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© Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 1 Físico – Química I EET313 ET1 – ER1 – NANO – (6987) 2015 - 1 Prof. Ericksson Rocha e Almendra almendra@poli.ufrj.br - F201-h - 3938-8505 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 2 O Sentido das Coisas A Segunda Lei da Termodinâmica © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 3 Tocando em Frente Penso que cumprir a vida Seja simplesmente Compreender a marcha E ir tocando em frente Almir SaterAndo devagar Porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 4 Leitura Recomendada ● http://www.bbc.com/earth/story/20150309-why- does-time-only-run-forwards © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 5 A Entropia e a Segunda Lei Primeira Lei: mostra que há uma equivalência entre calor e trabalho. Observar que: ΔU=q+w; ∮ dU=0( para um processo cíclico ) ⇒ q=−w Isso nos indica que é possível converter calor em trabalho em processos cíclicos e que tal trabalho pode ser utilizado fora do nosso sistema, de nossa máquina Segunda Lei: irá mostrar que essa conversão tem limites, que há uma direcionalidade nos processos naturais, espontâneos; e nos permitirá determinar a direção de um processo espontâneo e o estado de equilíbrio de um sistema. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 6 Revisão © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 7 Alguns Ciclos Termodinâmicos Vamos agora estudar as 5 transformações, A-E, abaixo, todas levadas reversivelmente com um gás ideal. Para cada uma vamos calcular: ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 (A ) (D)T1 p p1 p2 VV 1 V 2 (E) T1 T3 (A )→ isoterma ;(B)→adiabática reversível ;(C )e(E)→isocóricas ;(D)→isobárica © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 8 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 (I) Transformação (A): 1 mol gás( p1 ,V 1 ,T 1)=1 mol gás (p2 ,V 2 ,T 1)aT cte ΔU A=0 ΔH A=0 w A=−RT 1 ln V 2 V 1 ; qA=RT 1 ln V 2 V 1 ; ∫ δqT =R ln V 2 V 1 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 9 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 (II) Transformação (B): 1 mol gás (p1 ,V 1 , T 1)=1 mol gás( p3 ,V 2 ,T 2) adiabática , reversível Adiabática ⇒qB=0 Gásideal ⇒ΔU B=CV (T 2−T 1) ΔH B=C p (T 2−T 1) 1a Lei ⇒wB=CV (T 2−T 1) e ∫ δqBT =0 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 10 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 (III) Transformação (C): 1 mol gás (p3 ,V 2 ,T 2)=1 mol gás (p2 ,V 2 , T1) isocórica , reversível V constante ⇒wC=0 Gásideal ⇒ΔUC=CV (T 1−T 2) ΔHC=C p(T 1−T 2) 1a Lei ⇒qC=CV (T 1−T 2) e ∫ δ qCT =CV ln T 1 T 2 =CV ln(V 2V 1 ) R /CV © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 11 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 Trajeto A comparado com Trajeto B + C ΔU A=0 ΔH A=0 qA=RT 1 ln(V 2/V 1) w A=−RT ln(V 2/V 1) ∫δqAT =R ln V 2 V 1 ΔU B+ΔU C=0 ΔH B+ΔHC=0 qB+qC=CV (T 2−T 1) wB+wC=CV (T 2−T 1) ∫δqBT +∫ δqC T =R ln V 2 V 1 ⇒ ⇒ ⇒ © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 12 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? (A ) (D)T1 p p1 p2 VV 1 V 2 (E) T1 T3 (I) Transformação (A): 1 mol gás (p1 ,V 1 , T 1)=1 mol gás( p2 ,V 2 ,T 1) temperatura constante ΔU A=0 ΔH A=0 w A=−RT 1 ln V 2 V 1 ; qA=RT 1 ln V 2 V 1 ; ∫ δqT =R ln V 2 V 1 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 13 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? (A ) (D)T1 p p1 p2 VV 1 V 2 (E) T1 T3 (II) Transformação (D): 1 