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Aula 01

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noções de DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Tj-AL
pROCEDIMENTO comum
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Procedimento Comum
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SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................3
1.Processo de Conhecimento .......................................................................5
1.1. Procedimento Comum ...........................................................................8
1.2. Disposições Gerais ...............................................................................8
1.3. Petição Inicial ......................................................................................9
1.4. Improcedência Liminar do Pedido .........................................................19
1.5. Audiência de Conciliação ou de Mediação ...............................................21
1.6. Contestação, Reconvenção e Revelia .....................................................23
1.7. Providências Preliminares e Saneamento ...............................................30
1.8. Julgamento Conforme o Estado do Processo ..........................................32
1.9. Provas ..............................................................................................37
1.10. Audiência de Instrução e Julgamento ..................................................43
1.11. Sentença e Coisa Julgada ..................................................................47
Questões de Concurso ...............................................................................53
Gabarito ..................................................................................................72
Gabarito Comentado .................................................................................74
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Apresentação 
Olá, caro(a) amigo(a)!
Em primeiro lugar, estamos extremamente honrados em elaborar o material de 
Direito Processual Civil para você! Cada linha foi escrita com o único propósito de 
auxiliá-lo(a) nessa árdua jornada de preparação até a sua aprovação. 
E, visando atender esse objetivo, tentamos ao máximo utilizar uma linguagem 
mais simples e direta, permitindo, com isso, que nossa matéria seja compreendida 
com maior facilidade. A nossa missão é tornar o estudo do direito processual mais 
agradável! 
Gostaríamos de externar toda nossa admiração àqueles que escolheram o ca-
minho do estudo para alcançar uma carreira nos quadros da administração pública. 
Sabemos que não se trata de uma caminhada fácil, e você abdica de diversas coisas 
BERNARDO LEAL ANNES DIAS 
Advogado no Flexa, Vieites Novaes e Annes Dias Advogados Associa-
dos. Mestrando em Direito na UVA – Universidade Veiga de Almeida. 
Professor de Direito Processual Civil na pós-graduação em Advocacia 
Cível da Universidade Candido Mendes.
ALEXANDRE MARTINS FLEXA 
Advogado no Flexa, Vieites Novaes e Annes Dias Advogados Associa-
dos. Pós-graduado em Direito pela Fundação Getúlio Vargas. Professor 
de Direito Processual Civil dos cursos de pós-graduação da FGV, EMERJ, 
PUC, e UCAM. Coordenador da pós-graduação em Advocacia Cível da 
Universidade Candido Mendes. Autor de obras jurídicas. Membro-fun-
dador do Instituto Carioca de Direito Processual Civil – ICPC. Membro 
do Fórum Permanente de Processualistas Civis – FPPC. Membro do Fó-
rum Permanente de Direito Civil e Processo Civil da Escola da Magistra-
tura do Estado do Rio de Janeiro – EMERJ.
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durante o período de preparação. Mas, já dizia Dalai Lama: “o período de maior 
ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”. 
Assim, antes das apresentações, queríamos trazer uma palavra de incentivo e 
inspiração ao guerreiro concurseiro. Trata-se de uma frase do ex-presidente dos 
EUA, Thomas Jefferson, que procuramos adotar em nossas vidas: “Eu acredito de-
mais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte 
eu tenho”. Por isso, trabalhem duro, pois todo o esforço será recompensado!
Agora é chegada a hora de nos apresentar. Os materiais foram escritos a quatro 
mãos, tendo como coordenador acadêmico o professor Alexandre Flexa. Seguem 
os currículos:
Alexandre Martins Flexa é Advogado no Flexa, Vieites Novaes e Annes Dias 
Advogados Associados. Pós-graduado em Direito pela Fundação Getúlio Vargas. 
Professor de Direito Processual Civil dos cursos de pós-gradução da FGV, EMERJ, 
PUC e UCAM. Coordenador da pós-graduação em Advocacia Cível da Universidade 
Cândido Mendes. Autor de diversas obras jurídicas. Membro-fundador do Instituto 
Carioca de Direito Processual Civil – ICPC. Membro do Fórum Permanente de Pro-
cessualistas Civis – FPPC. Membro do Fórum Permanente de Direito Civil e Processo 
Civil da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ.
Bernardo Leal Annes Dias é Advogado no Flexa, Vieites Novaes e Annes Dias 
Advogados Associados. Mestrando em direito na UVA – Universidade Veiga de Al-
meida. Professor de Direito Processual Civil na pós-graduação em Advocacia Cível 
da Universidade Cândido Mendes.
Uma vez feitas as apresentações, vamos falar um pouco sobre esse curso e 
sobre o concurso. Temos consciência que processo civil é só mais uma matéria 
cobrada no Edital, que contempla diversas outras, que precisam ser, igualmente, 
estudadas. 
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Por isso, ao elaborar esse curso, nossa ideia foi fazer um material o mais di-
dático e objetivo possível, focando nos pontos cobrados no edital do concurso de 
servidor do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. 
A banca escolhida para a elaboração das provas é a Fundação Getúlio Vargas – 
FGV. Trata-se de banca conhecida por fazer questões envolvendo, principalmente, 
a letra da lei. 
Em razão desse perfil, já nesta apresentação, ressaltamos a importância de o 
candidato saber a letra da lei. Além disso, é preciso acompanhar a jurisprudência 
dos Tribunais Superiores, em especial os verbetes de súmulas. 
Em nosso curso, ao lado da parte teórica, sempre que possível, iremos inserir, 
no corpo da aula, a letra da lei, quadros resumidos, jurisprudência acerca do tema 
e questões comentadas, tudo visando tornar mais simples a compreensão da dis-
ciplina.
Desejamos ao(à) futuro(a) aprovado(a) bons estudos, muita dedicação e perse-
verança na sua preparação!!!
Um cordial abraço!
1.Processo de Conhecimento 
Em primeiro lugar, vamos recordar: o processo civil tem por objetivo prote-
ger o direito material das pessoas sempre que esse direito for lesado ou ameaçado 
de lesão. Para alcançar esse objetivo, a ciência processual vale-se de três institu-
tos: ação (que é o direito de ir ao Poder Judiciário buscar proteção); jurisdição (que 
é a resposta à ação da parte) e processo (que é o veículo que leva a ação ao Esta-
do-Juiz
e traz a jurisdição como resposta). Essa é a chamada “trilogia estrutural do 
Direito Processual”.
