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ESTADO CONFUSIONAL AGUDO Abordagem Diagnóstica O médico deve estar atento às mais sutis manifestações de distúrbios do nível de consciência, como distração, letargia ou sonolência. Alterações mentais em adultos sem psicopatologia prévia ou fator psicogênico desencadeante e com sintomas ou sinais neurológicos chamam a atenção para uma etiologia orgânica. O estado confusional do paciente nos leva a buscar informações com familiares e cuidadores, que podem relatar a sensação de ver um conhecido tornar-se um desconhecido. É essencial que se tente traçar uma relação temporal entre o início ou a piora dos sintomas e possíveis etiologias, como as relacionadas na Tabela 1, além de checar o passado médico e psiquiátrico do indivíduo. Em pacientes internados, a consulta ao prontuário deve investigar os sinais vitais e os registros anestésicos, nos casos de pós-operatórios. Se o paciente estiver acordado, funções cognitivas como atenção, orientação, memória e pensamento devem ser avaliadas, buscando identificar as alterações características do delirium, descritas acima. No caso de dúvidas, pode-se recorrer a escalas como o CAM (Método de Avaliação de Confusão Mental). O exame físico deve procurar sinais corporais de doenças sistêmicas, como o edema na insuficiência cardíaca descompensada e a icterícia na falência hepática, entre outros. A avaliação neurológica visa diferenciar encefalopatias focais de difusas. As primeiras manifestam-se com lateralizações, como hemiparesia, hemianopsia ou afasia, e ocorrem nos TCEs, AVEs, tumores e abscessos cerebrais. Já as encefalopatias difusas não apresentam sinais focais e tem como causas os distúrbios sistêmicos e a alguns tipos de epilepsia. Alguns dados semiológicos podem ser sugestivos de determinadas etiologias (Tabelas 2 e 3 – em negrito, causas de delirium ameaçadoras da vida). As causas ameaçadoras da vida devem ser sempre suspeitadas e descartadas, pois demandam tratamento imediato. Até provado o contrário, todo paciente diabético com agitação e agressividade possui hipoglicemia. Em quadros em que a confusão vem acompanhada de perda de consciência e cefaleia intensa, há de se pensar em hemorragia subaracnóidea, e o delirium em idoso com mínima ou nenhuma atividade motora, sem etiologia definida ou sem melhora com tratamento deve levantar a suspeita de status epilepticus não convulsivo.
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