mol gás (p1 ,V 1 , T 1)=1 mol gás( p2 ,V 2 ,T 1) isobárica reversívelΔUD=CV (T 3−T 1) ΔHD=C p (T 3−T 1) qD=C p(T 3−T 1); wD=−R (T 3−T 1); ∫ δ qT =C p ln( T 3 T 1 ) © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 14 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? (A ) (D)T1 p p1 p2 VV 1 V 2 (E) T1 T3 (III) Transformação (E): 1 mol gás (p1 ,V 2 ,T 3)=1 mol gás (p2 ,V 2 ,T 1) isocóricareversívelΔU E=CV (T 1−T 3) ΔH E=C p (T 1−T 3) wE=0 ; qE=CV (T 1−T 3); ∫ δqT =CV ln( T 1 T 3 ) © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 15 Alguns Ciclos Termodinâmicos ΔU ,ΔH ,q ,w ,∫ dqT =? (A ) (D)T1 p p1 p2 VV 1 V 2 (E) T1 T3 Trajeto A comparado com Trajeto D + E ΔU A=0 ΔH A=0 qA=RT 1 ln (V 2 /V 1) w A=−RT 1 ln(V 2/V 1) ∫δqAT =R ln V 2 V 1 ΔU D+ΔU E=0 ΔH D+ΔH E=0 qD+qE=R (T 3−T 1) wD+wE=−R (T 3−T 1) ∫δqDT +∫ δqE T =R ln V 2 V 1 ⇒ ⇒ ⇒ © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 16 C p ln(T 3T 1 )+CV ln ( T 1 T 3 )=C p ln ( T 3 T 1 )+CV ln( T 3 T 1 ) −1 = =C p ln(T 3T 1 )−CV ln ( T 3 T 1 )=(C p−CV ) ln( T 3 T 1 )=R ln( T 3 T 1 )⇒ ⇒C p ln(T 3T 1 )+CV ln( T 1 T 3 )=R ln( V 2 V 1 ) pois: p1V 2=nRT 3 e p2V 2=nRT 1 e p1V 1=p2V 2 Cálculo de: ∫ δ qT © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 17 Alguns Ciclos Termodinâmicos p p1 p2 p3 VV 1 V 2 (A ) (B) (C ) T1 T1 T2 (D) (E) T3 Três trajetórias equivalentes: A = B+C = D+E Trajeto A Trajeto B+C Trajeto D+E ΔU A=0 ΔH A=0 ∫δqAT =R ln V 2 V 1 ΔU B+ΔUC=0 ΔH B+ΔHC=0 ∫ δqBT +∫ δqC T =R ln V 2 V 1 ΔU D+ΔU E=0 ΔHD+ΔH E=0 ∫ δ qDT+∫ δ qE T =R ln V 2 V 1 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de MateriaisESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 18 Alguns Conceitos Reservatório (ou fonte) de calor: reservatório de grade capacidade, capaz de fornecer, ou receber, qualquer quantidade de calor, sem que sua temperatura, se altere. Embora seja uma condição idealizada, é possível se ter situações bem próximas. Máquina térmica: dispositivo qualquer capaz de receber calor (+) e fornecer trabalho (-) Refrigerador: máquina capaz de receber trabalho (+) e retirar calor de um outro sistema, corpo ou ambiente. Máquina térmica (conceito geral): dispositivo capaz de converter calor em trabalho ou vice-versa. Motor: máquina que produz calor, w negativo, a partir de calor. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 19 A Segunda Lei É uma constatação experimental! Kelvin: é impossível a conversão total de calor em trabalho em uma máquina térmica cíclica, pois uma parte do calor retirada da fonte quente é transferida para alguma fonte fria. T 2 Máq. Fonte q2 (+) q1 (-) T 1 Fonte w (-) T 2 Máq. Fonte q (+) w (-) q>0 w<0 −w=q Impossível ! q2>0 q1<0 w<0 q2=−w−q1 Possível © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 20 A Segunda Lei Clausius: é impossível a uma máquina cíclica retirar calor de uma fonte e transferir a mesma quantidade de calor para outra fonte. Ou seja, parte do trabalho recebido é transformado em calor necessariamente Possível T 1 Máq. Fonte q1 (+) q2 (-) T 2 Fonte T 1 Máq. Fonte q1 (+) q2 (-) T 2 Fonte w (+) q1>0 q2<0 −q1≥q2 Impossível q1>0 w>0 q2<0 −q2=w+q1 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 21 A Entropia e a Segunda Lei Clausius: todo processo espontâneo é irreversível Definição: S≡∫ δ qrevT Entropia. Unidade: J·K -1 Formulação matemática: ∮ δqrevT =0 e ∮ δqirrev T <0 A entropia é uma função de estado. ∮ δqrevT =0 ⇒ Δ S=S2−S1=∫ 1 2 δqrev T >∫ 1 2 δqirrev T © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 