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Metabolismo de Carboidratos Introdução Outras denominações: (hidratos de carbono, glicídios, glícidos, glucídeos, glúcidos, glúcides, sacarídios ou açúcares) Ocorrência e funções gerais: São amplamente distribuídos nas plantas e nos animais, onde desempenham funções estruturais e metabólicas. É o combustível preferencial para a contração muscular esquelética, sua depleção repercute em queda do desempenho. CARBOIDRATOS Variam de açúcares simples contendo de 3 a 7 carbonos até polímeros muito complexos. São compostos orgânicos que consistem de carbono, hidrogênio e oxigênio. Cn H2n On Fontes alimentares 1 grama de carboidrato = 4 calorias para o organismo cereais (milho, aveia, arroz), pães, farinhas, mandioca, batata, frutas, entre outros. Os cereais, pães, farinhas, mandioca e a batata são considerados carboidratos polissacarídeos e as frutas, o mel, entre outros são considerados carboidratos monossacarídeos. Devem compor até 60% do total diário de calorias consumidos na alimentação. FUNÇÕES DOS CARBOIDRATOS Fonte de energia Estrutural Reserva de Energia Matéria prima para biossíntese de outras biomoléculas Armazenamento dos carboidratos Vegetais AMIDO Animais GLICOGÊNIO Fígado Músculos CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS Monossacarídios Dissacarídios Polissacarídios Glicose, frutose, Galactose Sacarose, lactose e maltose Amido, glicogênio Classificação (quanto ao número de monômeros) Monossacarídeos Açúcares Fundamentais (não necessitam de qualquer alteração para serem absorvidos) Fórmula Geral: CnH2nOn n≥ 3 Propriedades: 1. solúveis em água e insolúveis em solventes orgânicos 2. brancos e cristalinos 3. maioria com sabor doce 4. estão ligados à produção energética. Monossacarídeos O nome genérico do monossacarídeo é dado baseado no número de carbonos mais a terminação “ose”. 03 carbonos – trioses 04 carbonos – tetroses 05 carbonos – pentoses 06 carbonos – hexoses 07 carbonos – heptoses Com exceção de algumas bactérias, a Glicose (produto da fotossíntese) é a molécula energética primária nos organismos vivos e o monossacarídeo mais comum. GLICOSE A Glicose apresenta duas formas em anel: alfa-Glicose e beta-Glicose. A posição diferenciada das ligações na alfa-Glicose e na beta-Glicose é importante para a estrutura e a função dos polissacarídeos formados a partir da Glicose. Como saber se é ou ? Para saber se é alfa ou beta, devemos olhar a posição da hidroxila formada após a ciclização. Os mais importantes Glicose ou dextrose: é a forma de açúcar que circula no sangue e se oxida para fornecer energia. No metabolismo humano, todos os tipos de açúcar se transformam em glicose. Frutose ou Levulose: é o açúcar das frutas. Galactose: faz parte da lactose , o açúcar do leite. Oxidação da Glicose Oxidação A oxidação do açúcar fornece energia para a realização dos processos vitais dos organismos. A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O. Cada grama forneceaproximadamente 4 kcal, independente da fonte. Dissacarídeos São combinações de açúcares simples que, por hidrólise, formam duas moléculas de monossacarídeos, iguais ou diferentes. DISSACARÍDEO COMPOSIÇÃO FONTE Maltose Glicose + Glicose Cereais Sacarose Glicose + Frutose Cana-de-açúcar Lactose Glicose + Galactose Leite São formados a partir de 2 monossacarídeos através do processo de condensação (remoção de molécula de H2O) As duas moléculas são então unidas por uma ligação C-O-C, denominada Ligação Glicosídica Dissacarídeos LIGAÇÃO GLICOSÍDICA É uma ligação covalente que ocorre entre os monossacarídeos para formar os dissacarídeos/ oligo/ polissacarídeos. Neste tipo de ligação, uma molécula de água é removida. Podem ser do tipo alfa ou beta. Oligossacarídeos São açúcares complexos que têm de 3 a 10 unidades de monossacarídeos. Com excessão da maltodextrina, os Oligossacarídeos não são digeríveis. Quando são constituídos por três moléculas de monossacarídeos, recebem o nome de trissacarídeos. Exemplos: - Maltodextrina – Inulina – Oligofrutose - Estaquiose *A inulina, por não ser digerida pelas enzimas do intestino humano, é considerada como fibra alimentar insolúvel. Desta maneira, a inulina alcança o cólon onde é utilizada pela flora microbiana. Polissacarídeos São açúcares complexos que têm mais de 10 moléculas de monossacarídeos Homo ou Heteropolissacarídeos Caracteriza-se pelo tipo de monômeros presentes, a seqüência e o tipo de ligação glicosídica envolvida. Principais polissacarídeos: - Celulose – Homo Glicoproteinas - Hetero - Amido – Homo Ácido hialurônico - Hetero - Glicogênio - Homo - Quitina - homo Polissacarídeos AMIDO AMIDO: HOMOPOLISSACARÍDEO (GLICOSE + GLICOSE) Amilose: homopolímero de moléculas de glicose linear , com ligações alfa 1-4. Amilose: homopolímeros com ligações lineares alfa 1-4 e ramificadas alfa 1-6. Amido Amilose: Macromolécula constituída de 250 a 300 resíduos de maltose. Amilopectina: Macromolécula, menos hidrossolúvel que a amilose, constituída de aproximadamente 