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Trilogia estrutural do Direito Processual = Jurisdição + Ação + Processo
Resta-nos, tão somente, tecer alguns comentários acerca do terceiro instituto 
essencial do direito processual civil: o processo.
Dentro dessa estrutura básica, o processo nada mais é do que o instrumento 
por meio do qual, após o indivíduo apresentar sua pretensão ao Estado-Juiz exer-
cendo o seu direito subjetivo público de ação, essa relação jurídica se desenvolva, 
a fim de que o Poder Judiciário possa desempenhar a jurisdição. 
Logo, a lei cria um instrumento para que a relação processual possa se desen-
volver. 
A doutrina majoritária entende que o conceito mais adequado de processo é 
aquele que une a teoria de Büllow, para quem o processo é uma relação jurídica, 
com a ideia de Fazzarali, que defende que o processo seria um conjunto de atos 
sempre com contraditório. Assim, processo pode ser definido como a relação ju-
rídica em contraditório ou, ainda, como o procedimento animado por uma relação 
jurídica em contraditório.
Note que, dentro desse conceito, existem 3 (três) elementos que sempre esta-
rão presentes no processo:
• procedimento;
• relação jurídica;
• contraditório. 
Processo e procedimento não são sinônimos, ou seja, são institutos distintos. O 
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procedimento integra o conceito de processo como um elemento deste. 
O processo é abstrato e serve como meio para levar a ação até o juízo e trazer 
a tutela jurisdicional como resposta às partes. 
Já o procedimento é o mero aspecto formal do processo, devendo ser enten-
dido como a forma pela qual o processo se exterioriza. Em outras palavras, é a or-
dem da prática dos atos que compõem o processo (modo pelo qual o processo 
se desenvolve para proteger o direito material).
Note que, no conceito de processo acima transcrito, o procedimento são os atos 
interligados em conjunto.
Uma vez fixados os conceitos, vamos às espécies de processos e procedimentos. 
No novo CPC, com a extinção do processo cautelar, restaram apenas 2 (duas) 
espécies de processo:
• processo de conhecimento;
• processo de execução. 
Mas o que é o processo de conhecimento?
É o processo que tem por objetivo aplicar o direito ao caso concreto, mediante 
atividade de natureza cognitiva, por meio da qual se forma do convencimento do 
juiz, no sentido da existência ou não do direito material alegado pelo demandante.
No processo de conhecimento, por opção legislativa, há apenas um procedimen-
to comum, que é aplicável a todos os processos de conhecimento, com exceção da-
queles que adotam o procedimento especial. A unidade procedimental está prevista 
no art. 318 do CPC/2015:
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em 
contrário deste Código ou de lei.
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Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais proce-
dimentos especiais e ao processo de execução.
Já no processo de execução existem procedimentos próprios conforme a natu-
reza da obrigação exequenda. Desse modo, há um procedimento para a obrigação 
de fazer e de não fazer, para entrega de coisa e por quantia certa.
1.1. Procedimento Comum
1.2. Disposições Gerais
Ficou claro que, dentro da estrutura do processo de conhecimento, o CPC/2015 
estabeleceu um procedimento padrão, que é o procedimento comum. 
Então, o procedimento comum é o modelo a ser adotado nos procedimentos 
cognitivos (de conhecimento). 
Por ser o modelo padrão, o CPC regulamenta esse procedimento de maneira 
minuciosa. 
Não esqueça que o procedimento comum, tendo em vista ter uma regulamenta-
ção mais detalhada na legislação processual, será aplicado de forma subsidiária: a) 
aos demais procedimentos especiais e b) ao processo de execução, conforme prevê 
o parágrafo único do art. 318 do CPC/2015.
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1.3. Petição Inicial
A petição inicial é o modo através do qual se apresenta a demanda em juízo. Por 
isso, alguns doutrinadores a chamam de “instrumento da demanda”. Assim, esta-
mos diante de uma relação de forma e conteúdo, sendo a petição inicial a forma; e 
a demanda o seu conteúdo.
Existem alguns requisitos que devem ser preenchidos para que a petição inicial 
esteja regular e, assim, apta a instaurar o processo e permitir o seu desenvolvi-
mento válido. Tais requisitos encontram-se nos artigos 319 e 320 do CPC, os quais 
passaremos a analisar a seguir:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na peti-
ção inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2° A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se 
refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso 
II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente 
oneroso o acesso à justiça.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à proposi-
tura da ação.
Aqui, diante da proposta do curso de ser objetivo, vamos estudar os requisitos 
mais cobrados em provas. 
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Endereçamento
A petição inicial deve indicar a qual juízo é dirigida. Essa escolha do juízo não é 
livre, sendo necessário observar as regras de competência previstas na Constitui-
ção Federal e no Código de Processo Civil. 
O fato e os Fundamentos Jurídicos do Pedido
O terceiro requisito para regularidade da petição inicial é a presença da causa 
de pedir. Ela é composta pelos
fatos narrados na petição inicial. Os fundamentos 
jurídicos, embora sejam requisitos da peça inicial, não compõem a causa de pedir. 
Essa é a razão pela qual os analisaremos separadamente, primeiro a causa de pedir 
e, em seguida, os fundamentos jurídicos do pedido.
O Brasil adota a teoria da substanciação, segundo a qual a causa de pedir é 
composta apenas dos fatos narrados na petição inicial1. A causa de pedir, por sua 
vez, pode ser de duas espécies: remota e próxima.
Causa de pedir remota é o fato que constitui o direito do autor, enquanto a cau-
sa de pedir próxima é o fato que gera o interesse de agir do demandante. Assim, 
numa ação de despejo, a existência do contrato de locação é a causa de pedir re-
mota, pois é o que permite despejar o réu locatário do imóvel (se o contrato fosse 
de comodato, por exemplo, o despejo não seria possível, e sim uma ação de reinte-
gração de posse). Por outro lado, se o contrato for descumprido, nasce o interesse 
de agir para o autor propor a ação de despejo. O descumprimento contratual é a 
causa de pedir próxima. 
Os fundamentos jurídicos do pedido não integram a causa de pedir, mas tam-
bém devem ser trazidos na petição inicial para demonstrar ao juiz e ao réu as ra-
zões pelas quais seu pedido deve ser julgado procedente.
1 STJ, 2ª Turma, AgRg no AREsp 674.850/SP, rel. Min. Assusete Magalhães, j. 16/06/2015.
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Ao contrário do que muitos pensam, a causa de pedir vincula o juiz, tal como o pe-
dido, razão pela qual a sentença não pode ser proferida fora dos seus limites2 (art. 
141 do CPC). 