22 A Segunda Lei A entropia é uma função de estado. ∮ δqrevT =0⇒Δ S=S2−S1=∫ 1 2 δqrev T >∫ 1 2 δqirrev T Para demonstrar essa última desigualdade, seja um ciclo: (1)(1) (2)irrev rev ∫ 1 2 δqirrev T +∫2 1 δqrev T =∮ δqirrev T <0 ∫ 1 2 δqirrev T −Δ S<0⇒Δ S>∫1 2 δqirrev T ∫ 1 2 δqrev T >∫1 2 δqirrev T Esse é um ciclo irreversível, pois uma de suas etapas é irreversível © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 23 O Ciclo de Carnot 1 2 3 4 isoterma(T 2) isoterma(T 1) adiabática adiabática V p todas as transformaçõesreversíveis T 2>T 1 1→2 expansão isotérmica ΔU=q2+w2i 2→3 expansão adiabática ΔU=w2a 3→4 compressão isotérmica ΔU=q1+w1i 4→1compressão adiabática ΔU=w1a T 2 Máq.q2 q1 T 1 −w © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 24 A Eficiência de uma Máquina Cíclica Eficiência ≡ trabalho produzido pela máquina calor fornecido à máquina = trabalho para vizinhança calor da vizinhança A Primeira Lei nos diz que: ∮dU=0⇒q1+q2=−(w2 i+w2a+w1 i+w1a) Logo: Eficiência=η= q1+q2 q1 =1+ q1 q2 Mas, Kelvin: q1<0 ⇒ η<1 Atentar para: η<1 sim; η≤1 não −w=η⋅q2 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 25 Um Refrigerador 1 2 3 4 isoterma(T 2) isoterma(T 1) adiabática adiabática V p todas as transformaçõesreversíveis T 2>T 1 1←2expansão isotérmica ΔU=−q2−w2 i 2←3expansão adiabática ΔU=−w2a 3←4 compressão isotérmica ΔU=−q1−w1 i 4←1compressão adiabática ΔU=−w1a T 2 Refrig. q2 q1 T 1 w w>0 w<0 Motores Refrigeradores © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 26 Expansão (compressão) Adiabática Reversível de Gases Ideais Estamos falando de: 1 mol gás (V 1 , T 1)=1 mol gás(V 2 ,T 2) adiabático⇒dq=0 reversível⇒dw=−pdV gás ideal⇒dU=CV dT com as seguintes restrições: Da primeira lei:dU=−pdV ⇒ CV dT=−pdV ⇒ CV dT T =−R dV V p= RT V Integrando: CV∫ T 1 T 2 dT T =−R∫ V 1 V 2 dV V ⇒ (T 2T 1 )=( V 1 V 2 ) R /CV ⇒ (T 2T 1 )=( V 1 V 2 ) C p C V −1 Definindo: γ≡ C p CV ⇒ (T 2T 1 )=( V 1 V 2 ) γ−1 Recordando, já vimos que: © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 27 A Relação entre Máquinas Térmicas e a Segunda Lei Seja um Ciclo de Carnot, com um gás ideal. Temos então: 1→2 ⇒ ΔU=0 ⇒ q2=−w2 i=∫ 1 2 pdV=RT 2 ln(V 2V 1) 2→3 ⇒ q=0 ⇒ w2a=CV (T 1−T 2) e (T 1T 2 )=( V 2 V 3 ) γ−1 3→4 ⇒ ΔU=0 ⇒ q1=−w1 i=∫ 3 4 pdV=RT 1 ln(V 4V 3 ) 4→1 ⇒ q=0 ⇒ w1a=CV (T 2−T 1) e (T 2T 1 )=( V 4 V 1 ) γ−1 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 28 A Relação entre Máquinas Térmicas e a Segunda Lei q1 q2 = T 1 ln(V 4 /V 3) T 2 ln(V 2/V 1) A relação entre o calor perdido/recebido é: (T 1T 2)=( V 2 V 3) γ−1 (T 2T 1)=( V 4 V 1) γ−1 Da transformação 2->3 e 4->1 temos, respectivamente Logo, temos sucessivamente: (T 1T 2)=( V 2 V 3) γ−1 =(V 1V 4 ) γ−1 ⇒ (V 2V 3)=( V 1 V 4) ⇒ ( V 1 V 2)=( V 4 V 3) Substituindo na expressão anterior, temos q1 q2 = T 1 ln (V 1/V 2) T 2 ln(V 2/V 1) = −T 1 T 2 ⇒ q1 T 1 =− q2 T 2 ⇒ q1 T 1 + q2 T 2 =0 ⇒ ∮ dqrevT =0 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 29 A Segunda Lei Isso também nos permite escrever: η=1+ q1 q2 =1− T 1 T 2 Para um motor (Kelvin): q2>0; w<0 ; T 1<T 2 trabalho total produzido: −w=η⋅q2= T 2−T 1 T 2 q2 ⇒ −w<q2 Para um refrigerador(Clausius): q1>0; w>0 ; T 2>T 1 trabalho total consumido: w=η⋅q2= T 2−T 1 T 2 q2 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 30 A Terceira Lei Para um motor (Kelvin): q2>0 ; w<0 ; T 1<T 2 trabalho total produzido: −w=η⋅q2= T 2−T 1 T 2 q2 ⇒ −w<q2 Para um refrigerador(Clausius): q1>0; w>0 ; T 2>T 1 trabalho total consumido: −w=η⋅q2= T 