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Arabia Saudita

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Arábia Saudita 
 
A custódia das cidades sagradas de Meca e Medina e o controle das maiores reservas 
de petróleo conhecidas garantem a importância da Arábia Saudita no mundo islâmico 
e no conjunto das nações contemporâneas. 
Situado no sudoeste da Ásia, o reino da Arábia Saudita ocupa oitenta por cento do 
território da península arábica. Limita-se ao norte com a Jordânia, o Iraque e o 
Kuwait; ao sul, com o Iêmen e Omã; a oeste com o mar Vermelho e a leste com o 
golfo Pérsico, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos. Algumas das fronteiras 
terrestres não estão delimitadas com precisão. A superfície estimada é de 
2.240.000km2. 
Geografia física 
Geologia e relevo. A topografia saudita é dominada pelo planalto arábico, com 500 a 
1000m de altitude, que ocupa mais da metade do país. O planalto é uma antiga 
plataforma separada do continente africano na era cenozóica, em conseqüência do 
afundamento da fossa tectônica do mar Vermelho. As fraturas geológicas ocorridas 
nesse período formaram, além do mar Vermelho, o golfo de Aqaba, o mar Morto e o 
golfo Pérsico. Essa linha de falhas mal soldadas, submetida a intenso vulcanismo, deu 
origem ao arco montanhoso do litoral oeste. 
A principal característica da geografia saudita é a condição desértica de quase todo o 
território: ao norte está o deserto de Nafud; a leste, o de Dahna e ao sul e sudeste, o 
Rub al Khali. 
No mar Vermelho encontram-se numerosas ilhas e recifes de coral, particularmente o 
banco Farsan, ao longo da costa, que tem uma extensão de 480km. No golfo Pérsico 
existem também várias ilhas, cuja posse é disputada pela Arábia Saudita, pelo Kuwait, 
pelo Irã e pelo emirado de Abu Dhabi. 
Clima e hidrografia. Intenso calor no verão, extrema variação diurna da temperatura, 
escassas chuvas e reduzida umidade caracterizam o clima do país, que no inverno 
apresenta temperaturas amenas na região montanhosa. A vegetação desértica é 
predominante. As tamareiras caracterizam a paisagem dos oásis. Não existem 
florestas e as ervas e flores silvestres que crescem após as chuvas são a base da 
alimentação de camelos e ovelhas. 
A Arábia Saudita carece de rios, apesar da extensão de seu território. Existem apenas 
cursos intermitentes de água, denominados ueds; nascentes, na região oriental; e 
reservatórios artesianos no planalto central. 
População 
A maioria da população da Arábia Saudita é árabe, mas há minorias indianas, 
iranianas e negras. Grande número de imigrantes estrangeiros, procedentes do Iêmen, 
dos países do golfo Pérsico, do Egito, da Coréia do Sul, da Europa e dos Estados 
Unidos, trabalha nas refinarias de petróleo. 
Cerca de 15% da população é formada por beduínos nômades ou seminômades, mas 
essa proporção tende a diminuir em função do desenvolvimento agrícola e do 
surgimento de novas atividades ligadas à indústria do petróleo. 
Há cidades antigas, como Djeda, Medina e Meca, capital espiritual do islamismo. 
Riyad, a capital política, é moderna, embora conserve traços antigos. A língua oficial 
é o árabe, e a religião, o islamismo, sendo proibida a entrada de não-muçulmanos nas 
cidades sagradas de Meca e Medina. A afluência anual de peregrinos é de 100.000 a 
500.000, o que faz do turismo a segunda fonte de renda do país. (Para dados 
demográficos, ver DATAPÉDIA.) 
Economia 
 
