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CONTABILIDADE DE CUSTOS Caderno de Estudos Prof. Valdecir Knuth UNIASSELVI 2015 NEAD Educação a Distância GRUPO Copyright UNIASSELVI 2015 Elaboração: Prof. Valdecir Knuth Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 657.42 K67c Valdecir Knuth Contabilidade de custos/ Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi, 2015. 277 p. : il. ISBN 978-85-7830-889-6 1.Contabilidade de custos. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. APRESENTAÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Diz o provérbio chinês que “podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos”. Plantamos para você a semente do conhecimento na disciplina de Contabilidade de Custos e você poderá, ao fim da terceira unidade, colher os melhores frutos que conseguir. No campo de valorização intelectual aplicável você estará à frente de outros profissionais, no momento em que se prepara para uma das profissões mais valorizadas nos tempos atuais: a “Contabilidade de Custos”, uma das principais e mais atuantes atividades no núcleo empresarial, fato que lhe trará méritos em conhecimento e aplicabilidade na rotina diária da vida, seja pessoa física ou jurídica. Diante do mercado dinâmico e competitivo, quem estiver atualizado ganha maior espaço no mercado de trabalho, e você, ao optar por esta profissão, caminha para o sucesso profissional. O conteúdo desta disciplina se divide em três unidades de ensino. Assim, iniciaremos a Unidade 1 com o estudo sobre o que é a Contabilidade e suas aplicações, principalmente relacionada com a Contabilidade de Custos, assim como conheceremos as operações de débito e crédito e os reflexos que possuem no Estado Patrimonial da empresa, compreendendo a forma como se relacionam as operações da Contabilidade de Custos. Você irá compreender como procede a lógica das Origens e Aplicações de recursos nas operações da empresa, corroborando o reconhecimento dos Custos dos Produtos Vendidos (CPV) com a geração das Receitas de Vendas da empresa. Na Unidade 2 estudaremos os elementos que compõem os conceitos e a classificação dos gastos industriais, relacionados à Contabilidade de Custos e a compreensão das diferenças entre custos, despesas, gastos e investimentos. O conhecimento dessas diferenças é importante para a correta aplicação e avaliação dos custos nas empresas industriais e sua contabilização. Identificaremos também o que são custos diretos e indiretos, fixos e variáveis e sua aplicação no processo industrial e contabilização. Para finalizar, na Unidade 3 abordaremos sobre a elaboração dos registros contábeis que constituem as operações de aquisição de matéria-prima; os créditos tributários nas aquisições de matéria-prima; os efeitos dos registros do custo da aquisição da matéria-prima no controle do estoque; a formação do mark-up do preço de venda e a consequente formação do preço de venda, bem como o registro de todas as operações contábeis de um estudo de iiiCONTABILIDADE DE CUSTOS iv UNI Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. Desejo a você excelentes estudos! UNI CONTABILIDADE DE CUSTOS caso em razonete “T”; a apuração da Demonstração do Resultado do Exercício; e a apuração do Balanço Patrimonial. Bons estudos! Prof. Valdecir Knuth SUMÁRIO UNIDADE 1 - A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS .................................................................................................. 1 TÓPICO 1 - A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS ................ 3 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3 2 CONCEITO BÁSICO DE CONTABILIDADE ................................................................. 4 3 A QUEM INTERESSAM AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS ........................................ 6 4 COMPONENTES DA ESTRUTURA PATRIMONIAL ................................................... 10 RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 14 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 15 TÓPICO 2 - AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................ 19 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 19 2 ATIVO .......................................................................................................................... 19 3 PASSIVO ..................................................................................................................... 21 4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............................................................................................... 24 5 O BALANÇO PATRIMONIAL E SUA ESTRUTURA ................................................... 25 6 AS CONTAS ................................................................................................................ 29 7 O PLANO DE CONTAS .............................................................................................. 29 7.1 A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS ............................................................ 31 8 CONTAS SINTÉTICAS E ANALÍTICAS ..................................................................... 31 RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 41 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 43 TÓPICO 3 - OPERAÇÕES COM CUSTOS EM ESTOQUES DE PRODUTOS INDUSTRIAIS .................................................................................................................. 46 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 46 2 FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DAS COMPRAS .......................................... 48 3 FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA VENDA .......................................................... 51 4 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS ....................................... 53 5 APURAÇÃO DO VALOR DO CUSTO DAS MERCADORIAS EM ESTOQUE ........... 63 6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES ........................................................... 66 7 TIPOS DE INVENTÁRIOS ........................................................................................... 67 7.1 INVENTÁRIO PERIÓDICO ....................................................................................... 67 7.2 INVENTÁRIO PERMANENTE ................................................................................... 70 7.2.1 Tipos de controle de estoque ................................................................................. 71 7.2.2 Diferenças entre os métodos .................................................................................. 75 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 76 RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 79 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 80 vCONTABILIDADE DE CUSTOSviCONTABILIDADE DE CUSTOS UNIDADE 2 - CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS, ASPECTOS COMPORTAMENTAIS, MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ........................................................................................................ 83 TÓPICO 1 - CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS .................................... 85 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 85 2 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ...................................................................... 85 2.1 CUSTOS .................................................................................................................... 87 2.2 DESPESAS ............................................................................................................... 89 2.3 GASTOS ................................................................................................................... 92 2.4 INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 94 RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 96 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 97 TÓPICO 2 - ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DOS GASTOS .................................. 98 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 98 2 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS .......................................................................... 100 2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS ....................................................................... 100 2.1.1 Principais características dos Custos Variáveis ou Diretos .................................. 101 2.2 Despesas variáveis ou diretas ................................................................................. 102 2.3 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ........................................................................... 102 2.3.1 Principais características dos Custos Fixos ou Indiretos ..................................... 104 2.4 Despesas fixas ou indiretas ..................................................................................... 105 RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 107 AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 108 TÓPICO 3 - MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ......... 108 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 108 2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO ................................................................110 2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS .....................................................................................110 2.2 Metodologia de Apresentação do Sistema de Custeio por Absorção ......................115 2.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do Sistema de Custeio por Absorção ....................118 2.2.1.1 Pontos fortes ......................................................................................................118 2.2.1.2 Pontos fracos ......................................................................................................118 3 MÉTODO DE CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL ......................................................119 3.1 Aspectos conceituais ................................................................................................119 3.2 Metodologia de Apresentação do Sistema de Custeio Direto ou Variável .............. 121 3.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do sistema de custeio variável ............................. 124 3.2.1.1 Pontos fortes .................................................................................................... 124 3.2.1.2 Pontos fracos ..................................................................................................... 125 3.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO .............................................................................. 126 3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................ 128 3.5 Análise de custo, volume e lucro ............................................................................. 132 4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ....................................................................... 134 viiCONTABILIDADE DE CUSTOS 4.1 POLÍTICA DE PREÇOS .......................................................................................... 137 4.1.1 Formação do preço de venda ............................................................................... 137 4.1.2 Erros na formação do preço de venda ................................................................. 142 4.1.3 A equação do preço de venda .............................................................................. 143 4.2 TIPOS DE PREÇOS ................................................................................................ 144 4.2.1 Estratégias de preços distintos ............................................................................. 144 4.2.2 Estratégias de preços competitivos ...................................................................... 144 4.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO ........................................................... 145 4.3.1 Estrutura de custos ............................................................................................... 145 4.3.2 Estratégia e política de mercado .......................................................................... 146 4.3.2.1 Produtos ............................................................................................................ 147 4.3.2.2 Fatores ambientais ............................................................................................ 147 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 147 RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 149 AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 151 UNIDADE 3 - CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS DOS CUSTOS, MARK-UP, PREÇOS DE VENDA E DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ........................................ 153 TÓPICO 1 - REGISTROS DAS OPERAÇÕES RELATIVAS ÀS ATIVIDADES DE EMPRESA INDUSTRIAL ........................................................................................ 155 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 155 2 REGISTROS OPERACIONAIS CONTÁBEISDA EMPRESA ................................... 155 2.1. APURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DOS SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS .... 181 2.1.1 Departamento 900 – Departamento de Talhação ................................................. 181 2.1.2 Departamento 901 – Departamento de Costura .................................................. 187 2.1.3 Departamento 902 – Departamento de Manutenção ........................................... 193 2.1.4 Departamento 903 – Departamento de PCP ........................................................ 198 2.1.5 Departamento 906 – Departamento Financeiro ................................................... 203 2.1.6 Departamento 909 – Departamento Comercial .................................................... 208 RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 214 AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 215 TÓPICO2 - APURAÇÃO DOS CUSTOS INDUSTRIAIS E FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS COM PREÇO DE VENDA ........................................................................ 217 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 217 2 OPERAÇÕES PARA GERAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS ....................... 217 2.1 APURAÇÃO DA FICHA DE CONTROLE DO ESTOQUE ....................................... 221 2.2. ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA DRE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS ..... 225 2.3 ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA MATÉRIA-PRIMA DO ESTOQUE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS ......................................................................................... 227 3 APURAÇÃO DOS CUSTOS DA PRODUÇÃO .......................................................... 227 3.1 MENSURAÇÃO DOS CUSTOS .............................................................................. 231 4 FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ........ 234 viiiCONTABILIDADE DE CUSTOS TÓPICO 3 - ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO E ELABORAÇÃO DA EMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO E DO BALANÇO PATRIMONIAL .............................................................................................................. 253 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 253 2 PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................... 253 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................ 257 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 271 RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 273 AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 274 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 276 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S UNIDADE 1 A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS OBjETIvOS DE AprENDIzAgEM A partir do estudo desta unidade você estará apto(a) a: conhecer e entender o que é a Contabilidade e suas aplicações, principalmente relacionada com a Contabilidade de Custos; conhecer as operações de débito e crédito e os reflexos que possuem no Estado Patrimonial da empresa, compreendendo a forma como se relacionam as operações da Contabilidade de Custos; compreender como procede a lógica das Origens e Aplicações de recursos nas operações da empresa, corroborando o reconhecimento dos Custos dos Produtos Vendidos (CPV) com a geração das Receitas de Vendas da empresa; entender a necessidade da elaboração de um bom Plano de Contas, para, desta forma, correlacionar as operações contábeis dos estoques dos produtos com a geração da riqueza da empresa; estudar o que são Movimentações com Mercadorias, para que se possa realizar um excelente controle patrimonial e melhor mensurar os Custos dos Produtos da empresa, de acordo com a Contabilidade de Custos. TÓPICO 1 – A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS TÓPICO 2 – AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL TÓPICO 3 – OPERAÇÕES COM CUSTOS EM ESTOQUES DE PRODUTOS INDUSTRIAIS pLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado. C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 Para estudarmos Contabilidade de Custos é importante refletirmos sobre o que é a Contabilidade e por que se utilizam as contas contábeis para o controle da movimentação das mercadorias (custo do estoque) com reflexo no patrimônio da empresa. É bem provável que você já tenha tido oportunidade de estudar a lógica contábil, talvez a Contabilidade propriamente dita, suas movimentações contábeis e o estudo do estado patrimonial da empresa, mas é sempre bom revermos esses conceitos. A Contabilidade de Custos possui uma dinâmica própria e para compreendê-la é fundamental conhecer o método das partidas dobradas, porque há a necessidade de identificar os gastos da empresa e, ao valorizar os produtos elaborados pela empresa, realizar determinadas movimentações contábeis que veremos ao longo deste Caderno de Estudos. Neste primeiro tópico vamos estudar um pouco sobre a lógica Contábil e, sempre que possível, correlacionar este estudo com a Contabilidade de Custos. É pretensão sim deixar bem claro que este Caderno de Estudos possui exemplos e modelos de cálculos voltados aos Custos Industriais, ou seja, o custo apurado dos produtos em empresas industriais e sua devida contabilização (esta última será estudada na Unidade 3 deste caderno). UNIDADE 1 UNIDADE 1TÓPICO 14 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2 CONCEITO BÁSICO DE CONTABILIDADE Existem inúmeras maneiras de conceituar a Contabilidade, a mais simples é definida como sendo o registro e o controle patrimonial da empresa. Em Ribeiro (2009, p. 2) encontramos um conjunto de definições mais abrangente sobre o assunto: a) A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica (conceito oficial formulado no primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro, em 1924). b) Sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de pro- dutividade, com relação à entidade objeto de contabilização (estudo sobre a estrutura conceitual básica da contabilidade, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – IPECAFI, e aprovado pelo Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON). c) Ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstra- ção expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (Hilário Franco, Contabilidade Geral, Editora Atlas). d) É a arte de registrar todas as transações de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os refle- xos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia (Nelson Gouveia, Contabilidade, Editora McGraw-Hill do Brasil). A contabilidade possui uma função importante para que a empresa possa exercer o seu controle econômico e financeiro. Conforme os registros forem sendo efetuados, se a empresa possuir um bom sistema contábil, é possível gerar informações que possam contribuir para a análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros, ou seja, a geração da riqueza da empresa. Corroborando, Marion (2012, p. 25-26, grifo do autor) aborda que: A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando- -os monetariamente, registrando-os e somatizando-os em forma de relatórios ou de comunicados que contribuem sobremaneira para tomada de decisões. A Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empre- sas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomadas de decisões. Observamos com certa frequência que várias empresas, principalmente as pequenas, têm falidoou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Ouvi- mos empresários que criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, fatos esses que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo fundo em nossas investigações, constatamos que, muitas vezes, a “célula cancerosa” não repousa nessas críticas, mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo, sem dados confiáveis. UNIDADE 1 TÓPICO 1 5 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Na mesma linha de raciocínio, Marion (2004, p. 26) afirma que “[...] a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões”. IMP OR TAN TE! � Observe que a palavra DECISÃO é colocada no conceito básico da contabilidade. Sempre nos deparamos com tomada de decisões no dia a dia, por exemplo, qual roupa vestir, qual refeição escolher para satisfazer as necessidades básicas, qual música ouvir, dentre outras. Decisão é algo comum nas nossas vidas, algumas decisões possuem maior grau de importância e outras não. UNI Você já se perguntou por que algumas empresas vão à falência mesmo tendo todas as informações contábeis e de custos para a tomada de decisão? Então, podemos entender que a Contabilidade pode contribuir no processo de gestão da empresa e na tomada de decisões, consolidando todas as informações econômicas e financeiras em relatórios contábeis. FIGURA 1 – O PROCESSO CONTÁBIL FONTE: Marion (2004, p. 25) UNIDADE 1TÓPICO 16 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe na Figura 1 que na Contabilidade de Custos os tipos de usuários que mais utilizam as informações contábeis são: - Administração: Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados gastos e assim poder reduzi-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. - Os Investidores: Este tipo de usuário, ao receber as informações da contabilidade, irá avaliar o índice de retorno da empresa, o nível de lucratividade, se “vale a pena” investir em determinado ramo de atividade, se o índice de lucratividade é atrativo ou não. - Os Bancos: Este usuário fará a utilização das informações contábeis para verificar o grau de liquidez da empresa e assim analisar a possibilidade de conceder novos empréstimos ou financiamentos. Lembre-se de que o lucro da empresa baseia-se na apuração das Receitas de Vendas descontando-se as Despesas Operacionais e os Custos da Produção (os Custos da Produção são a base para a Contabilidade de Custos). 3 A QUEM INTERESSAM AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Como a Contabilidade, principalmente a Contabilidade de Custos, gera informações para tomada de decisões, podemos dizer que quem os utiliza são os usuários da contabilidade. Mas, por quê? Porque a contabilidade gera informações com finalidades específicas conforme o interesse do usuário. Ao iniciar as atividades de uma empresa, esta precisa buscar recursos de algum lugar, recursos estes colocados à disposição por Investidores, Bancos, Fornecedores, Sócios, conforme podemos observar na Figura 2 a seguir. Esses recursos precisam ser transformados em produtos e serviços que irão gerar benefícios para determinados usuários, conforme seguem: a) Clientes: necessitam saber das informações referentes a solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora dos produtos não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais. Ou também verificar se a empresa UNIDADE 1 TÓPICO 1 7 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S fornecedora possui liquidez financeira para evitar que venha a falência e “deixe seus clientes na mão”. b) Empregados: necessitam saber das informações econômica e financeiras para verificar a capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. c) Governo: importantíssimo interessado nas informações da empresa, pois necessita saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações de tributos. d) Outros: aqui podemos enquadrar a sociedade em geral, pois há o interesse em saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. Afinal de contas, a empresa deve criar uma “vitrine” saudável para oferecer vagas de trabalho aos candidatos da sua cidade. FIGURA 2 – USUÁRIOS DA CONTABILIDADE FONTE: O autor Vamos retomar o usuário investidor, presente nesta Figura 2. O Investidor encontra-se tanto no papel do “aplicador” de recursos financeiros na empresa como no papel de usuário da informação contábil, pois para continuar investindo, o Investidor precisa conhecer o retorno do seu investimento na empresa. Veja na Figura 3 a seguir a relação entre as atividades das empresas, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado. UNIDADE 1TÓPICO 18 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES DAS EMPRESAS, O BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 29) Podemos observar que todos os objetivos e estratégias da empresa estão pautados nos Investimentos que a empresa realiza de acordo com os Financiamentos que ela busca para fomentar as suas Operações (que tem como resultado o Lucro Líquido, que é um dos objetivos da empresa). Estes Financiamentos, Investimentos e Operações são controlados no Balanço Patrimonial da empresa em contas de Ativos e Passivos. Além disso, devemos nos preocupar com a finalidade que o usuário dará a informação contábil. Para Stickney e Weil (2001, p. 34), deve-se refletir sobre o preparo das demonstrações financeiras de acordo com a finalidade da informação, pois cada usuário necessita de informações específicas. Sobre este assunto, os autores contribuem com o seguinte: As empresas deveriam preparar suas demonstrações financeiras tendo como objetivo as necessidades específicas de informação de cada um dos usuá- rios apresentados? Ou deveriam preparar um conjunto de demonstrações financeiras ‘gerais’? Preparar demonstrações específicas para cada usuário provavelmente atenderia mais adequadamente as necessidades deste – im- plicando um custo certamente proibitivo, para a empresa que está elaborando as demonstrações e para terceiros que tenham necessidades de outras in- formações. A incorporação de informação de que vários usuários necessitam de um único conjunto de demonstrações poderiam aumentar sua extensão e complexidade, a ponto de eventualmente dificultar sua compreensão. Outra questão, associada a anterior, relaciona-se com o nível de conhecimento de contabilidade que as empresas deveriam pressupor que os usuários têm. Demonstrações financeiras e notas explicativas detalhadas poderiam fornecer informação útil para os analistas do mercado de capitais, mas poderiam con- fundir investidores ‘passivo’, que somente se preocupam com os dividendos que recebem da empresa. (STICKNEY; WEIL, 2001, p. 34). Os autores ainda apresentam um resumo do processo de elaboração e apresentação UNIDADE 1 TÓPICO 1 9 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S de demonstrações financeiras, de acordo com os seus objetivos, conforme a Figura 4 a seguir: FIGURA 4 – RESUMO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Objetivo 1: A elaboração e apresentação de demonstrações financeiras devem fornecer informação útil para a tomadade decsões racionais de concessão de crédito e realização de investimentos Objetivo 2: A elaboração e a apresentação de demonstrações financeiras devem fornecer informação que ajude investidores e credores a estimar o valr, a época de realização e a incerteza dos fluxos de caixa futuros. A capacidade da empresa em gerar caixa afera o valor que eles pode vir a receber dela. Objet ivo 3: Fornecer informação a respeito dos recursos econômicos da empresa, e dos direitos sobre esses recursos. Objetivo 4: Fornecer informação a respeito do desempenho financeiro. Objetivo 5: Fornecer informação a respeito das origens e aplicações de caixa. Objet ivo 6: Fornecer informação a respeito do cumprimento, pelos administradores, de suas obrigações para com os proprietários. Objetivo 7: Fornecer informações explicativas e interpretativas. Balanço patrimonial Demonstração de resultado Demonstração do fluxo de caixa As três principais demonstrações Tabelo e Notas explicativas Princípios contábeis geralmente aceitos orientam mensurações e divulgação costantes das principais demonstrações financeiras e respectivas tabelas e notas explicativas. Ativos = Passivo mais Patrimônio Líquido Lucro Líquido = Receitas menos Despesas Alteração no saldo de caixa = Fluxo de caixa líquido das operações, investimentos e financiamentos FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 39) Observa-se que cada demonstrativo contábil possui determinada finalidade, como o Balanço Patrimonial que tem por objetivo fornecer informações referentes aos recursos econômicos financeiros da empresa aos seus usuários. A finalidade é saber como “anda a saúde” financeira da empresa para decidir sobre os direitos e alocação destes recursos nas suas atividades. Por conseguinte, temos as demais informações contábeis que demonstram sua utilidade nos diversos tipos de objetivos. No Objetivo 4, temos a Demonstração de Resultado do Exercício, que aponta qual o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida e gera a riqueza futura da empresa. Você já deve ter percebido que existe uma forte ênfase na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Por quê? Leia com atenção a nota a seguir. UNIDADE 1TÓPICO 110 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � Talvez não seja exclusivamente o mais importante, mas o Estoque é um dos itens importantes da empresa, porque de acordo com os seus CUSTOS APURADOS, quando são reconhecidos na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício, de acordo com suas vendas, este representa o “QUANTO CONTRIBUIU” para a geração da riqueza da empresa. O ESTOQUE, enquanto não for vendido, é INVESTIMENTO para GERAÇÃO DE RESULTADOS FUTUROS, e obviamente esperam-se resultados positivos. Na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício temos uma conta muito importante que é o CUSTO DO PRODUTO VENDIDO. 