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Resumo 5 Legislação Tributária 2014-2 Guilhon

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FAP – Faculdade do Pará
Prof. Mauro Marques Guilhon 
Disciplina: Legislação Trabalhista e Previdenciária
UNIDADE 3 – TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO (2ª PARTE)
3.4. CAUSAS DE SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, EFEITOS E ESPÉCIES.
1.Suspensão da Exibilidade do Crédito Tributário
O CTN enumera, no seu art. 151, seis diferentes situações que, uma vez ocorridas, impedem a fazenda pública de iniciar atos de cobrança do crédito tributário ou, sendo o caso de já os haver iniciado, prosseguir na execução de tais atos. 
As situações que configuram causas de suspensão da exigibilidade do crédito podem ocorrer antes mesmo do início do lançamento, ou depois do início e antes de seu término, ou, ainda, depois da notificação do lançamento ao sujeito passivo.
As causas de suspensão da exibilidade do crédito tributário (assim como veremos em outra aula, também as causas de extinção e exclusão) dependem de lei, à luz da reserva legal, conforme art. 97, V1, do CTN:
“Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
(...)
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º ....
§ 2º.....”
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não afeta a obrigação tributária que lhe deu origem, conforme preceitua o art. 140 do CTN. Como não afeta a obrigação tributária principal subjacente, uma vez extinta a causa suspensiva da exigibilidade do crédito ele volta a ser imediatamente exigível, e a Administração deve iniciar ou prosseguir em sua cobrança, inclusive mediante execução judicial, se for o caso.
Além de não afetarem a obrigação principal, as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário não acarretam dispensa do cumprimento de obrigações acessórias (art. 151, parágrafo único).
É bom lembrar, também, que o art. 111 do CTN, no seu inciso I, exige a interpretação literal das leis que tratem de suspensão do crédito tributário. Por causa desse art. 111, devemos afirmar que as únicas hipóteses aptas a suspender o crédito tributário são as seis modalidades arroladas nos incisos do art. 151 do Código, a saber:
 “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I – moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.” 
Depósito do montante integral do crédito:
O depósito do montante integral do crédito exigido pela fazenda obrigatoriamente pressupõe a existência de um litígio, já instaurado ou na iminência de ser. Esse litígio tanto pode ser judicial como administrativo.
Embora a instauração de um litígio administrativo por si só seja suficiente para suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do inciso III do art. 151, é possível que o sujeito passivo, além da impugnação administrativa, deseje efetuar o depósito. Isso porque, na hipótese de, ao término do litígio, decidir-se que o crédito é efetivamente devido (ou seja, na hipótese de a decisão final ser desfavorável ao sujeito passivo), ocorrerá a automática conversão do depósito em renda.
Essa conversão em renda é forma de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, VI, do CTN. O importante é que, tendo sido feito o depósito do montante integral do crédito exigido pela fazenda, não será cobrado mais absolutamente nenhum valor do sujeito passivo a título de juros ou multa de mora. A conversão em renda do valor depositado extingue definitiva e integralmente o crédito.
Na hipótese de o sujeito passivo ter obtido decisão reconhecendo, em seu favor, a ilegitimidade total ou parcial do crédito, ele tem direito de levantar o valor depositado, corrigido conforme o previsto em lei (na esfera federal a correção, atualmente, é feita pela taxa SELIC).
O depósito do montante integral do crédito deve ser feito em moeda, não se admitindo depósito em títulos da dívida pública ou quaisquer outros valores. 
A Súmula 112 do STJ estabelece que “o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral e em dinheiro”.
1.2 Processo Administrativo Fiscal
A instauração de um processo administrativo fiscal (PAF), bem como os recursos previstos nas legislações reguladoras desses processos, é outra causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
A instauração de processo administrativo contra um lançamento notificado ao sujeito passivo é uma faculdade a ele conferida pelo nosso ordenamento jurídico. A Constituição, além de expressamente ter previsto a possibilidade de litígios na órbita administrativa, estendeu a eles muitos dos princípios aplicáveis ao processo judicial.
O sujeito passivo também tem a faculdade de recorrer ao Judiciário depois do término do PAF, quando a decisão administrativa final for total ou parcialmente desfavorável a ele, uma vez que não existe, no Brasil, “coisa julgada administrativa” em sentido próprio. A opção pela via judicial, entretanto, implica desistência tácita do processo administrativo, o que torna o crédito tributário imediatamente exigível, a menos que exista algum provimento judicial dispondo de forma contrária (ou que exista depósito, não levantado, do montante integral exigido pela fazenda).
À luz da Lei 11.941/2009, resultado da conversão da MP 449/2008, foi instituído o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) – que passou a ser o novo tribunal administrativo tributário federal, no lugar do extinto Conselho de Contribuintes.
O CARF continua ligado à estrutura do Ministério da Fazenda, sendo formado por representantes do Fisco e dos Contribuintes, competindo-lhe o julgamento de recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Atualmente, não mais subsiste a necessidade de depósito prévio do valor de 30%, no mínimo, do montante atualizado da dívida, como condição prévia para recorrer administrativamente na esfera tributária federal. (MP 1.621/97). O STF editou em 29 de outubro de 2009 a Súmula vinculante nº 21, segundo a qual “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
Em março de 2009, um pouco antes da edição da referida Súmula Vinculante, o STJ editou a Súmula 373, na qual cristalizou o seguinte entendimento: “É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo”.
