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Processo de Conhecimento - Resumo

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DISCIPLINA: Processo de Conhecimento
	
 Semana 1
O objetivo do estudo dessa semana é aprender as espécies de processo: processo de conhecimento, processo de execução e processo cautelar, bem como as espécies de procedimentos e fixar a atenção no aprendizado do procedimento ordinário e do procedimento sumário. 
Processo
1. Conceito 
O processo é o meio para que a jurisdição se realize, lembrando que a jurisdição é a capacidade que o Estado possui para decidir e impor suas decisões.Frente a um litígio, provocado pelo autor da ação, o Estado precisa solucioná-lo e para isso dispõe do processo. O processo é o meio pelo qual o Estado irá compor os litígios. São três as espécies de tutela jurisdicional do Estado: conhecimento (também denominada cognição), execução e cautelar.
2. Classificação
Processo de conhecimento: tem por objetivo conhecer o direito, saber se o autor possui o direito material que afirma em juízo. É para apurar o direito hipotético. Apenas declara a existência ou não de um direito. Nestes casos a sentença de mérito deve conter a resposta definitiva para o pedido formulado pelo autor, na petição inicial. 
A ação de conhecimento subdivide-se em: declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e executiva lato sensu.
ü       Ação declaratória: tem por objetivo declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou a autenticidade ou falsidade de um documento.
ü       Ação constitutiva: tem por objetivo constituir, desconstituir, conservar ou modificar a relação jurídica, o direito. Modifica o mundo jurídico.
ü       Ação condenatória: tem por objetivo a formação de um título executivo. Promove-se esta ação para receber. É para formar um título, diferente dos casos em que já se tem o título.
ü       Ação mandamental: tem por objetivo a expedição de uma ordem para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa. Está prevista no art. 461 CPC e basicamente diz que se o réu não cumprir a ação mandamental, o Estado pode usar medidas coercitivas para tal.
ü       Ação executiva latu sensu: é um ação condenatória auto executável. Quando promovemos ação condenatória, tem-se uma sentença condenatória, que é um título executivo e com isto executa-se. Neste caso, o conhecimento e a execução se darão no mesmo processo. O juiz vai condenar e executar dentro do mesmo processo. Não será necessário promover ação de execução. 
Processo de execução: tem por objetivo a satisfação concreta do direito do credor. Esse direito já foi definido previamente, já foi reconhecido e tem-se apenas a pretensão que ainda não satisfez ao direito do autor. Neste tipo de ação o que se busca é a efetiva satisfação do credor.
Processo cautelar: tem por objetivo conservar o mesmo estado inicial de coisas, pessoas e provas, assegurando o resultado útil de outra ação (de conhecimento ou de execução). Este tipo de ação decorre do risco de alteração das coisas em virtude da demora do processo. Não se busca, neste tipo de processo, a solução, mas sim a obtenção de medidas que afastem o perigo do dano irreparável à parte.
Para o juiz conceder esta cautela são necessários alguns requisitos quais sejam: fumus boni juris e o periculum in mora.
O fumus boni juris quer dizer a fumaça do bom direito. Deve-se mostrar ao juiz uma aparência de direito. 
O periculum in mora quer dizer perigo de demora. Deve-se comprovar o risco de um dano irreparável ou de difícil reparação.
Procedimentos
1. Conceito
O processo, em função das classificações, possui procedimentos distintos e o ordenamento jurídico prevê os procedimentos comuns e especiais. O procedimento é a forma como a ação irá se desenvolver. O nosso ordenamento jurídico prevê o procedimento comum e o especial. A lei é que define qual o procedimento. Define o procedimento especial e o comum sumário. O que não for especial ou sumário será ordinário. Cumpre destacar que temos o procedimento sumaríssimo, aplicado aos juizados especiais cíveis, o qual será estudado na próxima aula. Diante do caso concreto deve-se verificar se a ação trata-se de procedimento especial. Se não for o caso, parte-se para o procedimento comum que pode ser de rito ordinário ou sumário ou deverá ser proposta no juizado especial. 
2. Procedimento Comum 
É o que se aplica às causas em que a lei não especificou outra forma. Subdivide-se em ordinário e sumário.
Procedimento Comum Sumário
Aplicam-se nas causas previstas no artigo 275 do CPC que utiliza critério em razão do valor ou da matéria e em leis especiais, como, por exemplo, ação revisional de aluguel. 
Conforme art. 275, CPC, observar-se-á o procedimento sumário:
ü       Nas causas cujo valor não exceder 60 vezes o salário mínimo vigente no País;
ü       Nas causas, qualquer que seja o valor:
a)    De arrendamento rural e de parceria agrícola;
b)    De cobrança do condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c)     De ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d)    De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e)    De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo ressalvados os casos de processo de execução;
f)      De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
g)    Que versem sobre revogação de doação; e,
h)    Nos demais casos previstos em lei.
Um dos princípios que o rege é o da celeridade e o da oralidade. O procedimento sumário é mais simplificado e as fases processuais estão concentradas. A defesa (do réu), provas e julgamento concentram-se em, no máximo, em duas audiências: uma de conciliação e outra de instrução e julgamento, sendo que esta última somente ocorrerá se as partes não se conciliarem.
 Fases
A petição inicial dever ser elaborada segundo o previsto no art. 282, CPC, porém deverá o autor apresentar o rol de testemunhas e formular os quesitos caso requeira perícia.O juiz, caso defira a petição inicial, designará audiência de conciliação no prazo de trinta dias.O réu deverá ser citado com antecedência mínima de dez dias e o autor será intimado a comparecer na audiência, podendo utilizar-se de preposto. Se a Fazenda Pública figurar como ré este prazo será contado em dobro. Caso o réu não compareça à audiência de conciliação e não justifique os fatos alegados pelo autor na petição inicial serão considerados verdadeiros, sendo que essa conseqüência deverá constar da citação. Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.Se a conciliação não for obtida o réu deverá oferecer a contestação, escrita ou oral, na própria audiência, acompanhada de rol de testemunhas, formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. Deverá também oferecer a exceção na própria audiência.Nesta audiência o juiz resolverá sobre a impugnação ao valor da causa ou questão controvertida em relação à natureza da demanda e poderá o juiz converter o procedimento sumário em ordinário. Cabe ao juiz decidir sobre esta conversão, pois a forma do procedimento é interesse de Justiça, não tendo as partes a disponibilidade para a escolha do rito a ser adotado.Poderá também o juiz optar pela conversão do procedimento se a prova técnica apresentar-se complexa. Se houver necessidade de produção de prova oral o juiz designará audiência de instrução e julgamento e proferirá sentença nesta audiência ou em dez dias. 
Testemunhas (art. 407 caput e § único, CPC)
A produção de prova testemunhal tem dois momentos. Para o autor o momento para o requerimento da produção da prova testemunhal é o da petição inicial e o para o réu o momento de requerer é na contestação, que no caso do procedimento sumário é na própria audiência. Cada parte pode oferecer, no máximo, 10 testemunhas.
Restrições (art. 280, CPC)
No procedimento sumário a intervenção de terceiros e a ação declaratória incidental não são cabíveis, justamente porque este procedimento tem como princípio a celeridade e tais atos, se permitidos fossem retardariam o andamento do processo, deixando de atender ao princípioda celeridade. Porém o CPC dispõe que a assistência e a intervenção fundada em contrato de seguro são cabíveis, sendo que a assistência ao ser admitida não suspenderá o feito. O artigo 278, §1° do CPC traz outra vedação que é a não admissão da Reconvenção, pois conforme expresso no CPC os ritos sumário e sumaríssimo não admitem reconvenção, mas admitem pedido contraposto. O pedido contraposto o réu deverá oferecer na própria contestação
Pedido contraposto é uma faculdade que o réu possui no rito sumário e sumaríssimo de formular a sua pretensão na própria contestação, desde que o pedido esteja baseado na mesma causa de pedir do autor e então fala - se que, no procedimento sumário, a ação é dúplice e isto faz com que o interesse processual para a reconvenção seja excluído. 
Procedimento Comum Ordinário: o critério para sua aplicação é residual, ou seja, aplica-se às causas em que a lei não determine procedimento sumário ou especial. É um procedimento mais completo, não sendo seus atos concentrados como ocorre no sumário. Possui 4 fases: postulatória, ordinária, probatória e decisória.
Fase postulatória: inicia-se com a petição inicial, seguindo os requisitos contidos no artigo 282 do CPC. O juiz, recebendo a petição inicial verifica se estão presentes todos os requisitos.Poderá mandar que o autor emende a petição inicial ou poderá indeferi-la ainda.O juiz, após deferir a petição inicial do autor, ordenará para que o réu seja citado e terá o prazo de 15 dias para oferecer resposta.O réu poderá responder por meio de contestação, reconvenção e exceções (assuntos que serão tratados nas aulas das semanas 6, 7, 8 e 9).
Fase ordinária ou saneadora: tem início após a entrega da contestação do réu.Nesta fase o juiz analisa o processo, verificando as irregularidades que possam conter e que se possíveis sejam sanadas (providências preliminares). Poderá também extinguir o processo sem julgamento do mérito ou julgar antecipadamente a lide.
Fase probatória ou instrutória: esta fase destina-se a produção de provas, ou seja, dos meios pelos quais as partes comprovarão suas alegações. O autor deverá comprovar os fatos narrados na petição inicial e o réu deverá provar os fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor, alegados na contestação.