4 COMPONENTES DA ESTRUTURA PATRIMONIAL Os componentes da Estrutura Patrimonial são determinados pelos direitos e obrigações da empresa (para com a empresa e os sócios) e que por sua vez estão representados no Balanço Patrimonial. A composição do Balanço Patrimonial está dividida em ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, de acordo com as CONTAS CONTÁBEIS para o seu devido registro e controle. Mas, o que são estas Contas Contábeis? Na visão de Ribeiro (2009a, p. 30) “[...] conta é o nome técnico que identifica um Componente Patrimonial (Bem, Direito, Obrigação ou Patrimônio Líquido) ou um componente de Resultado (Despesa ou Receita)”. Complementando, de acordo com Iudícibus e Marion (2010, p. 216), “[...] algebricamente é bastante simples encontrar o Patrimônio Líquido: basta subtrair do Ativo (Bens + Direitos) as dívidas da empresa, ou seja, o Passivo”. Logo, a equação contábil é a seguinte: Vamos agora identificar a natureza contábil destas contas, se são devedoras, credoras e por que são denominadas dessa forma. Se o Ativo representa os bens e direitos da empresa, por que a conta do ativo tem saldos devedores? Por sua vez, se o passivo representa as obrigações da empresa para com terceiros, por que a conta do passivo tem saldos credores? UNIDADE 1 TÓPICO 1 11 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A contabilidade possui regras próprias, e uma dessas regras exige que para se aumentar contabilmente uma conta do ativo, deve-se debitar essa conta, e para que uma conta do ativo seja reduzida, deve-se creditá-la. Imaginem que os sócios ou investidores assim como os terceiros fornecem recursos para a empresa e esta os utiliza em bens e direitos, conforme a figura a seguir: FIGURA 5 – SISTEMÁTICA DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS FONTE: Araújo (2009, p. 36) De acordo com a Figura 5, observa-se que os Sócios e Terceiros fornecem recursos financeiros à empresa sob a forma de Bens e Direitos. Desta maneira, os sócios e os terceiros (Bancos e demais instituições financeiras) possuem CRÉDITOS a receber da empresa que possui personalidade jurídica própria. Por sua vez, a empresa possui obrigação de ressarcir estes valores, ou seja, a empresa “DEVE” estes recursos para quem os forneceu. Portanto, ao registrar estes recursos econômicos em bens ou direitos que estão classificados em ativos, significa que a empresa “DEVE” esses recursos para alguém. No caso do exemplo anterior, são os registros DEVEDORES ou DÉBITOS que a empresa precisa ressarcir para os sócios ou terceiros. IMP OR TAN TE! � É fato que a empresa possui personalidade jurídica própria, mas todos os seus recursos aplicados tiveram origem de algum lugar, de alguma fonte, e desta forma precisam ser pagos. Assim sendo, todos os recursos serão devolvidos ou ressarcidos de alguma forma quando ocorrer o distrato social, e então nenhum recurso ficará em posse da pessoa jurídica, tudo será direcionado para alguém. E afinal, “QUEM” é esse “ALGUÉM”? Esse “ALGUÉM” são os terceiros e os sócios, por esse motivo as contas do ativo são devedoras, já que a empresa “deve” estes recursos para alguém. Com as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ocorre o contrário. UNIDADE 1TÓPICO 112 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vejamos a figura seguinte. ATIVO E DESPESAS Aplicações de Recursos Saldos Devedores D/C PASSIVO, P. LÍQUIDO E RECEITAS Fontes de Recursos Saldos Credores D/C Movimentação: Aumentos Diminuições + (Débito) - (Crédito) Movimentação: Aumentos Diminuições + (Crédito) - (Débito) FIGURA 6 – METODOLOGIA PARA REGISTROS DE DÉBITO E CRÉDITO FONTE: Araújo (2009, p. 36) Podemos observar na Figura 6 que os registros de débito e crédito são determinados, tanto das contas dos ativos e despesas como a dos passivos, patrimônio líquido e receitas. Vejamos como se apresentaria em linhas gerais a estrutura de um balanço patrimonial. Se a empresa está adquirindo estoques para a produção, então ela irá destinar esses recursos para algum lugar. Vamos imaginar que se a empresa adquire esse estoque a prazo, ela vai registrar D – DÉBITO (Destinar) e reconhecer a origem desse recurso que foi um C – CRÉDITO (Fornecer), pois a empresa que vendeu a matéria-prima “acredita” que a outra empresa compradora irá pagar esse valor, então o fornecedor tem um CRÉDITO haver de quem comprou. Está difícil? Vamos mais um pouco. Na Figura 7 a seguir, Bruni (2010, p. 7) elenca os recursos do ATIVO e PASSIVO com o DESTINO e a ORIGEM dos recursos. FIGURA 7 – DESTINO E ORIGEM DE RECURSOS FONTE: Bruni (2010, p. 7) UNIDADE 1 TÓPICO 1 13 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que na Figura 7 os recursos da empresa como os ATIVOS ou INVESTIMENTOS estão sendo financiadospelo PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO - P.L. ou FINANCIAMENTOS, ou seja, são as origens dos recursos (pois vieram de algum lugar). Seguindo o raciocínio da figura anterior (Figura 7), a empresa tem como destino dos recursos o estoque nos seus ativos, e se não tiverem sido pagos à vista, vieram de uma origem a pagar, que neste caso é representado pelo passivo da empresa. Com a Figura 8, vamos entender um pouco mais aprofundadamente os conceitos de origem e aplicação. FIGURA 8 – ORIGEM E APLICAÇÃO – DA OPERAÇÃO AO BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: Adaptado de: Reis (2006, p. 11) A operação de todo e qualquer fato contábil tem sua aplicação a partir de uma origem e, por conseguinte, os lançamentos são realizados a débito ou a crédito de acordo com as contas envolvidas na operação. Em outras palavras, significa que o estoque teve um registro a débito no grupo de contas do ativo, pois está “destinado” à geração de riqueza da empresa, e se o mesmo não tiver sido pago à vista, há necessidade de efetuar o lançamento a crédito em fornecedores nas obrigações da empresa (grupo de contas do passivo). Estes fornecedores têm créditos haver da empresa. Continuando o raciocínio, com base na Figura 8, bens, direitos e despesas têm seus saldos devedores, pois são “destinados” a algum tipo de finalidade. E os saldos credores possuem suas origens em receitas de vendas, ou patrimônio líquido, ou obrigações da empresa. Estes saldos são apurados com a utilização do balancete que permite elaborar o balanço patrimonial no fechamento anual do exercício social da empresa. UNIDADE 1TÓPICO 114 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 1 Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora. • O conceito de Contabilidade é o de registro e controle patrimonial da empresa. • Na análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros da empresa é importante verificar a sua geração da riqueza. • A Contabilidade pode contribuir no processo de gestão da empresa e na tomada de decisões, consolidando todas as informações econômicas e financeiras em relatórios contábeis. • O lucro da empresa está baseado em apurar as receitas e descontando-se as despesas operacionais e os custos da produção. • O investidor encontra-se tanto no papel do “aplicador” de recursos financeiros na empresa como no papel de usuário da informação contábil, já que para continuar investindo precisa conhecer o retorno do negócio. • Cada demonstrativo contábil possui determinada finalidade, como o Balanço Patrimonial que tem por objetivo fornecer informações referentes aos recursos econômicos e financeiros da empresa aos seus usuários. • A finalidade do Balanço Patrimonial é mostrar como “anda a saúde” financeira e econômica da empresa para decidir sobre os direitos e alocação destes recursos nas suas atividades. • A composição do Balanço Patrimonial está dividida em ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO de acordo com as CONTAS CONTÁBEIS para o seu devido registro e controle. • Os Bens e Direitos da empresa tiveram sua origem de fontes registradas no Patrimônio Líquido ou no Passivo. • O estoque teve um registro a débito no grupo de contas do ativo porque está “destinado” à geração de riqueza da empresa. E se o mesmo não tiver sido pago à vista, há necessidade de efetuar o lançamento a crédito em fornecedores nas obrigações da empresa (grupo de contas do passivo). Estes fornecedores têm créditos haver da empresa. UNIDADE 1 TÓPICO 1 15 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos agora exercitar um pouco sobre o que aprendemos até agora, vamos resolver os exercícios da autoatividade do Tópico 1. 1 Como se entende o conceito de Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) É o registro e controle patrimonial da empresa. b) ( ) É o registro patrimonial da empresa. c) ( ) É o controle patrimonial da empresa. d) ( ) É o registro e controle econômico da empresa. 2 Além do registro e controle patrimonial da entidade, a Contabilidade poderá fornecer informações para qual finalidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Informações que possam auxiliar na elaboração de relatórios para divulgação contábil. b) ( ) Informações que possam relacionar as atividades da empresa com a finalidade do negócio no mercado. c) ( ) Informações que possam contribuir para a análise da geração dos controles analíticos da empresa. d) ( ) Informações que possam contribuir para a análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros, ou seja, a geração da riqueza da empresa. 3 A Contabilidade gera determinadas informações que podem auxiliar alguns usuários. Indique de que forma a Contabilidade poderá auxiliar os Administradores? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinadas receitas e assim poder reduzir os gastos de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. b) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados gastos e assim poder aumentá-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis (maiores gastos e maiores investimentos). c) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados UNIDADE 1TÓPICO 116 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S gastos e assim poder reduzi-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. d) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados investimentos para poder relacionar as vantagens da competitividade no mercado com os investimentos realizados. 4 A Contabilidade gera determinadas informações que são importantes para alguns tipos de usuários analisarem. O que os Clientes da empresa necessitam saber de informações da Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Necessitam saber das informações econômico e financeiras para verificar a capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. b) ( ) Necessitam saber das informações referentes à solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais, ou também verificar se a empresa possui liquidez financeira para evitar que venha à falência e “deixe seus clientes na mão”. c) ( ) Necessitam saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações. d) ( ) Necessitam saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. 5 A Contabilidade gera determinadas informações que são importantes para alguns tipos de usuários analisarem. O que os Empregados da empresa necessitam saber de informações da Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Necessitam saber das informações referentes à solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais, ou também verificar se a empresa possui liquidez financeira para evitar que venha à falência e “deixe seus clientes na mão”. b) ( ) Necessitam saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações. c) ( ) Necessitam saber das informações econômico e financeiras para verificara capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. d) ( ) Necessitam saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. 6 De acordo com os OBJETIVOS da elaboração das Demonstrações UNIDADE 1 TÓPICO 1 17 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Contábeis, há o Objetivo 4, que consta na Figura 4 – Resumo do processo de elaboração e apresentação de demonstrações financeiras, do item 3, deste tópico, e que se relaciona com a elaboração da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. No seu entendimento, para que serve a DRE? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) É a Demonstração de Vendas do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Adquirida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. b) ( ) É a Demonstração de Resultado do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. c) ( ) É a Demonstração de Resultado do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo do Imobilizado Investido da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. d) ( ) É a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. 7 Conforme foi estudado neste tópico, a Contabilidade registra os eventos conforme as Origens e Aplicações de recursos da empresa. Em sua opinião, uma compra de matéria-prima a prazo é uma origem ou aplicação de recursos? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma ORIGEM DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. b) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma APLICAÇÃO DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. c) ( ) A compra de matéria-prima à vista é uma ORIGEM DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. d) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma ORIGEM DE RECURSOS. O cliente está concedendo um crediário e, portanto, o Fornecedor da matéria-prima tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. UNIDADE 1TÓPICO 118 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 Estudaremos neste tópico, com maior profundidade, as configurações resultantes do confronto entre os dados registrados em bens, direitos e obrigações e que resultarão em estados patrimoniais favoráveis e desfavoráveis às entidades. Estudaremos também como é medida a riqueza de uma entidade, através do balanço patrimonial, um importante item deste estudo, pois a riqueza da empresa é gerada pela mensuração dos custos dos seus produtos. Por isso a importância da Contabilidade de Custos no seu curso. Prosseguindo com o aspecto da mensuração da riqueza da empresa, é importante enfatizar a necessidade da elaboração de um bom plano de contas para que a empresa possa mensurar e avaliar de forma sistemática os custos da produção. Por isso, apresentaremos um modelo de plano de contas neste tópico e com este plano de contas faremos a Contabilização dos fatos geradores dos Custos da Produção na Unidade 3. 2 ATIVO Com certeza, sempre estamos preparados para ouvirmos coisas positivas, coisas boas. E na Contabilidade não poderia ser diferente. Vamos imaginar o lado esquerdo do Balanço Patrimonial como sendo o lado bom, o lado do ATIVO da empresa. UNIDADE 1 UNIDADE 1TÓPICO 220 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Mas, por que bom? Porque lá se encontram os recursos que a empresa destinou (DÉBITO) para as atividades operacionais da empresa, O ATIVO vem do verbo ATIVAR, fazer “funcionar”, trabalhar para gerar a riqueza da empresa e é neste grupo de contas que se encontram os bens e direitos da empresa. Em se tratando de conceito de ativo, com base na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº 1.121, de 28 de março de 2008 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008), “ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade”. A Figura 9 demonstra o movimento dos Estoques do Balanço Patrimonial. Após serem consumidos no processo industrial, são agregados demais recursos e quando estiverem prontos, retornam para o Balanço Patrimonial como estoques de produtos prontos. FIGURA 9 – ESTOQUES RECONHECIDOS NA PRODUÇÃO FONTE: O autor Veja na Figura 9 que os Estoques estão reconhecidos nos gastos da produção durante o seu consumo, os quais irão agregar outros valores, como Custos da Mão de Obra Direta, custos da Mão de Obra Indireta e demais custos necessários à produção. EST UDO S F UTU ROS ! � Estudaremos as terminologias adotadas em Custos na Unidade 2, incluindo os conceitos de Custos Diretos e Custos Indiretos. UNIDADE 1 TÓPICO 2 21 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Essa figura anterior serve para você perceber que depois que a produção terminou de elaborar os produtos, esses retornam ao Balanço Patrimonial sob a figura de Estoques de Produtos Prontos, e novamente aparecerão esses valores como ATIVOS. 3 PASSIVO Quando falamos de Passivo, logo imaginamos uma pessoa passiva, que “não é pró- ativa”, “uma pessoa lenta”, “raciocínio devagar, quase parando”. Então, PASSIVO é algo parado, é algo ou alguém que está esperando acontecer algum fato, ou algum resultado, ou alguma operação. Neste caso, podemos dizer que o PASSIVO da empresa se constitui de: Fornecedores: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS; Governo: está no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS dos impostos; Bancos: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS de financiamentos; Funcionários: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS de salários. É claro que os sujeitos acima mencionados não estão parados sem fazer nada, na verdade estão trabalhando em outras situações. Exemplo: os Fornecedores estão produzindo para vender mais, o Governo está fazendo as obras públicas para o bem-estar da população, os Bancos estão fazendo novas operações financeiras com outras pessoas físicas e jurídicas para promover novos empréstimos, e é claro os funcionários estão trabalhando para a empresa gerar riqueza, para que estes também possam receber os seus salários. Passivo, então, não é algo ruim. Na verdade, é alguém que concedeu CRÉDITO para a empresa e por isso possui CRÉDITOS HAVER da mesma. Percebeu? Vamos dar uma olhada neste modelo de Balanço Patrimonial? Vamos entender como isso funciona. UNIDADE 1TÓPICO 222 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S QUADRO 1 − MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: O autor Veja que neste modelo do Balanço Patrimonial, do lado esquerdo está representado o ATIVO, com os Bens e Direitos, e do lado direito está o PASSIVO que são as obrigações da empresa. Em Contabilidade de Custos é importante você ter noção exata desse padrão patrimonial, pois há uma conta contábil chamada de Estoquesque irá gerar os recursos para as Vendas de Mercadorias e, por conseguinte, a geração do caixa da empresa. No Passivo está a conta de Fornecedores de Mercadorias, que é de onde virão as matérias-primas para a produção da empresa. Mas há um assunto importante a ser observado. Você percebeu que este Balanço Patrimonial não está fechando os saldos? Há uma diferença entre o grupo de contas do Ativo e do Passivo da empresa. Vamos ver em seguida o que significa essa diferença e por que ela existe. 4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Para compreendermos o que é o Patrimônio Líquido, vamos analisar a seguinte situação: Você viu no Quadro 1 do item 3 – Passivo que há uma diferença no Balanço Patrimonial. O Ativo possui o valor total de R$ 320.000,00 e o Passivo, de R$ 125.000,00. UNIDADE 1 TÓPICO 2 23 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Se o Ativo está maior que o Passivo, isso é um bom sinal, porque a empresa GEROU RIQUEZA para o acionista. Vamos verificar a diferença gerada. Então, Ativo ( – ) Passivo = Patrimônio Líquido. O valor do Ativo de R$ 320.000,00 ( - ) o valor do Passivo de R$ 125.000,00 = valor do Patrimônio Líquido de R$ 195.000,00. Isso quer dizer que se a empresa tivesse iniciado suas atividades com um Capital Social de R$ 100.000,00, hoje ela teria agregado riqueza ou lucros na ordem de R$ 95.000,00. Portanto, o patrimônio líquido é igual aos bens mais direitos menos as obrigações. Vamos tornar explícita esta diferença no nosso Balanço Patrimonial? Assim, temos: QUADRO 2 − MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL AJUSTADO FONTE: O autor Viu como agora o Balanço Patrimonial fechou com os saldos do lado direito e do lado esquerdo? Para que haja o equilíbrio entre os dois lados, surge o Patrimônio Líquido ou situação líquida, que demonstra, por sua vez, qual é a verdadeira riqueza do patrimônio em questão. Desta forma, temos a equação básica do Patrimônio Líquido (PL): UNIDADE 1TÓPICO 224 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Ou poderíamos ter a seguinte estrutura: A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº 1.121, de 28 de março de 2008 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008) conceitua o Patrimônio Líquido da seguinte forma: “patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”. Primeiramente, o importante é ter a ideia da estrutura contábil na cabeça, a partir daí a formalização da movimentação fica muito fácil. Por isso, visualize sempre o patrimônio das entidades (pessoas físicas e jurídicas), no balanço patrimonial, tendo do seu lado esquerdo (ATIVO) os seus bens e direitos (coisas boas) e do seu lado direito (PASSIVO) as suas dívidas (coisas ruins) e a sua riqueza líquida (PATRIMÔNIO LÍQUIDO). Veja na figura a seguir o que corresponde à geração dos benefícios futuros que o Estoque proporcionou em relação às vendas e refletiu no Patrimônio Líquido. UNIDADE 1 TÓPICO 2 25 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 10 – REFLEXO DO ESTOQUE NO RESULTADO E NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO FONTE: O autor O Custo das Vendas dos produtos contribuiu para a geração das receitas de vendas de mercadorias e, por conseguinte, para o lucro final da empresa. Isso quer dizer que quando tratamos de Ativo como geração de benefícios futuros, ou Ativo como geração de caixa, estamos também fazendo a relação desse assunto com o AUMENTO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO, que é importante para que a empresa possa continuar as suas atividades no mercado. Isso quer dizer que o custo do produto deve ser o suficiente para gerar um determinado preço de venda e que possa agregar valor ao acionista da empresa, ao proprietário da empresa. E desta forma, aumentar o lucro e consequentemente aumentar o Patrimônio Líquido. 5 O BALANÇO PATRIMONIAL E SUA ESTRUTURA O balanço patrimonial das empresas é estruturado de acordo com normas estabelecidas pela legislação brasileira. Há alguns anos, com o advento da Lei nº 11.638/07 e a Medida Provisória nº 449/08, o balanço patrimonial sofreu uma mudança na sua estrutura e forma de apresentação. Tais mudanças visam a adequação às melhores práticas contábeis internacionais - International Accounting Standards Board (IASB). A forte corrente da globalização dos negócios e o crescimento dos investimentos diretos estrangeiros, somados à formação de blocos econômicos, trazem a necessidade de se ter um conjunto de normas contábeis internacionais que viabilizem a comparação de informações UNIDADE 1TÓPICO 226 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos distintos no Brasil e no mundo. Vamos identificar como se divide o grupo de contas do Ativo. O ativo é dividido em duas partes, organizadas de acordo com o grau de exigibilidade: o ativo circulante e o ativo não circulante. O ativo circulante é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas em um período de curto prazo. Corresponde à relação de bens e direitos que a empresa possui e que poderá transformar em dinheiro no prazo de até um ano, após o término do exercício social (normalmente em 31/12). São classificados aqui o dinheiro em caixa ou no banco, as aplicações financeiras, as duplicatas a receber (clientes), os estoques, enfim, todos os bens e direitos que se transformarão em dinheiro no curto prazo. IMP OR TAN TE! � Assim, curto prazo, na contabilidade, corresponde normalmente ao período de até um ano, após o término do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de 90 dias (curto prazo), teremos então uma duplicata a receber, que será classificada no ativo circulante. O ativo não circulante corresponde aos itens que serão realizados ou transformados em dinheiro a longo prazo, normalmente em período superior a um ano, após o término do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de recebimento estabelecido para daqui a 450 dias (longo prazo), temos então uma duplicata a receber a ser classificada no ativo não circulante. O “ativo não circulante” compreende também outros elementos patrimoniais que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda e são elementos utilizados como meio de produção ou meios para se obter renda para a empresa. São geralmente destinados à geração e manutenção das atividades operacionais da empresa. São os bens e direitos dos quais a empresa não tem intenção de se desfazer. Tais ativos são adquiridos para a geração de recursos e manutenção de suas atividades. Logicamente, o fato de um ativo ser classificado como permanente não proíbe a organização de vendê-lo, afinal, a contabilidade deve registrar os fatos para gerar informações e não impor regras. O passivo é dividido em duas partes, organizadas de acordo com o grau de exigibilidade: o passivo circulante e o passivo não circulante. O passivo circulante é composto pelas dívidas que a empresa possui e que deverão ser UNIDADE 1 TÓPICO 2 27 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S pagas em período menor do que um ano. Dentre essas contas a pagar, as mais comuns são: a) Fornecedores: são as dívidas assumidas na ocasião da compra de mercadorias a serem revendidas posteriormente ou matéria-prima para a industrialização. Assumimos dívidas com nossos fornecedores. b) Empréstimos a pagar: são as dívidas assumidas com empréstimos obtidos em dinheiro. c) Financiamentos a pagar: são dívidas assumidas para a aquisição direta de determinados bens. d) Salários a pagar: são valores que a empresa tem a pagar aos seus colaboradores relativos ao mês trabalhado e ainda não recebido. Issoocorre porque a lei determina que os salários devam ser pagos até o quinto dia útil do mês seguinte ao mês trabalhado. O passivo não circulante, antes do advento da Lei no 11.638/07, era denominado de “passivo exigível a longo prazo”. Caracterizava-se pela classificação das obrigações vencíveis a mais de 365 dias da data do balanço patrimonial. Neste grupo, basicamente são relacionadas as mesmas contas do passivo circulante, diferenciando-se apenas pelo prazo de pagamento acima de 12 meses. Por fim, o patrimônio líquido, já conhecido e estudado anteriormente, é composto pelos recursos que os sócios aplicaram na empresa mais os lucros gerados pelas atividades empresariais. Cabe ressaltar que cada um dos grupos estudados anteriormente pode ser ainda dividido em subgrupos, e estes, ainda, em outras divisões, como podemos observar no balanço patrimonial exemplificado a seguir: UNIDADE 1TÓPICO 228 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S QUADRO 3 – O BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: O autor UNI Você já se questionou a respeito de como deve ser a visualização das contas da empresa? Já passou algum pensamento do tipo “como deve ser difícil” controlar os bens e as dívidas da empresa? Pois bem, verifique o balanço patrimonial anterior e perceba como se dividem as contas da empresa. Veja que do lado esquerdo está registrado o que a empresa possui em ativos e do lado direito, o passivo e o patrimônio líquido. De acordo com o Balanço Patrimonial acima, se a empresa tem R$ 101.200,00 de ativo e pretende pagar todas as suas dívidas no passivo, quanto sobraria para ela? Sobraria o valor do patrimônio líquido. UNIDADE 1 TÓPICO 2 29 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 6 AS CONTAS Para Ribeiro (2009, p. 36), “conta é o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido), [...]” é por meio das contas que a contabilidade consegue desempenhar seu papel de registrar e controlar todos os acontecimentos responsáveis pela gestão de seu patrimônio. Assim, conta é a representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante. É importante ressaltar os aspectos operacionais que o contador deve levar em consideração na criação das contas, que são elementos que ele cria e dos quais se utiliza para melhor controlar o patrimônio de uma entidade. Para tanto, com o objetivo de conhecer o valor que a empresa possui e quanto deve, quanto ganhou no último período e como foi o ganho do último período, o contador cria tantas contas quanto necessárias, para registrar todos os fatos que possibilitem buscar as respostas via balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. O movimento da conta pode ser dividido em dois: movimento que aumenta e movimento que diminui o saldo. Utilizando a nomenclatura de “débito” e “crédito”, seriam dois tipos de movimento de contas: movimento a débito (aumentando saldos devedores e diminuindo saldos credores) e movimento a crédito (aumentando saldos credores e diminuindo saldos devedores). 7 O PLANO DE CONTAS O “plano de contas” é o conjunto de contas criado pelo contador para atender às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. É chamado de “plano de contas”, porque, na realidade, ele é criado antecipadamente ao uso de tais contas. Por isso, o contador tem de planejar a estruturação do “plano de contas”, de maneira que a sua principal ferramenta seja criada para lhe possibilitar o melhor dos resultados no trato com as informações contábeis. FONTE: Adaptado de: <http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/plano-contas. htm>. Acesso em: 23 mar. 2015. UNIDADE 1TÓPICO 230 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para Marion (2008), plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é indispensável para os registros de todos os fatos contábeis. Um “plano de contas” contábil tem como função principal possibilitar adequada forma de controle do patrimônio da entidade contabilizada. Essa forma de controle se fará pelo registro de todas as transações dos eventos econômicos, em “contas” através dos livros contábeis de maneira que se tenha, rápida e precisamente, o valor e a descrição dos elementos patrimoniais da entidade, além do valor da descrição dos principais fatores de gastos e recebimentos. Assim, podemos dizer que a função básica de um “plano de contas” é promover o registro das transações dos eventos econômicos de forma a criar condições ótimas de classificação e acumulação de dados. 7.1 A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS O contador, quando vai montar o “plano de contas” da entidade que está sob sua responsabilidade, deverá ter em mente certos parâmetros, com o intuito de construir sua ferramenta da melhor forma possível. Esses cuidados têm como base os principais usuários da informação contábil. Apesar de ser sua função registrar os fatos, o contador não pode impor sua vontade na elaboração de um plano de contas. Deve sempre consultar seus usuários, partindo do conhecimento total dos objetivos da empresa e de suas atividades principais. Feito isso, podemos listar alguns cuidados básicos na elaboração de um plano de contas: a) Deve atender primariamente às necessidades específicas de cada empresa e às necessidades de informação dos principais usuários dos relatórios; b) A classificação deve partir do geral para o particular; c) Deve ser codificado; d) Os agrupamentos devem ser feitos pensando nos relatórios que deles se originarão; e) Os títulos das contas utilizados devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais que representam – devem ser claros e sucintos; f) Deve ter flexibilidade (margem para ampliação) e operacionalidade. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1102694/contas#/!>. Acesso em: 23 mar. 2015. Como sabemos, o balanço patrimonial é composto por duas colunas. A da esquerda, que representa o ativo, e a da direita, que representa o passivo e o patrimônio líquido. Até aqui UNIDADE 1 TÓPICO 2 31 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S UNI Há de se destacar que cada empresa deve possuir seu plano de contas, adaptado à sua realidade empresarial. Uma empresa especializada em prestar serviços possui certamente um plano de contas diferente de uma empresa do setor industrial, e esta também diferentemente de uma empresa comercial. Porém, todas obedecem à mesma estrutura exigida pela legislação. 