo V – Do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa para fim de Prostituição ou outra forma de Exploração Sexual
Mediação para servir a lascívia de outrem
Art. 227 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual e Moralidade (evitar a promiscuidade)
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime. O sujeito passivo também pode ser quaquer pessoa, exceto aquela que já é prostituta e, portanto, não há indução à exploração sexual.
Conduta: Induzir (convencer, persuadir) alguém a satisfazer a lascívia de outrem.
Só há responsabilidade por parte daquele que induz. Aquele que satisfaz sua lascívia com a indução praticada responderá pelo crime que sua conduta caracterizar, dentro dos crimes sexuais.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual
Art. 228 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O mesmo vale para o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa.
Conduta: Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone
Art. 228; §1º; CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
Art. 228; §2º; CP
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude.
Art. 228; §3º; CP
Se crime é praticado com a finalidade de lucro, se aplica também a pena de multa.
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual
Art. 231 CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
Trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O mesmo vale para o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa.
Conduta: Promover (dar causa, viabilizar) ou facilitar (tornar fácil, auxiliar):
A entrada em território nacional de alguém que venha a exercer ou prostituição outra forma de exploração sexual;
ou
A saída de alguém que vá exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual no estrangeiro
Consumação / Tentativa: O crime restará consumado no momento da entrada ou saída do território nacional pela pessoa que tem o intuito de exercer a prostituição ou outro ato de exploração sexual, quando promovido ou facilitado por terceiro.
Não é necessária a efetiva prática da prostituição ou exploração sexual para caracterização deste crime, bastando a entrada/saída no território nacional com este intuito.
Caberá a modalidade tentada, na hipótese do crime não se consumar por circunstâncias alheias à vontade do agente.
O consentimento da vítima não exclui a caracterização do crime por parte daquele que promoveu ou facilitou sua prática (decisões [1] e [2] do roteiro).
Vale lembrar que prostituição não é crime e, portanto, não haverá conduta criminosa por parte daquele que pratica o ato de prostituição (apenas daquele que promove ou facilita).
	
Ainda, cabe destacar o Decreto Legislativo 231/03 ratifica o texto do tratado internacional das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, definindo o conceito de crime organizado, também para os efeitos deste artigo.
Assim, crime organizado fica definido como: “grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando com o fim de cometer infrações graves, com intenção de obter benefício econômico ou moral”
Art. 231; §1º; CP
Incorre nas mesmas penas quem:agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada
ou
transporta, transfere ou aloja a pessoa traficada, tendo conhecimento dessa condição
Art. 231; §2º; CP
Causa de aumento da pena a metade (1/2)
Se:
Vítima é menor de 18 (dezoito) anos
Vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato
Agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
Há emprego de violência, grave ameaça ou fraude
Art. 231; §3º; CP
Se crime é praticado com a finalidade de lucro, se aplica também a pena de multa.
Tráfico interno de pessoa com o fim de exploração sexual
Art. 231-A CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Liberdade Sexual
O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa. Entretanto, com relação ao sujeito passivo, há uma divergência doutrinária:
Se a transferência é feita em território nacional, por alguém que trouxe a pessoa do exterior, pode-se entender que a conduta trata-se de coautoria ao crime de tráfego internacional (Art. 231 CP – sujeito passivo pode ser qq pessoa)
Se a transferência é interna de pessoa vinda de território nacional, pode-se enquadrar em favorecimento à prostituição (Art. 218-B CP – sujeito passivo específico)
Conduta: Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional, com o fim de exercer a prostituição ou outro tipo de exploração sexual. Não é necessário o efetivo exercício de prostituição, bastando a a facilitação do deslocamento da pessoa com esta finalidade específica.
Casa de Prostituição
Art. 229 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa
Conduta: Manter casa de prostituição, por conta própria ou de terceiro. Para a caracterização deste crime deve haver a idéia de continuidade, ou seja, uma conduta reiterada. Trata-se, portanto, de um crime habitual, que se consuma na habitualidade da conduta
Rufianismo
Art. 230 CP
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa
Rufião = Cafetão
Conduta: Tirar proveito da prostituição alheia, seja participando dos seus lucros, seja tirando dele seu proveito.
Art. 230; §1º; CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se vítima:
É menor de 18 anos e maior de 14 anos
ou
Crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
Art. 230; §2º; CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se crime é cometido mediante violência, grave ameaça ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima.
	Profª. Janaina Daniel Varalli
Obs: apenas material de auxilio. Este roteiro não dispensa o
estudo da doutrina especializada já indicada aos alunos e não limita o conteúdo da prova. 
Roteiro- Dos Crimes contra a dignidade sexual
- Conceito: atos de libidinagem; atos libidinosos; conjunção carnal (cópula vagínica). Irrelevante que a cópula seja completa ou não ou que ocorra ejaculação) 
Art. 213, CP - Estupro
-Sujeito ativo: qualquer pessoa (inclusive o cônjuge)
-Sujeito passivo: qualquer pessoa
-Elemento subjetivo: dolo
-Conduta: constranger mediante violência ou grave ameaça a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso
-Alteração: abrange figura do revogado 214 do CP
discussão a respeito da possibilidade de concurso de crimes ou crime único; 
-revogação do artigo e não da conduta típica
 -Resultados agravadores:
213, §1º: lesão grave ou vítima maior de 14 e menor de 18 anos. Se vítima com idade de igual ou menor a 14anos: 217, CP;
213,§2º: morte.
- hediondo em todas as suas formas (o estupro de vulnerável, previsto no artigo 217, idem. Ver lei 8072/90)
Art. 215, CP – Violação sexual mediante fraude
-Sujeito ativo: causador da fraude / meio que impossibilitou a livre manifestação de vontade
- Sujeito passivo: vítima da violação
-Artigo reúne condutas antes previstas nos artigos 215 e 216, que foi revogado (mas não a figura típica).
-fraude: artifício, ardil. Leva à falsa percepção da realidade;
-meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima
- também chamado de “estelionato sexual”. Meio que o faça com que a vítima seja enganada quanto à identidade pessoal do agente ou acerca da legitimidade do ato.
- pode haver consentimento da vítima, mas inválido, já que obtido mediante fraude 
- se há vantagem econômica – aplica-se também a pena de multa
216-A, CP – Assédio sexual
-Sujeito ativo: necessário que o sujeito ativo seja superior hierárquico da vítima ou tenha ascendência sobre ela, em razão do exercício de emprego ou função.
-§2º: aumento de pena para vítima menor de 18 anos.
- Conduta: constrangimento com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego.
- Não se configura o delito quando há simples “paquera”, galanteio, “flerte”, ou um simples beijo ou abraço.
-o agente deve prevalecer-se, (valer-se, aproveitar-se,) da sua condição de superior hierárquico ou de sua ascendência sobre a vítima, em razão do emprego, cargo ou função, seja na esfera pública ou privada, sempre com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual e não qualquer outra vantagem.