1400 resíduos de α-glicose; A amilopectina constitui, 80% dos polissacarídeos do grão de amido. Também é um polissacarídeo de α-Glicose, entretanto é encontrado em animais. GLICOGÊNIO As ramificações da molécula de glicogênio são compostas por 10 ou mais monômeros de glicose Estas ramificações apresentam também ligações glicosídicas do tipo “1 – 6” e são facilmente quebradas (liberação de glicose!) GLICOGÊNIO Estrutura ramificada, permite rápida produção da glicose em períodos de necessidade metabólica Funções Especiais dos Carboidratos no Tecido Corporal 1- Ação poupadora de energia: a presença de carboidratos suficientes para satisfazer a demanda energética impede que as proteínas sejam desviadas para essa proposta, permitindo que a maior proporção de proteína seja usada para função básica de construção de tecido. 2- Efeito anticetogênico: a quantidade de carboidrato presente determina como as gorduras poderiam ser quebradas para suprir uma fonte de energia imediata, desta forma afetando a formação e disposição das cetonas. 3- Coração: o glicogênio é uma importante fonte emergencial de energia contrátil. 4- Sistema Nervoso Central: O cérebro não armazena glicose e dessa maneira depende minuto a minuto de um suprimento de glicose sangüínea. Uma interrupção prolongada glicêmica pode causar danos irreversíveis ao cérebro. Funções Especiais dos Carboidratos no Tecido Corporal DIGESTÃO Digestão: boca A saliva contém uma enzima que hidrolisa o amido: a amilase salivar (ptialina), secretada pelas glândulas parótidas. A amilase salivar consegue hidrolisar apenas 3 a 5 % do total, pois age em um curto período de tempo, liberando dextrinas Forma de maltose e dextrinas . Digestão: estômago Não há digestão. O Ph não favorável (ácido). A amilase salivar é rapidamente inativada em pH 4,0 ou mais baixo, de modo que a digestãodo amido iniciada na boca, cessa rapidamente no meio ácido do estômago. Digestão: intestino Duodeno: amilase pancreática age nos polissacarídeos, transformando-os em dissacarídeos . A amilase pancreática é capaz de realizar à digestão completa do amido, transformando-o em maltose e dextrina. Intestino Delgado: Temos a ação das dissacaridases ( enzimas que hidrolisam os dissacarídeos), que estão na borda das células intestinais. enzimas presentes nas células, atuam digerindo os carboidratos até monossacarídeos = glicose = energia Intestino Delgado: Temos a ação das dissacaridases ( enzimas que hidrolisam os dissacarídeos. SACARASE: desdobra a sacarose em glicose e frutose. ISOMALTASE: desdobra a isomaltose em 2 moléculas de glicose. MALTASE: desdobra a maltose resultante do desdobramento do amido em 2 moléculas de glicose. LACTASE: desdobra a lactose em glicose e galactose. Digestão: intestino Degradação anormal de dissacarídeos Apenas os monossacarídeos são absorvidos e por isso qualquer defeito na atividade de determinada dissacaridase da mucosa intestinal causa a passagem do carboidrato não digerido para o intestino grosso. Consequência: Com o material osmoticamente ativo no intestino grosso, a água flui da mucosa até lá, causando diarreia osmótica. Isso é reforçado pela fermentação bacteriana dos carboidratos remanescentes, produzindo 2 ou 3 carbonos (também osmoticamente ativos), além de grande volume de gases CO2 e H2, causando cólicas abdominais, diarreia e flatulência. a) Deficiência de enzimas digestivas: deficiências hereditárias de dissacaridases especificas resultam em intolerância a dissacarídeos. Também pode ser causada por uma variedade de doenças intestinais devido a má- nutrição ou ingestão de fármacos que danificam a mucosa do intestino delgado. a) Exemplo: as enzimas da membrana em forma de escova são rapidamente perdidas em indivíduos normais com diarreia grave, causando deficiência enzimática adquirida e temporária. Degradação anormal de dissacarídeos • Deficiência da enzima lactase Deve-se reduzir o consumo de leite e ingerir produtos tratados com lactase ou em forma de pílulas antes das refeições. • Deficiência do complexo isomaltase-sacarase: intolerância a sacarose ingerida. Tratamento inclui remoção da sacarose da dieta e terapia de reposição enzimática. Degradação anormal de dissacarídeos ABSORÇÃO As moléculas de glicose penetram nas células da mucosa intestinal absorvidas pelo sangue levadas para as células do organismo. Absorção: maioria por transporte ativo. Alguns casos difusão. Carência A falta de carboidratos no organismo manifesta- se por sintomas de fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo e tonturas, o que pode levar até ao desmaio. É o que acontece no jejum prolongado. A carência leva o organismo a utilizar-se das gorduras e reservas do tecido adiposo para fornecimento de energia, o que provoca emagrecimento. Excesso Os carboidratos, quando em excesso no organismo, transformam-se em gordura e ficam acumulados nos adipósitos, podendo causar obesidade e arterosclerose (aumento dos triglicerídeos sangüíneos).
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