Fase decisória: finda a instrução tem-se início a fase decisória. O juiz decidirá a causa, prolatando uma sentença de mérito. Esta fase encerra o processo em primeiro grau.  
Testemunhas (art. 407 caput e § único, CPC)
No procedimento ordinário cada parte poderá também arrolar dez testemunhas, porém o rol de testemunhas poderá ser juntado até 10 dias antes da audiência de instrução, caso o magistrado não tenha estabelecido prazo diverso.
3. Procedimentos Especiais
Os procedimentos especiais podem ser de jurisdição contenciosa e voluntária. 
Jurisdição contenciosa: é aquela em que existe uma lide a ser resolvida. 
Jurisdição voluntária: é aquela em que não existe lide, não existe conflito de interesses, como por exemplo, a separação consensual, pois não existe lide, não há no momento da separação um conflito de interesses. 
Alguns doutrinadores entendem que a jurisdição voluntária não é atividade jurisdicional e sim função administrativa do juiz porque nestes casos não existem partes, somente interessados. E se jurisdição é resolução de conflitos de interesses e não há conflitos, não é jurisdição e sim função administrativa.Os procedimentos especiais estão previstos no Livro IV do Código de Processo Civil ou em legislações especiais. 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Quais os procedimentos existentes no ordenamento jurídico brasileiro?
Apresente, pelo menos, três diferenças existentes entre o procedimento comum ordinário e o procedimento comum sumário.
O que é pedido contraposto?
Explique o que é jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária.
Como são classificadas as ações de conhecimento. Explique duas delas.
Semana 2 
Esta semana você deverá estudar sobre os Juizados Especiais Cíveis (Lei n. 9.099/95), bem como sobre os requisitos da Petição Inicial. 	
1. Conceito 
A Lei 9.099/95 dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Esses juizados foram criados para conciliação, processo e julgamento de causas de menor complexidade. Os critérios que regem o processo são os princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. As partes devem buscar sempre que possível a conciliação ou transação. O autor tem a faculdade de optar pelo procedimento do Juizado Especial Cível e essa opção importará em renúncia ao crédito excedente ao limite imposto por essa lei, que é de 40 salários mínimos, exceto pela hipótese de conciliação.O acesso ao Juizado Especial Cível independe de pagamento de custas ou taxas. O procedimento deste Juizado é chamado de procedimento sumaríssimo.
2. Competência (art. 3, Lei 9.099/95)
O Juizado Especial Cível é competente para julgar:
ü       Causa cujo valor não exceda a 40 (quarenta) salários mínimos;
ü       Enumeradas no art. 275, CPC, inciso II;
ü       Ação de despejo para uso próprio;
ü       Ação possessória sobre bens imóveis de valor inferior a 40 salários mínimos.
 
3. Excluídos da competência (art. 3, § 2º, Lei 9.099/95)
O Juizado Especial Cível não terá competência para julgar:
ü       Ações de natureza alimentar;
ü       Ações de natureza fiscal e de interesse da Fazenda Pública;
ü       Ações relativas a acidentes do trabalho;
ü       Ações relativas a resíduo;
ü       Ações relativas ao estado e capacidade da pessoa, ainda que de cunho patrimonial.
4. Partes (art. 8°, caput e § 1° e 2°, Lei 9.099/95)
A lei 12.126/2009 alterou a redação deste artigo.
Atualmente poderão propor ação (autores) perante o Juizado Especial Cível:
ü       Pessoas físicas capazes, excluídos cessionários de direito de pessoas jurídicas;
ü       As microempresas, assim definidas pela lei 9. 841/99;
ü       As pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da lei 9.790/99; e,
ü       As sociedades de crédito ao micro empreendedor, nos termos do art. 1° da lei 10. 194/200.
Não poderão ser partes
ü       O incapaz;
ü       O preso;
ü       Pessoas jurídicas de direito público,
ü       Empresas públicas da União;
ü       Massa falida;
ü       Insolvente civil.
No juizado especial cível é admitido o litisconsórcio (pluralidade das partes), mas não são admitidas nenhuma forma de intervenção de terceiros e nem reconvenção 
5. Assistência do advogado (art. 9°, Lei 9.099/95)
As partes não precisarão constituir advogado nas causas até 20 salários mínimos. Acima desse valor a assistência do advogado é obrigatória.Em fase recursal (vide tópico 12 desta aula) também é obrigatório que as partes sejam representadas por advogado Em causas em que o juiz achar necessário alertará as partes a conveniência de se fazer acompanhar por um advogado e o mandado do advogado poderá ser verbal, caso não sejam necessários poderes especiais. Se o réu for pessoa jurídica ou titular de firma individual poderá ser representado por um preposto credenciado e munido com carta de preposição com poderes para transigir, sem a necessidade de vínculo empregatício. Se a assistência do advogado for facultativa, ou seja, nas causas cujo valor não ultrapasse a 20 salários mínimos, e qualquer das partes comparecerem com advogado, poderá a outra parte obter assistência judiciária prestado pelo Juizado.
6. Pedido do autor (art. 14° a 17°, Lei 9.099/95)
O pedido poderá ser escrito ou oral, sendo que o pedido oral será reduzido a termo e deverá constar:
ü       Nome, qualificação e o endereço das partes;
ü       Os fatos e os fundamentos de forma sucinta;
ü       O objeto e seu valor;
No Juizado Especial Cível é admitido formular pedido genérico quando não é possível determinar a extensão da obrigação. Também serão admitidos pedidos alternativos ou cumulativos, porém para pedidos cumulativos deve ser observado o valor porque a soma dos valores dos pedidos conexosnão poderá ultrapassar 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência desta lei). O pedido será registrado na Secretaria do Juizado que irá designar a sessão de conciliação e julgamento, no prazo de 15 dias.
7. Resposta do réu (art. 30 e 31, Lei 9.099/95)
A contestação poderá ser oral ou escrita e deverá conter toda a matéria de defesa, porém a argüição de suspeição e impedimento do juiz deverá seguir o procedimento previsto nos artigos 304 a 318 do CPC. O réu deverá contestar o pedido do autor na própria audiência e se assim não o fizer poderá requerer que seja designada nova data para contestar e se o réu não comparecer a audiência de instrução e julgamento ou a sessão de conciliação ocorrerá a revelia (todos os fatos alegados pelo autor na inicial serão considerados verdadeiros). A reconvenção neste juizado não é permitida, mas o réu poderá na contestação apresentar pedido em seu favor (pedido contraposto), mas sempre observando os limites previstos no art. 3° e o pedido em favor do réu deverá estar baseado nos mesmos fatos que fundamentam o pedido do autor.
8. Citações (art. 18, Lei 9.099/95)
No juizado especial não se admite citação por edital.
A citação será:
ü       Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
ü       Se pessoa jurídica ou firma, mediante a entrega à recepção, identificando a pessoa que recebeu;
ü       Por oficial de justiça quando necessário e independente de mandado ou carta precatória.
Na citação deverá conter cópia do pedido inicial, a dia e hora do comparecimento e a advertência que se o citando não comparecer as alegações iniciais serão tidas como verdadeiras (revelia) e será proferido o julgamento, sendo que o comparecimento espontâneo da parte contrária supre a falta de citação. 
9. Intimações (art. 19, Lei 9.099/95)
No juizado especial as intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação, sendo que dos atos que forem praticados na audiência as partes sairão cientes.
As partes devem comunicar ao juízo as mudanças de endereço que venham a ocorrer no decorrer do processo. As comunicações enviadas ao local indicado inicialmente serão consideradas eficazes caso não haja indicação da mudança de endereço.
10. Conciliação, juízo arbitral e audiência de instrução e julgamento (art. 21 a 27, Lei 9.099/95)
A conciliação é conduzida pelo juiz togado ou leigo ou conciliadores. Os conciliadores são auxiliares da Justiça e são recrutados preferencialmente entre os bacharéis em Direito. Já os juízes leigos são advogados com mais de cinco anos de experiência e também são auxiliares da Justiça, ficando impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais enquanto estão desempenhando tal função.
Na abertura da audiência de conciliação o juiz explicará sobre a conciliação e uma vez obtida será reduzida a termo e homologada. Se o demandado não comparecer o juiz togado preferirá sentença. A homologação da conciliação, que é feita pelo juiz togado, será feita mediante sentença e terá eficácia de título executivo. Se nesta audiência a conciliação não for obtida as partes poderão optar pelo juízo arbitral, sendo a escolha do árbitro feita pelas partes. Se não instituído o juízo arbitral será instaurada a audiência de instrução e julgamento. Na audiência de instrução e julgamento tem-se a oitiva de testemunhas, colheita de provas e sentença.
11. Sentença (art. 38 a 49, Lei 9.099/95)
A sentença conterá resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e os elementos que serviram de convicção ao juiz, sendo dispensado o relatório. A sentença condenatória por quantia ilíquida não é admitida e não poderá exceder o valor de 40 salários mínimos (limite estabelecido para competência no Juizado Especial Cível). O que exceder a esse limite não será considerado.
