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1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE CONTEÚDO – CTS – CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE BLOCO 1 – O QUE É CIÊNCIA Gabriel Henrique Cattozzi - 31900811 Pedro Henrique Couto Ferragut – 31901905 Renan Zanini Possobom - 31983881 Celso Minoru Hara RESOLUÇAO DOS EXERCICIOS: 1. O que é Ciência ? O vocabulário “ciência” deriva do latim “scientia”, substantivo etimologicamente equivalente a “saber” e “conhecimento”. A concepção tradicional da ciência é vista como um empreendimento autônomo, objetivo, neutro e baseado na aplicação de um código de racionalidade distante de qualquer tipo de interferência externa, a ferramenta intelectual responsável por produtos científicos é chamada de “método cientifica”. Método científico tem como uma equação final “lógica + experiência”. O desenvolvimento científico é um processo regulado por um rígido código de racionalidade autônomo, alheio a condicionantes externos. Segundo Francis Bacon, o método científico era um método indutivo para o descobrimento de leis e fenômenos. Tratava-se, de um procedimento para a indução genética, ou seja, um conjunto de regras que ordenavam o processo de inferência indutiva e legitimavam seus resultados. Ideias científicas surgem muitas causas, algumas delas vinculadas à inspiração, à sorte em contextos internos das teorias, aos condicionamentos socioeconômicos de uma sociedade. 2 Ou seja, ciência é a combinação de raciocínio dedutivo e inferência dedutiva (lógica + experiência) auxiliadas quem sabe por virtudes cognitivas como a simplicidade, o poder explicativo ou o apoio teórico. 2. Ainda que a Teoria de Falseabilidade de Karl Popper esteja repleta de críticas contemporâneas, sua contribuição sobre a pesquisa H-D (Hipotético-Dedutiva) ainda hoje é referência em Metodologias de Pesquisas Científicas. Discorra de maneira breve e objetiva os pontos fundamentais dessa teoria H-D. Ao longo do século 20 diversos critérios de aceitabilidade de ideias em ciência, apresentados habitualmente como critérios de cientificidade. Estes critérios tratam em geral de operacionalizar o método H-D, fazendo deste não só um instrumento de demarcação para a ciência, mas também uma ferramenta para o trabalho histórico que leva à reconstrução da razão científica. Entre tais critérios destaca-se: • A verificabilidade de enunciados (uma teoria pode ser considerada cientifica quando é constituída somente por afirmações empiricamente verificáveis); • O conhecido como falseabilidade de hipóteses ou teorias (uma teoria só é cientifica se for falsificável, o que implica a negação de pelo menos um enunciado relativo a uma opção possível) Para Popper, uma hipótese ou teoria só é científica se ela for falseável. Ou seja, empresta-se à falseabilidade o poder de avaliação crítica, substituindo o interesse filosófico tradicional centrado na confirmação pelo estatuto da corroboração, que não resulta da confirmação da acumulação de instâncias positivas de uma hipótese, mas sim do fato de ela ter sobrevivido com êxito a numerosas e diversas tentativas de se provar a sua falseabilidade. 3 3. A contribuição de Thomas Kuhn, representada na sua obra mais famosa: “A Estrutura das Revoluções Científicas” (1962), representou um marco histórico na filosofia da ciência, contestando as teorias Positivistas Lógicas e lineares vigentes na época, abrindo a mente dos pesquisadores e praticantes de ciência. Descreva um resumo da contribuição principal de Kuhn, principalmente no que tange à questão dos paradigmas de ciência normal x ciência extraordinária. Kuhn argumentou que a resposta à pergunta sobre o que é a ciência viria de uma ajustada caracterização dos seus aspectos dinâmicos, de um estudo disciplinar da história da ciência real. Seus argumentos constituíram uma autêntica revolução na forma de abordar o problema. Kuhn considerou que a ciência tem períodos estáveis, ou melhor, sem alterações bruscas ou revoluções, períodos estes em que os cientistas se dedicam a resolver rotineiramente “quebra-cabeças” guiados por um paradigma teórico compartilhado. Estes períodos estáveis pertencem a um tipo de ciência que Kuhn descreveu com o nome de ciência normal, em contraposição à ciência que se apresenta quando sobrevém uma revolução científica. A ciência normal, segundo este autor, é uma empresa coletiva de resolução de enigmas, e as teorias científicas são representações convencionais da realidade. Uma das principais abordagens de Kuhn foi a de que a análise racionalista da ciência proposta pelo positivismo lógico é insuficiente, e que é necessário apelar para a dimensão social da ciência para explicar a produção, a manutenção e a mudança das teorias científicas. 