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COMUNICACAO+E+EXPRESSAO

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ComuNiCAÇÃo E ExPrESSÃo 
Diretor-geral
Valdir Carrenho Junior
Diretor de Operações
Paulo Pardo
Coordenadora
Verona Ferreira
Professora
Ellen Valotta Elias Borges
Projeto gráfico, capa e editoração eletrônica
Belaprosa Comunicação Corporativa e Educação
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca da Faculdade Católica)
Sumário
UNIDADE 1 – ATO COMUNICATIVO E EFICÁCIA 
COMUNICATIVA 
iNTroDuÇÃo .................................................................9
1. Linguagem e Comunicação ...........................................9
1.1 o que é comunicar-se bem? ........................................9
1.2 A linguagem animal e a Linguagem Humana .............11
1.3 A linguagem não verbal .............................................11
2. Contrato Social x Escolha individual .............................13
2.1 Língua e Fala: o uso social e individual da linguagem ...13
2.2 A Variedade Linguística e os Grupos Sociais ................14
2.3 o Status da Língua ....................................................15
3. o Processo Comunicativo ............................................16
3.1 os elementos da comunicação ..................................16
3.2 Código e mensagem .................................................18
3.3 Emissor e receptor .....................................................19
4. Clareza e seleção vocabular: a eficiência da 
 interação comunicativa ...............................................21
4.1 os Níveis de Linguagem ............................................21
4.2 Certo, Errado ou Adequado? .....................................24
4.3 As Variedades da Linguagem Popular ..........................26
5. Falhas na Comunicação ..............................................27
5.1 os ruídos da Comunicação ......................................27 
5.2 o ruído Físico e os meios Tecnológicos ......................28
5.3 o ruído Semântico e a má organização das ideias ....29
CoNCLuSÃo ................................................................30
ELEmENToS ComPLEmENTArES ....................................31
rEFErÊNCiAS .................................................................32
UNIDADE 2 – TEXTUALIDADE
iNTroDuÇÃo ...............................................................34
1. Conceito de Texto ........................................................34
1.1 o que é texto ............................................................34
1.2 Para que serve um texto .............................................36
1.3 o uso social do texto: tipologia e gêneros textuais .......36
2. Texto oral e Texto Escrito .............................................38
2.1 Fala e Escrita: duas modalidades diferentes 
 da linguagem ...........................................................38 
2.2 A influências da fala na escrita e vice-versa .................39
2.3 Exemplos de textos formais e informais ........................42
3. Texto oral – informalidade x Formalidade .....................44
3.1 A formalidade e informalidade da comunicação ..........44 
no trabalho
3.2 Falar em público .......................................................45
3.3 Preparação e Técnicas da apresentação oral ...............48
4 Texto Escrito: a escrita padrão .......................................48
4.1 As dificuldades da norma culta ...................................51
4.2 o uso da vírgula .......................................................51
4.3 os pronomes e a colocação pronominal ....................54
5. Coerência e Coesão ..................................................56
5.1 A relação entre Coerência e Coesão ..........................58
5.2 Há coerência sem coesão? ........................................58
5.3 As conjunções: elementos coesivos .............................60
CoNCLuSÃo ................................................................62
ELEmENToS ComPLEmENTArES ....................................62
rEFErÊNCiAS .................................................................63
UNIDADE 3 – TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS: ESCRI-
TA E LEITURA
iNTroDuÇÃo ...............................................................66
1. Tipologia textual x Gêneros textuais ..............................66
1.1 os gêneros textuais ...................................................67
1.2 Tipologia textual ........................................................70
1.3 Tipologia e gêneros textuais: uma relação 
que se completa ..............................................................72
2. Texto Argumentativo ....................................................75
2.1 Tipos de Argumentos ...............................................756
2.2 Dedução ..................................................................76
2.3 indução ....................................................................76
3. Textos Técnicos............................................................78
3.1 Gêneros que circulam no contexto empresarial ............78
3.2 Carta comercial ........................................................80
3.3 Correio eletrônico .....................................................84
4. o processo de leitura: leitores passivos e ativos .............85
4.1 A leitura no seu sentido lato .......................................85
4.2 o papel do leitor na construção dos significados .........86
4.3 Tipos de leitores .......................................................87
5. Estratégias de Leitura ...................................................88
5.1 Tipos de estratégias ...................................................88
5.2 A prática das estratégias ............................................90
CoNCLuSÃo ................................................................90
ELEmENToS ComPLEmENTArES ....................................91
rEFErÊNCiAS .................................................................92
UNIDADE 4 – PROBLEMAS FREQUENTES NA 
PRODUÇÃO ESCRITA
iNTroDuÇÃo ...............................................................94
1. Vícios de linguagem ....................................................94
1.1 o Barbarismo ...........................................................94
1.2 A Cacofonia .............................................................96
1.3 o Pleonasmo
......................................................................................97
2. ortografia ..................................................................99
2.1 Escrita do S e do Z ...................................................99
2.2 Parônimos e Homônimos .........................................102
2.3 Erros frequentes ......................................................107
3. Acentuação gráfica ...................................................108
3.1 A sílaba tônica: oxítona, paroxítona e proparoxítona ..108
3.2 Ditongos e Hiatos ....................................................111
3.3 A nova ortografia ....................................................112
4. Concordância / regência verbal e nominal .................114
4.1 Concordância nominal: gênero e número .................114
4.2 Concordância verbal: verbos haver, existir e fazer ......115
4.3 regência verbal: verbo ir .........................................117
CoNCLuSÃo ..............................................................119
ELEmENToS ComPLEmENTArES ..................................119
rEFErÊNCiAS ...............................................................120
Unidade
1
objetivos de aprendizagem da 
unidade
• Conhecer os elementos que condicionam os 
processos de produção e recepção de textos bem 
como a eficácia dos processos de comunicação
• Compreender as noçõesde variedade e unidade 
linguística, assim como as causas mais comuns da 
ineficácia dos processos de comunicação
Professora mestre Ellen Vallota Elias Borges
ATo ComuNiCATiVo E EFiCáCiA 
ComuNiCATiVA 
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
9
iNTroDuÇÃo 
O homem é um ser social e não pode ser compreendido fora da sua realidade, ou seja, ele 
depende de trocas interacionais com o outro para viver em sociedade. Contudo, as relações entre 
as pessoas nem sempre são agradáveis. Tal fato acontece porque as palavras possuem significados 
diversos. A mesma palavra pode significar coisas diferentes se pronunciadas por sujeitos diferentes, 
em locais diferentes, em situações diferentes, de forma diferente, em épocas diferentes, dentro de 
grupos e contextos sociais diferentes. Vários autores mencionam que toda palavra pode ter faces, ou 
interpretações, distintas. Usadas na comunicação, podem ter sentidos diferentes, dependendo dos 
interlocutores ou do público a que se destinam.
As pessoas convivem em sociedade e se comunicam por meio das palavras; contudo, o sujeito, 
antes de ser um leitor de textos escritos, é um leitor de mundo. O processo comunicativo utiliza 
diferentes tipos de linguagens e suportes informacionais. Há linguagens técnicas e profissionais, 
linguagens publicitárias, imagens, sons, cheiros, placas de trânsito, anúncios de jornais, músicas, 
receitas, cardápios, tabela de preços, quadro de avisos, etc. Estamos rodeados por informações 
de todos os tipos em todos os lugares diariamente. Por exemplo, os noticiários da televisão são 
transmitidos por emissores que não estão interagindo pessoalmente conosco. Entretanto, há trocas 
comunicativas ao recebermos informações que nos fazem pensar, refletir e agir. Outro exemplo são 
as leituras online cada vez mais frequentes na nossa vida. As interações por meio de equipamentos 
tecnológicos são utilizadas constantemente. Desta forma, podemos dizer que todas estas mudanças 
trazidas pela evolução tecnológica estão afetando e transformando as relações pessoais e influenciando 
de modo positivo e negativo as relações de comunicação de todas as esferas sociais. Diante deste fato, 
é muito importante refletir sobre o ato da comunicação dentro dos diferentes contextos sociais para 
compreender melhor as relações entre as pessoas.
1. LiNGuAGEm E ComuNiCAÇÃo
1.1. o que é comunicar-se bem?
Comunicação
Fonte: Pexels.
Unidade
1Ato Comunicativo
 e eficácia comunicativa 
10
Comunicar-se bem não significa apenas falar bonito, mas sim apresentar eficiência na 
transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse 
sentido, comunicamos eficientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os 
objetivos daquele que a produz.
Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo comunicativo para que o 
receptor compreenda e responda aos objetivos do emissor de modo positivo.
É por meio da linguagem que o homem se comunica em sociedade. Quando falamos em 
linguagem, não estamos falando apenas da linguagem escrita, dos códigos linguísticos e do português 
padrão, correto e formal. A comunicação utiliza vários tipos de linguagens, como, por exemplo, a 
linguagem corporal, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes tipos de linguagens, devemos 
considerar a diversidade de contextos sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo 
realizado entre amigos no final da tarde em um happy hour não é o mesmo diálogo realizado pelos 
mesmos amigos dentro da empresa, no horário de trabalho, em uma reunião com a diretoria. Ainda 
que todos se conheçam, a linguagem utilizada em um local de trabalho precisa considerar elementos 
que não fazem parte de um contexto familiar e informal. Todos os lugares possuem suas regras próprias, 
inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de um amigo e vai entrando no 
quarto sem pedir licença. 
