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Conflito do Oriente Medio

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Conflito do Oriente Médio 
 
 
 
1. Conflito árabe israelense. (1948-49) 
 
Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e 
Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafah, Gaza, 
Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra 
Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a imigração 
para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas estavam se 
fixando em Jerusalém e em outras cidades. 
Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de volta 
à Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus acreditam 
que o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo o povo judeu à 
Terra de Israel. 
Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu retorno à 
sua terra histórica. A idéia de estabelecer um estado judeu moderno começou a ganhar 
grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista austríaco chamado 
Theodor Herzl levou adiante a idéia do sionismo, definido como o movimento 
nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o povo judeu tem direito 
ao seu próprio estado, soberano e independente. 
No final do século XIX, o aparecimento do anti-semitismo, o preconceito e ódio 
contra judeus, levaram ao surgimento de pogroms (massacres organizados de judeus) 
na Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus europeus 
ocasionou imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número de 
imigrantes vindos da Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000. 
Simultaneamente, muitos judeus vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia 
imigraram para a Terra de Israel. Quando os judeus começaram, em 1882, a imigrar 
para seu antigo território em grande escala, viviam por lá menos de 250.000 árabes. 
O povo judeu baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores: 
 
1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a antiga terra dos 
patriarcas e profetas bíblicos. 
2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de Israel nunca foi 
estabelecida como um estado. 
3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um estado 
democrático, moderno e soberano. 
4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada por Israel em 
guerras de defesa, após o país ter sido atacado por seus vizinhos árabes. 
5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel representa 
apenas um décimo de 1 % da região. 
6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas pode ser garantida 
através da existência de um estado judeu forte e soberano. 
 
Em 1517, os turcos otomanos da Ásia Menor conquistaram a região e, com poucas 
interrupções, governaram Israel, então chamada de Palestina, até o inverno de 1917-
18. O país foi dividido em diversos distritos, dentre eles, Jerusalém. A administração 
dos distritos foi cedida em grande parte aos árabes palestinos. As comunidades cristãs 
 
 
e judaicas, porém, receberam grande autonomia. A Palestina compartilhou a glória do 
Império Otomano durante o século XVI, mas foi negligenciada quando o império 
começou entrar em declínio no século XVII. 
Em 1882, menos de 250.000 árabes viviam no local. Uma parte significante da Terra 
de Israel pertencia aos senhores, que viviam no Cairo, Damasco e Beirute. Por volta 
de 80% dos árabes palestinos eram camponeses, nômades ou beduínos. 
Em 1917-18, com apoio dos árabes, os britânicos capturaram a Palestina dos turcos 
otomanos. Na época, os árabes palestinos não se imaginavam tendo uma identidade 
separada. Eles se consideravam parte de uma Síria árabe. O nacionalismo árabe 
palestino é, em grande parte, um fenômeno do pós Primeira Guerra Mundial. 
Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou quase quatro-quintos da 
Palestina – aproximadamente 35.000 milhas quadradas - para criar um emirado árabe, 
a Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é uma monarquia 
árabe, é em sua maioria composto por palestinos que hoje representam 
aproximadamente 70% da população. 
Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta Branca), um documento 
relatando que um estado árabe independente e não dividido seria estabelecido na Terra 
de Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O nacionalismo árabe cresceu 
com a promessa de um estado forte. Mas, como discutiremos futuramente, os 
britânicos não foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez disso, em 
1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Terra de Israel em dois estados: um judeu 
e outro árabe. Em 1948, foi estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos 
árabes atacaram o novo estado judeu, teve início a primeira guerra árabe-israelense. 
Durante o estabelecimento do estado de Israel e durante a primeira guerra entre árabes 
e israelenses, mais da metade dos árabes que viviam na Terra de Israel fugiram, dando 
início ao problema ainda hoje vigente de refugiados palestinos, que discutiremos nos 
próximos artigos. 
O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores: 
 
1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos. 
2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania sobre a 
terra onde viveram. 
3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de elevação do 
profeta Maomé aos Céus. 
4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades não 
pertencem à região. 
5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados 
completamente independentes, exceto a Palestina. 
6. Os palestinos tornaram-se refugiados. 
 