2−T 1 T 2 q2 mas q1 T 1 + q2 T 2 =0 ⇒ q2=− T 2q1 T 1 substituindo: w=− T 2−T 1 T 2 ⋅( −T 2q1 T 1 ) ⇒ w= T 2−T 1 T 1 q1 Logo, se e, portanto, é impossível se atingir o zero absoluto - Terceira Lei T 1→0 ⇒ w→−∞ © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 31 A Entropia Para um Ciclo de Carnot, reversível, com gás ideal, já vimos que: Eficiência=η=−w qrev =1+ q1 rev q2 rev=1− T 1 T 2 ⇒ q1 T 1 + q2 T 2 =0 ⇒ ∮ δqrevT =0T 1T 2 q1q2 w q '1q '2 w ' Ciclo Carnot Ciclo Rev . Qq η=(−w) q2 η'=(−w ') q '2 Suposição: o Ciclo de Carnot é mais eficiente do que o outro ciclo reversível. η'>η Sejam agora dois ciclos reversíveis, ambos entre T 1 e T 2 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 32 A Entropia Um vez que os dois ciclos são reversíveis, podem ser operados no sentido inverso. Vamos assim inverter o sentido do outro ciclo e utilizar o trabalho produzido no Ciclo de Carnot para alimentá-lo. Trabalho total produzido=0 pois −w '=w T 1T 2 q1q2 w q '1q '2 Ciclo Carnot Ciclo Rev . Qq Agora: ηCarnot= −w ' q ' 2 =wq '2 ηQq= −w q2 Logo: w q '2 >−wq2 =w −q2 ⇒ −q2>q '2 ⇒ q '2+q2<0 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 33 A Entropia T 1T 2 q1q2 w q '1q '2 Ciclo Carnot Ciclo Rev . Qq Agora: ηCarnot= −w ' q ' 2 =wq '2 ηQq= −w q2 Logo: w q '2 >−wq2 =w −q2 ⇒ −q2>q '2 ⇒ q '2+q2<0 Isso contraria a Segunda Lei (ver o enunciado de Clausius). Basta ver que as duas máquinas podem ser consideradas como uma só, que não produz qualquer trabalho, mas calor está entrando na fonte quente! Logo a hipótese feita está errada. Se invertermos a hipótese chegaremos à conclusão de que calor vai da fonte quente para a fria por uma máquina cíclica, sem produzir trabalho o que viola o enunciado de Kelvin-Planck. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 34 A Entropia Conclusão: toda e qualquer máquina cíclica, reversível, operando entre os mesmos reservatórios de calor, quente e frio, tem a mesma eficiência: η=1− T 1 T 2 Observar agora que qualquer processo cíclico pode ser aproximado por um somatório de Ciclos de Carnot © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 35 A Entropia Já vimos que, num Ciclo de Carnot: q1 q2 = T 1 ln (V 1/V 2) T 2 ln(V 2/V 1) = −T 1 T 2 ⇒ q1 T 1 =− q2 T 2 ⇒ q1 T 1 + q2 T 2 =0 ⇒ ∮ dqrevT =0 Ora, a soma de 2, 3, 4, … n Ciclos de Carnot, continua sendo um ciclo reversível, somatório de etapas adiabáticas e isotérmicas reversíveis e, portanto ∮ dqrevT =0 ⇒ dS= δqrev T e Δ S=∫1 2 δqrev T Ou seja, a Entropia é uma Função de Estado, uma característica, uma propriedade, de cada estado. Entretanto, para calculá-la, aliás, para calcular sua diferença entre um estado e outro, é necessário uma rota reversível. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 36 A Desigualdade de Clausius T 1 T 2 Maq .w q1 q2 Seja uma máquina térmica qualquer, (motor ou refrigerador), operando entre dois reservatórios de calor de temperaturas T1 e T2, consumindo ou fornecendo as quantidades de calor q1 e q2 e produzindo ou recebendo o trabalho w. Vamos agora recorrer a duas outras máquinas térmicas (motores ou refrigeradores), uma das quais produzindo/consumindo a mesma quantidade de calor q1 e a outra a mesma quantidade q2, trocando calor com uma fonte de temperatura T3. Operam no Ciclo de Carnot. Teríamos então o arranjo que se segue: © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 37 A Desigualdade de Clausius Maq .2 Maq .1T 1 T 2 T 3Maq . q1 q2 q3,1 q3,2 w w1 w2 q1 q2 Na máquina 2 Na máquina