Devemos considerar diferenças existentes nas aplicações das regras. Por exemplo, na casa de 
seu amigo você dá uma batidinha na porta e avisa que está entrando; na sua empresa é preciso pedir 
que a secretária comunique ao seu diretor que você precisa falar com ele. Somente após a autorização, 
você será encaminhado para a sala e, geralmente, só entrará após a porta ser aberta pela secretária. 
Vejamos que há regras nos dois lugares, porém, a aplicação delas é diferente. O mesmo acontece com 
a linguagem. De acordo com o contexto formal ou informal, devemos utilizar o português padrão, 
podemos realizar abreviações ou demonstrar certa intimidade em relação às perguntas e aos assuntos 
abordados. Omitir informações, saber identificar o momento certo de realizar determinados tipos de 
perguntas ou expor opinião acerca de uma situação são elementos que fazem toda a diferença para o 
desenvolvimento de uma comunicação eficaz.
Em suma, reconhecer o poder de atuação da linguagem dentro de diferentes contextos sociais é 
um dos principais tópicos desta unidade.
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino 
“communicare”, que significa  “partilhar, participar 
algo, tornar comum”. Por meio da comunicação, 
os seres humanos e os animais partilham diferentes 
informações entre si,  tornando o ato de comunicar 
uma atividade essencial para a vida em sociedade.
Fonte: https://www.significados.com.br/comunicacao
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
11
1.2. A Linguagem Animal e a Linguagem Humana
Comunicação entre animais
 Fonte: Pixabay
 A comunicação não é um processo exclusivo da raça humana. Os animais também se comunicam 
entre si e, sendo assim, eles utilizam algum tipo de linguagem para realizar o processo comunicativo. Um 
texto famoso que aborda este tema é de autoria de Émile Benveniste. O autor aborda em seu texto as 
pesquisas realizadas por Karl von Fisch, professor de zoologia da Universidade de Munique. De acordo 
com os resultados da pesquisa, Fisch (1950 apud BENVENISTE, 1976, p.62) descobre que a abelha-
obreira, ao encontrar uma fonte de alimento, comunica a informação às outras abelhas por meio da 
dança. Benveniste (1976) relata em seu texto “Comunicação animal e linguagem humana” a experiência 
das abelhas para fazer um contraste entre a linguagem animal e a linguagem humana. Ao contrastar as 
duas linguagens, Benveniste (1976, p. 66) verifi ca que “A mensagem das abelhas não se deixa analisar”. 
Além disso, foi possível identifi car diferenças consideráveis como, por exemplo, que as abelhas não 
conhecem o diálogo, que é a condição da linguagem humana. O autor explica as diferenças:
O conjunto dessas observações faz surgir a diferença essencial entre os processos de 
comunicação descobertos entre as abelhas e a nossa linguagem. Essa diferença resume-se no 
termo que nos parece o mais apropriado para defi nir o modo de comunicação empregado 
pelas abelhas; não é uma linguagem, é um código de sinais. (BENVENISTE, 1976, p. 66-67).
Em suma, pode-se afi rmar que, embora a linguagem das abelhas apresente algumas semelhanças 
com a linguagem humana, como, por exemplo, a capacidade de formular e de interpretar um signo, 
elas não possuem um aparelho vocal e não dialogam entre si. 
1.3. A Linguagem não verbal
 Além da linguagem verbal, há a linguagem não verbal
Fonte: Pixabay.
Unidade
1Ato Comunicativo
 e eficácia comunicativa 
12
As relações humanas acontecem por meio de vários tipos de comunicação. Além da comunicação 
verbal também existem outras formas de transmitir ideias e mensagens. Um olhar, um sinal, uma 
música, uma cor, um desenho, um gesto, etc., tudo possui uma carga afetiva de significados que 
somente fará sentido se considerarmos o contexto de transmissão das mensagens e os interlocutores 
responsáveis por esta interação. 
Em suma, dominar e possuiro mesmo código linguístico do emissor ou do receptor não garante 
a eficácia do ato comunicativo. Além da comunicação verbal, que acontece por meio da escrita ou da 
fala, é preciso considerar a comunicação não verbal (gestos, fisionomias) para alcançar a intenção 
comunicativa do emissor. A mesma mensagem pode possuir interpretações diferentes de acordo com 
a maneira que é pronunciada. Uma forma irônica, autoritária, gentil, sensível, amigável pode produzir 
diferentes significados e, consequentemente, receber diferentes respostas.
 Nesse sentido, pode-se dizer que a forma como uma palavra é pronunciada está acompanhada 
por todo um conjunto corporal de expressões que fala pela própria palavra. Um sorriso ou uma 
cara fechada, um olhar fixo ou um olhar desviado, etc.; tudo isso pode transmitir informações que 
estão além do sentido explicitado pela palavra. Por exemplo, um “não” pode representar um “sim” e 
vice-versa. Quantas vezes dizemos um “tudo bem” para sermos cordiais, mas, na verdade, estamos 
querendo dizer um “agora não”. Falar um “sim” e atuar com um “não” interior é um problema no 
desenvolvimento das relações comunicativas, ou seja, a palavra acaba expondo uma mensagem que 
não está explícita nos gestos.
Tomaremos um exemplo para compreender o exposto. Em um evento social, cheio de comidas 
sofisticadas, alguém lhe oferece caviar e você diz que ama este prato. Contudo, ao colocá-lo na boca, 
sua face demonstra automaticamente uma desaprovação no sabor. Ou seja, apesar das palavras dizerem 
“sim”, seus gestos condenam sua afirmação e transmitem uma mensagem totalmente contrária. A 
linguagem é formada não apenas por códigos linguísticos, mas por todo uma linguagem corporal 
composta por gestos, olhares, sorrisos e indagações manifestadas pela forma como mexemos a boca, 
a testa, as bochechas, o queixo, a sobrancelha, etc.
Além da mensagem verbal, uma importante forma de 
comunicação é a linguagem não verbal. No material indicado no 
link, você obterá maiores informações sobre como esse tipo de 
linguagem é estabelecida. O link é: <https://www.portaleducacao.
com.br/conteudo/artigos/gestao-e-lideranca/elementos-da-
comunicacao/36499>.
 
“as palavras são o conteúdo da mensagem, e 
a postura, os gestos, a expressão e o tom de 
voz são o contexto no qual a mensagem está 
embutida. Juntos eles formam o significado da 
comunicação” (O’CONNOR; SEYMOUR, 1995, p. 35).  
Ainda, para estes autores, a comunicação corporal 
corresponde a 55% do total das formas como nos comunicamos, as palavras correspondem 
a 7% e o tom de voz 38%.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/gestao-e-lideranca/
elementos-da-comunicacao/36499)
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
13
2. CoNTrATo SoCiAL x ESCoLHA iNDiViDuAL
2.1 Língua e Fala: o uso social e individual da 
linguagem
Uso social da linguagem
Fonte: Pexels.
Partimos do pressuposto de que a linguagem é um sistema complexo e sua existência depende de 
seu uso, que é realizado por interações sociais. Seu processo de aquisição é realizado individualmente, 
porém, seu uso é social. É assim que entendemos a construção do conhecimento por meio da 
linguagem: o conhecimento é individual, mas age e se transforma no coletivo.
É importante reforçar que existem vários tipos de linguagens. Contudo, este tópico aborda a 
linguagem humana e apresenta a necessidade de expor a relação entre língua e fala. O que diferencia 
a linguagem humana de outras linguagens é o fato de ser duplamente articulada (nível fonológico e 
morfológico), ela possui um significado e um significante. Em outras palavras, o som /o/ representado 
pela letra “o” pode significar muitas coisas: pode ser um artigo masculino (o jornal), pode ser uma 
terminação verbal de primeira pessoa (Eu como), pode ser uma interjeição Ó mar salgado! Ou seja, 
um som saído de uma linguagem humana não é apenas um som, ele tem um significado que se 
relaciona com uma intenção comunicativa. Um grito, por exemplo, pode ser um pedido de ajuda, 
uma expressão de alegria, dor ou admiração. 
Para Saussure (2006), língua e fala são produtos da linguagem, a diferença está no fato da língua 
ser a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, enquanto a fala é individual. Em outras palavras, 
Unidade
1Ato Comunicativo
 e eficácia comunicativa 
14
a língua não constitui uma função do falante, é o produto que o indivíduo registra passivamente. Ele 
utiliza o código da língua por meio da fala para exprimir seu pensamento pessoal. 
A língua é também comparável a uma folha de papel: o pensamento é o anverso e o som o verso; 
não se pode cortar um sem cortar, ao mesmo tempo, o outro; assim tampouco, na língua, se 
poderia isolar o som do pensamento, ou o pensamento do som; só se chegaria a isso por uma 
abstração cujo resultado seria fazer Psicologia pura ou Fonologia. (SAUSSURE, 2006, p.131).
Em suma, a língua é uma estrutura social que o indivíduo utiliza de modo individual para 
atuar novamente dentro de um contexto social. Por exemplo, as crianças passam pelo processo de 
alfabetização para aprender a ler e escrever. Após o conhecimento da organização estrutural da língua, 
o sujeito precisa dominar o uso social da linguagem humana que pode ser realizado por meio da 
escrita, da fala, de interpretações de imagens, sons ou símbolos, etc. Porém, o domínio social da 
linguagem depende dos significados das palavras dentro de diferentes grupos sociais, pois a língua 
varia no tempo e no espaço.