 
O comércio exterior se baseia na exportação de petróleo, cujo valor supera largamente 
o da importação de insumos e alimentos. Disso decorre um excessivo superávit da 
balança de pagamentos. O descompasso entre o progresso tecnológico e a 
modernização econômica, de um lado, e a sociedade tradicional, dominada pela 
ortodoxia religiosa, de outro, é um dos principais problemas que a Arábia Saudita 
enfrentou desde que se tornou uma rica nação petrolífera. 
Agricultura e pecuária. Devido ao clima desértico, a superfície cultivável não 
ultrapassa 2,5% do total do território saudita. Mesmo assim, o uso intensivo de 
maquinaria agrícola, fertilizantes e sistemas de irrigação canaliza para a agricultura a 
maior parte da população economicamente ativa. Os lucros obtidos com o petróleo 
permitiram a instalação de estações agrícolas experimentais, onde são testados os 
mais modernos métodos de cultivo. 
As principais regiões agrícolas são Tihama, Hasa e os oásis. O principal produto 
agrícola de exportação é a tâmara, consumida como alimento básico em muitos países 
árabes. A madeira e folhas da tamareira são usadas na construção de cabanas. As 
culturas mais importantes, além da tâmara, são de milhete, algodão, milho, tabaco e 
café e, nos oásis, melões, figos e bananas. 
Cerca de sessenta por cento da área total do país é usada por beduínos nômades como 
pastagens de ovelhas, camelos e cabras. O governo instituiu cooperativas para facilitar 
a comercialização dos produtos agropecuários. Os rebanhos de camelos fornecem 
carne, leite, couro para roupas e tendas, transporte para os beduínos e seus alimentos e 
para a água retirada de poços. A carne de carneiro é o principal alimento de origem 
animal e o leite de cabra, o mais utilizado. Cria-se gado bovino em Asir e nas 
proximidades de Djeda. 
Mineração e petróleo. No subsolo da Arábia Saudita existem depósitos de ferro, prata 
e cobre, mas a atividade preponderante, que condiciona toda a economia, é a 
exploração das jazidas petrolíferas. Na década de 1980, o país chegou a terceiro 
produtor mundial e primeiro exportador. 
As primeiras jazidas foram encontradas em 1938, e desde então a exploração e 
comercialização do óleo se fez mediante concessões a empresas americanas, que se 
associaram na Arabian American Oil Company (Aramco). Durante alguns anos a 
economia saudita esteve subordinada àquela associação, mas o governo reduziu 
progressivamente a dependência exclusiva, outorgando concessões a empresas 
japonesas e européias. O próprio estado saudita passou a financiar prospecções e, no 
final do século XX, controlava sessenta por cento da Aramco. 
A partir da década de 1960, o governo saudita promoveu o desenvolvimento da 
indústria petrolífera, com aproveitamento da tecnologia das empresas multinacionais. 
Indústria e transportes. Os setores industriais mais importantes são os de 
transformação do petróleo (refino, petroquímicos e fertilizantes). Há também fábricas 
de cimento, gesso e produtos metalúrgicos que alimentam a construção civil e obras 
públicas. Voltadas exclusivamente para o mercado interno, há indústrias de tecidos, 
móveis e produtos de couro. 
O transporte rodoviário desenvolveu-se bastante a partir da década de 1960 e 
prosseguiu em expansão. As linhas ferroviárias mais importantes ligam Medina a 
Damasco, na Síria, e Riyad ao porto de Damman, no golfo Pérsico. O transporte 
marítimo é a principal via de comércio com o resto do mundo e cresceu muito em 
função da exportação do petróleo. Existem cinco portos principais -- Djeda, Damman, 
Yanbu, Jubail e Jizan -- e 16 portos secundários. Há três aeroportos internacionais. 
(Para dados econômicos, ver DATAPÉDIA.) 
História 
 