8 CONTAS SINTÉTICAS E ANALÍTICAS São denominadas contas analíticas aquelas contas que representam os elementos patrimoniais em seu maior grau de detalhamento. Significa que a informação em seu nível de maior especificação está evidenciada neste tipo de conta. Normalmente, as contas analíticas constituem-se na maior graduação do plano de contas e se configura quando a obtenção de seu saldo é conseguida através de lançamentos, ou seja, através do registro de cada fato administrativo. As contas sintéticas são aquelas cujo saldo é conseguido através do somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas, ou de duas ou mais contas sintéticas. Estas contas não recebem lançamentos. Normalmente, se constituem nos planos de contas de menor grau. Quanto menor é o grau da conta, mais sintético é o seu saldo, ou seja, o saldo representa um resumo muito maior de outras contas. Para o desenvolvimento de um estudo de caso prático deste Caderno de Estudos, utilizaremoso Plano de Contas, elaborado a seguir. Este é um modelo proposto, mas cada empresa poderá criar o seu plano de contas de acordo com a sua necessidade. Este plano de contas será utilizado para elucidar todas as operações da Contabilidade de Custos que estão sendo abordadas neste caderno. Vamos primeiramente iniciar o plano de contas com o grupo do Ativo, que aqui está representado como grupo 1. vimos o modelo de balanço patrimonial sem nenhuma preocupação com relação à ordem e organização das contas. UNIDADE 1TÓPICO 232 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S PLANO DE CONTAS 1,0,00,00 ATIVO 1,1,00,00 ATIVO CIRCULANTE 1,1,10,00 DISPONIVEL 1,1,11,00 BENS NUMERÁRIOS 1,1,11,01 Caixa 1,1,12,00 BANCOS CONTA MOVIMENTO 1,1,12,01 Banco A 1,1,12,02 Banco B 1,1,13,00 BANCOS CONTA APLICAÇÃO 1,1,13,01 Banco A 1,1,13,02 Banco B 1,1,14,00 DUPLICATAS A RECEBER 1,1,14,01 Duplicatas a Receber 1,1,14,02 ( - ) Provisão para Devedores Duvidosos 1,1,15,00 ( - ) DUPLICATAS DESCONTADAS 1,1,15,01 Banco A 1,1,15,02 Banco B 1,1,16,00 CAUÇÃO 1,1,16,01 Valores Caucionados 1,1,17,00 CHEQUES EM COBRANÇA 1,1,17,01 Cheques em Cobrança 1,1,18,00 IMPOSTOS A RECUPERAR 1,1,18,01 ICMS à Recuperar 1,1,18,02 IPI à Recuperar 1,1,19,00 ADIANTAMENTOS CONCEDIDOS 1,1,19,01 Adiantamento a Fornecedores 1,1,19,02 Adiantamento a Funcionários 1,1,19,03 Adiantamento de Férias 1,1,19,04 Adiantamento 13º Salário 1,1,19,05 Adiantamento p/ Despesas de Viagens 1,1,20,00 OUTRAS CONTAS A RECEBER 1,1,20,01 Outras Contas a Receber 1,1,21,00 ESTOQUES 1,1,21,01 Matéria-Prima 1,1,21,02 Almoxarifado (Consumo Próprio) 1,1,21,03 Produtos em Processo 1,1,21,04 Produtos Acabados 1,1,21,05 Estoque de Mercadorias em Trânsito 1,1,22,00 DESPESAS ANTECIPADAS 1,1,22,01 Prêmios de Seguros à Vencer 1,1,22,02 Assinaturas de Livros, Jornais, Revistas 1,1,22,03 Encargos sobre empréstimos a pagar 1,1,22,04 Despesas com emissão de Debêntures Continua na próxima página. UNIDADE 1 TÓPICO 2 33 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Continuação do Pano de Contas: 1,2,00,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1,2,10,00 CRÉDITOS E VALORES 1,2,11,00 DIVERSOS 1,2,11,01 Depósito Judicial 1,3,00,00 ATIVO PERMANENTE 1,3,10,00 PERMANENTE 1,3,11,00 INVESTIMENTOS 1,3,11,01 Participações Societárias 1,3,11,02 Incentivos Fiscais à Aplicar 1,3,11,03 Aplicações em Incentivos Fiscais 1,3,12,00 IMOBILIZADO 1,3,12,01 Terrenos 1,3,12,02 Prédios 1,3,12,03 Móveis e Utensílios 1,3,12,04 Máquinas e Equipamentos 1,3,12,05 Veículos de Uso 1,3,13,00 DEPRECIAÇÕES 1,3,13,01 Depreciações de Prédios 1,3,13,02 Depreciações de Móveis e Utensílios 1,3,13,03 Depreciações de Máquinas e Ferramentas 1,3,13,04 Depreciações de Veículos de Uso Veja que este plano de contas segue uma certa ordem crescente de numeração, no grupo Bens Numerários que é o 1.1.11.00 e possui a conta Caixa. Por sua vez, as contas 1.1.12.01 e o 1.1.12.02 agrupam as contas referentes aos Bancos Conta Movimento. IMP OR TAN TE! � Observe que utilizaremos no desenvolvimento do estudo de caso para a contabilização dos custos da produção, o grupo de contas 1.1.21.00 – ESTOQUES. É interessante você destacar este grupo de contas, coloque alguma observação, pois será de suma importância para você estudar as movimentações da contabilização dos custos da produção. Vamos agora verificar o grupo 2 que está relacionado ao Passivo da empresa. UNIDADE 1TÓPICO 234 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2,0,00,00 PASSIVO 2,1,00,00 PASSIVO CIRCULANTE 2,1,10,00 DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO 2,1,11,00 FORNECEDORES 2,1,11,01 Fornecedores de Matéria-Prima (Nacional) 2,1,11,02 Fornecedores Diversos (Nacional) 2,1,11,03 Fornecedores Matéria-Prima (Exterior) 2,1,11,04 Fornecedores em Trânsito (Exterior) 2,1,12,00 CREDORES DIVERSOS 2,1,12,01 Cia de Seguros 2,1,12,02 Empresas de Telefonia 2,1,12,03 Empresa de Água e Energia 2,1,12,04 Adiantamentos de Clientes 2,1,12,05 Outras Contas a Pagar 2,1,13,00 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 2,1,13,01 Salários a Pagar 2,1,13,02 Pensão Alimentícia 2,1,13,03 Contribuiçào Sindical 2,1,13,04 Rescisões a Pagar 2,1,13,05 Pró-Labore 2,1,14,00 OBRIGAÇÕES FISCAIS 2,1,14,01 ICMS a Recolher 2,1,14,02 ISS a Recolher 2,1,14,03 IPI a Recolher 2,1,14,04 Imposto Sindical 2,1,14,05 IRRF a Recolher 2,1,15,00 OBRIGAÇÕES SOCIAIS 2,1,15,01 PIS a Recolher 2,1,15,02 COFINS a Recolher 2,1,15,03 Contribuição Social a Recolher 2,1,15,04 INSS a pagar 2,1,15,05 FGTS a pagar 2,1,15,06 INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 2,1,16,00 OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 2,1,16,01 Empréstimos a Pagar 2,1,16,02 Financiamentos a Pagar 2.1.17.00 ARRENDAMENTO MERCANTIL 2.1.17.01 Arrendamento Mercantil a Pagar 2,1,18,00 DEBÊNTURES 2,1,18,01 Debêntures 2,1,19,00 PROVISÕES SOCIAIS E PREVIDENCIÁRIAS 2,1,19,01 Provisão de Férias 2,1,19,02 Provisão 13º Salário 2,1,19,03 Provisão INSS s/ 13º Salário 2,1,19,04 Provisão FGTS s/ 13º Salário 2,1,19,05 Provisão INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação s/ 13º Salário 2,1,19,06 Provisão INSS s/ Férias 2,1,19,07 Provisão FGTS s/ Férias 2,1,19,08 Provisão INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação s/ Férias UNIDADE 1 TÓPICO 2 35 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � No Plano de Contas que trata das contas do Passivo, vamos utilizar principalmente as contas dos seguintes grupos: a) 2.1.11.00 - FORNECEDORES, para a movimentação das aquisições do estoque. b) 2.1.13.00 – OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS, para a movimentação dos gastos com salários dos funcionários das áreas administrativa e produção. c) 2.1.19.00 – PROVISÕES SOCIAIS E PREVIDENCIÁRIAS, para a movimentação das provisões do 13º Salário, das Férias, dentre outros. Agora apresentaremos as contas do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido. 2,2,00,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2,2,10,00 DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO 2,2,11,00 FORNECEDORES 2,2,11,01 Fornecedores de Mercadorias 2,2,11,02 Fornecedores Diversos 2,2,12,00 TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES 2,2,12,01 Parcelamento de Impostos 2,2,13,00 OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 2,2,13,01 Empréstimos a Pagar 2,2,13,02 Financiamentos a Pagar 2,3,00,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2,3,10,00 VALORES PATRIMONIAIS 2,3,11,00 CAPITAL SOCIAL 2,3,11,01 Capital Social Subscrito 2,3,11,02 ( - ) Capital Social à Realizar 2,3,11,03 Reservas de Capital 2,3,11,04 Reservas de Reavaliação 2,3,11,05 Reservas de Lucros 2,3,11,05,01 Reserva Legal 2,3,11,05,02 Reservas Estatutárias 2,3,11,05,03 Reservas para Contingências 2,3,11,05,04 Reserva de Lucros para Expansão ou Reservas de Planos de Investimentos 2,3,11,05,05 Reservas de Lucros a Realizar 2,3,11,05,06 Reserva de Lucros para Dividendos Obrigatórios 2,3,11,06 Lucros ou Prejuízos Acumulados 2,3,11,07 ( - ) Ações em Tesouraria 2,3,11,08 Reserva de Incentivos Fiscais UNIDADE 1TÓPICO 236 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A seguir apresentamos as contas do Resultado que compõem a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Primeiramente, abordaremos as contas das Receitas de Vendas, definidas como as “entradas” dos recursos financeiros da empresa pela comercialização dos Estoques. Mais adiante, identificaremos os “trâmites” das operações de Vendas com baixas nos estoques e você entenderá melhor o fluxo das movimentações de mercadorias da empresa. Vamos a seguir estudar o Plano de Contas das Receitas. 3,0,00,00 RECEITAS 3,1,00,00 RECEITAS GERAIS 3,1,10,00 VENDAS BRUTAS 3,1,11,00 VENDAS DE MERCADORIAS 3,1,11,01 Vendas de Mercadorias 3,1,12,00 VENDAS DE SERVIÇOS 3,1,12,01 Vendas de Serviços 3,1,20,00 ( - ) DEDUÇÕES DE VENDAS 3,1,21,00 IMPOSTOS INCIDENTES 3,1,21,01 ICMS s/ Vendas 3,1,21,02 IPI s/ Vendas 3,1,21,03 PIS s/ Vendas3,1,21,04 COFINS s/ Vendas 3,1,30,00 ( - ) DEVOLUÇÕES 3,1,31,00 DEVOLUÇÕES DE VENDAS 3,1,31,01 Devoluções de Vendas Utilizaremos este grupo de contas das Receitas de Vendas geradas pelas baixas dos estoques por vendas e contabilização das despesas dos impostos das vendas. Essas informações aqui abordadas serão úteis para a apuração do Mark-up do Preço de Venda e, por consequência, a própria formação do preço de venda dos produtos. A seguir, temos o grupo das contas dos Custos das Mercadorias Vendidas, no grupo 4, que é o reconhecimento das baixas dos estoques. 4,0,00,00 CUSTOS 4,1,00,00 CUSTOS GERAIS 4,1,10,00 CUSTOS DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS 4,1,11,00 CUSTOS DAS MERCADORIAS 4,1,11,01 Custo das Mercadorias Vendidas 4,1,12,00 CUSTOS DOS SERVIÇOS 4,1,12,01 Custo dos Serviços Vendidos No grupo 5 temos o grupo de contas das Despesas Operacionais que são os gastos que serão reconhecidos para “operar” a empresa, ou seja, a empresa precisa gastar recursos para gerar receitas de vendas. Este é um importante item, pois os gastos operacionais, de acordo com o centro de custo que será utilizado neste Caderno de Estudos, irão compor os saldos dos gastos respectivos, assim como os valores das contas dos estoques das mercadorias. UNIDADE 1 TÓPICO 2 37 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 5,2,00,00 DESPESAS 5,2,10,00 DESPESAS OPERACIONAIS 5,2,11,00 DESPESAS GERAIS 5,2,12,00 PESSOAL 5,2,12,01 Salários 5,2,12,02 Pró-Labore 5,2,12,03 Férias 5,2,12,04 13º Salário 5,2,12,05 Aviso Prévio e Indenizações 5,2,12,06 (-) Alocação dos Custos 5,2,13,00 ENCARGOS SOCIAIS 5,2,13,01 INSS 5,2,13,02 FGTS 5,2,13,03 INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 5,2,14,00 BENEFÍCIOS 5,2,14,01 Gratificações a Empregados 5,2,14,02 Gratificações a Empregadores 5,2,14,03 Programa de Alimentação 5,2,14,04 Vales-Transportes 5,2,15,00 MATERIAIS 5,2,15,02 Materiais Diversos 5,2,15,03 Materiais de Manutenção 5,2,15,04 Material de Escritório 5,2,15,05 Material de Consumo 5,2,15,06 Livros, Jornais e Revistas 5,2,16,00 UTILIDADES 5,2,16,01 Energia Elétrica 5,2,16,02 Água 5,2,16,03 Aluguéis 5,2,16,04 Viagens e Representações 5,2,16,05 Seguros 5,2,16,06 Depreciação 5,2,16,07 Propaganda 5,2,16,08 Telefônicas 5,2,16,09 Postais e Telegráficas 5,2,16,10 Fretes 5,2,16,11 Combustíveis 5,2,17,00 TERCEIROS 5,2,17,01 Serviços Profissionais 5,2,17,02 Processamento de Dados 5,2,17,03 Vigilância e Limpeza 5,2,18,00 IMPOSTOS, TAXAS E DOAÇÕES 5,2,18,01 IPTU 5,2,18,02 Taxas Diversas 5,2,18,03 Contribuição Sindical 5,2,18,04 Multas 5,2,18,05 Donativos e Contribuições 5,2,18,06 Imposto de Renda 5,2,18,07 Contribuição Social No grupo 6 sugere-se que seja proposto a abertura das contas do Resultado Financeiro Líquido, que é a diferença entre as Receitas Financeiras (grupo 6.1.11.00), descontando-se as Despesas Financeiras (grupo 6.1.12.00). UNIDADE 1TÓPICO 238 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 6,1,10,00 RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO 6,1,11,00 RECEITAS FINANCEIRAS 6,1,11,01 Receita de Aplicações Financeiras 6,1,11,02 Juros Recebidos 6,1,11,03 Variações Monetárias Ativas 6,1,11,04 Variações Cambiais Ativas 6,1,11,05 Descontos Obtidos 6,1,12,00 DESPESAS FINANCEIRAS 6,1,12,01 Desconto Concedido 6,1,12,02 IOF 6,1,12,03 PIS s/ Receitas Financeiras 6,1,12,04 COFINS s/ Receita Financeira 6,1,12,05 Juros de Mora 6,1,12,06 Encargos com Empréstimos 6,1,12,07 Variações Monetárias Passivas 6,1,12,08 Provisão p/ Devedores Duvidosos 6,1,12,09 Juros sobre Empréstimo em moeda Estrangeira 6,1,12,10 Juros sobre Debêntures 6,1,12,11 Variações Cambiais Passivas Existe também o grupo de contas dos Resultados Não Operacionais que são decorrentes das operações que não possuem nenhuma relação com a produção e vendas da empresa, e são decorrentes dos resultados de avaliações de investimentos em outras empresas, ou ganhos e perda de capital decorrentes das vendas dos bens da empresa, dentre outros. Vamos a seguir estudar o Plano de Contas do Resultado Não Operacional. 7,1,10,00 RESULTADO NÃO-OPERACIONAL 7,1,11,00 RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS 7,1,11,01 Resultado da Equivalência Patrimonial 7,1,11,02 Ganhos de Capital 7,1,12,00 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 7,1,12,01 Resultado da Equivalência Patrimonial 7,1,12,02 Perdas de Capital E para finalizar a etapa do Plano de Contas, temos a conta da Apuração do Resultado do Exercício – ARE que nada mais é que a contrapartida de todas as contas das Receitas de Despesas, quando ocorrer o zeramento das contas do resultado para a apuração do Lucro ou Prejuízo do período. O saldo que for apurado na Apuração do Resultado do Exercício, por final, deverá ser transferido para o Patrimônio Líquido da empresa, para que se faça o destino desses recursos. Se a empresa gerar Lucro, o mesmo deverá ser destinado para as Reservas no Patrimônio Líquido (se houverem), distribuição de Lucros e o aumento do Capital Social (a empresa não poderá manter Lucros Acumulados de um exercício social anterior para o próximo exercício social). UNIDADE 1 TÓPICO 2 39 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 8,0,00,00 APURAÇÃO DE RESULTADOS 8,1,00,00 CONTAS TRANSITÓRIAS 8,1,10,00 RESULTADO DO EXERCÍCIO 8,1,11,00 VALORES DIVERSOS 8,1,11,01 Apuração do Resultado do Exercício É importante enfatizar que para elaborar um bom plano de contas e poder extrair informações de custos há a necessidade de separar as Receitas de Vendas por Linhas de Produtos. Essas Linhas de Produtos servem para apurar os resultados separados por produtos e identificar quais são os produtos mais rentáveis e os menos rentáveis, e isso conseguiremos apurar com informações gerenciais que veremos ao final deste caderno. Veja abaixo as linhas de produtos que utilizaremos no decorrer deste caderno. RECEITAS DE VENDAS - LINHAS DE PRODUTOS 100 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto A 200 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto B 300 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto C 400 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto D Observe que para o Produto A utilizaremos o código “Linha de Produtos 100”, para o produto B, utilizaremos a descrição “Linha de Produtos 200”, e assim sucessivamente. Também iremos separar as movimentações contábeis por Centros de Custos. Os Centros de Custos irão auxiliar na identificação dos gastos por setores e muito irá contribuir para identificar os gastos produtivos e alocar esses gastos para a valorização dos produtos nos estoques. Veremos as alocações desses gastos por centros de custos mais adiante. CC CENTROS DE CUSTOS 900 Área Talhação - Fábrica Direto 901 Área Costura - Fábrica Direto 902 Área Manutenção - Fábrica Indireto 903 Área PCP - Fábrica Indireto 904 Área Almoxarifado - Fábrica Indireto 905 Área Compras - Administrativo 906 Área Financeiro - Administrativo 907 Área Acionistas - Administrativo 909 Área Comercial - Administrativo UNIDADE 1TÓPICO 240 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Temos nos Centros de Custos a Área da Talhação como sendo o CC 900, a Área da Costura como CC 901, e assim sucessivamente. Os Centros de Custos separados por numeração sequencial facilitarão a alocação dos gastos de acordo com cada contabilização. NO TA! � Verifique em sua empresa o plano de contas utilizado e após, questione a pessoa responsável pela contabilidade sobre como estão dispostas as contas patrimoniais. Assim você poderá correlacionar com os estudos que viu até agora. UNIDADE 1 TÓPICO 2 41 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 2 Chegamos ao final do Tópico 2. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora. • O termo ATIVO vem do verbo ATIVAR, fazer “funcionar”, trabalharpara gerar a riqueza da empresa. • O lado do ATIVO da empresa é onde ficam destinados (DÉBITO) os recursos para as atividades operacionais da empresa. • Os Estoques estão reconhecidos nos gastos da produção, os quais irão agregar outros valores, como Custos da Mão de Obra Direta, custos da Mão de Obra Indireta e demais custos necessários à produção. • O PASSIVO da empresa são os Fornecedores, que estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS, ou o Governo que está no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS dos impostos, ou os Bancos que estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS de financiamentos, ou ainda os Funcionários que estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS de salários. • Na contabilidade, PASSIVO é alguém que concedeu CRÉDITO para a empresa e esse alguém possui CRÉDITOS HAVER da mesma. • Em Contabilidade de Custos, é importante você ter noção exata desse padrão patrimonial, pois há uma conta contábil chamada Estoques que gera os recursos para as Vendas de Mercadorias e, por conseguinte, para a geração do caixa da empresa. • Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. • Conta é a representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante. • Plano de Contas é o conjunto de contas criado pelo contador para atender as necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. UNIDADE 1TÓPICO 242 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S • A conta analítica se configura quando a obtenção de seu saldo é conseguida através de lançamentos, ou seja, através do registro de cada fato administrativo. • As contas sintéticas são aquelas cujo saldo é conseguido através do somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas, ou de duas ou mais contas sintéticas. UNIDADE 1 TÓPICO 2 43 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos fazer uma autoavaliação sobre o que aprendemos no Tópico 2. 1 O estudo dos Ativos é importante para um bom controle do registro da produção da empresa. De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, verifique o conceito de Ativo. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Ativo é um recurso controlado pela entidade como forma de promover o acesso do mercado consumidor aos seus produtos. b) ( ) Ativo é um recurso controlado pela sociedade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem em registros de controle patrimonial. c) ( ) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de previsões futuras, decorrentes de benefícios gerados para a entidade no passado. d) ( ) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. 2 Em Contabilidade de Custos é importante estudar o conceito de Patrimônio, pois dele resulta o valor agregado aos custos de produção. De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, verifique o conceito de Patrimônio Líquido. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Patrimônio Líquido é o valor incremental dos custos de produção da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. b) ( ) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. c) ( ) Patrimônio Líquido é o valor dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus custos de alocação aos produtos. d) ( ) Patrimônio Líquido é o valor gerado pelas receitas líquidas da liquidação dos ativos da empresa em função de alguma venda realizada. 3 Em relação à composição dos Ativos da Empresa, qual é a definição do Ativo Circulante. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Ativo Circulante corresponde à relação de bens e direitos que a empresa possui e que poderá transformar em dinheiro no prazo de até um ano. UNIDADE 1TÓPICO 244 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S b) ( ) Ativo Circulante corresponde à relação das obrigações da empresa com terceiros no prazo de até um ano. c) ( ) Ativo Circulante corresponde à relação de bens e direitos que a empresa possui e que poderá transformar em dinheiro no prazo superior a um ano. d) ( ) Ativo Circulante corresponde à composição dos saldos em estoques e que deverão ser utilizados estritamente para distribuição de dividendos aos sócios da empresa. 4 Em relação à composição dos Passivos da Empresa, qual é a definição do Passivo Circulante. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O passivo circulante é composto pelas dívidas que a empresa possui e que deverão ser pagas em período maior que um ano. b) ( ) O passivo circulante é composto pelas receitas de vendas da empresa e que deverão ser transformadas em dinheiro em um período menor do que um ano. c) ( ) O passivo circulante é composto pelos investimentos dos sócios e que precisam ser restituídos aos mesmos na forma de Capital Social. d) ( ) O passivo circulante é composto pelas dívidas que a empresa possui e que deverão ser pagas em período menor do que um ano. 5 No estudo da Contabilidade de Custos, é importante conhecer a metodologia da elaboração de um plano de contas. Verifique a definição de Plano de Contas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) É o conjunto de contas criado pelo contador para atender as necessidades de registro das transações dos eventos financeiros, apenas com o objetivo de manter um banco de dados para consultas. b) ( ) É o conjunto de operações contábeis que permitem identificar os resultados de eventos passados da empresa, e que possam contribuir na geração de lucros futuros. c) ( ) É o conjunto de contas criado pelo contador para atender as necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. d) ( ) É o conjunto de contas criado pelo contador para elaborar o plano de negócios da empresa, e assim contribuir para a construção de relatórios que atendam as necessidades de registro das transações operacionais. 6 Pesquise no Plano de Contas apresentado no Tópico 2 e coloque o respectivo código de classificação. UNIDADE 1 TÓPICO 2 45 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Conta Código Caixa 1.1.11.01 ICMS a Recuperar Contribuição Social a Recolher Valores Caucionados INSS a Pagar Provisão de Férias Lucros ou Prejuízos Acumulados ICMS s/ Vendas Custo das Mercadorias Vendidas Programa de Alimentação Vigilância e Limpeza Multas UNIDADE 1TÓPICO 246 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S OPERAÇÕES COM CUSTOS EM ESTOQUES DE PRODUTOS INDUSTRIAIS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 É importante no estudo da Contabilidade de Custos o controle e registro dos Estoques. Nos tópicos anteriores já vínhamos enfatizando a importância dos Estoques. Os Estoques agregam valor à riqueza da empresa, com suas vendas geradas. Neste tópico estudaremos os registros de operações com mercadorias no inventário periódico e permanente e os fatos que alteram os valores das compras e das vendas. Mas, por que isso é importante? Porque estes fatos possuem reflexo no CUSTO DA MERCADORIA. Vamos estudar também as diferenças que ocorrem no custo da compra de mercadorias com aplicação dos impostos, como o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoriase Serviços ou o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Estes impostos estão relacionados com fatos que alteram os valores das compras, e são de fundamental importância conhecê- los, pois têm impacto relevante nos custos das mercadorias. Há outros tipos de situações que alteram os valores das vendas, que são o PIS – Programa de Integração Social, a COFINS – Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social e o ISS – Imposto sobre Serviços. UNIDADE 1 IMP OR TAN TE! � O ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços possui variações de acordo com o Regulamento do ICMS de cada Estado da Federação. UNIDADE 1TÓPICO 348 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos à busca deste conhecimento? 2 FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DAS COMPRAS Os fatos que alteram os valores das compras têm relação com Contabilidade de Custos? Sim! As compras de mercadorias para a produção da empresa são o que determina o cálculo do Custo da Produção. Então, quando tratamos de fatos que alteram o valor do custo, devemos estar atentos à CONTABILIZAÇÃO desses fatos. Não adianta apenas “mostrar” o que altera e o que não altera os valores das compras, temos de contabilizar. Em relação ao Controle dos Estoques com movimentação de mercadorias, podem ocorrer situações que alteram o valor original que consta na nota fiscal. Vamos a um exemplo: Uma empresa está realizando compras de mercadorias junto aos seus fornecedores, e estes concedem o “desconto comercial”, denominado de “desconto incondicional”, porque não há nenhuma condição que o determine. Este desconto existe quando a empresa que está adquirindo a mercadoria deixa de pagar o valor que consta na nota fiscal de compra e paga o valor de compra com o desconto (valor reduzido). Existem alguns tipos de fatos que alteram os valores das compras, dentre eles podemos citar: - Despesas Acessórias: neste caso existem os fretes e seguros quando estão a cargo do destinatário. Estes valores são acrescidos à conta Estoque no momento do registro da entrada das mercadorias. - Descontos ou abatimentos incondicionais que constem na própria nota fiscal de compra: é registrado o valor líquido, já descontados os abatimentos incondicionais. - Devoluções de compras ou compras anuladas (total ou parcial): devem ser baixados da conta Estoque. Sobre os abatimentos que incidem em relação às compras, Ribeiro (2009) aborda que as empresas terão abatimentos sobre o preço da compra ou poderão obter o direito de devolução das mercadorias sempre que houver algum problema de avaria em função de transporte ou UNIDADE 1 TÓPICO 3 49 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S quando as mercadorias estão em desacordo com o pedido. Esse tipo de desconto deve ser reconhecido no custo da compra porque o valor unitário pode sofrer variação pelo desconto obtido. Para Ribeiro (2009), ao adquirir mercadorias para revenda em um empresa, podem acontecer certos fatos que resultam num custo de aquisição, acrescentados ao valor pago ao fornecedor. Exemplo: fretes, seguros, descontos, devoluções e impostos incidentes sobre compras. Segundo o autor, o custo das mercadorias ou matérias-primas adquiridas para revenda ou industrialização, compreende (RIBEIRO, 2009): • O preço da aquisição. • O custo do transporte e o respectivo seguro. • Os tributos devidos na aquisição ou importação exceto o ICMS e o IPI, quando recuperáveis. • As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas ou canceladas. • Os descontos incondicionais obtidos e/ou abatimentos sobre compras COMPRAS BRUTAS ( - ) ICMS / Impostos Recuperáveis ( - ) Devoluções de compras ( - ) Compras canceladas ( - ) Descontos Comerciais ( - ) Descontos Incondicionais ( - ) Abatimentos ( + ) IPI ( + ) Outros Impostos incidentes ( + ) Fretes s/ compras ( + ) Seguros s/ compras ( + ) Embalagem COMPRAS LÍQUIDAS Em linhas gerais, os registros contábeis são feitos quando diminuem e quando aumentam o valor da compra. Vejamos um exemplo de quando aumentam o valor da compra (RIBEIRO, 2009): Compra de mercadorias no valor de R$ 1.400,00, com frete (a pagar) de R$ 100,00 e seguro (a pagar) de R$ 135,00. UNIDADE 1TÓPICO 350 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S COMPRAS/MERCADORIAS D Estoques................. R$ 1.635,00 C Fornecedores ......... R$ 1.400,00 C Contas a Paga ,,,,,, R$ 265,00 (R$ 130,00 + R$ 135,00) Vejamos um exemplo de quando ocorre a redução no valor da compra (RIBEIRO, 2009): Compra de mercadorias no valor de R$ 2.000,00, com desconto de 5 % COMPRAS/MERCADORIAS D Estoques..................... R$ 2.000,00 C Fornecedores ............. R$ 1.900,00 C Descontos s/ Compras,,,, R$ 100,00 Na conta Fornecedores credita-se o valor líquido, já com o desconto de R$ 100,00 (5%). Veja um exemplo de quando incidem Impostos não cumulativos (ICMS e IPI) sobre as compras, conforme Ribeiro (2009): Estes impostos são também, dependendo a forma de aquisição (se para revenda ou para consumo), recuperáveis (caso do ICMS para revenda e do IPI para empresas que industrializam). Estes impostos são cobrados do adquirente (pelo vendedor) que, posteriormente, recolhe aos cofres públicos a diferença entre o imposto cobrado na revenda e o imposto pago na aquisição. Os impostos recuperáveis são registrados em contas representativas de DIREITOS REALIZÁVEIS, enquanto que os impostos não recuperáveis integram o CUSTO DAS MERCADORIAS. Ex.: compra de mercadorias, adquiridas a prazo no valor de R$ 200.000,00, com alíquota de IPI de 10 %. O ICMS, à alíquota de 18 %, já está incluído no preço da mercadoria (sem o IPI). a) Compra de mercadoria para REVENDA o ICMS e o IPI incidem sobre as compras, porém apenas o ICMS incide sobre as vendas. Portanto, APENAS o ICMS é RECUPERÁVEL. UNIDADE 1 TÓPICO 3 51 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Mercadorias adquiridas a Prazo................... R$ 200.000,00 ( + ) IPI à alíquota de 10 % .......................... R$ 20.000,00 ( = ) Total da Nota Fiscal .............................. R$ 220.000,00 ICMS já incluso no preço à alíquota de 18 % R$ 36.000,00 COMPRAS/MERCADORIAS C Fornecedores................ R$ 220.000,00 D Compras/Mercadorias.. R$ 184.000,00 D ICMS a recuperar......... R$ 36.000,00 b) Compra de matérias-primas para industrialização o ICMS e o IPI incidem sobre as compras e também incidem sobre as vendas. Portanto, o ICMS e o IPI são recuperáveis. COMPRAS/MERCADORIAS C Fornecedores............... R$ 220.000,00 D Compras/Mercadorias.. R$ 164.000,00 D IPI a recuperar.............. R$ 20.000,00 D ICMS a recuperar......... R$ 36.000,00 c) Compra de mercadorias para CONSUMO ou IMOBILIZAÇÃO (área Administrativa) como estas mercadorias não serão objeto de revenda, nem integrarão a produção para venda, não há o que se falar em recuperação de impostos. COMPRAS/MERCADORIAS D Mat. Consumo/Imobilizado R$ 220.000,00 C Fornecedores .................. R$ 220.000,00 3 FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA VENDA De acordo com o que estudamos no item anterior existem fatos que alteram os valores das compras, todavia também há fatos que alteram os valores das vendas. Isso é decorrente de situações de negociação entre cliente e fornecedor, pois em mercados com larga concorrência as negociações tornam-se necessárias para evitar a “perda da venda”. UNIDADE 1TÓPICO 352 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � Assim como o custo de aquisição de mercadorias pode ser diferente do valor pago ao fornecedor, a receita líquida nem sempre correspondeao valor recebido dos clientes nas vendas de mercadorias. Temos algumas condições que afetam o valor das vendas, veja a seguir algumas delas. No abatimento sobre vendas a empresa não devolve aos seus fornecedores as mercadorias que não foram vendidas, mas acontece uma negociação entre cliente e fornecedor, para que o valor da venda seja diminuído evitando assim uma devolução. O abatimento não gera uma circulação de mercadoria, por isso não gera ICMS. Nas devoluções as empresas devolvem as mercadorias porque estão em desacordo com o pedido ou com defeitos, e como consequência gera uma circulação de mercadorias e emite-se uma nota fiscal, podendo gerar ICMS caso o comprador seja contribuinte deste imposto. FONTE: Adaptado de: <http://pt.allreadable.com/366cHIMg>. Acesso em: 23 fev. 2015. Além disso, temos fatos que alteram as vendas e que envolvem situações financeiras, como segue: a) Descontos Comerciais – ocorrem no momento da compra (obtidos) ou da venda (concedidos) e são destacados na própria Nota Fiscal. São também denominados Descontos Incondicionais. Os Descontos Incondicionais Concedidos (DIC) ocorrem no momento da venda e são incondicionais porque não há uma condição específica para o cliente efetuar o pagamento. O valor do desconto influencia no valor líquido da nota fiscal e é considerado uma despesa para a empresa, pois deixa de receber o valor normal de venda, para receber o valor reduzido. A intitulação mais adequada para seus registros é Descontos Incondicionais Obtidos (quando a empresa ganha do fornecedor) ou Descontos Incondicionais Concedidos (quando a empresa concede ao cliente). Note que a palavra “incondicional” é utilizada para indicar que não foi imposta ao cliente nenhuma condição para que tivesse direito ao referido desconto. b) Descontos Financeiros - ocorrem no momento da liquidação de uma dívida ou do recebimento de um direito, fato posterior ao da compra ou da venda. A intitulação mais adequada para esses descontos é Descontos Obtidos (quando a empresa ganha do fornecedor no momento da liquidação UNIDADE 1 TÓPICO 3 53 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S de uma obrigação) ou Descontos Concedidos (quando a empresa oferece ao cliente no momento da quitação de um direito). Esses são os chamados descontos condicionais, ocorrem depois das transações comerciais, no momento do pagamento. Os fornecedores concedem este tipo de desconto pelo recebimento antecipado das faturas dos clientes. O desconto financeiro, obtido ou concedido no momento da quitação de uma duplicata, só ocorre mediante condição imposta ao devedor; normalmente, quitação antes do vencimento. Então, você poderá se deparar com as seguintes contas: Descontos Incondicionais Obtidos, Descontos Incondicionais Concedidos, Descontos Obtidos e Descontos Concedidos. É importante você saber ainda que: 1) A conta Descontos Incondicionais Obtidos é redutora do Custo das Mercadorias Adquiridas, integrando a fórmula do Custo de Mercadorias Vendidas - CMV. 2) A conta Descontos Incondicionais Concedidos é redutora da Receita Bruta de Vendas e integra a fórmula do Resultado Com Mercadorias (RCM). 3) A conta Descontos Obtidos é conta de Receita Operacional, no grupo das Receitas Financeiras. 4) A conta Descontos Concedidos é conta de despesa Operacional e integra o grupo das Despesas Financeiras. FONTE: Adaptado de: <https://www.passeidireto.com/arquivo/2540499/apostila---contabilidade- introdutoria-ii/9>. Acesso em: 23 mar. 2015. 4 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS Como toda a venda envolve tributos que são apurados em relação ao produto ou à venda, estudaremos neste item alguns tributos que exercem influência no resultado da empresa. ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: este imposto de competência Estadual e do Distrito Federal (por este não possuir municípios) e sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar no 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), que foi alterada pelas Leis Complementares no 92/97, 99/99 e no 102/2000 (ICMS, 2014). O ICMS incide sobre: UNIDADE 1TÓPICO 354 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S I. operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II. prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III. prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmis- são, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; IV. fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreen- didos na competência tributária dos municípios; V. fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; VI. a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; VII. o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; VIII. a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubri- ficantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente (ICMS, 2014). Seu valor está incluso nas mercadorias, contudo, não são todas as mercadorias ou operações sujeitas ao ICMS, há casos de isenção e de não incidência previstos em legislação específica, conforme regulamento do ICMS de cada estado brasileiro. Exemplificando, ao adquirir uma determinada mercadoria por R$ 1.000,00, com ICMS, incidente pela alíquota de 18%, significa que o custo da mercadoria corresponde a R$ 820,00 e o ICMS, a R$ 180,00. Neste caso, o total da nota fiscal (NF) será igual a R$ 1.000,00. Os autores Iudícibus e Marion (2010, p. 88) abordam que: ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e de Comunica- ções – de competência dos Estados e do Distrito Federal. Tem como fatos geradores os mencionados na sua denominação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Alguns impostos sobre vendas que eram de competência da União foram, com a Constituição de 1988, para o alcance do ICMS (por exemplo: Imposto Único sobre Energia Elétrica, Imposto Único sobre Minerais, Imposto sobre Combustíveis e Lubrificantes). O ICMS incide, também, sobre a entrada de mercadoria importada, ainda que se trate de bens destinados ao consumo ou ao ativo imobilizado das empresas. É importante observar que o ICMS é um imposto não cumulativo, o que significa dizer que o valor incidente em uma operação (compra) será compensado do valor incidente na operação subsequente (venda). E a alíquota (porcentagem) poderá variar conforme o tipo da mercadoria do destino ou origem, considerando-se que existe alíquota básica para a maior parte das mercadorias. UNIDADE 1 TÓPICO 3 55 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O valor do ICMS que você paga ao fornecedor por ocasião da compra representa direito para sua empresa junto ao Governo do Estado. E o valor do ICMS que você recebe do seu cliente por ocasião da venda representa obrigação da sua empresa junto ao Governo do Estado. As operações de ICMS, envolvendo direitos e obrigações junto ao Governo do Estadopodem ser apuradas mensalmente. FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfEeUAL/contabilidade-geral- i?part=15>. Acesso em: 23 mar. 2015. Quando tratar-se de materiais utilizados na produção para posterior venda, o valor desse imposto, na compra, deve ser excluído do custo da aquisição. ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza: este imposto é de competência dos municípios e do Distrito Federal e suas alíquotas variam de acordo com as legislações municipais e de acordo com a natureza dos serviços. (IUDÍCIBUS; MARION, 2010). Podem ser tributados pelo ISS os serviços não compreendidos no campo de incidência do ICMS. IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados: nas compras de materiais com incidência deste imposto, o seu valor é contabilizado a débito numa conta própria de IPI a Recuperar. Nas vendas de produtos com incidência do IPI, seu valor é contabilizado a crédito numa conta própria de IPI a Recolher. O valor do IPI incidente nas vendas não deve integrar o valor da Receita Bru- ta de Vendas, pois, para fins fiscais, a empresa funciona meramente como agente arrecadador do referido imposto que pertence ao Governo Federal. (RIBEIRO, 2005, p. 77). O IPI está regulamentado pelo Decreto nº 7.212/2010 (Regulamento do IPI-RIPI/2010) e incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros. Para fins de definição da incidência do IPI, “produto industrializado é o resultante de qualquer operação definida no RIPI como industrialização, mesmo incompleta, parcial ou intermediária”. (IPI, 2013). Por sua vez, o termo industrialização se caracteriza como sendo “qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, [...]”. (IPI, 2013). Essas operações são as seguintes: I – a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (be- UNIDADE 1TÓPICO 356 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S neficiamento); III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (reno- vação ou recondicionamento). (IPI, 2013). Vamos buscar em Iudícibus e Marion (2010, p. 87-88) as características legais relacionadas ao IPI, conforme a seguir: IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – de competência da União (governo federal). A alíquota (taxa) do IPI varia de acordo com o Produto, ou seja, tratando-se de produtos de primeira necessidade, a alíquota é baixa ou até mesmo zero (produtos alimentícios, vestuário, calçado, matéria-prima bá- sica etc.); tratando-se de produtos supérfluos, a alíquota é elevada, podendo chegar, como é o caso de cigarros, próximo dos 400%. Outros produtos de alíquota elevada são: bebidas alcoólicas, perfumes, au- tomóveis etc. [...] A indústria e também as importadoras, conforme previsto no RIPI – Regula- mento do Imposto sobre Produtos Industrializados, artigo 9º (Lei nº 4.544 de 26-12-2002). Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial: I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saídas a esses produtos (Lei nº 4.502/64, art. 4º, I); II – os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comer- cialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma; III – as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de pro- dutos importados ou industrializados por outro estabelecimento da mesma firma, salvo se operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso anterior (Lei nº 4.502/64, art. 4º, II, § 2º); IV – os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos (Lei nº 4.502/64, art. 4º, III e Decreto-lei nº 34/66, art. 2º, alt. 33ª); V – os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da Tabela, cuja industrialização tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda (Decreto-lei nº 1.593/77, art 23); VI – os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nas posições 71.01 a 71.15 da Tabela (Lei nº 4.502/64, obs. Ao Cap. 71 da tabela); VII – os ambulantes e outros vendedores que operarem em seu próprio nome, por conta do estabelecimento fabricante dos produtos vendidos (Lei nº 4.502/64, art 5º, I, e Decreto-lei nº 1.133/70, art 1º); VIII – os armazéns gerais, em relação aos produtos a que darem saída e que tenham sido recebidos do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, situado em outra Unidade da Federação (Lei nº 4.502/64, art 4º, e Decreto-lei nº 1.199/71, art 5º, alt. 1ª); IX – as cooperativas vinícolas que derem saída ao vinho natural recebido de lavradores e cantinas rurais com suspensão do imposto (Decreto-lei nº 34/66, art. 5º). UNIDADE 1 TÓPICO 3 57 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � É importante você conhecer outros aspectos sobre o IPI. Para isso, acesse o site <http://www.portaltributario.com.br/guia/ipi.html> que apresenta os itens que não são considerados como industrializados para efeitos do IPI. Nas operações com impostos sobre vendas, os fatos que modificam ou alteram as Vendas Brutas (Receita Operacional Bruta), conforme Ribeiro (2009), são: • devoluções de vendas; • vendas anuladas, devolvidas ou canceladas; • descontos incondicionais concedidos e/ou abatimentos sobre vendas; • mpostos incidentes sobre vendas e serviços (ISS, ICMS, PIS, COFINS). Podemos observar a seguir um demonstrativo das receitas de vendas de uma empresa. (RIBEIRO, 2009). • Os fatos que modificam ou alteram as VENDAS BRUTAS (Receita Operacional Bruta) são: • as devoluções de vendas; • vendas anuladas, devolvidas ou canceladas; • os descontos incondicionais concedidos e/ou abatimentos sobre vendas; • mpostos incidentes sobre vendas e serviços (ISS, ICMS, PIS, COFINS). VENDAS BRUTAS ( - ) ICMS / Impostos Recuperáveis ( - ) Devoluções de vendas ( - ) Vendas canceladas ( - ) Descontos Concedidos ( - ) Descontos Incondicionais ( - ) Abatimentos ( - ) Outros Impostos incidentes ( - ) ISS ( - ) COFINS ( - ) PIS ____________________________________ VENDAS LÍQUIDAS Fretes e Seguros s/ vendas quando o comerciante entrega as mercadorias vendidas, incorrendo nos gastos com fretes e seguros, estes fatos não alteram as VENDAS porque são UNIDADE 1TÓPICO 358 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S considerados como DESPESAS OPERACIONAIS. (RIBEIRO, 2009). Desconto sobre Vendas no momento da venda o comerciante poderá conceder algum desconto ao cliente. Se este desconto for imediatamente utilizado pelo cliente, diz-se que o desconto é DESCONTO INCONDICIONAL, ficando definido o valor da operação. Se o desconto ficar pendente de algumevento futuro, como desconto para pagamento na pontualidade, trata-se de DESCONTO CONDICIONAL. • somente o DESCONTO INCONDICIONAL altera o valor da VENDA • o DESCONTO CONDICIONAL será considerado como DESPESA FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/contacontabil/contabilidade-bsica-resumo>. Acesso em: 23 mar. 2015. Ex.: venda de mercadorias, a prazo, no valor de $ 1.400,00, com desconto incondicional de 5%. VENDAS DE MERCADORIAS C Vendas........................... R$ 1.400,00 D Clientes ......................... R$ 1.330,00 D Descontos s/Vendas ...... R$ 70,00 Ou D Clientes......................... R$ 1.330,00 C Vendas ......................... R$ 1.330,00 Impostos sobre Vendas são aqueles que guardam proporcionalidade com o preço de venda, mesmo que o montante integre as respectivas bases de cálculo, tais como o ICMS, ISS e as contribuições ao PIS e COFINS. • Não são considerados como incidentes sobre vendas os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador, e do qual o vendedor é mero depositário. Portanto, o IPI, por não ser cumulativo e cobrado em adição ao preço, não é considerado como imposto sobre vendas e nem integra o valor da RECEITA OPERACIONAL BRUTA. • Os impostos incidentes sobre vendas são registrados, obrigatoriamente, em contas específicas, redutoras de vendas, tendo como contrapartida créditos de contas do passivo IMPOSTOS A RECOLHER. O IPI, por não integrar a Receita Operacional Bruta, é registrado UNIDADE 1 TÓPICO 3 59 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S apenas sob o aspecto patrimonial. FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/contacontabil/contabilidade-bsica-resumo>. Acesso em: 23 mar. 2015. Ex.: Venda de mercadorias a prazo no valor de $ 1.800.000,00, com IPI à alíquota de 15%. O ICMS de 18% já está incluso no preço de venda. Venda de Mercadorias a prazo ............... $ 1.800.000,00 ( + ) IPI à alíquota de 15% ..................... $ 270.000,00 ( = ) Total da Nota Fiscal ........................ $ 2.070.000,00 ICMS já incluso no preço à alíquota de 18% R$ 324.000,00 Temos ainda os impostos PIS (com alíquota 0,65%) e COFINS (com alíquota de 3%), que incidem apenas sobre o valor do produto, sem o IPI. D Clientes................ R$ 2.070.000,00 C Vendas................. R$ 2.070.000,00 D IPI s/ Vendas..... R$ 270.000,00 C IPI a recolher..... R$ 270.000,00 D ICMS s/ Vendas R$ 324.000,00 C ICMS a recolher R$ 324.000,00 D PIS s/ Vendas.. R$ 11.700,00 C PIS a recolher.. R$ 11.700,00 D COFINS s/ Vendas R$ 54.000,00 C COFINS a recolher R$ 54.000,00 Devolução de Vendas também conhecidas como VENDAS ANULADAS ou VENDAS CANCELADAS, as devoluções de vendas correspondem às mercadorias recebidas em devolução. • Sobre as devoluções incidem os mesmos impostos não cumulativos que incidiram quando da saída das mercadorias. FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/contacontabil/contabilidade-bsica-resumo>. Acesso em: 23 mar. 2015. Ex.: Mercadorias recebidas em Devolução .... R$ 400.000,00 UNIDADE 1TÓPICO 360 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ( + ) IPI à alíquota de 15% ........................ R$ 60.000,00 ( = ) Total da Nota Fiscal ........................... R$ 460.000,00 ICMS já incluso no preço à alíquota de 18% R$ 72.000,00 DEVOLUÇÃO DE VENDAS C Clientes...................................... R$ 460.000,00 D Devolução de Vendas ............... R$ 400.000,00 D IPI a recuperar ........................... R$ 60.000,00 D ICMS a recuperar....................... R$ 72.000,00 C ICMS s/Vendas........................... R$ 72.000,00 O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (não tributado). FONTE: Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/tributos/ipi.html>. Acesso em: 23 mar. 2015. DIC AS! Para você conhecer quais são os produtos e as alíquotas do IPI que constam na tabela TIPI, acesse o seguinte endereço eletrônico: <http://www.recei ta. fazenda.gov.br/a l iquotas/ downloadarqtipi.htm>. São obrigados ao pagamento do IPI como contribuinte (IPI, 2013): I – o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; II – o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; III – o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; IV – os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade. É ainda responsável, por substituição, o industrial ou equiparado a industrial, mediante requerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou UNIDADE 1 TÓPICO 3 61 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S posteriores às saídas que promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. O momento em que o IPI é gerado acontece quando houver o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira e a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. É considerado como ocorrido o fato gerador do IPI quando: I – na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes; II – na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento in- dustrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento; III – na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros; IV – na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimen- to da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda; V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a estabelecimento industrial; VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte; VII – no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a in- dustrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial; Nota: considera-se concluída a operação industrial e ocorrido o fato gerador na data da entrega do produto ao adquirente ou na data em que se iniciar o seu consumo ou a sua utilização, se anterior à formalização da entrega. VIII – no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade, ou na saída do fabricante, do importador ou de seus estabele- cimentos distribuidores, para pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras; IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a opera- ção industrial, na conclusão desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos; X – na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando da ocorrência de qualquer das hipóteses enumeradas no RIPI. XI – nomomento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial; XII – na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas coope- rativas, equiparadas, por opção, a estabelecimento industrial. XIII - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto alfandegado, antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas abandonadas pelo decurso do referido prazo. (IPI, 2013). Considera-se como ocorrido o fato que gerou o IPI na data da saída dos produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial nos casos de venda, exposição à venda, ou consumo no Território Nacional, de produtos destinados ao exterior, ou ainda nos casos de descumprimento das condições estabelecidas para a isenção ou a suspensão do imposto. UNIDADE 1TÓPICO 362 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Existem produtos que não possuem a incidência do IPI (IPI, 2013), que são: • livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão; • produtos industrializados destinados ao exterior; • ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; • energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino diverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, como se a imunidade não existisse. FONTE: Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/guia/ipi.html>. Acesso em: 23 mar. 2015. PIS – Programa de Integração Social: há a incidência de mais um tributo aplicado na geração das vendas de mercadorias da empresa, é o caso do PIS - Programa de Integração Social. Este imposto foi instituído pelo Governo Federal através da Lei Complementar no 07/1970, com a finalidade de proporcionar aos trabalhadores a participação deles na renda nacional e, sobretudo, no lucro das empresas, visando promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas e viabilizando melhor distribuição da renda nacional. São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Nacional (LC 123/2006). (PIS, 2013). Sobre a base de cálculo do PIS, a partir de 01/02/1999, com a edição da Lei no 9.718/1998, a base de cálculo da contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. (PIS, 2013). “A alíquota do PIS é de 0,65% ou 1,65% (a partir de 01/12/2002 - na modalidade não cumulativa – Lei no 10.637/2002) sobre a receita bruta ou 1% sobre a folha de salários, nos casos de entidades sem fins lucrativos”. (PIS, 2013) Também Iudícibus e Marion (2010, p. 89) contribuem com o tema: PIS/PASEP – Programa de Integração Social quando calculado pela aplicação de uma alíquota sobre a soma das receitas que entram no cálculo do lucro operacional (líquido), delas podendo ser excluídos alguns valores, tais como: as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicio- nais, o IPI, as reversões de provisões e recuperações de créditos (que não representem ingresso de novas receitas), o resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial e os lucros/dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição. UNIDADE 1 TÓPICO 3 63 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social: instituída pela Lei Complementar no 70 de 30/12/1991, também é um tributo incidente sobre as receitas de vendas. Atualmente, esta contribuição é regida pela Lei nº 9.718/98, com as alterações subsequentes (COFINS, 2015). Conforme o Portal Tributário, “são contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional (LC 123/2006)” (COFINS, 2015, p.1). Também no Portal Tributário (COFINS, 2015, p.1), vamos buscar o que se relaciona com a base de cálculo: “a partir de 01.02.1999, com a edição da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”. A alíquota geral é de 3%, a partir de 01/02/2001, ou 7,6%, a partir de 01.02.2004 na modalidade não cumulativa. 5 APURAÇÃO DO VALOR DO CUSTO DAS MERCADORIAS EM ESTOQUE Caro(a) acadêmico(a), talvez esta seja uma das seções mais importantes desta unidade, porque aqui você poderá relembrar algo muito importante e que talvez seja um pouco complexo, que é a AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES. Mas, o que isso tem a ver com a Contabilidade de Custos? Muita coisa, pois aqui está o “coração” da produção, é a partir daqui que se obtém o VALOR DA RIQUEZA da empresa. Então vamos lá! Vamos estudar este assunto. Considera-se o Resultado Bruto com Mercadorias ou Resultado com Mercadorias a diferença total entre as Receitas Obtidas pelas Vendas e o Custo dessas mercadorias vendidas. A diferença bruta não leva em consideração as demais receitas e despesas da empresa, tais como: receitas de juros, despesas com aluguéis, salários, impostos etc. Elas aparecem quando se deseja conhecer o Resultado Líquido do Exercício. UNIDADE 1TÓPICO 364 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � Para as empresas comerciais que trabalham com compra e venda de mercadorias é importante saber o resultado bruto. Depois de apurado, adicionam-se as demais Receitas e do total subtraem-se as demais Despesas para se obter o Resultado Líquido. Então: Resultado com mercadorias = Vendas - Custo de mercadorias vendidas Vejamos como se apura o Resultado com Mercadorias em empresas Industriais e Comerciais. a) Empresas comerciais: As empresas comerciais possuem um cálculo relativamente simples, já que as entradas representam as compras de mercadorias destinadas à revenda. As compras destinadas ao estoque são contabilizadas diretamente na conta de Estoque de Mercadorias e creditadas em Fornecedor, se for compra a prazo, no Caixa, se for compra à vista em dinheiro, e Bancos Conta Corrente, se for pagamento por meio de cheques. Para o controle do estoque, utiliza-se a seguinte fórmula: EI + C – EF = CMV Onde: EI = Estoque inicial C = Compras EF = Estoque Final CMV = Custo das Mercadorias Vendidas b) Empresas industriais: Em relação aos Custos dos Produtos Vendidos (CPV) nas empresas industriais, o cálculo é considerado mais complexo, por envolver o estoque de matérias-primas, a mão de obra, a energia elétrica e outros gastos de produção. FONTE: Disponível em: <http://pt.allreadable.com/366cHIMg>. Acesso em: 23 mar. 2015. Vamos analisar no diagrama a seguir o fluxo dos recursos no controle. UNIDADE 1 TÓPICO 3 65 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 11 – DIAGRAMA DO FLUXO DE CUSTOS FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 343) Diferente das empresas comerciais, nas empresas industriais as entradas representam toda produção completada no período, para o qual se faz necessário um sistema de contabilidade de custos cuja complexidade vai depender da estrutura do sistema de produção, das necessidadesinternas para fins gerenciais etc. Empresas prestadoras de serviços: Nas empresas prestadoras de serviços são considerados custos para fins de lançamento contábil aqueles que se relacionam diretamente e são indispensáveis para a obtenção da receita oriunda dos serviços prestados. UNI Tente imaginar você fazendo uma compra em um estabelecimento comercial. Você já sabe que o preço do produto é R$ 200,00, mas pretende pagar à vista e poderá obter um desconto de 10%, ou seja, R$ 20,00. Desta forma o custo da compra passa ser menor ao adquirir o produto à vista. Como se configura seu fluxo de caixa? Sobrará algum valor nesta operação, sabendo que tem R$ 200,00 para compra deste produto? O que você planeja fazer com a sobra dos R$ 20,00? UNIDADE 1TÓPICO 366 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES Com base nos artigos 261 e 292 do RIR/99, as pessoas jurídicas submetidas à tributação baseada no lucro real devem, ao final de cada período de apuração, proceder ao levantamento e à avaliação dos seus estoques: mercadorias, produtos manufaturados, matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado. O artigo 295 do RIR/99 determina que os estoques existentes na data do encerramento do período de apuração podem ser avaliados pelo custo médio ponderado, móvel ou fixo ou pelo custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS - Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair), sendo também admitida a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro (BRASIL, 1999). A periodicidade da avaliação do estoque segue o mesmo calendário da apuração do Imposto de Renda, ou seja, pode ser trimestral ou anual. No caso de apuração anual, por ocasião de levantamento de balanço ou balancete para suspensão ou redução do imposto, durante o ano-calendário, também devem ser levantados e avaliados os estoques. O objetivo é padronizar os registros de controle e avaliação de estoques juntamente com os aspectos tributários referentes ao Imposto de Renda. As mercadorias, as matérias-primas e os bens em almoxarifado são avaliados pelo custo de aquisição, os produtos em fabricação e acabados são avaliados pelo custo de produção e o valor dos bens existentes no encerramento do período-base pode ser avaliado pelo custo médio ou das últimas aquisições. Os bens de revenda e os itens de produção adquiridos de terceiros devem ser avaliados: a) por pessoas jurídicas que mantenham inventário permanente: a.1) pelo custo médio ponderado; ou a.2) pelo custo das aquisições mais recentes; b) pelas pessoas jurídicas que não mantenham inventário permanente, pelos custos de aquisição, segundo inventário físico (PN CST nº 6/1979). O contribuinte que mantiver o sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para a avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados. Conforme o artigo 294, §§ 1º e 2º, do RIR/99, As pessoas jurídicas optantes pela tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido, as microempresas e as empresas de pequeno porte en- quadradas no Simples Nacional ficam obrigadas a proceder ao levantamento e à avaliação dos estoques em 31 de dezembro de cada ano-calendário (BRASIL, 1999). UNIDADE 1 TÓPICO 3 67 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A empresa poderá adquirir os mesmos tipos de mercadorias em datas diferentes, pagando por eles preços variados. Assim, para determinar o custo dessas mercadorias estocadas e das que foram vendidas, a empresa precisa adotar algum critério. 7 TIPOS DE INVENTÁRIOS Define-se inventário ou balanço como o processo de verificação e contagem dos itens “in loco” dos estoques de produtos, mercadorias e materiais da empresa. Esta verificação é feita. Existem dois tipos de inventário: o Inventário Periódico e o Inventário Permanente. O Inventário Periódico é feito no final de cada período contábil (anual), tem efeito fiscal e é feito em todos os itens. O Inventário Permanente tem como finalidade detectar e corrigir diferenças, reduzir e eliminar possíveis perdas e é realizado em um número reduzido de itens, realizado durante o período contábil. O inventário físico representa uma oportunidade de corrigir qualquer imprecisão nos registros. 7.1 INVENTÁRIO PERIÓDICO O Inventário Periódico ocorre quando as vendas são efetuadas sem um controle paralelo do Estoque e sem um controle do Custo das Mercadorias Vendidas. Quando for feita a apuração do resultado obtido com a venda das mercadorias, faz-se um levantamento físico para avaliação do Estoque de Mercadorias existente naquela data e, pela diferença entre o total das Mercadorias Disponíveis para Venda durante esse período e o Estoque Final (apurado extracontabilmente), obtém-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) deste período. a) Apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) – Exemplo Inventário Periódico Embora o CMV não possa ser contabilizado, por razões de ordem prática, pode ser deduzido (apurado) em toda operação realizada de compra e venda no final do período, através de um raciocínio bem simples: Supomos que a Cia ABC apresentou em 31 de dezembro um estoque final de R$ 70.000 (EF). No início do ano, seu estoque inicial era de R$ 80.000 e durante o ano comprou R$ 200.000. A apresentação desta movimentação pode ficar da seguinte maneira: UNIDADE 1TÓPICO 368 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S QUADRO 4 – CONTROLE DE ESTOQUE PELO INVENTÁRIO PERIÓDICO • o que a empresa tinha no início do período (estoque inicial)............................ $ 80.000 EI • (+) mais o que comprou durante no período..................................................... $ 200.000 C • (=) é igual ao que teve à sua disposição para venda no período...................... $ 280.000 EI + C • desse total, tirando (-) o que não foi vendido (estoque inicial).......................... $ 70.000 EF • o restante é igual ao que vendeu (venda avaliada pelo custo ou CMV)............ $ 210.000 CMV FONTE: O autor Deste raciocínio, extraímos a seguinte fórmula: CMV (Custo da Mercadoria Vendida) = EI (Estoque Inicial) + C (Compras) – EF (Estoque Final) Logo, o CMV da Cia ABC para 31/12 é de R$ 210.000 conforme verificamos na fórmula anterior. Para compreendermos o impacto do CMV no resultado da empresa, tomemos como exemplo a figura a seguir: UNIDADE 1 TÓPICO 3 69 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 12 – REFLEXO DO CMV NO RESULTADO E BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: Adaptado de: Marion (2012, p. 325) Conforme Marion (2012, p. 332), as características do Inventário Periódico são: 1. A necessidade de um Inventário Físico das mercadorias existentes em cada fim de período. 2. A valorização do Inventário Físico por um preço de custo aceitável para cada item inventariado, multiplicado pela quantidade encontrada. A soma- tória dos valores para obter o Valor Total do Inventário. 3. O Custo das Mercadorias à Disposição de Vendas (MDV) é obtido pela soma do Estoque Inicial (EI) mais as Compras (C); Portanto: MDV = EI +C. 4. O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) é obtido indiretamente pela subtração do Estoque Final (EF) do MDV; portanto, CMV = MDV – EF. Exemplificando com os números da Cia. Revendedora do exemplo inicial, temos o seguinte paralelo entre a fórmula e os números: EI + C = MDV – EF = CMV 300.000 + 450.000 = 750.000 – 150.000 = 600.000 UNIDADE 1TÓPICO 370 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S DIC AS! Para aprofundar o seu conhecimento sobre o inventário periódico, acesse o site <intervox.nce.ufrj.br/~diniz/d/direito/ou-contabilidade.doc.>. Agora você estudou os conceitos e formas de apuração do inventário periódico. No próximo item estudaremos o funcionamento do controle do inventário permanente. 7.2 INVENTÁRIO PERMANENTE Quando controlamos de forma contínua o Estoque de Mercadorias, dando-lhe baixa em cada venda, pelo custo dessas Mercadorias Vendidas (CMV), este controle permanente é efetuado sobre todas as mercadorias que estiverem à disposição para venda. Isto significa que este controle é efetuado sobre as Mercadorias Vendidas (CMV) e sobre as mercadorias que não foram vendidas (Estoque Final). Pela soma de todos os custos de todas as vendas (baixas) teremos o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) total do período. A figura seguinte apresenta o fluxo dos recursos da empresa em um processo de inventário permanente. FIGURA 13 – FLUXO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 344) UNIDADE 1 TÓPICO 3 71 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos apresentar a seguir os tipos de controle de estoque no inventário permanente, onde utilizaremos a ficha de Controle para apurarmos o saldo efetivo em Estoque. Mas é importante frisar que para o Período Apurado só é possível obter o saldo com a averiguação das existências físicas, ou seja, além dos registros na ficha do controle do estoque, é necessário efetuar a contagem física. 