Guerra de Suez (1956) 
 
 
 
Com o objetivo de garantir o acesso dos ocidentais (principalmente franceses e 
ingleses) ao comércio oriental, antes realizado pelo contorno do sul da África. O 
controle das operações realizadas no canal ficou sob o domínio inglês e continuou 
mesmo após a independência do Egito. No entanto, em 1952, um Golpe de Estado 
realizado pelo revolucionário Gamal Abdel Nasser pôs fim ao regime monárquico do 
rei Faruk. A liderança de Nasser no governo egípcio revelou uma política de caráter 
 
 
nacionalista, buscando a modernização do Estado por meio da reforma agrária, do 
desenvolvimento da indústria e de uma melhor distribuição de renda. A luta contra o 
Estado de Israel, entretanto, não deixou de ser alimentada. 
Numa atitude de combate ao colonialismo anglo-francês, Abdel Nasser nacionalizou 
o Canal de Suez e proibiu a navegação de navios israelenses no local. A medida 
causou um grande impacto na Inglaterra, França e Israel que, então, iniciaram uma 
guerra contra o Egito. No desenrolar do conflito, os egípcios foram derrotados, mas os 
Estados Unidos e a União Soviética interferiram, obrigando os três países a retirarem-
se dos territórios ocupados. Ao final, o Canal de Suez voltava, definitivamente, para o 
Egito, mas com o direito de navegação estendido a qualquer país. 
A Guerra de Suez revelou uma nova referência para o contexto político da região: a 
cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais. Tal constatação 
acentuou a ruptura entre árabes e judeus, abrindo precedentes para novos conflitos. 
 
Guerra dos Seis Dias 
 
 
 
A Guerra dos Seis Dias foi mais um desdobramento dos conflitos entre árabes e 
judeus. Ela recebeu esta denominação devido ao efetivo contra-ataque israelense à 
ofensiva árabe, promovido pelo Egito. 
O presidente Nasser, buscando fortalecer o mundo árabe, tomou medidas 
importantes: deslocou forças árabes para a fronteira com Israel, exigiu a retirada de 
representantes militares da ONU mantida na região desde 1956, e ameaçou fechar a 
navegabilidadedo Estreito de Tiran aos israelenses. 
No entanto, a reação israelense a essas medidas foi rápida e decisiva: atacou o Egito, 
a Jordânia e a Síria, encerrando o conflito num curto espaço de tempo -- 5 a 10 de 
junho (6 dias) de 1967. Israel dominava as forças aéreas e, por terra, contava com 
forças blindadas comandadas pelo general israelense Moshé Dayan. O resultado da 
guerra aumentou consideravelmente o estado de Israel: foram conquistadas áreas do 
Egito, Faixa de Gaza, Península de Sinai, região da Jordânia, a Cisjordânia, o setor 
oriental de Jerusalém, partes pertencentes à Síria e às Colônias de Golan. 
A Guerra dos Seis Dias fortaleceu o Estado de Israel e agravou o nível de tensão 
entre os países beligerantes. 
 
Guerra do Yom Kippur 
 
 
 
Em 1970, morreu no Egito o presidente Nasser. Seu sucessor, Anuar Sadat, 
imprimiria uma política mais pragmática. Sua preocupação inicial foi recuperar os 
territórios perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Com esse objetivo, o 
Egito e a Síria arquitetaram uma nova ofensiva militar contra Israel. 
O ataque foi em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom 
Kippur, ou Dia do Perdão. A Guerra do Yom Kippur começou com uma ampla 
vantagem para os árabes. A Síria conseguiu recuperar as Colinas do Golã, ao passo 
que o Egito tomou de volta um trecho da península do Sinai. Os israelenses 
reverteram à situação com a ajuda dos Estados Unidos. Depois de duas semanas, o 
 
 
exército de Israel já havia retomado as colinas do Golã e do Sinai, com exceção de 
uma estreita faixa junto à margem oriental do canal de Suez. 
O fim da guerra do Yom Kippur trouxe importantes modificações no tabuleiro 
geopolítico do Oriente Médio. O Egito esfriou suas relações com a União Soviética e 
partiu para uma aproximação com os norte-americanos. A Síria, ao contrário, 
aprofundou os laços com Moscou. Desde 1971 o país era governado pelo jovem 
oficial Hafez al-Assad, um nacionalista de "linha dura" que misturava elementos do 
socialismo e da ortodoxia islâmica. 
 