 
As origens do estado saudita remontam ao século XVIII, quando a península arábica 
se encontrava fragmentada em pequenos reinos e emirados dominados pelos 
otomanos. No final do século surgiu o movimento reformador wahabita, cujos 
partidários defendiam a ortodoxia religiosa e a união política da Arábia. Os wahabitas, 
liderados por Mohamed ibn Saud, conquistaram o poder em Najd e logo em Hedjaz e 
Hasa. A expansão foi detida em 1814 por ação militar do vice-rei do Egito, que agia 
em nome do sultão otomano. 
No século XX, um descendente de Saud, Abd al-Aziz ibn Saud, reconquistou os 
antigos domínios de Najd, Hasa, Meca e Hedjaz e proclamou-se rei. Estabeleceu um 
governo patriarcal e teocrático, organizou as tribos beduínas e modernizou o exército. 
Para governar a turbulenta região de Hedjaz designou seu filho, Faiçal. 
Em 1923, Saud decretou a criação do Reino da ArábiaSaudita, no qual se unificavam 
Najd e Hedjaz, além dos emirados de Asir, Hasa e Nairan. Nos dois anos seguintes 
foram fixadas as fronteiras com a Jordânia e o Iêmen. Com a descoberta do petróleo, 
Saud tornou-se, além de soberano independente, um dos homens mais ricos do 
mundo, pois lhe cabiam cinqüenta por cento da receita do petróleo. 
Durante a segunda guerra mundial, a Arábia Saudita manteve-se neutra, embora 
favorável aos aliados. Saud contribuiu para a criação da Liga Árabe e, em 1948, 
participou da primeira guerra árabe-israelense. 
Saud morreu em 1953 e assumiu o trono seu filho, também Saud, que deu 
continuidade à política conservadora de seu antecessor e transferiu o poder executivo 
ao irmão, Faiçal, durante vários períodos. Faiçal, mais progressista, promulgou em 
1958 uma constituição, que nunca foi aplicada, e aboliu a escravidão em 1962. Depois 
de um golpe palaciano que derrubou Saud, Faiçal foi coroado rei em 1964. No ano 
seguinte, entrou em conflito com o Egito, que apoiava os republicanos iemenitas, 
enquanto a Arábia Saudita apoiava os monarquistas, mas um acordo pôs fim às 
divergências. 
A política de Faiçal obedeceu a três linhas gerais: a modernização do país sem 
abandono da ortodoxia religiosa; o fortalecimento da aliança militar com os Estados 
Unidos, cujo governo pretendia consolidar o controle sobre o Oriente Médio por meio 
de uma aliança com um país moderado; e o apoio a um movimento de união entre os 
países árabes. 
A Arábia Saudita interveio nas guerras árabes- israelenses de 1967 e 1973 e liderou o 
boicote dos países produtores de petróleo aos estados que apoiaram Israel. Em 1975, 
Faiçal foi assassinado e seus sucessores, Khaled ibn Abdul Aziz e Fahd, este coroado 
em 1982, adotaram uma política conservadora pró-Ocidente. 
Em 1990, quando o exército iraquiano invadiu o Kuwait, o governo saudita solicitou a 
ajuda internacional para se proteger de uma possível expansão do Iraque e cedeu seu 
território à coalizão de forças lideradas pelos Estados Unidos. 
Instituições políticas 
A Arábia Saudita é um reino de caráter absolutista e teocrático. A ordem do estado se 
baseia na lei religiosa do Islã (charia), base do direito civil e penal. O rei concentra os 
poderes executivo, legislativo e judiciário e sua autoridade se estende ao campo 
religioso, pois o monarca é também o imã (chefe religioso). Um conselho consultivo, 
formado pelo conselho de ministros e pela família real, mais os ulamas (sábios 
religiosos) assessoram o rei em suas decisões políticas. A lei islâmica é não só um 
sistema legal mas um código completo de comportamento, que engloba atividades 
públicas e privadas. O rei nomeia o conselho de ministros, que ele mesmo preside, 
exercendo assim a função de primeiro-ministro. 
 
 
A nação se divide, administrativamente, em grandes províncias, das quais as mais 
importantes são Najd (ou Nejd), que inclui a maior parte do interior e a capital; 
Hedjaz, que se estende ao longo do mar Vermelho e inclui as cidades santas de Meca 
e Medina e o principal porto do país, Djeda; Asir, no sudoeste; e a província Oriental, 
ao longo do golfo Pérsico, onde se localizam os principais poços petrolíferos. 
Sociedade e cultura 
A sociedade saudita conserva até a atualidade a tradicional divisão em nômades, 
aldeões e habitantes das cidades, dentro de uma estrutura tribal comum, baseada na 
linhagem patrilinear. Apesar disso, a modernização econômica e a urbanização 
decorrentes da exploração do petróleo trouxeram importantes mudanças para a 
composição social e as formas de vida do povo saudita. 
A riqueza advinda do petróleo permitiu o estabelecimento de um sistema educativo 
gratuito em todos os níveis. Os índices de analfabetismo, tradicionalmente altos, 
diminuíram de modo significativo. A primeira universidade foi fundada na capital, em 
1957; na década de 1960, instalaram-se outras em Djeda e em Medina. Foi 
implantado um sistema de saúde com hospitais e serviços médicos móveis para 
atender à população aldeã e nômade. Criaram-se também postos de educação 
sanitária. 
A tradição nômade e islâmica do povo saudita determina toda a atividade cultural do 
país, fechado a influências externas. Os estudos religiosos, baseados na ortodoxia 
wahabita, são a base da atividade intelectual. O wahabismo proíbe espetáculos 
públicos, mas as mudanças econômicas e sociais favoreceram a divulgação de novas 
idéias e manifestações artísticas.

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