2.2 A Variedade Linguística e os Grupos Sociais
Considerando o grupo social do qual o sujeito faz parte, ele passa a dominar determinado tipo 
de vocabulário e expressões que não são compreendidos dentro de outro grupo social. É o caso dos 
diferentes jargões utilizados em discursos jurídicos, médicos, por presidiários, cantores, jogadores 
de futebol, chefes de cozinha, etc. Cada grupo específico possui palavras que são frequentemente 
utilizadas em seu dia a dia, mas, dificilmente, são compreendidas dentro de outro grupo social. 
Vejamos alguns casos de jargões e gírias.
Como as pessoas se comunicam no dia-a-dia da sua 
região? Existem expressões que são comuns só onde 
você mora? Veja algumas expressões utilizadas no 
cotidiano das pessoas em nosso país:
- Ô, véi: Nada mais do que chamar a atenção de alguém.
- Vaza daqui: O mesmo que saia daqui.
- Brou, brother: O mesmo que amigo ou companheiro.
- Filé: Garota ou mulher bonita.
- Mó comédia: Pessoa vista por descrédito diante de suas ações.
- Larica: Sentir fome.
- Bolacha: tapa na cara
Para conhecer mais gírias, acesse o link:
Fonte: https://minilua.com/girias-diferentes-regioes/
GÍRIA X JARGÃO
A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos 
marginalizados que não queriam ser entendidos por quem 
não pertencesse ao grupo. Hoje, entende-se a gíria como uma 
linguagem específica de grupos específicos, como os jovens. 
Jargão é o modo de falar específico de um grupo, geralmente 
ligado à profissão. Existe, por exemplo, o jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em 
informática, etc.
Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/giria-e-jargao-a-lingua-muda-
conforme-situacao.htm
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
15
Considerando todos os exemplos apresentados, é importante levar em conta o ambiente e a 
situação em que estamos para saber utilizar a língua de modo adequado. Desta forma, é possível 
estabelecer uma comunicação eficaz, alcançando o objetivo por parte do emissor e, ao mesmo tempo, 
a compreensão por parte do receptor. É claro que cada pessoa e grupos sociais possuem uma maneira 
própria de falar, criando suas próprias marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não 
apenas no âmbito geográfico, mas também no âmbito profissional. Em suma, a língua varia de acordo 
com os elementos regionais, socioculturaise contextuais. 
Também podemos dizer que há variações linguísticas segundo a norma culta, coloquial ou vulgar. 
Por exemplo, a linguagem utilizada em artigos científicos, jornais e trabalhos acadêmicos deve seguir 
a norma culta. A linguagem entre amigos, em situações informais e fora do ambiente de trabalho, 
frequentemente é a coloquial. Por fim, algumas situações específicas como, por exemplo, partidas de 
futebol, brigas de rua e de trânsito ou conversas realizadas por determinados grupos sociais utilizam, 
predominantemente, a linguagem vulgar. Para estes grupos é muito natural o uso de palavrões, gírias, 
omissões e trocas de letras na pronúncia das palavras, tornando a compreensão de suas mensagens 
limitada a grupos que convivem e utilizam diariamente este tipo de linguagem.
2.3 o Status da Língua
Independentemente do contexto em que acontecem as variações, isto é, seja em regiões diferentes 
ou situações diferentes dentro de uma mesma região, a língua é utilizada de acordo com duas modalidades: 
a variedade culta ou língua padrão e a variedade popular, conhecida também como registro vulgar. É 
importante considerar que estas duas modalidades são utilizadas em todos os grupos sociais. Entretanto, 
o domínio da variedade culta é algo visto de forma positiva como status e posição de prestígio e poder. Por 
outro lado, aqueles que demonstram um predomínio pelo uso popular da língua sofrem frequentemente 
preconceito por parte daqueles que dominam a modalidade culta da língua. 
Falar de forma culta ou na linguagem dos “mano” é uma forma simples de verificar como o 
preconceito atua na sociedade. Você já ouviu alguém falando desta forma? Como as pessoas reagem a 
este tipo de vocabulário? Se você não conhece, dê uma olhada em algumas expressões da linguagem 
popular e tire suas próprias conclusões.
Você conhece o “Dicionário dos Mano”? Aqui vão 
alguns exemplos: 
Mano não briga: arranja treta. 
Mano não cai: capota. 
Mano não entende: se liga.
Mano não passeia: dá um rolê.
Mano não come: ranga. 
Mano não fala: troca ideia.
Mano não ouve música: curte um som.
Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/giria-e-jargao-a-lingua-muda-
conforme-situacao.htm
Unidade
1Ato Comunicativo
 e eficácia comunicativa 
16
 Em suma, podemos dizer que a língua é responsável por formar a identidade cultural 
de determinado grupo. Embora utilizemos um código comum, este código é convencionado e 
transformado pelos grupos segundo seus conhecimentos, necessidades e interesses. Em outras 
palavras, a língua é uma forma de atuação social que age por meio de interações, negociações e relações 
de poder.
3. o ProCESSo ComuNiCATiVo 
3.1 os elementos da comunicação
O telefone corresponde a um dos elementos da comunicação
Fonte: Pexels.
Teóricos de diferentes áreas abordam a comunicação como tema central ou secundário em seus 
trabalhos. Linguistas, psicólogos, médicos, professores, advogados, todos utilizam a linguagem como 
forma de interação social e o processo comunicativo é fundamental para tal realização. Por isso, antes 
de qualquer coisa, é fundamental que tenhamos conhecimento sobre os elementos que fazem parte do 
processo comunicativo. 
Toda mensagem procede de um emissor para alcançar um receptor. Este processo acontece 
dentro de um contexto específico. É este contexto que determinará a compreensão da mensagem 
pelo receptor de acordo com os objetivos do emissor. Entretanto, não é sempre assim que acontece 
e a intenção comunicativa nem sempre é alcançada de forma eficiente. Em outras palavras, não é 
raro observarmos o receptor não compreender a mensagem da forma como o emissor gostaria. 
Portanto, faz-se necessário considerar, além do emissor, receptor e mensagem, outros elementos que 
compõem o processo comunicativo, isto é, o código, o contexto e o canal. Vejamos de forma ilustrativa 
a composição dos elementos:
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
17
Elementos da comunicação
Fonte: Pexels.
EMISSOR
Aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma empresa, uma equipe, etc. Nem 
sempre é uma única pessoa a responsável pela transmissão de uma mensagem.
MENSAGEM
O conteúdo informativo enviado de um emissor para um receptor.
RECEPTOR
Aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
CANAL DA COMUNICAÇÃO
Meios pelos quais a mensagem é enviada: voz, telefone, celular, computador, livro, 
propaganda, outdoor, etc.
CÓDIGO
O código linguístico é a língua em que a mensagem é escrita ou falada.
CONTEXTO
A situação em que ocorre o processo comunicativo: fatores sociais, emocionais, situações 
de relacionamento, fatores culturais, religiosos, etc.
Unidade
1Ato Comunicativo
 e eficácia comunicativa 
18
3.2 Código e mensagem
Código da mensagem precisa ser comum a emissor e a receptor
Fonte: Pexels.
A palavra código é uma palavra técnica para os estudiosos da linguagem. O código nada mais é 
que a língua ou o idioma em que a mensagem é produzida. Um fator muito importante que devemos 
considerar acerca deste elemento é: o fato do emissor e do receptor compreenderem e utilizarem o 
mesmo código não garante a compreensão da mensagem. É claro que o código é o primeiro ponto 
para que uma comunicação aconteça. Se não houver a compreensão da unidade do código linguístico 
dificilmente haverá uma comunicação, ou seja, não há interação comunicativa se o código do receptor 
e do destinatário não for o mesmo. Por exemplo, um russo e um japonês só conseguirão se comunicar 
se pelo menos um deles souber a língua do outro ou se eles dominarem outro código linguístico, 
como o inglês. Entretanto, nem sempre o conhecimento das palavras em outra língua pode dar 
conta de questões culturais. Desta forma, podemos dizer que ainda que o código seja compreendido 
entre emissor e receptor, há outros elementos que também fazem parte do processo comunicativo e 
interferem na compreensão e na produção de uma mensagem eficaz.
O fato de um brasileiro compreender a língua espanhola não significa que ele não seja 
surpreendido por situações problemáticas causadas por diferenças culturais ou linguísticas. Um 
exemplo de interferência linguística é o uso dos falsos amigos, isto é, aquelas palavras que parecem 
significar algo, mas significam outra coisa completamente diferente. Por exemplo, dizer para seu 
professor de espanhol que ele é muito “engrasado” pode ser constrangedor ao verificar no final da aula 
que a palavra “engrasado” na língua espanhola significa engordurado na língua portuguesa. 
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1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
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VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO JUNTOS?
Primeiro, leia com atenção as frases abaixo, escritas em 
espanhol, e observe as palavras que estão em negrito:
a) Me gusta mucho la salada de tomates.
b) ¿Quieres comer pan con presunto y queso?
c) La última cena de la telenovela fue emocionante.
d) ¡Fecha la puerta de la casa!
Depois de ler, responda com sinceridade. Você entendeu o significado das frases?
