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Direito PREVIDENCIÁRIO - Vera Queirós

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PREVIDENCIÁRIO
Aula 1 – Vera Queirós
Seguro social e Seguridade social (art. 194, CF). Conceito, organização e princípios:
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
A Seguridade social é organizada através da saúde, previdência e assistência. Seguridade social é diferente de Seguro social.
A Seguridade social definida no art. 194 da CF é:
Um conjunto integrado de ações de iniciativa:
1. dos poderes públicos e 
2. da sociedade, 
Destinado a garantir:
Saúde 
Assistência social.
Quando se fala que é conjunto integrado de ações, tem que se ter em mente que estas ações são voltadas para três áreas:
Saúde
Previdência e 
Assistência 
Os Responsáveis pelas ações são:
Poderes públicos (União, estados, DF e Municípios):
Sociedade.
Os poderes públicos respondem através de recursos adicionais que são fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual. A cada ano são obrigados a disporem em seus orçamentos, recursos para garantir a saúde, assistência e previdência social. 
A sociedade participa do sistema securitário, das três áreas (saúde, previdência e assistência), de forma:
Direta 
Indireta
Forma direta (empregado, profissional liberal). O empregado já tem descontada na sua remuneração, em seus consectários a contribuição social. 
Obs. para o direito previdenciário não há diferença entre salário e remuneração. A empresa, no momento em que está arrecadando do empregado o valor da contribuição está no exercício regular do direito, até determinada data. Até determinada data, que é o vencimento da obrigação.
Obs. saúde pública e assistência social são áreas da seguridade que independem de contribuição. Assistência social só será prestada a quem dela necessitar.
Qual o tipo de necessidade? Econômica ou do ponto de informações?
Ex. gestante rica – pode obter informações no posto de saúde (ex. Vacina para o bebê). Mas se uma pessoa rica requerer o benefício da assistência social lhe será negada, porque a assistência só será prestada a quem dela necessitar e esta necessidade está no campo da hipossuficiência – quando a pessoa não tiver condições de prover a sua subsistência nem de tê-la provida por sua família, fará jus a um salário mínimo enquanto ela for viva.
Antes da criação deste beneficio existia o benefício chamado renda mensal vitalícia. Para as pessoas que não tinham contribuições suficientes para obter aposentadoria. Mas estas pessoas tiveram algum trabalho, e conseguiam comprovar este trabalho embora com pouco tempo ou contribuições insuficientes para aposentar. A previdência pagava uma renda mensal vitalícia, diante dos pressupostos que a legislação exigia. Por ser uma renda mensal, não era propriamente um benefício que pudesse gerar reflexo aos dependentes e quando a pessoa falecia não era estendido o benefício aos seus dependentes. Quando veio a lei da assistência social acabou o benefício da renda mensal vitalícia e a lei da assistência assumiu o beneficio de amparo. Passou ao beneficio de amparo que é o mesmo, com as mesmas regras e mesmos requisitos da renda mensal vitalícia.
Obs. Pensão por morte – Existe a pensão temporária e a pensão vitalícia, de prestação continuada, decorrente de atividade (mão de obra). 
Por questões operacionais quando separaram o (MPAS) em Ministério da Previdência e Ministério de Assistência Social, este não assumiu a administração do beneficio de amparo. Nem poderia assumir Porque o INSS tem toda uma estrutura administrativa, organizacional e operacional para continuar administrando. Excepcionalmente o INSS administra, concede e mantém um beneficio assistencial. E isso acontece porque a pessoa necessita. Ela comprovou, nos termos da exigência constitucional, da exigência legal, que ela não tem condições de prover sua subsistência nem ter esta subsistência provida por sua família. E, logicamente esta pessoa preenche um dos dois requisitos subjetivos – ou ela é uma pessoa idosa, ou ela é uma pessoa deficiente. Considerando que idosa, para fins de recebimento deste beneficio, é pessoa de 65 anos. A lei que cuida do amparo social não tem a ver com o estatuto do idoso – este traça prerrogativas para o idoso na área das relações civis e a lei 8792 traça para o idoso as prerrogativas na área securitária.
Este benefício tem natureza alimentar. A deficiência tem que ser comprovada na perícia médica do INSS. Ela não tem capacidade laborativa. Pode acontecer a concessão de um beneficio dessa natureza a uma pessoa de 12 anos de idade. Muitas vezes a mãe não pode trabalhar, pois tem que cuidar do filho que é deficiente. 
Os recursos que garantirão estas ações na área de assistência social são recursos da seguridade. Recursos que vem dos poderes públicos e da sociedade. 
Na área da previdência social a contribuição é obrigatória. Daí, se o fulano de tal nunca pagou previdência ele poderá se aposentar por idade? 
Resposta: Quem nunca pagou a previdência não foi previdente, não poderá esperar retorno da previdência. Nunca receberá beneficio da previdência. O que poderá ocorrer, é quando esta pessoa completar 65 anos, se não puder prover seu sustento nem tê-lo provido por sua família, ter o beneficio da assistência. Nem a pessoa nem a sua família tem condições. Na demonstração da hipossuficiência é levada em conta em função do contexto situação familiar. Marido, filhos, etc.
Quem nunca pagou previdência não receberá beneficio – exceto na situação supra mencionada.
Beneficio previdenciário, nada mais é do que um “seguro social”. A pessoa tem seguro. É segurada da previdência social. Ela tem garantido um beneficio quando se encontra na situação prevista na lei.
Saúde e assistência – para se obter não é necessário contribuir. Os recursos vem dos poderes públicos e da sociedade – contribuições securitárias.
Previdência – é necessário contribuir. Os recursos vem das contribuições dos trabalhadores, dos empregadores. 
Toda contribuição que tem como fato gerador uma mão de obra – exercício de atividade – esta contribuição é chamada de contribuição previdenciária e ela vai para o fundo do regime geral da previdência social e só pode ser utilizada para os benefícios da previdência social. Aquelas pessoas que dizem que o dinheiro da previdência e desviado é falta de conhecimento. O recurso que a pessoa verteu para a previdência pelo fato de ter exercido uma atividade ou ter uma contribuição espontânea para a previdência social, só pode ser utilizado no pagamento dos benefícios da própria previdência. Se por um acaso acontecer de a Previdência não ter recursos suficiente a União é a fiadora da previdência. É a União a responsável pela cobertura de eventual beneficio da previdência social quando decorrer a insuficiência de fundos – para pagamento de benefícios de prestação continuada (sem data para encerramento). Beneficio de prestação com data para encerramento – salário maternidade (dura 120 dias). Já a aposentadoria é beneficio de prestação continuada. A titularidade deste beneficia é do contribuinte – pessoa física.
E a pensão por morte? O dependente legal recebe beneficio de pensão por morte. É de prestação continuada e se encerra quando o dependente perder esta qualidade – quando morrer,ou, no caso do filho, quando ocorrer a maioridade.
Existe a pensão temporária e a pensão vitalícia –, mas são benefícios pagos com as contribuições decorrentes da mão de obra.
O que a previdência dá para as pessoas nada mais é do que o seguro social – aquele que garante a proteção dos riscos sociais. 
Riscos sociais – são infortúnios que impossibilitam exercício de uma atividade, como e o caso de uma invalidez, doença, morte. 
Quando ocorre um risco social – isto é, quando ocorre um infortúnio de uma invalidez – a previdência chama para si este risco social e devolve para a pessoa a proteção social na forma uma prestação, na forma de um beneficio – e este beneficio chamar-se-á aposentadoria por invalidez. Cabe a previdência através de uma autarquia federal – Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – garantir a proteção dos riscos sociais. Quando ocorre uma contingencia do risco chamado morte a previdência social chama para si este risco e devolve a proteção social para o beneficiário na forma de pensão por morte.