Ao contrário, os fundamentos jurídicos (artigos de lei, teses doutrinárias etc.) 
não vinculam o magistrado3, que pode julgar por fundamentos diversos, mesmo 
que não suscitados pelas partes, desde que permitindo a prévia manifestação des-
tas, na forma do art. 10 do CPC4. 
Assim, se o julgador concede ao autor o mesmo bem pleiteado, mas em quan-
tidade superior, a sentença será ultra petita. Se conceder bem diverso do pedido, 
será extra petita. Se julgar com base em causa de pedir diferente da apresentada 
na petição inicial, a sentença será extra causa petendi.
Pedido com suas Especificações
O pedido é o quarto requisito da petição inicial, previsto no art. 319, IV, do CPC. 
É o mais importante requisito, motivo pelo qual o CPC reservou-lhe capítulo espe-
cial (art. 322 ao art. 329) e que, por ser o principal requisito da petição inicial, será 
estudado separadamente.
2 É a chamada regra da correlação (congruência ou adstrição), pela qual o juiz deve julgar dentro dos limites do pedido e da 
causa de pedir.
3 Nesse sentido, enunciado 281, do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “(art. 319, III). A indicação do dispositivo 
legal não é requisito da petição inicial e, uma vez existente, não vincula o órgão julgador”.
4 Enunciado 282, do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “(art. 391, III; art. 343). Para julgar com base em enqua-
dramento normativo diverso daquele invocado pelas partes, ao juiz cabe observar o dever de consulta, previsto no art. 10”.
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Valor da Causa
A toda causa deve ser atribuído valor na petição inicial (art. 319, V, do CPC), 
mesmo que ela não tenha um pedido que possa ser quantificado (art. 291 do CPC) 
e essa regra não comporta exceções.
O art. 292 do CPC elenca, num rol exemplificativo, o valor da causa para algu-
mas ações. Quando a causa não estiver elencada no rol do art. 292, o autor deverá 
atribuir um valor ao seu prudente critério, desde que não haja legislação extrava-
gante com previsão nesse sentido, como ocorre nas ações de despejo, em que o 
valor da causa corresponde a doze vezes o valor do aluguel estipulado no contrato 
(art. 58, III, da Lei n. 8.245/1991).
É extremamente relevante saber se o valor da causa está previsto em lei ou se 
foi atribuído pelo autor, pois, se foi colocado na petição inicial de modo equivocado, 
o juiz poderá alterá-lo de ofício, se previsto em lei, mas apenas por provocação do 
réu, se foi inserido por puro critério do demandante (art. 292, §3º, do CPC). 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos 
juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura 
da ação;
II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, 
a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida;
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área 
ou do bem objeto do pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos 
valores de todos eles;
VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de 
umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação 
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for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo in-
ferior, será igual à soma das prestações.
§ 3° O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar 
que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas corres-
pondentes.
Quando o demandado deve impugnar o valor dado à causa pelo autor?
O demandado deve fazê-lo na contestação, sob pena de não mais poder impug-
ná-lo em momento posterior. Nesse sentido, o art. 293 do CPC/2015 diz que 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à 
causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o 
caso, a complementação das custas.
Opção pela Audiência de Conciliação ou Sessão de Mediação
Essa é uma novidade trazida pelo Novo CPC, pela qual o autor deve manifestar 
sua opção pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
No novo procedimento comum há possibilidade de realização de audiência de 
conciliação ou mediação antes mesmo do início do prazo para que o réu ofereça 
resposta, medida que tem por objetivo encerrar o litígio sem que o réu tenha o 
ônus de elaborar defesa técnica quando houver possibilidade de conciliação entre 
as partes, o que proporciona, assim, celeridade processual.
A experiência tem mostrado que muitos processos têm deslinde com a concilia-
ção das partes. Nesse contexto, se a conciliação pode encerrar o processo evitando 
diversos problemas
acima, o ideal é que se promova essa tentativa de conciliação, 
com uma audiência, logo no início do processo. Esse modelo procedimental não é 
novidade, já sendo adotado desde 1995 nos Juizados Especiais.
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Ao combinar a redação do caput dos art. 322 e do art. 324, conclui-se que o pe-
dido deve ser certo e determinado:
Art. 322. O pedido deve ser certo.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
Excelente a técnica legislativa de separar as qualidades de certeza e determina-
ção em dois artigos distintos, eis que tratam de características diferentes.
Por certeza do pedido entende-se que o autor individualiza precisamente o bem 
(ou bens), pretendidos com aquela demanda, enquanto a determinação significa a 
quantificação do bem pleiteado.
Nos parágrafos do art. 322, encontram-se instruções sobre a certeza do pedido, 
figurando no §1º os pedidos acessórios que se incluem no pedido principal (juros 
legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários 
advocatícios) e, no §2º, a regra inédita segundo a qual o pedido deve ser interpre-
tado conforme o conjunto de pedidos postulados e observando-se o princípio da 
boa-fé objetiva.
§ 1° Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2° A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o 
princípio da boa-fé.
Fique atento(a), pois os pedidos acessórios de juros legais, correção monetária, 
verbas de sucumbência e honorários advocatícios têm natureza de pedido implícito, 
devendo ser impostos pelo magistrado ainda que não sejam pleiteados expressa-
mente. Não conclua, todavia, que se trata de regra desnecessária, pois a positivação 
de regra, incluindo os pedidos acessórios no pedido principal, evita qualquer tentati-
va de discussão por parte do réu sobre a possibilidade de o juiz concedê-los quando 
não houver pedido expresso.
Embora o art. 324 disponha que o pedido deve ser determinado (líquido), seu 
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§1º traz as hipóteses excepcionais em que o pedido pode ser genérico (indetermi-
nado ou ilíquido).
O que é pedido genérico?
O pedido genérico, indeterminado ou ilíquido é aquele que continua sendo certo, 
mas não indica a quantidade do bem pleiteado. 
Vê-se, portanto, que o pedido genérico é hipótese excepcional. A regra é o pe-
dido ser (além de certo) determinado, para que o réu saiba exatamente do que se 
defender, assim como o juiz possa julgar dentro dos limites do que foi pleiteado, 
respeitando a regra da correlação prevista nos artigos 141 e 492, ambos do CPC.
Existem casos, entretanto, em que não é possível formular pedido determinado, 
permitindo o CPC (art. 324, §1º, I a III), em rol taxativo, que se formule pedido 
ilíquido. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que 
deva ser praticado pelo réu.
