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Mutações genéticas Profa. Marilene marilene.ufrrj@gmail.com Instituto de Biologia Departamento de Genética Disciplina: Genética molecular Introdução • Variabilidade genética – Mutação – Recombinação • Mutação - mudança na sequência de DNA – Variando de uma troca de pb até o desaparecimento de cromossomos inteiros • Mecanismos de reparo do DNA • Fonte de primária da mudança evolutiva • Novos alelos surgem • Variabilidade genética Introdução • Mutações germinativas ou somáticas Mutações – características básicas • Mutações germinativas – linhagem germinativa – Célula primordial da linhagem germinativa – toda a prole vai ser afetada – Gametas – Dominância – efeito expresso imediatamente na prole – Recessiva – efeito obscurecido nos diplóides • Mutação somática – células somáticas – Laranja umbigo Mutações – características básicas • Mutações induzidas – resultantes da exposição a agentes mutágenos – Físicos e químicos Mutações – características básicas Como ocorrem as mutações? Mutações induzidas e mutações espontâneas Mutações induzidas • Ambiente • Laboratório – Substituir uma base no DNA, alterar pra que o pareamento seja feito de maneira errada e danificar de modo que não possa mais parear. – Mutar genes e observar as consequências fenotípicas • Físicos e químicos Mutações – características básicas • Agente mutagênico físico • Ex.: Radiação Ultravioleta Dímeros de timina Mutações – características básicas • Mutação - “geralmente um processo aleatório e não adaptativo.͟ Entretanto... • Resistência – Ex.: Microorganismos patogênicos estão se tornando cada vez mais resistentes a antibióticos Mutações – características básicas Bactérias que possuem genes de resistência podem transferi-los a outras não resistentes Bactérias não resistentes se tornam resistentes. Na presença do antibiótico apenas as resistentes sobreviverão. • Mutações espontâneas – ocorrem sem causa conhecida • Procariontes – 10-8 a 10-10 • Eucariontes - 10-7 a 10-9 • Salvador Luria e Max Delbruck (1943) (Nobel 1967) • Bactérias E. coli • Resistentes a agentes ambientais – Fago T1 infectam e matam a E. coli – Raramente, mas regularmente, foram vistas colônias resistentes Mutantes espontâneos ou induzidos pela presença do fago? Base molecular das mutações espontâneas • Hipóteses: 1. Se... espontânea Então ... deveriam ocorrer em tempos e culturas diferentes e o número de colônias resistentes deveriam apresentar alta taxa de variação 2. Se... Ocorrem em resposta a presença do fago Então... O número de células resistentes por placa deveria seria uniforme Mutações espontâneas Mutantes espontâneos ou induzidos pela presença do fago? O quê Luria e Delbrück fizeram? • Teste de flutuação Mutações espontâneas Sabemos que a mutação é um processo aleatório. Qualquer alelo em qualquer célula pode mutar qualquer momento. Mutações espontâneas Concluíram que: Mecanismos de mutações espontâneas • Mudanças tautoméricas • Erros na replicação do DNA • Danos causados pelo próprio ambiente celular • Inserção de um elemento de transposição • Eficiência dos mecanismos de reparo do DNA A Base molecular da mutação • Os atómos de hidrogênio podem-se mover nas bases nitrogenadas – Mudanças tautoméricas • Raras e menos estáveis • Durante a replicação • Mal pareamento – Adenina-citosina – Guanina-timina A Base molecular da mutação • Mutação de ponto – alteração aleatória de um único par de bases ou um pequeno número de pares de bases adjacentes • Substituição – Transições – Transversões • Inserção • Deleção Mutação de ponto • Substituição – Transições – Transversões • Transição – substituição de uma base por outra da mesma categoria química – Purina por purina - de A para G ou de G para A • Transversão – substituição de bases de categoria química diferentes – Pirimidina por purina ou purina por pirimidina Mutação de ponto • Exemplos de substituição: – Transição • G . C -> A . T – Transversão – G . C -> T . A Mutação de ponto Gene mutado • Inserção - de pares de bases • Deleção – de pares de bases – Mutação indel – mutações que surgem pela deleção e adição simultânea de vários pares de bases. Mutação de ponto Importante! • Os efeitos dessas mutações se estendem além do sítio da própria mutação • A inserção ou deleção de um único par de bases muda a matriz de leitura. – Mudanças de matriz de leitura – resulta na perda completa da estrutura e função normal de uma proteína Mutação de ponto Mutação de ponto - Consequências fenotípicas Inserção Fita de DNA original Bases Aminoácidos Deleção de um único nucleotídeo. Sequência incorreta de aminoácidos cuja proteína pode ser não-funcional Mutação de ponto - Consequências fenotípicas Deleção Aminoácidos Inserção de um único nucleotídeo. Sequência incorreta de aminoácidos cuja proteína pode ser não-funcional Bases Fita de DNA original • Mutações sinônimas ou silenciosas • Mutações de sentido trocado • Mutações sem sentido Mutação de ponto Quais são as consequências moleculares das mutações em regiões codificantes? • Mutações sinônimas, silenciosas ou neutras – envolvem a troca de bases , mas não causam a troca de aminoácidos – Sem efeito aparente – Não afeta a atividade da proteína Mutação em nível molecular Mutação de ponto - Consequências fenotípicas Fenilalanina Fenilalanina • Mutações de sentido trocado (missense) ou não- sinônimas – o códon é trocado por outro que codifica outro aminoácido – Troca por outro aminoácido quimicamente similar – substituição conservativa – Troca por outro aminoácido quimicamente diferentes - substituição não-conservativa Mutação de ponto Mutação em nível molecular Ex.: Mutação de sentido trocado (missense) Fita de DNA original Bases Aminoácidos Códon incorreto - interrompeu a síntese da proteína • Mutações sem sentido (nonsense) – o códon é mutado para um códon de término de tradução Mutação de ponto Fita de DNA original Bases Aminoácidos Substituição de um único nucleotídeo. Proteína Códon incorreto - interrompeu a síntese da proteína Mutação em nível molecular • Mutação de um gene tipo selvagem para um fenótipo mutante – mutação direta • Mutação: processo reversível • Mutação reversa – uma segunda mutação no mesmo ponto • Mutação supressora – uma segunda mutação em um ponto diferente – No mesmo gene ou até em cromossomos diferentes Mutações - efeitos fenotípicos • Pode produzir um novo alelo • Alelos nulos – não funcionais • Letais recessivos – os homozigotos não sobreviverão • A maioria são recessivas deletérias – Cada etapa de uma rota metabólica – um enzima – codificada por um ou mais genes E quando as mutações ocorrem em uma região não-codificante? – Regiões reguladoras – Não-codificantes – Sítios de ligação da RNA polimerase – Sítios de proteínas reguladoras da transcrição São mais difíceis de prever que aquelas que ocorrem em regiões codificantes. Mutação de ponto - Consequências fenotípicas Mutaçõesem regiões não-codificantes • Torna-se perceptível quando a mutação perturbar um sítio de ligação • Mudando o padrão de expressão • Alterando a quantidade do produto gênico, mas não a estrutura da proteína Mutações em regiões não-codificantes Mutação de ponto - Consequências fenotípicas • Inserção de elementos de transposição • Elementos do DNA que podem mover-se de um local para o outro no genoma • A inserção de um transposon em um gene geralmente o torna não funcional Mecanimos lesões espontâneas • Depurinação – perdas de purinas • E desaminação da citosina gerando uracil Desaminação Uracil Alguns mecanismos de reparo do DNA – E.coli • 1. dependente da luz ou fotorreativação • 2. reparo por excisão • 3. reparo de pareamento errado • 4. reparo após a replicação • 5. sistema de reparo propenso a erro • 1. dependente da luz ou fotorreativação – enzima ativa por luz – DNA – fotoliase • UV – dímeros de timina são produzidos – erros na replicação • DNA fotoliase liga-se no escuro, mas só quebra os dímero