Acordo de Camp David 
 
 
 
Com o cessar-fogo estabelecem-se as relações diplomáticas, iniciando-se um 
processo que é designado por paz americana. Iniciado em 1974/1975 com a 
metodologia dos pequenos passos de Henry Kissinger e, continuada pelo presidente 
Jimmy Carter em 1978/1979, ela visa, por parte dos E.U.A., a divisão do mundo 
árabe. A visita do presidente egípcio a Israel (1977) e os Acordos de Camp David 
(1978), que preparam um tratado de paz separado entre Isarel e o Egipto, concluído 
em 1979, constituem acontecimentos de relevo político na região. O presidente Sadate 
terá procurado nesta estratégia discutir a solução do problema palestino. Numa outra 
perspectiva, o tratado deveria atrair outros estados árabes, nomeadamente a Jordânia. 
A realidade posterior não viria a confirmar estas perspectivas, e os dirigentes israelitas 
prosseguirão até 1983 uma política assente na agressividade e na ocupação (os Montes 
Golan em 1980). Quanto às conversações sobre a autonomia dos Territórios 
Ocupados, previstas no Tratado de Paz entre o Egito e Israel, elas são praticamente 
ignorado continuando Israel a instalar colunatas na Cisjordânia. 
 
Indifada 
 
 
 
Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão Palestina, houve uma 
dissidência dentro da Organização para a Libertação da Palestina e, em maio de 1983, 
as forças leais a Arafat começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa. 
Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do Egito, Hosni 
Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se reelegeu presidente da OLP no ano 
seguinte.Em 1985, Yasser e Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de 
sua retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a proposta, 
mantiveram o exército naquelas regiões. 
Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento 
e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense. Adolescentes, 
munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante 
se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam os paus e pedras 
com bombas de gás, tanques e balas de borracha. 
Os resultados da Intifada foram vários espancamentos, detenções em massa e 
deportações. A ação judaica foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU, o 
que influenciou a opinião pública mundial a favor da OLP. 
 
 
Como resultado da Intifada, as facções da OLP se uniram na intenção de criar um 
Estado palestino e, em novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino proclamou 
o Estado Independente da Palestina, ao mesmo tempo em que aceitava a existência de 
Israel.Além disso, o Conselho declarou sua rejeição ao terrorismo e pediu uma 
solução pacífica para o problema dos refugiados, aceitando, também, participar de 
uma conferência internacional de paz. 
 
Guerra do Líbano 
 
 
 
 O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa 
de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas 
(muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos 
representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos 
ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados 
pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam 
com os drusos, xiitas e ortodoxos. No entanto, os sucessivos conflitos na Palestina 
fizeram com que um grande número de palestinos se refugiasse no Líbano, 
descontrolando o modelo de poder adotado, já que os muçulmanos passaram a 
constituir a maioria no Líbano. A Síria rompeu sua aliança com a OLP e resolveu 
intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Durante a ocupação israelense 
aconteceram os massacres de Sabra e Chatila. Foi com o apoio norte-americano que o 
cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982. 
Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel-general 
da Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte de 241 
fuzileiros. O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados Unidos 
retirassem suas tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas israelenses também 
foram retiradas do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos. 
Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de 
Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado, o 
sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados a 
bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel, que 
resistiu e permaneceu no poder até 1988. 
Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O país 
é tutelado pela Síria. 
 
Conflito Irã Iraque 
 
 
 
Começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição de Khorramshar, 
onde fica a refinaria de Abadã, por tropas iraquianas. O pretexto é o repúdio, pelo 
governo iraquiano, ao Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países 
no Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico. 
O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã sob Khomeini tente 
bloquear o transporte do petróleo iraquiano ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini 
havia sido expulso do Iraque em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente 
 
 
iraquiano, Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra-revolucionários de 
Baktiar e do general Oveissi. 
O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte do Iraque e 
convoca os xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam. O Irã 
bloqueia o porto de Basra e ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão 
os principais poçospetrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios petroleiros no 
golfo, usa armas químicas proibidas e ataca alvos civis. Há pouco avanço nas frentes 
de luta, mas o conflito deixa 1 milhão de mortos ao terminar em 1988. 
 