7.2.1 Tipos de controle de estoque O controle de estoque é fundamental para a segurança do controle interno da empresa e compreende o registro, a fiscalização e a gestão da entrada e saída de mercadorias e produtos, devendo ser utilizado tanto para matéria-prima como para mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas. Contudo, para que haja um controle de estoque eficiente, é necessário que seja feito um planejamento. Em muitos casos a área de vendas deseja um estoque elevado para não deixar faltar produtos a pronta entrega para o cliente, e a área de produção prefere também trabalhar com uma maior margem de segurança de estoque para evitar a falta de matéria- prima, situação que pode prejudicar o andamento da produção. Já o departamento financeiro deseja que a empresa mantenha estoques reduzidos para diminuir o capital investido e, por consequência, melhorar o seu fluxo de caixa e assim depender menos de capital de terceiros caso o estoque seja financiado (grande volume de compras a prazo). Existem alguns tipos de controle de estoques que veremos a seguir. a) Controle de estoque PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair) No controle de estoque PEPS - também conhecido como FIFO da expressão em inglês first-in-first-out - deverão ser procedidas as baixas no custo do estoque com base no seguinte critério: o Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS). À medida que as vendas ocorrem, é necessário baixar do estoque as primeiras compras, isto é, vendem-se primeiro as primeiras unidades compradas. Exemplo: Se tivermos um Estoque inicial, em 01/09/XX, composto de 40 unidades de um determinado produto, adquiridos por R$ 50.000,00 cada um, num total de R$ 2.000.000,00 e durante o mês ocorrer a seguinte movimentação: 02/09 – Compra de 14 unidades por R$ 44.000,00 cada uma. 03/09 – Venda de 8 unidades por R$ 70.000,00 cada uma. 04/09 – Venda de 33 unidades por R$ 72.000,00 cada uma. UNIDADE 1TÓPICO 372 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 05/09 – Compra de 12 unidades por R$ 45.000,00 cada uma. 06/09 – Venda de 18 unidades por R$ 71.000,00 cada uma. A baixa de cada unidade de venda no estoque será feita pelo preço do custo mais antigo em estoque (o primeiro que entra é o primeiro que sai). Mas a movimentação financeira não precisa necessariamente estar atrelada ao fluxo físico, se estas peças/unidades forem realmente iguais entre si. O modelo de ficha de controle de estoque será apresentado a seguir: QUADRO 5 – CONTROLE DE ESTOQUE PEPS FONTE: O autor Assim, com o método PEPS de apuração de estoques, tivemos um CMV total do período (01 à 06/09), de R$ 2.841.000,00 e o valor do estoque de R$ 315.000,00. Em síntese, temos um valor de estoque baseado nas compras mais recentes e um CMV nas compras mais antigas. Conforme se pode observar no modelo de ficha de estoque anterior, os valores das baixas efetuadas em 1º lugar efetivamente são as mais antigas e à medida que os saldos destas unidades mais antigas forem sendo zerados, parte-se para as baixas dos saldos mais antigos na sequência. b) Controle de estoque UEPS (Último a entrar, primeiro a sair) Este modelo de controle de estoque, também conhecido como LIFO, da expressão inglesa last-in-first-out, é de certa forma o contrário do PEPS. No UEPS o custo apurado é baseado no valor da última mercadoria adquirida, assim a Última a Entrar é a Primeira a Sair. Vamos utilizar a mesma movimentação do exemplo anterior no modelo da ficha de controle de estoques: UNIDADE 1 TÓPICO 3 73 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FONTE: O autor QUADRO 6 – CONTROLE DE ESTOQUE UEPS Observe que para apuração do custo da baixa da venda o valor utilizado é o da última compra realizada. Desta forma, o CMV totaliza o valor de R$ 2.806.000,00 e o valor do estoque final é de R$ 350.000,00. O CMV é baseado nas compras mais recentes e o estoque final nas mais antigas. Assim, as baixas são realizadas pelas últimas compras e, em seguida, são realizadas as baixas das compras ligeiramente anteriores. c) Controle de estoque Média Ponderada Móvel Este tipo de controle é efetuado pelo Custo Médio, evitando-se o controle de preços por quantidades específicas de entradas de produtos no estoque, como nos métodos anteriores. Aqui, apura-se como custo o valor médio das unidades em estoque pelas compras realizadas no período e as devidas baixas pelas vendas independentemente de se fazer controles por lotes. Assim, o valor médio de cada unidade em estoque é alterado quando há compra de outras unidades por um preço diferente. Ele será calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes após a baixa da venda anterior ser realizada. FONTE: Disponível em: <http://pt.allreadable.com/edb6FXld>. Acesso em: 23 mar. 2015. Vamos verificar como ficariam os valores do custo da baixa do estoque e do saldo final do estoque levando-se em conta as mesmas informações dos exemplos anteriores no modelo da ficha de controle de estoques: UNIDADE 1TÓPICO 374 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S QUADRO 7 – CONTROLE DE ESTOQUE MÉDIA PONDERADA MÓVEL FONTE: O autor O valor do CMV apurado foi de R$ 2.828.462,22, e o estoque final ficou em R$ 327.537,78. Assim, apura-se o novo custo médio a cada novo saldo apurado, dividindo-se o saldo pela última quantidade física existente. Este método de controle de custos é o mais utilizado nas empresas por ser de fácil aplicação, já que não há a necessidade de controle do primeiro ou do último lote de produtos que entra. d) Preço Específico É um tipo de controle de estoque que possibilita determinar o preço (custo) específico de cada unidade em estoque para realizar a baixa, em cada venda, por esse mesmo valor. Desta forma, no estoque final seu valor será a soma de todos os custos específicos de cada unidade existente, e o valor da baixa do estoque será a soma de todos os valores específicos baixados durante o período. FONTE: Disponível em: <http://pt.allreadable.com/edb6FXld>. Acesso em: 23 mar. 2015. Em alguns casos, determina-se de maneira bem fácil e precisa esse valor do custo específico quando for possível “rastrear” o produto. Imaginemos uma concessionária na qual cada unidade de veículo possui uma especificação clara e precisa, comonúmero da placa, número do chassi, ano e modelo, cor do veículo. Neste tipo de caso é possível determinar a partir de cada venda quanto é o custo efetivo do veículo. Este exemplo refere-se a veículos, mas pode-se aplicar em outros casos, como no ramo imobiliário, onde cada lote de terreno, ou residência, ou apartamento tem sua especificação e seu custo determinado. Vamos utilizar outro exemplo: Há em Estoque (valor inicial) oito unidades de um produto X adquiridas por R$ 18.000,00 cada um. Ao iniciarmos um novo período, são adquiridas mais seis unidades por R$ 20.000,00 cada um, e logo em seguida são vendidas quatro unidades dos produtos por R$ 30.000,00 cada um (preço de venda), porém sabendo-se que um pertence ao lote inicial e o outro foi adquirido no período em operação. UNIDADE 1 TÓPICO 3 75 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Então, daremos baixa como Custo de Mercadorias Vendidas do valor Específico de compra de cada um (R$ 36.000,00 + R$ 40.000,00). IMP OR TAN TE! � O preço específico somente é possível onde a quantidade, ou o valor, ou a própria característica o permite (um mesmo produto no controle de estoque). Na maioria das vezes não é possível ou economicamente viável a identificação do Custo Específico de cada unidade. QUADRO 8 – CONTROLE DE ESTOQUE PREÇO ESPECÍFICO FONTE: O autor Veja que existe certa “facilidade” em se identificar o preço específico, porém isso só é possível se além de se tratar de apenas um tipo de produto, também sejam de poucas quantidades a serem controladas. 7.2.2 Diferenças entre os métodos Vamos agora identificar quais são as possíveis diferenças encontradas no saldo e valores das baixas nos métodos de controle de estoque PEPS, UEPS e MÉDIA. No exemplo de ficha de controle de estoque utilizado para os três critérios apresentados, as vendas foram: 03/09 – 08 unidades a R$ 70.000,00 = R$ 560.000,00 04/09 – 33 unidades a R$ 72.000,00 = R$ 2.376.000,00 06/09 – 18 unidades a R$ 71.000,00 = R$ 1.278.000,00 UNIDADE 1TÓPICO 376 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Total das Vendas = R$ 4.214.000,00 Comparando-se os resultados obtidos com os critérios apresentados, temos: PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Vendas 4.214.000,00 4.214.000,00 4.214.000,00 (-) C.M.V. (2.841.000,00) (2.806.000,00) (2.828.462,22) Resultado 1.373.000,00 1.408.000,00 1.385.537,78 Estoque Final 315.000,00 350.000,00 327.537,78 QUADRO 9 – COMPARATIVO DOS RESULTADOS FONTE: O autor Supondo que os três métodos foram utilizados cada um por uma empresa e que as três empresas tivessem adquirido mercadorias nas mesmas qualidades, pelos mesmos preços e vendido nas mesmas condições, suas situações reais seriam as mesmas, com a mesma quantidade de estoque, porém suas demonstrações financeiras seriam diferentes, porque usaram critérios diferentes, embora todos se basearam no custo de aquisição. LEITURA COMPLEMENTAR Estoque X Vendas: o difícil equilíbrio Conseguir equilibrar o estoque com as vendas é um grande desafio mas pode aumentar e muito a lucratividade da sua empresa Estoque: um fator determinante para o sucesso ou o fracasso de uma pequena empresa que trabalha com vendas de produtos. Um planejamento criterioso se faz necessário, sem pressa, sem decisões precipitadas uma vez que, se o cliente é o principal chefe em razão de ser ele quem compra o estoque é a segunda peça principal afinal é ele que é vendido. Em um mercado extremamente competitivo como o nosso fica difícil conseguir grandes lucros no preço final de venda então o segredo de uma lucratividade maior está nas compras. O mais lógico então é que as compras devem ser feitas segundo o gosto do cliente e não do comprador e aí que está o maior problema: o cliente nesse caso seria um apanhado geral de todos os clientes de maneira a conhecer o gosto da maioria. Não adianta comprar um produto que satisfaça apenas o gosto do comprador ou de um determinado tipo de cliente. O produto tem que satisfazer a maioria dos clientes. E como é possível saber o que a maioria dos clientes vai querer comprar? Não é simples, mas é possível: analisando números, pesquisando. UNIDADE 1 TÓPICO 3 77 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Você tem que ter um sistema que possibilite ver o que mais vende, o que tem giro mais rápido, o que oferece menos possibilidade de erro. Se quer testar algo novo, teste. É bom ter algo diferente, inovador em sua empresa mas tome cuidado para que a compra desse produto não seja superior a 5% do total que você disponibiliza para compras. Quando sua empresa estiver estabilizada, com um bom capital disponível, você pode aumentar essa porcentagem. Aí entra um outro fator determinante: você tem que saber qual o montante que você disponibiliza para compra. E como é possível saber? No início você vai comprar poucos produtos para começar e vai vendo o que tem menor ou maior giro. Depois de um ano no mercado você já tem a média vendida por mês e o custo dessa venda, ou seja, se você vendeu R$10.000,00 em média por mês você sabe quanto foi o custo dessa venda, sem despesas, apenas o custo. Se o custo em média foi de R$6.000,00 por mês, por exemplo, é isso que você pode comprar por mês. Sua empresa vai precisar de um bom sistema que dê entrada e saída dos produtos para que você saiba qual o custo dos produtos vendidos. Se o seu produto é comprado bem antes, se existe programação, faça planejamento trimestral, semestral ou anual ou por coleção, depende muito do produto que a sua empresa comercializa, mas faça um planejamento. Acostume-se a analisar os números, a anotar tudo, a pesquisar. Pequenas observações do dia a dia, preferências do consumidor em determinada época, tudo deve ser anotado. Mesmo não gostando você vai ter que se acostumar a analisar números. Nãa tem como fechar os olhos dentro de um carro se é você quem está dirigindo. Se não quer olhar pare o carro. Não coloque em risco a vida de sua empresa e todo o esforço de seus sócios, colaboradores, enfim de quem trabalha junto com você. Se perceber que erra em algumas coisas peça ajuda, peça opinião, enfim esteja consciente de suas qualidades e defeitos e de sua real habilidade como comprador. Esteja atento às quantidades. Se você comprar mais daquilo que não vende e menos daquilo que mais vende não vai dar certo. Examine bem as quantidades. Alguns pequenos empresários se perdem em uma coisa tão óbvia: o que vende mais tem que ser comprado mais o que vende menos tem que ser comprado menos. Se você comprar menos do que é necessário para o giro compras e vendas você pode correr o risco de suas despesas irem aos poucos diminuindo seu estoque sem que você perceba, ou seja, o seu estoque vai diminuindo porque se você tinha que comprar um valor e ao invés de usar esse dinheiro que era para compras você usar em outros investimentos ou para pagar despesas, seu estoque irá diminuindo aos poucos e seu faturamento também. Se você comprar mais do que é necessário para o giro compras e vendas você terá que arrumar meios de financiar seu estoque, pois com as vendas não será possível, uma vez UNIDADE 1TÓPICO 378 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S que você comprou além do que deveria fazendo com que suas despesas aumentem muito ou até mesmo dobrem, porque os juros de empréstimos, financiamentos e adiantamento de pagamentos podem ser bem maiores do que você imagina, fazendo com que sua empresa perca lucratividade e fique em uma situação cada vez mais complicada. Consiga maiores prazos sem que se pague mais por isso. Entre prazomaior ou desconto maior prefira sempre o desconto e se o desconto não for possível consiga prazo. Aprenda a negociar melhor. Todo bom negócio deve satisfazer ambas as partes, portanto, se você comprar bem, vende bem e compra mais da próxima vez o que será ótimo para seu fornecedor. Converse com ele sobre isso. Enfim, esse assunto é extenso e bastante complexo merecendo uma maior atenção e um maior detalhamento; esse equilíbrio entre compras e vendas é difícil de ser alcançado mas se torna possível através de muita análise e planejamento! Boas compras e ótimas vendas! FONTE: ANTUNES, Lucilene. Estoque X vendas: o dífícil equilíbrio. Site Administradores.com. 13 jan. 2015. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/ estoque-x-vendas-o-dificil-equilibrio/83969/>. Acesso em: 14 Jan. 2015. UNIDADE 1 TÓPICO 3 79 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 3 Chegamos ao final do Tópico 3. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora. • Os métodos para registros das operações com mercadorias devem atender as necessidades de mensuração e avaliação que correspondem aos gastos (consumos) realizados para colocá-los em condições de venda. • Esses métodos para registros das operações com mercadorias são o Inventário Periódico e o Inventário Permanente. • Fatos que alteram os valores das compras, podemos citar: a) Despesas Acessórias: neste caso existem os fretes e seguros quando estão a cargo do destinatário. Estes valores são acrescidos à conta Estoque no momento do registro da entrada das mercadorias. b) Descontos ou abatimentos incondicionais que constem na própria nota fiscal de compra: é registrado o valor líquido, já descontados os abatimentos incondicionais. c) Devoluções de compras ou compras anuladas (total ou parcial): devem ser baixados da conta Estoque. • Fatos que alteram o valor das vendas: a) abatimento sobre vendas; b) devoluções de mercadorias. • Como toda a venda envolve tributos que são apurados em relação ao produto ou à venda, estudaremos neste item alguns tributos que exercem influência no resultado da empresa. Ex.: ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços; ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza; IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados; PIS – Programa de Integração Social; COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. • Existem dois tipos de inventário: o Inventário Periódico e o Inventário Permanente. • Como inventário permanente, temos: a) Controle de estoque PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair); b) Controle de estoque UEPS (Último a entrar, primeiro a sair); c) Controle de estoque Média Ponderada Móvel; d) Preço Específico. UNIDADE 1TÓPICO 380 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos fazer uma autoavaliação sobre o que aprendemos no Tópico 3. 1 Para o Controle do Estoque, temos dois tipos de Inventários. O Inventário Periódico e o Inventário Permanente. Em relação ao Inventário Periódico, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Este tipo de inventário é utilizado quando a empresa realiza o controle efetivo do seu estoque no momento das suas vendas de mercadorias. Assim sendo, a empresa deixa de registrar o Custo das Mercadorias Vendidas durante o período das vendas, e o valor do estoque será apurado e reconhecido apenas no final do período, após uma contagem física de todas as mercadorias existentes. b) ( ) Este tipo de inventário é utilizado quando a empresa não realiza o controle efetivo do seu estoque no momento das suas vendas de mercadorias. Assim sendo, a empresa deixa de registrar o Custo das Mercadorias Vendidas durante o período das vendas, e o valor do estoque será apurado e reconhecido apenas no final do período, após uma contagem física de todas as mercadorias existentes. c) ( ) Este tipo de inventário é utilizado quando a empresa não realiza o controle efetivo do seu estoque no momento das suas vendas de mercadorias. Assim sendo, a empresa faz o registro do Custo das Mercadorias Vendidas durante o período das vendas, e o valor do estoque será apurado e reconhecido apenas no final do período, após uma contagem física de todas as mercadorias existentes. d) ( ) Este tipo de inventário é utilizado quando a empresa não realiza o controle efetivo do seu estoque no momento das suas vendas de mercadorias. Assim sendo, a empresa deixa de registrar o Custo das Mercadorias Vendidas durante o período das compras, e o valor do estoque será apurado e reconhecido apenas no final do período, após uma contagem física de todas as mercadorias existentes. 2 Para o Controle do Estoque temos dois tipos de Inventários. O Inventário Periódico e o Inventário Permanente. Em relação ao Inventário Permanente, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Esse é um tipo de método de avaliação de estoques em que a empresa não efetua o controle de forma sistemática e rotineira do seu Estoque de Mercadorias, ou seja, a cada compra que a empresa realiza, o custo respectivo das UNIDADE 1 TÓPICO 3 81 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S compras efetuadas é acrescido ao Estoque, e no momento da venda efetuada, o custo da mercadoria vendida é baixado do estoque e é reduzido no seu controle. b) ( ) Esse é um tipo de método de avaliação de estoques em que a empresa efetua o controle de forma sistemática e rotineira do seu Estoque de Mercadorias, ou seja, a cada venda que a empresa realiza, essas receitas respectivas das compras efetuadas são acrescidas ao Estoque, e no momento da venda efetuada, o custo da mercadoria vendida é baixado do estoque e é reduzido no seu controle. c) ( ) Esse é um tipo de método de avaliação de estoques em que a empresa efetua o controle de forma sistemática e rotineira do seu Estoque de Mercadorias, ou seja, a cada compra que a empresa realiza, o custo respectivo das compras efetuadas é acrescido ao Estoque, e no momento da venda efetuada, o custo da mercadoria vendida é baixado do estoque e é reduzido no seu controle. d) ( ) Esse é um tipo de método de avaliação de estoques em que a empresa efetua o controle de forma sistemática e rotineira do seu Estoque de Mercadorias, ou seja, a cada compra que a empresa realiza, o custo respectivo das compras efetuadas é reduzido do controle do Estoque, e no momento da venda efetuada, o custo da mercadoria vendida é baixado do estoque e é reduzido no seu controle. 3 Para as empresas poderem realizar seus controles de estoque, poderão utilizar de duas metodologias. Indique conforme as alternativas abaixo quais são essas metodologias. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Inventário Periódico e Inventário Permanente. b) ( ) Inventário Periódico e Inventário Semanal. c) ( ) Inventário Permanente e Inventário Patrimonial. d) ( ) Inventário Patrimonial e Inventário Residual. 4 É o tipo de inventário que ocorre quando as vendas são efetuadas sem um controle paralelo do Estoque e sem um controle do Custo das Mercadorias Vendidas. Quando for feita a apuração do resultado obtido com a venda das mercadorias, faz-se um levantamento físico para avaliação do Estoque de Mercadorias existente naquela data e, pela diferença entre o total das Mercadorias Disponíveis para Venda durante esse período e o Estoque Final (apurado extracontabilmente), obtém-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) deste período. a) ( ) Inventário Permanente. b) ( ) Inventário Periódico. c) ( ) Inventário Patrimonial. d) ( ) Inventário Residual. UNIDADE 1TÓPICO 382 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 5 Éo tipo de controle de estoque em que à medida que as vendas ocorrem é necessário baixar do estoque as primeiras compras, isto é, vendem-se primeiro as primeiras unidades compradas. a) ( ) Controle de estoque UEPS (Último a entrar, primeiro a sair). b) ( ) Controle de Estoque pelo Inventário Periódico. c) ( ) Controle de estoque Média Ponderada Móvel. d) ( ) Controle de estoque PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair). 6 É o tipo de controle de estoque, também conhecido como LIFO, da expressão inglesa last-in-first-out, é de certa forma o contrário do PEPS. Neste, o custo apurado é baseado no valor da última mercadoria adquirida. a) ( ) Controle de estoque UEPS (Último a entrar, primeiro a sair). b) ( ) Controle de estoque Média Ponderada Móvel. c) ( ) Controle de estoque PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair). b) ( ) Controle de Estoque pelo Inventário Periódico. 7 É o tipo de controle de estoque onde se apura como custo o valor médio das unidades em estoque pelas compras realizadas no período e as devidas baixas pelas vendas independentemente de se fazer controles por lotes. a) ( ) Controle de estoque UEPS (Último a entrar, primeiro a sair). b) ( ) Controle de estoque PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair). c) ( ) Controle de estoque Média Ponderada Móvel. d) ( ) Controle de Estoque pelo Inventário Periódico. C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S UNIDADE 2 CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS, ASpECTOS COMpOrTAMENTAIS, MÉTODOS DE CUSTEIO E FOrMAÇÃO DO prEÇO DE vENDA OBjETIvOS DE AprENDIzAgEM O estudo desta unidade pretende atingir os seguintes objetivos de aprendizagem: • conhecer os conceitos e a classificação dos gastos industriais, relacionados à Contabilidade de Custos; • compreender as diferenças entre custos, despesas, gastos e investimentos. O conhecimento destas diferenças é importante para a correta aplicação e avaliação dos custos nas empresas industriais e sua contabilização; • identificar o que são custos diretos e indiretos, fixos e variáveis e sua aplicação no processo industrial e contabilização; • identificar a importância e aplicabilidade das despesas, gastos e investimentos nas empresas industriais; • conhecer e aplicar o método de custeio por absorção e o método de custeio variável e correlacionar com a Contabilidade de Custos; • identificar as características e os aspectos legais e fiscais do método de custeio por absorção e do método de custeio variável; • conhecer os diferentes tipos de critérios de rateios e seus impactos na apuração dos custos; • identificar de que forma o método de custeio variável pode contribuir para a apuração da margem de contribuição e cálculo do ponto de equilíbrio e gerar informações de gestão de acordo com a Contabilidade de Custos; • apurar e analisar o ponto de equilíbrio para identificar o volume mínimo de produção e vendas necessário para a empresa industrial cobrir todos os seus custos de produção e suas despesas administrativas e gerais; • estudar os critérios para a formação do preço de venda com base no Mark-up e os tipos de preço de venda existentes no mercado. C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S TÓPICO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS TÓPICO 2 – ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DOS GASTOS TÓPICO 3 – MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA pLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos com a finalidade de auxiliá-lo(a) na compreensão das noções básicas do conceito e classificação dos gastos industriais, dos aspectos comportamentais dos gastos e dos principais métodos de custeio existentes que contribuem para o atendimento dos preceitos legais, fiscais e gerenciais das empresas e que corroboram com a Contabilidade de Custos. No final de cada um deles você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 Neste tópico estudaremos os conceitos e classificação dos gastos industriais. Estes gastos são oriundos do processo de produção, que é um conjunto de atividades para transformar bens em novos produtos, podendo ser denominados de custos, despesas e demais gastos para a manutenção do sistema produtivo da empresa. Os Custos são aqueles gastos efetuados para produzir algum produto até deixá-lo em condições de vendas. As Despesas são necessárias para a manutenção das atividades da empresa e para a formação dos preços de vendas, embora não possuam relação com o processo industrial de produção. Além disso, existem alguns tipos de gastos que podem estar ou não relacionados com o sistema de produção, mas podem estar relacionados com o processo de gestão, e isso deverá ser mensurado de acordo com a Contabilidade de Custos. Outro item que vamos estudar são os Investimentos. Muitas vezes não observamos que os Investimentos podem se tornar gastos. Pode-se considerar como exemplo o investimento no imobilizado, que no decorrer do seu uso se transforma em custo ou despesa. 2 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO Com certeza você já refletiu em algum momento sobre tudo o que é gasto nas empresas industriais para produzir algo ou alguma coisa. Será que este gasto é custo? Se sua resposta for sim, você está certo, pois as empresas incorrem em diversos tipos de gastos que são necessários para deixar seus produtos em UNIDADE 2 UNIDADE 2TÓPICO 186 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S condições de vendas. Mas não podemos esquecer que fabricar algum produto não envolve apenas o processo de produção e os custos necessários para essas atividades. Além das atividades produtivas, é preciso controlar atividades administrativas, como as cobranças de duplicatas, as contas a pagar dos fornecedores e demais contas necessárias para a aquisição de insumos. Não podemos esquecer os gastos com folha de pagamento, encargos sociais, enfim, que existem outros departamentos, como o departamento de vendas, o departamento financeiro e o departamento contábil, além do departamento de produção. Observe a figura abaixo. De maneira bastante simplificada pode-se visualizar as diferenças entre as áreas de Produção e as áreas de Administração. São duas coisas bastante distintas, porém, necessárias para a manutenção das atividades de uma empresa e do seu desenvolvimento. FIGURA 14 – DIFERENÇA ENTRE SETOR INDUSTRIAL E SETOR ADMINISTRATIVO FONTE: Knuth (2009) Lembre-se de que o setor industrial é o local onde se fabricam os produtos, e o setor administrativo é onde está localizado o administrador e todo o seu pessoal de apoio que contribui para o controle e acompanhamento de todas as atividades da empresa, e sua correta contabilização representará a realidade para a mensuração econômica dos produtos. IMP OR TAN TE! � Setor Industrial Processo Produtivo. Setor Administrativo Processo de Administrar a empresa. UNIDADE 2 TÓPICO 1 87 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Isto é importante para compreender porque existem as diferenças entre custos e despesas. Vamos em busca desse conhecimento? A seguir, estudaremos o que são custos. 2.1 CUSTOS Você sabe o que significa custos? Para Crepaldi (1998, p. 56), os “[...] custos são gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos (exemplo: consumo de matéria-prima ou pagamento de salários) [...]”. De acordo com o autor, podemos entender que os custos são os gastos atribuídos à transformação e produção de novos bens utilizando os bens materiais da empresa comoa matéria-prima e demais componentes necessários ao processo industrial, para transformar e/ ou criar outros tipos de bens materiais. IMP OR TAN TE! � Isso mesmo, caro(a) acadêmico(a)! No processo industrial utilizam-se determinados bens para transformar em novos bens! Vamos verificar outro conceito deste mesmo autor: “CUSTO-Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços são todos os gastos relativos à atividade de produção”. (CREPALDI, 1998, p. 57). Portanto, podemos concluir que: a) Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. São insumos de bens de capitais ou serviços efetuados para execução e transformação de determinados objetos em novos produtos. b) Custos são insumos de capitais, bens ou serviços efetuados para consecução de determinados objetivos. Estes insumos assumem, primeiramente, uma expressão física e se traduzem posteriormente pela expressão monetária. Assim, o custo de um bem ou serviço é a expressão monetária dos insumos físicos realizados na obtenção daquele bem ou serviço, UNIDADE 2TÓPICO 188 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S considerando-se o total retorno dos capitais empregados em termos de reposição. c) Custo é o consumo de um fator de produção medido em termos monetários para a obtenção de um produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda. d) O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. FONTE: Adaptado de: <http://pt.slideshare.net/contacontabil/apostila-cathedra-contabilidade- de-custos>. Acesso em: 26 mar. 2015. NO TA! � Atividade de produção atividades de transformação de bens materiais e recursos humanos em outros tipos de bens materiais. Esses recursos utilizados para a transformação e/ou criação de novos produtos podem ser denominados da seguinte maneira: -> Salários do pessoal da produção. -> Matéria-prima utilizada no processo produtivo. -> Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica. -> Aluguéis e seguros do prédio da fábrica. -> Depreciação dos equipamentos da fábrica, que são utilizados no processo industrial de produção. -> Gastos com manutenção das máquinas da fábrica (que são utilizados no processo industrial de produção). Observe na figura a seguir uma ilustração de como se processam e transformam os insumos (materiais e matéria-prima) em novos produtos. UNIDADE 2 TÓPICO 1 89 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 15 – INSUMOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO FONTE: Knuth (2009) De acordo com a figura, o resultado desse processo industrial é a oferta dos produtos prontos ao mercado consumidor. Então, entende-se que os insumos e demais recursos são utilizados no processo industrial para a geração e transformação de novos produtos que abastecerão o mercado consumidor. Martins (2000, p. 25) afirma que: O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplo: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou em investimento, e assim foi durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. IMP OR TAN TE! � CUSTO Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Vejamos o exemplo a seguir: A aquisição de uma máquina é considerada um gasto, quando for efetuado o pagamento é considerada um desembolso, quando for registrado conforme a nota fiscal é considerada um investimento permanente e quando começa a sua depreciação e a sua manutenção é considerada como um custo integrante dos produtos fabricados. Esta classificação se aplica a todos os materiais e insumos que a empresa adquire. 2.2 DESPESAS Já aprendemos o que são custos, agora vamos estudar as despesas. As despesas possuem a conotação ou o mesmo entendimento de custos, podendo UNIDADE 2TÓPICO 190 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S muitas vezes se confundir. Porém, os custos são os gastos que compõem um produto e as despesas são todos os gastos necessários para a empresa obter receitas. São os esforços que a empresa tem para fazer a “máquina” girar. De acordo com Martins (2000, p. 26), as despesas são “bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”. Imaginamos que a empresa teve determinados gastos para fabricar um produto. Esses gastos são chamados de custo de produção, conforme vimos no item 2.1 Custos, deste tópico. A partir do instante em que estes produtos estão prontos para a venda, é preciso que a empresa incorra em outros gastos para fazer com que os produtos cheguem até o mercado consumidor (consumidor final). Estes gastos poderão ser os salários dos vendedores, encargos sociais desses salários, as comissões sobre vendas, entre outros. NO TA! � CUSTOS São os gastos para a empresa criar ou produzir os produtos. DESPESAS São os gastos envolvidos no esforço para a geração de receitas. Então, podemos compreender que a comissão do vendedor e os impostos, por exemplo, são gastos que se tornam imediatamente despesas, pois incidem assim que a empresa faturar os produtos vendidos. Isso mesmo, se for realizado um faturamento (um esforço de venda) ocorrerão despesas com impostos sobre as vendas e despesas com a comissão do vendedor. Viu só? Vamos imaginar agora um computador utilizado no setor de contas a pagar e contas a receber da empresa. Este equipamento não é utilizado para a produção, mas sim para controlar as atividades relacionadas às vendas dos produtos. Podemos dizer então que Despesa são os bens ou serviços consumidos diretamente para a obtenção de receitas, ou ainda, o gasto aplicado na realização de uma atividade que vai gerar renda para a empresa. Veja a sequência de procedimentos a seguir: UNIDADE 2 TÓPICO 1 91 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ADMINISTRATIVO Computador do Setor Contas a Pagar e a Receber Gera Depreciação Atividades de Controle Administrativo Controle das Contas a Pagar e a Receber. As atividades do Setor Administrativo servem para controlar as atividades necessárias do SETOR DE PRODUÇÃO como os controles de Contas a Pagar e a Receber da empresa. IMP OR TAN TE! � As contas a pagar referem-se às aquisições das matérias- primas para a produção e outras necessidades para a manutenção da empresa, e as Contas a Receber referem-se ao controle das cobranças das vendas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio e que têm a característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todas as empresas possuem despesas que são decorrentes da geração de receitas, enquanto os gastos decorrentes da produção de bens e serviços são chamados de custos. Vamos imaginar um equipamento usado na fábrica para a produção de um produto. Inicialmente é considerado um investimento, posteriormente é considerado parcialmente como custo e na venda do produto torna-se uma despesa. Logo, todas as despesas são ou foram gastas. Então, os valores dos gastos desse equipamento utilizado na fábrica, que aqui pode ser chamado de depreciação, são considerados custos. Porém, existem gastos que em alguns casos não se transformam em despesas, como exemplo, terrenos quenão são depreciados ou que se transformam somente quando efetivar a sua própria venda. IMP OR TAN TE! � DEPRECIAÇÃO São os gastos com o uso do bem. Se a empresa utilizar um bem, ele acaba gastando seu potencial tecnológico e perdendo valor ao longo de um determinado tempo. UNIDADE 2TÓPICO 192 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Recordando! Vimos que a comissão do vendedor e os impostos são gastos que se tornam imediatamente despesas, pois incidem assim que faturar. Um computador é considerado um investimento no momento da aquisição, quando for efetivado o seu pagamento é considerado um desembolso, no momento do registro da nota fiscal é considerado um investimento permanente (imobilizado), a sua depreciação e a sua manutenção são consideradas despesas. DIC AS! DESPESA É a valorização monetária do consumo de recursos realizado para a obtenção de receitas ou de algum benefício. As despesas estão relacionadas com a administração e a comercialização. É um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas e não está relacionada à produção. No próximo item vamos estudar o significado de Gasto, considerando a sua identificação e aplicação! 