A maioria das pessoas diria que sim! E, ainda, pensaria: a primeira frase fala sobre gostar 
de salada de tomates, a segunda, se eu quero comer pão com presunto e queijo, a outra, 
algo relacionado com a última cena da novela ter sido emocionante e, finalmente, um 
pedido para fechar a porta. Afinal, qual o mistério disso? Entendi tudo!
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/espanhol/falso-amigo.htm
Acesse o LINK indicado acima para encontrar o significado correto das palavras e conhecer 
outros falsos amigos.
3.3 Emissor e receptor
 FONTE: http://julyacomunica.blogspot.com.br/2014/05/mancjete-titulo-e-lead-elementos-de-uma.html
O receptor de uma mensagem, seja escrita ou falada, precisa atuar como um leitor que busca 
interpretar aquilo que se apresenta para construir o significado daquilo que ele compreende. Este 
processo é complexo, pois a mesmapalavra ou mensagem pode ter significados diferentes de acordo 
Unidade
1Ato Comunicativo
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com o contexto comunicativo. O leitor utiliza seus conhecimentos e experiências individuais para 
interpretar os significados das mensagens durante o processo de leitura e comunicação. A cada 
interpretação surgem descobertas que levam o leitor a concordar ou refutar as opiniões apresentadas 
pelas mensagens produzidas. A interpretação pode ser feita de distintas formas, dependendo da 
formação e do contexto de recepção daquele que a faz. 
Você já ouviu alguém dizer que parece que a outra pessoa está falando grego (porque não está 
entendendo nada do que ela está dizendo)? Isso acontece porque embora sejamos todos brasileiros, o 
que nos faz possuidores do mesmo código linguístico - o português - muitas vezes somos incapazes de 
compreendermos uns aos outros. Diferentes circunstâncias podem levar a isso: falta de vocabulário, 
cultura diferente, falta de domínio do assunto tratado, diferentes visões de mundo e muitas outras. 
Tal dificuldade de compreensão em geral se relaciona às diferentes formas de captar e interpretar os 
mesmos objetos, situações, pessoas, textos, informações, palavras etc. E não há nada de anormal em 
relação a isso. Há apenas que se ter cuidado para que tais diferenças não se transformem em conflitos 
irreconciliáveis, causando, assim, prejuízo à interação entre os envolvidos.
Com base no que acabamos de afirmar, é possível perceber que é essencial para o estudo da 
linguagem considerar as relações entre emissor e receptor como elemento determinante para o 
sucesso da comunicação. Apesar de o código linguístico ser o mesmo, a compreensão de determinadas 
mensagens depende de elementos que estão além das palavras e bem próximos da formação cultural 
de cada um de nós. A utilização e conhecimento do mesmo código pelos sujeitos do processo 
comunicativo não é garantia de compreensão.
HOMENS E MULHERES SE COMUNICAM DE FORMAS 
DIFERENTES?
Diversas pesquisas confirmam as particularidades de cada 
gênero durante a comunicação. Confira quatro curiosidades 
sobre as diferenças da comunicação de homens e mulheres.
Veja o que pesquisadores falam sobre o assunto:
Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/04/17/924081/homens-e-
mulheres-comunicam-formas-diferentes.html#
Unidade
1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
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4. CLArEZA E SELEÇÃo VoCABuLAr: 
A EFiCiÊNCiA DA iNTErAÇÃo ComuNiCATiVA 
Não existem palavras certas ou erradas, mas sim adequadas
Fonte: Pexels.
4.1 os Níveis de Linguagem
A língua não é estática, suas modificações acontecem constantemente de acordo com seus 
sujeitos e contextos sociais. Desta forma, não existem palavras certas ou erradas, mas sim palavras 
adequadas dentro de determinados contextos sociais. Dizer palavras de baixo calão (palavrão) nem 
sempre produz o mesmo sentido. Por exemplo, seu uso pela mídia, em programas de humor, é uma 
forma de intensificar uma situação e provocar risos. Em uma discussão, seu uso é feito para ofender. 
Já em uma partida de futebol, seu uso é totalmente comum e realizado por grande parte do público, 
inclusive por mulheres. Esta diversidade de uso é o que chamamos de Níveis de linguagem. 
Segundo Moysés “[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e imutável. Assim 
sendo, podemos dizer que uma língua não é uma unidade homogênea e uniforme. Ela poderia ser 
definida como um conjunto de variedades.” Para o autor, é esta diversidade que faz surgir os níveis de 
linguagem que variam de acordo com o nível social, econômico, cultural e geográfico. No Brasil há 
uma grande variedade de pronúncia e vocabulário: “[...] há diferentes sotaques: o sotaque mineiro, o 
gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se diferenças entre regiões e também na 
fala de quem mora na capital e de quem vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014, p. 1).
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1Ato Comunicativo
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A mídia, principalmente programas humorísticos, costuma 
se apropriar de modos e costumes sociais, fazendo sua 
criação sobre esse recorte da realidade. O quadro Pegadinhas 
do Mução, carro chefe do Programa do Mução, é um quadro 
humorístico no qual o radialista liga para uma pessoa e a faz 
perder a paciência (pegar ar) ao expor um apelido que este 
não gosta de ouvir.
Fonte: http://omundodogrotesco.blogspot.com.br/2013/05/as-palavras-de-baixo-calao.
html#.WcUdueWnHIU
De acordo com os níveis de linguagem, podemos afirmar que falar palavrão não é algo proibido. 
O que estamos querendo dizer é que o uso deste tipo de palavra não é sempre condenável. O que 
precisa ser analisado é o contexto comunicativo para saber se o uso de determinadas expressões é 
adequado ou não. 
As palavras possuem sentidos diferentes se ditas por sujeitos diferentes em contextos diferentes. 
Como já foi dito, um programa de humor utiliza as palavras de baixo calão para causar risos. Entretanto, 
dentro de um contexto de trabalho formal, este tipo de uso é condenável e inaceitável. Dentro de uma 
oficina mecânica ou em um ambiente de construção de obras, talvez este uso não seja tão incomum.
Vejamos as figuras abaixo. Em qual delas o uso deste tipo de palavra seria permitido?
Contexto informal
 Fonte: www.shutterstock.com – ID da imagem: 637107283
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1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
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Contexto formal
 Fonte: www.shutterstock.com – ID da imagem: 567688420
É muito fácil identificar e reconhecer aquilo que é adequado ou não dizer em determinada 
situação. Na dúvida, use o bom senso. Em termos de palavras, não existe certo e errado, mas sim 
aquilo que é adequado.
Em suma, a língua é um sistema dinâmico que está em constante modificação. Por isso, é preciso 
levar em conta vários aspectos no momento do ato comunicativo. Um dos aspectos principais que 
deve ser considerado é o contexto social em que a interação comunicativa está sendo produzida. Por 
exemplo, um contexto formal exige elementos que não precisam ser considerados em um contexto 
informal. Por outro lado, o uso de práticas informais dentro de um contexto formal pode causar 
estranheza e falta de educação. Chamar seu companheiro de trabalho de “parceiro” e pedir para 
ele pegar o “bagulho” que está no depósito, pode soar rude ser for dito para seu chefe durante uma 
reunião com diretores da empresa. Neste caso, seria necessária a modificação do vocabulário, além de 
acréscimos de outras palavras educadas, como, por favor, o senhor, etc. Diante de um contexto formal, 
não se chama o chefe de “parceiro”, mas sim de “senhor”. Também não é adequado utilizar a palavra 
“bagulho”. O uso desta palavra, além de soar deselegante, não atribui o nome específico do objeto, 
que seguramente deve ter uma palavra mais objetiva para sua designação. O “bagulho” possivelmente 
tem um nome: pode ser um pacote, um documento, um envelope, um objeto branco, azul, etc. O uso 
desta palavra não deve ser condenado em todas as situações, porém, a situação relatada não apresenta 
um contexto adequado para o uso da palavra “bagulho”. Da mesma forma, a palavra “parceiro” deve 
ser usada para fazer referência a um amigo e não a um chefe. A escolha lexical é determinante para 
alcançar a intenção comunicativa de forma eficaz.
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O QUE É LÉXICO?
O conceito de léxico engloba vários significados que 
permitem que a palavra seja utilizada em diversos 
ramos de linguística. Léxico é o vocabulário de um 
idioma ou de uma região/comunidade, o dicionário 
de uma língua ou o conjunto de vocábulos utilizados 
por um autor. Por exemplo, “Este não é um léxico apropriado para uma menina de dez anos 
de idade” [...] 
Veja o texto completo: https://conceito.de/lexicoÉ importante selecionar as palavras adequadas durante uma reunião de trabalho ou uma 
entrevista de emprego. Este tipo de contexto exige o uso da norma culta porque é um modo de analisar 
a forma como o candidato se expressa por meio da linguagem padrão. Por isso, conhecer o receptor 
da mensagem e saber usar as palavras adequadas para apresentar suas ideias de modo claro e objetivo 
é a chave para o sucesso no mundo profissional.
Consultores alertam sobre erros que reprovam candidatos 
em entrevistas
Carmen Alonso, gerente de treinamento dá a seguinte 
recomendação: tome cuidado com as gírias. “Nas redes sociais, 
no MSN, ela pode tranquilamente usar uma linguagem mais 
informal, mas para um universo empresarial, a partir do 
momento que o funcionário representa a empresa, a exigência é muito alta”, alerta a gerente de 
treinamento.