 
- Pode haver o concurso de pessoas desde que o co-autor ou partícipe saiba da superioridade hierárquica ou ascendência do agente sobre a vítima (art.30, CP) e da real intenção do autor principal (artigo 29, CP).
-Crime formal: consuma-se com a prática do ato constrangedor.
217 – A, CP – Estupro de vulnerável.
-Sujeito ativo: crime comum
-Sujeito passivo: pessoa vulnerável, cujo conceito é extraído do próprio artigo - menor de 14 e §1º.
§ 1º: também é considerado vulnerável aquele que, qualquer que seja sua idade, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
-impossibilidade de oferecer resistência: vítima impossibilitada, física ou psiquicamente, de reagir ao abuso, como nos casos de "enfermidades, paralisias, síncopes, desmaios, etc, o que pode decorrer de circunstância pessoal do ofendido (ex: ser paralítico) ou de ato provocado por terceiro (ex: narcotizar uma pessoa). 
-Resultados agravadores:
§3º: lesão grave.
§ 4º: morte 
-Idade e a questão da presunção de violência: artigo que tratava da presunção foi revogado; entrou em vigor o 217 (estupro de vulnerável).Relativa ou absoluta?
Art. 218, CP- Corrupção de menores
-Sujeito ativo: crime comum
-Sujeito passivo: menor de 14 anos. 
-Conduta: induzir para satisfação da lascívia de outrem.
Art. 218-A - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente  
-Sujeito ativo: crime comum
-Sujeito passivo: menor de 14 (catorze) anos
-Conduta: praticar na presença da vítima ou induzi-la a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem.
-tipo exige finalidade específica
Art. 218-B - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável 
-Sujeitoativo: crime comum
-Sujeito passivo: menor de 18 anos ou que por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato;
-Conduta: Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.
Incide nas mesmas penas(§2º) quem: 
I) pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
II) o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. Neste último caso, discussão a respeito da responsabilidade objetiva.
Neste caso, o § 3o prevê como efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
-http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm - art3 Se há finalidade de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.  
Disposição comum. Ação penal (art. 225,CP)
- regra: ação penal pública condicionada à representação. 
- se vítima é menor de 18 ou pessoa vulnerável: ação penal pública incondicionada 
-Art. 226, CP: Aumento de pena
I – de quarta parte, se houver concurso de 2 ou mais pessoas;
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm - art226ii
       
Do lenocínio e tráfico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual
Art. 227, CP- Mediação para servir a lascívia de outrem
-Sujeito ativo: qualquer pessoa
-Sujeito passivo: qualquer pessoa
- Conduta: Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem.
-persuadir, aliciar, levar a praticar a ação de (no caso, ato de libidinagem)
-aquele que satisfaz a lascívia alheia responde pelo delito do art. 227, mas aquele que satisfaz a própria lascívia, responde com base no art. 218-A, CP ou outro dispositivo pertinente.
- deve haver induzimento para satisfazer pessoa determinada ou pessoas determinadas; se forem pessoas indeterminadas o crime é de favorecimento à prostituição (228, CP).
- prostituta não seria sujeito passivo, eis que se presta voluntariamente ao ato sexual e a prostituição é ato lícito.
- Na hipótese de participação apenas acessória ou secundária em outros delitos sexuais (213, CP), não sendo o auxílio ao próprio ato de consumação do outro crime, poderá incidir a figura simples ou qualificada deste artigo 227, afastando a regra geral do artigo 29 do Código Penal. 
- Se o agente estuprar a vítima: 
a) se o aliciador agiu com dolo direto ou eventual responde como partícipe do estupro, ficando o lenocínio absorvido em face do princípio da consunção; 
b) se houve culpa em relação ao crime de estupro, o agente responde apenas pelo lenocínio, diante da impossibilidade de participação culposa em crime doloso. 
Decisões:
 “Não se tratando de auxílio prestado ao próprio ato consumativo do crime, deve a participação ser considerada como a mediação para satisfazer a lascívia alheia do art. 227 e não ser tratada pela regra geral do concurso de pessoas do art. 29 do CP” (RT 654/333).
Mãe – (...) Pratica o crime de mediação para servir a lascívia de outrem, na forma agravada prevista no par. 1º do artigo 227 do CP, a mãe que permite e leva sua filha para manter relações sexuais com outrem. (GAS). (TJRJ – ACr 2610/2001 – (2001.050.02610) – 1ª C.Crim. – Rel. Des. Luiz Carlos Peçanha )
MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM -Adolescente contratada para prestar serviços de atendimento e limpeza que é induzida a prostituir-se em casa de massagem. (TJRS, Ap. Crim. 700072224666, 6ª Câm. Crim. Rel. João Batista Marques Tovo)
-Aumento de pena: Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
- A lascívia de outrem não precisa ser satisfeita para que o crime se configure.
- Se http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm - art227§1cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: pena do crime em estudo, além da pena correspondente à violência. Obs: violência/fraude na mediação e não no ato em si (estupro).
-Se há finalidade de lucro: aplica-se também multa.
Art. 228,CP: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual  
- Sujeito ativo: qualquer pessoa
- Sujeito passivo: qualquer pessoa
-Conduta: Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone
-Aumento de pena: Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. 
-Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Art. 231, CP -Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual 
- Conduta: Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro. 
Também agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 
-Aumento de pena: vítima menor de 18 (dezoito) anos; vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
-Se cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm - art2         
- Decreto legislativo 231/03: ratificação da convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional (Palermo, 2000). Integra nosso ordenamento jurídico; definiu crime organizado como “grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando com o fim de cometer infrações graves, com intenção de obter benefício econômico ou moral”.
- nova redação ao art. 1º, Lei 9034/95.
- na Lei de Lavagem de Dinheiro (9613/98), em seu rol, não traz a figura do tráfico de pessoas, sendo tal rol taxativo. O texto de lei acima pode acabar com o argumento de que o tráfico de pessoas não pode ser incluído no rol da Lei 9613/98 (já que tal rol fala em organizações criminosas).