2.3 GASTOS Os Gastos podem ser aplicados em todos os bens e serviços adquiridos, não importando a forma de pagamento, seja com matéria-prima, material de expediente, máquinas, veículos ou contratação de serviços em geral. Esses Gastos podem ser aplicados tanto na produção como na área administrativa e de vendas. Mas, o que alguns especialistas nesta área dizem referente ao termo Gasto? Conforme Martins (2000), gasto é a compra de um produto ou serviço qualquer que gera sacrifício financeiro (desembolso), sendo representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Então, Gasto é o primeiro ato que antecede a despesa, o custo e o imobilizado. Esse conceito é amplo e se aplica a todas as variações monetárias (saídas), sendo aplicável também em aquisições com pagamento a prazo. Existe o GASTO referente à compra de matéria-prima, à mão de obra na produção e na distribuição, aos honorários da diretoria, à compra de um bem imobilizado, dentre outros. UNIDADE 2 TÓPICO 1 93 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Porém, o gasto só existe no ato da passagem do bem ou serviço para a propriedade da empresa. Ele se efetiva no momento que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo efetuado em pagamento, que pode ser caracterizado como a redução do saldo do dinheiro em caixa, do saldo da conta banco, dentre outras formas. Assim, podemos dizer que gasto é o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens e serviços que sempre resultará em uma variação patrimonial, seja qualitativo (ato ou operação de aquisição) no início e/ou quantitativa (envolvendo recursos financeiros) em seguida. Também pode ser definido como gasto de investimento, quando o bem ou o serviço for utilizado em vários processos produtivos (imobilizado, estoques etc.), e como gasto de consumo quando o bem ou o serviço for consumido no momento da produção ou do serviço que a empresa realiza. Dependendo da destinação do gasto de consumo, ele poderá converter- se em custo ou despesa. O mesmo acontece com o gasto de investimento: à medida que o investimento for utilizado poderá transformar-se em custo ou despesa, dependendo do objeto onde for aplicado. Exemplo: gasto com a aquisição de uma máquina para a produção - primeiramente ela será ativada, sendo que gradativamente sofrerá redução em seu valor por causa do desgaste e da obsolescência, fenômeno que é chamado de depreciação, tornando-se neste momento um custo de produção. DIC AS! GASTO É o sacrifício, normalmente em moeda, que a entidade faz para a obtenção de um produto ou serviço. Pode ser a entrega de numerário ou assumir um compromisso para pagar em data posterior. UNIDADE 2TÓPICO 194 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.4 INVESTIMENTOS O Investimento consiste em tudo o que é necessário para o desenvolvimento das atividades. Por exemplo: uma indústria necessita de materiais e máquinas. Os materiais são classificados temporariamente como investimentos circulantes, pois serão consumidos no processo produtivo (estão localizados nos Estoques da empresa), e as máquinas são classificadas como investimentos permanentes (no Ativo Imobilizado), pois se restringem ao uso na transformação dos materiais para o produto final. Os terrenos e prédios adquiridos também são considerados investimentos. Martins (2000, p. 25) afirma que investimento é o “[...] gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)”. São todos os sacrifícios de aquisição de bens ou serviços (gastos) que são estocados no ativo da empresa para baixa quando da sua venda, ou do seu consumo, ou da sua desvalorização. Os Investimentos podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados. No exemplo acima, podemos observar que a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante e a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente dependendo da intenção da aquisição. DIC AS! INVESTIMENTO É o gasto que a empresa realiza na compra de um bem ou na obtenção e posse de um direito que vai gerar benefícios no futuro e que não será totalmente consumido ou utilizado em um período ou em um exercício. Os investimentos são considerados como custos ou despesas à medida que a empresa usa ou consome gradativamente esses bens ou direitos. Exemplo: depreciação dos equipamentos e requisição de material em estoque. A figura seguinte sintetiza os conceitos básicos associados às suas características principais estudadas nessa parte do capítulo. UNIDADE 2 TÓPICO 1 95 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 16 – SÍNTESE DAS DEFINIÇÕES BÁSICAS FONTE: Extraído de Wernke (2005, p. 5) Além de ter clareza desses conceitos centrais básicos, que serão úteis no decorrer da nossa disciplina e na aplicação da Contabilidade de Custos nas empresas, é importante também saber os aspectos comportamentais dos gastos. Estudaremos essa classificação no tópico seguinte. UNIDADE 2TÓPICO 196 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 1 Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora? Neste tópico estudamos a conceituação e classificação dos Custos que ocorrem na empresa e podemos pontuar os seguintes aspectos: • Além da produção e dos custos de produção, as empresas precisam controlar todas as atividades administrativas, como as cobranças de duplicatas, as contas a pagar dos fornecedores e outros gastos necessários para a aquisição de demais insumos. • Compreendemos de forma clara e objetiva as diferenças que ocorrem entre as atividades da Produção e da Administração da empresa. • Os custos são os gastos atribuídos para a transformação dos Ativos da empresa, ou seja, a utilização dos bens materiais para criar ou transformar outros tipos de bens materiais. • Enquanto os Custos são os Gastos que compõem um produto, as Despesas são todos os gastos necessários para a empresa obter receitas. Podemos dizer que DESPESAS são os esforços necessários para fazer a “máquina girar”, isto é, a empresa funcionar. • As Despesas são a valorização monetária do consumo de recursos utilizados na obtenção de receitas ou de algum benefício e estão relacionadas com a administração e a comercialização. É um bem ou serviço consumido direta ou indiretamentepara a obtenção de receitas e não está relacionada à produção. • Os Gastos são os sacrifícios, normalmente em moeda, para a obtenção de um produto ou serviço. Este sacrifício pode ser a entrega de numerário ou a incumbência de um compromisso para pagar em data posterior. • Os Investimentos são os gastos que a empresa realiza na compra de um bem ou na obtenção e posse de um direito que vai gerar benefícios no futuro e que não será totalmente consumido ou utilizado em um só período, em um só exercício social da empresa. • Os investimentos são considerados como custos ou despesas à medida que a empresa usa ou consome gradativamente esses bens ou direitos. Dois exemplos de custos ou despesas provenientes dos Investimentos são a depreciação dos equipamentos e a requisição de material em estoque. UNIDADE 2 TÓPICO 1 97 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos fazer uma autoavaliação sobre o que aprendemos no Tópico 1. Procure responder com suas palavras às questões a seguir. Não hesite, vá com calma e sucesso para você! 1 Qual é a diferença entre o Setor Industrial e o Setor Administrativo? 2 Explique com suas palavras o que é Atividade de produção. 3 Explique com suas palavras o que é Custo. 4 Explique com suas palavras o que é Despesa. 5 Explique com suas palavras o que são Gastos em uma empresa. 6 Explique com suas palavras o que são Investimentos. 7 Explique com suas palavras em que momento os Investimentos passam a ser considerados Custos ou Despesas em uma empresa. UNIDADE 2TÓPICO 198 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DOS GASTOS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 Os custos podem ser classificados de diversas formas conforme o tipo de gasto existente. Seus aspectos comportamentais dizem respeito a essa classificação que dependendo da sua finalidade podem ser identificados como custos diretos ou variáveis e custos indiretos ou fixos. Os custos podem ser Diretos quando são identificados e considerados diretamente no consumo e aplicação dos produtos, ou seja, quando têm sua composição consumida diretamente na criação ou produção de um novo bem. Mas podem ser Indiretos quando mesmo sendo identificados no processo industrial, no processo de produção, não têm uma relação direta com esse processo de fabricação e transformação da matéria-prima. Desta forma, não fazem parte da composição do produto final, mas fazem parte do processo industrial. Podemos dizer que os custos existem e são necessários para a fábrica funcionar, mas não farão parte do componente final. Por exemplo, na depreciação o uso da máquina provoca um desgaste, mas não existe um “pedaço” da máquina que compõe o produto final. Além dos gastos diretos e indiretos, existe o comportamento dos custos em variáveis e fixos. São custos variáveis aqueles gastos que dependem do volume de produção. Quanto mais a empresa produz, mais componentes de matéria-prima deverão ser consumidos. Podemos dizer que se para produzir uma unidade de determinado produto é consumido R$ 100,00 em matéria-prima, para produzir duas unidades do mesmo tipo de produto gastará em valor de matéria-prima o equivalente a R$ 200,00 e assim por diante. Os custos variáveis têm relação direta com o processo industrial. Os custos fixos, por outro lado, não variam de acordo com o volume de produção. Imagine que uma empresa possui um departamento chamado de Supervisão Industrial ou UNIDADE 2 UNIDADE 2TÓPICO 2100 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Gerência Industrial. Nas atividades desse departamento, que possuem relação apenas com as atividades de controle e gerenciamento da produção, existirão gastos que independem de existir produção ou não. Por essa característica comportamental eles são tratados como custos fixos. Vamos explicar mais detalhadamente estas diferenças no decorrer deste tópico. Vamos lá! 2 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS A partir de agora vamos analisar os aspectos comportamentais dos custos. Iniciaremos pelos Custos Variáveis ou Diretos. 2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS Custos Variáveis ou Diretos são aqueles que mantêm sua relação direta com o volume de produção ou serviço. Podem ser facilmente quantificados e identificados aos produtos ou serviços e valorizados com relativa facilidade, não necessitando de critérios de rateios para serem alocados aos produtos. Entende-se que são todos os materiais utilizados no processo de transformação para a obtenção de um produto novo. Crepaldi (1998, p. 59) contribui dizendo que os custos diretos: São os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida etc.). Em geral, identificam-se com os produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida. São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo de fabricação. Então, o material direto é um dos fatores principais na formação do custo do produto? Sim, caro(a) acadêmico(a)! O material ou matéria-prima é o único elemento concreto que pode ser fisicamente reconhecido no produto acabado, uma vez que todos os demais custos (mão de obra direta e gastos indiretos) são alocados neste produto apenas como componentes financeiros. Temos os seguintes exemplos: materiais diretos e mão de obra direta. - Os Materiais diretos são compostos por matérias-primas, material de embalagem, UNIDADE 2 TÓPICO 2 101 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S componentes e outros materiais necessários à industrialização, ao acabamento e à apresentação final do produto acabado. Isto envolve todo o material necessário para que o produto fique pronto para ser comercializado pelo consumidor final. - A Mão de obra direta é o trabalho dos funcionários aplicados diretamente na confecção do produto ou na prestação de serviços. O custo de mão de obra compõe-se dos salários, encargos sociais e provisões para férias e décimo terceiro. DIC AS! Enquanto os custos fixos ou indiretos permanecem constantes, independente da quantidade produzida, os custos diretos ou variáveis têm relação direta com a produção, pois se não produzir nenhuma unidade o custo direto não existirá. Custo Fixo: existe, produzindo ou não. Custo Variável: existe proporcionalmente ao volume de produção. Vamos verificar as principais características dos Custos Variáveis ou Diretos? 2.1.1 Principais características dos Custos Variáveis ou Diretos As principais características dos custos variáveis ou diretos em um processo industrial são as seguintes: Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção. Se utilizar 100 gramas para cada unidade produzida, simulando com 10 unidades em produção, o consumo será de 1.000 gramas ou 1 quilo de matéria-prima para este produto. O valor é constante por unidade produzida, independente da quantidade produzida. O custo de 100 unidades de peso (gramas ou quilos) para cada unidade produzida será sempre o mesmo por unidade, independente de quantas unidades forem produzidas. Exemplificando: Se um produto consome R$ 50,00 de matéria-prima para cada unidade de produção e a empresa produzir 100 unidades, o consumo total será de R$ 5.000,00, mas o custo por unidade de matéria-prima continuará em R$ 50,00. A alocação dos produtos ou centros de custos é normalmente feita de forma direta, sem necessidade de utilização de critérios de rateios. Continuando no exemplo do consumo da matéria-prima, o custo das 100 unidadesde matéria-prima será sempre calculado como uma unidade por produto finalizado. UNIDADE 2TÓPICO 2102 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S DIC AS! Custos Diretos São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos bastando existir uma medida de consumo (quilograma de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão de obra utilizadas e, até mesmo, quantidade de energia elétrica consumida). Podemos dizer também que são aqueles que se identificam e são apropriados diretamente ao produto e variam proporcionalmente à quantidade produzida, sendo possível conhecer exatamente quanto cada produto utiliza de custo, existindo uma medida de consumo. 2.2 DESPESAS VARIÁVEIS OU DIRETAS É importante conhecer as Despesas Variáveis ou Diretas, apesar de não haver relação com o sistema de produção. As Despesas Variáveis ou Diretas são aquelas que podem ser facilmente quantificadas (identificadas em valor) e apropriadas em relação às receitas de vendas dos produtos e/ou venda de prestação de serviços. Em outras palavras, variam proporcionalmente ao volume das receitas. Exemplo: impostos e comissões sobre as vendas, fretes e seguros. As características são idênticas aos custos variáveis. O que muda é que seu valor não varia conforme a quantidade produzida e sim pela quantidade vendida. Se não existir faturamento não existirão os gastos, tais como impostos e comissões sobre as vendas, mas, por outro lado, quanto mais a empresa faturar mais paga de impostos e comissões sobre vendas. 2.3 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS Os Custos Fixos ou Indiretos são aqueles custos que permanecem constantes em determinada capacidade instalada de produção, independente do volume de produção. Consequentemente, não são identificados como custos de produção do período, mas como custos de um período de produção. UNIDADE 2 TÓPICO 2 103 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S DIC AS! O Custo de um período de produção pode ser a depreciação de uma máquina industrial ou o salário da administração da fábrica. Isso quer dizer que esses dois tipos de custos existirão na empresa, havendo ou não produção durante o mesmo período. Por esse motivo ele se chama Fixo (sempre vai existir) e Indireto (pois não é aplicado diretamente no produto). Como esse tipo de custo não é identificável ao produto não há uma medida objetiva de consumo, existindo a necessidade de distribuir o custo através de rateio, que são, na maioria das vezes, decisões arbitrárias. Exemplos de Custos Indiretos são o aluguel, o material de consumo geral da fábrica e o salário dos encarregados. Conforme Crepaldi (1998, p. 59), os custos fixos ou indiretos “são os que para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio”. IMP OR TAN TE! � O custo fixo ou indireto independe do volume de produção. Exemplo: o valor mensal do aluguel do prédio ou galpão da fábrica é o mesmo durante um período contratual, não importando se a empresa produzirá 1.000 ou 1.200 unidades/mês de determinado produto naquele local. Esses custos necessitam da utilização de algum critério de rateio ou distribuição para sua alocação aos produtos, pois não podem ser apropriados de forma direta nas unidades específicas, ordens de serviços ou produtos e serviços executados. Portanto, o custo Indireto de Fabricação – CIF é todo o custo que não pode ser identificado facilmente com uma unidade de produto. Um custo é considerado indireto quando não pode ser identificado diretamente aos seus portadores finais, isto é, aos objetivos que consomem os recursos ou às atividades que geraram esses custos. Geralmente são comuns a dois ou mais objetos de custeio e são formados pelos seguintes elementos: UNIDADE 2TÓPICO 2104 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S a) Materiais Indiretos: é o material empregado nas atividades auxiliares da produção cuja pertinência ao produto inexiste ou é praticamente nula. Exemplo: os materiais utilizados pela manutenção da fábrica, material de expediente, material de segurança e ferramentas de consumo. b) Mão de obra Indireta: é todo o trabalho realizado no setor de fabricação não pertinente especificamente a algum produto, compreendendo os trabalhos auxiliares ou de assessoramento em determinada produção. Pode-se dizer que a mão de obra indireta engloba, principalmente, trabalhos relacionados com o controle e o planejamento da produção, tais como aqueles desenvolvidos por apontadores, programadores, controladores, encarregados de produção, supervisores, almoxarifes, dentre outros. c) Outros Custos Indiretos: são os demais gastos com itens que também participam do processo produtivo, mas não se identificam diretamente com o produto. Exemplo: depreciação de equipamentos, seguros do prédio industrial, energia elétrica e aluguel. FONTE: Adaptado de: <https://www.passeidireto.com/arquivo/2050517/apostila-de-contabilidade-de- custos/2>. Acesso em: 26 mar. 2015. DIC AS! Rateio Critério de rateio significa adotar uma forma de “dividir” esses custos fixos por quantidade de volume de produção, ou horas totais disponíveis dos funcionários contratados pela fábrica, ou peso total do volume de produção realizada, dentre outras formas possíveis 2.3.1 Principais características dos Custos Fixos ou Indiretos Vamos verificar as principais características dos custos fixos ou indiretos, que são as seguintes: O valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume de produção. Se a produção for zero, o gasto existe; se a produção for 1.000 unidades, o valor do gasto continuará sendo o mesmo. O valor por unidade produzida varia a medida da variação no volume de produção, por se tratar de um valor fixo total diluído por uma quantidade maior ou menor de produção. Supondo que os custos fixos ou indiretos totalizam R$ 10.000,00 e em um determinado período UNIDADE 2 TÓPICO 2 105 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S a empresa produz 1.000 unidades, o custo fixo ou indireto unitário será de R$ 10,00, mas se no próximo período a empresa produzir 900 unidades, o custo indireto unitário será de R$ 11,11. Em outras palavras, o valor do custo Fixo ou Indireto por unidade será maior ou menor conforme o volume de produção. Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. Esta alocação (critérios de rateio) pode ser efetuada de diversas formas. Vejamos dois exemplos: podemos dividir o valor da fatura da água pelo número de colaboradores e o valor da fatura da internet pode ser dividido pela quantidade de usuários. Estes critérios devem ser definidos pela administração e variam de uma empresa para outra, procurando-se utilizar o que melhor se adapta para a realidade da empresa. DIC AS! Uma característica que pode facilitar o trabalho de diferenciar os custos fixos ou indiretos dos custos variáveis ou diretos é a necessidade da empresa industrial de adotar qualquer forma de rateio dos produtos. Aqui você estudou as principais características dos Custos Fixos ou Indiretos. No próximo item, vamos conhecer as despesas fixas ou indiretas. 2.4 DESPESAS FIXAS OU INDIRETAS É importante conhecermos o que são as Despesas Fixas ou Indiretas, apesar de não haver relação com o sistema de produção, pois são aquelas despesas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades geradoras de receitas, independente do volume de vendas de produtos da empresa industrial. São gastos que não podem ser identificados precisamente com as receitas geradas. Geralmente são consideradoscomo despesas do período e não são distribuídos por tipo de receita. Podemos citar como exemplo as despesas administrativas, as despesas financeiras e outras despesas como, imposto de renda, contribuição social, aluguéis, seguros, salários e encargos sociais, alimentação, transporte, telefone e internet. As características das despesas fixas ou indiretas são semelhantes aos custos fixos ou indiretos. O que muda é que a base para análise é o faturamento e não a produção. A empresa precisa pagar o salário de um administrador ou de um supervisor financeiro se não tiver faturamento? Claro que sim, não podemos deixar de pagar o seu salário, e se a empresa faturar o valor de R$ 1.000.000,00, o administrador ou o supervisor financeiro recebem o mesmo valor, portanto, se trata de uma despesa indireta ou fixa. UNIDADE 2TÓPICO 2106 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S NO TA! � As características das despesas fixas ou indiretas são semelhantes aos custos fixos ou indiretos. O que muda é que a base para análise é o faturamento e não a produção. UNIDADE 2 TÓPICO 2 107 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 2 Chegamos ao final do Tópico 2 onde estudamos os gastos (custos e despesas) e seus aspectos comportamentais, sendo possível compreender os seguintes assuntos: • Os Custos Variáveis ou Diretos são aqueles que mantêm uma relação direta com o volume de produção ou serviço. Podem ser quantificados e identificados aos produtos ou serviços e valorizados com relativa facilidade e, dessa forma, não necessitam de critérios de rateios para serem alocados aos produtos. • Os Materiais diretos são compostos por matérias-primas, material de embalagem, componentes e outros materiais necessários à produção, ao acabamento e à apresentação final do produto acabado, ou seja, todo material necessário para que o produto funcione. • A Mão de obra direta é o trabalho aplicado diretamente na confecção do produto, de suas partes ou seus componentes, ou na prestação de serviços. • As Despesas Variáveis ou Diretas são aquelas que podem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas e a prestação de serviços, ou seja, aquelas que variam proporcionalmente ao volume das receitas. Exemplo: impostos, comissões, fretes e seguros. • Os Custos Fixos ou Indiretos são aqueles que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independente do volume de produção. Consequentemente, não são identificados como custos de produção do período, mas como custos de um período de produção. • Os Materiais Indiretos são empregados nas atividades auxiliares da produção cuja pertinência ao produto inexiste ou é praticamente nula. • A Mão de obra Indireta é todo o trabalho realizado no setor de fabricação não pertinente especificamente a nenhum produto. Exemplo: encarregado, supervisores e almoxarifes. • As Despesas Fixas ou Indiretas são aquelas despesas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades geradoras de receitas, independente do volume de vendas ou prestação de serviços. São aqueles gastos que não podem ser identificados com precisão conforme as receitas geradas. UNIDADE 2TÓPICO 2108 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos, neste item, realizar uma autoavaliação referente ao Tópico 2. Procure responder com suas palavras às questões abaixo. Não hesite, vá com calma e sucesso para você! 1 O que são os Custos Variáveis ou Diretos? 2 Que tipo de custos tem relação direta com os produtos? 3 Qual é o único elemento concreto que pode ser fisicamente reconhecido no produto acabado? 4 Quais são os demais custos que são alocados no produto apenas como componentes financeiros? 5 O que são os Custos Indiretos ou Fixos? 6 Referente aos Custos Indiretos ou Fixos apure o valor do custo do aluguel por unidade de produção, utilizando como critério de rateio, o volume de produção por período. 7 De acordo com o resultado apurado na questão 6, se os custos fixos não se alteram durante o exercício social (ano) da empresa, mas houver oscilação no volume de produção física, os valores dos Custos Fixos Unitários tendem a: 8 Quais são os materiais indiretos utilizados nas atividades auxiliares da produção? 9 O que são as Despesas Fixas ou Indiretas? Valor do aluguel mensal: Produção do mês 1: Produção do mês 2: 5000 5400 R$ 10.000,00 Peças (em unidade) Peças (em unidade) Valor do custo fixo mês 1: Valor do custo fixo mês 2: Valor por unidade: Valor por unidade: C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 Neste tópico vamos conhecer quais são os Sistemas de Custeio existentes. Cada país possui o seu Sistema de Custeio com base em critérios legais próprios existentes. No Brasil é aceito apenas o Sistema de Custeio por Absorção. Um Sistema de Custeio estabelece critérios para que, de acordo com o sistema adotado, determinados gastos possam ou não fazer parte dos custos de produção. Assim, é preciso que o gestor interessado nas informações fornecidas pela Contabilidade de Custos considere qual é o sistema de custeio adotado pela empresa e quais os efeitos sobre a composição dos custos de produção. E, principalmente, obedecer aos critérios legais para o cumprimento fiscal. UNIDADE 2 IMP OR TAN TE! � Então, CUSTEIO significa método de aplicação dos custos. O autor Martins (2000, p. 41) destaca os custeios mais difundidos na literatura especializada, que são os seguintes: “[...] Custeio por Absorção, Custeio Direto, Custeio Padrão, ABC, RKW etc.”. Embora existam outros, neste Caderno de Estudos abordaremos especificamente dois tipos de Sistemas de Custeio, que são os dois modelos principais utilizados no mercado brasileiro: o Sistema de Custeio Direto e o Sistema de Custeio por Absorção. UNIDADE 2TÓPICO 3110 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � O Sistema de Custeio Direto é utilizado apenas para fins gerenciais como o cálculo do Ponto de Equilíbrio (este tipo de cálculo será estudado na Unidade 3 deste Caderno de Estudos). O Sistema de Custeio por Absorção é o que as empresas estabelecidas em território brasileiro precisam utilizar para cumprir as normas legais. Vamos em busca desse conhecimento! 