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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE GEOCIENCIAS DEPARTAMENTO DE GEODÉSIA CURSO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA GEO05511 – PRINCÍPIOS DE FOTOGRAMETRIA PROFESSOR DOUTOR MÁRIO LUIZ LOPES REISS RELATÓRIO DE FOTOGRAMETRIA – ESTEREOSCÓPIO DE ESPELHOS Nome: Cristian Hansen Klein Cartão: 192399 Porto alegre, dezembro de 2013. INTRODUÇÃO Este relatório visa mostrar os procedimentos e técnicas usadas para fazer um mapa usando ferramentas e métodos da fotogrametria. E mostra também como foi feita a prática de medição e obtenção de coordenadas de fotografias aéreas impressas. O objetivo deste relatório é mostrar como fazer a orientação das fotos no estereoscópio de espelhos e como calcular as coordenadas através de cálculos de paralaxe. Durante o processo, vou mostrar como medir e calcular alturas de um terreno apenas com técnicas de fotogrametria, e estereoscopia usando um par de fotos e paralaxe para medir o terreno. Por fim, este trabalho mostrará como fazer a orientação e medição dos pontos nas fotografias com o auxílio de um estereoscópio de espelho e uma barra de paralaxe para fazer a medição. e posteriormente faremos os cálculos das alturas e coordenadas usando softwares adequados como o Excel e o Surfer para fazer o modelo digital do terreno. METODOLOGIA Primeiramente vou citar os materiais utilizados na prática do estereoscópio de espelhos: - Par de fotografias: O lado do retângulo de maior dimensão dever ser escalado para ter a dimensão de 23 cm. O lado menor deve ser escalado proporcionalmente (não esticado de maneira a mudar a forma da imagem). Não retirar a borda branca que sobrar. Utilizar a resolução superior a 600 dpi. - 2 transparências de jato de tinta; - 1 cartolina inteira; - 1 caneta para transparência com ponta fina (0,3 mm); - lapiseira de ponta fina (0,3 mm); - compasso ou agulha; - fita adesiva plástica; - régua de 50 cm (se não tiver, na sala tem), conjunto de esquadros (um com triangulo reto e outro equilátero). Agora devemos alinhar as fotografias, seguindo assim a linha de voo. Deste modo: Só devemos obedecer algumas exigências, segundo o professor Tomaselli, para orientação de um par de fotos: Sobreposição mínima de 50% entre as áreas das imagens; Escalas aproximadamente iguais, variação máxima de 5%; Relação de distâncias entre bases e câmara-objeto não deve ser muito grande; Eixos da câmara devem estar coplanares no momento da tomada da fotografia. Para fazer a prática utilizamos como instrumento o estereoscópio de dois espelhos. Este equipamento permite que se conservem as fotografias à distância o que eliminara possíveis erros ocasionados pela sobreposição das fotos. Entretanto esse equipamento, por apresentar espelhos de primeira superfície, não podendo de nenhuma maneira tocar na sua lente. Para orientar as fotografias de forma propicia a todo o desenvolvimento devemos realizar os seguintes passos (Tomaselli, 2000): 1. Observar e encontrar a área de sobreposição do par; 2. Tentar encontrar e posteriormente orientar na direção do observador as sombras dos objetos imageados; 3. Anotar todos os dados disponíveis na foto, tais como focal, escala, data, numero da foto e da faixa, altitude de vôo e as demais; 4. Determinar os centros fiduciais das fotografias, marcar o centro de cada foto por intersecção de diagonais; 5. Transferir os centros fiduciais para a outra fotografia, para tal procedimento se faz uso da visão estereoscópia; 6. Medir as fotobases, medida entre o centro e o centro transferido em uma mesma fotografia; 7. Traçar sobre uma folha um segmento de reta de 50 cm, este representará a linha de vôo; 8. Alinhar as fotografias sobre a linha traçada no passo sete, de modo que esta coincida com os centros