4. Faça um resumo da “Teoria do Programa Forte”, do principal expoente da escola de Edimburgo, David Bloor A declaração programática dessa “sociologia do conhecimento científico” teve lugar mediante o chamado “Programa Forte”, enunciado por David Bloor (1976/1992). Esse programa pretende estabelecer os princípios de uma explicação satisfatória (isto é, sociológica) da natureza e da mudança do 4 conhecimento científico. Nesse sentido, não é um programa complementar com respeito a enfoques filosóficos tradicionais, mas constitui um marco explicativo rival e incompatível. Os princípios do Programa Forte, de acordo com David Bloor, são os seguintes: 1 Causalidade. Uma explicação satisfatória de um episódio científico tem de ser causal, isto é, tem de centrar-se nas condições efetivas que produzem crença ou estados de conhecimento. 2. Imparcialidade. Tem de ser imparcial com respeito à verdade e à falseabilidade, à racionalidade e à irracionalidade, ao êxito ou ao fracasso. Ambos os lados destas dicotomias requerem explicação. 3. Simetria. Tem de ser simétrica em seu estilo de explicação. Os mesmos tipos de causa têm de explicar as crenças falsas e verdadeiras. 4. Reflexividade. Suas pautas explicativas devem aplicar-se à sociologia. 5. Comente sobre as novas abordagens de “Transciência” e “Ciência Reguladora”. TRANSIÊNCIA: Weinberg defende que muitas das questões que surgem no curso das interações entre a ciência e a sociedade, depende de respostas que podem dizer respeito à ciência, mas que, no entanto, a ciência não pode responder ainda. Precisamente para poder enfrentar este tipo de questões aparece a expressão questões transcientíficas. Estas são questões de fato desde o ponto de vista da epistemologia e, portanto, podem ser respondidas em princípio com a linguagem da ciência, ainda que os cientistas sejam incapazes de dar respostas precisas às mesmas; isto é, transcendem à ciência. Na medida que as questões políticas e sociais possuem essa característica de transcientificidade, o papel da ciência e dos cientistas no contexto da transciência tem de ser diferente do adotado na ciência acadêmica tradicional, onde os cientistas são capazes de dar respostas isentas de ambiguidade aos problemas que abordam. Este tipo de questão que estamos analisando transcende à ciência por causa da impossibilidade de: 5 1. determinar diretamente as probabilidades de que aconteçam eventos extremamente infrequentes; 2. extrapolar o comportamento dos protótipos ao comportamento dos sistemas em escalas reais sem uma perda de precisão; 3. responder questões de valor como, por exemplo, de que problemas deveria se ocupar a ciência. CIÊNCIA REGULADORA: A ciência reguladora se move em um contexto onde os fatos são incertos, os paradigmas teóricos estão pouco desenvolvidos,os métodos de estudos são bastante inconsistentes e muito discutidos, e onde os resultados estão submetidos a consideráveis incertezas. Dado tal contexto, não surpreende que as análises dos dados por parte dos especialistas se vejam submetidas a possíveis prejuízos subjetivos. Estas características da ciência reguladora ajudam a compreender por que as controvérsias são tão frequentes e desenvolvidas com tanta tenacidade. Neste sentido, um aumento da participação de cientistas não governamentais e de outros agentes sociais nos processos reguladores melhorará não só a qualidade, mas também a objetividade dos processos científicos, de modo que a ciência possa utilizar procedimentos mais sensíveis às incertezas e indeterminações próprias da ciência reguladora. 6
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