Decisões:
“PENAL E PROCESSO PENAL – TRÁFICO INTERNACIONAL DE SERES HUMANOS – EXPLORAÇÃO SEXUAL DE MULHERES – ARTIGO 231 DO CÓDIGO PENAL – CONSENTIMENTO DA VÍTIMA – INSUFICIÊNCIA DE PROVA DA AUTORIA – 1. O consentimento da vítima em seguir viagem para o exterior não exclui a culpabilidade do traficante ou do explorador, pois que o requisito central do tráfico de pessoas é a presença do engano, da coerção, da dívida e do propósito de exploração. É comum que as mulheres, quando do deslocamento, tenham conhecimento de que irão exercer a prostituição, mas não têm elas consciência das condições em que, normalmente, se vêem coagidas a atuar ao chegar no local de destino. Nisso está a fraude.(...) (TRF 1ª R. – ACR 2000.35.00.007596-0 – 3ª T. – Rel. Des. Fed. Tourinho Neto)
PENAL E PROCESSO PENAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE SERES HUMANOS. EXPLORAÇÃO SEXUAL DE MULHERES. ARTIGO 231 DO CÓDIGO PENAL. (ART. 239 DO ECA). CONSENTIMENTO DAS VÍTIMAS. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. 1. O consentimento da vítima em seguir viagem não exclui a culpabilidade do traficante ou do explorador, pois que o requisito central do tráfico é a presença do engano, da coerção, da dívida e do propósito de exploração. É comum que as mulheres, quando do deslocamento, tenham conhecimento de que irão exercer a prostituição, mas não têm elas consciência das condições em que, normalmente, se vêem coagidas a atuar ao chegar no local de destino. Nisso estáa fraude.
2. O crime de tráfico de pessoas - foi a Lei 11.106, de 28.03.2005, que alterou a redação do art. 231 do Código Penal, de tráfico de mulheres para tráfico internacional de pessoas - consuma-se com a entrada ou a saída da pessoa, homem ou mulher, seja ou não prostituída, do território nacional, independentemente do efetivo exercício da prostituição - basta o ir ou vir exercer a prostituição - , e ainda que conte com o consentimento da vítima.
3. O Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, que suplementa a Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional, adotada em novembro de 2000, trouxe a primeira definição internacionalmente aceita de tráfico de seres humanos: "a) 'Tráfico de pessoas' deve significar o recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração. Exploração inclui, no mínimo, a exploração da prostituição ou outras formas de exploração sexual, trabalho ou serviços forçados, escravidão ou práticas análogas à escravidão, servidão ou a remoção de órgãos; b) O consentimento de uma vítima de tráfico de pessoas para a desejada exploração definida no subparágrafo (a) deste artigo deve ser irrelevante onde qualquer um dos meios definidos no subparágrafo (a) tenham sido usados".
4. "O tráfico pode envolver um indivíduo ou um grupo de indivíduos. O ilícito começa com o aliciamento e termina com a pessoa que explora a vítima (compra-a e a mantém em escravidão, ou submete a práticas similares à escravidão, ou ao trabalho forçado ou outras formas de servidão). O tráfico internacional não se refere apenas e tão-somente ao cruzamento das fronteiras entre países. Parte substancial do tráfico global reside em mover uma pessoa de uma região para outra, dentro dos limites de um único país, observando-se que o consentimento da vítima em seguir viagem não exclui a culpabilidade do traficante ou do explorador, nem limita o direito que ela tem à proteção oficial" (Damásio de Jesus, in Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil, São Paulo: Saraiva, 2003, p. XXIV).
5. O crime disposto no art. 239 do ECA configura-se quando se promove ou auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro.
6. Materialidade e autoria comprovadas pelo conjunto probatório contido nos autos.
(TRF 1ª Região, ACR 1188 AC 0001188-98.2011.4.01.3000, 3ª Turma, Des. Rel. Tourinho Neto, julgado 26/03/2013) 
Art.231-A, CP -Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual  
-Conduta: Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual. Agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 
-Aumento de pena: vítima é menor de 18 (dezoito) anos; vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
-Se cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
- Tráfico interno: tem-se entendido que está intrinsecamente ligado ao delito do 231, CP.Assim, configura-se este delito somente após a entrada, em território brasileiro, de pessoas vindas do exterior, ou seja, vítimas do delito do art. 231, CP
Se os agentes do 231 forem os mesmos do 231-A, aplica-se o princípio da consunção, já que os atos posteriores (de tráfico interno) são de mero exaurimento da conduta anterior. Mas se os traficantes internacionais, ao chegar ao Brasil, entregam suas vítimas para outrem, que passa a praticar o tráfico interno (“distribuição”), este terceiro é quem responde pelo 231 –A, CP .
- caso a vítima do tráfico interno seja pessoa já residente no Brasil (ou seja, não veio do exterior como vítima do art. 231,CP), haverá o delito de favorecimento à prostituição (228, CP).
Decisão:
Absorção: PENAL E PROCESSUAL PENAL – PROMOÇÃO DE VIAGEM E TRANSPORTE A OUTRO MUNICÍPIO PARA EXERCER PROSTITUIÇÃO – TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS NO TERRITÓRIO NACIONAL – DELITO CONFIGURADO – FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO – DELITO ABSORVIDO PELO DE TRÁFICO INTERNO (ART. 231-A, CP) – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO – EXCLUSÃO DA CONDENAÇÃO – VÍTIMA JÁ DESENCAMINHADA OU PROSTITUÍDA – IRRELEVÂNCIA (...) 
E foi exatamente isso que aconteceu no caso concreto, tendo em vista que as condutas de atrair ou recrutar as vítimas menores para a prostituição (configuradoras do crime descrito no art. 228, § 1°, do Código Penal), na verdade, foram praticadas com o propósito de conseguir o exaurimento da execução do delito de tráfico interno de pessoas qualificado (CP, art. 231-A, caput e parágrafo único), ou seja, o exercício da prostituição pelas vítimas. E esse crime, evidentemente, se mostra mais amplo e grave, tendo em vista suas repugnantes consumação e finalidade, que é o transporte de pessoas, no território nacional, para submetê-las à prática do meretrício, tal como fizeram os apelantes. Destarte, considerando que o crime de tráfico interno de pessoas (mais grave) absorve o de favorecimento da prostituição (menos grave), não resta dúvida de que este deve ser excluído do decreto condenatório, permanecendo apenas aquele (tráfico interno de pessoas), cujas penas impostas aos apelantes, antecipo, devem ser mitigadas, conforme passo a justificar.
- Crimes contra a Paz Pública
 Art. 286 ao 288-A CP
Associação Criminosa
Art. 288 CP
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos
Antigo crime de “Quadrilha ou Bando”, alterado pela lei 12.850/13.
A antiga redação deste crime exigia a associação de mais de 3 (três) pessoas com o intuito de cometer crimes, para a caracterização do tipo penal deste artigo, ou seja, ao menos 4 (quatro) pessoas. 
Entretanto, a atual redação determina que a associação de pelo menos 3 (três pessoas) com o intuto de cometer crimes, já caracteriza o tipo em análise.
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será a coletividade, pois não há uma pessoa específica atingida.
Objeto Jurídico Tutelado: Paz Pública
Conduta: Associação (reunir, agrupar e etc.) de pelo menos 3 pessoas com o intuito de cometer crimes.
Consumação / Tentativa: Se consuma o crime em análise no momento da associação das pessoas (pelo menos 3), com a finalidade específica de cometer crimes (que pode ou não ocorrer) crime formal!