Guerra do Golfo 
 
 
 
Conflito militar ocorrido inicialmente entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de 
1990 a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise começa 
quando o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade o Kuwait. 
Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no preço do 
petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a dívida de US$ 
10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e também cobra 
indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos extraíram petróleo de 
campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão ainda em jogo antigas 
questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan e Uarba, que dariam ao 
Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico. 
A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e 
da Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas. O Kuwait é grande produtor 
de petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6 de 
agosto, a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein proclama 
a anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte-americana 
para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os árabes em torno de 
sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação de um Estado palestino. 
A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças dos EUA, do Reino Unido, 
da França, do Egito, da Síria e de países que formam a coalizão anti-Hussein. 
Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de novembro, a ONU 
autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire do Kuwait até 15 de 
janeiro de 1991. Em 16 de janeiro, as forças coligadas de 28 países liderados pelos 
EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende em 27 de fevereiro. 
Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a inspeção de suas instalações 
nucleares. 
Conseqüências – O número estimado de mortos durante a guerra é de 100 mil 
soldados e 7 mil civis iraquianos, 30 mil kuweitianos e 510 homens da coalizão. Após 
a rendição, o Iraque enfrenta problemas internos, como a rebelião dos curdos ao norte, 
dos xiitas ao sul e de facções rivais do partido oficial na capital. O Kuwait perde US$ 
8,5 bilhões com a queda da produção petrolífera. Os poços de petróleo incendiados 
pelas tropas iraquianas em retirada do Kuwait e o óleo jogado no golfo provocam um 
grande desastre ambiental. 
Tecnologia na guerra – A Guerra do Golfo introduz recursos tecnológicos 
sofisticados, tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do 
planeta. A TV transmite o ataque a Bagdá ao vivo, e informações instantâneas sobre o 
 
 
desenrolar da guerra espalham-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana 
anuncia o emprego de ataques cirúrgicos, que conseguiriam acertar o alvo militar sem 
causar danos a civis próximos. Tanques e outros veículos blindados têm visores que 
enxergam no escuro graças a detectores de radiação infravermelha ou a sensores 
capazes de ampliar a luz das estrelas. Mas o maior destaque é o avião norte-americano 
F-117, o caça invisível, projetado para minimizar sua detecção pelo radar inimigo. 
Momento jornalístico do conflito do Oriente Médio 
 
 
 
1.ª Guerra Árabe-Israelense (1948-49) – Exércitos de cinco países árabes atacam 
Israel, que resiste e no final do conflito tem sob seu controle 70% da antiga Palestina 
britânica. A Jordânia ocupa a Cisjordânia e o setor oriental (árabe) de Jerusalém, 
controlando o acesso aos santuários da Cidade Velha. O Egito ocupa a Faixa de Gaza. 
Um milhão de palestinos se refugiaram em países árabes vizinhos. 
 
Guerra dos 6 Dias (1967) – Diante de sinais repetidos de uma invasão sendo 
preparada no Egito, Síria e Jordânia, Israel lança um contra-ataque preventivo. Uma 
semana depois, conquista a Cisjordânia e Gaza e ainda ocupa as colinas de Golan 
(Síria) a Península do Sinai (Egito) até a margem do Canal de Suez. Jerusalém é 
unificada sob domínio israelense e depois anexada e proclamada capital "eterna e 
indivisível" de Israel, sob protestos internacionais. Com a derrota árabe, o líder 
guerrilheiro Yasser Arafat, do movimento Al-Fatah, assume o comando da OLP. 
 
Guerra do Yom Kippur (1973) – No dia mais sagrado do calendário judaico, Síria 
e Egito atacam Israel, recuperando numa ofensiva fulminante os territórios que 
perderam em 67. A contra-ofensiva israelense restabelece a situação anterior. 
 
Camp David - Em 78, Egito e Israel assinam em Camp David, nos EUA, um acordo 
de paz que permite a devolução do Sinai e inclui um plano de concessão de autonomia 
para os palestinos na Cisjordânia e Gaza sob ocupação israelense. 
 
Invasão do Líbano (1982) – Determinado a afastar de sua fronteira norte os 
guerrilheiros palestinos que atacam do sul do Líbano, Israel invade o país vizinho e 
ocupa a capital, Beirute, forçando a retirada do comando da OLP para a Tunísia. Israel 
retira as tropas em 85 mas mantém uma faixa do sul do Líbano ocupada até maio de 
2000. 
 
Intifada (1987-93) – Uma rebelião explode na Cisjordânia e Gaza e jovens 
palestinos enfrentam diariamente (com pedras) as tropas israelenses. Centenas são 
mortos e a violência só arrefece depois da derrota do Iraque (apoiado pelos palestinos) 
na Guerra do Golfo (1991).

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