Evolução histórica do seguro social
O seguro social na historia do mundo começou em 1883, na Alemanha com Otto Von Bismarck. O chanceler alemão preocupado com os trabalhadores que ficavam incapacitados e não tinham recursos para se manter ou a sua família, cria o 1º seguro social oficial do mundo. (Existiam proteções esparsas, mas inexistiam proteções securitárias). De forma que a empresa descontava do trabalhador uma contribuição, a empresa também tinha que contribuir e o Estado também – era o tríplice custeio. Quando o empregado ficava incapacitado ele recebia deste seguro que era administrado pela empresa. Este seguro se espalhou no mundo e no Brasil foi implantado em 1923. Deputado paulista – Eloy de Miranda Chaves – foi conhecer na Argentina o 1º sistema implantado sobre seguro social na America do sul. Voltou encantado e criou o decreto 4682/24.01.1923. É o 1º seguro social do Brasil. Dia da previdência. A partir de então foram criadas as chamadas CAPs – caixas de aposentadoria e pensões. Foram criadas inúmeras. Aposentadoria no singular – porque é do contribuinte. E como eram diversos dependentes eram varias pensões.
A CAP era idêntica ao sistema Von Bismarck. Cada empresa descontava do trabalhador uma contribuição e administrava este recurso com a sua contribuição e ainda a contribuição do estado. As CAP tinham base empresarial. Cada empresa tinha a sua Caixa. Mas o país foi crescendo e foi crescendo o número de empresas. E nem todas as empresas tinham Caixa. Porque precisava de uma determinada estrutura para a empresa ter caixa.
 A partir de 1933 o governo federal resolveu mudar o sistema previdenciário no Brasil e criou os IAP – Institutos de Aposentadoria e Pensões. A diferença entre uma Caixa e um Instituto era a seguinte: enquanto uma Caixa tinha uma base empresarial, os Institutos aglutinavam Caixas. Ou seja, eles tinham base territorial. Eram estruturados por seguimentos. 
Ex1. IAPI – Instituto de aposentadoria e pensões dos industriários. No momento em que as indústrias não podiam mais criar Caixas, todas tinham que contribuir para o IAPI, todos os empregados da indústria passaram a ter seguro.
Ex2. Bancos – IAPB – antes do instituto cada banco tinha a sua caixa. Após 1933, todos os bancos passaram a contribuir para o IAPB e todos os bancários passaram a ter a proteção da previdência social.
Ex3 – IAPC, etc.
Em 1966, nova reforma administrativa o governo cria um único instituto – INPS – Instituto Nacional de Previdência Social. Passa a receber as contribuições de todos os demais institutos. O INPS foi extinto em 1990, transformado em INSS.
Obs.
Quando se criou a obrigatoriedade de se descontar do trabalhador a contribuição para uma Caixa, também surgiram outros sistemas de proteção social. Que eram os sistemas de Santas Casas (as “Santas Casas” – davam proteção social na área da saúde e assistência social), e também os Montepios (eram formas de contribuir voluntariamente – e o que se chama hoje de previdência privada). O 1º montepio foi o MONGERAL – dos funcionários do tesouro (funcionários públicos).
O INSS é seguro social – porque o objetivo é cobrir os riscos sociais. Diferente de Seguridade, que aborda a saúde, assistência e previdência.
Como se organiza a Seguridade Social?
Aula 2.
Art. 194, parágrafo único, CF – Organização da Seguridade Social e Objetivos.
Compete ao poder público nos termos da lei organizar a seguridade social com base nos seguintes objetivos...
A competência para organizar a seguridade social é da União. 
Legislar sobre seguridade (saúde, assistência e previdência) é competência da União. Portanto, é lei federal que disciplina sobre:
Saúde 
Previdência e
Assistência social.
Mas a CF diz que compete aos Estados e Municípios legislar sobre previdência social. Quando os Estados, DF e Municípios legislam sobre previdência – Nesse caso não se está falando sobre seguro social. Nesse caso trata-se da previdência específica de seus servidores. É a previdência de um regime próprio de previdência social (RPPS).
A lei que rege a saúde é a lei 8080/90. Através dela criou-se o SUS.
Assistência Social – LOAS – lei 8742/93. Chamam o beneficio de assistência social de “beneficio de LOAS”. A lei orgânica trata de assistência social.
A seguridade social se organiza nos termos da lei.
Na área da previdência há, em termos de organização, duas leis e um decreto. Na área da previdência está fundamentado o direito previdenciário.
A primeira lei cuida do custeio da Seguridade Social – voltada para a arrecadação – matéria tributaria. Lei 8.212/91
Benefícios da previdência social – lei 8.213/91 – neste caso se está falando de previdência. Ambas as leis são de 24/07/91.
Regulamento da Previdência Social – RPS. Decreto 3048/99.
Dado interessante – vigência da lei. Editais pedem eficácia e vigência da lei. As leis 8212 e 8213 produzem efeitos desde 05/04/91. Conforme art. 59 do ADCT – após a promulgação da CF o prazo para a apresentação de projetos sobre o plano de custeio de benefícios da previdência social é de seis (06) meses. O prazo para apreciação e aprovação seria de mais seis (06) meses e o poder executivo teria 18 meses para a implantação – isso dá trinta (30) meses e termina em 05 de abril de 1991. Por força do art. 59, ADCT as leis 8212 e 8213 – embora publicadas em 24/07/91, produzem efeitos desde 05/04/1991. É exceção à regra geral que a lei só produz efeitos após a publicação.
É dessa forma que se organiza a previdência social – através de lei.
A Lei de 91 foi regulamentada em dezembro. Só que o decreto que a regulamentou foi revogado por outro e por outro, etc, sendo o último o decreto de 1999. 
Art. 194, parágrafo único – compete ao poder público a organização da seguridade social nos termos da lei, e com base nos seguintes objetivos – a doutrina é unanime no sentido que o legislador constituinte ao dizer “com base nos seguintes objetivos” ele não quis dizer objetivos e sim “princípios”. Cabe ao operador do direito saber a diferença entre princípios e etc.
Algumas questões de concurso não se atém a letra da lei atendo-se à doutrina e falando em princípios ao invés de objetivos. Por isso vamos tratar de:
Princípios constitucionais da seguridade social
Art. 194, incisos: 
I – Universalidade da cobertura e do atendimento. Se estamos falando de seguridade estamos falando de saúde, previdência e assistência social. Nestas três áreas acontece a cobertura e atendimento a todos. O principio traça uma forma universal, sem restrição. Haverá proteção para todos. 
Não há restrição para se dar cobertura e atendimento na área da saúde e assistência. Porque estas áreas independem de contribuição. Mas só haverá cumprimento do principio na área da previdência social se houver contribuição. É necessário que a pessoa recolha contribuição para que a pessoa receber os benefícios a que fizer jus. 
II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais – a diferença entre benefícios e serviços.
Asprestações (tudo o que a seguridade oferece aos beneficiários) da seguridade social dividem-se em:
Benefícios e
Serviços.
Beneficio é toda prestação paga em dinheiro. Na previdência existem benefícios como aposentadoria, pensão por morte, auxilio doença, etc. tudo isso recebe-se em dinheiro. Na área da assistência social a pessoa idosa ou doente recebe todo mês a prestação alimentar – recebe benefício.
E na área da saúde? Já viu alguém ir ao SUS receber dinheiro todo mês? Não existe benefício na área da saúde.
Quando a prestação não tem valor econômico, não é paga em dinheiro (não que não custe nada para o poder público), chama-se serviço.
Na área da saúde tem-se apenas serviços.
Na previdência e assistência, além dos benefícios tem-se também os serviços, que são prestações obtidas sem receber nada em dinheiro.
Ex. Idosa que requereu amparo social, sendo necessário passar por avaliação da assistente social. O serviço social é uma prestação sem valor econômico. É um serviço da previdência, da assistência social.
O serviço da assistente social – parecer dizendo se existe o critério objetivo é o que vai definir se a pessoa tem direito ao beneficio. Ex. acidentado, preso – necessitam da assistente social para orientação (na previdência). 