na presença da luz (região azul) Mecanismos de reparo do DNA • 2. reparo por excisão Etapa 1. endonuclease de reparo reconhece a base danificada, liga-se a ela e excisa Etapa 2. DNA pol. III preenche o espaço Etapa 3. DNA ligase fecha a falha para completar o reparo • Reparo pós-replicação – reparação por desvio • Não remove a lesão, mas permite a continuação da replicação • DNA pol. III encontra um dímero de timina – reinicia a síntese em outro ponto • RecA – media a recombinação entre filamentos homólogos nessa região • DNA ligase • Propenso ao erro • Utilizado em casos extremos • Uma das quatro bases é inserida aleatoriamente no local lesado para garantir a replicação - genes UmuC e UmuD – sintetiza subunidade das DNA pol. V Aberrações cromossômicas • Citogenética - É a parte da genética que estuda os cromossomos. • Análise dos cromossomos – principal atividade dessa área de conhecimento – Origem: Diversos biólogos Europeus do século XIX • Demonstração que os genes estão nos cromossomos aumentou o interesse • Análise citológica – células em divisão • Embriões e pontas de raízes • Substância que destrói os fusos mitóticos Cariótipo feminino normal Cariótipo masculino normal * Cariótipo – representação do conjunto de cromossomos presentes no núcleo celular de um organismo. Variações numéricas • Variações na ploidia ;do gƌego Ƌue significa ͞vezes͟Ϳ • Euplóides – organismos com conjuntos completos ou normais • Poliplóides – levam conjuntos extras de cromossomos • Aneuplóides – organismos nos quais um determinado cromossomo está menos representado – mudança numérica em parte do genoma • Poliploidia – comum em plantas, mas muito raro em animais Variações numéricas Triticum aestivum (L.) Thell – hexaplóide – 2n=6x=42 AABBDD Coffea arabica– tetraplóide – n=11 Conceitos • Genoma - número básico de cromossomos da espécie, ou o conjunto completo de cromossomos diferentes • X = número básico de cromossomos • n = número gamético • 2n=2x=46 • Alguns poliplóides são estéreis • Conjuntos extras de cromossomos se segregam irregularmente na meiose - resultando em gametas desproporcionais • Ex.:Triplóides • Reprodução assexuada • Entretanto, alguns poliploides podem ser férteis... • Tetraplóides • Dois conjuntos duplicados Triticum aestivum (L.) Thell – hexaplóide – 2n=6x=42 AABBDD • Alopoliplóides – ;pƌefixo do gƌego ͞outƌo͟Ϳ – hibridização entre espécies diferentes • Autopoliplóide – duplicação cromossômica dentro de uma espécie • Hipóteses: – a célula entra em mitose sem passar por citocinese – Meiose sem redução Como surgiram os poliplóides? Aneuploidias • Mudança numérica em parte do genoma • Indivíduos com cromossomo extra, falta de um... – são ditos aneuplóides – Hipoplóide – organismo no qual o cromossomo, ou trecho de um cromossomo é sub-representado – Hiperplóide – trecho ou cromossomo é super- representado • Em Plantas • Estramônio – Datura stramonium • Blakeslee e Belling • 2n=24 • Avaliou mutantes • Cada mutante possuía um cromossomo extra Aneuploidias • 12 mutantes diferentes • Triplicata de um dos cromossomos – trissomias Aneuploidias • Monossomia – um cromossomo está faltando Aneuploidias Rearranjos da estrutura cromossômica • Rearranjo interno ou ainda se unir a outros cromossomos • Mudar a posição de um segmento de cromossomo ou juntar segmentos de cromossomos diferentes • Inversões e translocações • Inversões – segmento cromossômico é destacado, gira (cerca de 180º) e é religado ao resto do cromossomo. – Ordem dos genes é alterada, ou seja, revertida Rearranjos da estrutura cromossômica • Inversão – Pericêntrica – paracêntrica • Translocações – quando um segmento de um cromossomo é destacada e religado a um cromossomo diferente – Translocação recíproca – quando não há perda de material genético • Cromossomos compostos – um cromossomo se funde com o seu homólogo • Translocações robertsoniana – fusão de cromossomos não homólogos
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