Para a leitura do texto inteiro acesse o endereço abaixo:
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2011/01/consultores-alertam-sobre-erros-que-
reprovam-candidatos-em-entrevistas.html
4.2 Certo, Errado ou Adequado?
O sucesso da comunicação não depende apenas de saber utilizar os elementos do processo 
comunicativo. É preciso que o emissor considere, antes de qualquer coisa, quem é o seu público-alvo. 
Após estar ciente de quem receberá sua mensagem, o emissor deverá, então, adequar sua mensagem 
utilizando uma linguagem que atinja seu receptor da melhor forma. Para isso, é imprescindível levar 
em conta o contexto de comunicação, ou seja, se é um ambiente formal ou informal. Além disso, 
é importante compreender as expressões, gírias ou jargões específicos do público-alvo para que a 
comunicação flua da forma mais natural possível. 
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Diferentes situações de comunicação 
Uma mesma pessoa pode escolher uma forma 
de linguagem mais conservadora numa situação 
formal ou um linguajar mais informal, em situação 
mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece 
conosco no cotidiano? Na família e com amigos 
falamos de uma forma, mas numa entrevista para 
procurar emprego é muito diferente. Veja mais em:
Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/giria-e-jargao-a-lingua-muda-
conforme-situacao.htm?cmpid=copiaecola
Por exemplo, as palavras “biscoito” e “bolacha” são palavras aparentemente simples e 
compreensíveis por toda a população brasileira. Será mesmo? Como já apresentado, vimos que a mesma 
palavra pode ter significados diferentes se produzida em contextos diferentes por pessoas diferentes. 
Em primeiro lugar, é importante considerar as regiões do Brasil. Há muita diferença lexical no nosso 
país. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a palavra “bolacha” significa “tapa na cara”. No estado de São Paulo, 
as palavras “bolacha” e “biscoito” sofrem variações de uso dependendo do seu contexto. Dentro das 
empresas alimentícias, os funcionários são instruídos a dizer “biscoito” em vez de “bolacha”. Para este 
grupo profissional específico, há uma diferença entre aquilo que é ou não produzido industrialmente. 
Podemos dizer, então, que “biscoito” é um tipo de vocabulário técnico utilizado por eles. Sendo assim, 
o uso da palavra “bolacha” por funcionários de uma empresa de alimentos dentro do ambiente de 
trabalho é algo inapropriado e, provavelmente, cabível de uma advertência. 
 Contudo, fora do contexto profissional o uso da mesma palavra soa diferente. Por exemplo, 
em um supermercado é muito comum escutar uma criança pedir para sua mãe comprar um pacote 
de “bolacha de chocolate” e um pacote de “biscoito de polvilho”. A produção e compreensão dos sig-
nificados das palavras dependem dos seus interlocutores e a apropriação de seus usos depende não 
apenas dos sujeitos, mas também do contexto. Ou seja, a mesma pessoa, enquanto funcionária da em-
presa, jamais deve se referir ao seu chefe de produção utilizando a palavra “bolacha”. Por outro lado, 
não há problema algum comprar o mesmo pacote de “biscoito” produzido por alguma empresa do 
setor alimentício e chamá-lo de pacote de “bolacha” durante um diálogo com o funcionário do caixa 
do supermercado. 
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1Ato Comunicativo
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O que dizem as fabricantes
Perguntamos às cinco maiores produtoras do Brasil como 
elas nomeiam seus produtos
Nestlé –“A Nestlé entende os dois termos como corretos, 
porém utiliza “biscoito” em suas marcas por essa ser 
uma convenção da indústria brasileira”.
Bauducco –“Não 
há um motivo específico para a nomenclatura 
“biscoito”, é uma convenção da categoria. Não existe 
um termo correto, tanto que a legislação utiliza o 
termo ‘biscoito ou bolacha’”
M. Dias Branco  -“O uso da nomenclatura é uma 
questão regional. A M. Dias Branco usa “biscoito” 
como padrão para definir seus produtos”
Mondelez  -“Na Mondelez Brasil, os produtos são 
denominados “biscoitos”. A justificativa para o uso 
do termo é que é o mesmo da entidade de classe 
Anib”
Marilan  -Procurada pela reportagem, a empresa não se pronunciou até o fechamento 
desta edição.)
Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/alimentacao/o-certo-e-biscoito-ou-bolacha/
4.3 As Variedades da Linguagem Popular
Como vimos, além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações 
informais diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo comunicativo.
Elementos como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são responsáveis por determinado 
tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive dentro de situações informais. Infelizmente, 
a língua é vista como um status social e há muito preconceito em relação às pessoas que não sabem 
utilizar a norma padrão e culta da língua portuguesa. Alfredina Nery apresenta algumas variedades 
presentes no linguajar informal:
•	 Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: dizem pranta, broco 
ao invés de planta, bloco. 
•	 Alternância de “lh” e “i”: dizem muié, véio ao invés de mulher, velho. 
•	 Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: dizem arve, figo ao invés 
de árvore, fígado.
•	 Redução dos ditongos: dizem pexe, caxa ao invés de peixe, caixa.
•	 Simplificação da concordância: dizem as menina ao invés de as meninas.
•	 Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: dizem chegou 
duas moças ao invés de chegaram duas moças.
•	 Uso de pronome pessoal tônico em função de objeto: dizem “Nós pegamos ele” ao 
invés de “Nós o pegamos”.
•	 Assimilação do “ndo” em “no”: dizem falano ao invés de falando.
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1 Ato Comunicativo e eficácia comunicativa 
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•	 Assimilação do “mb” em “m”: dizem tamém ao invés de também.
•	 Desnasalização das vogais postônicas: dizem home ao invés de homem.
•	 Redução do “o” e do “e” átonos: dizem ovu, bebi ao invés de ovo, bebe;
•	 Redução do R do infinitivo ou de substantivos terminados em OR: dizem amá, amô 
ao invés de amar, amor.
•	 Simplificação da conjugação verbal: dizem “nós ama, eles ama” ao invés de “nós 
amamos, eles amam”.
Fonte: NERY (2007, online).
5. FALHAS NA ComuNiCAÇÃo 
5.1 os ruídos da Comunicação
 O ruído é qualquer intervenção que atrapalha, impede ou prejudica a transmissão de uma 
mensagem. Quando falamos em ruído, geralmente as pessoas pensam em som alto, em barulho. 
Entretanto, existem outros tipos de ruídos além do sonoro. Tudo que impede a compreensão do 
sentido de uma mensagem pode ser considerado um ruído. Como já citado, as gírias e os jargões 
utilizados por determinados grupos sociais também podem ser considerados um tipo de ruído. Neste 
caso, estamos falando de um ruído semântico, pois está relacionado com a falta de compreensão dos 
significados de determinadas palavras ou expressões.
Existem quatro tipos de ruídos de comunicação:
 
Ruído Físico:
É de origem externa. São os sons presentes em 
determinado lugar que acabamprejudicando 
a comunicação pela dificuldade de ouvir 
a mensagem. Exemplo: aparelho de som com o volume muito alto. 
Ruído Fisiológico:
Nada mais é do que qualquer questão fisiológica que bloqueie a comunicação. Exemplos: 
elementos físicos que tornam difícil a fala do comunicador com seus ouvintes.
Ruído Psicológico:
É quando o indivíduo que está tentando dar atenção na mensagem propagada começa a 
deixar a mente vagar sobre outro assunto. É um ruído presente na cabeça da pessoa, que 
acaba impedindo o entendimento da mensagem.
Ruído Semântico:
Ocorre quando ouvimos algo que possui um significado diferente daquele que conhecemos, 
por exemplo, o uso de termos técnicos por profissionais de diferentes áreas.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/marketing/exemplos-de-
ruidos-na-comunicacao/53332#ixzz3oB0qc1FR
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5.2 o ruído Físico e os meios Tecnológicos
 Elementos da comunicação
 Fonte: https://sites.google.com/site/eteevegra/a---fundamentos-de-comunicacao-verbal-e-nao-verbal
 A evolução tecnológica propicia um desenvolvimento constante dos meios de comunicação. 
Sendo assim, precisamos repensar as novas formas de interações comunicativas e de produção de 
mensagens. Sabemos que a linguagem falada e a escrita são modalidades diferentes que atuam de 
modo diferente. Dizer algo pessoalmente possibilita a interação e a visualização de gestos e elementos 
corporais que transmitem algumas informações durante a comunicação. Por outro lado, a conversa por 
telefone pode provocar ruídos pelo baixo volume do aparelho ou por problemas na linha. Também há o 
uso do whatsapp que faz muitas interações por meio de mensagens escritas. Quem nunca escreveu algo 
errado e depois precisou retificar o que havia escrito? Considerando estes problemas, é importante ter 
consciência da necessidade de revisar aquilo que foi escrito e confirmar o destinatário da mensagem. 
Não é nada conveniente enviar uma mensagem errada ao chefe da empresa, não é mesmo? A escrita 
inadequada de uma mensagem para um cliente novo também é algo problemático. O cuidado deve ser 
dobrado com as gravações de áudio também. Todas essas novas formas de interações estão causando 
vários tipos de ruídos no processo comunicativo. 