O rol do art. 324, § 1º, do CPC é taxativo. Assim, se o autor formular pedido gené-
rico fora do permissivo legal, qual será a consequência? 
A petição inicial será inepta (art. 330, §1º, II, do CPC), devendo o juiz intimar o 
autor para que a emende, no prazo de quinze dias (art. 321 do CPC), sob pena de 
indeferimento da petição inicial (art. 330, I) e a consequente extinção do processo 
sem resolução do mérito (art. 485, I, do CPC). Caso o juiz não tome essas provi-
dências, cabe ao réu requerê-las na contestação.
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É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, isto é, se o juiz não 
acolher um, pode acolher o outro. Assim como é lícito formular mais de um pedido 
alternativamente para que o juiz acolha um deles.
Agora vamos tratar de um tema abordado no art. 327 do CPC, que é a cumula-
ção de pedidos!
O próprio nome já sugere, se trata de cumular mais de um pedido na petição 
inicial contra o mesmo réu, por exemplo: reparação por danos morais + danos 
materiais. Essa cumulação é lícita, sendo necessário preencher alguns requisitos 
previstos na lei: 
• os pedidos devem ser compatíveis entre si;
• o juízo competente deve ser o mesmo;
• deve ser adequada para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários 
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I – os pedidos sejam compatíveis entre si;
II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
O que fazer se para cada pedido a lei determinar um procedimento distinto? A 
cumulação será possível?
O CPC responde a essa questão. Se para cada pedido corresponder um rito dife-
rente, a cumulação será admitida, desde que seja adotado o procedimento comum 
(art. 327, §2º, do CPC).
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será ad-
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mitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do em-
prego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a 
que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as 
disposições sobre o procedimento comum.
Alteração de Pedido e Causa de Pedir
Por fim, o art. 329 e seus incisos tratam da alteração objetiva da demanda.
A questão que se coloca é: uma vez proposta a ação, o autor pode modificar o 
pedido e causa de pedir?
Sim, é permitida a modificação de pedido e/ou causa de pedir, se ocorrer antes 
da citação, sem necessidade de concordância do réu (inciso I) e após a citação, 
desde que haja concordância do demandado, facultando-lhe manifestar-se sobre o 
acrescido no prazo de 15 (quinze) dias, inclusive com requerimento de provas, se 
necessário (inciso II). Tais regras são aplicáveis ao pedido e à causa de pedir da 
reconvenção (art. 329, parágrafo único).
Art. 329. O autor poderá:
I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu;
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifes-
tação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova 
suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
neste artigo à reconvenção e à respectiva causa 
de pedir.
Causas de Indeferimento da Petição Inicial
Dispõe o art. 485 do CPC que o juiz proferirá sentença sem apreciação do mé-
rito quando houver causa de indeferimento da petição inicial. Tais causas de inde-
ferimento estão previstas no art. 330 do CPC. São elas: inépcia; ilegitimidade de 
parte; falta de interesse de agir; não indicação nos autos do endereço do advoga-
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do, bem como sua inscrição na OAB e nome da sociedade a qual faz parte; e não 
corrigir a petição inicial quando determinado pelo juiz.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I – for inepta;
II – a parte for manifestamente ilegítima;
III – o autor carecer de interesse processual;
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
Por sua vez, o §1º do art. 330 do CPC apresenta as hipóteses em que a petição 
inicial será considerada inepta:
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o 
pedido genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
Note que são todos vícios ligados ao pedido na petição inicial!
Dispõe o art. 330, §2°, do CPC que, nas ações em que se pretende discutir 
obrigações decorrentes de contratos de empréstimo, de financiamento e alienação 
de bens, o autor deve preencher um requisito específico na petição inicial, qual 
seja, discriminar pormenorizadamente quais obrigações deseja discutir em juízo, 
devendo, também, identificar o valor exato da parte controvertida e da parte in-
controversa, sob pena de indeferimento da petição inicial por inépcia. No parágrafo 
seguinte, o CPC exige que o valor incontroverso continue sendo pago regularmente 
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pelo devedor:
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, 
de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discrimi-
nar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controver-
ter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3° Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e 
modo contratados.
Desse indeferimento o recurso cabível é a apelação. E, uma vez interposto o 
recurso, este terá efeito regressivo, ou seja, será facultado ao juiz se retratar no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo 
de 5 (cinco) dias, retratar-se.
Caso não haja retratação, o juiz determinará a citação do réu para que responda 
ao recurso (art. 331, §1º), não havendo necessidade de abordar as questões de 
mérito da petição inicial, mas tão somente os argumentos da apelação, pois, se ao 
pedido desta for dado provimento, devolve-se o prazo para que o réu conteste a 
partir da sua intimação do retorno dos autos à vara de origem (art. 331, §2º).
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a 
correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
1.4. Improcedência Liminar do Pedido
O CPC permite, de forma excepcional, que o juiz julgue o mérito no início da 
relação jurídica processual, antes mesmo da citação do réu. 
Note que, como ainda não houve o ingresso do réu no processo, a sentença, 
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nesse caso, só pode ser de improcedência. 
Assim, é fácil notar que a decisão não acarretou nenhum prejuízo ao réu. E, 
partindo dessa premissa, é que se pode concluir que esse julgamento liminar não 
viola os princípios do contraditório e da ampla defesa. 
Só se admite o julgamento liminar do pedido se a causa dispensar a fase instrutó-
ria. Isso ocorre quando não há controvérsias acerca das questões, de fato.
Logo, se o pedido contido na petição inicial contrariar enunciado de súmula do 
STF ou STJ, acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetiti-
vos, entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência ou enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre 
direito local, o juiz julgará liminarmente improcedente o pedido.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Jus-
tiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Jus-
tiça em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Nos termos do § 1º do art. 332 do CPC, o juiz pode julgar improcedente de pla-
no a pretensão do autor se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de 
prescrição. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, des-
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de logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Dessa improcedência liminar, cabe apelação, podendo o juiz se retratar em 5 
(cinco) dias. 
Se houver a retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo com 
a devida citação do réu. Se não houver retratação, será determinada a citação do 
réu para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
E, se não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da 
sentença:
§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, 
nos termos do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a ci-
tação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar 
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
1.5. Audiência de Conciliação ou de Mediação
Visando promover as formas alternativas de solução dos conflitos, o CPC alterou 
o procedimento comum para incluir a audiência de conciliação ou de mediação nas 
comarcas em que houver mediadores (art. 334, §1º).
