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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ARTES VISUAIS - LICENCIATURA EDEILSON ALVES FERNANDES DA EDUCAÇÃO SEGREGADA À EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Paradigmas Educacionais da Educação Especial Brasileira Campos dos Goytacazes - RJ 2015 EDEILSON ALVES FERNANDES DA EDUCAÇÃO SEGREGADA À EDUCAÇÃO INCLUSIVA Paradigmas Educacionais da Educação Especial Brasileira Trabalho apresentado ao 1° Semestre do Curso Artes Visuais - Licenciatura, da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas Sociedade Educação e Cultura, Educação Inclusiva, Língua Brasileira de Sinais – Libras, Seminário da Prática I, Educação a Distância. Profs.: Wilson Sanches, Mariana de Oliveira, Regina Celia Adamuz, Rosely Cardoso Montagnini, Sandra C. Malzinoti Vedoato, Mari Clair Moro Nascimento, Vilze Vidotte Costa. Tutora de Sala: Valéria Peçanha Palhares Tutora Eletrônica: Amanda Almeida Sacoman Campos dos Goytacazes - RJ 2015 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 4 2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 5 3. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 9 6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 10 4 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo, fazer uma breve explanação sobre os paradigmas educacionais que nortearam a cronologia da alteração da Educação Segregada para a Educação Inclusiva no Brasil, e também sobre como a Educação Especial, em todos os níveis, passou a fazer parte das políticas públicas educacionais no país. Pretende também abordar a função social da escola, a função da escola na questão da inclusão, a educação especial pautada no modelo segregado e a configuração da educação inclusiva. Se fôssemos considerar que o Brasil possui em seus anais, um vasto histórico de discriminação, segregação e exclusão em diversos grupos sociais (e entre esses grupos estão as pessoas com necessidades educativas especiais), provavelmente não houvesse nenhuma pressão institucional e as escolas continuariam excludentes e com grande carga de segregação, sem se preocuparem com o desafio de conceber uma escola inclusiva. Descartada essa consideração, para que a escola pudesse de fato oferecer uma educação qualitativa para todos, seria absolutamente necessário que fosse previamente pensado e posto em prática, toda uma reestruturação na Educação, para que a partir de então a condição, ao atender as necessidades educativas de seus alunos e fazer da escola um ambiente verdadeiramente inclusivo, pudesse de fato ser efetivada. A apresentação do trabalho se faz através da análise do artigo referência, enviado para o desenvolvimento do trabalho. 5 2. DESENVOLVIMENTO No artigo “Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira”, as autoras Rosana Glat e Edicléa Mascarenhas Fernandes (2005), fazem uma pequena abordagem sobre a cronologia da Educação Especial no Brasil, ressaltando as políticas educacionais e os paradigmas teóricos que, nas últimas décadas, vêm atentando para o atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais, visando a Educação Inclusiva para alunos segregados ou portadores de deficiência física, dentro do ambiente do ensino regular. A Educação Inclusiva, que acena para a inserção de alunos com necessidades educativas especiais em ambiente educativo não segredado, foi impulsionada a partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que propunha como direito, a freqüência de alunos com necessidades especiais no ensino regular, assim como a adequação da escola ao recebimento desses alunos. Sob esse enfoque, a Educação Especial desde então, vêm redimensionando sua atuação prioritariamente como suporte ao ensino regular, colaborando para a inclusão desse alunado. A medicina foi a ciência que apontou para a necessidade de escolarização de pacientes, sobretudo os deficientes mentais, que eram tratados através de vias terapêuticas, por serem diagnosticados como doentes crônicos. No entanto, as instituições especializadas em educação para deficientes, restringiam essa escolarização a um reduzido processo alfabetizante sem muitas perspectivas de desenvolvimento acadêmico. “A história da educação especial nos reporta necessariamente à história da deficiência como forma de entendermos e compreendermos porque os indivíduos portadores de necessidades especiais foram afastados do convívio social. A trajetória das pessoas com deficiência é marcada pela exclusão, pois elas não eram consideradas pertencentes à sociedade.” (BUCCIO, 2008) Durante a década de 1970 foram desenvolvidos novos métodos e técnicas que propiciaram o ingresso desses alunos ao ensino convencional, culminando numa mudança de paradigma, do “modelo