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Poliana Oliveira – T5 RADIOLOGIA E TC DE TÓRAX PARA ALUNOS DE MEDICINA – AULA 3 Se o pulmão está mais escuro que o normal é em decorrência de duas coisas: ou tem mais ar ou tem menos sangue (oliguemia). Na imagem, raio-X de tórax mostrando área mais escura que o normal do parênquima. ENFISEMAS Há 3 tipos de enfisemas: centrolobular, paraseptal e panlobular. a) Enfisema centrolobular: área preta no centro do lóbulo, devido a acumulo anormal de ar. No inicio da doença a arteríola centrolobular está visível, mas, nas fases mais avançadas não. Esta relacionada ao tabagismo. b) Enfisema paraseptal: enfisema periférico adjacente à pleura. Possui área de até 10 mm. Quando > 10 mm é chamado de bolha subpleural. Relacionado a pneumotórax espontâneo. Diagnóstico diferencial: faveolamento - ambas são lesões aéreas periféricas, mas faveolamento é disposto em paliçada e enfisema é em uma camada só. c) Enfisema panlobular : enfisema difuso que cursa com pobreza de vasos. As áreas enfisematosas são enormes, ocupam todo o órgão, mas não são justapleurais. Dentro da área enfisematosa não se enxerga mais a arteríola centrolobular. Está relacionado à deficiência de alfa 1 antitripsina (doença genética). Na imagem: TC de tórax com múltiplas áreas pretas no parênquima, exemplo de enfisema: Na imagem, exemplo de enfisema centrolobular (pois a arteríola centrolobular está presente) e paraseptal (presença de bolha subpleural): Na imagem, à esquerda: peça anatômica de um pulmão normal. À direita: peça anatômica de enfisema. Definição anatomopat ológica: enfisema é uma dilatação irreversível dos sacos alveolares devido à destruição da elasticidade do alvéolo em expandir e colapsar. ‘’Este torna-se um saco que não murcha e cria-se então um espaço aéreo anormal dentro do pulmão, o ar não faz mais trocas gasosas.’’ Poliana Oliveira – T5 Na imagem, enfisema panlobular: Aprisionamento aéreo focal/enfisema focal Forma-se quando tem obstrução parcial do brônquio. Na inspiração ativa o ar entra, mas na expiração passiva o ar não sai. Causa mais comum: obstrução parcial do brônquio por tumor (tumor endobrônquico - tumor carcinoide. É um tumor de células neuroendócrinas. Não é tão agressivo e tem crescimento lento. Se progredir pode ocasionar obstrução total do brônquio e então se forma uma atelectasia). Outras causas: rolhas de muco e corpo estranho (mais em crianças e paciente psiquiátrico). Aprisionamento aéreo difuso/enfisema difuso Bronquiolite: É a inflamação do bronquíolo, o bronquíolo tem calibre pequeno e quando inflamado a mucosa espessa se acumula e acontece aprisionamento aero também. Como a bronquiolite é um processo difuso do pulmão, tem – se um aprisionamento aéreo múltiplo/difuso. Na imagem, algumas aéreas estão mais pretas porque apesar da bronquiolite acometer todo o pulmão, nem todos os bronquíolos estão espessados da mesma maneira. Alguns apresentam apenas aprisionamento aéreo e outros apresentam atelectasia (pulmão com lesão enfisematosa heterogênea) Na imagem: bronquiolite na CT em inspiração e expiração: A TC primeiramente é feita em inspiração. Depois faz se a TC em expiração: o aprisionamento aéreo fica mais evidente. LESOES CISTICAS Diferença entre cisto e enfisema: Enfisema/aprisionamento: é uma área. Os cistos é uma ‘bola preta’ delimitada que tem parênquima. No cisto a arteríola centrolobular esta na parede porque o cisto não é centrolobular, ele ocupa espaço e empurra a artéria para a borda. Já o enfisema é do próprio alvéolo e não ocupa espaço propriamente dito. Então a arteríola está no