Liminar em Mandado de Segurança / Liminar ou Tutela Antecipada em outras espécies de ação judicial
Outra forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário está prevista nos incisos IV e V do art. 151 do CTN. O inciso V foi acrescentado pela LC nº 104/2001 para resolver uma antiga polêmica relativa à interpretação do inciso IV. Como o inciso IV do art. 151 refere-se a uma única espécie de ação judicial – o mandado de segurança –, e suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada literalmente, a fazenda defendia, antes da LC nº 104/2001, que nenhuma outra decisão judicial podia suspender o crédito. 
A controvérsia está, hoje, definitivamente superada, uma vez que a LC nº 104/2001, justamente para pôr fim à discussão, acrescentou ao art. 151 o inciso V, que estabelece como modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial.
Parcelamento
Antes da LC nº 104/2001, o parcelamento era considerado uma espécie de moratória. Hoje não podemos afirmar isso. O parcelamento é uma modalidade de suspensão do crédito tributário independente da moratória. O parcelamento não é uma espécie de moratória, mas sim uma modalidade autônoma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
A moratória deve ser concedida por lei ordinária, permitindo-se ao sujeito passivoque pague tributo em cota única ou parcelada, porém, de modo prorrogado. Já o parcelamento se caracteriza como prorrogação de pagamento, que serão feitos de forma parcial, ao longo de um determinado período, devendo ser concedido por lei específica, nos termos do art. 155-A do CTN.
O parcelamento está muito sucintamente tratado no art. 155-A do CTN, nestes termos:
“Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.” 
E só isso mesmo. O mais importante é o § 1º do art. 155-A, que deixa claro que o simples pedido de parcelamento, e mesmo sua obtenção, não produz os efeitos da denúncia espontânea, pois não fica afastada a multa. Para a denúncia espontânea produzir os efeitos previstos no art. 138 (afastamento da multa), portanto, é imprescindível o pagamento.
De resto, o artigo só serve para concluirmos que o parcelamento é modalidade de suspensão do crédito tributário distinta da moratória, que deve ser concedido conforme o disposto em lei específica e que está sujeito, subsidiariamente, às normas relativas à moratória.
1.4 Moratória
O Código não conceitua moratória. A doutrina define-a como prorrogação de prazo para pagamento de tributos.
A moratória está regrada nos arts. 152 a 155 e é a única modalidade de suspensão disciplinada com detalhamento pelo CTN. Devemos lembrar que, como forma de suspensão do crédito tributário, a moratória encontra-se submetida à estrita reserva legal, enquadrada no art. 97, VI, do Código, devendo ser instituída por lei ordinária.
O art. 152 do CTN classifica a moratória em dois tipos distintos:
moratória geral: aquela diretamente concedida pela lei, não sendo necessário, para sua fruição, reconhecimento por ato de autoridade administrativa. O Código divide, ainda, a moratória em caráter geral em dois subtipos:
a.1)	autonômica (art. 152, I, “a”): evidentemente a regra geral. Trata-se da moratória concedida por lei da pessoa política competente para a instituição do tributo a que o favor se refere.
Assim, a prorrogação do prazo para pagamento do IPTU deve ser concedida por lei do município competente para instituí-lo.
a.2)	heterônoma (art. 152, I, “b”): o CTN prevê a possibilidade, evidentemente excepcionalíssima, de a União (e somente a União) conceder moratória de tributos da competência dos estados e DF ou dos municípios.
A condição para a concessão dessa moratória heterônoma é que a União conceda, simultaneamente, moratória dos tributos federais e das obrigações de direito privado (dívidas que os particulares tenham para com ela, mas que não sejam regidas predominantemente pelo Direito público, como, por exemplo, dívidas de aluguéis).
b) moratória individual: o CTN denomina moratória individual aquela concedida, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
O parágrafo único do art. 152 estabelece a possibilidade de a abrangência territorial da moratória ser:
total: abrange todo o território da entidade tributante (se for a União, todo o território nacional; se for um estado, o território daquele estado etc.);
parcial: abrange somente parte do território. 
A moratória, em regra, somente se aplica a créditos já definitivamente constituídos ou, pelo menos, cujo lançamento já tenha sido iniciado (art. 154). Essa é apenas uma regra geral, porque, de acordo com o próprio Código, admite “disposição de lei em contrário”. Como somente a lei pode dispor sobre moratória, a regra geral estabelecida torna-se um tanto inócua.
O parágrafo único do art. 154 estabelece, e aqui não há exceção, a impossibilidade de a moratória beneficiar o sujeito passivo ou terceiro que, relativamente ao tributo objeto da moratória ou aos procedimentos para a obtenção do favor, tenha agido com dolo, fraude ou simulação
1.4.1 Requisitos para concessão da moratória
O art. 153 traz os requisitos para concessão da moratória, os quais devem estar previstos na lei que a conceda ou autorize. É a seguinte a sua redação:
“Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.”
1.4.2 Revogação da moratória individual
“Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
        I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
        II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
        Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.”
O art. 155 do CTN é muito importante, porque estabelece uma regra relativa à concessão de favores fiscais em caráter individual e os procedimentos cabíveis, bem como as consequências, no caso de se constatar que o beneficiado não atendia às exigências pertinentes na época da obtenção do favor, ou que deixou de atendê-las em momento posterior à concessão. As disposições desse art. 155 aplicam-se não apenas à moratória individual mas também, “no que couber”, à isenção (art. 179, § 2º), à anistia (art. 182, parágrafo único) e à remissão (art. 172, parágrafo único).
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