Existe na previdência um serviço que se chama reabilitação profissional. Ex. Tendinite. O perito entende que a pessoa não tem condições de voltar para a mesma atividade. Por redução ou modificação da capacidade. É encaminha ao centro de habilitação profissional. A pessoa não é inválida. A invalidez pressupõe uma capacidade total. O serviço de reabilitação interesse a previdência social em relação ao segurado e ao dependente. O dependente faz jus ao beneficio pensão por morte até 21 anos de idade. Ou se for inválido. O médico perito, antes de declarar a invalidez do dependente o encaminha ao serviço de reabilitação profissional, para adaptar o dependente para o mercado de trabalho para o contexto em que ele vive. Além da previdência não ter que pagar mais o beneficio da pensão por morte ao dependente ainda o coloca no mercado de trabalho e vai receber a contribuição dele. É o lado social. É serviço. É prestação que não entra em recurso financeiro em seu patrimônio.
Uniformidade – mesmo benefício para todos.
Equivalência – em função da contribuição.
A uniformidade e equivalência são direcionadas às populações urbanas e rurais. Porque até o advento do CF a população rural não tinha proteção previdenciária. Tinha um sistema de proteção assistencial chamado pró rural administrado pela autarquia “funrural”. Não tinha os mesmos benefícios que eram dados aos trabalhadores urbanos. Tinham aposentadoria de ½ salário mínimo e um beneficio de 30% deste valor. Com a CF os trabalhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos que os trabalhadores urbanos. Mas como não havia um plano de custeio, plano de benefícios, não tinha como o trabalhador rural contribuir para a previdência e receber da previdência. 
No espaço de tempo entre a entrada em vigor da CF e o advento da lei previdenciária, os pedidos ficaram sobrestados. Não havia como conceder, em algumas hipóteses concedia-se com base no funrural. 
Ex. Não tinha auxílio doença. O funrural não concedia e a previdência também não.
Os trabalhadores rurais não contribuíram e, mesmo assim, recebem após 1991. O que eles precisam é comprovar que exercem atividade rural. Até porque alguns exercem atividade em economia familiar sem mão de obra empregada – para a própria subsistência. Pequenos produtores e pequenos pescadores.
III – Principio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços – a seletividade (seleção) e distributividade (distribuição).
A legislação beneficiaria traz um elenco de benefícios e também de beneficiários.
Na previdência social encontram-se:
Os beneficiários (segurados e dependentes) e 
As prestações (benefícios ou serviços ou os dois).
Os beneficiários – pessoas que podem ser contempladas com os benefícios são:
Segurados e 
Dependentes.
As prestações que eles podem receber são:
Benefícios 
Ou os serviços ou os dois.
Quando a lei traça os benefícios ela os faz:
Ou para os segurados, 
Ou para os dependentes.
Serviços podem ser para segurados e dependentes. No caso dos benefícios é diferente. Beneficio ou o titular é o segurado ou o titular é o dependente. 
Benefícios são personalíssimos e na legislação previdenciária existem 10 benefícios. Destes, 08 são de titularidade dos segurados e 02 são de titularidade do dependente. O dependente só pode receber, ou pensão por morte ou auxílio reclusão. O dependente só tem dois benefícios porque só em dois casos o segurado está ausente: ou porque morreu ou porque está preso.
Ex. Aposentadoria – é benefício típico do contribuinte. Só o segurado recebe.
Os benefícios só podem ser recebido se o beneficiário estiver dentro da situação que a lei estabelecer. O beneficio está na lei para todos, mas só alguns irão receber. Isto é, somente aqueles que estiverem em situação descrita na lei. É como se estivesse falando de “tipicidade”. 
Ex. Salário maternidade. É benefício da mulher – em função do parto ou adoção (fato gerador). Se o homem adotar ele não será contemplado com salário maternidade. É um direito, mas o homem não briga por isso. Não luta!
Relação homoafetiva – lutaram por ACP e o INSS se viu obrigado a normatizar a questão e existe portaria regulamentando a pensão por morte relativa a casais homoafetivos. O INSS é vanguardista. Ele traz esse direito porque pessoas foram buscar.
Por que o homem não foi buscar o salário maternidade? Porque homem não tem coragem de adotar e quando pensa em adotar já adota uma de 17 (kkkk).
Seletividade – a lei selecionou quem vai receber. 
Da mesma forma o auxílio doença. A lei seleciona quem vai receber. A pessoa pode estar doente, mas não incapacitada. Só recebe auxílio doença se estiver incapacitada.
Ex. O médico da empresa manda para o INSS porque a pessoa está doente e o médico do INSS manda a pessoa voltar para a empresa porque ela não está incapacitada. A pessoa pode estar doente e não incapacitada e pode estar incapacitada e não estar doente – como no caso de uma gestação de risco. A mulher fica em repouso absoluto (porque gravidez não é doença, mas pode colocar em risco a vida da gestante e do feto).
Distributividade – a previdência social (o poder público em geral) utiliza os mecanismos do seguro social para fazer distribuição de renda. Quando a previdência chama para si o risco – isso é o que se chama princípio da seletividade –, e quando devolve a proteção em forma de beneficio – neste caso dá-se o que se chama principio da distributividade. Tanto faz seleção a distribuição de benefícios e serviços.
IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios – nenhum beneficio pode ter seu valor reduzido. Nem que haja deflação. 
Os princípios descritos do parágrafo único do artigo 194, nos incisos I a IV referem-se aos benefícios, e nos incisos V e VI referem-se a custeio. O inciso VII fala da administração da seguridade.
Aula 3 .
Segurado, filiação e inscrição.
Regimes de previdência social
Matéria de doutrina – a legislação previdência apenas cita os regimes.
São três os regimes de previdência no Brasil:
RPPS – regime próprio de previdência social. Alguns estudiosos costumam chamar de RPSP (regime próprio de servidor público); è regime e servidor estatutário. A investidura no cargo público através de aprovação em concurso público. Não se confunde com a pessoa que está na administração pública que foi nomeada para cargo em comissão que não é servidor. Qualquer pessoa que exerça atividade é obrigada a contribuir. Todas as demais pessoas que exercem atividade fora da situação de estatutário submetem-se ao RGPS.
RGPS – demais trabalhadores. Inclusive dentro da administração. Ex. Ministro de Estado. A contribuição dele é para o regime geral, porque ele tem cargo em comissão. Assim como o trabalhador de empresa, pessoa que trabalha por conta própria e recolhe por iniciativaprópria (manicure, dentista, advogado) – todos recolhem para o regime geral, administrado pela autarquia federal INSS. 
Existe uma forma de contribuir para o regime geral sem ser trabalhador. Tratam-se dos segurados facultativos. Podem participar do regime geral mesmo sem exercer atividade remunerada. 
A característica destes dois regimes é que eles têm caráter obrigatório de filiação e de contribuição. 
A filiação e de contribuição não são meros atos de vontade da pessoa. Decorrem da lei por força do caráter obrigatório.
Filiação é vinculo.
No regime próprio o caráter obrigatório aparece mais nitidamente. Porque a pessoa ingressa na administração pública – ela tem regime: federal, estadual ou municipal. A União tem regime próprio para os seus servidores, assim como o Estado tem o seu e os municípios têm os seus. Quando o município não tem regime próprio a contribuição é revertida para o regime geral. Raramente não tem. A maior parte tem regime próprio. Se é servidor público, é lógico que está filiado. Não tem opção de não pagar. Já recebe a remuneração descontada a contribuição social para aquele regime.
No regime geral é possível a pessoa não contribuir. Ex. Autônomo. Advogado. Sabe que é obrigado a contribuir para a previdência porque exerce atividade, mas não contribui. A filiação decorre do exercício da atividade. Decorre da lei. Se não está recolhendo está em situação irregular. É devedor. No regime geral, no caso do empregado não tem como não pagar, mas no caso do autônomo se ele não o quiser ele não paga e a previdência não tem como fiscalizar. Existe a possibilidade de não cumprir a obrigação ainda que ela seja de caráter obrigatório. Esta é a característica destes dois regimes.