12. Recursos (art. 41 a 50, Lei 9.099/95)
Da sentença, exceto a de homologação de conciliação ou laudo arbitral, cabe recurso. O recurso será por petição escrita para o próprio juizado e o prazo para a interposição será de 10 dias a partir da ciência da sentença. O recorrido, que será intimado pela Secretaria do Juizado, também terá o prazo de 10 dias para oferecer suas contra razões por escrito. O recurso será julgado pela turma que será composta por três juízes togados. O recurso tem efeito devolutivo, mas o juiz poderá atribui efeito suspensivo se estiver diante de dano irreparável. Da sentença ou acórdão (súmula do julgamento) caberão Embargos de Declaração, sempre que houver omissão, contradição, dúvida ou obscuridade, no prazo de cinco dias, a contar da ciência da sentença ou do acórdão. Segundo o artigo 50 da lei, os embargos de declaração, quando interpostos contra sentença, suspenderão o prazo para recursos.
I. Petição inicial
1. Conceito
Já vimos que a relação jurídica processual é formada, de um lado, pela pretensão do autor e de outro pela resistência do réu. O autor formula sua pretensão, seu pedido, por meio de petição inicial. A petição inicial é uma peça introdutória que formaliza o pedido do autor. É um ato processual realizado pelo autor e por meio deste ato tem-se início a ação, estabelecendo a relação jurídica entre o autor e o juiz. É a partir da petição inicial que o juiz defere ou não a citação do réu e somente após a citação válida do réu tem-se composta a relação jurídica.
2. Requisitos da petição inicial (art. 282 a 285 A, CPC)
A petição inicial é ato formal cujos requisitos devem ser observados para que não seja indeferida pelo juiz. O artigo 282 do CPC determina quais elementos a petição inicial deve indicar.
ü       Endereçamento da petição inicial: deve-se indicar para qual juízo ou tribunal a petição inicial é dirigida. Para isso cabe observar as regras de competência, pois o endereçamento deve ser para tribunal ou juízo competente. Destina-se também a fixar competência nos casos em que o autor tem a faculdade de ajuizar a ação em mais de um juízo. 
ü       Qualificação das partes: deve-se indicar os nomes, prenomes, estado civil profissão, residência das partes que ocupam o pólo ativo e o passivo da relação jurídica. A qualificação individualiza as partes, identificando autor e réu. É importante também para verificar a legitimidade das partes e possibilitar a comunicação dos atos processuais, desencadeando o movimento processual. Lembrar que é possível que exista no pólo ativo ou no pólo passivo mais de uma pessoa (litisconsórcio).
 Obs.: as partes podem ser pessoas naturais, jurídicas ou formais. 
Se pessoa natural deve-se colocar o número do registro geral (RG) e a inscrição no cadastro de pessoas físicas (CPF). Se pessoa jurídica deve-se colocar além do nome, o número da inscrição no cadastro nacional de pessoa física (CNPJ)
ü       Descrição de fatos e fundamentos jurídicos: os fatos e os fundamentos jurídicos são a causa de pedir. A causa de pedir é o motivo, a razão que autor julga ter. Tem-se a causa de pedir próxima e remota. 
 A causa de pedir remota é o fato gerador do pedido do autor.
A causa de pedir próxima é a demonstração que os fatos ocorridos e narrados detalhadamente pelo autor possuem repercussão jurídica, ou seja, geram direitos para o autor. 
Obs.: o fundamento jurídico não é sinônimo de fundamentação legal. A fundamentação legal é o dispositivo legal que embasa o pedido e não é elemento essencial da petição inicial. 
ü       Formulação do pedido com as especificações: o pedido decorre dos fatos e dos fundamentos jurídicos que uma vez narrados levam o autor a estabelecer o mérito da causa, definindo o objeto da lide. O CPC traz algumas determinações sobre o pedido que serão vistas no tópico 2 desta aula. 
ü       Valor da causa: para todas as causas deve-se atribuir valor certo, ainda que sem conteúdo econômico imediato e conforme artigo 259, CPC deve o valor constar sempre da petição inicial. O CPC também traz algumas determinações que serão vistas no tópico 3 desta aula.
ü       Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados:o autor tendo narrado os fatos e formulado o pedido deverá especificar, na petição inicial, as provas que irá utilizar para demonstrar serem verdadeiros os fatos por ele alegados. O autor deverá indicar quais provas irá produzir sendo que se a ação seguir procedimento sumário o autor caso utilize-se de prova testemunhal deverá apresentar rol de testemunhas.
ü       Requerimento para citação do réu: cabe ao autor requerer a citação do réu, que é o ato pelo qual se dá o chamamento do réu ou o interessado a juízo, para apresentar a sua defesa. 
Observação: Deverá constar o nome do advogado e o endereço para o qual deverão ser enviadas as intimações.
II. Do Pedido
1. Conceito
Já vimos que o pedido decorre dos fatos e dos fundamentos jurídicos que uma vez narrados levam o autor a estabelecer o mérito da causa, definindo o objeto da lide. Com o pedido pretende o autor obter do juiz a satisfação do seu direito. O pedido mediato é a pretensão de direito material alegada pelo autor sobre o qual este pretende obter pela sentença. O pedido imediato é o provimento jurisdicional, a sentença que o autor deseja. 
2. Requisitos do Pedido (art. 286 a 294, CPC)
O CPC dispõe sobre os requisitos do pedido e quais pedidos são admitidos. O inciso I do artigo 286 estabelece que o pedido deve ser certo e determinado e traz situações em que o pedido pode ser genérico.
Pedido certo: significa que o pedido tem que ser expresso, não sendo admitida a elaboração de pedido implícito, ou seja, não se pode formular a causa de pedir sem pedir expressamente.
Pedido determinado: o pedido deve ser bem delimitado quanto a qualidade e a quantidade daquilo que se deseja. 
Pedido genérico: não é a regra, mas é lícito formular pedido genérico nas situações previstas no art. 286, incisos I a III, CPC.
3. Espécies de Pedido
Pedido Alternativo (art. 288, CPC): deve ser formulado quando o réu puder cumprir a obrigação por mais de uma forma, mais de uma maneira. Decorre da natureza da obrigação. Quando o devedor pode cumprir a obrigação de diversas formas poderá o autor fazer pedido alternativo e cumprida a obrigação de um dos modos possíveis, o devedor exonera-se da obrigação.
Pedido Sucessivo (art. 289, CPC): o autor requer ao juiz que acolha, que julgue procedente, um pedido posterior, na hipótese de não acolher um pedido anterior. O pedido sucessivo não quer dizer que estamos fazendo dois pedidos. Queremos o principal, mas se não for possível, pelo menos, acolhe-se o subsidiário.
4. Cumulação de Pedidos (art. 292, CPC)
O autor formula mais de um pedido em um único processo, ainda que não haja conexão. Nestes casos o juiz pode acolher todos os pedidos, parte destes ou nenhum dos pedidos. As cumulações dos pedidos contêm requisitos de admissibilidade que são: a compatibilidade entre os pedidos, mesmo juízo competente para conhecer dos pedidos e que cada pedido tenha mesmo procedimento. No entanto, se cada pedido tiver procedimento diverso o autor somente poderá cumular tais pedidos se optar pelo procedimento ordinário.
III. Valor da causa 
1. Conceito 
O valor da causa é um elemento indispensável da petição inicial, conforme consta no art. 282, inciso V, CPC. Esse requisito define a competência, pois um dos critérios para a fixação de competência; É o critério econômico, cuja competência é fixada em razão do valor da causa, valor este que é atribuído na petição inicial. Pelo valor da causa também temos a definição do procedimento. O valor da causa também é critério para fixar as taxas judiciárias, honorários advocatícios e verbas de sucumbência, cujos percentuais são calculados sobre tal valor. O artigo 258, CPC dispõe que toda causa terá um valor atribuído ainda que não tenha conteúdo econômico. Como regra o valor da causa é o valor do próprio pedido, mas existem causas que de imediato não possibilitam uma avaliação prévia. A assertiva “não tenha conteúdo econômico” refere-se a determinadas ações que não possuam valor, principalmente nas ações concernentes ao estado da pessoa, mas mesmo essas ações, devem ter o valor estimado.
2. Critérios para fixação (art. 259, CPC)
O artigo 259, CPC, especifica alguns critérios para a fixação de valores. O valor a ser fixada na causa será:
ü       Ação de cobrança de dívida (art. 259, inciso I, CPC): nestas ações o valor da causa será a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até o momento da propositura da ação.
ü       Cumulação de pedidos (art. 259, inciso II, CPC): na hipótese de pedidos cumulados o valor da causa será o correspondente a soma de valores de todos os pedidos.
ü       Pedidos alternativos (art. 259, inciso III, CPC): na hipótese de pedidos alternativos o valor da causa será o pedido que maior valor tiver.
ü       Pedido subsidiário (art. 259, inciso IV, CPC): na hipótese de pedido sucessivo temos o pedido principal e o subsidiário e o valor da causa, será o valor do pedido principal. 
ü       Litígio que tenha por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico (art. 259, inciso V, CPC): nestas hipóteses o valor da causa será o valor constante do contrato.
ü       Ação de alimentos (art. 259, inciso VI, CPC): na hipótese de ação de alimentos valor que deverá ser atribuído à causa será o valor da soma de doze prestações mensais, pedidas pelo autor. 
ü       Ação de divisão, demarcação e reivindicação (art. 259, inciso VII, CPC): nestas ações o valor da causa será a estimativa oficial para o lançamento do imposto.