Como afirmamos no início, o procedimento comum do processo de conheci-
mento sofreu alterações na ordem da prática dos atos processuais, bem como na
sua forma. Na nova sistemática processual, distribuída a petição inicial e estando 
ela regular, o juiz determinará a citação do réu, com antecedência mínima de 20 
(vinte) dias, para integrar a relação processual e, no mesmo ato, intimação para 
comparecimento a uma audiência de conciliação ou sessão de mediação:
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Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de im-
procedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação 
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 
20 (vinte) dias de antecedência.
Vamos lá! Trata-se de audiência facultativa, podendo as partes se manifestar 
pela não realização, por falta de interesse na tentativa de conciliação ou mediação. 
Para o afastamento da audiência, é indispensável que ambas as partes demonstrem 
o desinteresse na sua realização (art. 334, §4º, I) e, se houver litisconsórcio, todos 
os litisconsortes devem, expressamente, manifestar-se pela não designação da au-
diência (art. 334, §6º).
Como as partes demonstram esse desinteresse na realização da audiência?
O autor deve demonstrar, já na petição inicial (art. 319, VII), que não tem in-
teresse, ao passo que o réu poderá apresentar simples petição, até dez dias antes 
da audiência, especificamente para esse fim (art. 334, §5º), iniciando, no protocolo 
dessa petição, o prazo para oferecimento de contestação (art. 335 do CPC), não 
sendo obrigado, portanto, antecipá-la.
Outro ponto importante: também não será designada a audiência de conciliação ou 
sessão de mediação quando a causa não admitir autocomposição (art. 334, §4º, II):
§ 4º A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição 
consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
Sendo designada a audiência ou sessão, o comparecimento das partes é obriga-
tório, mesmo daquelas que se manifestaram por sua não realização, podendo ser 
representadas por prepostos (art. 334, §10, CPC).
Qual a consequência do não comparecimento de uma das partes ao ato?
O não comparecimento à audiência configura-se ato atentatório à dignidade da 
justiça, com imposição de multa, em favor da União ou do Estado, de até 2% sobre 
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o valor da causa ou do proveito econômico pretendido (art. 334, §8º):
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 
dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em 
favor da União ou do Estado.
1.6. Contestação, Reconvenção e Revelia
A contestação é a peça mais importante do processo para o réu, pois é nessa pe-
tição que o demandado apresentará (quase) todos os seus argumentos de defesa.
A defesa apresenta duas naturezas distintas, podendo ser de cunho proces-
sual ou de mérito. A defesa processual tem por objetivo atacar falhas existentes 
no processo, não havendo nenhuma relação com o pedido (mérito) formulado na 
petição inicial. Assim, quando o réu alega incompetência absoluta, falta de pressu-
posto processual ou carência de ação, por exemplo, estamos diante de uma defesa 
processual.
A defesa de mérito, por outro lado, impugna, direta ou indiretamente, o pedido 
formulado pelo autor. Diz-se que há defesa de mérito direta quando o autor nega os 
fatos narrados na petição inicial e que constituem o direito do autor. Basta pensar 
numa ação de despejo proposta pelo locador em razão de o locatário haver infrin-
gido o contrato de locação. Em contestação, a defesa de mérito será direta quando 
o réu simplesmente negar que tenha ocorrido qualquer infração contratual.
Há defesa de mérito indireta quando o réu reconhece como ocorridos os fatos 
narrados pelo autor, mas alega que houve fato modificativo, impeditivo ou extintivo 
do direito do demandante.
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Portanto, a contestação é a peça processual na qual o réu alegará defesa proces-
sual e defesa de mérito.
 
O art. 337 do CPC elenca as defesas processuais que podem ser alegadas em 
sede de contestação. Como devem ser alegadas antes do mérito, são chamadas 
de questões preliminares, que podem ser peremptórias – quando impedem a apre-
ciação do mérito pelo juiz, acarretando a extinção do processo sem resolução do 
mérito – ou dilatórias, quando apenas retardam (mas não impedem) a apreciação 
do mérito pelo juiz. 
O CPC/2015 reuniu quase todas as matérias de defesa na contestação. Com 
exceção das arguições de impedimento e de suspeição do juiz (que devem ser vei-
culadas em peça própria – art. 146 do CPC), todas as demais matérias de defesa 
devem ser alegadas na contestação.
A contestação deve ser elaborada observando duas regras fundamentais:
• regra da eventualidade ou da concentração das defesas;
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• regra da impugnação especificada dos fatos.
A regra da eventualidade está prevista no art. 336 do CPC/2015, dispondo que 
cabe ao réu, na contestação, apresentar toda a sua matéria de defesa, sob pena de 
preclusão, ou seja, sob pena de o réu não mais poder apresentar novos argumen-
tos defensivos em momento posterior:
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo 
as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir.
Existem exceções à regra da eventualidade, pois há fatos que podem ser alegados 
depois da contestação. Tais exceções encontram-se elencadas no art. 342 do CPC:
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I – relativas a direito ou a fato superveniente;
II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau 
de jurisdição.
Já a regra da impugnação específica dos fatos está prevista no art. 341 do CPC, 
significando o dever de o réu impugnar cada um dos fatos narrados na petição ini-
cial, sob pena de presunção de veracidade dos fatos não impugnados.
Em razão dessa regra, veda-se a chamada contestação por negativa geral, na 
qual o réu limita-se a fazer uma impugnação genérica dos fatos alegados na inicial:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações 
de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, 
salvo se:
A impugnação específica dos fatos é a regra, mas há exceções a essa regra, que 
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estão previstas no mesmo dispositivo legal:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de 
fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo 
se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Então, alguns réus não se submetem a essa regra, podendo fazer contestação 
por negativa geral sem implicar presunção de veracidade dos fatos alegados na 
petição inicial (art. 341, parágrafo único, do CPC). São eles: o advogado dativo; o 
curador especial (art. 72 do CPC); a Defensoria Pública.
Por outro lado, alguns fatos, mesmo não impugnados, não podem ser presumi-
dos verdadeiros. Esses são os elencados nos incisos do art. 341 do CPC.
Matérias Alegáveis na Contestação
Antes de discutir o mérito da ação, o réu pode apresentar defesas de cunho pro-
cessual de forma preliminar. O art. 337 do CPC diz o que pode ser alegado:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
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VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Todas as defesas processuais podem ser conhecidas de ofício pelo juiz, exceto a 
convenção de arbitragem e a incompetência relativa (art. 337, §5º, CPC):
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá 
de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
Importante saber que a ausência da alegação da existência de Convenção de 
arbitragem (inciso X) implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo ar-
bitral. É o que diz o §6º, art. 337, CPC:
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma pre-
vista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
Reconvenção
Reconvenção é o instituto que possibilita ao réu formular pedido em face do 
autor, no mesmo processo, tendo natureza jurídica de ação incidental proposta, em 
regra, pelo réu em face do autor. 