fiduciais e transferidos, a distancia entre esses deve ser de aproximadamente 25cm; 9. Ao término de todos esses procedimentos, deve-se obter uma visão estereoscópica confortável, procedendo a fixação das fotografias sobre a folha base. Depois de fazer os procedimentos necessários para a orientação das imagens, nós pegamos um instrumento chamado “Barra de paralaxe’, para obtenção da paralaxe, ou seja, da medida do deslocamento aparente. É um instrumento que possui duas marcas flutuantes no seu visor, possibilitando assim precisão garantida através da estereoscopia. Um detalhe importante é que a barra não nos fornecerá a medida da paralaxe, mas um valor (la) que deverá ser somado a uma constantes, mostraremos isso melhor mais adiante. Cálculos Depois de orientado o par poderá proceder a diversas tomadas de medidas de paralaxe, para então podermos proceder aos cálculos de distâncias e altura. Inicialmente iremos posicionar a parte fixa da barra de paralaxe sobre o centro fiducial da foto da esquerda. Procedemos ao movimento do tambor micrométrico da direita até que a marca deste lado também coincida com o mesmo ponto, centro transferido ou homólogo. Faremos com que as marcas se fundem, pareçam tocar o solo, quando vistas pelo estereoscópios. Deve-se anotar a medida da barra da paralaxe (l) e posteriormente afastar as marcas flutuantes da barra de paralaxe para certa distância, depois tornemos a efetuar a mediação mais duas vezes e realizamos o cálculo da média: Faremos o mesmo procedimento para o centro fiducial da outra fotografia, obteremos assim lO2. Dotados desses valores poderemos calcular a constante C, que foi citada anteriormente. Calculamos C através da média, entre as diferenças das fotobases de cada fotografia e as medidas lO da barra de paralaxe para o centro transferido. Relação que segue: C1 = b’ –lO1 e C2 = b – lO2 Caso a diferença entre C1 e C2 for menor que um milímetro, calculamos C: C=(C1+C2)/2 Caso contrário refez as leituras na barra de paralaxe. Esta será uma importante formulação, pois será usada para o cálculo das paralaxes de todos os pontos. O que queremos obter no final dessa prática é um modelo da elevação do terreno. Para tal necessitaremos, além das distâncias relativas, a altura dos pontos de interesse. Procederemos nesse passo conforme realizado por Tomaselli (2000). Primeiro definamos algumas variáveis para maior entendimento do que será realizado posteriormente. B é a aerobase; A é a altitude o terreno; H é a altitude de vôo; ha é a altura média do terreno; f é a focal da câmara fotográfica; X, Y, Z são as coordenadas. Dotados das particularidades dos triângulos, partimos para os cálculos das coordenadas. Obtemos as seguintes equações para Y: E finalmente chegamos a equação que queremos: Serão essas duas equações que usaremos para determinar as coordenadas X e Y. Agora demonstraremos o procedimento adotado no cálculo da altitude do ponto. Supomos, inicialmente, que tenhamos um ponto de altitude conhecida, ponto c, e queiramos determinar a altitude de um ponto a. Dotados da equação da paralaxe do ponto a: Que é a equação de paralaxe simplificada. Dela teremos o desnível do centro 01 e um ponto qualquer desejado. Considerando ∆p = ∆l, chegamos à seguinte relação: 2.6 Feição Foram extraídas da fotografia medidas, através da barra de paralaxe, de distâncias de uma determinada feição. A feição adotada poderia ser duas quadras, uma indústria, um campo de futebol, entre outros. Nela serão feitas as seguintes análises: realizaremos os cálculos de paralaxe através das três formas distintas apresentadas, comparando no final os resultados. 