O terceiro regime é o regime FACULTATIVO COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Trata-se de previdência privada que nada mais é do que uma forma da pessoa fazer um investimento financeiro. Investir para segurança futura. Corre o risco de mais tarde o banco quebrar e ela ficar sem nenhum recurso. Art. 9º da lei 8.213/91. A legislação não menciona o regime próprio porque este tem lei própria.
O regime FACULTATIVO COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ele e divide em dois segmentos. A previdência privada pode ser:
Aberta (investimento financeiro que qualquer um pode fazer no banco) – é fiscalizada pela SUSEP, ou 
Fechada (é especifica de alguns grupos que possui um plano de previdência complementar para os seus funcionários. Ex. PREVI, do Banco do Brasil). Esta previdência complementar fechada é controlada, fiscalizada pela Secretaria da previdência complementar do Ministério da previdência social.
No RGPS tem que estudar os beneficiários. Pessoas que podem ser contempladas com as prestações da previdência.
Beneficiários do RGPS – dividem-se em:
Segurados – são pessoas físicas que mantém vínculo com a previdência social. 
Dependentes – são pessoas que em razão do vínculo familiar, relação familiar, dependem economicamente do segurado. 
Mas a realidade não é bem de dependência econômica. Ex. Marido e mulher, cada um pode ter o seu ótimo salário, na vida quotidiana um não depende do outro. Mas para o legislador, no momento em que um falece o outro faz jus a pensão por morte. A base dessa dependência econômica vem de 1960 quando a mulher era nitidamente dependente do marido. Após a CF o marido também pode buscar o benefício como dependente da mulher.
Toda pessoa que contribui é segurado? NÃO. Pois a pessoa jurídica contribui e não pode ser contemplada com beneficio. Para ser segurado tem que ser pessoa física.
O vínculo é a filiação. A filiação é um vínculo que se estabelece entre o segurado e a previdência do qual decorrem direitos (tanto para a previdência – de receber as contribuições – quanto para o segurado – de receber os benefícios e serviços) e obrigações (tanto para a previdência – de prestar benefícios e serviços– quanto para o segurado – de pagar as contribuições).
Este vínculo de filiação pode decorrer em função de três hipóteses, três critérios diferentes:
A hipótese mais comum de se estar vinculado a previdência, é pela contribuição. Quando contribui para a previdência é segurado.
Toda pessoa que está em gozo de benefício da previdência é segurado. Esta pessoa está mantendo o vínculo com a previdência. Mas uma pessoa pode estar, nem pagando nem recebendo benefício e mantendo o vínculo. É o denominado “período de graça”. O segurado para de pagar e continua segurado. A pessoa para de receber o benefício e não volta a pagar e continua segurado. Mas isso tem um período. A previdência é um seguro público. 
O seguro privado – carro, saúde – no momento em que parar de pagar o bem jurídico perde a proteção. No caso da previdência, no momento que para de pagar, o bem jurídico – que é o risco social – ainda está protegido. Neste período que a legislação traz uma variação (de 03 a 36 meses) – a pessoa pode ficar vinculada a previdência sem pagar nada. Mantém a qualidade de segurada – por isso chama-se “período de graça”. Uma pessoa que não esteja contribuindo, mas esteja dentro do “período de graça”, e venha a falecer, a família recebe pensão por morte. Se o segurado mantém vínculo, o dependente também está na qualidade de beneficiário.
Portanto, a filiação é vínculo e não se confunde com o instituto da “inscrição”.
A inscrição do segurado nada mais é do que um ato através do qual se faz o cadastro na previdência social. Tal como RG, CPF. É o chamado nº de identificação do trabalhador – NIT. Se o trabalhador é empregado o nº dele é dado através do seu PIS (obrigação da empresa). Se não for empregado o nº é dado por NIT. Isto é, o NIT é para quem não tem PIS. Mesmo desempregado a pessoa ex-empregada pode contribuir com o nº do PIS, porque ela já está cadastrada. Já está inscrita, identificada. Não tem necessidade de ser novamente identificada. A recíproca não é verdadeira. A CEF e a previdência falam línguas diferentes. A CEF não entende o NIT como PIS. Embora ambos tenham 11 dígitos. Burocracia.
Ex. Estudante, já recolhendo a contribuição para contar para aposentadoria. Facultativo. Se arranjar emprego, mesmo já estando contribuindo, na empresa terá que fazer nova identificação, pois a CEF não aceita inscrição que não seja o PIS. Logo, este estudante terá duas inscrições na previdência.
NIT – decorre do exercício da atividade.
Quando uma pessoa não se enquadra como obrigatório, se ela quiser – por vontade própria, porque a lei não obriga – se inscreve na previdência e passa a contribuir e é chamada de facultativa.
O segurado da previdência ou ele é:
Obrigatório – quando exerce atividade remunerada.
Facultativo – não se enquadra como obrigatório.
Detalhe em relação a filiação de obrigatório e facultativo:
Enquanto para o obrigatório a filiação é automática – decorre da lei.
Para o facultativo a filiação é ato volitivo. A pessoa contribui se quiser. Mas para contribuir precisa identificar-se. Fazer o seu cadastro = inscrição. Ex. Dona de casa, estudante e o desempregado.
Quando a legislação fala em presidiário que não exerce atividade que contribui, sindico de condomínio que não recebe remuneração, membro de conselho tutelar que não tenha remuneração, são situações que se encaixam na figura do segurado facultativo – que é aquele que não se enquadra como obrigatório.
Para que uma pessoa se inscreva como facultativo não precisa declinar da sua condição de dona de casa, etc. hoje se faz a inscrição pela internet, no previ fone – 135 da previdência. É o cadastro. A pessoa que fez a inscrição ainda não é segurada. Pois só está inscrita, não pagou nada para a previdência. Ainda não é filiada. Só será filiada após o 1º pagamento.
Enquanto para o segurado obrigatório a filiação é automática, para o facultativo não vai existir filiação sem inscrição e a filiação do facultativo só ocorre após a inscrição formalizada com o 1º recolhimento. 
Ex. Morreu o pai do bebê. Este bebê deverá ser inscrito na previdência. Vai tirar o CPF e RG do bebê, porque sem NIT ninguém retira beneficio. Todos tem queser identificados na previdência. Inclusive quem advoga contra a previdência.
O diretor não empregado ele é eleito pela assembleia de acionistas.
Aula 4 .
Como se desenvolve a categoria dos segurados obrigatórios? A categoria dos facultativos, nem existe.
Beneficiários:
Os segurados obrigatórios são as pessoas físicas que exercem atividade remunerada. Toda pessoa quando exerce atividade remunerada se enquadra em uma das categorias abaixo:
Empregado – pessoas que exerce atividade em caráter não eventual em uma ou mais empresas, com vinculo, mediante subordinação e remuneração, inclusive na condição de diretor empregado, ela tem na previdência a qualificação de empregado. 
A legislação previdenciária não tem o mesmo conceito de empregado da CLT. Lei 8213/91, art. 11 e decreto 3048/99, art. 9º. Estes dispositivos tratam dos segurados obrigatórios. O decreto traz situação mais ampla que a legislação.
Dica!
Existem palavras que são fáceis de trocar. Muitas vezes são as mesmas trocas – pegadinha. Cuidado com as palavras:
“Salvo, exceto e inclusive”.
Ex. “Inclusive” como diretor empregado. O diretor é contratado pela empresa, sem vinculo empregatício. Ex. Diretor de SA. diretor empregado porque tem características de relação de emprego.