centro. Exceto no enfisema paraseptal (porque este é uma Poliana Oliveira – T5 bolha subpleural e embaixo da pleural não tem arteríola centrolobular) e no enfisema panlobular (não se vê porque ele é tão extenso que a arteríola fica apagada e é incorporado pelo processo patológico). Diferença entre cisto e enfisema na patologia: À esquerda cistos (linfangioleiomiomatose). À direita enfisema Na imagem: linfangioleiomiomatose Doença que acomete mais em mulheres, entre 20 e 40 anos. Em homens é rara e está relacionada à esclerose tuberosa. Na linfangioleiomiomatose os cistos são difusos e o parênquima entre um cisto e outro está normal. Na imagem, à esquerda: TC de linfangioleiomiomatose em inspiração. À esquerda: em expiração na qual os cistos ficam mais evidentes Na imagem: à esquerda: Linfangioleiomiomatose clássica (cistos difusos bem definidos com parênquima pulmonar entre os cistos normal). À direita: caso raro de linfangioleiomiomatose, tão extremo que não tem mais parênquima entre os cistos. Diagnóstico difícil pois também lembra um enfisema panlobular. Na imagem: LIP (Pneumonia Instersticial Linfocítica): doença linfoproliferativa mais comum em criança. Está relacionada ao linfoma e Síndrome de Sjögren. É uma patologia Intersticial pulmonar com cistos Poliana Oliveira – T5 Na imagem: Histiocitose de células de langerhans, doença na qual os cistos são bizarros (padrão irregular) e que poupa os seios costofrênicos. Excepcionalmente nessa imagem houve um pneumotórax no pulmão esquerdo Na imagem, Pneumatocele: doença relacionada à pneumonia por infecção principalmente bacteriana. Presença de consolidação parenquimatosa com espaços aéreos anormais no interior BRONQUIECTASIAS Bronquiectasia é a dilatação cística do brônquio. Diferença entre bronquiectasia e cisto: o cisto está dentro do pulmão, enquanto que a bronquiectasia está no brônquio. Na imagem, fibrose cística: Na imagem: ‘’Bolinha preta é a brônquio dilatado. Bolinha branca é a artéria como sinal do anel de sinete’’ Poliana Oliveira – T5 O brônquio está colado a uma artéria, com proporção normal de 1:1, ou seja, o brônquio é do tamanho da artéria. Quando o brônquio é dilatado fica parecido com um anel de sinete/ anel de perola. Então se vê o aro do anel (que é a bronquiectasia) e a artéria que o acompanha (que é a perola do anel). Essa é a apresentação da bronquiectasia em corte transversal. Diferenciar cisto de bronquiectasia: Quando se faz outro corte anatômico, o cisto se apresenta como uma lesão circunferencial/bola. Já a bronquiectasia se apresenta como uma lesão tubular (pois o brônquio é um tubo). Quando é que sei que o brônquio está patológico? À medida que o brônquio prossegue para a periferia, ele tem que perder calibre (ficar mais fino). Porém, se ele mantem o calibre na periferia, é sinal de alguma patológia. Em corte longitudional, a bronquiectasia se apresenta como sinal do trilho de trem pois os trilhos são paralelos e não se afunilam. Imagens de bronquiectasia: Na imagem, Síndrome de Kartagener: doença que por algum defeito genético os cílios perdem a mobilidade e o muco que deveria ser expectorado fica acumulado e gera inflamação crônica que desencadeia uma bronquiectasia. Estigmas/sinais: pneumonia de repetição, infertilidade masculina (flagelo dos espermatozoides pouco moveis), os órgãos internos estão invertidos. Poliana Oliveira – T5 Na imagem, Síndrome de Mounier-Kuhn: bronquiectasias císticas centrais próximas do hilo pulmonar. Há tabémpresença de divertículos na traqueia. Mais rara que a Síndrome de Kartagener.
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