Prestações vencidas e vincendas (art. 260, CPC): Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a um ano; se for por tempo inferior, será igual a soma das prestações.
3. Impugnação ao valor atribuída à causa (art. 261, CPC e único)
O réu poderá impugnar o valor da causa que foi atribuído pelo autor na petição inicial e deverá fazê-lo no prazo da contestação. A impugnação será autuada em apenso e o autor será ouvido no prazo de cinco dias. Não haverá suspensão do processo e o juiz, após o decurso do prazo para a oitiva do autor, determinará no prazo de dez dias o valor da causa, podendo servir-se do auxílio do perito, se necessário for. Se não houver a impugnação no momento oportuno o valor atribuído à causa pelo autor será presumido como aceito.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Quais são as causas da competência dos Juizados Especiais Cíveis?
Cabe recurso da sentença proferida no Juizado Especial Cível? Explique como se processa.
Quem pode propor ação perante o Juizado Especial Cível?
Qual a importância do endereçamento na petição inicial?
É possível a cumulação de pedidos? Explique.
Semana 3
Nesta semana você deverá estudar o juízo de admissibilidade da petição inicial e iniciar o estudo sobre as modalidades de resposta do réu, fixando o aprendizado na contestação.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL
1. Conceito
Embora haja em nosso ordenamento jurídico o direito de ação, para que esse direito seja exercido têm-se as condições da ação e os pressupostos processuais. Os pressupostos processuais são requisitos para a existência e a validade da relação jurídica processual, sendo que a falta de um pressuposto processual pode ser alegada ou declarada de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição, gerando a extinção do processo sem o julgamento do mérito. As condições da ação, exigidas em todas as ações, são três: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes. 
Os pressupostos processuais de existência determinam a existência da relação processual, são intrínsecos ao processo e exigem requisitos para existir que são: petição inicial, jurisdição, citação e capacidade postulatória que é a representação do autor. 
Os pressupostos processuais de validade são requisitos que proporcionam o desenvolvimento válido do processo: petição inicial apta, citação válida, competência do juízoe imparcialidade do juiz, capacidade processual, capacidade postulatória e legitimação processual e inexistência de perempção, litispendência ou coisa julgada. 
O juiz verifica se os pressupostos e as condições da ação foram preenchidos. Se presentes o juiz passa a examinar o mérito (pedido do autor). Se ausentes ou se faltar algum, o processo é extinto sem resolução do mérito. A análise das condições da ação e dos pressupostos processuais de existência e validade compõe o juízo de admissibilidade. 
2. Procedimento (art. 284 a 285 e 295, CPC)
Já vimos que o autor formula sua pretensão na petição inicial, devendo estar presentes os requisitos formais para sua elaboração e que ela é a peça introdutória que formaliza o pedido do autor. A petição inicial será distribuída e o juiz irá examinar se estão presentes os requisitos legais dispostos nos art. 282 e 283 do CPC e uma vez presentes determinará a citação do réu, sendo que somente após a citação válida da outra parte temos a relação jurídica processual. Se tais requisitos não forem preenchidos ou caso sejam insuficientes o juiz determinará ao autor para que emende a petição inicial, dando prazo de 10 dias e se o autor não cumprir tal determinação o juiz indefere a petição inicial. A emenda ou o complemento da petição inicial é possível se a petição inicial contiver certos defeitos sanáveis ou apresentar irregularidades que possam vir a comprometer o julgamento da ação. Desta forma o autor emendará a petição inicial no prazo de dez dias e somente após a emenda o juiz determinará a citação do réu. Ocorre que existem circunstâncias que ensejam ao indeferimento da petição inicial, conforme art. 295 do CPC. Nestas hipóteses a irregularidade não enseja correção e o juiz indefere de plano a petição inicial, não tendo o autor a possibilidade de emendá-la. Nesta situação, ou seja, quando a petição inicial é indeferida na ocorrência de uma das hipóteses do art. 295 do CPC poderá o autor apelar e o juiz poderá, no prazo de 48 horas, reformar sua decisão, caso entenda ser pertinente tal alteração (art. 296, CPC). Se os autos não forem reformados serão encaminhados ao tribunal competente, conforme disposto no § único do art. 296, CPC.
MODALIDADES DE RESPOSTA DO RÉU 
Introdução
Após a citação válida tem-se estabelecida a relação jurídica processual, que se iniciou com o pedido do autor, formulado na petição inicial. O réu, regularmente citado, poderá oferecer resposta e são três as modalidades que o Código de Processo Civil estabelece para que o réu possa apresentar tal resposta: contestação, reconvenção e exceção. A resposta do réu não é obrigatória, pois poderá o réu reconhecer o pedido que o autor formulou ou ainda poderá não oferecer contestação, porém a ausência da contestação ocasionará os efeitos da revelia.
CONTESTAÇÃO (ART. 300 A 303, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de resposta do réu. É uma oportunidade que o réu possui para se defender. É, portanto, um ato de defesa do réu, onde o réu deve alegar toda a matéria de defesa, expondo os fatos e o direito que o leva a resistir, a impugnar o pedido formulado pelo autor na petição inicial.
2. Prazos
Em relação aos prazos duas observações:
ü       Em caso de vários réus (litisconsórcio passivo) o prazo para oferecer a contestação será comum (art. 298, CPC)
ü       Será concedido prazo em dobro se na pluralidade das partes (litisconsórcio) os procuradores forem diferentes (art. 191, CPC)
3. Defesas
São duas as espécies de defesa que compete ao réu alegar na contestação: processual e de mérito. Isto porque já vimos que o juiz, ao receber a petição inicial, examina se estão presentes os pressupostos processuais e estando presentes passará ao exame do mérito. Deverá o réu na contestação especificar as provas que irá demonstrar suas alegações. As defesas processuais (ou formais) devem ser alegadas antes da defesa de mérito e classificam-se em dilatórias e peremptórias. A defesa processual peremptória nos leva sempre a requerer a extinção do processo sem resolução do mérito. O ato que a caracteriza não pode ser refeito. A defesa processual dilatória nos leva a protelar o andamento do processo, pois o ato pode ser corrigido. Para tais correções há prazos e se não regularizados dentro do lapso temporal estabelecido os vícios dessa defesa passarão a ser peremptórios.
Defesas processuais
Prevê o artigo 301 do CPC que antes de discutir o mérito deverá o réu alegar:
ü       Nulidade ou inexistência de citação: trata-se de defesa dilatória porque pode o autor requerer nova citação regularizando o ato e também porque o comparecimento espontâneo do réu para argüir nulidade supre a falta da citação;
ü       Incompetência absoluta: trata-se de defesa dilatória. Compete ao juízo absolutamente incompetente reconhecer o vício e determinar a remessa dos autos a quem deve julgar o processo e não extingui-lo. 
ü       Inépcia da petição inicial: trata-se de defesa peremptória porque se a petição é inepta o juiz irá indeferi-la e ao indeferir a petição inicial tem-se a extinção do processo sem resolução do mérito;
ü       Perempção: trata-se de defesa peremptória, pois é uma das causas de extinção do processo sem resolução do mérito; Cabe lembrar que perempção é a perda do direito de ação, ocorrendo sempre que o autor abandona a causa por três vezes (O abandono da causa se dá quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias sem promover atos de diligência).
ü       Litispendência: trata-se de defesa peremptória. É também uma das causa de extinção do processo sem resolução do mérito, lembrando que se tem litispendência quando duas ações têm a mesma causa de pedir, o mesmo pedido e as mesmas partes.
ü       Coisa julgada: trata-se de defesa peremptória e ocorre quando duas ações são propostas com os mesmos elementos, mas o primeiro processo já se encerrou com a resolução do mérito. Quando isto ocorre impede a propositura de nova ação, pois existe outra já decidida. Também é causa de extinção do processo sem resolução do mérito.
ü       Conexão: trata-se de defesa dilatória. Nesta situação o que se deseja é a reunião de ações que contenham causas de pedir ou pedidos iguais, objetivando a inexistência de sentenças conflitantes. O juiz pode de ofício ou a requerimento das partes determinarem a reunião das causas conexas para que a decisão seja simultânea. Se alegada na contestação, a conexão conduz ao retardamento do andamento do processo e por isso é defesa dilatória.
ü       Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: trata-se de defesa dilatória porque a ausência de um desses pressupostos processuais pode ser suprida, não extinguindo dessa forma o processo. Depois de decorrido o prazo para que tais irregularidades sejam sanadas essa defesa passa a ser peremptória.
ü       Convenção de arbitragem: trata-se de defesa peremptória, pois é um acordo que as partes fazem por escrito que o conflito será resolvido por um árbitro (cláusula compromissória) ou que o conflito será resolvido por meio de arbitragem (compromisso arbitral). Desta forma não há porque o juiz analisar o mérito, sendo, portanto, defesa peremptória.
ü       Carência da ação: trata-se de defesa peremptória. A carência de ação ocorre quando ausentes as condições da ação, lembrando que são condições da ação a possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes. Na falta de uma dessas condições o processo é extinto sem resolução do mérito.
ü       Falta de caução ou prestação que a lei exija como preliminar: trata-se de defesa dilatória. Se a lei determinar a caução ou alguma prestação caberá a parte cumprir a determinação, mas se não realizado tal ato dentro do prazo especificado a defesa passa a ser peremptória.