Art. 9º, parágrafo 2º do Decreto (§ 2º  Considera-se diretor empregado aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção das sociedades anônimas, mantendo as características inerentes à relação de emprego e § 3º  Considera-se diretor não empregado aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja eleito, por assembléia geral dos acionistas, para cargo de direção das sociedades anônimas, não mantendo as características inerentes à relação de emprego).
Diretor empregado é contratado ou promovido. Ele tem características inerentes à relação de emprego. Não que ele seja empregado para fins trabalhistas, e sim para fins previdenciários.
Segurados:
Empregado é pessoa que presta serviços para uma pessoa jurídica ou pessoa física equiparada a jurídica. Ex. Advogado em relação à sua secretária. Este profissional liberal em relação a esta secretária é equiparado a empresa para fins de previdência. 
Como fará esta pessoa física, para ser identificada como empresa perante a previdência, com a secretária, se ela não tem CNPF? Fará inscrição? Não! Inscrição é para segurado.
Terão que recolher a contribuição social decorrente da relação de emprego. Terá que fazer a inscrição perante a receita federal. É o cadastro específico de um individual. É uma matrícula. Não é inscrição porque esta é para o segurado. Todo aquele que estiver sujeito a inscrição no CNPJ automaticamente já está matriculado na previdência social. Todo aquele que contrata mão de obra e não está sujeito a inscrição no CNPJ terá que se matricular na Receita Federal para obter uma matricula especifica com um número equiparado a empresa para recolher.
O trabalho do empregado se desenvolve em âmbito empresarial, só não se desenvolve em âmbito de residência. O empregado pode ser inclusive aquele designado para cargo em comissão. Ex. Min. Guido Mantega. É empregado para fins previdenciários. Não para fins trabalhistas. A União é obrigada a reter a contribuição previdenciária do que paga para o Min. para fins de remuneração e repassar para a previdência juntamente com a quota patronal da União. Esta é a empregadora. É a tomadora dos serviços.
Quem é empregado?
Quem é contribuinte individual?
Quem é trabalhador avulso?
Aquele que trabalha no âmbito residencial entra na categoria de empregado doméstico. 
Empregado doméstico: É aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família no âmbito residencial em uma atividade sem fins lucrativos e mediante remuneração.
Prestar serviço de natureza contínua significa que o empregado doméstico vai prestar serviços naqueles dias determinados. Seja de 2ª a sábado, seja de domingo a sábado. Não importa o dia da folga nem a jornada. Para fins previdenciários, o que importa é o contrato de trabalho estabelecido.
Se for a diarista que vai, p.ex., duas vezes na semana – para o direito do trabalho está definitivamente decidido que a pessoa que trabalha no âmbito residencial até duas vezes por semana se enquadra como contribuinte individual. A partir de três vezes na semana é empregado – contribuinte obrigatório.
Empregado doméstico presta serviços de natureza contínua. Mediante remuneração. A pessoa ou família (para uma única pessoa ou para o grupo familiar – ex. enfermeira particular, cozinheira – respectivamente). Se a atividade não gera lucro para o empregador, o empregado é domestico. A doméstica que ajuda a dona de casa a fazer quitutes para ajudar o marido no orçamento familiar – a empregada doméstica tem mais de um vínculo. É empregada doméstica da dona de casa enquanto estiver a realizar os afazeres domésticos. A dona de casa desenvolve atividade laborativa de quituteira – é empresária – e a empregada é doméstica e empregada. Tem que recolher de duas atividades. A dona de casa é segurada obrigatória em razão da atividade de quituteira. Tem que registrar a carteira da empregada – ela como dona de casa empregadora doméstica e depois como microempresária. Pois a empregada tem duas atividades diferentes: doméstica e auxiliar de quituteira.
Diferenças entre empregado e empregado doméstico:
	
	Empregado
	Empregado doméstico
	Em relação ao empregador
	O empregador é pessoa jurídica ou pessoa física equiparada a jurídica.
	O empregador é pessoa ou família.
	O âmbito do trabalho
	O âmbito é sempre empresarial (indústria, comércio, prestação de serviços, etc).
	Âmbito residencial.
	A finalidade
	Gerar lucro para o empregador.
	Jamais a finalidade é gerar lucro para o empregador.
Em uma terceira categoria de contribuintes, o segurado pode ser contribuinte individual.
3. Contribuinte individual – todas as hipóteses enquadram-se sempre na questão de uma prestação de serviço eventual. É a pessoa que trabalha por conta própria, seja para pessoa física ou jurídica. Trabalhador que não se confunde com o avulso.
4. Trabalhador avulso – exerce uma atividade (em uma ou mais empresas) com intermediação obrigatória do sindicato da categoria – Ex. OGMO. Tem todos os direitos do empregado e só difere deste na questão do vínculo. Salário, férias, 13º, FGTS. Mas não tem vínculo. Exatamente por isso é avulso – sem vínculo empregatício. 
As contribuições do avulso são todas vertidas pelo OGMO. A empresa contrata trabalhador – Ex. guindasteiro – e quando encerra a atividade o contratante entrega no OGMO a remuneração com todos os direitos trabalhistas, inclusive a contribuição patronal da empresa. O OGMO já retém a remuneração do avulso, soma com a da empresa e repassa para a previdência. Porque a fiscalização é feita no OGMO. 
Obs. 
Empregado e trabalhador avulso são trabalhadores que só trabalham em empresa.
Importante:
Estes dois segurados só trabalham em empresa
São os únicos segurados que podem receber todos os benefícios da previdência. O principio da seletividade aqui se enquadra em todas as hipóteses.
Diferentemente do empregado doméstico, contribuinte individual que não tem direito, p.ex., a aposentadoria especial.
5. Segurado especial – em julho de 2008 – alteração na legislação. A rigor o segurado especial é o pequeno produtor rural e o pequeno pescador artesanal e seu grupo familiar – cônjuge (marido ou mulher), companheiro ou companheira (não importa se do mesmo sexo ou não) e filhos e equiparados a filhos acima de 16 anos.
Ex. O filho do produtor rural casou e trouxe a nora para morar em casa – perante a previdência não é segurada do grupo familiar. Não está na lei. O grupo familiar é apenas o que a lei diz.
Obs. Equiparado a filho é o menor sob tutela e o enteado.
Pode até ter empregado, mão de obra contratada, mas desde que não pague mais de 120 dias de salário ao ano. Para ter empregado e estar na categoria de segurado especial– pequeno produtor rural – “Não poderá pagar mais de 120 dias de salário por ano”. A lei permitiu (11.718/08) porque existem situações sazonais em que é necessária a contratação de mão de obra extra. Ex. colheita. Excepcionalidade da situação. A li considerou que 120 dias são suficientes. Não é necessário que os 120 dias sejam consecutivos.
No caso do pescador artesanal não existe a exigência que existe para o produtor que é morar em aglomerado rural ou na própria propriedade ou em local próximo e não poder explorar atividade em área que ultrapasse a 04 módulos fiscais. 
Obs. Módulo rural (INCRA) é diferente de módulo fiscal. O módulo fiscal quem define é o município. O módulo fiscal tem variação. O menor módulo fiscal no Brasil tem seis hectares e o maior tem 104 hectares. 
Se ele explorar atividade até quatro módulos fiscais estará enquadrado como pequeno produtor segurado especial – para fins de previdência social. 
Se ele explorar área maior que quatro módulos fiscais, ou se ele não morar na região ou se ele pagar mais de 120 dias de salário de empregado por ano – ele perde a condição de pequeno produtor rural e assume a condição de contribuinte individual – produtor rural pessoa física. Este caso não se aplica ao pescador artesanal – não tem como limitar.
Segurado facultativo – tem que ter idade de 16 anos porque é ato volitivo.
Beneficiários – DEPENDENTES:
A doutrina diz que dependente é quem depende do segurado. Mas não é a realidade.
O legislador classificou pessoas como dependentes em razão do vínculo familiar. São classes:
1ª classe de dependentes:
Cônjuge e o ex com pensão alimentícia.