Na sistemática do CPC/2015, a reconvenção será oferecida no corpo da contesta-
ção, prestigiando a simplificação do processo civil. Em nome desse abandono do 
formalismo excessivo, conclui-se que não há necessidade de propositura da re-
convenção em capítulo próprio na contestação, tampouco a utilização da expres-
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são “reconvenção”, mas tão somente a perfeita identificação de pedido diverso 
formulado em face do autor e não simplesmente o pedido de improcedência do 
pedido autoral.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão 
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Somente o autor pode figurar no polo passivo da reconvenção?
O art. 343 do CPC/2015 admite que a reconvenção seja proposta pelo réu em 
face do autor e terceira pessoa (art. 343, §3º), ou proposta pelo réu em litiscon-
sórcio com terceira pessoa (art. 343, §4º). Nada impede, ainda, que a reconvenção 
seja proposta pelo réu e terceiro em face do autor e terceiro:
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
Para que a reconvenção seja admitida, existem 2 (dois) requisitos previstos 
em lei. São requisitos alternativos, logo, basta que se verifique a presença de um 
deles para que a reconvenção possa ser oferecida, conforme se depreende do art. 
343 do CPC.
Nesse sentido, para que a reconvenção possa ser proposta pelo réu reconvinte, é 
preciso que haja: a) conexão entre a reconvenção e a ação principal ou b) conexão 
entre a reconvenção e o fundamento de defesa.
REVELIA
A revelia, embora não seja uma espécie de resposta, é um fato intimamente 
ligado à resposta do réu. A doutrina majoritária define a revelia como sendo a au-
sência de contestação, conforme redação do art. 344 do CPC:
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Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão ver-
dadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Não se pode confundir a revelia, que é o fato decorrente da falta de contestação, 
com os efeitos oriundos da revelia. 
Os efeitos da revelia podem ser de 2 (duas) espécies: 
• processuais; 
• material. 
Os efeitos processuais da revelia são: 
1) não intimação do réu revel para ter ciência dos atos processuais (art. 346 do 
CPC). Caso o réu torne-se revel, ele não será intimado pelo juízo para tomar ciência 
dos atos praticados no processo. Contudo, poderá intervir no processo a qualquer 
tempo, recebendo-o no estado em que se encontrar, ou seja, podendo praticar atos 
processuais futuros, mas não serão devolvidos os prazos para os atos processuais 
pretéritos (art. 346, parágrafo único);
2) julgamento antecipado do mérito (art. 355, II, do CPC). Como veremos mais 
adiante, o juiz pode proferir sentença julgando o mérito da causa sem precisar da 
produção de provas quando ocorrer a revelia.
O efeito material da revelia, previsto no art. 344 do CPC, é a presunção de ve-
racidade dos fatos alegados pelo autor na petição inicial. 
Precisamos que entenda que esse efeito da revelia tem unicamente o objetivo de 
presumir que os fatos narrados pelo autor são verdadeiros, sem que isso importe 
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necessariamente em procedência do pedido do autor. 
Essa é a regra, ou seja, ocorrendo a revelia, o seu efeito material se produzirá, 
levando a uma presunção relativa de veracidade dos fatos alegados pelo autor. 
Mas existem hipóteses excepcionais em que o réu fica revel,
mas não se produ-
zirá a presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial. Tais exceções 
estão elencadas no art. 345 do CPC:
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere in-
dispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos.
1.7. Providências Preliminares e Saneamento
Finalizado o prazo para a resposta do réu, com ou sem a presença da contes-
tação, os autos devem ser conclusos ao juiz, a fim de que este verifique quais as 
providências devem ser tomadas. Essas são as chamadas providências prelimina-
res. Nesse sentido, art. 347 do CPC:
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as provi-
dências preliminares constantes das seções deste Capítulo.
As providências preliminares a serem adotadas podem ser de 2 (duas) espécies:
• especificação de provas;
• réplica.
Se o réu não apresentar contestação, ficando revel, mas não incidindo o efeito 
material da revelia (presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor), o juiz 
ordenará que o autor especifique as provas que pretende produzir, se ainda não as 
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tiver indicado, uma vez que o ônus de se provar a veracidade dos fatos constituti-
vos do seu direito ainda recai sobre o autor: 
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da 
revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda 
produzir, se ainda não as tiver indicado.
Já o art. 349 do CPC/2015 trata da hipótese em que há a revelia e o seu efeito 
material está presente. Logo, existe uma presunção de veracidade dos fatos ale-
gados pelo autor. No entanto, caso o réu revel ingresse no processo antes da fase 
instrutória, terá a oportunidade de produzir provas contrapostas às alegações do 
autor, com intuito de afastar a presunção benéfica ao autor: 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do 
autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais 
indispensáveis a essa produção.
Réplica
Quando o réu alegar, na sua contestação, defesa processual (art. 351 do CPC) 
ou defesa de mérito indireta (art. 350 do CPC), o juiz deve permitir que o autor se 
manifeste acerca da peça de defesa. 
Portanto, a réplica é a resposta do autor à contestação. 
Não é em face de qualquer contestação que o juiz deve ouvir o autor. A réplica so-
mente terá cabimento quando o réu trouxer defesa processual ou defesa de mérito 
indireta. 
Se o réu, em sua contestação, se limitar a apresentar defesa de mérito direta, não 
é necessária a réplica.
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Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, 
este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de pro-
va.
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz de-
terminará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de 
prova.
O que o autor deve tratar na réplica?
O autor deve se limitar a impugnar as matérias suscitadas pelo réu na contestação. 
Logo, não pode apresentar novas alegações. 
Assim, ocorrendo um dos casos acima citados, deve o juiz intimar o autor para que 
apresente réplica no prazo de 15 (quinze) dias. 
Por fim, de acordo com o art. 352 do CPC, se o juiz identificar existência de irregulari-
dades ou de vícios sanáveis (que podem ser supridos), o juiz determinará sua correção, 
devendo fixar um prazo, que nunca poderá ser superior a 30 (trinta) dias.
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz deter-
minará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Cumpridas todas essas providências preliminares (ou não havendo necessidade 
delas), inicia-se uma nova fase dentro do procedimento: julgamento conforme o 
estado do processo. 