2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO 2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS Caro(a) acadêmico(a), iniciaremos pelo Sistema de Custeio por Absorção, que possui uma sistemática diferente do Sistema de Custeio Variável ou Direto para a apuração dos custos. Vamos analisar suas particularidades. O Sistema de Custeio por Absorção pressupõe que tanto os custos diretos utilizados no processo industrial de produção como os custos e as despesas indiretas ou fixas, também utilizadas no processo de produção, são incluídos nos estoques e nos custos dos produtos vendidos. Este sistema considera que, quando a empresa opera no volume normal de produção, os custos indiretos de produção são considerados como custeio do produto. Para Martins (2000, p. 41-42), “Custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”. Para outros autores como Beulke e Bertó (2005, p. 32) “[...] esse sistema de custeio se caracteriza pela apropriação de todos os custos aos produtos (tanto variáveis como fixos, ou então tanto diretos como indiretos)”. UNIDADE 2 TÓPICO 3 111 C O N T A B IL I D A D E D E C U S T O S DIC AS! Entende-se que o Sistema de Custeio por Absorção é a apropriação dos produtos elaborados pela empresa, incluindo todos os custos envolvidos no processo de fabricação, quer estejam diretamente vinculados ao produto, quer se refiram à tarefa de produção em geral, e somente podem ser destinados aos bens fabricados indiretamente, isto é, mediante rateio. Vejamos! No Sistema de Custeio por Absorção é como se a empresa estivesse separada em duas partes: a fábrica e a atividade comercial; é como se a atividade comercial vendesse os produtos que a fábrica produz por um determinado valor que cobrisse tudo o que ela tenha gasto para produzi-los. A totalidade destes custos é atribuída a todos os produtos e só será deslocado para despesas, afetando o resultado do período, quando forem vendidos, ou seja, no CPV - Custos dos Produtos Vendidos. Assim, podemos separar o que são custos e despesas na empresa industrial. Conforme Megliorini (2001), todos os custos fixos ou variáveis são absorvidos pelos produtos. O procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos relacionados à fabricação. Este método é proveniente de um sistema desenvolvido na Alemanha, no início do século XX, conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são rateados entre todos os produtos acabados. IMP OR TAN TE! � Não vamos aprofundar o sistema RKW neste Caderno de Estudos, mas é relevante saber que existe uma relação entre o Custeio por Absorção e o RKW em relação à absorção dos gastos de produção indiretos aos produtos. UNIDADE 2TÓPICO 3112 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O ponto mais importante no sistema de custeio por absorção diz respeito aos custos fixos, visto que estes não sofrem variação em razão do volume da produção, como vimos no Tópico 2, item 2.3 desta unidade. No período de um mês (30 dias), os gastos fixos serão os mesmos, independente do volume de produção realizado. Podemos apontar alguns exemplos de gastos fixos em uma empresa industrial, tais como: - Depreciação das máquinas e equipamentos: é o mesmo valor identificado para cada mês em cada tipo de equipamento, pois mesmo que essas máquinas e equipamentos não sejam utilizadas em um determinado período sofrerão o desgaste tecnológico. - Aluguel de prédio ou galpão: o valor do aluguel é determinado por contrato e é pago por valor fixo em um período, geralmente, de 30 dias. - Salário da supervisão da fábrica: o salário mensal que o supervisor da fábrica recebe não modifica em função do volume de produção. DIC AS! Mas como proceder com esses Custos Fixos para serem identificados aos produtos? Para os Custos Fixos serem identificados aos produtos deverão ser rateados. Mas, o que vem a ser rateio? Rateio significa dividir ou distribuir os custos de acordo com algum critério que pode ser por número total de unidades produzidas ou número total de horas de produção, dentre outras formas. Para Megliorini (2001), a dificuldade para alocar custos indiretos está na definição da base de rateio utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos será prejudicado e o gestor terá dificuldades com o recebimento de informações gerenciais importantes para tomadas de decisões. Como pode ser efetivado o rateio dos Custos Indiretos aos produtos? O rateio pode ser realizado com base em: - Horas de produção. - Quantidade de produção em peças. - Quantidade de produção consumida de matéria-prima. - Área útil da fábrica. UNIDADE 2 TÓPICO 3 113 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Além desses critérios de rateio acima mencionados, podem ser utilizados outros de acordo com as necessidades da empresa. O custo de fabricação de um produto pode variar de acordo com o critério de rateio adotado pela empresa para apropriação dos custos fixos. A consequência é a variação do resultado apurado na venda de um produto. Diferentes critérios de rateio apresentam diferentes bases para apuração dos custos e, assim, a apuração dos resultados dos períodos na empresa também se altera. O Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. (CREPALDI, 1998, p. 83). Este é o método adotado pela contabilidade financeira e aceito pela legislação vigente no país, pois existe a valorização dos estoques para fins de balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. Por intermédio deste método, todos os custos de fabricação, independente de serem fixos, variáveis, diretos ou indiretos, são absorvidos/identificados aos produtos e considerados nos valores dos estoques. São os chamados custos totais do produto. Apenas os gastos que não são específicos da produção, isto é, que não estão ligados à fabricação como os administrativos, os financeiros e as vendas, não são absorvidos pelos produtos. São chamados de despesas do período. A sua função é relacionada ao tempo, ou seja, o período necessário para a produção e não com a fabricação dos produtos. Existem três componentes utilizados no custo de fabricação que são os seguintes: os materiais diretos, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação. Nos materiais diretos e na mão de obra direta atribui-se o valor diretamente ao produto por ser de fácil identificação, enquanto os custos indiretos de fabricação são alocados por critérios de rateio. Veja a seguinte suposição: Valor dos Custos Diretos de Produção (por unidade) = R$ 60,00 Valor dos Custos Indiretos de Produção (totais do período) = R$ 230.000,00 Volume de produção (em unidades) = 20.000 unidades Rateio dos Custos Indiretos de Produção (pelo volume de produção) = R$ 230.000,00 / 20.000 unidades = R$ 11,50 por unidade (Custos Indiretos). Valor do Custo Final do Produto = R$ 60,00 + R$ 11,50 = R$ 71,50. UNIDADE 2TÓPICO 3114 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vejamos o seguinte exemplo com a mesma base de dados (os mesmos valores), porém com o critério de rateio dos Custos Indiretos estabelecidos em horas totais disponíveis de produção que, neste caso, podemos supor que tenham sido de 15.000 horas. Assim, foram utilizadas 15.000 horas para produzir 20.000 unidades de produtos. O valor apurado será o seguinte: Valor dos Custos Diretos de Produção (por unidade) = R$ 60,00 Valor dos Custos Indiretos de Produção (totais do período) = R$ 230.000,00 Volume de produção (em horas) = 15.000 horas Rateio dos Custos Indiretos de Produção (pelo montante de horas) = R$ 230.000,00 / 15.000 horas = R$ 15,33 por unidade (Custos Indiretos). Valor do Custo Final do Produto = R$ 60,00 + R$ 15,33 = R$ 75,33. Percebeu a diferença? IMP OR TAN TE! � Diferentes critérios de rateio permitem identificar e apurar diferentes valores de custos dos produtos. Situação 1 = Custo de R$ 71,50 Situação 2 = Custo de R$ 75,33 Caro(a) acadêmico(a), você deve estar pensando que então o critério de rateio é subjetivo, pois os resultados são diferentes, uma vez que um volume maior de custos fixos (indiretos) podem ser alocados de um produto para outro em um determinado critério e no outro isto não acontecer. Sim! Isso mesmo. E esse critério de rateio é realizado de acordo com a experiência e habilidadeque o contador tem para desempenhar essa função e tomar a decisão mais adequada. Por isso deve-se ter o cuidado com a aplicação do critério de rateio de custos, identificando a melhor forma de rateio da produção. Observe o esquema do custeio por absorção proposto por Cardoso, Mário e Aquino (2007) para evidenciar o que referimos anteriormente e reforçarmos outros aspectos relevantes na metodologia de custeio por absorção. UNIDADE 2 TÓPICO 3 115 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 17 – ESQUEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO FONTE: Extraído de: Cardoso, Mário e Aquino (2007, p. 90) Segundo os autores, apresentou-se que o rateio é dividido em uma única base de cotas. “Embora essa seja a prática contábil mais adotada, tal afirmação não é necessariamente verdadeira, afinal, empresas podem adotar mais de um critério de rateio, um para cada recurso consumido, por exemplo”, complementam Cardoso, Mário e Aquino (2007, p. 90). Conforme Leone (2000, p. 326), “[...] todos os custos e despesas de fabricação, não importa se fixos ou variáveis, são carregados ao custo da produção”. No item 2.2 vamos identificar a metodologia do Sistema de Custeio por Absorção e suas formas para apropriação dos custos aos resultados da empresa. 2.2 METODOLOGIA DE APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) a este item de estudos! Se você chegou com facilidade até este ponto significa que podemos apresentar a metodologia da apropriação dos Custos Diretos e Indiretos para o estoque de produtos prontos da empresa, e reconhecer o impacto dos mesmos no resultado da empresa na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. UNIDADE 2TÓPICO 3116 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 18 – FLUXO GLOBAL DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO FONTE: Extraído e adaptado de: Crepaldi (1998, p. 130) Em síntese, podemos observar que a Demonstração de Resultado da empresa apresenta-se da seguinte forma, de acordo com o sistema de custeio por absorção: Relembrando o que vimos até agora, esquematicamente, o fluxo global de custos e despesas para apuração de resultados no custeio por absorção pode ser representado da seguinte forma. UNIDADE 2 TÓPICO 3 117 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S QUADRO 10 – SÍNTESE DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO FONTE: O autor Pela metodologia do custeio por absorção, os custos dos produtos vendidos, os estoques finais de produtos em elaboração e os produtos acabados conterão TODOS os custos de produção, sejam fixos ou variáveis. Essa é uma questão importante que merece ser repetida: todos e somente os custos de produção! Podemos verificar aqui que praticamente sumiram as contas de despesas variáveis de vendas e a margem de contribuição. Podemos perceber ainda que existe apenas a conta do Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) logo após as receitas de vendas. Pelo Sistema de Custeio por Absorção os custos dos produtos vendidos, os estoques finais de produtos em elaboração e os produtos acabados compreendem todos os custos de produção, fixos ou variáveis; repetindo, aqui se aplicam e se identificam somente os CUSTOS DE PRODUÇÃO. Observe que existe apenas a conta do CPV - Custo dos Produtos Vendidos ou CMV - Custo de Mercadorias Vendidas, como alguns autores preferem, logo após as Receitas de Vendas. Este sistema de custeio atende os princípios fundamentais de Contabilidade e é aceito pelas autoridades fiscais. Portanto, a sua utilização está amplamente amparada pela legislação. IMP OR TAN TE! � Os princípios contábeis e a legislação do Imposto de Renda determinam a utilização do custeio por absorção. Este sistema de custeio deve ser amplamente utilizado pelas empresas, evitando problemas com o fisco brasileiro. UNIDADE 2TÓPICO 3118 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Contudo, é importante conhecer os pontos fortes e fracos deste sistema de custeio, pois existem as vantagens e as desvantagens. Vamos lá? 2.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do Sistema de Custeio por Absorção Para identificar os pontos fortes do sistema de custeio por absorção acreditamos que seja importante buscar apoio nas definições de alguns autores. 2.2.1.1 Pontos fortes É possível identificar algumas vantagens no Sistema de Custeio por Absorção, que são as seguintes, conforme Leone (1996): O sistema considera o total dos custos por produto, que aqui são demonstrados pelos Custos Fixos e Variáveis. O sistema é utilizado para a formação dos estoques da empresa como os produtos em elaboração e os produtos acabados, mas somente se aplicam os inerentes ao setor produtivo. O sistema permite apurar os custos por “centros de custos”, por departamentos, sendo possível identificar facilmente os valores dos gastos por departamentos da empresa. O sistema é adotado pela legislação comercial e fiscal vigentes no Brasil. Bem! Agora que vimos os pontos fortes, também devemos conhecer alguns pontos fracos. Vejamos! 2.2.1.2 Pontos fracos O Sistema de Custeio por Absorção possui algumas desvantagens, os chamados pontos fracos. Vamos buscar a contribuição de Leone (1996) para ajudar a esclarecer esse assunto, como demonstrado a seguir: • Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos, pois com o critério de absorção utilizado de forma arbitrária, alguns custos indiretos ou fixos, podem estar sendo alocados (distribuídos) “injustamente” aos custos dos produtos. • Não evidencia a capacidade ociosa da entidade. Não há como prever quanto UNIDADE 2 TÓPICO 3 119 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S contribuem os departamentos indiretos de produção para a formação dos custos dos produtos e qual é sua participação para a sua real formação. • Apresenta pouca quantidade de informações para fins gerenciais. 3 MÉTODO DE CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL 3.1 ASPECTOS CONCEITUAIS O sistema de custeio direto ou variável parte do pressuposto de que é possível separar os custos em fixos e variáveis. Então, todos os custos variáveis são incluídos no custo do produto, e, por sua vez, os fixos são considerados despesas do período e não fazem parte do custo do produto. Os custos e as despesas indiretas fixas não devem ser incluídos no estoque e no custo dos produtos vendidos. Eles são considerados despesas do período e lançados diretamente na Demonstração de Resultados, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Para a produção são considerados apenas os gastos variáveis como: matéria-prima; mão de obra direta de fábrica; energia elétrica das máquinas industriais; gastos com comissões de vendedores; gastos variáveis das vendas, dentre outros. UNI Os gastos com comissões de vendedores e os gastos variáveis das vendas são na realidade gastos que não estão relacionados com a produção, porque as vendas não estão relacionadas com a produção. O setor de Vendas é considerado um departamento de apoio na empresa e não é produtivo. Leone (2000, p. 327) diz que: “[...] os custos variáveis de fabricação são debitados aos custos dos produtos fabricados e aos produtos que permanecem no final do período em elaboração. Os custos fixos de fabricação não são apropriados; eles são postos diante das receitas e rendas do período”. UNIDADE 2TÓPICO 3120 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S DIC AS! O Custo Direto incide diretamente na fabricação dos produtos da empresa industrial. O custeio direto tem um impacto diferente sobre os lucros, se comparado ao custeio por absorção, porque nele os gastos fixosde fabricação são interpretados como custos periódicos debitados imediatamente da receita, e não como custos do produto, aplicados às unidades produzidas. A seguir, no item 3.2 - Metodologia de Apresentação do Sistema de Custeio Direto ou Variável, deste tópico, com a utilização das figuras 19 e 20, podemos verificar como é o funcionamento da apropriação destes custos. Os defensores do custeio direto afirmam que a parte fixa das despesas indiretas de fabricação é mais relacionada com a capacidade de produzir do que com a produção de unidades específicas. No entanto, os adversários do custeio direto afirmam que os estoques devem conter o componente de custo fixo, porque tanto os custos fixos como os custos variáveis são necessários à produção de mercadorias; ambos são incluídos nos estoques. E como funciona a apuração do Custeio Direto na prática? Se toda a produção de um determinado período for vendida, o lucro bruto pelo sistema de custeio direto ou variável será maior que o apurado pelo sistema de custeio por absorção, por causa da não apropriação dos custos fixos aos produtos no sistema de custeio variável e a consequente redução do custo dos produtos vendidos. Se uma parte da produção iniciada e acabada em determinado período permanecer em estoque, o lucro bruto nesse período será maior pelo custeio direto ou variável, devido à falta dos custos fixos na composição do custo dos produtos vendidos. Mas, o lucro líquido será maior pelo custeio por absorção em razão dos custos fixos serem deduzidos integralmente como se fossem despesas operacionais no custeio variável e, no custeio por absorção, permanecerem, proporcionalmente, em estoque como parte da produção não vendida. Para reforçarmos esse pensamento, a contribuição de Crepaldi (1998, p. 111) é importante, pois salienta que: Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custea- Deste modo, o custo dos produtos vendidos, os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados conterão somente custos variáveis. É também conhecido como sistema de custeio direto, visto que os custos variáveis são diretos. UNIDADE 2 TÓPICO 3 121 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S mento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerradas diretamente como resultado do período. Mas existem algumas características essenciais do método de custeio variável, que são as seguintes: 1) Divisão dos custos em dois grupos principais: fixos e variáveis. 2) Atribuir ao custo final dos produtos somente os custos variáveis, obtendo-se, assim, um custo final variável dos produtos. A diferença do custo variável com a Receita de vendas é chamada Margem de Contribuição (estudaremos esse conceito no item 3.3 deste tópico). 3) E principalmente os custos fixos são considerados na sua integridade como redutores do resultado, e não entram nos estoques da empresa por não serem considerados como elementos componentes do custo dos produtos. Desta forma, o critério de custeio direto ou variável fundamenta-se no pressuposto que os custos e as despesas inventariáveis (debitadas aos produtos em processamento e acabados) serão aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em relação a uma medida (referência, base, volume) dessa atividade. IMP OR TAN TE! � Lógica do CUSTEIO DIRETO => Se há produção, há custo; se não houver produção, também não existirá custo. No próximo item, vamos identificar a metodologia do Sistema de Custeio Variável. 3.2 METODOLOGIA DE APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL Caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) a este item de estudos! Se você chegou com facilidade até este ponto significa que podemos continuar nossa conversa no sentido de apresentar a metodologia da apropriação dos Custos Diretos ou Variáveis. A utilização do método de custeio direto ou variável apoia-se no fato de que os custos fixos podem ser encarados como encargos necessários para que a empresa tenha condições de produzir, uma vez que esses custos existem independente ou não da fabricação de determinado produto ou do aumento ou redução da quantidade produzida. UNIDADE 2TÓPICO 3122 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Como já vimos, esse processo otimiza a tomada de decisão e, por isso, é amplamente usado. No entanto, essa metodologia não atende aos princípios fundamentais de contabilidade e não é aceito pelas autoridades fiscais (CREPALDI, 1998). A sua utilização está limitada apenas para uso de informações gerenciais, como o cálculo do Ponto de Equilíbrio que iremos estudar mais adiante. IMP OR TAN TE! � Os princípios contábeis e a legislação do Imposto de Renda determinam a utilização do custeio por absorção. Assim, o custeio direto é adotado para fins gerenciais e processos decisórios, pois permite a produção de informações importantes como a MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO e o PONTO DE EQUILÍBRIO. Apesar dessa restrição, conheceremos como se aplica o método de custeio direto ou variável. Observe o esquema proposto por Cardoso, Mário e Aquino (2007) que sintetizam essa metodologia para a Contabilidade de Custos. FIGURA 19 – ESQUEMA DO CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL FONTE: Extraído de: Cardoso, Mário e Aquino (2007, p. 95) UNIDADE 2 TÓPICO 3 123 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Você pode verificar que o sistema exige, em um primeiro momento, a separação da contabilização dos custos totais em fixos e variáveis. Depois, é necessário deduzir os custos variáveis dos produtos vendidos da receita total, e da margem de contribuição diminuir os custos fixos de produção. Dessa forma, obteremos o lucro operacional. Para tanto, utilizaremos um esquema de custo variável proposto por Crepaldi (1998), que mantém a mesma lógica do sistema direto. Você poderá observar que os custos dos produtos e as despesas de vendas se apresentam da seguinte forma: FIGURA 20 – ESQUEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL FONTE: Extraído e adaptado de: Crepaldi (1998, p. 131) UNIDADE 2TÓPICO 3124 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a Demonstração de Resultado da empresa se apresenta da seguinte forma: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO + Receita de Vendas ( - ) Despesa Variável de Vendas ( - ) Custo do Produto Vendido = MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ( - ) Custo Fixo de Produção ( - ) Despesas Administrativas ( - ) Despesas Fixas de Vendas = RESULTADO DO PERÍODO Pelo Sistema de Custeio Variável-Direto os custos dos produtos vendidos, os estoques finais de produtos em elaboração e os produtos acabados conterão somente CUSTOS VARIÁVEIS DIRETOS. É importante também estudar os pontos fortes e fracos deste sistema de custeio, pois neste sistema também existem as vantagens e as desvantagens. 3.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do sistema de custeio variável Vamos identificar os pontos fortes do sistema de custeio variável. Acreditamos que seja importante buscar apoio nas definições de alguns autores. Vamos lá? 3.2.1.1 Pontos fortes É possível identificar algumas vantagens no Sistema de Custeio Variável que, conforme Leone (1996), são as seguintes: • O custo fixo independe do processo fabril e por não ser alocado ao custo do produto não precisa de maiores cálculos para rateio aos produtos. Esses Custos Fixos são reconhecidos na demonstração do resultado do período. • Os dados necessários para análise da relação custo/lucro/volume são rapidamenteobtidos. UNIDADE 2 TÓPICO 3 125 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S • Pelo fato de não ocorrer critério de rateio de custos fixos aos produtos o sistema evita manipulações nos valores apurados dos custos. Não há como “jogar” mais ou menos valores de custos aos produtos. • O sistema fornece subsídios para o cálculo do ponto de equilíbrio (o ponto de equilí- brio será estudado no item 3.4 deste tópico). • O sistema possui enfoque gerencial, pois podemos identificar com facilidade o volume mínimo necessário que a empresa pode e deve produzir para cobrir todos os gastos de produção e gerais. • O sistema identifica o número de unidades que a empresa necessita produzir e comercializar para saldar seus compromissos de caixa. • O sistema é totalmente integrado com o custo padrão, pois com as fichas técnicas torna-se mais fácil apurar os padrões de consumo na produção de cada item, e com o orçamento flexível, pois a cada momento de maior ou menor demanda de produção, existe a possibilidade de revisar todos os custos necessários para um novo cenário econômico. 3.2.1.2 Pontos fracos É possível identificar as seguintes desvantagens que o Sistema de Custeio Variável pode apresentar, conforme abaixo: • O custo variável não é aceito pela auditoria externa das entidades que têm capital aberto, pela legislação do Imposto de Renda e por uma parcela significativa de contadores. A razão disto é que o custeio variável fere os princípios fundamentais de contabilidade, em especial os princípios de realização da receita, da confrontação e da competência (este princípio você conhecerá ou já conheceu na disciplina de Contabilidade); • O valor do estoque não mantém relação com o custo total e, isoladamente, não se aplica para formação do preço de venda. Para isso é necessário englobar todos os custos e isto não ocorre com este Sistema de Custeio. • A fixação do preço de venda não é baseada no custo direto. No custeio por absorção a situação é a mesma, pois o custo total de fabricação também ignora certos gastos, como os administrativos. Além disso, há evidências que a demanda do consumidor e o comportamento da concorrência são fatores que possuem maior influência sobre os preços do que sobre os custos. Esse tipo de evidência aumenta quando se fala em preço baseado no mercado. • Não há um único custo unitário que possa ser usado como guia ou como referência, enquanto o volume for variável. UNIDADE 2TÓPICO 3126 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S • Para o processo de tomada de decisão ser mais efetivo, o custeio direto exige a participação de pessoas mais qualificadas do que no custeio por absorção. Existe a necessidade de identificar criteriosamente “quanto” de gastos variáveis de vendas é incorporado aos produtos, ou seja, qual é a participação das vendas com essa produção. 3.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO O que é Margem de Contribuição? A Margem de Contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre a Receita, o Custo e a despesa variável de cada produto. É o valor que cada unidade traz efetivamente à empresa como sobra entre a receita e o custo. Existem outras denominações, que são as seguintes: Contribuição para o lucro, Contribuição para o custo fixo, Saldo Marginal, Receita Marginal e Lucro Marginal. A fórmula para o cálculo é a seguinte: MC = PREÇO DE VENDA - CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS MC = Margem de Contribuição Objetivos da Margem de Contribuição: - Auxilia na tomada de decisões de que produtos merecem maior esforço de venda. - Auxilia os Administradores a decidir se determinada linha de produção deve ser abandonada ou recupe rada. - Auxilia na avaliação de alternativas que se criam em relação à redução de preços, descon tos, campanhas publicitárias, prêmios sobre vendas, dentre outros. - Identifica o valor com o qual cada produto contribui na amortização dos gastos fixos e forma ção do lucro. FONTE: Adaptado de: < http://www.novosolhos.com.br/download.php?extensao=pdf&original=AN% C3%81LISE%20DE%20CUSTOS%20vol%201.pdf&servidor=arq_material/4066_4348.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015. De acordo com Wernke (2005), a margem de contribuição pode ser conceituada como o valor (em $) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos fixos mensais da empresa. Em um segundo momento, é o valor que cada unidade contribui para gerar os lucros de um determinado período. Nas palavras de Padoveze (2009, p. 370): UNIDADE 2 TÓPICO 3 127 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Representa o lucro variável. É a diferença entre preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Wernke (2005) utiliza a Figura 21 para explicar que, se cada produto vendido traz $ 10 de margem de contribuição unitária, isso significa que: a) será necessário vender 30 unidades para cobrir as despesas e custos fixos do período; b) totalizam $ 300; c) depois de vendidas essas 30 unidades, as unidades adicionais passarão a contribuir para gerar o lucro do período. FIGURA 21 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO FONTE: Extraído de: Wernke (2005, p. 99) Quanto ao procedimento do cálculo da margem de contribuição, Wernke (2005) sugere o seguinte formulário que relaciona os fatores mais comuns a serem empregados para obter o valor da margem de contribuição de forma unitária ou total. QUADRO 11 – FORMULÁRIO PARA CÁLCULO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Mercadoria/Produto: Linha ou grupo: Referência/tipo/tamanho: Fornecedor: Fatores Valor (em $) 1. Preço de venda unitário (de mercado ou de tabela) 2. Custo unitário de compra da mercadoria ou de matérias-primas (+) Custo unitário na nota fiscal de compra (-) Descontos incondicionais na nota fiscal de compra (+) Fretes, seguros, desembaraço aduaneiro e outros itens pagos na compra da mercadoria (-) Impostos recuperáveis vinculados à nota fiscal de compra (+) Impostos não recuperáveis vinculados à nota fiscal de compra (+/-) Outros fatores relacionados com a compra 3. Despesas variáveis de venda (-) Tributos incidentes sobre o preço de venda (ou sobre as receitas de vendas) (-) Comissões sobre vendas (-) Outros gastos incidentes sobre vendas (como tarifa de cobrança bancária etc.) 4. Mão de obra direta (por unidade produzida) (5 = 1 – 2 – 3 – 4) Margem de contribuição unitária ($) (6 = [5/1] x 100) Margem de contribuição percentual (%) (7) Quantidade vendida no período (unidades) (8 = 5 x 7) Margem de contribuição total do período ($) FONTE: Extraído e adaptado de: Wernke (2005, p. 100) UNIDADE 2TÓPICO 3128 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para utilizar o formulário proposto é preciso observar as seguintes etapas: a) No item (1) anotar o preço de venda à vista do produto. b) No item (2) coletar os dados das notas fiscais de compras ou documentos anexos (conhecimentos de fretes, desembaraço aduaneiro etc.), anotando os itens disponíveis. Este método só admite a apropriação dos custos variáveis na determinação do custo dos produtos, isto é, inclui os custos primários e os custos indiretos variáveis, sendo que os custos indiretos fixos são registrados como gastos do período em que o produto é fabricado. Os centros geradores de receitas precisam produzir o suficiente para manter os custos dos setores que não possuem receitas, mas executam atividades de apoio necessárias aos setores produtivos, além é claro, da geraçãodo lucro. A margem de contribuição também pode ser analisada em relação a cada produto comercializado, de modo que possamos avaliar a margem de contribuição individual, e também contribuir para a identificação do Ponto de Equilíbrio. Compreendido o conceito e o cálculo da margem de contribuição, passaremos para entender o conceito de ponto de equilíbrio. 3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO Caro(a) acadêmico(a), você já ouviu falar nesta ferramenta de gestão chamada Ponto de Equilíbrio? O Ponto de Equilíbrio é uma ferramenta utilizada para apurar os custos necessários à sobrevivência da empresa sem apresentar lucro ou prejuízo. Esse parâmetro determina o ponto em que o empreendimento equilibra seus custos com as receitas. É o resultado zero. A geração de lucros ocorrerá com as vendas adicionais após ter atingido o Ponto de Equilíbrio. Conforme apresentado por Megliorini (2001, p. 151), “[...] qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e despesas variáveis, contribui, primeiramente para a cobertura dos custos e despesas fixos e, depois para o lucro”. Conforme exposto por Bornia (2002, p. 336), “o ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível de vendas em que o lucro é nulo.” Vejamos um exemplo abaixo: Determinada empresa produz e vende 20 (vinte) unidades de determinado produto. UNIDADE 2 TÓPICO 3 129 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Considerando os dados a seguir, podemos calcular o ponto de equilíbrio: Custos e despesas variáveis unitários: R$ 5.000,00 Custos e despesas fixos mensais: R$ 50.000,00 Preço de venda unitário R$ 9.000,00 O resultado será: Receita de Vendas R$ 180.000,00 (-) Custos de Despesas Variáveis: R$ 100.000,00 (=) Margem de Contribuição: R$ 80.000,00 (-) Custos e Despesas fixos R$ 50.000,00 (=) Lucro Operacional R$ 30.000,00 Calculando, margem de contribuição de cada unidade é R$ 4.000,00 (quatro mil reais), (R$ 80.000,00 M.C / 20 Unidades). O valor resultante da margem de contribuição é superior aos custos e despesas fixos que é R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Dessa forma, são necessárias 12,50 margens de contribuição para cobrir os custos e despesas fixos (12,50 x R$ 4.000,00) e atingir o ponto de equilíbrio. A margem de contribuição das demais unidades comercializadas é o lucro. Como vimos, o ponto de equilíbrio é outro conceito que deve ser entendido para que se faça a análise da CVL (Custo X Volume X Lucro). De acordo com Padoveze (2009), a informação do ponto de equilíbrio pode ser do total global de vendas ou por produto individual e é importante porque identifica o nível mínimo de atividades que a empresa ou cada divisão deve operar. Nesse sentido, o ponto de equilíbrio: Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fi- xas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros (PADOVEZE, 2009, p. 370-371). Wernke (2005) complementa que o ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variáveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro), conforme demonstra o gráfico a seguir. UNIDADE 2TÓPICO 3130 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S GRÁFICO 1− PONTO DE EQUILÍBRIO FONTE: Extraído de: Wernke (2005, p. 119) No gráfico, as linhas tracejadas demonstram que a empresa precisa vender duas unidades ou obter um faturamento total de $ 200. Esse será o ponto de equilíbrio, porque nesse volume de vendas o resultado é nulo, ou seja, não se obtém lucro e nem prejuízo. DIC AS! O ponto de equilíbrio é o resultado zero da empresa. De acordo com Wernke (2005), existem diversas modalidades de ponto de equilíbrio que suprem as necessidades de informações dos administradores. Por isso, as fórmulas de cálculo utilizadas são adaptadas ao contexto da informação requerida. Assim, temos três tipos básicos de ponto de equilíbrio, com suas respectivas fórmulas para apuração: a) Ponto de equilíbrio contábil em unidades (PEC Unid.): informa a quantidade de produtos que deve ser vendida para que o resultado do período seja nulo. É calculado pela seguinte equação. b) Ponto de equilíbrio contábil em valor (PEC valor): permite calcular o valor mínimo UNIDADE 2 TÓPICO 3 131 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S de vendas (em $) que a empresa deve conseguir para que não tenha lucro e nem prejuízo. É expresso pela fórmula a seguir. c) Ponto de equilíbrio financeiro (PE Fin.): representa o suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos e outras dívidas que a empresa deve saldar no período. Pode ser apurado pela fórmula. Segundo Wernke (2005), o uso do ponto de equilíbrio beneficia a empresa com informações aos gestores quanto aos efeitos de decisões relacionadas: • Alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do consumidor. • Definição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto. • Simulação de cenários. Os conceitos de margem de contribuição e ponto de equilíbrio mantêm relação entre si e também são importantes para que se possa realizar uma análise de custo, volume e lucro. Mas, a empresa precisa também avaliar os estoques. Este é o tema da próxima seção. Para iniciar um empreendimento é necessário analisar o mercado que a empresa atua. Conforme exposto por Warren, Reeve e Fess (2001, p.107): Na maioria das empresas que vendem mais de um produto, cada produto é vendido por um preço. Além disso, os produtos sempre têm diferentes custos variáveis unitários e cada um deles contribui diferentemente para os lucros. Assim, o volume de vendas necessário ao ponto de equilíbrio ou para gerar um lucro-meta, para uma empresa que vende dois ou mais produtos, depende do mix de vendas. O ponto de equilíbrio é um dos parâmetros mais importantes na avaliação da viabilidade de um empreendimento. Se a matéria-prima utilizada for produzida em safras esporádicas, mesmo que o Ponto de Equilíbrio seja baixo, o empreendimento pode ser inviável. Nesses casos, podemos dizer que o mesmo não é confiável e torna-se necessário utilizar dados que compreendem um ciclo completo de produção para encontrá-lo, e, assim, obter confiança nos dados apresentados. Como já vimos o Ponto de Equilíbrio busca igualar custos de despesas com receitas. Mas há estudos que desconsideram certos custos e despesas e acrescentam outros, tais como a UNIDADE 2TÓPICO 3132 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S depreciação. Nesse caso seria suficiente definir tais condições na metodologia adotada para sua determinação. Alguns conceitos já estão consagrados e subdividem o Ponto de Equilíbrio em: • Ponto de Equilíbrio Contábil; • Ponto de Equilíbrio Econômico; • Ponto de Equilíbrio Financeiro. De acordo com Megliorini (2001, p.154), “o Ponto de Equilíbrio Contábil é aquele em que a margem de contribuição se torna capaz de cobrir todos os custos e despesas fixos de um período”. Este considera meramente os aspectos contábeis. Em se tratando de Ponto de Equilíbrio Econômico, Megliorini (2001, p. 155) diz que este “diferencia-se do Ponto de equilíbrio Contábil ao considerar que, além de suportar os custos e despesas fixos, a margem de contribuição deve, também, cobrir o custo de oportunidade do capital investido na empresa”. Este custo de oportunidade pode ser um rendimento alternativo em condições normais de uma aplicação de recursos, considerando-setaxas de juros sem risco e taxas de risco do empreendimento. O mínimo que se espera é que o valor resultante do empreendimento seja superior ao da aplicação. Quanto ao Ponto de Equilíbrio Financeiro, Bornia (2002, p. 79) afirma que “[...] informa o quanto a empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro e, consequentemente, ter de fazer empréstimos, prejudicando ainda mais os lucros”. Dessa forma, a margem de contribuição deverá suportar os custos e despesas fixos sem a depreciação, mas com as amortizações de empréstimos. 