NÃO admite a forma tentada!
	Este tipo penal difere da co-autoria por dois principais motivos:
A associação criminosa exige pelo menos três pessoas, enquanto que a co-autoria se verifica com duas pessoas.
A co-autoria trata-se de uma reunião eventual e pontual, para aquele delito específico, enquanto que a associação criminosa objetiva o cometimento de crimes, tendo a intenção de que seja uma reunião duradoura.
Art. 230; par. único; CP
Causa de aumento da pena até a metade (1/2)
Se:
Associação é armada
Houver participação de criança/adolescente (0 – 18 anos)
Concurso de Crimes:
Com furto ou roubo: Se houver prática de furto ou roubo em coautoria por integrantes da associação criminosa, há “bis in idem” se considerado o crime de associação criminosa + coautoria no furto/roubo?
Divergência doutrinária:
NÃO Crime de associação criminosa já havia sido consumado quando do cometimento do crime de furto/rouboem co-autoria (trata-se de crime diverso) MAIORIA (STF)
SIM Considerar o crime de associação e a coautoria seria pesar duas vezes a mesma causa MINORIA! 
Com uso de arma: Aumento de pena para uso de arma em crime e associação com uso de arma NÃO é “bis in idem”
Extorsão mediante sequestro com associação criminosa: Nesta situação há “bis in idem”, pois o cometimento do crime em concurso com a associação criminosa já está previsto no Art. 159, §1º, CP. Assim, o agente deverá responder por este tipo penal específico.
Outros delitos: CONCURSO COM ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA É POSSÍVEL!!
Lei de Organização Criminosa (Lei 12.850/13): Prevê um tipo específico de associação criminosa, denominada organização criminosa.
A organização criminosa, de acordo com o Art. 1º; §1º desta lei, deve atender aos seguintes requisitos:
Composta de 4 (quatro) ou mais pessoas
Ordernada estruturalmente e hierarquicamente
Possuir o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90): Prevê em seu artogo 8º que será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 CP (crime de associação criminosa), quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo (crimes aquiparados aos hediondos).
O parágrafo único do art. 8º desta lei, entretanto, determina que o participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Lei de Drogas (Lei 11.343/06): O art. 35 da lei de drogas determina que a associação de 2 ou mais pessoas para praticar crimes de tráfico de drogas, reiteradamente ou não (basta a co-autoria), respondem de acordo com esta lei (pena maior reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 a 1200 dias-multa).
Constituição de Milícia Privada
Art. 288-A CP
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos
Objeto Jurídico Tutelado: Paz Pública
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será a coletividade, pois não há uma pessoa específica atingida.
Conduta: Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão, com o intuito de cometer crimes previstos no Código Penal.
Trata-se de crime novo (instituído pela Lei 12.720/12) e de difícil aplicação, pois o legislador não define os conceitos de “organização paramilitar”, “milícia particular”, “grupo” e “esquadrão”. A doutrina tenta definir estes conceitos, porém, também com pouca precisão.
Outra crítica à redação deste artigo é a inclusão da sentença “...crimes previstos neste código”, o que exclui a aplicação deste tipo penal à crimes previstos em legislação extravagante
	Profª. Janaina Daniel Varalli
Obs: apenas material de auxilio. Este roteiro não dispensa o
estudo da doutrina especializada já indicada aos alunos e não limita o conteúdo da prova. 
Roteiro – Associação Criminosa (antigo: quadrilha ou bando)
Art. 288, CP
Conceito: Associação de mais de três pessoas para cometer crimes.
Sujeito ativo: qualquer pessoa; 
- mesmo após a “formação inicial” do grupo, aquele que se associa responde pelo delito. Crime permanente
	- Não precisam se conhecer pessoalmente.
Conduta: associar (juntar, reunir)
	 - associação estável e permanente (diferente de concurso de pessoas); não é eventual, esporádico.
Consumação e Tentativa: Momento da formação da associação, independentemente da prática de qualquer delito. Não é possível a tentativa.
Aumento de pena: aumento de até ½ se for armada OU se contar com a participação de criança ou adolescente.
	Diferenças 
	Associação Criminosa
	Quadrilha ou bando
	Art. 288.  Associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: 
	Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
	Pena - reclusão, de um a três anos. 
	Pena - reclusão, de um a três anos.
	Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
	Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado
Concurso de Crimes
Com furto ou roubo (qualificadora do concurso de pessoas)
Duas posições:
		- STF: não há “bis in idem”. Concurso material.
		- há “bis in idem”.
Furto/ roubo majorado pelo emprego de armas.
STF e STJ: Concurso material
	c) Com extorsão mediante seqüestro qualificado por ter sido praticado por quadrilha ou bando: 	STF entende por “bis in idem”
Com outros delitos – furto, roubo, receptação, etc.
- Possível concurso (objeto jurídico e consumação e tentativa em momentos diferentes).
Art. 288-A
Conceito: milícia privada
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Conduta: Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão. Finalidade específica: cometer crimes previstos no CP.
- não há nada no ordenamento jurídico brasileiro que defina o que vem a ser organização paramilitar, milícia particular, grupo de extermínio ou esquadrão.Discussão a respeito da aplicação. 
-Obs.: “no CP”; e falta de definição daquilo que menciona
Doutrina:
Organização paramilitar: Paramilitares são associações não oficiais, cujos membros atuam ilegalmente, com o emprego de armas, com estrutura semelhante à militar. Essas forças paramilitares se utilizam das técnicas e táticas policiais oficiais por elas conhecidas, a fim de executarem seus objetivos anteriormente planejados.Não é raro ocorrer e, na verdade, acontece com freqüência, que pessoas pertencentes a grupos paramilitares também façam parte das forças militares oficiais do Estado, a exemplo de policiais militares, bombeiros, agentes penitenciários, policiais civis e federais.[1: GRECO, Rogério. Comentários sobre o crime de constituição de milícia privada – art. 288-A do CP. Disponível em: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=2179]
Milícia Privada: Podemos tomar como parâmetro, para efeitos de definição de milícia privada, as lições do sociólogo Ignácio Cano, citado no Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (pág. 36), quando aponta as seguintes características que lhe são peculiares: 1. controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular;2. o caráter coativo desse controle; 3. o ânimo de lucro individual como motivação central; 4. um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem; 5. a participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado.[2: GRECO, Rogério. Ob. cit.]
Grupo: Conceito de Rogério Greco: Embora não faça parte de uma milícia, com as características acima apontadas, poderá ocorrer que o homicídio tenha sido praticado por alguém pertencente a um grupo de extermínio, ou seja, um grupo, via de regra, de“justiceiros”, que procura eliminar aqueles que, segundo seus conceitos, por algum motivo, merecem morrer. Podem ser contratados para a empreitada de morte, ou podem cometer, gratuitamente, os crimes de homicídio de acordo com a“filosofia”do grupo criminoso, que escolhe suas vitimas para que seja realizada uma “limpeza social”.[3: GRECO, Rogério. Ob. cit.]