1.8. Julgamento Conforme o Estado do Processo
O termo “julgamento conforme o estado do processo”, para dar uma estrutura 
didática ao tema, deve ser entendido como um gênero, que comporta 3 (três) ca-
minhos distintos que o processo pode seguir: 
• extinção do processo (art. 354 do CPC);
• julgamento antecipado do mérito (arts. 355/356 do CPC);
• decisão de saneamento e organização do processo (art. 357 do CPC).
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Então, o juiz poderá julgar, desde logo, o processo (extinção do processo) ou, 
não sendo possível proferir sentença, deve prolatar decisão interlocutória de sane-
amento e organização do processo, com o prosseguimento da marcha processual. 
1. Extinção do Processo
Quando verificada as hipóteses dos arts. 485 e 487, incisos II e 
III.
2. Julgamento Antecipado
do Mérito
Quando não houver necessidade de produção de outras provas e 
quando o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não 
houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
3. Do Julgamento Antecipado 
Parcial do Mérito
Quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles 
mostrar-se incontroverso ou estiver em condições de imediato 
julgamento, nos termos do art. 355.
Essa decisão poderá reconhecer a existência de obrigação líquida 
ou ilíquida.
Após as providências preliminares, constatando o juiz que o processo já está 
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pronto para julgamento, pois não há necessidade de uma fase instrutória (produ-
ção de provas) ou, sendo o réu revel, também não tiver provas a produzir, este 
poderá julgar, desde logo, o mérito:
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução 
de mérito, quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de 
prova, na forma do art. 349.
O juiz pode constatar, ainda, que um ou mais dos pedidos formulados ou parcela 
deles mostra-se incontroverso ou já se encontra em condições de imediato julga-
mento. Nesse caso, o juiz profere decisão com o julgamento daqueles pedidos que 
são incontroversos:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formu-
lados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
O provimento jurisdicional que aprecia totalmente os pedidos
tem natureza de 
sentença, ou seja, o julgamento antecipado do mérito total materializa-se em uma 
sentença. Já a decisão que julga parcialmente o mérito possui natureza de decisão 
interlocutória. 
Sendo assim, cuidado! A sentença que julga antecipada e totalmente o mérito é 
impugnável por meio do recurso de apelação. Já a decisão interlocutória que julga 
parcialmente o mérito é recorrível por meio do recurso de agravo de instrumento 
(art. 356, § 6º, do CPC/2015):
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§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
No que toca à extinção do processo, item 1 da tabela, devemos explicar que 
existem hipóteses em que ocorrerá uma redução subjetiva ou objetiva do processo. 
Logo, o juiz, em determinadas hipóteses, deverá excluir um dos pedidos (redução 
objetiva) ou excluir partes da relação processual (redução subjetiva). 
Nessas hipóteses, essa redução é declarada por meio de uma decisão interlocu-
tória, prosseguindo o feito em relação aos outros pedidos e/ou outras partes. 
Em seu artigo 354, parágrafo único, o CPC prevê que a decisão interlocutória 
que extinguir parcialmente o processo, com base nos artigos 485 e 487, II e III, 
será recorrível por agravo de instrumento:
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela 
do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Saneamento e Organização do Processo
Ultrapassada a fase de julgamento conforme o estado do processo, tendo o juiz 
decidido por produzir provas para julgar o mérito, passará o magistrado ao sanea-
mento do processo e, em seguida, organizando-o para as fases seguintes (produ-
ção de provas e sentença).
Observe que, na verdade, o juiz, nesse momento, praticará duas providências 
distintas: primeira, sanear o processo; e, segunda, organizar o processo para as 
outras fases. 
Os atos de saneamento têm por objetivo resolver questões processuais pen-
dentes, suscitadas pelas partes, Ministério Público ou que o juiz queira apreciar de 
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ofício. Nota-se, portanto, que o saneamento tem função retrospectiva (para trás), 
pois se debruça sobre o que aconteceu no passado.
Por outro lado, a organização do processo visa preparar o juízo para que ele 
possa formar seu convencimento e, assim, estar apto a proferir sentença sobre o 
mérito da causa. A organização do processo tem função prospectiva (para frente), 
eis que prepara o processo para que, nele, seja proferida sentença no futuro.
• saneamento do processo – função retrospectiva (analisar as questões 
passadas);
• organização do processo – função prospectiva (preparar o processo para 
o futuro).
Tanto os atos de saneamento quanto os de organização do processo estão pre-
vistos no art. 357 do CPC. Nesse dispositivo terão atos de saneamento e outros de 
organização processual:
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em de-
cisão de saneamento e de organização do processo:
I – resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especi-
ficando os meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Da decisão interlocutória em que o juízo saneia e organiza o processo, não cabe 
recurso de agravo de instrumento, uma vez que essa decisão não consta do rol do 
art. 1015 do CPC. 
Logo, a única impugnação imediata cabível contra a decisão de saneamento é 
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o manejo de petição pedindo esclarecimentos ou solicitando modificações, o que 
deve ocorrer no prazo de 5 (cinco) dias:
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou soli-
citar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
O art. 357, §3º, prevê o chamado “saneamento compartilhado”, tendo íntima liga-
ção com o princípio da cooperação (art. 6º do CPC), segundo o qual o juiz pode, 
havendo complexidade na causa, designar audiência para que todos os sujeitos do 
processo (juiz e as partes) construam juntos a decisão de saneamento:
§ 3° Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o 
juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer 
suas alegações.
1.9. Provas
Primeiro, o que é prova? 
Prova é todo meio capaz de reconstruir um fato pretérito ou verificar a sua exis-
tência, cujo objetivo é criar no juiz a convicção da ocorrência desse fato.
 Assim, a prova, dentro do processo, assume a função de ser o fundamento 
racional do juiz acerca da decisão final sobre um fato, isto é, serve de base para a 
formação da convicção do magistrado:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os 
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade 
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do 
juiz.
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Qual é o objeto da prova? O objeto da prova será sempre um fato! 
Não são quaisquer fatos, mas, tão somente, os atos relevantes e determinados, 
que são aqueles fatos realmente importantes para a elucidação da lide. 
Logo, não é necessário, em regra, fazer prova sobre o teor ou a vigência de um de-
terminado dispositivo de lei, vigorando os brocardos latinos iura novit curia (o juiz 
conhece a lei) e narra mihi factum, dabo tibi ius (narra-me fato, dar-te-ei o direito). 