 Certa vez, um engenheiro respondeu ao seu cliente de forma errada e este fato ocasionou alguns 
problemas dentro da empresa. Seu cliente mandou uma mensagem perguntando se podia construir uma 
“Porta” em determinado lugar. O engenheiro respondeu, por mensagem escrita, que naquele determinado 
lugar não podia construir nenhuma “Porra”. Ao digitar a palavra “Porta”, o engenheiro digitou duas vezes 
a letra R. A “Porta” virou “Porra”. Muitas vezes, a troca de letra não causa problemas graves. Às vezes, 
a falta de compreensão de alguma palavra é logo resolvida no decorrer da mensagem e do contexto. 
Porém, o caso apresentado, além de modificar a mensagem, responde a pergunta perfeitamente de uma 
forma rude e deselegante. Sendo assim, é sempre bom verificar uma mensagem escrita antes de enviá-
la, principalmente quando se trata de questões relacionadas ao ambiente de trabalho. Caso contrário, a 
“Porta” pode ser lida como “Porra” e o seu emprego pode estar com os dias contados.
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5.3 o ruído Semântico e a má organização 
das ideias
 Um dos grandes problemas causados pela má organização das ideias é a ambiguidade. Uma 
informação ambígua é aquela que pode ser interpretada de duas formas diferentes. O problema é quando 
a forma entendida pelo emissor é diferente da entendida pelo receptor. Tais problemas podem ser 
evitados pelo conhecimento de recursos linguísticos que deixam o texto mais claro e coerente. Porém, 
um texto bem escrito não é garantia de sucesso na comunicação. Se o texto for escrito em uma linguagem 
muito culta, técnica ou formal não será compreendido por pessoas que não fazem parte daquele grupo 
social. Da mesma forma, uma mensagem escrita com palavras simples também pode causar problemas 
de compreensão por falta de coesão, coerência e ambiguidade. Vejamos o seguinte exemplo:
“O diretor disse ao coordenador que seu relatório estava incorreto”.
A organização da mensagem não possibilita saber se o relatório incorreto é do coordenador ou 
do diretor. É importante reestruturar a mensagem para que não haja ambiguidade. Como? É possível 
dizer a mesma coisa de diversas maneiras. O importante é saber organizar os elementos de um texto 
para que ele seja o mais claro possível para aquele que vai ler ou escutar. Vejamos as opções propostas:
O diretor disse que o relatório dado ao coordenador estava incorreto.
O diretor disse estar incorreto o relatório que deu ao coordenador.
O coordenador disse que o relatório por ele recebido estava incorreto.
O coordenador disse estar incorreto o relatório que recebeu.
O livro “Técnicas de Comunicação Escrita”, de Izidoro Blikstein (1986), apresenta os problemas 
de organização escrita. O capítulo 1 do livro, que se chama “Quem não escreve bem... perde o trem!”, 
conta a história de um bilhete escrito por um gerente de uma grande empresa à sua secretária. A 
confusão acontece porque a secretária entende de outra forma a mensagem escrita por seu chefe. Ao 
considerar a norma padrão, a secretária atua de forma diferente e, sendo assim, o gerente perdeu o 
trem. Veja o bilhete:
Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta.
Quero que você me rezerve, um lugar, à
Noite, no trem das oito para o Rio.
Maria foi, à noite, à estação ferroviária e reservou um lugar, para o dia seguinte, no trem das 8 
da manhã. Entretanto, o gerente queria uma passagem para às 20h00. O problema não é apenas de 
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ortografia. Ainda que o gerente tivesse escrito a palavra “rezerve”, cuja forma correta é “reserve”, o sentido 
da palavra continuaria o mesmo, ou seja, reservar é diferente de comprar. Maria não compra o bilhete, 
apenas faz uma reserva para o outro dia de manhã. Outro problema grave é a questão da ambiguidade 
em relação ao horário. Para evitar este tipo de problema, é importante diferenciar 8h00 de 20h00.
 A mensagem estava tão clara na cabeça do gerente que ele pensou que Maria entenderia da 
mesma forma. Após conversar com a secretária, ele compreende o que Maria havia entendido. Para a 
jovem secretária, o conhecimento das regras gramaticais e da norma culta fez com que ela entendesse 
totalmente diferente a mensagem escrita por um emissor que não conhecia e não considerou o uso dos 
elementos textuais de acordo com as regras gramaticais. Para Maria, reservar à noite significava ir à 
noite reservar a passagem. O uso da vírgula a fez pensar desta forma. O chefe quis dizer para reservar 
uma passagem noturna, ou seja, um lugar à noite. Veja como deveria ser um bilhete escrito de acordo 
com as normas gramaticais, sem ambiguidade e com escolhas de palavras adequadas:
Maria: compre, para mim, uma passagem, em cabina com leito, 
no trem das 20h de amanhã (4.ª feira), para o Rio de Janeiro.
Após verificar os problemas que uma mensagem pode causar, vale a pena pensar antes de 
escrever para não perder o trem.
Muitas vezes estamos convencidos de que somos claros e objetivos em uma comunicação, quando, 
na verdade, percebemos que não alcançamos a intenção comunicativa. E sabe qual é o motivo? Se a 
resposta à nossa pergunta foi errada é porque a nossa pergunta foi formulada de forma errada para 
determinado receptor. Podemos dizer, então, que a resposta errada é consequência de uma pergunta 
errada, ou seja, mal formulada.
CoNCLuSÃo
Não há controle sobre as mensagens de uma comunicação. As palavras possuem significados 
variáveis de acordo com os contextos, com os interlocutores do processo, com as interferências 
regionais e culturaispresentes no código linguístico e, também, devido aos canais de produção da 
mensagem envolvidos no processo. Uma mensagem, seja ela escrita ou oral, com ou sem elementos 
visuais e sonoros, pode possibilitar diferentes leituras dentro de contextos diferentes. Surgem, assim, 
novas mensagens com significados incontroláveis diante do mundo da linguagem e da interpretação de 
seus significados por diferentes sujeitos sociais. A influência do contexto na produção de significados 
de uma mensagem é algo abordado por Bakhtin (2006, p.95):
Enquanto uma forma linguística for apenas um sinal e for percebida pelo receptor somente 
como tal, ela não terá para ele nenhum valor linguístico. A pura ‘sinalidade’ não existe, 
mesmo nas primeiras fases da aquisição da linguagem. Até mesmo ali, a forma é orientada 
pelo contexto, já constitui um signo, embora o componente de ‘sinalidade’ e de identificação 
que lhe é correlata seja real. 
 O homem, sendo um sujeito social, utiliza as palavras em diferentes contextos comunicativos, 
possibilitando diferentes interpretações. Quase sempre nos deparamos com um confronto entre as 
palavras e as ideias utilizadas em situações diferentes, por sujeitos diferentes. Dependendo do contexto, 
da situação e da realidade em que a palavra for dita e recebida, sua função social será diferente, ou seja, 
as palavras deixam de possuir um significado e passam a ser construídas a partir das experiências de 
uma comunidade sociocultural. 
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A construção do sentido de um texto ou de uma mensagem depende das relações estabelecidas 
entre os sujeitos do diálogo. Nem sempre há uma compreensão única entre a mensagem apresentada por 
uma pessoa e recebida por outra. Toda pessoa é um sujeito social que interage por meio da linguagem 
dentro de um contexto social. Para tanto, devemos considerar diversos elementos, além das palavras, 
na construção do significado de uma mensagem. O contexto é um dos elementos fundamentais para 
que uma pessoa compreenda aquilo que outra quis dizer. Por exemplo, um contexto familiar em que 
o avô chama a netinha de “neguinha”, como uma forma carinhosa utilizada por eles, é muito diferente 
de uma situação preconceituosa em que alguém aponta o dedo para se referir a uma pessoa negra que 
está em uma fila de banco e diz: “aquela neguinha ali”. Ou seja, ainda que a palavra “neguinha” seja 
a mesma, o uso dela foi realizado em contextos sociais diferentes, por pessoas e intenções diferentes. 
A questão de uma palavra ser positiva ou negativa não está na palavra em si, mas no tipo de uso 
que fazemos dela, como e onde fazemos e, principalmente, a quem estamos nos referindo. O trecho de 
Bakhtin (2006), apresentado anteriormente, nos faz refletir sobre a significação das palavras e o uso que 
fazemos delas em diferentes contextos. Para o autor, “a fala está indissoluvelmente ligada às condições 
da comunicação, que, por sua vez, estão sempre ligadas às estruturas sociais” (BAKHTIN, 2006, p.15). 
Nesse sentido, podemos dizer que as palavras não são apenas palavras isoladas. Elas possuem uma 
carga de sentido que depende de seu uso para liberar determinada significação positiva ou negativa.
ELEmENToS ComPLEmENTArES
#LIVRO#
Título: Marxismo e filosofia da linguagem
Autor: Mikhail Bakhtin
Editora: Hucitec
Sinopse: Publicado na Rússia em 1929, este livro se tornou um clássico. 
Nele, Bakhtin desenvolveu uma filosofia da linguagem de fundamento 
marxista, mas sem as limitações das ortodoxias oficiais da época. A 
natureza ideológica do signo linguístico, o dinamismo próprio de suas 
significações, a alteridade que lhe é constitutiva, o signo como arena da 
luta de classes, as críticas a Saussure são alguns de seus temas.