médico”, para o “modelo educacional”. Essa mudança apontava como falha, não a deficiência do indivíduo em questão, mas sim a inadequação e condição do meio como fatores de impedimento de aprendizagem e desenvolvimento educativo. Apesar dessa mudança de paradigma, a Educação Especial ainda se manteve à margem, com classes especiais que mais pareciam ambientes segregados, para alunos que não se enquadravam no ensino regular das 6 instituições públicas. No início da década de 1980, foi se consolidando a filosofia da Integração e Normalização, que tinha como premissa, a igualdade de direitos entre deficientes e não- deficientes nas atividades cotidianas. Com o questionamento do modelo segregado de Educação Especial, tornou-se constante o interesse por alternativas pedagógicas que garantissem a freqüência no ensino regular, de todos alunos com deficiência, da mais leve até a mais severa. Foi então instituída, via políticas educacionais, a Integração4, cuja finalidade seria preparar os alunos provenientes das escolas especiais para integrarem as classes regulares, e caso houvesse necessidade, receberem também atendimento paralelo em salas de recursos, resultando numa preparação para a integração do deficiente com o ambiente social. No início da década de 1990, com a “Declaração Mundial sobre Educação para Todos” e a “Declaração de Salamanca”, a proposta de Educação Inclusiva passa a constar em todos os níveis das políticas públicas educacionais, por ressaltarem justamente a capacidade de interação do aluno especial com as práticas pedagógicas dos ambientes educacionais e sociais. “As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo.” (JOMTIEN, 1990) Mesmo com essa perspectiva transformadora, as políticas educacionais que foram implementadas a partir de então, ainda não lograram êxito no sentido de fazer com que as escolas regulares, conseguissem atender satisfatoriamente, as necessidades desses alunos especiais. Porém, a inclusão não pode e nem deve ser apenas um movimento no qual o aluno se socializa, mas sim um resultado das atividadesque podem contribuir com a aprendizagem e o desenvolvimento prático de várias habilidades que fazem parte da socialização. Os governos têm como função determinante, elaborar e sancionar leis que garantam a eficiência do processo de inclusão, pois é de responsabilidade deles, os serviços essenciais prestados à sociedade, e a educação está entre esses serviços. Em virtude das frequentes discussões sobre as questões inclusivas, que de tempos em tempos alavancam novos paradigmas, os documentos que tratam do assunto, constantemente são modificados. Atualmente, são quatro as leis básicas que fundamentam a Educação Inclusiva no Sistema Educacional Brasileiro: a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei Federal nº 9.394/96), a Lei da Coordenadoria para Integração das Pessoas com Deficiência - Corde (Lei Federal n° 7 7.853/89) e a Lei da Acessibilidade (Lei Federal nº 10.098/00). Infelizmente existe uma extensa lacuna entre a teoria e a prática. Para assegurar o aprendizado de todos os alunos no ensino da escola regular, é necessário que se avalie a formação dos docentes e se for preciso, dar a eles uma complementação dessa formação. Na teoria, a Escola Inclusiva precisa ser unificada em suas práticas pedagógicas, ter participação e interação entre gestores, docentes, famílias e profissionais que atendam alunos portadores de necessidades educativas especiais. “Embora existam pessoas com deficiências bastante significativas, não podemos esquecer que, como alunos, elas têm o mesmo direito de acesso à educação, em ambiente escolar não segregado, que os seus pares com deficiências menos severas e os alunos sem deficiência da mesma faixa de idade. A participação de alunos severamente prejudicados nas salas de aula de escolas comuns deve ser, portanto, garantida para que eles possam se beneficiar do ambiente regular de ensino e aprender conforme suas possibilidades. Aliás, são esses os alunos que, de fato, provocam mudanças drásticas e necessárias na organização escolar e que fazem com que seus colegas e professores vivam a experiência da diferença, nas salas de aula.” (MANTOAN, 2009) Na prática, o que se constata é uma educação com método de ensino engessado em um modelo que já não cabe na atualidade. Aliado a isso, não há investimento na adaptação do ambiente físico da escola para receber alunos com necessidades especiais e tampouco no repasse correto de recursos para investimentos de materiais pedagógicos e tecnológicos, o que reforça a observação de que a educação escolar que está sendo aplicada, encontra-se em dissonância com a atualidade do tempo. Diante dessa realidade, a elaboração de projetos coletivos que