Há exceções a essa regra. Quando a parte alegar direito municipal, estadual, es-
trangeiro ou consuetudinário, deverá provar-lhe o teor e a vigência, se assim o 
determinar o juiz (art. 376 do CPC). Nesses casos, a parte deverá provar o teor e 
a vigência do direito alegado, mas somente se houver determinação judicial nesse 
sentido:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário 
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Resumindo: a prova serve para comprovar fatos alegados pelas partes, não 
sendo objeto da prova, em regra, o direito. 
Existem fatos que não precisam ser provados, conforme previsto no art. 374 do 
CPC/2015:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – admitidos no processo como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Ponto de extrema relevância dentro do tema é o “ônus da prova”, ou seja, saber 
sobre quem recai o encargo de trazer ao processo elementos que sejam aptos a 
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demonstrar a veracidade dos fatos alegados pelas partes no curso da relação pro-
cessual. 
Ônus da prova deve ser entendido como o dever de produzir a prova sobre de-
terminado fato ou, excepcionalmente, sobre direito municipal, estadual, estrangei-
ro ou consuetudinário, na forma do art. 376 do CPC. 
Portanto, é indispensável determinar sobre qual das partes recairá o ônus de 
produzir essa ou aquela prova, pois, não atendido o ônus de produzi-la, a conse-
quência será derrota no processo.
Explicando: se o autor alega um fato e não produz prova sobre esse fato, a con-
sequência será a improcedência do pedido. Ao contrário, se o réu alega um fato que 
visa negar o direito do autor e não produz prova sobre esse fato, ter-se-á como não 
alegado, acarretando a provável procedência do pedido do demandante.
Agora, precisamos que preste bastante atenção, pois aprofundaremos a maté-
ria! Vamos lá! 
O Direito pátrio adota duas teorias sobre a distribuição do ônus da prova entre 
as partes:
• Teoria da Distribuição Estática do Ônus da Prova, também chamada de teoria 
clássica, adotada pelo CPC no art. 373, I e II, segundo a qual a lei determina 
qual das partes terá o ônus de produzir determinada prova sobre certo fato. 
Desse modo, o autor terá o ônus de produzir prova sobre os fatos que alegar 
na petição inicial (art. 373, I, do CPC). Cabe ao réu, se alegar fatos modifi-
cativos, impeditivos ou extintivos do direito do autor, provar tais fatos (art. 
373, II, do CPC).
• Teoria da Distribuição Dinâmica do ônus da prova, segundo a qual o juiz, 
analisando o caso concreto, distribuirá o ônus da prova a quem tenha melho-
res condições de produzi-la. Por essa teoria deve-se entender que o ônus da 
prova deve ser distribuído caso a caso entre as partes, pouco importando se 
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os fatos foram alegados pelo autor ou pelo réu ou quem tenha interesse em 
prová-lo.
O ônus de produzir provas em juízo é historicamente atribuído a quem alega um 
fato no processo. Logo, o autor tem o ônus de produzir provas sobre os fatos que 
constituem o seu direito alegado em juízo, enquanto o réu tem o ônus de produção 
probatória se alegar fatos que tenham por objetivo afastar o direito autoral. Essa 
regra é chamada de distribuição estática do ônus da prova.
O que é o critério estático do ônus da prova? 
Significa que a própria lei fixa e distribui a qual das partes recairá o encargo de 
se provar determinado fato alegado.
Essa é a sistemática trazida pelo CPC/2015, no art. 373:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do autor.
Mas, em alguns casos, essa distribuição legal não se demonstra mais justa e 
adequada. Por isso, como medida excepcional, a legislação passou a permitir a mo-
dificação das regras estáticas do ônus da prova. 
Existem 3 (três) modelos de modificação das regras inerentes ao ônus da prova:
• modificação convencional;
• modificação legal (ope legis);
• modificação judicial (ope iudicis).
Modificação convencional: ocorre quando as próprias partes, em comum 
acordo, estabelecem um sistema de distribuição de ônus probatório diverso da 
regra (Distribuição Estática do Ônus da Prova). Encontra previsão expressa no 
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CPC/2015, § 3º, do art. 373:
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das 
partes, salvo quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Modificação legal: a lei impõe a inversão do ônus da prova, pois, em determi-
nados casos, recai sobre o réu o encargo de comprovar que os fatos alegados pelo 
autor e presumidos pela lei como verdadeiros, na realidade, são falsos. Isso ocorre 
quando a própria lei traz uma presunção relativa de veracidade dos fatos, tal como 
nos casos em que incide o efeito material de revelia (um exemplo de inversão legal 
do ônus da prova é o art. 38 do CDC que impõe o ônus de provar a veracidade da 
propaganda veiculada a quem patrocina a campanha publicitária. Assim, caso o 
consumidor ajuíze ação com o propósito de discutir determinada propaganda en-
ganosa, não caberá a ele provar a inexatidão das informações veiculadas, mas ao 
anunciante).
Modificação judicial: a lei autoriza, de maneira excepcional, que o juiz, por 
meio de uma decisão, redistribua o ônus da prova de maneira diversa daquela pre-
viamente estabelecida. Cuida-se da consagração no CPC da teoria da carga dinâ-
mica da prova, nos parágrafos 1º e 2º do CPC/2015. 
Lembre-se: a aplicação da dinamização do ônus da prova é hipótese excepcional 
prevista no art. 373, §1º, do CPC/2015, eis que a regra continua sendo a distribui-
ção estática, disposta no caput do mesmo artigo.
Para que ocorra a dinamização, há que se preencher um dos requisitos mate-
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riais, previstos no art. 373, §1º: (1) que uma das partes detenha acentuadamente 
mais conhecimento técnico do que a outra; ou (2) que uma das partes detenha 
acentuadamente mais conhecimento fático do que a outra; ou, ainda, (3) que uma 
das partes tenha acentuadamente mais facilidade de demonstração da prova do 
que a outra:
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput 
ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o 
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em 
que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Pergunta-se: em qual momento o juiz deve inverter o ônus da prova?
O CPC/2015 adota a regra de instrução (devendo ocorrer a inversão na fase 
saneadora, ou seja, no momento em que o juiz defere as provas a serem produzi-
das no processo), como se depreende claramente do art. 357, III, e da parte final 
do art. 373, §1º, ao dispor que o juiz deve permitir à parte tentar desincumbir-se 
do ônus que lhe foi atribuído, o que demonstra que a dinamização não pode ocorrer 
na sentença, mas em decisão interlocutória com esse fim, da

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