Todas as defesas processuais previstas no artigo 301 do CPC poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz, exceção feita à convenção de arbitragem, conforme § 4° do mesmo artigo.
Defesas de mérito
As defesas de mérito referem-se ao direito material alegado peloautor no pedido inicial. Na defesa de mérito o réu irá impugnar todos os fatos aduzidos pelo autor, alegando (e provando) a existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Classificam-se em diretas e indiretas e nos levam a requerer a improcedência da ação.
Direta: tem-se a defesa de mérito direta quando o réu contrapõe os fatos constitutivos da pretensão do autor, alegados na petição inicial.
Nesta situação o réu nega todos os fatos articulados pelo autor, não trazendo nenhum fato novo que possa extinguir ou modificar o direito do autor, sendo que nesta circunstância o ônus da prova compete ao autor, devendo provar por todos os meios admitidos, os fatos por ele alegados.
Indireta: tem-se a defesa de mérito indireta quando o réu apresentar em sua contestação a existência de fatos que impeçam, modifiquem ou extingam o direito do autor. Nesta circunstância há a inversão do ônus da prova, devendo o réu provar tais fatos.
4. Princípios 
As defesas de mérito orientam-se pelos princípios da eventualidade e impugnação específica.
Ø       Princípio da impugnação específica
Por esse princípio deverá o réu na contestação contestar todos os fatos deduzidos pelo autor na petição inicial. Conforme artigo 302, CPC, os fatos não impugnados são tidos como verdadeiros, salvo se a respeito deles não for admissível a confissão (inc. I), se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato (inc. II) ou se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto (inc. III).
Ø       Princípio da eventualidade
Por este princípio deve o réu suscitar na contestação (no prazo de resposta) sua defesa, sob pena de preclusão.
O CPC prevê em seu artigo 303 que depois de apresentada a contestação o réu somente poderá incluir novas alegações quando estas forem relativas a direito superveniente (inc. I), quando competir ao juiz conhecer delas de ofício (inc. II), ou quando por autorização legal puderem ser formuladas a qualquer tempo (inc. III). 
5. Revelia (art. 319 a 322, CPC)
A revelia é a ausência de contestação.
Se o réu, após ser regularmente citado, não oferecer sua contestação no prazo de 15 dias para o rito ordinário ou não comparecer a audiência e nela apresentar sua contestação nos ritos sumário e sumaríssimo será considerado revel.
Os prazos para o réu revel que não constituiu advogado nos autos, não se suspendem e continuam a correr, a partir da publicação dos atos decisórios, independente de intimação.
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, mas receberá o processo no estado em que se encontrar.
A revelia gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, mas o artigo 320 do CPC traz algumas hipóteses em que a revelia não gera tal presunção:
ü       Havendo litisconsórcio passivo (pluralidade de réus) um deles contestar a ação (inc. I);
ü       Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (inc. II);
ü       Se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (inc. III).
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O que vem a ser o juízo de admissibilidade da Petição Inicial?
O que são pressupostos processuais de existência e pressupostos processuais de validade?
O que é revelia e quais seus efeitos.
Explique o que é defesa de mérito direta e defesa de mérito indireta.
Explique o princípio da impugnação específica e o princípio da eventualidade.
Semana 4
Nesta semana você estudará sobre a Reconvenção (uma das modalidades de resposta do réu), bem como sobre a exceção de incompetência, também chamada de exceção declinatória de foro/juízo.
RECONVENÇÃO (ART. 315 A 318, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de resposta do réu. Admitida apenas no rito ordinário.Permite ao réu ajuizar uma ação contra o autor no mesmo processo já instaurado, sempre que esta for conexa com a ação principal ou com os fundamentos da defesa. Caracteriza-se como sendo um contra ataque do réu aos fatos formulados pelo autor na petição inicial. Na reconvenção o réu formula o seu pedido contra o autor. A reconvenção decorre do princípio da economia processual, mas não é um dever do réu e sim uma faculdade, pois caso o réu não apresente a reconvenção, não estará impedido de promover uma ação independente contra o autor. As partes são chamadas de reconvinte (réu reconvinte) e reconvindo (autor reconvindo).
2. Prazo
O artigo 249 do CPC determina que a contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas. Isso significa que no momento em que o réu apresentar a contestação deverá também apresentar a reconvenção, sob pena de preclusão. Com isso o prazo da reconvenção é o mesmo da contestação, pois ambas devem ser apresentadas no mesmo momento. 
3. Requisitos
A reconvenção possui requisitos para sua admissibilidade que devem ser observados:
ü       Existência de ação principal: somente é cabível a reconvenção com a ação principal em andamento. Se a ação for extinta antes do prazo de resposta do réu não haverá reconvenção.
ü       Legitimidade das partes: o réu poderá reconvir e a reconvenção somente poderá ser proposta contra um autor ou mais autores, mas não pode atingir quem não figure como parte original na ação, ou seja, o réu, ao reconvir não poderá ampliar a relação, introduzindo parte nova. A reconvenção ficará limitada aos sujeitos ativos que já compunham a relação jurídica.
ü       Conexão: deve haver conexão entre a reconvenção e a ação ou o fundamento da defesa, ou seja, deverá haver igualdade entre o pedido e a causa de pedir do reconvindo e reconvinte;
ü       Identidade de procedimento: para que seja admitida, a ação e a reconvenção devem ter o mesmo procedimento;
ü       Competência: o juízo competente para a admissão da reconvenção é o juízo da ação principal, devendo a reconvenção ser distribuída por dependência.
4. Observações
ü       A reconvenção deverá ser formulada segundo os mesmos requisitos previstos para a petição inicial (art. 282, CPC);
ü       Oferecida a reconvenção o autor reconvindo será intimado na pessoa de seu advogado para contestar no prazo de 15 dias (art. 316, CPC);
ü       A desistência da ação principal ou ocorrência de causa extintiva não impede o prosseguimento da reconvenção (art. 317, CPC)
ü       A reconvenção e a ação principal serão julgadas na mesma sentença (art. 318, CPC).
ü       A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu, mas não supre a falta de contestação. 
ü       Os ritos sumário e sumaríssimo não admitem reconvenção, mas admitem pedido contraposto. O pedido contraposto é uma faculdade que o réu possui no rito sumário e sumaríssimo de formular a sua pretensão na própria contestação, desde que o pedido esteja baseado na mesma causa de pedir do autor, conforme expresso no artigo 278, §1° do CPC.
EXCEÇÕES (ART. 304 A 314)
1. Conceito
A exceção é uma das modalidades de resposta do réu. Por meio desta peça processual as partes podem alegar a incompetência, suspeição ou impedimento do juízo. Podem ser oferecidas a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, no prazo de 15 dias, contados do fato que ocasionou a respectiva exceção. As partes são chamadas de excipiente (a parte que argüiu) e excepto (parte contrária).
Exceção de incompetência (art. 307 a 311, CPC)
É meio de defesa. Argüi-se por meio de exceção a incompetência relativa. Para tal estudo, é necessário relembrarmos o que vem a ser competência absoluta e relativa.
Competência absoluta: a competência é absoluta quando fixada pelos critérios material, pessoal ou funcional. Prevalece o interesse público e não pode ser modificada pela vontade das partes em foro de eleição, ou pelos fatos processuais denominados conexão e continência.A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício (pelo juiz), independente da argüição da parte e pode ser alegada em qualquer fase do processo tanto pelo juiz como pelas partes (art. 113, CPC).O não cumprimento da norma gera nulidade absoluta.Quando declarada a incompetência absoluta os atos decisórios são nulos e os autos são remetidos ao juízo competente.
Competência relativa: a competência é relativa quando fixada pelos critérios territorial ou econômico. Prevalece o interesse privado.O juiz não pode declarar de ofício a incompetência relativa. Ela depende de argüição da parte contrária por meio de exceção (exceção de incompetência). Se não for argüida a incompetência relativa no momento oportuno, pode o juízo tornar-se competente para o julgamento da lide, ou seja, ocorre o fenômeno processual denominado “prorrogação de competência”. O não cumprimento da norma gera nulidade relativa. 
2. Procedimento
A exceção de incompetência deverá ser argüida pelo excipiente em petição escrita, autônoma e será autuada em apenso aos autos principais, no prazo de 15 dias.A petição deve estar instruída e deve indicar o juízo para o qual declina.O juiz deverá ouvir o excepto e decidir a questão em 10 dias e as provas serão feitas na audiência de instrução, se necessário for. Havendo esta audiência deverá o juiz decidir em 10 dias também.A exceção de incompetência é autuada em apenso.Se julgada procedente o juiz remeterá os autos o respectivo juízo competente.
3. Prorrogação da competência (art. 144, CPC)
A competência será prorrogada se o juiz não declinar quando argüida a incompetência relativa ou se a parte não opuser a exceção no forma e no prazo que o CPC determina. 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O que é reconvenção e quais os seus requisitos de admissibilidade?
Admite-se o reconhecimento da incompetência relativa de ofício? Explique.
Conceitue exceção.
Diferencie a competência absoluta da competência relativa.
Explique o procedimento para argüir a incompetência relativa.
Semana 5
Nesta semana você deverá estudar sobre a exceção de impedimento, a exceção de suspeição, bem como sobre a Não Impugnação dos Fatos e Revelia.
EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (ART. 312 A 314, CPC)
Procedimento
A parte deve oferecer a exceção fundamentando o motivo da recusa, em petição escrita, endereçada ao próprio juiz da causa, contendo rol de testemunhas e poderá ser instruída com documentos que o excipiente julgar necessário. Se o juiz reconhecer a suspeição remeterá os autos ao seu substituto.Se o juiz não reconhecer a exceção no prazo de 10 dias dará suas razões, com rol de testemunhas e documentos se tiver, remetendo os autos para o Tribunal.Se o Tribunal, ao verificar os autos, entender que a exceção não tem fundamento legal determinará seu arquivamento.Se o Tribunal entender que a exceção possui fundamento ordenará a remessa dos autos ao juiz substituto e o juiz da causa que não reconheceu a exceção será condenado nas custas.Os artigos 134 e 135 do CPC trazem as hipóteses de impedimento e de suspeição. As hipóteses de impedimento trazem questões objetivas, que podem causar presunção de parcialidade, indo contra ao princípio da imparcialidade do juiz. Já as hipóteses de suspeição têm natureza subjetiva, relacionadas às questões pessoais das partes, que compõem o processo. Tem como objetivo afastar o juiz do processo e argüir a nulidade dos atos por ele praticados, caso tenham ocorrido, além de garantir a imparcialidade do juiz.Por esse motivo a parte que argüir a suspeição do juiz deverá provar suas alegações. 
Demais órgãos
Os motivos de suspeição e impedimento são aplicados aos juízes de todos os Tribunais (art. 137, CPC), aos órgãos do Ministério Público, ao serventuário de justiça, aos peritos e aos intérpretes (art. 138, CPC).Nessas situações a parte interessada deverá argüir na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, em petição escrita e instruída. O juiz processará o incidente em separado, mas sem a suspensão do processo. O argüido será ouvido em 5 dias, podendo usar as provas cabíveis.
Hipóteses de impedimento (art. 134, CPC)
O art. 134, CPC traz as hipóteses de impedimento do juiz. É defeso ao juiz desempenhar suas funções nos processos:
ü       Em que for parte;
ü       Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público;
ü       Que conheceu a causa em primeiro grau de jurisdição e proferiu decisão ou sentença;
ü       Se o advogado das partes for seu cônjuge ou qualquer parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou linha colateral até segundo grau;
ü       Se o juiz for cônjuge ou parente de uma das partes, consangüíneo ou afim em linha reta ou linha colateral até terceiro grau;
ü       Quando órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa;
Hipóteses de suspeição (art. 135, CPC)
O art. 135, CPC traz as hipóteses de impedimento do juiz. É defeso ao juiz desempenhar suas funções em processos que:
ü       O juiz for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
ü       Alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes em linha reta e colateral, até o terceiro grau;
ü       O juiz for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de uma das partes;
ü       O juiz receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma parte acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas no litígio;
ü       O juiz for interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
ü       O juiz também poderá declarar-se suspeito por motivo íntimo (§ único).
Cabe observar que as exceções de suspeição e impedimento cabem as partes e não somente ao réu, porque a imparcialidade do juiz é uma garantia do processo e que se não existente prejudica a todos e não somente ao réu. Por isso tanto autor e réu podem argüir tais exceções no prazo de 15 dias contados do conhecimento da causa que ocasionou a suspeição ou o impedimento. 
NÃO IMPUGNAÇÃO DOS FATOS E REVELIA
Introdução
Já vimos que após a citação válida do réu, estabelece-se a relação jurídica processual, que se iniciou com o pedido do autor, formulada na petição inicial.Tanto o autor como o réu devem dar seguimento ao processo. O réu, regularmente citado, poderá oferecer contestação, as exceções, bem como a reconvenção (vide aulas 6 a 9), porém vimos também que a resposta do réu não é obrigatória, pois poderá o réu reconhecer o pedido que o autor formulou ou ainda poderá não oferecer contestação.O réu, ao ser citado, deverá impugnar os fatos alegados, provando por todos os meios em Direito admitidos os fatos que modificam, impedem ou extinguem o direito do autor. Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos alegados pelo autor na petição inicial.Caso não o faça, os fatos narrados presumem-se como verdadeiros, conforme art. 302 do CPC. 
Não serão presumidos como verdadeiros os fatos, embora não impugnados: 
I.                   Se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II.                Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar substância do ato;
III.             Se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerando-se seu conjunto.
Se o réu não oferecer a contestação ocasionará os efeitos da revelia.
A revelia, portanto, ocorre, quando o réu, devidamente citado, não oferece contestação.
A revelia gera a presunção relativa da veracidade dos fatos alegados pelo autor na sua petição inicial, mas essa afirmativa comporta três exceções, conforme art. 320 do CPC.
I.                   Se, havendo mais de um réu (pluralidade de réus), algum deles contestar a ação;
II.                Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III.             Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público considerado indispensável à prova do ato.
Observações
Ø       Se o réu não contestar a ação e o juiz verificar que não ocorreu o efeito da revelia, ou seja, que os fatos alegados não serão presumidos como verdadeiros, mandará o autor especificar as provas que pretende produzir.
Ø       Ainda que ocorra a revelia o autor não poderá alterar sua petição inicial sem promover nova citação do réu que terá novo prazo para contestar.Ø       O réu revel poderá intervir no processo em qualquer momento, recebendo-o na fase em que se encontrar e caso o réu seja revel e não tenha patrono constituído, os prazos correrão independentes de intimação, contados a partir da publicação da decisão.
Ø       Convém observar que poderá haver reconvenção sem contestação, mas, nesse caso, não deixa de se caracterizar a revelia porque revelia é a ausência de contestação.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
Os motivos de suspeição e impedimento previstos no Código de Processo Civil atingem apenas os juizes de direito? Explique.
Cite duas hipóteses de exceção de impedimento e duas de exceção de incompetência.
O que ocorre se o Tribunal entender que a exceção não tem fundamento? E se entender que a exceção tem fundamento?
Quais as hipóteses em que a revelia não gera a veracidade dos fatos alegados pelo autor?
O que ocorre se o réu não contestar a ação e o juiz verificar que não ocorreu os efeitos da revelia?
Semana 6
Nesta semana você deverá estudar sobre a Ação Declaratória Incidental, bem como sobre as Providências Preliminares, o Julgamento Conforme o Estado do Processo e a Audiência Preliminar.
AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL
1. Conceito
A ação declaratória tem como objetivo declarar a existência ou inexistência da relação jurídica processual ou da autenticidade ou falsidade de documento, sendo que tais ações são admitidas mesmo que o direito tenha sido violado.É uma ação que se insere em um processo já existente, mas que o objeto será ampliado para que o juiz declare existência ou inexistência da relação jurídica processual ou da autenticidade ou falsidade de documento, sendo que a decisão terá efeito de coisa julgada.A ação declaratória incidental justamente por ampliar o objeto da discussão, gera a cumulação do pedido.
2. Cabimento
O artigo 5° do CPC traz que se no curso do processo a relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide se tornar litigiosa, as partes poderão requerer ao juiz que a declare por sentença. Desta forma se a questão prejudicial tornou-se litigiosa qualquer das partes poderá suscitar esse incidente por meio da ação declaratória incidental. Com isso a questão prejudicial também fará parte do mérito da causa.A questão prejudicial é uma relação jurídica controvertida antecedente e que condicionará a resolução da ação principal. A questão prejudicial será decidida pelo juiz antes da ação principal, mas para que o juiz possa resolver a questão prejudicial deverá a parte suscitar tal incidente, ou seja, deverá a parte formular o pedido expresso da declaração do incidente.
3. Momento para requerer
Já sabemos que cabe ao réu, após regularmente citado, contestar os fatos alegados pelo autor na petição inicial. Caberá também ao réu, oferecer reconvenção e as exceções. Após a contestação terá o autor o direito de requerer no prazo de dez dias, que o juiz profira uma sentença incidente, conforme artigo 325, CPC, sob pena de preclusão.Para o réu o CPC não define o momento, mas entende-se que o réu deverá requer tal ação por meio de reconvenção. 
4. Admissibilidade (art. 470, CPC)
A ação declaratória será recebida e julgada se:
ü       A questão prejudicial constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide, ou seja, for uma relação jurídica controvertida, condicionando a resolução da ação principal à sua resolução;
ü       Se o juiz for competente em razão da matéria, ou seja, é necessário que o juiz seja competente para a ação principal e para a incidental;
ü       Se não houver incompatibilidade de procedimentos;
ü       Qualquer das partes requererem.
Não se admite a ação declaratória incidental no procedimento sumário, sumaríssimo, processo de execução e cautelar porque a ação declaratória incidental ocorrerá em procedimento que possa, a partir da resposta do réu (contestação e reconvenção), seguir o procedimento ordinário. Dessa forma a ação declaratória incidental cabe apenas no procedimento ordinário.
5. Efeitos
A ação declaratória incidental será julgada na mesma sentença que a ação principal e terá força de coisa julgada. A resolução da questão prejudicial faz coisa julgada se qualquer das partes requererem e se o juiz for competente em razão da matéria, pois se o juiz não for competente a ação declaratória incidental não será admitida e não será remetida ao juiz competente, pois não há previsão legal para a remessa. Nessa situação a ação declaratória incidental será rejeitada liminarmente e por isso uma das condições de admissibilidade para propor a ação declaratória incidental é que o juiz seja competente em razão da matéria
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES, O JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO E A AUDIÊNCIA PRELIMINAR.