Companheiro (a)
Filhos e equiparados:
De qualquer condição 
Menor de 21 anos 
Não emancipado
Maior de 21 anos inválido
2ª classe de dependentes = os Pais 
3ª classe de dependentes = Irmãos:
De qualquer condição;
Menor de 21 anos;
Não emancipado
Maior de 21 anos, inválido.
São apenas estes!!! Somente, taxativamente!!!
Regras:
Critério de preferência – Havendo dependentes na 1ª classe os dependentes das demais estão automaticamente excluídos.
Critério do rateio: dependentes de uma mesma classe concorrem entre si. Em igualdade de condições. Significa que o beneficio é rateado em partes iguais. E se um dos dependentes perder a qualidade a sua quota é revertida em favor dos demais, pois o beneficio é um só. 
Para os dependentes da 1ª classe a dependência econômica é presumida. Para as demais classes a dependência deverá ser comprovada.
Na 1ª classe – cônjuge – enquanto casados tem essa condição. Se um morre o outro é pensionista. Se na separação constou pensão alimentícia o alimentado – é o dependente. Se o alimentante morre o alimentado comprovando que é ex-cônjuge que recebia pensão o INSS paga o benefício.
Súmula do STJ – mesmo não havendo pensão fixada em juízo, se houver comprovação de que o cônjuge custeava as despesas do outro, e morreu, o custeado comprovando a dependência faz jus ao beneficio. Nem que ele seja casado com outro – elas irão ratear o beneficio. Também não importa se ele tem filhos. Todos tem direito, desde que estejam na 1ª classe.
Se o morto também sustentava a mãe, esta no terá direito algum. Esta completamente fora porque a 1ª classe já foi preenchida. Se a mulher que recebe a pensão morrer, a pensão não passa para a mãe. Uma vez excluída estará sempre excluída.
A única forma da mãe do sujeito receber, havendo a mulher é se a mulher renunciar expressamente.
Companheiro (a) tem que comprovar, pelo menos três provas diferentes. A lei traz o rol de provas. Art. 22, parágrafo 3º. Decreto 3048. Pode ser até do mesmo sexo.
Filhos e equiparados – menor sob tutela e enteado. Conforme uma ACP – também tem direito o menor sob guarda. Nessa hipótese o Neto sob guarda do avô – se este falece o neto recebe pensão. 
Quando se fala de qualquer condição não importa se o filho é biológico, se é solteiro. Até se for casado, em algumas hipóteses ele tem direito – desde que tenha menos de 21 anos. não interessa se está fazendo faculdade na legislação do regime geral, completou 21 anos está excluído. Em alguns regimes próprios ultrapassa os 21 anos até 24 anos – se estiver fazendo faculdade. Mas no RGPS não é possível. Nem com ação judicial, pois o juiz não pode mandar continuar o pagamento do beneficio se a lei não prevê. Contraria a lei.
 Não emancipado – antes dos 18 anos a pessoa se emancipou. Emancipação – mecanismo criado em 1995 para conceder menos beneficio. A emancipação é a antecipação da maioridade. Ex. se o filho casar com 19 anos – no CC antigo estava emancipado e se o apai morria ele não recebia pensão.
Hoje a situação é tão intrigante que – se por ex. o pai tem dois filhos solteiros: um com 17 e outro com 19 anos. O pai morre. Os dois recebem pensão até 21 anos se não forem inválidos. Outro exemplo: o pai tem dois filhos: um de 17 e outro de 19 anos. se casaram no mesmo dia. O de 17 anos se emancipou. O de 19 já era maior. O pai morre. O de 19, mesmo casado recebe pensão. Porque já era maior e não se emancipou. O de 17 não recebe porque se emancipou. E a figura da lei. O fato de ser emancipado não tem nada a ver com o estatuto do CC.
Maior de 21 anos só na condição de inválido, constatada a invalidez n perícia medica do INSS. Se ele se emancipar, mesmo sendo inválido ele perde o beneficio. 
Os pais – pai e mãe. Não inclui madrasta, padrasto... Nada mais do que pai e mãe. É a lei.
Irmãos – qualquer irmão. Germano, unilateral, adotivo, não importa. São as mesmas regras. Menores de 21 anos ou inválidos. A invalidez tem que ocorrer na data do fato gerador do beneficio que é a data do óbito. Não é o segurado morreu e depois o dependente ficou inválido. Se na data do óbito o dependente é maior de 21 anos e inválido ele tem direito ao beneficio. E ainda, esta invalidez tem que ser declarada pelo INSS, pois este dependente precisa passar primeiro por essa avaliação para se constatar que ele é insuscetível de readaptação.
Cont..
Aula 5
Manutenção e perda da qualidade de segurado
Segurado obrigatório – exerce atividade remunerada (com exceção do segurado especial que exerce atividade para própria subsistência – precisa provar o exercício dessa atividade e não necessariamente comprovar contribuição para fins de beneficio beneficiário exerce atividade, mas não especificamente remunerada).
Segurado facultativo – não se enquadra como voluntário e se inscreve no RGPS para fins de obtenção de benefícios. Preenchendo os requisitos da lei poderá obter aposentadoria, etc. São todos os que a legislação permitir porque a pessoa se enquadra na situação da lei.
A questão da qualidade de segurado está intimamente ligada ao vínculo. Até quando se mantém este vínculo?
Este vínculo é mantido:
Ou porque o segurado está contribuindo,
Ou porque está usufruindo no gozo de beneficio,
Ou porque nem uma coisa nem outra – ele está no chamado período de graça (tem variação de 03 a 36 meses – período de manutenção e de perda).
É mantida a qualidade de segurado:
	Por até três (03) meses 
	Após a cessação do serviço militar (obrigatório) – do conscrito. Enquanto ele estiver servindo à pátria ele não pode exercer atividade e isso faz com que ele não possa recolher uma contribuição social. É justo que o legislador conte este período como tempo para sua aposentadoria. Mas neste período ele não contribuiu para o INSS porque não exerceu atividade do regime geral. Quando ele deixar de servir é a previdência que vai dar proteção a ele. Enquanto ele esta servindo a pátria o sistema militar o está protegendo. Nesses três meses após a cessação se ele vier a falecer a família dele terá direito a pensão por morte. Nestes três meses, qualquer que seja o dia ele está mantendo a condição de segurado, se cair e quebrar o pé ele poderá pleitear beneficio perante o INSS. Ele nunca pagou o INSS, mas quando teve cessado o serviço militar passa à qualidade de segurado por três meses. Mantém a qualidade “de graça”. Após, não tendo mais vinculo, perde a qualidade.
	Por até seis (06 meses)Após a cessação da contribuição do facultativo. Segurado facultativo – ex. dona de casa. Se nos seis meses ela cai e quebra o pé, pode receber o auxilio doença. Se morrer o marido recebe pensão por morte. No sétimo mês ele terá que pagar, senão perde a qualidade de segurada. Durante seis meses não precisa pagar – mantém o vinculo de graça.
Cabe observar que – é lógico – se não está contribuindo, este período de graça não conta para a aposentadoria. É só uma proteção social para fins de recebimento de benefícios.
	Por até (doze) 12 meses
	Após:
A cessação do benefício por incapacidade.
A cessação das contribuições do segurado obrigatório.
A cessação da segregação compulsória e
O livramento do segurado detido ou recluso.
Beneficio por incapacidade – são auxilio doença, aposentadoria por invalidez, auxilio acidente (só cessa com morte ou com a aposentadoria). A cessação a que o legislador se refere é o auxílio doença e a aposentadoria por invalidez. Auxílio doença é um benefício concedido em razão de uma incapacidade temporária por mais de 15 dias consecutivos. Se a incapacidade for permanente o beneficio concedido é a aposentadoria por invalidez. Se o segurado se recuperou da invalidez – ainda que parcial – mas que o segurado pode exercer uma atividade, o benefício da aposentadoria por invalidez também pode cessar. Cessado o auxilio doença ou a aposentadoria por invalidez, se a pessoa não voltar a pagar – nos 12 meses seguintes ela continua segurada, tanto que nesse período de 12 meses se ela ficar novamente incapacitada, ela fará jus ao benefício. Se ela vier a falecer, a família faz jus à pensão por morte. Período de graça – não contribui, mas usufrui dos benefícios, caso ocorra o risco social.