possam mesclar as variadas potencialidades em um resultado de classe como um conjunto, deve finalizar com êxito, qualquer ação nesse molde proposta pelo educador. Atenta a essas iniciativas e principalmente aos resultados colhidos, a gestão escolar precisa, antes de tudo, dar suporte para essas práticas, afim de garantir a expansão curricular sócio-pedagógica, e com isso, fundamentar a Educação Inclusiva em sua unidade de direção. Infelizmente é verificado que, “As condições de gerenciamento de muitas das escolas públicas são precárias. Infraestrutura deficiente, professores mal preparados, classes barulhentas. É difícil falar em gestão inovadora nessas condições. Mesmo reconhecendo essa dificuldade 8 organizacional estrutural, a competência de um diretor de escola pode suprir boa parte das deficiências.” (MORAN, 2003) Amparado por essa competência de gestão, o educador pode e deve fazer o diferencial em suas unidades de ensino, buscando sempre o resultado favorável ao que se propôs fazer como meta do seu trabalho. Experiências bem sucedidas podem ser constatadas em várias unidades do país, nas quais os educadores obtiveram apoio e parceria dos seus gestores e demais docentes. Além da função educativa que lhe é peculiar, a escola deve estabelecer como função social, a formação cidadã de seus alunos frente as diversidades. Um ambiente escolar inclusivo abriga diversos alunos com diferenças de comportamento, cultura, credo e assimilação de informação. O respeito à diferença de cada elemento é um dos fundamentos que alicerçam essa função social da escola, redimensionando as relações e interações entre os alunos a partir da convivência e construindo em cada um deles, o conceito correto de cidadania. A Educação Especial pautada no modelo segregado, que não permitia alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular, foi se desconstruindo ao longo das últimas décadas por conta dos freqüentes questionamentos sobre as questões inclusivas que surgiam a cada etapa. O resultado é a configuração da Educação Inclusiva através das resoluções oriundas das políticas públicas educativas, apoiadas principalmente na Constituição Federal de 1988. Como decorrência dessa realidade de implantação de um novo paradigma, a educação da escola tradicional em consonância com a Educação Inclusiva, necessariamente terá que implantar conceitos que apontem para novas tendências educacionais, principalmente no tocante às possibilidades individuais de cada aluno. 9 5. CONCLUSÃO A implantação prática e definitiva da Escola Inclusiva no Brasil, esbarra em uma série de entraves, criados pelos mesmos governos que sancionaram leis sem dar para as escolas, condições de cumpri-las. Falar sobre a questão do descaso dos governos com a educação, seria cair no lugar comum, reproduzir um discurso que se arrasta há anos e cada vez mais se distancia de soluções. O que se conhece como resultado positivo em algumas unidades escolares nas questões referentes a Educação Inclusiva, é fruto do comprometimento dos profissionais que atuam nessas unidades educacionais colhedoras de êxitos. Trabalhar com alunos portadores de necessidades educativas especiais, que tenham deficiência física ou deficiência de integração social, requer empenho, dedicação e sobretudo, criatividade para burlar os entraves que se apresentam no dia a dia. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATTINI, Okçana et al. Sociedade, Educação e Cultura. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. BUCCIO, Maria Isabel; BUCCIO, Pedro Augustinho. Educação especial: Uma história em construção. Curitiba: IBPEX, 2008. GLAT, Rosana et al. Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira. Artigo - Faculdade de Educação / Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Revista Inclusão nº 1, MEC/SEESP, 2005 REFERÊNCIAS INTERNET BRASIL, Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm JOMTIEN, Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos. Tailândia.1990. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educa%C3%A7%C3%A3o/declaracao- mundial-sobre-educacao-para-todos.html MANTOAN, Maria Teresa Églér. O Direito à Diferença na Igualdade de Direitos. Artigo - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/mantoan MEC, Ministério da Educação. Saberes e Práticas da Inclusão - Recomendações para a construção de escolas inclusivas. 2006. Ministério da Educação Especial, Brasília, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/const_escolasinclusivas.pdf MORAN, José Manuel. Gestão Inovadora de Escola com Tecnologia. In: VIEIRA, Alexandre(org.). Gestão Educacional e Tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/gestao.pdf
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