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Segundo Maria Rita Kehl (2004), nesta sociedade o que se configura determinante para a existência do homem, é sua imagem. Passado por um processo sócio histórico, o homem, com a invenção de tantos recursos visuais se tornou um ser de aparências, no qual a visibilidade dá ao indivíduo o certificado de que o mesmo existe, sendo este proporcionado pela mídia.
Marcondes Filho diz que aparecer, mostrar-se na televisão tornou-se tão importante, pois o mundo real está cada vez mais distante. O contato pessoal, a intimidade com o outro são consideradas coisas do passado, nesta era da internet.
Para Calligaris (2007), “a invisibilidade é mais intolerável do que a prisão”.  Segundo o autor, diferentemente do que o leigo entende por narcisismo, ou seja, o sujeito egoísta que se ama, e adora se ver no espelho, a personalidade narcísica, tem como fator determinante a insegurança. E por isso, o narcisista vive se perguntando se os outros gostam dele, se ele é amado pelos seus familiares, enfim,  ele depende do “ olhar do outro”, para se enxergar. Sendo assim, na visão deste autor, “não estamos vivendo na sociedade do cada um por si, e sim em uma sociedade em que cada um depende do outro”, onde só nos constituímos como sujeitos “SE”, o outro nos reconhece como tal.
Conforme Marcondes (1985), a mídia não é simplesmente uma forma de manipulação das massas e/ou uma forma de explorar o público por meio da sedução das “modinhas” apresentadas nas telas, rádios e internet, mas o que se passa nestes veículos de comunicação vão ao encontro de necessidades reais do público, por exemplo, o fascínio que a mídia exerce nas pessoas através da fantasia (que é confundida com o real, como sugere Augé, 1994: “(...) Não é mais a ficção que imita o real, mas o real que reproduz a ficção”), que é uma via facilitadora de acesso e desejo do consumo.
Isto se dá, pois a necessidade do “ter” e do “possuir”, é uma das principais características da sociedade em que nos encontramos atualmente, em que a partir do momento que o indivíduo se sente seduzido por dado objeto, seja ele qual for, há certa pressão para que este consuma independentemente da sua real necessidade, formando assim uma espécie de necessidade aparente, ou seja, o que um indivíduo consome não é necessariamente o que ele precisaria consumir para sua sobrevivência como ser humano, mas sim, para sobreviver em dado grupo e/ou sociedade (culturalmente falando).
A subjetividade é um aspecto pessoal de cada indivíduo, mas é algo que não pode ser compreendido isoladamente da sociedade na qual o indivíduo esta inserido, para constituir essa subjetividade, o sujeito passa por um processo de compreensão da sociedade, onde é influenciado pela cultura existente nela.
Para Adorno, quando o sujeito sublima seus impulsos ele esta contribuindo para o desenvolvimento da cultura e sociedade, tendo em vista que a consciência individual é que forma a consciência coletiva. Se cada sujeito fizesse o que desejasse, seria impossível viver e conviver em sociedade. Segundo Adorno e Horkeimer, não existe um conceito puro de individuo e de sociedade, já que um não existe sem o outro e ambos os conceitos não podem ser desvinculados.
A cultura em si pode ser classificada como uma relação complexa entre a sociedade, o individuo e as relações humanas. Weber dizia que o homem é um animal amarrado em teias de significados que ele mesmo teceu, a cultura é um exemplo de teia criada pelo homem, ele mesmo  criou e é rodeado por ela.
A noção de identidade, no âmbito psicológico, é um processo continuo de elaboração de um conceito estável de si mesmo como individuo e adoção de um sistema de valores que promove um senso de direção. É um processo no qual se forma a autoimagem, a integração das ideias sobre si e sobre o que os outros pensam de você. Um dos componentes que promove a elaboração da identidade do individuo é o processo de identificação com o outro ou com modelos de referencia. Seu desenvolvimento envolveria busca por autoafirmação, papéis e inserções nas estruturas sociais, formando-se princípios e valores orientadores de conduta, resultando, em geral, numa afirmação pessoal e social, de que se é alguém, e de que se ocupa um lugar no mundo.
Para Ciampa a principal motivação do consumidor é a busca de uma identidade própria, pois consumindo é que adquire uma identidade, a sua forma de interagir com o mundo está ligada a sua auto identidade, como ele se vê e como os outros o veem, realizando uma troca de identidades. A busca pela satisfação, não deixa espaço para a reflexão, o que leva a uma desconstrução, fragmentação do sujeito e uma perda de referências.

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