3 CÁLCULO DA ESCALA Antes de começarmos os cálculos das coordenadas, temos que adquirir a escala (E) de nossas fotografias. Uma vez conhecidas a focal (f), as distâncias diagonais da fotografia (D) e do quadro da câmara (d), a altura de vôo (z) e a altitude média do terreno (hm); faremos o seguinte desenvolvimento. Primeiro determinamos a focal equivalente (feq). Sabemos por regra de três simples que: Por operações algébricas chegamos: Sendo z = H - hm, temos a seguinte relação para a escalada fotografia: 3.1 Aplicando a escala Aplicando a escala nos cálculos demonstrados anteriormente teremos as seguintes aplicações da escala: A aerobase (B): Onde S é o denominador da escala. Veja que o valor de B interfere os valores das coordenadas X e Y. XA = B.(xa / pa) e YA = B.(ya / pa) Sendo xa e ya os valores coletados na malha. Já para a coordenada Z, devemos aplicar em sua formulação a focal equivalente, então: Z = H – (B . feq )/pa (3.5) 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Fazendo do que foi apresentado anteriormente e dos programas Excel 2007 e Surfer 9.0, apresentaremos os dados levantados e os resultados dos cálculos a eles aplicados. 4.1 Apresentação dos dados da fotografia e cálculo da escala Temos a disposição os seguintes dados conhecidos: Focal (f) = 35 mm; Altitude de voo (H) = 2400 m; Altitude média (hm) = 105m (escolhida por Cristian na aula); Diagonal do quadro (d) = 61,336 mm; Diagonal medida com a régua (D)= 300 mm; Fotobase - foto esquerda (b): 55,5 mm; Fotobase - foto direita (b’): 54,0 mm; Através deles obtemos os valores de: Cálculo focal equivalente: Cálculo Altura de vôo: z = H – hm = 2295m Cálculo escala foto: Cálculo Aerobase: 4.3 Cálculos das constantes da barra Procedemos de acordo com as equações: C1 = b’ – lO1 e C2 = b – lO2 C=(C1+C2)/2 A seguir apresentamos o quadro com os resultados: 4.2 Apresentações dos equipamentos As medições que constam nesse trabalho foram realizadas no decorrer de quatro dias, seguem os dados dos estereoscópios e barras de paralaxe utilizada. 1º dia de medição: Medição L01 L01 L01 L01 médio L02 L02 L02 L02 médio C1 C2 C 1 23,47 23,47 23,47 23,47 25,05 25,07 25,07 25,06 30,44 30,53 30,483 2 23,47 23,45 23,49 23,47 25,06 25,06 25,06 25,06 30,44 30,53 30,483 3 23,95 23,94 23,96 23,95 25,60 25,60 25,60 25,60 29,90 30,05 29,975 4 23,48 23,46 23,47 23,47 25,05 25,06 25,07 25,06 30,44 30,53 30,483 Quadro 1: Constantes C 4.4 Apresentações das medidas A seguir o quadro com as medidas e cálculos das paralaxes, perceba que a divisão das quadriculas se dá de 2 em 2 cm: x y Leitura 01 Leitura 02 Leitura 03 Leitura média C P 0,00 0,00 23,47 23,47 23,47 23,470 30,483 53,953 -2,00 0,00 23,70 23,68 23,69 23,690 30,483 54,173 2,00 0,00 24,43 24,39 24,43 24,417 30,483 54,900 4,00 0,00 24,76 24,77 24,76 24,763 30,483 55,247 6,00 0,00 25,44 25,47 25,50 25,470 30,483 55,953 8,00 0,00 26,99 27,02 27,02 27,010 30,483 57,493 8,00 2,00 26,35 26,36 26,34 26,350 30,483 56,833 6,00 2,00 25,37 25,36 25,37 25,367 30,483 55,850 4,00 2,00 24,66 24,64 24,65 24,650 30,483 55,133 2,00 2,00 24,18 24,19 24,17 24,180 30,483 54,663 0,00 2,00 23,65 23,60 23,61 23,620 30,483 54,103 -2,00 2,00 23,24 23,26 23,25 23,250 30,483 53,733 -2,00 4,00 23,53 23,51 23,53 23,523 30,483 54,007 0,00 4,00 23,51 23,52 23,50 23,510 30,483 53,993 2,00 4,00 23,86 23,85 23,86 23,857 30,483 54,340 4,00 4,00 24,49 24,47 24,48 24,480 30,483 54,963 6,00 4,00 25,20 25,20 25,20 25,200 30,483 55,683 8,00 4,00 26,00 25,98 26,01 25,997 30,483 56,480 8,00 6,00 25,90 25,92 25,90 25,907 30,483 56,390 6,00 6,00 25,04 25,04 25,04 25,040 30,483 55,523 4,00 6,00 24,47 24,46 24,47 24,467 30,483 54,950 2,00 6,00 23,87 23,85 23,89 23,870 30,483 54,353 0,00 6,00 23,55 23,53 23,54 23,540 30,483 54,023 -2,00 6,00 23,22 23,24 23,19 23,217 30,483 53,700 -2,00 8,00 23,82 23,82 23,82 23,820 30,483 54,303 0,00 8,00 23,94 23,95 23,96 23,950 30,483 54,433 2,00 8,00 23,88 23,89 23,89 23,887 30,483 54,370 4,00 