inicial Na máquina 1 q1+q2+w=0 q+q1,3+w1=0 ; −q1+q1,3+w1=0 q+q2,3+w2=0; −q2+q2,3+w2=0 Considerando agora o sistema total delimitado ao lado, temos: q1+q2+w−q1+q1,3+w1−q2+q2,3+w2=0 ⇒ q1,3+q2,3+w+w1+w2=0 Se teríamos chegado a uma máquina que interagindo com uma única fonte de calor, 3, seria capaz de produzir ou receber trabalho, o que viola a Segunda Lei. Logo: q1,3+q2,3>0 q1,3+q2,3≤0 q1,3+q2,3≤0 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 38 A Desigualdade de Clausius Maq .2 Maq .1T 1 T 2 T 3Maq . q1 q2 q3,1 q3,2 w w1 w2 q1 q2 Se teríamos chegado a uma máquina que interagindo com uma única fonte de calor, 3, seria capaz de produzir ou receber calor, o que violaria a Segunda Lei. Logo:q1,3+q2,3≤0 q1,3+q2,3>0 Entretanto, tanto Maq.1 quanto Maq.2 têm Ciclos de Carnot. Logo q1,3 T 3 = q1 T 1 ; q2,3 T 3 = q2 T 2 q1,3=q1 T 3 T 1 ; q2,3=q2 T 3 T 2 ⇒ q1 T 3 T 1 +q2 T 3 T 2 ≤0 ⇒ T 3( q1T 1+ q2 T 2)≤0 ⇒ q1 T 1 + q2 T 2 ≤0 ⇒ ∑ qiT i≤o ⇒ ∮ δq T ≤0 Desigualdade de Clausius © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 39 Desigualdade de Clausius Observar que se estamos com sistemas reversíveis, em equilíbrio em cada ponto da rota, então T a temperatura do reservatório tem que ser a mesma do sistema. Se todas as três máquinas, ou seja, todo o sistema, for reversível, pode ser invertido. Nesse caso o sinal de cada troca de calor se inverte, mas como a soma delas não pode ser maior do que zero, então obrigatoriamente é igual a zero. Ou seja: ∮ δqT =0 ⇒ {∮δqrevT =0∮δqirrevT <0} © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 40 A Entropia Não se Conserva Sejam dois reservatórios de calor conectados a bastante tempo por uma barra condutora, isolada: T 2> T 1 q I=−q II III T 1T 2 q O sistema assinalado é fechado, isolado, o estado é estacionário. Logo, para a Energia Interna: ΔU I+ II=ΔU I+ ΔU II=q I+ q II=0 Para a entropia: Δ S I+ II=Δ S 1+ Δ S II= q I T 1 + q II T 2 mas q I=−q II Δ S I+ II= q I T 1 − q I T 2 =q I (T 2−T 1T 1T 2 ) Logo Δ S> 0 pois T 2> T 1 Observar que a variação de entropia da vizinhança é zero. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 41 Entropia de Mistura mistura espontânea nA V A nB V B n=nA+nB V=V A+V B Mistura de gases ideais, com p e T constantes: nA A (g ,V A ,T )+nBB(g ,V B ,T )=n(A+B)(g ,V ,T ) Vamos agora calcular a entropia desse processo, a entropia de mistura. Para tanto precisamos encontrar uma rota reversível entre os dois estados. A+B A BT=cte Pistão permeável apenas a A Pistão permeável apenas a B © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 42 Entropia de Mistura Como a segunda rota retorna ao estado inicial, temos: Δ Ssep=−Δ Smix Ademais, como T=cte , ΔU=0 ⇒ qrev+wrev=0 qrev=−wrev=pA dV A+ pBdV B Logo: Δ Ssep=∫ dqrev T =∫ V V A pA dV a T +∫ V V B pbdV B T =nAR ln(V AV )+nBR ln(V BV ) Lembrando (Maternal II – fração molar) que: xA= nA n xB= nB n E que, para gases ideais: xA= V A V xB= V B V © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERALDO RIO DE JANEIRO 43 Entropia de Mistura Logo: Δ Ssep=∫ dqrev T =∫ V V A pA dV a T +∫ V V B pbdV B T =nAR ln(V AV )+nBR ln(V BV ) Se torna: Δ Ssep=nA R ln x A+nBR ln xB=n xA R ln x A+n xBR ln xB Δ Smix=−nR (x A ln x A+ xB ln xB) Atenção: como as frações molares são, por definição, sempre menores do que 1, ou seja, a mistura de gases ideais é sempre espontânea. A rigor na grande maioria das situação, misturas são espontâneas. Δ Smix>o © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 44 Variação de Entropia no