Esquadrão: No conceito militar refere-se a uma unidade da cavalaria, do exército blindado etc. O termo se vincula a uma reunião de pessoas quantitativamente maior que o grupo. O esquadrão pode ser exemplificado na organização criminosa formada no interior dos estabelecimentos penitenciários ou em São Paulo, com o chamado “esquadrão da morte”.[4: ISHIDA, Válter Kenji. O Crime de constituição de milícia privada (art. 288-A do Código Penal) criado pela Lei nº 12.720, de 27de setembro de 2012.]
Lei 8072/90:
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
 - art. 8º, §Único (delação premiada) : O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
Lei 11343/06- Lei de Drogas
- Quanto ao tráfico: associação para tráfico – 3 a 10 anos 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa
- Lei 12.850/13 (alterou a 9034/95) – Organização Criminosa
Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.
"§ 1 Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional".
- Crimes contra a Fé Pública
 Art. 289 ao 311 CP
Fé Pública: Credibilidade dos atos do Estado. Crença de que o ato ratificado pelo Estado é firme, válido e dá segurança jurídica (presunção relativa).
Sem a fé pública, sociedade não se mantêm.
Falsificação de Moeda
Art. 289 CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Fé Pública
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será a coletividade, e a pessoa lesada pela falsificação, quando houver.
Conduta: Falsificar moeda metálica ou papel moeda (cédula), em curso no Brasil ou exterior, por meio de:
Fabricação (criação de moeda nova, sem legitimidade)
Alteração (modificar moeda legítima)
A moeda falsificada deve estar em circulação no Brasil ou exterior NÃO é crime falsificar moeda fora de circulação.
Consumação/Tentativa: Crime se consuma no momento da falsificação, por meio de fabricação ou adulteração, da moeda/cédula.
Não se exige a finalidade de colocar a moeda em circulação para que se consume o crime (mero exaurimento). Crime estará consumado no momento da falsificação.
Para caracterização deste crime, é necessário que a falsificação possua “imitatio veri”
O “imitatio veri”, ou “imitação da verdade”, trata-se da semelhança do objeto falsificado com o verdadeiro. Para a caracterização do crime, é necessário que a falsificação seja capaz de enganar uma pessoa comum, levando-a a acreditar que se trata de uma moeda/cédula verdadeira.
Assim, a imitação grosseira ou irreal exclui o crime, pois não atinge a fé pública Conduta atípica!!
Admite a forma tentada na hipótese do falsificador ser surpreendido no momento da falsificação, de modo a não conseguir finalizar a mesma (crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade).
Art. 289; §1º; CP
Incorre nas mesmas penas quem importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz em circulação moeda falsa, por conta própria ou alheia.
Art. 289; §2º; CP
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Quem repassa nota falsa, recebida de boa fé, após tomar conhecimento de que se trata de moeda falsa.
Art. 289; §3º; CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e multa
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza fabricação/emissão de:
de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei
de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Art. 289; §4º; CP
Incorre nas mesmas penas quem desvia e/ou faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Podem acontecer duas hipóteses:
Moedas novas, que haviam sido recem emitidas, porém, ainda não autorizadas para circulação
ou
Nota retirada de circulação por estar velha, danificada e etc. Nessa situação, nota é carimbada para identificação de estar fora de circulação.
Relação do crime de falsidade de moeda com o estelionato
Estelionato = obter vantagem ilícita mediante fraude
Fazer compras e pagar com dinheiro falso ESTELIONATO!! (obtenção de vantagem – coisa comprada – enganando o vendedor por meio de fraude – uso da moeda falsa)
CRIME DE FALSIFICAÇÃO É ABSORVIDO PELO ESTELIONATO (Súmula nº 17 STJ)
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 290 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa
Formar cédula falsa a partir de fragmentos de cédulas verdadeiras.
É necessária a presença do “imitatio veri” para caracterização deste crime, de forma que, caso a imitação seja grosseira, não há crime!!
Conduta:
Formar cédula nova com fragmentos de outras verdadeiras
ou
Suprimir sinal indicativo de inutilização da cédula (tanto cédulas desgastadas, velhas, como moedas fora de circulação – cruzeiro, cruzado e etc – são carimbadas pelo governo para indicar que não são mais utilizáveis); ou recolocá-las em circulação contendo tal sinal indicativo.
Art. 290; par. único; CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se crime é cometido por funcionário da repartição onde o dinheiro é recolhido ou por alguém que tenha facilidade de acesso à ela, em razão do cargo
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa
Conduta: Fabricar, adquirir, possuir, guardar ou fornecer (a título oneroso ou gratuito) qualquer tipo de equipamento especificamente destinado à falsificação de moeda.
Caso aparelho em questão não seja específico para a falsificação de moeda, deve ser demonstrado que o uso dado ao equipamento seria esse (ex.: impressora para imprimir cédulas falsas)
Falsificação de documento público
Art. 297 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Fé Pública
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será a coletividade, e a pessoa lesada pela falsificação, quando houver.
Conduta: Falsificar documento público, no todo ou em parte
Falsificar alterar a realidade (necessária a presença de “imitatio veri”)
Documento todo aquele material, escrito, instrumento ou papel que possua relevância jurídica e pode ser usado como prova.
Documento Público Qualquer documento emitido por um funcionário público. Entende-se por funcionário público qualquer pessoa que esteja, no momento, exercendo cargo ou função pública, seja permanente, temporária, remunerada ou não (conceito no art. 327 CP)
Consumação/Tentativa: O crime se consuma no momento em que é inserida a informação falsa no documento público.
A tentativa é admitida na situação do agente iniciar a falsificação, porém ser impedido durante o ato, antes que o mesmo se concretizasse.
Concurso de Crimes: 
Falso Documental + Estelionato: O estelionato absorve o crime de falso, considerado “crime meio”
Falso Documental + Sonegação: A sonegação absorve o crime de falso, considerado “crime meio”
Falso Documental + Uso de Documento Falso: 
Divergência doutrinária:
Crime de falsificação se consuma primeiro, sendo o uso mero exaurimento. Assim, agente responde apenaspela falsificação, pois o uso pode vir a ser praticado ou não MAIORIA (entendimentos do STJ e STF)
Crime de uso absorve o crime de falsificação, este último considerado “crime meio” para a prática do uso MINORIA
A FALSIDADE MATERIAL SE COMPROVA COM PERÍCIA
Art. 297; §1º; CP
Causa de aumento da pena de um sexto (1/6)
Se crime for cometido por funcionário público
Art. 297; §2º; CP
Para os efeitos penais, equiparam-se à documento público:
O documento emitido por entidade paraestatal
Entidade paraestatal é um ente privado que não integra a administração direta ou indireta, mas que exerce atividades de interesse público sem finalidade lucrativa (paraestatal = paralelo ao Estado, ao lado do Estado)
Título de crédito ao portador, ou qualquer que seja transmissível por endosso
Ações de sociedade comercial
Livros mercantis
TESTAMENTO PARTICULAR!! Documento particular que lei equipara à um documento público.