Fonte: https://www.travessa.com.br/marxismo-e-filosofia-da-
linguagem/artigo/6ea972a9-62a8-499e-8ccb-77ed2a05c62c
Disponível em pdf: <http://fecra.edu.br/admin/arquivos/
MARXISMO_E_FILOSOFIA_DA_LINGUAGEM.pdf>
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#FILME#
Título: Nell
Ano: 1994
Direção: Michael Apted
Sinopse: Uma jovem (Jodie 
Foster) é encontrada em uma 
casa na floresta, onde vivia com 
sua mãe eremita, mas o médico 
(Liam Neeson) que a encontra 
após a morte da mãe constata 
que ela se expressa em um 
dialeto próprio, evidenciando 
que até aquele momento ela 
não havia tido contado com 
outras pessoas. Intrigado com a 
descoberta e ao mesmo tempo encantado com a inocência e a pureza da moça, ele tenta 
ajudá-la a se integrar na sociedade.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-43375/
#WEB#
“Sotaques do Brasil” desvenda as diferentes formas de falar do brasileiro
JH viajou 16 mil quilômetros para mostrar a riqueza da língua portuguesa. 
Série foi feita a partir da elaboração do Atlas Linguístico do Brasil. 
Assista ao Vídeo: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/08/sotaques-do-brasil-
desvenda-diferentes-formas-de-falar-do-brasileiro.html
rEFErÊNCiAS
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. 
BENVENISTE, Émile.  Comunicação animal e linguagem humana. In: ______. Problemas de 
linguística geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. P.60-67. 
BLIKSTEIN, Izidoro.Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 1998. Disponível em: 
<https://www.academia.edu/4489834/Tecnicas_de_comunicacao_escrita_Izidoro_Blikstein>. Acesso 
em: 28 set. 2017.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: 
Cortez, 1989.
MOYSÉS, Carlos Alberto. Língua Portuguesa: atividades de leitura e produção de texto. São Paulo: 
Saraiva, 2014.
O’CONNOR, Joseph; SEYMOUR, John. Introdução à programação neurolinguística: como entender 
e influenciar as pessoas. São Paulo: Summus, 1995.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
SELLANES, Rosana Beatriz Garrasini. Los Falsos Amigos;  Brasil Escola. Disponível em: <http://
brasilescola.uol.com.br/espanhol/falso-amigo.htm>. Acesso em: 22 set. 2017.
Unidade
2
Objetivos de aprendizagem da 
unidade
• Conhecer diferentes estratégias de comunicação e sua 
adequação à intenção comunicante, em diferentes 
ambientes e contextos
• Conhecer, dominar e utilizar as estratégias de comunicação 
oral e escrita
Professora mestre ellen Valotta elias Borges
TexTUalIDaDe
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INTRODUÇÃO 
Prezados(as) alunos(as), nesta unidade trabalharemos temas muito pertinentes à formação de 
vocês: a) Fala e escrita: duas modalidades diferentes da linguagem; b) As influências da fala na escrita 
e vice-versa; e c) Exemplos de textos formais e informais.
A palavra textualidade deriva de texto. Desta forma, não podemos deixar de fazer uma relação 
entre elas. Esta unidade abordará vários temas relacionados ao texto, desde seu conceito, sua organização 
e sua função social. Por isso é tão importante refletir sobre a questão da textualidade. Maria Costa 
Val (1994) aborda o tema em seu livro Redação e Textualidade. Segundo a autora, textualidade é um 
conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência 
de frases. Para tanto, a unidade trabalhará questões relativas à construção do sentido do texto por 
meio de elementos de coesão responsáveis pela construção da coerência. Faz-se necessário, assim, 
considerar a intencionalidade e a aceitabilidade do texto, ou seja, o desempenho do produtor do 
texto e a ação do recebedor em compreender o texto. Para que a relação entre intencionalidade e 
compreensão seja positiva, é importante também considerar a situcionalidade, que diz respeito aos 
elementos que compõem e produzem a relevância e sentido do texto dentro do contexto em que 
ocorre o ato comunicativo. 
1. CONCeITO De TexTO
1.1. O que é texto?
Livros
Fonte:Pexels
O texto é um objeto simbólico cuja função social depende da concretização de seu sentido, que 
ocorre pela interação do texto com o leitor. Em uma entrevista à Revista Letra Magna, Luiz Fiorin (2007)
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[...] texto não é apenas manifestado verbalmente, isto é, por meio de uma língua natural, como 
o inglês, o francês, o árabe, o português. Na verdade, ele pode manifestar-se visualmente, como 
uma pintura, por meio da  linguagem verbal, visual e musical, como o cinema, por meio da 
linguagem verbal e visual como nos quadrinhos. Assim, um romance é um texto; um trecho de 
um romance é um texto; uma poesia é um texto; uma escultura é um texto; uma ópera é um texto. 
José Luiz Fiorin é um renomado professor linguista brasileiro. 
É um dos maiores especialistas brasileiros 
em Pragmática, Semiótica e Análise do Discurso, com centenas 
de publicações nessas áreas. José Luiz Fiorin tem uma intensa 
atividade acadêmica, ocupando cargos importantes na USP e em 
diversas associações: foi chefe do Departamento de Linguística 
da FFLCH/USP, membro do Conselho Deliberativo da ANPPOLL (Associação Nacional 
de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística) e consultor da FAPESP (Fundação 
de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Luiz_Fiorin
Ingedore Villaça Koch, professora titular da Universidade Estadual de Campinas, pesquisadora 
e referência nacional em linguística aplicada no Brasil, aborda em seu livro “O texto e a construção 
dos sentidos” questões referentes à produção de sentidos criada por textos orais e escritos. Para a 
autora o texto é concebido como resultado parcial de nossa atividade comunicativa, realizada por 
processos, operações e estratégias que acontecem na nossa mente durante as interações sociais. Em 
outras palavras, a língua é um meio de interação social e o texto é a materialidade linguística. Koch 
(2007) mostra que a construção do texto falado ou escrito envolve diversas atividades sociocognitivas 
para a produção dos sentidos.
Considerando as definições abordadas acima, podemos dizer que pensar acerca do que é um 
texto parece algo simples, mas não é. Muitas pessoas possuem uma visão restrita daquilo que seja 
um texto e acabam limitando sua existência a um conjunto de palavras e mensagens escritas. Sem 
dúvida, o texto escrito é um tipo de texto muito importante e utilizado por grande parte da população 
nas situações do cotidiano. Contudo, não podemos deixar de considerar a questão da textualidade 
e refletir que nem tudo que está escrito é um texto. Outro ponto fundamental é saber que além dos 
textos orais e escritos existem os textos não-verbais que incluem imagens, gráficos, obras de arte, etc.
O que é texto?
A pergunta parece óbvia, mas não é. Em linguística, 
a noção de texto é ampla e aberta, sem uma definição 
precisa. Seu estudo inclui textos verbais (orais e 
escritos) e não verbais (linguagem corporal ou 
gestualidade, imagens, gráficos, tabelas, cartazes, 
peças musicais etc.), além de permitir a interação de 
ambos, como numa história em quadrinhos, por exemplo, em que aparecem, ao mesmo 
tempo, desenhos e frases escritas.
Podemos, em linhas gerais, considerar que texto é uma manifestação linguística das ideias 
de um autor, interpretadas pelo leitor, sempre de acordo com seus conhecimentos da língua 
e seu repertório cultural, que são determinados por fatores objetivos e subjetivos, como 
sua visão de mundo, sensibilidade, nível social, formação, escolaridade, idade, localização 
geográfica, lugares onde morou, profissão, entre outros. 
Fonte: http://enemnota100.blogspot.com.br/2008/04/o-que-texto.html
Fonte: Pexels
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1.2. Para que serve um texto
Como dito anteriormente, a noção de texto não deve ser limitada ao texto escrito. Portanto, o 
texto é algo presente em todos os tipos de contextos e é usado em todo processo comunicativo. Sendo 
assim, sua funcionalidade é bem diversa. O texto serve para informar, desinformar, formar opiniões, 
emocionar, manipular, motivar, persuadir, refletir, esclarecer e gerar dúvidas. O texto é o motor da 
vida. O homem é movido por relações sociais que são estabelecidas por interações entre sujeitos e 
textos. A relação entre língua e fala, abordada na unidade 1, fala justamente acerca da função social 
da linguagem. O texto, independentemente de sua forma, é algo produzido por alguém para explicitar 
alguma ideia e produzir interações sociais.
É possível explicitar uma ideia por meio de uma única palavra? Depende da situação e do contexto. 
Uma palavra isolada pode não significar nada se não estiver relacionada a um contexto e, sendo assim, 
ela não serve para nada. Por exemplo, a palavra “ABERTO”, na porta de um estabelecimento comercial, 
serve para indicar que apesar da porta estar fechada, o estabelecimento está aberto. Entretanto, a 
mesma palavra escrita em uma placa perdida no chão de uma calçada não tem função social nenhuma, 
simplesmente indica uma informação deslocada de seu contexto original.
Podemos concluir, assim, que o texto é uma mensagem que consegue transmitir um sentido 
completo, ainda que este sentido seja compreendido por uma única palavra. A utilidade do texto 
depende do sentido que ele produz, ou seja, o texto serve para produzir uma reação no seu receptor. 
Esta reação é o que chamamos de intencionalidade do texto. Por exemplo, uma palavra pode indicar 
um sinal de alerta, fazendo com que a utilidade do texto seja afastar a pessoa de determinado lugar 
com o objetivo de preservar sua vida. Em suma, um texto serve para muitas coisas, inclusive para 
salvar vidas. 