8,00 24,39 24,39 24,39 24,390 30,483 54,873 6,00 8,00 24,64 24,61 24,66 24,637 30,483 55,120 8,00 8,00 25,56 25,54 25,58 25,560 30,483 56,043 8,00 10,00 25,40 25,41 25,39 25,400 30,483 55,883 10,00 10,00 27,00 26,98 27,01 26,997 30,483 57,480 6,00 10,00 24,80 24,81 24,79 24,800 30,483 55,283 4,00 10,00 24,33 24,32 24,33 24,327 30,483 54,810 2,00 10,00 24,06 24,05 24,05 24,053 30,483 54,537 0,00 10,00 24,19 24,19 24,19 24,190 30,483 54,673 -2,00 10,00 24,27 24,26 24,28 24,270 30,483 54,753 -2,00 -2,00 23,83 23,83 23,84 23,833 30,483 54,317 0,00 -2,00 24,04 24,04 24,04 24,040 30,483 54,523 2,00 -2,00 24,33 24,33 24,33 24,330 30,483 54,813 4,00 -2,00 24,83 24,81 24,82 24,820 30,483 55,303 6,00 -2,00 25,50 25,51 25,49 25,500 30,483 55,983 8,00 -2,00 26,46 26,46 26,46 26,460 30,483 56,943 8,00 -4,00 27,17 27,18 27,16 27,170 30,483 57,653 6,00 -4,00 26,08 26,08 26,08 26,080 30,483 56,563 4,00 -4,00 25,10 25,06 25,08 25,080 30,483 55,563 2,00 -4,00 24,73 24,72 24,73 24,727 30,483 55,210 0,00 -4,00 24,02 24,02 24,02 24,020 30,483 54,503 -2,00 -4,00 24,60 24,65 24,64 24,630 30,483 55,113 -2,00 -6,00 23,62 23,62 23,62 23,620 30,483 54,103 0,00 -6,00 24,33 24,35 24,34 24,340 30,483 54,823 2,00 -6,00 25,15 25,14 25,14 25,143 30,483 55,627 4,00 -6,00 25,52 25,52 25,52 25,520 30,483 56,003 6,00 -6,00 26,41 26,41 26,41 26,410 30,483 56,893 8,00 -6,00 27,68 27,67 27,68 27,677 30,483 58,160 8,00 -8,00 27,99 27,98 27,99 27,987 30,483 58,470 4,00 -8,00 26,43 26,43 26,43 26,430 30,483 56,913 2,00 -8,00 25,76 25,80 25,79 25,783 30,483 56,267 0,00 -8,00 24,98 25,00 25,01 24,997 30,483 55,480 -2,00 -8,00 24,12 24,11 24,10 24,110 30,483 54,593 -4,00 -8,00 23,71 23,72 23,73 23,720 30,483 54,203 -4,00 -10,00 23,71 23,70 23,72 23,710 30,483 54,193 -2,00 -10,00 23,99 24,01 24,02 24,007 30,483 54,490 6,00 -10,00 28,32 28,32 28,32 28,320 30,483 58,803 6,00 -12,00 27,10 27,10 27,10 27,100 30,483 57,583 0,00 -10,00 24,78 24,80 24,79 24,790 29,975 54,765 2,00 -10,00 26,85 26,85 26,85 26,850 29,975 56,825 4,00 -10,00 26,97 26,96 26,98 26,970 29,975 56,945 0,00 12,00 25,84 25,84 25,84 25,840 29,975 55,815 -2,00 12,00 25,67 25,66 25,67 25,667 29,975 55,642 Quadro 2: Dados levantados e cálculo das paralaxes. Segue o quadro de resultados: ponto pa ∆p ∆h ha 71 55,043 1,090 43,19399 110,7091 72 55,81967 1,866 73,98078 141,4959 73 54,73967 0,786 31,16997 98,68511 74 54,943 0,990 39,23003 106,7452 75 55,483 1,530 60,63544 128,1506 76 54,923 0,970 38,43724 105,9524 Quadro 8: cálculos de paralaxe – equação simplificada. É notável a semelhança nos resultados obtidos entre os três métodos, principalmente entre os dois primeiros. O último talvez por ser simplificado seja o que apresenta maiores variações. X Y 0 0 5,3 0 0 3 0 6 0 9 3 9 3 6 3 3 6 9 6 6 6 3 0 -3 3 -3 0 -6 3 -6 0 -9 3 -9 3 0 6 -3 6 -6 6 -9 9 9 9 6 93 6 CONCLUSÕES Das observações e dados apresentados acima podemos concluir que o resultado do trabalho prático foi satisfatório. Conseguimos verificar a possibilidade de criar através de estereospares o modelo digital do terreno e verificar que a metodologia inserida no contexto pelos autores pode ser realmente aplicada. Nota-se que a prática é uma importante aplicação dos conhecimentos adquiridos nesta disciplina. Esse relatório vem como complemento crítico a toda atividade, sendo um importante objeto de avaliação e aprendizado. Com base nisso é possível afirmar que o fechamento deste é positivo, uma vez cumpridos os objetivos tanto práticos quanto educacionais. REFERÊNCIAS REIS, Mario Lopes. Material de Apoio – Princípios de Fotogrametria. Porto Alegre, 2013. TOMMASELLI, Antônio M. G., Fotogrametria Básica. São Paulo, 2000. LINDER, Wilfried, Digital Photogrammetry, A pratical course. Springer, 2006, Germany
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