*O diploma de faculdade sempre será considerado documento público, mesmo quando emitido por instituição particular, pois todos os diplomas são validados pelo MEC (órgão público)
Art. 297; §2º; CP
Nas mesmas penas incorre quem insere, ou faz inserir:
Pessoa que não possua qualidade de segurado obrigatório, na folha de pagamento ou em documento destinado a fazer prova de caráter previdenciário
Declaração falsa ou diversa do que deveria constar na carteira de trabalho ou documento que possua efeito perante a previdência social.
Declaração falsa ou diversa do que deveria constar em documento contábil ou outro relacionado com as obrigações da empressa perante a previdência social
*Lei 9.983/00 – Crimes contra a Previdência Social (incluiu o §2º do art. 297 acima)
Falsificação de documento particular
Art. 298 CP
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos e multa
A pena deste crime é menor pois, em se tratando de documento particular, a conduta criminosa atinge um número menor de pessoas (não atinge diretamente a coletividade).
Objeto Jurídico Tutelado: Fé Pública
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será o Estado.
Conduta: Falsificar documento particular, no todo ou em parte.
Falsificar alterar a realidade (necessária a presença de “imitatio veri”)
Documento todo aquele material, escrito, instrumento ou papel que possua relevância jurídica e pode ser usado como prova.
Documento Particular Qualquer documento que não seja emitido por um funcionário público e nem aqueles equiparados à documento público por força de lei (art. 297; §1º; CP).
Falsidade ideológica
Art. 299 CP
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se documento é público
	reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se documento é particular
	Crimes de “falsum”:
Falsidade material: A falsidade se apresenta no documento físico, material (seja de origem pública ou particular)
Falsidade Ideológica: A falsidade se apresenta na declaração contida no documento
Objeto Jurídico Tutelado: Fé Pública
Conduta: Crime de ação múltipla, sendo as ações possíveis:
Omitir declaração que deveria constar do documento
Inserir declaração falsa no documento
Inserir no documento declaração diversa do que deveria constar
Fazer inserir declaração falsa no documento
Fazer inserir no documento declaração diversa do que deveria constar, 
Com a finalidade de:
Prejudicar direito próprio ou de outrem
Criar obrigação
Alterar a verdade sobre fato de relevância jurídica
Deverá ser provada a finalidade específica para caracterização deste crime
Uso de documento falso
Art. 304 CP
Pena – a mesma cominada à falsificação ou alteração da qual se fez uso
Objeto Jurídico Tutelado: Fé Pública
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime, sendo, portanto, um crime comum. O sujeito passivo será o Estado.
Conduta: Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados previstos nos arts. 297 a 302 CP.
Este tipo penal pune o uso do documento falso em qualquer situação, independentemente de ter sido ou não falsificado por aquele que utiliza.
*Se falsifiquei e usei?
Divergência doutrinária:
Crime de falsificação se consuma primeiro, sendo o uso mero exaurimento. Assim, agente responde apenas pela falsificação, pois o uso pode vir a ser praticado ou não MAIORIA (entendimentos do STJ e STF)
Crime de uso absorve o crime de falsificação, este último considerado “crime meio” para a prática do uso MINORIA
Este tipo de penal tem caráter residual, ou seja, só é aplicado caso não haja lei especial versando sobre uso de documento falso em específico.
*O simples porte de CNH falsa é considerado crime pelo CTB, independentemente de ser ou não utilizada.
	Profª. Janaina Daniel Varalli
Obs: apenas material de auxilio. Este roteiro não dispensa o estudo da doutrina especializada já indicada aos alunos e não limita o conteúdo da prova. 
Roteiro - Dos crimes contra a fé pública
Moeda falsa – Art. 289, CP. 
Sujeitos: 
- ativo: crime comum;
 -passivo: Estado, bem como aquele que sofre eventual lesão decorrente da conduta típica (quem a recebe, por exemplo).
 
Conduta: 
- o núcleo do tipo é falsificar moeda (imitar, fazer passar por autêntica moeda falsa, que pode ser pela formação da moeda pela impressão, cunhagem, ou por alteração de moeda verdadeira para que passe a representar um valor maior do que o real)
- indispensável, como em toda falsificação, a imitatio veri (semelhança com o verdadeiro, podendo ser confundido com autêntico).
- não o desfigura, a imperfeição que só possa ser verificada em exame atento. 
- imitação grosseira, rudimentar, perceptível ictu oculi, não configura o crime de moeda falsa, podendo constituir, em tese, o crime de estelionato. 
- A conduta de apor na moeda números e letras recortados de cédulas verdadeiras sobre outras, de modo que estas apresentem valor superior constitui crime na modalidade de alterar prevista pelo art. 289, caput, do CP.
Objeto material: moeda metálica ou o papel-moeda, nacional ou estrangeira. Por ser crime que deixa vestígios, é indispensável o laudo pericial.
Tipo Subjetivo: Dolo. Não se exige a finalidade de colocar em circulação O desconhecimento da falsidade exclui a tipicidade.
Consumação e tentativa: Consuma-se com fabricação ou adulteração, ainda que de apenas uma moeda que tenha idoneidade para iludir. Mesmo a adulteração de várias moedas caracteriza crime único. 
-Possível tentativa. Segundo entendimento do STJ e § 1°, do art.289, CP é crime a conduta de guardar notas inautênticas. Porém, a simples posse de instrumentos para falsificação de moeda constitui outro ilícito penal (art. 291, CP).
Crimes subseqüentes: de importar, exportar, adquirir, trocar, vender, ceder, emprestar, guardar e introduzir na circulação moeda falsificada. Tratando-se de crime de conduta múltipla alternativa “pura”, o agente que pratique duas ou mais ações típicas responde por crime único. Já se decidiu, porém, por crime continuado. 
Responde por esse delito aquele que não foi o autor da falsificação; caso seja também o autor da falsificação responde pelo crime previsto no caput do art. 289, CP (a circulação seria mero exaurimento). 
Relação com estelionato: 
 - entendimento é de que o crime de falsum é meio de cometimento do estelionato, sendo absorvido – crime do 171, CP. Vide Súmula 17 do STJ. 
Crime privilegiado: conduta daquele que restitui à circulação a moeda falsa que recebeu de boa-fé, como verdadeira. Deve existir o dolo no momento em que o agente recolocou a moeda em circulação. 
Fabricação ou Emissão com fraude ou excesso: o §3° do art. 289, CP.