A doutoranda em Literatura brasileira pela UFRJ, Elaine 
Brito Souza, em seu texto “Revendo Conceitos” traz exemplos 
preciosos para o contexto que estamos estudando. Confira o 
artigo no seguinte link: http://educacao.globo.com/portugues/
assunto/estudo-do-texto/o-que-e-um-texto.html
1.3. O uso social do texto: tipologia e gêneros 
textuais
O texto é uma produção de significados por meio da linguagem. Considerando que há várias 
formas de linguagens e diferentes formas de interpretações, é necessário considerar o contexto para a 
compreensão dos significados de um texto. Sendo assim, sabemos que a mesma palavra ou mensagem 
pode possuir uma intenção comunicativa diferente se produzida por sujeitos diferentes em contextos 
diferentes. Tudo isso exige uma estruturação específica para que o texto seja compreendido segundo 
determinadas regras. Por exemplo, uma receita possui uma estruturação diferente de um horóscopo. 
A formatação do texto e a organização visual de seus elementos nos fazem identificá-lo como uma 
receita, um ingresso ou uma bula de remédio. É muito fácil reconhecer uma manchete de jornal e uma 
capa de um livro. 
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Também não temos dúvidas ao ler determinada página e reconhecê-la como uma parte de um 
trecho bíblico ou parte de um manual de eletrodoméstico. A composição de seus elementos pelo 
uso de figuras, tabelas, determinados nomes, tipos e tamanhos de letras, localização de determinadas 
palavras no texto, uso de negrito, itálico, caixa alta, símbolos e imagens, tudo isso é fundamental para 
reconhecer o gênero textual e sua função social. Por exemplo, dentro de um contexto profissional 
utilizamos diferentes gêneros: cartas, relatórios, atas, ofícios, requerimentos, declarações, etc. Cada 
um desses textos possui uma forma específica de estruturação. Sendo assim, é importante tratar 
da eficácia comunicativa, o que exige reconhecer que alguns textos profissionais requerem mais 
formalidade que outros. Em alguns, é importante considerar o uso dos pronomes de tratamento, em 
outros é importante reconhecer a diferença de determinados termos técnicos, etc. Em suma, dentro 
do âmbito profissional é importante saber usar os elementostextuais adequados para a elaboração de 
um texto de acordo com o gênero textual exigido. 
Contudo, na linguagem popular é muito comum escutarmos falar sobre o tipo de texto. 
Entretanto, na linguagem técnica e nos estudos sobre a linguagem, há uma diferença entre tipologia 
e gênero textual. Luiz Antônio Marcuschi, professor renomado no estudo sobre texto e gêneros 
textuais apresenta a distinção citada. Para o autor, a expressão “tipo de texto” é muito usada de forma 
equivocada. Muitos livros didáticos apresentam a expressão “tipo de texto” para designar um gênero 
textual (MARCUSCHI, [2003]). 
O trecho abaixo apresenta as definições realizadas por Luiz Antônio Marcuschi em seu texto 
“Gêneros textuais: definição e funcionalidade” ([2003]).
(a) Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica 
definida pela natureza linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos 
verbais, relações lógicas}. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de 
categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. 
(b) Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para 
referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam 
características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, 
estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros 
são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta 
comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, 
reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, 
lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, 
resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, 
bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.
Para acessar o texto completo, acesse o link:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/133018/mod_resource/content/3/Art_
Marcuschi_G%C3%AAneros_textuais_defini%C3%A7%C3%B5es_funcionalidade.pdf
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2. TexTO ORal e TexTO esCRITO 
– INfORmalIDaDe x fORmalIDaDe
2.1 fala e escrita: duas modalidades diferentes 
da linguagem
Reunião
Fonte: Pexels.
Partimos do pressuposto de que a linguagem é um sistema complexo e sua existência depende 
de seu uso, que é realizado por interações sociais. Essas interações podem acontecer por meio da fala 
ou da escrita. Segundo Nadólskis (2014, p.125) “Os recursos de expressividade são distintos. O sistema 
linguístico é o mesmo, mas a efetivação é diferente. Não se fala como se escreve nem se escreve como se 
fala”.
A fala exige elementos para a boa compreensão da mensagem. É importante considerar a 
articulação adequada dos fonemas, falar com um ritmo compreensível que não seja muito rápido, 
é importante considerar também o volume da voz de acordo com o ambiente. Outros elementos 
importantes que ajudam a compreensão de uma mensagem falada é a expressividade corporal. Os 
gestos podem ajudar a reforçar uma ideia transmitida. Por isso, ainda que a mensagem seja falada, 
é necessário considerar o canal pelo qual a mensagem está sendo transmitida. Por exemplo, falar 
pessoalmente, por telefone, por chamada de vídeo ou pela divisão do muro do vizinho são situações 
diferentes que usam a linguagem falada. Algumas situações possibilitam a participação e interação 
pessoal entre os sujeitos, outras possibilitam apenas a imagem do sujeito por uma tela de celular ou 
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computador, outras permitem apenas o som da voz do emissor. Ou seja, ainda que todas as situações 
façam o uso da fala, a produção e compreensão da mensagem dependem de elementos diversificados. 
Por isso, a mensagem precisa estar adequada aos elementos do processo comunicativo e cabe ao emissor 
e ao receptor considerarem o meio pelo qual a mensagem é transmitida para dirigir e trabalhar mais 
sua atenção em determinado elemento.
No caso da expressão escrita há uma maior necessidade de organização das ideias em relação 
à estrutura do texto. É importante considerar que o emissor não estará presente para justificar a má 
compreensão das ideias apresentadas ao receptor em um primeiro momento. Por isso, cabe ao emissor 
considerar os elementos contextuais e o gênero textual para a produção de seu texto. Escrever uma 
mensagem por e-mail, por whatsapp, um bilhete para o filho ou para o chefe são situações que exigem 
escritas diferentes. A análise do contexto e dos interlocutores do processo comunicativo são elementos 
que sempre deverão ser considerados para a eficácia de uma mensagem.
2.2 as influências da fala na escrita e vice versa
 Como vimos no tópico anterior, fala e escrita são formas diferentes de se expressar por meio 
da linguagem. Desta forma, cada uma delas possui características próprias. Também já foi abordada 
a questão da informalidade e formalidade dentro de diferentes contextos. Sendo assim, a linguagem 
falada também apresentará diferenças expressivas de acordo com a situação. O uso de determinado 
vocabulário, a preocupação com a norma culta, o cuidado com os vícios de linguagem, etc., são 
fatores que devem ser considerados tanto na fala quanto na escrita. Entretanto, há algumas marcas 
de oralidade que podem ser próprias do indivíduo ou da região que são utilizadas inclusive dentro de 
um contexto formal. Entretanto, a mesma ocorrência não deve ser reproduzida em um texto escrito. 
Vejamos alguns exemplos:
FALA ESCRITA
Vambora? Vamos embora?
Xovê? Deixa eu ver?
Ce taí? Você está ai?
Ce vai querê? Você vai querer?
Ceis vão lá? Vocês vão lá?
Peraí Espera ai.
Nun vô não Não vou não
Prestenção Presta atenção
Tô fazenu / precisanu / compranu Estou fazendo / precisando / comprando
Vamu lá Vamos lá
 Por causa dessas diferenças, há muitos erros que ocorrem na modalidade escrita porque 
não há problemas na modalidade oral. Por exemplo, ao falarmos a palavra seção não é necessário 
identificar se a palavra é formada com S, C, Ç, SS. O próprio contexto já produz o sentido da palavra. 
Por exemplo, em um mercado, é claro que a pessoa está buscando a seção de algum produto. Em um 
a fila de cinema, estamos aguardando o horário da sessão. Veja que a forma ortográfica não influencia 
na produção do sentido oral, já que a pronúncia da palavra é a mesma. Porém, é necessário conhecer 
as diferenças entre os sentidos das palavras sessão, seção e cessão ao escrever algum texto que será 
utilizado para cumprir alguma intenção comunicativa.
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É muito comum os verbos adaptar, captar, optar, 
raptar, designar, estagnar, impugnar, impregnar, 
indignar, repugnar, resignar, serem pronunciados 
de forma errada, como se houvesse a letra “i” após a 
consoante “g” ou “p”. Para se pronunciar corretamente, 
é preciso não trocar a sílaba tônica (forte).
Adaptar pronuncia-se adápto / adápta / adaptam
Captar pronuncia-se cápto / cápta / cáptam
Optar pronuncia-se ópto / ópta / óptam
Fonte: http://professora-denisejean.blogspot.com.br/2017/05/a-pronuncia-de-impregnar.html
O acento agudo apresentado no site é apenas para ilustrar a sílaba forte. Segundo a regra 
ortográfica, as palavras não possuem acento agudo. Veja a separação silábica das palavras 
e a escrita correta:
A – DAP – TO / A – DAP – TA / A – DAP – TAM
CAP – TO / CAP – TA / CAP – TAM
OP – TO / OP – TA / OP – TAM
Fonte: http://professora-denisejean.blogspot.com.br/2017/05/a-pronuncia-de-impregnar.
html
Podemos dizer que a escrita pode causar alguns tipos de problemas ou dúvidas que não surgem 
na fala. Quando um sujeito pronuncia uma palavra corretamente não significa que ela fará sua escrita 
de acordo com a norma culta. Veja alguns exemplos:
Viajem / viagem
Sessão / seção
Pagaram

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