Cessação das contribuições do segurado obrigatório – porque quando cessa a contribuição do facultativo ele tem seis meses apenas de período de graça. Se vier contribuindo como obrigatório ele ficará 12 meses sem pagar. A cessação da contribuição do obrigatório não cessa apenas porque o empregado foi demitido. Poderá ocorrer a cessação em razão de uma licença, p.ex. licenciado ou suspenso. Ex. Dentista parou de pagar – cessou a contribuição e tem 12 meses para manter a qualidade.
Após a cessação da segregação compulsória – difícil de ocorrer. Segregar é isolar. Ex. Por força de algumas doenças a pessoa é obrigada a ficar em isolamento. Não significa que esteja incapacitada. Se a pessoa estiver incapacitada, auxílio doença. Mas, caso contrário, ela poderá trabalhar, no entanto, não dá certo porque pode haver o contágio. Ex. Tuberculose ativa. Hanseníase.
Pelo livramento do segurado detido ou recluso – se o segurado foi preso, a família tem direito ao auxílio reclusão, mas este benefício é da família e não do segurado. Nem toda a pessoa que vai presa, é bandida. Pode ser que cometa uma infração penal porque aconteceu... e a pessoa foi presa. Ex. Sogra matou o genro. Mesmo que seja homicídio culposo, vai ser presa. 
Não se pode tirar da pessoa que foi presa a qualidade de segurada. Se não for segurada como seus dependentes receberão o beneficio. Não cessa a qualidade em 12 meses. A situação é apenas suspensa. O legislador claramente disse que a qualidade de segurado é mantida até 12 meses APÓS O LIVRAMENTO. Se ele perder a qualidade de segurado em 12 meses, como é que ele vai tê-la mantida após o livramento? Algumas pessoas dizem bobagem porque viajam...
Ele foi preso na condição de segurado. A pessoa tem direito a obtenção do beneficio. Enquanto ele estiver preso não há que falar em perda da qualidade de segurado. Quando ele sai da prisão ele tem 12 meses para se reintegrar no mercado de trabalho. Por isso que o legislador deu 12 meses para ele se reintegrar e apenas 03 meses para o conscrito. Porque este indivíduo é jovem e tem mais facilidade de conseguir emprego, enquanto esse tem o estigma de ex-presidiário e será difícil reintegrar-se no mercado de trabalho, razão pela qual a previdência lhe dá mais tempo. O direito é social. Se ele não contribuir depois de 12 meses após o livramento, ele perde a qualidade de segurado.
	Sem limite de prazo
	A qualidade de segurado é mantida sem limite de prazo para quem estiver em gozo de benefício. Se estiver recebendo uma aposentadoria vai receber até morrer. 
Na PQS – perda da qualidade de segurado (sigla oficial) é isso que tem que memorizar.
O período de graça – variação de 03 a 36 meses. 
Em que hipótese o período de graça pode aumentar? É o seguinte: A previdência social tem carinho com cliente antigo – aquele que contribui há muito tempo. Nessas duas situações, quando cessar o beneficio pro incapacidade, ou quando cessar a contribuição do segurado obrigatório, a previdência levará em conta o número de contribuições que a pessoa tem – para deixar nesse período de 12 meses ou aumentar o período de graça.
Como isso acontece?
Se a pessoa que cessou o beneficio por incapacidade ou o obrigatório que cessou a contribuição:
Se tiver até 120 contribuições sem perder a qualidade de segurado (pode até haver interrupção), o prazo de manutenção da qualidade é de 12 meses.
Se já é cliente antigo – tem mais de 120 contribuições sem perder a qualidade de segurado a previdência dobra o período de graça dele – vai para 24 meses.
Obs. os demais – facultativo (06 meses), preso, segregação compulsória – podem ter o número de contribuições que tiver, nunca vai mudar. É o período de graça da tabela e pronto! Somente nas duas hipóteses pode mudar. Porque se leva em conta o número de contribuições. Basta ter 121 contribuições para dobrar. 
Período de graça é de proteção social para situações emergenciais que não conta para a aposentadoria – é contada apenas para os benefícios. Para se aposentar bastam 180 contribuições.
Se o segurado completou 180 contribuições e ainda não tem idade para se aposentar, não precisa contribuir mais. Basta esperar para se aposentar. A não ser que ele queira contribuir para usar o fator previdenciário.
Se o segurado estiver desempregado, porém este desemprego comprovado. Esta comprovação é feita no TEM. Comprova no ultimo mês da qualidade de segurado. Se pessoa tem até 120 contribuições tem 12 meses. Se comprovar o desemprego ganha mais 12 e vai para 24. Se o empregado tiver mais de 120 contribuições o período de graça dele é de 24 meses. Se no ultimo mês do período de graça ele comprovar o desemprego, ele ganhará mais 12 meses e o período de graça vai para 36 meses – aumentar o período por força do desemprego requer comprovação.
Detalhe – se uma pessoa faleceu depois de haver perdido a qualidade de segurado. O dependente vai requerer a pensão por morte. É negado por não haver a qualidade de segurado. Em não havendo essa qualidade de segurado, o seu dependente não é mais considerado beneficiário. Mas se o segurado na data do óbito tivesse preenchido os requisitos necessários para a obtenção da aposentadoria e apenas não o requereu, mas tinha direito adquirido e perdeu a qualidade com direito adquirido, o dependente pode exercer o direito de dependente. Não será concedido beneficio de pensão por morte ou de auxilio reclusão se o segurado não tiver vinculo com a previdência, não tiver a qualidade de segurado, exceto no caso de direito adquirido. 
Efeito de perder a qualdiade de segurado – a lei diz que a perda da qualdiade de segurado importa na caducidade dos dieitos inerentes a essa qualidade. Perdeu a qualidade de segurado, perdeu os direitos de segurado. Não pode mais buscar junto à previdência social os benefícios. Com a medida provisória 83 de 12/2002 – em que a qualidade de segurado deixou de ser relevante na obtenção dos benefícios de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e aposentadoria especial. Para estes três benefícios, não importa se o segurado tem qualidade ou não, ele faz jus aos benefícios se tiver preenchido os requisitos da lei.
Uma situação muito comum – desconhecida pelas mulheres – mulheres que trabalhavam, casavam e deixavam o emprego. Não contribuíam mais para a previdênciae perdiam a qualidade. O que fazer com as contribuições realizadas? A pessoa pode perder a qualidade, mas não perde as contribuições que verteu para a previdência. Se aquela mulher tiver um número suficiente de contribuições – 180 – ela poderá se aposentar, mesmo não estando mais contribuindo e não tenha a qualidade de segurada há muito. Ex. Trabalhou 15 anos em uma fábrica e depois deixou o trabalho, casou e foi cuidar dos filhos. Hoje ela tem 60 anos. Ela pode requerer o beneficio previdenciário de aposentadoria, pois para este beneficio não se exige qualidade de segurado. Medida provisória 83 – convertida na lei 10.666/03.
Segurado facultativo – para manter a qualidade são seis meses. Quando ele se inscreve, só adquire qualidade de segurado quando recolhe a 1ª contribuição social. Até então ele era apenas inscrito. 
Supondo que o segurado fez sua inscrição hoje como segurado facultativo. Ele não pode pretender recolher as contribuições sociais do ano que passou. Uma pessoa que tenha sido demitida há seis meses e não tenha feito nenhum recolhimento e decida inscrever-se como facultativo. Não poderá recolher dos seis meses passados que deixou de recolher. Porque não tinha inscrição como facultativo. 