- crime próprio;
- inciso I: moeda metálica fabricada com título ou peso inferior ao determinado em lei; 
- inciso II: papel-moeda fabricado em quantidade superior ao autorizado. 
- omissão quanto à emissão de moeda metálica em quantidade superior à autorizada – discute-se a possibilidade de sefazer uma interpretação extensiva/teleológica.
Circulação não autorizada: § 4 do art. 289, CP
- desvio, sem que ocorra a circulação, configura tentativa.
Competência: justiça Federal (art.109, IV, CF).
- se configurar o estelionato: competência estadual. Vide Súmula 73 do STJ. 
Crimes assimilados ao de moeda falsa – Art. 290, CP. 
Sujeitos: 
- ativo: crime comum
- passivo: Estado (tutela da fé pública) e o particular que sofre dano decorrente da conduta.
Objeto material: cédula, nota ou bilhete representativo da moeda. Não há menção da moeda metálica.
Conduta: 
- imitatio veri, imitação grosseira e estelionato: idem comentários ao 289, CP. 
a) formar cédula, nota ou bilhete com fragmentos verdadeiros (diferença com o delito de moeda falsa, embora haja muita decisões contrárias.)
b) suprimir sinal indicativo da inutilização da cédula (carimbo, picote, riscos etc.), em papel-moeda ou bilhete já recolhido.
A terceira ação é a de restituir à circulação o papel-moeda nas condições já mencionadas, bem como aquele que, embora ainda não assinalado, foi recolhido para ser inutilizado.
Entendimentos:
STF: Alterar papel moeda, com aposição de fragmentos de uma cédula sobre outra, para aparentar maior valor é delito punido pelo art. 289 CP.
TRF: Tratando-se de alteração de moeda, através da junção de fragmentos de cédulas a figura delituosa é a do art. 290 do CP.
Tem prevalecido o entendimento do STJ/STF – porque alterou cédula que já existia.
Art. 291, CP
Tipo Subjetivo: dolo.
Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com as condutas de fabricação, fornecimento, posse ou guarda, sendo estas últimas hipóteses de crime permanente. A tentativa é possível. 
Competência: Justiça Federal.
Falsificação de documento público - Art. 297, CP
Sujeitos: 
- ativo: crime comum
- passivo: Estado; pessoa lesada.
Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar verdadeiro.
Objeto jurídico – tutela-se a fé pública.
Conduta: 
- falsificar e alterar. 
- capacidade de iludir o homo medius.
Objeto material: documento público;
- são considerados documentos públicos:original;cópia autenticada; documento emitido por autoridade estrangeira; documentos legalmente equiparados ao público.
Elemento subjetivo: dolo
Consumação e tentativa: Consuma-se com a falsificação ou alteração do documento, sendo prescindível o uso efetivo deste. A tentativa é possível.
Formas: 
a) simples: caput.
b) majorada: agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo.
c) equiparada - Falsificação de documento público previdenciário.
	A lei n. 9.983, de 17 de julho de 2000, que cuida especificamente dos crimes contra a Previdência Social. A objetividade jurídica tutelada é a fé pública dos documentos referentes à Previdência Social. Trata-se aqui de falsum ideológico. Consoante o dispositivo legal, o agente insere ou faz inserir:
	- na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a Previdência Social, pessoa que não possua a qualidade de seguro obrigatório;
	- na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
	- em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a inserção da declaração falsa ou diversa. A tentativa é possível.
Segunda forma equiparada.
Incorre quem omite, nos documentos mencionados no §3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. O crime se consuma no momento em que o agente não realiza a inserção das informações nos documentos. A tentativa é inadmissível.
Concurso de crimes
a) falso documental e estelionato;
b) falso documental e uso (CP, art. 304);
c) falso documental e sonegação fiscal;
Exame de corpo de delito: Este é em que os peritos descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência do delito.
	- exame de corpo de delito direto é feito no documento falsificado.
	- exame de corpo de delito indireto advém de raciocínio dedutivo sobre um fato narrado por testemunhas, sempre que impossível o exame direto.
	Exame grafotécnico. Destina-se a apurar, por meio da comparação dos padrões gráficos, se o falsário foi realmente o autor do documento.
Art. 298 – Falsificação de documento particular
Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Elementos do tipo
Ações nucleares. Objeto material- Falsificar ou alterar documento particular. O objeto material deste delito é o documento particular.
Sujeito ativo – por se tratar de crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito passivo – é o Estado, considerado o sujeito passivo principal.
Elemento subjetivo:dolo, consubstanciado na vontade livre de falsificar ou alterar documento particular verdadeiro.
Consumação e tentativa: O crime consuma-se com a falsificação ou alteração do documento sendo prescindível o uso efetivo deste. A tentativa é perfeitamente possível, pois há iter criminis que pode ser fracionado.
Art. 299 – Falsidade ideológica
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir declaração falsa ou diversa do que deveria ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Elementos do tipo
Ação nuclear. Objeto material
Trata-se de crime de ação múltipla, sendo as ações nucleares:
- omitir declaração;
- inserir declaração falsa;
- inserir declaração diversa da que devia ser escrita;
- fazer inserir declaração falsa; 
- fazer inserir declaração diversa da que devia ser escrita.
Sujeito ativo – trata-se de crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito passivo – é o Estado o sujeito principal.
Elemento subjetivo: dolo consubstanciado na vontade livre de praticar uma das condutas típicas mencionadas anteriormente.
Consumação e tentativa: Consuma-se com a omissão ou a inserção da declaração falsa ou diversa do que deveria constar. Sua tentativa é perfeitamente possível nas modalidades inserir e fazer inserir, sendo inadmissível na conduta omissiva.
Formas
Simples: caput 
Causa de aumento de pena: 
- promover inscrição de nascimento inexistente; registrar o filho alheio como próprio.
Concurso de crimes
- falsidade documental e bigamia;
- falsidade ideológica e bigamia;
- falsidade documental e estelionato;
- falso documental e sonegação fiscal.
Legislação Penal Especial
	- crime eleitoral;
	- crime contra o Sistema financeiro Nacional;
	- outros crimes específicos.
Art. 304 – Uso de Documento Falso 
Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados a que se referem os arts. 297 a 302.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública
Elementos do tipo
Ação nuclear: Fazer uso de documento, público ou particular, falso. De qualquer forma, não basta o simples porte do documento 
- Enquanto este não é apresentado pelo agente a terceiros.
Objeto material: qualquer documento a que se referem os arts. 297 (documento público), 298 (documento particular), 299 (documento público ou particular ideologicamente falso), 301, §1º (atestado ou certidão materialmente falso) e 302 (atestado médico falso).
Sujeito ativo – trata-se de crime comum, portanto, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito passivo – é o Estado.
Elemento subjetivo: dolo, consubstanciado na vontade livre de fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem os arts. 297 a 302.