1. Conceito
O julgamento conforme o estado do processo tem como objetivo resolver a questão de direito material posta em juízo sem entrar no mérito da ação.Após o cumprimento das providências preliminares ou sua não existência por não haver necessidade o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo. Esse julgamento, conforme determina o artigo 328 do CPC deverá ser feito com observância aos artigos 329 a 331 do CPC, artigos pertencentes ao Capítulo V, CPC – Do Julgamento conforme o Estado do Processo.A assertiva “não havendo necessidade delas” quer dizer que se o réu não apresentar resposta, não produzir as defesas indiretas ou quando não houver irregularidade processual para ser sanada ou quando não houver produção de documentos com a contestação, o juiz encerra a fase das providências preliminares e saneará o processo.O julgamento antecipado do processo ocorre após a fase das providências preliminares, quando o juiz, notando a presença de alguma irregularidade, irá saná-la. Este julgamento antecipado prepara o processo para a fase probatória ou extingue o processo diante da presença de vícios insanáveis e em algumas situações fará com que o juiz aprecia a lide e profira uma sentença de mérito, levando à extinção do processo sem resolução do mérito.
Assim, pode-se falar que do julgamento conforme o estado do processo tem-se uma das decisões abaixo:
ü       A extinção do processo;
ü       O julgamento antecipado da lide;
ü       O saneamento do processo.
2. Extinção do processo (art. 329, CPC)
Conforme o artigo 329 do CPC, se ocorrer alguma das hipóteses descritas nos artigos 267 e 269, incisos II a IV, do CPC o juiz declarará extinto o processo, ou seja, se o juiz observar alguma das ocorrências dos artigos citados o processo será declarado extinto e a ação não terá prosseguimento. A extinção pode se dar com ou sem a resolução do mérito, a depender da ocorrência, pois o artigo 267 do CPC trata da extinção sem resolução de mérito e esta ocorrerá em casos de:
ü       Indeferimento da petição inicial (art. 267, inciso I, CPC): a petição inicial contém o pedido do autor e deve ser feita de tal forma que os requisitos essenciais à sua elaboração sejam observados, conforme artigo 282 do CPC. Existem ainda causas específicas que levam ao indeferimento da petição inicial descritas no artigo 295, CPC. 
ü       Negligência no processo (art. 267, inciso II, CPC): o processo é composto por uma sucessão de atos de todas as partes. Se qualquer parte deixar de cumprir algum ato essencial para que o processo desenvolva-se regularmente ou por inércia ou por descuido por mais de um ano, terá como efeito desta paralisação sua extinção.
ü       Abandono do processo (art. 267, inciso III, CPC): se o autor por não providenciar os atos que lhe cabem abandonar a causa por mais de 30 dias.
ü       Ausência de pressupostos processuais (art. 267, inciso IV, CPC): se estiverem ausentes os pressupostos processuais de existência e validade da relação jurídica o processo será extinto, mas é necessária a concessão de prazo para que a parte interessada supra tal fato. Se no prazo dado a parte não regularizar a falta o processo será extinto.
ü       Perempção, litispendência e coisa julgada (art. 267, inciso V, CPC):
Perempção: é a perda do direito de ação e ocorrequando o autor abandona a causa por três vezes, lembrando que abandono de causa se dá quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias sem promover atos de diligência (vide inciso III).
Litispendência: existindo uma ação em andamento tem-se o impedimento de existir outra ação idêntica. Caso haja mais de uma ação idêntica em andamento o processo prosseguirá em relação à aquele que teve a primeira citação válida, devendo o segundo ser extinto. Litispendência se dá quando duas ações têm, portanto as mesmas partes, causa de pedir e o mesmo pedido.
 Coisa julgada: ocorre sempre que duas ações são propostas com os mesmos elementos, mas o primeiro processo já se encerrou com o julgamento de mérito. Quando isto ocorre impede a propositura de nova ação, pois já existe outra já decidida. 
ü       Ausência das condições da ação (art. 267, inciso VI, CPC): as condições da ação são exigidas em todas as ações e sem elas o processo será extinto. São condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes. Na falta de uma das condições da ação o processo é extinto sem o julgamento do mérito sendo que o reconhecimento da carência da ação se dá em duas situações: no momento da deferir a petição inicial o juiz verifica desde logo a carência e indefere a petição inicial ou após a citação do réu pode o juiz reconhecer a inexistência das condições da ação e declarar o processo extinto sem julgar a questão no mérito. 
ü       Convenção de arbitragem (art. 267, inciso VII, CPC): é um acordo que se faz por escrito entre as partes para arbitrar. É um gênero e existem duas espécies, a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. A cláusula compromissória é uma cláusula acessória inserida em um contrato, estabelecendo eventuais conflitos acerca do contrato que serão resolvidos por meio de arbitragem e o compromisso arbitral ocorre quando as partes convencionam que o conflito será resolvido por meio de arbitragem.
ü       Desistência da ação (art. 267, inciso VIII, CPC): o autor pode desistir da ação proposta por ele até o oferecimento da resposta do réu (contestação). Após a contestação a desistência da ação pelo autor dependerá de concordância da parte contrária. 
ü       Ação intransmissível (art. 267, inciso IX, CPC): se o direito material em discussão não é transmissível com a morte da parte não é viável que os herdeiros possam prosseguir a demanda e discutir referido direito.
ü       Confusão (art. 267, inciso X, CPC): tem-se a confusão quando autor e réu confundem-se. Esta confusão pode ocorrer por força de contrato ou por sucessão.
Na ocorrência dos incisos I a V do artigo 269 do CPC tem-se a extinção do processo com resolução de mérito e as causas são:
ü       Reconhecimento jurídico do pedido (art. 269, inciso II, CPC): é ato unilateral. Uma parte se sujeita de modo espontâneo à pretensão da outra parte. É ato de disposição de direito material. Em sendo reconhecida pelo réu a procedência do pedido do autor tem-se a extinção do processo.
ü       Transação (art. 269, inciso III, CPC): é ato bilateral que se da entre as partes. O autor abre mão de parte de sua pretensão devendo o réu abrir mão em parte de sua resistência. A transação homologada pelo juiz é ato formal e adquire força de extinção do processo com o julgamento do mérito mesmo que as partes tenham assim compactuado. 
ü       Decadência ou prescrição: (art. 269, inciso IV, CPC): A prescrição e a decadência são institutos que estão relacionados com decurso de prazo.
A decadência é a perda do direito material apresentado pela parte pelo não exercício da alegação no prazo legal.A prescrição é a perda do direito de ação pela não realização no prazo estabelecido em lei. Se o titular do exercício de ação mostrou-se inerte quando teve seu direito violado, perdeu a possibilidade de exercer o direito que pretendia.A decadência e a prescrição dão causa a extinção do processo e uma vez comprovado um dos institutos o magistrado extingue o processo no estado em que estiver sem examinar fatos ou provas. 
ü       Renúncia (art. 269, inciso V, CPC): é ato unilateral. Uma das partes pode abrir mão de uma de suas faculdades processuais ou de um direito de cunho material. É ato de disposição de natureza de direito material. Não comporta a retratação e independe de homologação judicial para que produza efeitos, mas a homologação é ato necessário para a extinção do processo.Diante da extinção do processo sem julgamento de mérito (at. 267, CPC) a sentença proferida pelo juiz é terminativa, pois os aspectos analisados não atacam o mérito da causa e sim se restringem à análise dos pressupostos formais exigidos para as ações.Diante da extinção do processo com julgamento de mérito (art. 269, incisos II a V) a sentença proferida pelo juiz é definitiva, pois atinge o mérito da causa.
3. Do julgamento antecipado da lide (art. 330, CPC)
O julgamento antecipado da lide se dá quando a sentença é proferida sem que haja a audiência de instrução e julgamento, sem que a fase probatória ocorra. 
O juiz conhecerá diretamente do pedido e proferirá a sentença quando:
ü       Quando a questão de mérito for unicamente de direito: isso quer dizer que se as partes divergem apenas no que diz respeito às conseqüências jurídicas do fato e não há controvérsia em relação aos fatos, o juiz deverá decidir a sentença definitiva, mediante a existência de fatos incontroversos;
ü       Quando a questão de mérito for de direito e fato, mas sem necessidade de produção de provas em audiência: se as provas documentais já acostadas aos autos forem suficientes para que o juiz se convença ou que a própria lei já traga ao juiz a convicção, a produção de prova oral ou pericial (fase probatória do processo) poderá ser dispensada e o juiz prolatará a sentença definitiva;
ü       Quando ocorrer a revelia: não apresentando o réu sua contestação os fatos alegados pelo autor serão considerados verdadeiros. Diante da revelia e diante da ausência das hipóteses previstas no artigo 320 do CPC, o juiz fará o julgamento antecipado da lide.