Para recolher contribuição retroativa só se a pessoa comprovar o exercício de uma atividade e exercício de atividade é no caso segurado obrigatório. 
O segurado facultativo quando se inscreve ele recolhe a 1ª contribuição e passa a recolher contribuições a partir daquele momento. Se ele efetuar recolhimento em período anterior a sua inscrição estes recolhimentos não serão considerados. Se ele não estava inscrito nos meses anteriores como ele poderia recolher? 
Só existe uma hipótese de o segurado facultativo recolher contribuição em atraso. Ex. da dona de casa que o marido perdeu o emprego e parou de pagar a contribuição dela. Parou de pagar por seis meses. No sétimo mês voltou a pagar. Pode pagar os seis meses anteriores. Porque ela era já contribuinte na condição de facultativa. É vedado por lei o recolhimento de contribuições retroativas à inscrição. 
Em regra, não pode recolher contribuições anteriores – A não ser no caso de segurado obrigatório. Porque este exerce atividade. Se ele exerceu atividade e ele não estava inscrito, mas ele já era obrigado porque a filiação decorre da lei. Ele já era devedor, só estava irregular. Ex. Advogada que exercia atividade e não pagava a previdência. Estava filiado, mas não estava inscrito. Ele já era devedor. 
O facultativo quando se inscreve ele não pode recolher contribuições anteriores, porque ele não tinha inscrição anterior como facultativo, por isso não pode retroagir. Podia até ter inscrição como obrigatório.
A única hipótese em que o segurado facultativo pode recolher as contribuições anteriores é nos seis meses que ele deixou de recolher as contribuições como facultativo, mas manteve a qualidade de segurado.
 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
        Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
        I - universalidade da cobertura e do atendimento;
        II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
        III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
        IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
        V - eqüidade na forma de participação no custeio;
        VI - diversidade da base de financiamento;
        VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
Cont...
Aula 6
Carência dos benefícios da previdência – prestações e número de contribuições que se exige na concessão de cada um dos benefícios:
Aula 12
Contribuições sociais. Receitas da seguridade social
Seguridade social – art. 194, CF – três segmentos distintos.
Custeio geral – receitas que vão garantir as ações nas áreas da saúde, assistência e previdência social.
Princípios da seguridade social – relativos a custeio. 
Art. 194, parágrafo único, CF.
V – equidade na forma de participação no custeio. 
VI – diversidade da base de financiamento.
Equidade da forma de participação no custeio. Equidade significa critério justo. A forma de participar do custeio tem que ser a forma mais justa possível porque ela leva em conta a capacidade contributiva de cada um dos segurados, de cada contribuinte.
A diversidade da base de financiamento tem razão porque as receitas da seguridade social não podiam ser focadas numa mesma fonte. Elas não podiam vir de uma mesma fonte de recursos. Caso essa fonte deixe de arrecadar recursos, existem outras fontes. O sistema de financiamento da seguridade é diversificado. Art. 194 e 195 da CF. 
      Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei (lei 8.212/91), mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
        I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:  
        a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; Mão de obra que é o fato gerador da obrigação.
        b) a receita ou o faturamento;  
        c) o lucro; 
        II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;  
        III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
        IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.  
 § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
        § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,      assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
        § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
        § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
        § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
        § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
        § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
        § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
        § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas,em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.  
        § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.  
        § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.  
        § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
        § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.
União, estados DF e Municípios participam do custeio da seguridade – financiada por toda sociedade da forma direta e indireta. Se a seguridade social é composta de três áreas cujas ações são de iniciativa dos poderes públicos isso é corroborado no art. 195 – a União, os Estados, DF e Municípios participam do custeio da seguridade social através dos recursos que são fixados na lei orçamentária anual. A sociedade participa de forma direta ou indireta.
O art. 195 alem de mencionar os recursos públicos acrescenta – “e das seguintes CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS” (não são exclusivas da sociedade, pois o poder público na condição de empresa tem que verter recursos para a seguridade social):
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
Folha de salários e demais rendimentos;
Receita ou faturamento;
Lucro.
II – do trabalhador e demais segurados da previdencia social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
Divisão das contribuições sociais:
Contribuições previdenciárias e
Contribuições securitárias.
A contribuição social é arrecadada, cobrada, normatizada, fiscalizada pela secretaria da receita federal do Brasil. Tem a competência – desde 2007 – para em nome da previdência social, cobrar, arrecadar, fiscalizar as contribuições destinadas a previdência social. Não se paga mais ao INSS. Recolhe-se para a previdência e a arrecadação é feita pela secretaria da receia federal por forçada unificação tributaria. Mas a receita federal não pode dar destinação a esses recursos de contribuições previdenciárias que não seja para o próprio fundo do regime geral. Porque estas contribuições tiveram como fato gerador o exercício de uma atividade. Houve uma mão de obra. Eja com vínculo ou sem vinculo empregatício. Não importa. Todas essas contribuições sociais são arrecadadas pela receita. 
Porém, as contribuições:
Do importador de bens e serviços do exterior, 
Sobre a receita de concursos de prognósticos,
Das empresas e pessoas a ela equiparadas, que incidem sobre receita e faturamento e também sobre lucros.
Todas estas são chamadas de contribuições securitárias. Estas se destinam às três áreas da seguridade social. As contribuições securitárias são aquelas que vão garantir ações, p. ex. de pagamento de amparo social, bolsa família (que vem dos concursos de prognósticos), etc.
As demais contribuições que são:
As contribuições das empresas que incidem sobre salários e demais rendimentos, 
Contribuições sociais do trabalhador e demais seguradas da previdência social.
Estas são chamadas de CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Estas jamais vão para o tesouro nacional. A receita federal apenas administra a arrecadação destas contribuições. Mas elas são todas direcionadas para o fundo do RGPS. E esse fundo é gerido pelo INSS. É quem administra o fundo. 
Os recursos das contribuições sociais previdenciárias que estão no fundo só podem ser utilizados para o pagamento de benefícios de prestação continuada da previdência social. Beneficio que não tem data de encerramento. Ex. aposentadoria, pensão por morte. Jamais pode ser utilizada para pagar amparo social ou serviço social ou serviço de saúde. As receitas da previdência não são desviadas. Na verdade, o rigor na fiscalização é muito grande. Quem fiscaliza o fundo do RGPS é o TCU. O INSS obrigatoriamente presta contas do emprego do dinheiro desse fundo ao RGPS. As contribuições previdenciárias terão como fato gerador a mão de obra – exercício de uma atividade.
ESTUDO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
Conceito de empresa, empregador e entidade equiparada. A CF fala em entidade equiparada, mas a legislação melhorou e fala de pessoa equiparada. Porque o conceito de entidade é complexo.
No direito do trabalho existe diferença entre empresa e empregador. Aqui, neste contexto previdenciário, o empregador citado é o empregador doméstico e também é o tomador de serviço.
Trabalhador é o segurado obrigatório – empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e contribuinte especial.
Demais segurados da previdência social são os facultativos.
Lei 8212 – art. 15. E art. 12 do dec. 3048/99.
Da Empresa e do Empregador Doméstico
Art. 15. Considera-se:
I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional (desconsidera o termo “Fundacional” porque a lei é anterior a EC 20 que mudou);
II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Parágrafo único. Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.
O artigo 15, inciso I – conceito de empresa no foco do direito previdenciário. Exclusivamente para estes fins. Todo aquele que contrata mão de obra assume obrigações previdenciárias. Não que ele esteja sujeito às leis comerciais, empresariais. É apenas para efeito de recolhimento de contribuição. Firma individual ou sociedade, com fins lucrativos ou não. Não importa o aspecto jurídico, ou se é empresa urbana ou rural. O que vai definir se a empresa e urbana ou rural não é a sua localização e sim a atividade que ela explora. É possível que exista uma empresa rural em um perímetro urbano.
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