Consumação e tentativa: Consuma-se com o efetivo uso do documento falso. Não é necessária a obtenção de qualquer vantagem, bastandoque o agente apenas se utilize dele uma única vez.
Concurso de crimes
	- uso de diversos documentos falsos em um mesmo contexto.
	- uso continuado de documentos.
	- uso de documento falso e estelionato.
	- falso documental e uso.
	- uso de documento falso e sonegação fiscal.
 
Legislação penal especial.
	- crime tributário (Lei n. 8.137/90);
	- crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei n. 7.492/86);
	- crime falimentar (Lei n. 11.101, de 9-2-2005 – regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária).
	- CNH: simples porte é crime
- Crimes contra a Administração Pública cometidos por funcionário público
 Art. 312 ao 327 CP
Administração pública: conjunto de funções exercidas pelos vários órgãos do Estado em benefício do bem estar e desenvolvimento da sociedade. Daí a necessidade de sua proteção. As necessidades públicas, coletivas, ganham destaque.
Todos os crimes previstos neste artigo são crimes próprios, pois tratam-se de modalidades penais que podem ser praticadas apenas por funcionário público (ressaltando-se que é admitida a coautoria por particular, desde que este tenha conhecimento da condição de funcionário público do autor).
O conceito penal de funcionário público está no art 327 CP, abaixo transcrito:
Art. 327 CP: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§1º: Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Peculato
Art. 312 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Administração Pública
Sujeito ativo deste crime deve, necessariamente, ser um funcionário público, sendo, portanto, um crime próprio. O sujeito passivo será a Administração Pública.
Conduta: Apropriar-se indevidamente de valor ou qualquer outro bem móvel, do qual obteve a posse devido à sua condição de funcionário público (apelidada de “apropriação indébita do funcionário público”).
Destaca-se que, para caracterização do crime, pouco importa se o bem apropriado indevidamente seja público ou particular (ex.: o oficial de justiça que, ao fazer uma apreensão, toma para si as coisas apreendidas – objetos particulares)
	
Pode ser uma apropriação ou um desvio do bem ou valor. Desvio é retirar do curso devido, deslocar de sua finalidade.
É pacífico na jurisprudência que peculato de uso não é crime e não se confunde com peculato desvio. Usar o bem da administração pública, ainda que para fins particulares, não configura crime. O desvio, para configurar crime, deve ser definitivo.
Art. 312; §1º; CP: “Peculato furto” ou “peculato imprório”
Aplica-se a mesma pena ao sujeito que apropria-se indevidamente de bem ou valor tirando vantagem de sua condição de funcionário público, que lhe confere facilidade de acesso ao local Não há posse do bem ou valor!
Art. 312; §2º; CP: Peculato culposo
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano
Concorrer culposamente para o peculato de outrem. Agir de maneira imprudente, negligente ou imperita e favorecer ao peculato alheio. (ex.: funcionário de cartório deixar seu posto sem dar conhecimento ao superior, criando, de maneira culposa, condições favoráveis à prática de peculato por terceiros.)
Exceção à teoria unitária, que determina que aquele que concorre a um crime incide no mesmo crime e mesmas penas cominadas. Nesta situação, aquele que colabora culposamente com o peculato incidirá em um crime e em penas diferentes, daquele que o cometeu de maneira dolosa.
Art. 312; §3º; CP: No caso de peculato culposo, se o sujeito reparar o dano causado antes da sentença irrecorrível, sua punibilidade será extinta. Se dano for reparado depois da sentença irrecorrível, sua pena será reduzida pela metade.
Concussão
Art. 316 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Administração Pública
Sujeito ativo deste crime deve, necessariamente, ser um funcionário público, sendo, portanto, um crime próprio. O sujeito passivo será a Administração Pública e a pessoa que sofreu a exigência.
Mesmo que a pessoa lesada cumpra aquilo que foi exigido, ela não será autora de crime, e sim vítima.
Conduta: Exigir vantagem indevida, em razão do cargo que ocupa, ainda que fora da função ou antes de assumí-la.
Não é necessário haver violência ou grave ameaça. Basta um fundado temor em razão da condição de superior hierárquico do agente ou da situação fática em que se encontra a vítima.
Art. 316; §1º; CP
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Art. 316; §2º; CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos
QUALIFICADORA DO TIPO PENAL Altera a pena em abstrato
Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Corrupção Passiva
Art. 317 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
Objeto Jurídico Tutelado: Administração Pública
Sujeito ativo deste crime deve, necessariamente, ser um funcionário público, sendo, portanto, um crime próprio. O sujeito passivo será a Administração Pública.
Conduta: Solicitar ou receber vantagem indevida, ou ainda aceitar promessa de tal vantagem, sendo esta vantagem ou promessa:
Realizada direta ou indiretamente, 
Direcionada para si ou para outrem, 
Praticada em razão de sua função, ainda que fora dela ou mesmo antes de assumí-la.
A corrupção pode ser:
Imprópria: Sujeito recebe vantagem indevida para praticar algo lícito (ex.: funcionário que cobra para dar prioridade na emissão de determinado documento)
Própria: Sujeito recebe vantagem para praticar algo ilícito (ex.: funcionário do fórum cobra para “sumir com processo”)
Antecedente: Pagamento é feito antes da prática do ato
Subsequente: Pagamento é feito depois da prática do ato
Maioria da doutrina entende que o ato praticado deve ser relacionado com a função exercida pelo agente público (caso contrário, caracterizaria crime de tráfico de influência – Art. 332 CP)
O reembolso de despesas incorridas ou gratificações de pequena monta não caracterizam o crime em análise.
Corrupção passiva é crime residual e só será caracterizado se conduta não se enquadrar em algum crime específico (corrupção de fiscal de rendas, corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete judicial, corrupção de jurado e etc.).
NÃO HÁ MODALIDADE CULPOSA NO CRIME DE CORRUPÇÃO
Consumação/Tentativa: Crime se consuma no momento em que agente solicita, recebe a vantagem ou aceita sua promessa. Nas hipóteses de solicitação ou promessa, o crime se consuma independentemente da vantagem ser recebida ou não (recebimento é mero exaurimento).
A corrupção passiva se diferencia da concussão à medida que a vantagem indevida na corrupção é solicitada, situação em que a outra pessoa tem chance de recusar. Na concussão, a vantagem indevida é exigida, situação em que a outra parte não possui chance de recusar, seja pelo uso de violência, grave ameaça ou pela autoridade exercida pelo agente.
Corrupção Ativa
Art. 333 CP
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
TRATA-SE DE UM CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMETIDO POR PARTICULAR.
Desta forma, estamos diante de um crime comum, pois pode ser cometido por qualquer pessoa. O sujeito passivo será a Administração Pública.
Conduta: Oferecer ou prometer vantagem indevida à funcionário público, com o fim de determinar que pratique, retarde ou omita ato que deveria ser praticado

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