4. Saneamento do Processo
Sendo necessária a produção de prova oral e pericial não poderá o processo ser extinto e nem poderá o juiz julgar antecipadamente a lide, devendo o processo ser saneado.Se a causa tratar-se de direito que não admita a transação ou se suas causas inferem ser impossível que as partes se conciliem, o juiz deverá sanear o processo, determinando às partes a produção de provas.Se a causa tratar-se de direito que permita que as partes transacionem o juiz designará uma audiência preliminar, no prazo de trinta dias.As partes deverão ser intimadas para comparecerem ou para serem representadas por preposto ou procurador com poderes para transigir.Nesta audiência preliminar o objetivo é que se obtenha a conciliação entre as partes e que uma vez obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.Se a conciliação não for obtida o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões pendentes, determinará a produção de provas e, se necessário, fixará data para a audiência de instrução e julgamento
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Conceitue Ação Declaratória Incidental?
A Ação Declaratória Incidental é admitida em quais procedimentos?
Quais os efeitos da Ação Declaratória Incidental?
Explique três hipóteses em que ocorre a extinção do processo com resolução de mérito.
Explique três hipóteses em que ocorre a extinção do processo sem resolução de mérito.
Semana 7
Nesta semana você deverá estudar sobre provas, abrangendo seu conceito, a classificação, o objeto, os meios de prova, o ônus da prova e o sistema de valoração das provas.
PROVAS
1. Conceito
Prova é um elemento capaz de convencer alguém de um fato, no caso o magistrado (destinatário), tendo-se como finalidade convencê-lo em relação à verdade dos fatos. O magistrado busca a Certeza Relativa, na medida em que seu julgamento deverá estar baseado nos fatos e provas constantes dos autos processuais. Todos os fatos narrados e não provadosserão desconsiderados pelo Juiz, pois caberá a este inserir apenas em sua fundamentação todas as provas reais de forma que a parte deve utilizar-se de meios juridicamente possíveis, portanto os meios de prova devem ser idôneos, e adequados, bem como formalmente corretos.
2. Classificação
Ø       Quanto ao objeto
Diretas: referem-se às provas do fato principal que levam à conseqüência jurídica pretendida.
Indiretas: referem-se aos fatos secundários provados, ou seja, indícios (prova de fato secundário cujo raciocínio lógico/jurídico leva ao fato principal).
Ø       Quanto ao Sujeito
Pessoal: refere-se ao depoimento pessoal (oitiva das partes) e prova testemunhal (oitiva de testemunha). 
Real: manifesta – se pela coisa/objeto (documentos, perícia).
Ø       Quanto à preparação
Causais ou Simples: é a prova que não surgiu com a intenção de ser utilizada.
Pré - constituídas: é a prova que nasce com a intenção de ser utilizada como tal.
3. Objeto da prova
Em regra utilizam-se os fatos como objeto de prova e excepcionalmente o direito (artigo 337), porém não são todos os fatos que poderão ser considerados como meios de prova, mas somente fatos pertinentes, relevantes e controvertidos.
Fatos Pertinentes: são os fatos relacionados à causa do julgamento
Fatos Relevantes: são os fatos que podem influenciar no julgamento da causa.
Obs.: todo fato relevante é pertinente, mas nem todo o fato pertinente é relevante.
Fatos Controvertidos (art.302 CPC): são os fatos contestados pela parte contrária. Em regra fatos incontroversos não dependem de prova, porém há exceções, quais sejam:
Direitos indisponíveis ainda que confessados deverão ser provados;
No caso de fato em que a lei exigir como da substância do ato o instrumento público (ex: certidão de óbito).
4. Meios de prova
São instrumentos pessoais ou materiais (objetivos) utilizados para o convencimento do Juiz em relação à verdade dos fatos.
Provas Pessoais: prova testemunhal, depoimento pessoal, confissão.
Provas Materiais: Prova que se evidencia pela coisa, ex: prova pericial, prova documental, e inspeção judicial.
O CPC não estabelece um rol taxativo de meios de prova, apenas exemplificativo, de forma que podemos ter meios de provas não especificados no atual código processual. Desde que sejam considerados moralmente legítimos, serão admitidos, como no caso da prova emprestada, reconhecimento de pessoas ou coisa ou a reconstituição de fatos.
5. Ônus da prova
1. Conceito 
Ônus da prova é uma faculdade que comporta conseqüências. Ninguém é obrigado a produzir prova para o Juiz, porém assumirá o risco por não se produzir a mesma.O ônus da prova incumbe ao autor, quanto aos fatos constitutivos de seu direito e ao réu quanto aos fatos impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito do autor, porém caso o réu venha a alegar quaisquer desses fatos e não venha a realizar a produção de prova, a ação será julgada procedente, e este perderá a demanda.
A regra sobre o ônus da prova é: perde a demanda quem deveria provar o fato e não provou.
6. Princípios
Ø       Princípio da Indeclinabilidade da Jurisdição
Estabeleça que o juiz não pode declinar, se afastar do julgamento alegando que a matéria é complexa e não há existência de provas que o convença.
Ø       Princípio Dispositivo (art.130 CPC)
Estabelece que cabe ao interessado o exercício do direito de ação e a iniciativa na produção da prova para que o magistrado não seja parcial.
Ø       Princípio da Persuasão Racional do Juiz (art. 333CPC)
O juiz deve formar sua convicção respeitando os fatos e provas constantes dos autos processuais, bem como as regras legais, devendo fundamentar as suas decisões
Obs.: Inversão do ônus da prova – Contra prova
Não se inverte o ônus da prova quando o réu nega os fatos articulados pelo autor. Nesse caso o ônus da prova continua sendo do autor.
7. Sistema de valoração das provas
Na história encontramos três sistemas que valorizam a prova de formas diferentes: livre apreciação, prova legal e persuasão racional do juiz.
Ø       Livre Apreciação / Convicção íntima
Sistema no qual o Juiz é soberanamente livre para julgar, ou seja, possui liberdade absoluta para realizar o julgamento. Poderia julgar inclusive contrariando as provas e fatos constantes dos autos processuais, não precisando fundamentar sua decisão. 
Ø       Prova Legal
Sistema no qual as provas são tarifadas. A lei concede valor a cada prova e caberá ao Juiz se tornar matemático realizando a soma do valor de cada prova, verificando ao final o valor maior da somatória.
Ø       Persuasão Racional do Juiz
Sistema no qual caberá ao magistrado julgar respeitando os fatos e provas constantes dos autos processuais, podendo utilizar das máximas de experiência (conhecimentos adquiridos por experiências da vida), e deverá fundamentar sua decisão, caso contrário a sentença será nula. Este sistema é o adotado no nosso ordenamento jurídico.
Há o respeito ao princípio da verdade formal no qual estabelece que o magistrado deve julgar com base do que consta nos autos.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Quanto ao objeto, como as provas podem ser classificadas?
Quanto ao sujeito, como as provas podem ser classificadas?
Explique o princípio da indeclinabilidade da jurisdição.
Explique o sistema de valoração das provas denominado persuasão racional do juiz.
Todos os fatos narrados em uma petição deverão ser objetos de prova? Explique.
Semana 8
Nesta semana você deverá estudar sobre produção das provas ilícitas e provas ilegítimas. Além disso, deverá aprender sobre a admissibilidade da prova emprestada e momento da prova. Na seqüência estudará sobre depoimento pessoal e a confissão.
1. Conceito
Prova ilícita
Contraria o direito material. Há divergências quanto à sua utilização.
Prova ilegítima
Viola o direito processual. Não é admitida no sistema processual civil brasileiro.
Prova emprestada
Prova produzida em um processo sendo retirada deste e conduzida por meio de certidão a outro processo.Tal prova somente é aceita e tem validade quando não surpreende pessoa diversa (que não foi parte) da relação processual anterior. O magistrado nessa segunda relação processual irá apreciar a prova de acordo com as circunstâncias nesta segunda ação bem com os argumentos sobre ela apresentados, portanto não encontra-se submisso à conclusão do juiz da relação processual originária, somente aproveitando -se a prova mas não o raciocínio lógico do juiz na sentença anterior. Não há a existência da coisa julgada sobre os fatos que ficam sempre sujeitos à apreciação original do juiz ao decidir a causa.
2. Momento da prova
São três os momentos da prova: requerimento, deferimento e produção.
Ø       Requerimento
Em regra o autor realiza o requerimento de provas na petição inicial e o réu o requerimento de provas no momento da contestação (arts. 282 e 300 CPC).
Ø       Deferimento
O juiz defere a produção de provas na fase saneadora, ou seja, no despacho saneador.
Ø       Produção
Ocorre na denominada fase instrutória. Caso a prova seja oral será produzida na Audiência de Instrução e Julgamento. Há exceções:
a) Quando houver a necessidade de antecipar a prova, sua produção não será realizada na fase instrutória;
b) Sempre que houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação em se aguardar a fase instrutória do julgamento, utiliza-se a Ação Cautelar de produção antecipada de provas. 
DEPOIMENTO PESSOAL (art. 342 a 347, CPC)
1. Conceito
Trata-se de manifestação oral da parte em audiência. O CPC aduz sobre dois tipos de depoimento da parte: o interrogatório e o depoimento pessoal propriamente dito.
Ø       Interrogatório
Tem como finalidade o esclarecimento dos fatos. É determinado de ofício pelo juiz e pode ocorrer em qualquer momento processual. É do interesse do juiz para formar sua convicção.
Ø       Depoimento pessoal propriamente dito 
Tem como finalidade alcançar a confissão. É requerido pela parte para que a produção da prova venha a ocorrer na audiência de instrução e julgamento. É do interesse