Aquecimento Para a entalpia: Δ H T 1 T 2=∫ T 1 T t C p ,1dT+ Δ H t 1→ 2+∫ T t T 2 C p ,2dT T H T t T S T t Para a entropia Δ ST ¿1 T 2 =∫ T 1 T t C p ,1 T dT+Δ S t 1→2+∫ T t T 2 C p ,2 T dT e Δ St 1→2= ΔH t 1→2 T t © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 45 Variação de Entropia no Aquecimento Atenção: para calcular a variação de entropia temos que usar processos reversíveis mas, muitas vezes, estamos em situações irreversíveis. Entretanto, a entropia é função de estado ... Exemplo: calcular a entropia de solidificação do cobre a 1300K. A temperatura de fusão do cobre é 1356, logo esse processo é irreversível. Mas: Δ S 1→ 2=Δ S 1→ 3+ Δ S 3→ 4+ Δ S 4→ 2 Δ S 1300= ∫ 1300 1356 C p , liq T dT− Δ H fusão 1356 + ∫ 1356 1300 C p , sol T dT sol 1300 1356 liq Logo: © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 46 Variação de Entropia no Aquecimento Com a entalpia, fizemos: H 298K o ≡zero Com a entropia, temos: S 0K o =zero ⇒ Terceira Lei Logo, a entropia de um elemento químico puro a 298K é: ̄S 298 o = S̄ 0 o+ ∫ 0 298 C p T dT= ∫ 0 298 C p T dT Para facilitar, existem tabelas com dados de S298 de muitas substâncias, e também dos elementos químicos, puras. Há quem se refira a como “entropia absoluta”S 298 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 47 Primeira + Segunda Leis da Termodinâmica Primeira Lei: Segunda Lei: dU=δ q+ δw dS=δ S T ⇒ δq=T dS Substituindo uma expressão na outra, temos: dU=T dS+ δw dU=T dS− p dVOu seja: Para uma variação incremental de estado, temos: Validade: sistemas fechados, trabalho por variação de volume é único. O mais completo seria: dU=T dS− p dV + w (elétrico)+ w (magnético)+ ... © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 48 Primeira + Segunda Leis da Termodinâmica dU=T dS− p dVAcabamos de ver: Esta expressão estabelece a dependência de U com S e V, ou seja: U=U (S ,V ) ⇒ dU=( ∂U∂S )V dS+ ( ∂U∂V ) S dV Comparando-se essas duas expressões temos: T≡dU=( ∂U∂ S )V ⇒ definição de temperatura p≡dU=−(∂U∂V )S ⇒ definição de pressão © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 49 Primeira + Segunda Leis da Termodinâmica dU=T dS− p dVAcabamos de ver que: dU=( ∂U∂S )V dS+ ( ∂U∂V ) S dV Se considerarmos agora que: S=S (U ,V ) teremos: dS=( ∂ S∂U )V dU + ( ∂ S∂V )U dV Mas, a primeira expressão, pode ser escrita como: dS= dU T + pdV T Comparando, temos: 1 T =( ∂S∂U )V ⇒ T≡( ∂U∂ S )V como antes p T =( ∂ S∂V )U © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 50 Primeira + Segunda Leis da Termodinâmica dU=T dS− p dVJá chegamos a: Seja agora a entalpia: H=U+ pV ⇒ dH=dU+ pdV +Vdp Logo: dH=TdS+Vdp Assim, H=H (S , p) ⇒ dH=(∂H∂ S )pdS+(∂H∂ p )S dP E, portanto: (∂H∂ S )p=T e (∂H∂ p )S=V © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 51 Entropia x Temperatura dU=T dS− p dVJá chegamos a: Já chegamos a: dH=TdS+Vdp TdS=dU+ pdV ⇒ (∂ S∂T )V= 1T (∂U∂T )V ⇒ (∂ S∂T )V= CV Tlogo: Essas são relações importantes por estabelecerem a relação entre a variação de entropia com a temperatura em função de Cp e Cv. TdS=dH−Vdp ⇒ (∂ S∂T )p=1T (∂H∂T )p ⇒logo: ( ∂ S∂T )p= C p T © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 52 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio A Segunda Lei já nos levou a (Clausius): dS< δqrev T ou dS> δqviz T Seja um sistema qualquer e sua vizinhança. Seja w = - pV o único trabalho a ser considerado. E seja constante a temperatura da fronteira. Temos também, da Primeira Lei: dU=δq+δw dU−δw−δ q=0 ⇒ dU+ pext dV +δqviz=0 dS=dSsis+dSviz>0 ⇒ T vizdSsis+T vizdSviz>0 ⇒ T vizdSviz>−T vizdSsis δqviz>−T vizqsis Mas: Substituindo, temos: dU +pextdV−T viz dSsis<0 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 53 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio Já chegamos a: dU +pextdV−T viz dSsis<0 Esse um um critério geral de espontaneidade e equilíbrio. O equilíbrio se dá quando não é possível uma mudança de estado que o satisfaça. Apliquemos a casos particulares. I) Seja um sistema isolado: (q=w=0 , ΔV=0 , ΔU=0) Substituindo tais condições no critério geral acima, temos: (dS)U ,V>0 O equilíbrio será pois atingido quando o sistema atingir sua máxima entropia © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 54 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio dU +pextdV−T viz dSsis<0 II) Seja um sistema com S e V constantes: Agora, temos: (dU )S ,V<0 O equilíbrio será pois atingido quando o sistema atingir sua mínima energia III) Seja um sistema com S e pext constantes: Agora: (dU )S ,V+ pextdV <0 ⇒ d (U + pV )<0 ⇒ (dH )S ,Pext<0 O equilíbrio será pois atingido quando o sistema atingir sua mínima entalpia © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 55 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio dU +pextdV−T viz dSsis<0 Os casos anteriores são pouco práticos, de difícil realização experimental ao contrário dos dois seguintes. IV) Sejam V e T=Tviz constantes. Temos então:dU−T vizdS<0 ⇒ d (U−T vizS)<0 ⇒ (dA)V ,T=T viz<0 Onde: A≡U−TS ⇒ Energia Livre de Helmoltz Assim, para V e T = Tviz constantes, o processo será espontâneo se a energia livre de Helmoltz diminuir e atingirá o equilíbrio quanto tal energia for mínima. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 56 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio dU +pextdV−T viz dSsis<0 V) Finalmente (o caso mais importante) sejam T = Tviz e p = pext, constantes. Temos: dU +pdV−TdS<0 ⇒ d (U+ pV−TS) ⇒ d (H−TS)<0 (dG)pext ,T viz<0 G≡H−TS ⇒ Energia Livre deGibbs , Energia deGibbs , Energia Livre Assim, o critério de equilíbrio nestas condições é uma energia livre decrescente, com o equilíbrio sendo atingidono mínimo. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 57 Critérios de Espontaneidade e Equilíbrio Assim, se tivermos a transformação A (p, T) = B (p, T) , ou seja, uma transformação levada a pressão e temperaturas constantes, teremos ΔG<0 ⇒ A→B é espontânea ΔG=0 ⇒ A e B estão em equilíbrio ΔG>0 ⇒ B→A é espontânea © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 58 As Equações Fundamentais Já vimos que: U (S ,V ) ⇒ dU=TdS−pdV H (S , p) ⇒ dH=TdS+Vdp A (T ,V ) ⇒ dA=−SdT−pdV G(T , p) ⇒ dG=−SdT+Vdp A≡U−TS e dU=TdS−pdV Logo: dA=dU−TdS−SdT=TdS−pdV−TdS−SdT=−SdT−pdV Já vimos que: G≡H−TS e dH=TdS+VdP Logo: dG=dH−TdS−SdT=TdS+VdP−TdS−SdT=−SdT+VdP Equações Fundamentais da Termodinâmica: © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 59 As Relações de Maxwell Seja Z = Z(x,y) uma função qualquer. Podemos então escrever: dZ=(∂Z∂ x )ydx+( ∂Z ∂ y )x dy A integral de Z será independente do caminho, se e somente se: [ ∂∂ y (∂Z∂ x )y]x=[ ∂∂ x (∂Z∂ y )x]y ou seja ∂ 2Z ∂ x∂ y= ∂2Z ∂ y∂ x Definamos: L=L(x , y)≡(∂Z∂ x )y e M=M (x , y )≡( ∂Z ∂ y )x Então, nesse caso: (∂L∂ y )x=(∂M∂ x )y Recordando um pouco de cálculo: integrais de linha! © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 60 As Relações de Maxwell U (S ,V ) ⇒ dU= TdS - pdV H (S , p) ⇒ dH= TdS+Vdp A (T ,V ) ⇒ dA=−SdT - pdV G(T , p) ⇒ dG=−SdT +Vdp Equações Fundamentais da Termodinâmica: (∂L∂ y )x=(∂M∂ x )y dU=TdS−pdV ⇒ (∂T∂V )S=−(∂ p∂ S )V dZ=(∂Z∂ x )ydx+(∂Z∂ y )xdy Podemos aplicar isso pois U, H, A e G são funções de estado, sua variação é independente do caminho, da rota. x yL MZZ x y © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 61 As Relações de Maxwell dU=TdS−pdV ⇒ ( ∂T∂V )S=−( ∂ p ∂ S )V dH=TdS+VdP ⇒ (∂T∂ p )S=( ∂V ∂ S )p dA=−SdT−pdV ⇒ ( ∂ S∂V )T=( ∂ p ∂T )v dG=−SdT +Vdp ⇒ (∂ S∂ p )T=−( ∂V ∂T )p Similarmente, chegamos às: Relações de Maxwell As duas últimas nos mostram como S depende de V e de p. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 62 As Relações de Maxwell Vamos repetir e acrescentar: Já sabemos que: dU=TdS−pdV e dH=TdS+VdP Logo: dU=(∂U∂ S )V dS+( ∂U ∂V )SdV e dH=( ∂H ∂ S )pdT+( ∂H ∂ p )Sdp Por comparação, concluímos que: (∂U∂ S )V=T ( ∂U ∂V )S=−p (∂H∂ S )p=T ( ∂H ∂ p )S=V Isso já sabíamos, agora ... © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 63 As Relações de Maxwell Já sabemos que: dA=−SdT−pdV e dG=−SdT+VdP Logo: dA=(∂ A∂T )V dT+(∂ A∂V )T dV e dG=(∂G∂T )pdT+(∂G∂ p )T dp Por comparação, concluímos que: (∂ A∂T )V=−S (∂ A∂V )T=−p (∂G∂T )p=−S ( ∂G ∂ p )T=V © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 64 As Relações de Maxwell É possível relacionar U e H com a equação de estado de um gás: Sabemos que: dU=TdS−pdV e dH=TdS+VdP Derivando a primeira em relação ao volume, temos: (∂U∂V )T=T ( ∂ S∂V )T−p=T (∂ p∂T )V−p (∂H∂ p )T=T ( ∂ S ∂ p )T+V=V−T ( ∂V ∂T )p Ou seja temos U e H em função apenas do estado, p, V e T. Derivando a segunda em relação à pressão, temos: Ver M3 Ver M4 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 65 As Relações de Maxwell (∂U∂V )T=T ( ∂ S∂V )T−p=T (∂ p∂T )V−p (∂H∂ p )T=T ( ∂ S ∂ p )T+V=V−T ( ∂V ∂T )p Acabamos de obter Para um gás ideal, pv = nRT, portanto: (∂ p∂T )V=nRV = pT ⇒ (∂U∂V )T=0 (∂V∂T )p= nR p =V T ⇒ (∂H∂ p )T=0 Essas haviam sido as conclusões experimentais de Joule e de Joule-Thomson. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 66 A Importância de G(T, p) O controle experimental ou industrial de T e p é relativamente fácil ou usual. E se soubermos G = G (T e p), sabemos de tudo! Vejamos: H=G+TS ⇒ H=G−T (∂G∂T )p U=H−pV ⇒ U=G−T (∂G∂T )p−p( ∂G ∂ p )T A=U−TS ⇒ A=G−p(∂G∂ p )T C p=T (∂ S∂T )p ⇒ C p=−T (∂ 2G ∂T 2 )p Tudo em função de G! S=−(∂G∂T )p V=(∂G∂ p )T Estas nós já vimos. © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 67 G(p) de Sólidos e Líquidos Se a temperatura for constante podemos determinar a influência da pressão sobre G, uma função de estado, em sol., liq e gases. V=(∂G∂ p )T ⇒ dG=Vdp ⇒ ΔG=∫p1 p2 V¯ dP G¯(T , p2)=G¯(T , p1)+∫ p1 p2 V¯ dP G¯(T , p2)≃G¯(T , p1)+( p2−p1)V¯ Em sólidos e líquidos o valor de varia muito pouco com a pressão, a dita “incompressibilidade” dos sólidos e líquidos. Logo: V¯ V¯Além disso, como é pequeno, muitas vezes podemos fazer: G¯(T , p2)≈G¯ (T , p1) © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 68 G(p) de Gases Ideais Quando tivermos um gás ideal: G¯(T , p2)=G¯(T , p1)+∫ p1 p2 RT p dP G¯(T , p2)=G¯(T , p1)+RT ln( p2p1 ) Se tomarmos p1 como sendo 1 atm (ou 1 bar) como referência, é usual se escrever. G¯(T , p)=G¯o(T )+RT ln p Atenção: p em atm (ou bar) G¯(T , p2)=G¯(T , p1)+∫ p1 p2 V¯ dPAcabamos de ver que: © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 69 © Ericksson Almendra, Poli UFRJ, 2015 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 70 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70
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