3.5 ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E LUCRO O cotidiano de um administrador de empresa é permeado pelo uso de ferramentas utilizadas para a tomada de decisão. Entre essas ferramentas, existe uma que é chamada de análise de custo, volume e lucro (Análise CVL) que é indispensável na área de custos. O conhecimento e a compreensão sobre o funcionamento dessa técnica tornam-se essenciais aos gestores de empresas que atuam em mercados de concorrência acirrada, principalmente quando consideramos as diversas informações gerenciais que ela proporciona (WERNKE, 2005). A figura seguinte demonstra os principais componentes da análise de custo, volume e lucro de uma organização. UNIDADE 2 TÓPICO 3 133 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 22 – PRINCIPAIS COMPONENTES DA ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO FONTE: Extraído de: Wernke (2005, p. 97) Podemos verificar que a análise CVL é um modelo que permite prever o impacto no lucro do período ou no resultado, de alterações ocorridas (ou previstas) no volume vendido (quanto ao número de unidades), nos preços de vendas vigentes (como descontos ou aumentos) e nos valores de custos e despesas (sejam eles fixos ou variáveis). De acordo com Wernke (2005, p. 98), a análise de custo, volume e lucro responde a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa nas seguintes situações: • Aumento ou diminuição do preço de compra dos insumos (como matérias- -primas) por parte dos fornecedores ou de terceiros (fretes pagos na aquisição de materiais); • Diminuição ou aumento nas despesas variáveis de venda, como alterações nas alíquotas de tributos ou nas comissões incidentes sobre as vendas; • Redução ou aumento de custos e despesas fixas, por decisão da empresa com relação a gastos com folha de pagamentos, material de expediente, energia elétrica, telefone etc.; • Diminuição ou aumento do volume de vendas, por expansão ou retração de mercados ou segmentos; • Redução ou majoração dos preços de venda, por opção voluntária da empresa ou forçada pela concorrência. Além dessas situações, Wernke (2005) acrescenta que a análise CVL permite averiguar quais os valores que devem ser praticados quanto aos preços de venda para se atingir a lucratividade desejada pelos investidores, qual é o custo de fabricação máximo dos produtos e quantas unidades devem ser vendidas. Vejamos o que diz Padoveze (2009, p. 370) a respeito da análise CVL: Os conceitos de custos fixos e variáveis permitem uma expansão das possibili- dades de análise dos gastos da empresa, em relação aos volumes produzidos ou vendidos, determinando pontos importantes para fundamentar futuras de- cisões de aumento ou diminuição dos volumes de produção, corte ou manu- tenção de produtos existentes, mudanças no mix de produção, incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais etc. UNIDADE 2TÓPICO 3134 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tanto Padoveze (2009) como Wernke (2005) dizem que a análise CVL remete a outros conceitos importantes e necessários que devem ser utilizados. São eles: a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio, os quais vimos anteriormente. 4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA A importância do estudo da formação do preço de vendas está em avaliar corretamente o preço de venda dos produtos e mensurar os mesmos na sua contabilização. A formação do preço de venda é uma etapa da comercialização do produto ou serviço muito importante, uma vez que o preço dos produtos é relevante nas decisões estratégicas da empresa, sendo necessário acompanhar o preço praticado no mercado. As decisões tomadas certamente trarão impacto nos resultados financeiros da empresa e, portanto, precisam ser consideradas na elaboração do Orçamento. Para determinar o preço dos produtos, é fundamental analisar o público consumidor, a concorrência e estar sempre alerta para a necessidade de se adaptar às novas tendências de mercado, bem como as possíveis mudanças na política econômica e os custos com a mão de obra e a tecnologia utilizada, para que um determinado produto possa chegar ao consumidor. Outro fator importante é o conhecimento do tipo de mercado em que a empresa atua. FONTE: Adaptado de: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd= 4&cad=rja&uact=8&ved=0CC4QFjAD&url=https%3A%2F%2Fadg0096.files.wordpress. com%2F2013%2F09%2Forc_empr_2012v1_unid2.pps&ei=aD4UVdmAKcm8ggTW9YHQAQ &usg=AFQjCNFP4-CjHFzkz11H5B0-xLpHBp9c8w>. Acesso em: 26 mar. 2015. O preço está associado ao processo de tomada de decisões estratégicas da empresa, na medida em que seus resultados financeiros são parcialmente dependentes do preço praticado no mercado. A Ciência Econômica determina que a formação de preços dos bens e serviços ocorre a partir da lei da oferta e demanda. Enquanto a oferta tentará vender ao maior preço possível, a demanda buscará adquiri-lo ao menor possível. Essa é uma das características da lei da oferta e da procura (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2009). Observe a figura a seguir. UNIDADE 2 TÓPICO 3 135 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FIGURA 23 – COMPORTAMENTO DA LEI DA OFERTA E PROCURA FONTE: Extraído de: Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 220) O gráfico representa a lei da oferta e procura. A oferta é crescente e varia em uma razão diretamente proporcional aos preços, enquanto a demanda é decrescente e varia de maneira inversamente proporcional aos preços. Podemos notar ainda que o ponto de interseção entre a oferta e a demanda reflete um certo preço de equilíbrio e também uma determinada quantidade de equilíbrio. Esse ponto representa o volume que os consumidores almejam adquirir e é igual às quantidades que os ofertantes desejam vender. De acordo com Dubois, Kulpa e Souza (2009), é nessa interseção que está a indicação do preço satisfatório para quem procura comprar e que também satisfaz os anseios dos ofertantes dos produtos. Note-se, porém, que devemos considerar os gastos realizados para que as receitas superem esses valores e viabilizem financeiramente a empresa. Somente com uma análise eficaz do mercado e dos custos dos produtos é que o gestor terá condições de definir estratégias de atuação no mercado, para então determinar o preço que será praticado. IMP OR TAN TE! � O CUSTO de fabricação do produto desempenha um papel importante, porque a empresa não pode vender por um preço abaixo do custo, a não ser em alguma circunstância especial. E isto tem fundamental importância no processo orçamentário, pois impacta no planejamento dos resultados da empresa. UNIDADE 2TÓPICO 3136 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Os principais objetivos dos preços são: − proporcionar a longo prazo o maior lucro possível; − permitir a maximização lucrativa da participação de mercado; − maximizar a capacidade produtiva; − maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentável. FONTE: Adaptado de: <https://books.google.com.br/books?isbn=8576388421>. Acesso em: 26 mar. 2015. Tanto empresas que têm por finalidade o lucro como as que não têm, de uma forma ou de outra determinam o preço de seus produtosou serviços. Na verdade, conforme a atuação no mercado, os preços têm diferentes nomes, como tarifas, anuidades, mensalidades, aluguéis, dentre outros. Existem situações específicas que requerem maior atenção na determinação do preço, que são as seguintes: Determinação do preço pela primeira vez, que acontece quando o produto é distribuído em uma nova região de vendas, quando entra regularmente em concorrências públicas para novos contratos de trabalho, ou quando a empresa desenvolve ou adquire um novo produto. Possibilidade de uma alteração no preço por haver dúvida em relação à demanda e aos custos. Diante da possibilidade do preço aumentar por causa da inflação ou escassez. Quando a concorrência muda de preço e a empresa precisa decidir estrategicamente se permanece com seu preço ou não, e se mudar, qual será o valor. Um pressuposto básico na formação do preço do produto ou serviço é o suprimento da necessidade do cliente. É por esta necessidade suprida que o cliente estará disposto a pagar o preço estipulado ou não IMP OR TAN TE! � Podemos perceber com o que vimos até agora que não é a empresa quem estabelece o preço do produto ou serviço e sim o cliente. Existem mercados em condições de estrutura de consumo e preços que possuem determinada demanda por produtos, mas há outros mercados que não possuem essa estrutura. É com base nestes cenários que as empresas devem definir suas estratégias de preços. UNIDADE 2 TÓPICO 3 137 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ATEN ÇÃO! Mudanças nos gostos e preferências dos consumidores modificam a estrutura dos preços. Por este motivo há produtos que possuem margem de lucro bem mais elevada que outros em função da sua procura. É o mercado que define seu nível de consumo, exemplo disso são os consumos criados pelas tendências de moda. Em alguns casos, os gastos com matérias-primas são os mesmos que são utilizados em outro produto que não está na moda, mas o preço de venda final torna-se elevado por um alto índice de procura. 4.1 POLÍTICA DE PREÇOS Com certeza, o preço é um fator de decisão de compra. Por isso, a empresa deve ter clareza em relação ao seu objetivo quando determina o preço de venda de um produto. Outros dois fatores devem ser considerados na formação do preço de venda, que são: acompanhar a concorrência ou diferenciar o produto para fugir de uma guerra de preços. É importante estabelecer uma política de preço que proporcione a empresa um retorno financeiro adequado, pois o mesmo deverá cobrir todos os custos e despesas da empresa. 4.1.1 Formação do preço de venda O preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa. Em um mercado competitivo, os preços são formados pela lei da oferta e procura. Então, dado um determinado nível de preço no mercado para seu produto ou serviço, a empresa avalia se seu preço ideal de venda é compatível com aquele vigente no mercado. FONTE: Disponível em: <http://www.ief.com.br/forpreco.htm>. Acesso em: 26 mar. 2015. É a partir do preço de venda que a empresa cobre seus custos e despesas e pode obter o lucro almejado, entre outras coisas, para reinvestimentos que tornem a empresa ainda mais competitiva e eficaz no alcance de seus objetivos. Atualmente, a formação dos preços tem sido um ponto cada vez mais importante dentro UNIDADE 2TÓPICO 3138 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S das organizações, pois os clientes estão mais exigentes quanto aos produtos ou serviços que desejam adquirir. Nesse sentido, é preciso oferecer produtos e/ou serviços de qualidade a um preço que os clientes estejam dispostos a pagar. Para redução desses custos, exige-se um entrosamento estreito com os fornecedores e uma eliminação de gastos desnecessários. Como os preços normalmente partem dos consumidores, em vista das oportunidades de escolha que eles têm devido a uma razoável concorrência de mercado, as empresas não podem simplesmente montar seus preços com suas boas margens de lucro. Diante desses fatos, as empresas, para serem competitivas, precisam procurar reduzir seus custos de produção e aplicar ferramentas de controle constantemente para serem bem sucedidas no alcance dos seus objetivos. FONTE: Adaptado de: <http://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/1876/1876>. Acesso em: 26 mar. 2015. A metodologia dominante de formação de preços consiste na aplicação de um percentual (Mark-up) sobre o custo do produto ou serviço. O percentual de Mark-up é geralmente aplicado sem um embasamento mais profundo. Pode ser o percentual usado pela empresa líder do setor de mercado ou aquele escolhido pelo administrador com base na tradição. FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&c ad=rja&uact=8&ved=0CCMQFjAB&url=http%3A%2F%2Fucbweb2.castelobranco.br%2Fweb caf%2Farquivos%2Ftutoria%2Fturma_disciplina%2Faluno%2F11767%2Fformacaodeprecod evendadoc_72519.doc&ei=UUgUVeeeNZDqggS6vYTgDA&usg=AFQjCNGGuBtRS32sqRXF kDA13--FJ23mtg>. Acesso em: 26 mar. 2015. O Mark Up ou taxa de marcação é um multiplicador aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. Sua fórmula envolve impostos sobre venda, despesas financeiras, comissões sobre vendas, despesas administrativas, despesas de vendas, outras despesas e a margem de lucro desejada. É um índice muito utilizado para precificação, mas requer um bom conhecimento da estrutura operacional do empreendimento. Pode-se utilizar este índice de mark up para o conjunto dos produtos ou individualmente (para cada produto). Este último seria o mais correto, pois cada produto possui uma margem de lucro diferenciada devido à sua oferta e procura, o que acabaria acarretando em diversos índices multiplicadores diferentes, mesmo que os demais gastos sejam iguais. Pode-se utilizar a seguinte fórmula para o mark up: A representação destes símbolos (+ ......% + ......%) na fórmula significa que será Mark up = 100 / (100 - ( + ......% + ......%)) UNIDADE 2 TÓPICO 3 139 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S composta pelo somatório de impostos sobre venda, despesas financeiras, comissões sobre as vendas, despesas administrativas, despesas de vendas, outras despesas e a margem de lucro desejada. Todos estes itens serão comparados ao faturamento e transformados em percentuais. Os componentes do mark up são determinados por relações percentuais médias sobre preços de vendas e, em seguida, aplicados sobre o custo dos produtos. Após o cálculo do preço de venda da mercadoria pela fórmula do mark up, o gestor poderá ter certeza de que dentro do preço de venda estarão incluídos todos os gastos de sua empresa e também a margem de lucro desejada. Vamos a um exemplo prático! Vejamos o cálculo do mark up de um conjunto de produtos representados pelo faturamento total da Empresa Beta Ltda.: Faturamento médio mensal R$ 200.000,00 Despesas fixas médias mensais R$ 30.000,00 = 15% Custo Unitário Produto sem ICMS R$ 50,00 ICMS 17,00 % Simples Nacional 5,00 % Comissão 8,00 % Propaganda 3,00 % Despesas com Frete 2,00 % Perdas estimadas 1,00 % Financeiras 4,00 % Margem desejada 10,00 % ATEN ÇÃO! Para encontrar o percentual de 15% referente às despesas fixas médias mensais, divide-se 30.000,00 pelo faturamento médio mensal de 200.000,00. Cálculo do mark up multiplicador Mark Up: 100 / (100 - ( 17 + 5 + 8 + 3 + 2 + 1 + 4 + 10 + 15 )) Mark Up: 100 / (100 - 65) = 100 / 35 = 2,8571 Preço de Venda = R$ 50,00 X 2,8571 = R$ 142,8550 UNIDADE 2TÓPICO 3140 C O N T A B I L I D A D E D E C U S TO S Prova Real: Pode-se verificar a margem de lucro desejada de 10% dividindo-se o resultado final de R$ 14,28 por R$ 142,8550 (preço de venda). Além de incluir os custos de aquisição ou produção na formação do preço, a empresa deve inserir os gastos com os tributos sobre o faturamento e o lucro da empresa. Os principais impostos são: imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ), contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), as contribuições ao PIS e a COFINS, o ICMS e o IPI. Vejamos um caso prático de como ficaria o preço de venda de um determinado produto com e sem a inclusão dos gastos com impostos. Suponhamos que em uma determinada empresa o produto tenha: a) o custo unitário total = R$ 137,50; b) a margem de lucro a ser aplicada sobre o preço de custo = 100%; c) a alíquota do ICMS fixada = 18%; d) a alíquota do IPI = 20%; e) as alíquotas não cumulativas do PIS e da COFINS = 1,65% e 7,6%, respectivamente; f) o percentual do IRPJ e da CSLL em relação ao valor da receita bruta operacional do ano anterior = 2,5% e 1,5%, respectivamente. O Preço de Venda do Produto (PVP) sem o valor dos tributos seria: UNIDADE 2 TÓPICO 3 141 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S PVP = R$ 137,50 + 100% PVP = R$ 275,00 Contudo, se a empresa fixar o preço de venda (PV) deste produto incluindo todos os tributos de forma a repassar os gastos para o consumidor, a fórmula será: PV = PVP + ICMS + PIS + COFINS + IPI + CSLL + IRPJ a) Cálculo dos tributos IRPJ, CSLL, ICMS, PIS e COFINS Percentual total de 31,25% = (4% + 27,25%). O percentual de 27,25% é composto pela alíquota do ICMS (18%) e pelas alíquotas não cumulativas do PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). E o percentual de 4% é composto pelo percentual do IRPJ (2,5%) e da CSLL (1,5%) em relação ao valor da receita bruta operacional do ano anterior. Pode-se utilizar o mark up divisor para calcular o preço de venda sem o IPI da seguinte forma: 100% - 31,25% = 68,75% Vamos utilizar o PVP de R$ 275,00 conforme dados anteriores. Logo: PVP =275,00 / 68,75% = 400,00 b) Preço de venda após o cálculo do IPI R$ 400,00 + 20% = R$ 480,00 Para uma melhor compreensão, vamos decompor o preço de venda de R$ 480,00. ð Custo unitário total ....................................................................... R$ 137,50 ð Margem de lucro da empresa 100% ............................................ R$ 137,50 ð Tributos constantes no preço de venda: − ICMS (18% x R$ 400,00) .......... R$ 72,00 − PIS (1,65% x R$ 400,00) .......... R$ 6,60 − COFINS (7,6% x R$ 400,00) .... R$ 30,40 − IRPJ e CSLL (4% x R$ 400,00). R$ 16,00 − IPI (20% x R$ 400,00) .............. R$ 80,00 ............................... R$ 205,00 UNIDADE 2TÓPICO 3142 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Valor total da venda (incluindo o IPI) ........................................ R$ 480,00 Dessa forma, o valor total da venda fica assim distribuído: DISTRIBUIÇÃO DO VALOR TOTAL DA VENDA Elementos Valores R$ % Valor do Custo 137,50 28,6 Margem de Lucro Bruto (empresa) 137,50 28,6 Tributos (Governo Federal) 205,00 42,8 Valor total da Nota Fiscal 480,00 100 Visualizando a distribuição do valor total da venda, percebe-se o quanto se tem de gasto com o custo, os tributos e quanto a empresa espera de lucro com a venda do produto. Mas deve-se atentar para o fato de que, como já vimos anteriormente, não bastam estas informações, é preciso avaliar o mercado, a concorrência e outros fatores. Dependendo desta avaliação, pode-se, quando necessário, por uma questão de estratégia de venda, diminuir o preço, e, por conseguinte, diminuir a margem de lucro para tornar o produto mais competitivo no mercado. 4.1.2 Erros na formação do preço de venda A formação de preços pode ser definida como o processo de apuração do custo econômico da indústria. Define-se custo econômico como sendo a soma de todos os materiais envolvidos no processo de produção de bens e serviços, incluindo o custo oportunidade do capital investido (os ganhos almejados pelos sócios). FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd =1&cad=rja&uact=8&ved=0CB0QFjAA&url=https%3A%2F%2Fadg0096.files.wordpress. com%2F2013%2F09%2Forc_empr_2012v1_unid2.pps&ei=alAUVav7Bcv1gwTaiYToAw&usg =AFQjCNFP4-CjHFzkz11H5B0-xLpHBp9c8w>. Acesso em: 26 mar. 2015. O método de formação de preço com base no mark-up sobre o custo difere daquele baseado no conceito de custo econômico. O primeiro consiste na apuração do custo de produção ou operação sobre o qual é aplicado o percentual de mark-up desejado. No cálculo do custo de produção ou operação há uma distorção causada pelo uso da depreciação linear, que é praticamente um procedimento de uso bastante generalizado. Embora existam outras distorções importantes, como é o caso do tratamento dispensado aos custos indiretos. UNIDADE 2 TÓPICO 3 143 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A depreciação linear considera que recursos financeiros a ela correspondentes ficam no caixa da empresa com remuneração zero. Uma vez que esses recursos são continuamente utilizados pela empresa, implicitamente estão sendo remunerados. Por esse método, a depreciação corresponde ao valor de uma anuidade para gerar um valor futuro, considerando a vida útil do bem utilizado e a taxa de juros que é representada pelo custo-oportunidade de capital da empresa. Este valor futuro é o valor de reposição do bem. FONTE: Adaptado de: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAHbwAB/formacao-precos>. Acesso em: 26 mar. 2015. 4.1.3 A equação do preço de venda Formar o preço de venda é uma tarefa simples, porém exige conhecimento técnico. Praticar preços de forma aleatória é um risco, pois o concorrente pode estabelecer estratégia de preço competitivo e, em médio prazo, aplicando margem de lucro menor, obter melhores resultados. FONTE: Disponível em: < http://fortesadvogados.com.br/component/lerwebservice/?view=item&id=540 &type>. Acesso em: 26 mar. 2015. IMP OR TAN TE! � O preço de venda de uma mercadoria pode ser definido com base em três procedimentos: Baseado na concorrência, quando se busca conhecer o valor praticado por outras empresas e aplica-se um diferencial para mais ou para menos. Baseado em dados técnicos, opção em que a empresa levanta informações sobre o custo de aquisição da mercadoria, os impostos incidentes sobre o preço de venda, as despesas comerciais, as despesas financeiras etc., e define o lucro que deseja obter. Aleatório, quando a empresa define seu preço com base em estimativas de lucros, sempre considerando a melhor rentabilidade possível. Destas três opções, é recomendado a definição do preço de venda com base em dados técnicos, porque é a maneira mais segura e correta. As demais alternativas podem causar complicações, pois dependem do contexto mercadológico de cada empresa. Para muitos empresários, calcular o preço de venda de uma mercadoria é um desafio constante por envolver fatores complexos como a concorrência, por exemplo. A ausência de critério técnico é a pior maneira de se definir preço. UNIDADE 2TÓPICO 3144 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 4.2 TIPOS DE PREÇOS 4.2.1 Estratégias de preços distintos Vamos buscar em Crepaldi (1998) e Cogan (2002) as definições para estratégias de preços distintos. A estratégia de preços distintos ou variáveis é aquela em que diferentes preços são aplicados a diferentes compradores para o mesmo produto. Vejamos quais são os tipos de preços nestas condições: a) Desconto em um segundo mercado: este desconto consiste na venda de um produto a um preço em um mercado principal,com preço reduzido em um segmento secundário de mercado (usualmente através de descontos). Isso frequentemente envolve excesso de inventário ou de capacidade de produção. b) Desnatação: a desnatação envolve a fixação de um preço relativamente alto, muitas vezes, no início de vida do produto. O preço é então sistematicamente reduzido à medida que o tempo passa. Produtos tecnológicos são, muitas vezes, precipitados desta forma. Essa estratégia se aplica principalmente quando o produto é inovador e os consumidores estão em dúvida quanto ao seu real valor. c) Desconto periódico ou randômico: é a estratégia de preços onde os descontos são oferecidos ocasionalmente e de forma não previsível. 4.2.2 Estratégias de preços competitivos Vamos buscar em Crepaldi (1998) e Cogan (2002) as definições para estratégias de preços competitivos. a) Igualando a estratégia de competição: é definido como estratégia em que uma organização estabelece preços iguais aos de seus competidores. Muitas empresas escolhem essa estratégia para evitar a competição de redução de preços. b) Cotar por baixo do preço da competição: é a estratégia em que a organização UNIDADE 2 TÓPICO 3 145 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S estabelece preços em níveis inferiores aos dos competidores. Enfatiza o oferecimento do menor preço dentre as alternativas disponíveis (por exemplo, a maioria das lojas de desconto focaliza o corte para baixo nos preços das lojas tradicionais de varejo). A esperança é de que volumes elevados com baixas margens se mostrarão mais rentáveis. c) Líderes de preços e seguidores: é a estratégia em que organizações com grandes fatias de mercado e de capacidade de produção (líderes) determinam o nível de preço. Outras organizações mais fracas no mesmo ramo de atuação irão segui-los (seguidores). d) Preço de penetração: isso é feito disponibilizando um preço baixo introdutório com a intenção de estabelecer o produto rapidamente no mercado. A lógica envolvida é a de que com o baixo preço rapidamente se conseguirá grande participação no mercado e seus compradores permanecerão leais ao seu produto, quando mais tarde o preço será aumentado. e) Preço predatório: certos preços são estabelecidos por tradições. Esses preços costumeiros tendem a permanecerem imutáveis por um longo período de tempo (preço do cafezinho, preço do jornal). Neste caso a demanda é elástica acima do preço tradicional e inelástica abaixo dele. Um aumento de preço acima do preço de percepção tradicional conduz a uma grande redução nas vendas. f) Estratégias de precificação por linhas de produtos: objetiva maximizar os lucros para o total dos produtos da linha, e não, propriamente, obter o maior lucro possível para um determinado item de uma linha de produtos. g) Preço cativo: essa é a estratégia onde um produto básico, tal como aparelho de barbear, é precificado por baixo, mas os lucros dos produtos associados necessários para o funcionamento do produto básico (lâminas de barbear) compensam a falta de lucro no produto básico. h) Preço isca e preço líder: preço isca é o método de atração de clientes pelo oferecimento para vendas de itens de baixo preço com a intenção de vender os produtos mais caros. Disponibilizam-se os produtos mais baratos, mas utilizam-se métodos de vendas para transferir os clientes para os produtos mais caros. 4.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO Nesta análise do composto competitivo, estudaremos a estrutura de custos e a estratégia e política de mercado. UNIDADE 2TÓPICO 3146 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 4.3.1 Estrutura de custos Para fabricar um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos. O empresário espera recuperar todos os gastos que efetuou, e ainda obter algum lucro. A estrutura de custos existente constitui um fator decisivo na formação do preço de venda de um produto, mercadoria ou serviço. Normalmente, o custo tende a funcionar como o parâmetro que estabelece o limite inferior do preço de venda. O cálculo está fundamentado tradicionalmente em dois sistemas de custeio: o custeio por absorção e o custeio direto. Cada sistema apresenta estruturas específicas de apuração dos custos, com características próprias, conduzindo, em consequência, a valores diferentes. Independente, porém, do sistema utilizado, cabe enfatizar que ele constitui não o único, mas um dos componentes essenciais da gestão dos preços. O conhecimento da estrutura de custos do concorrente é fundamental para o estabelecimento do preço do produto, na medida em que o piso de preços do mercado é dado pela estrutura de custos dos concorrentes. Se existe um concorrente cuja estrutura de custos é sensivelmente menor do que a dos outros participantes do mercado, sabe-se que ele constitui uma ameaça à posição competitiva dos demais. As grandes redes de supermercados, devido ao seu alto poder de barganha com os fornecedores, são uma ameaça de preços aos pequenos varejos de autosserviço, que possuem maiores estruturas de custos relativos. 4.3.2 Estratégia e política de mercado Outro fator a ser considerado na análise da concorrência é a sua estratégia e política de mercado. A estratégia de preços refere-se à maneira como o concorrente determina os seus preços, enquanto a política se relaciona com a maneira como ele os gera no mercado. O concorrente pode, por exemplo, estabelecer preços-prêmio que criem e sustentem a imagem de qualidade do produto, enquanto os administra de maneira agressiva nos canais de distribuição. O preço determinado pelo fabricante influencia o volume de entrada de novos concorrentes e as políticas de preços existentes. UNIDADE 2 TÓPICO 3 147 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 4.3.2.1 Produtos A análise das linhas de produtos do concorrente também é um fator relevante, pois ele pode oferecer produtos complementares que provocam uma percepção de maior valor agregado, estimulando a intenção de compra do consumidor. 4.3.2.2 Fatores ambientais Fatores macroambientais afetam consideravelmente a percepção de preços e não costumam estar sob controle gerencial de nenhuma empresa em particular, o que significa que atinge a todas. Talvez algumas sejam mais afetadas que outras, contudo, todas são afetadas. O governo exerce forte pressão sobre a estrutura de preços da indústria e das firmas, individualmente. São exemplos de ações do governo que exercem impacto sobre a empresa: criação, supressão ou majoração de alíquotas de impostos; legislação ambiental ou sanitária, subsídios, incentivos fiscais à produção, à exportação, dentre outros. Novas tecnologias de produção, gestão ou comercialização afetam a estrutura de custos da empresa e/ou a sua capacidade de gerar diferenciais, o que representa uma ameaça aos demais concorrentes. DIC AS! É isso aí! Agora podemos avançar para a Unidade 3 com a parte prática da contabilização dos vários eventos de um processo industrial e identificar o resultado final da empresa. LEITURA COMPLEMENTAR VOCÊ NÃO PEDE NOTA FISCAL? VEJA OS RISCOS QUE ESTÁ CORRENDO Órgão de defesa do consumidor alerta que é proibido oferecer preço diferente para compras sem a nota Sabe aquela história de um preço com nota fiscal e outro sem, geralmente mais baixo? Cuidado. Pode ser uma grande roubada. UNIDADE 2TÓPICO 3148 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Quem explica é o subsecretário municipal de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro, Fábio Ferreira: o comprovante da compra garante todos os direitos depois de você deixar a loja. Significa que se o produto está estragado ou não cumpre o que promete, só com a nota serápossível fazer alguma coisa. Afinal, ela é o comprovante de que você comprou algo e serve para ampará-lo no Código de Defesa do Consumidor. E, sem ela, a economia de alguns reais no caixa pode custar caro mais tarde. “Não é permitido fazer um preço com e outro sem nota fiscal. Dá para exigi-la em qualquer compra, em qualquer estabelecimento, mesmo nos menores”, afirma Ferreira. Ele esclarece que as frequentes ações de órgãos públicos envolvendo nota fiscal e incentivando a emissão se devem à sonegação de impostos. Segundo o subsecretário, quem sonega não necessariamente pensa na economia de tributos: pode estar buscando também uma forma de se eximir de compromisso com o consumidor. Vale lembrar que sonegação é crime previsto em lei, com pena de detenção de seis meses a dois anos, somada a multa de duas a cinco vezes o valor do tributo não pago. Certo, mas nem sempre isso pode servir para convencer o consumidor de que vale a pena bater o pé e, às vezes, até mesmo discutir com o lojista. Talvez por isso existam benefícios práticos para o comprador promovidos pelos governos, como campanhas de cadastramento de notas fiscais para sorteio de prêmio e, no caso do município do Rio, chance de desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Quem cadastra os comprovantes e acumula determinado valor pode pagar menos no carnê. Abatimento no IR Outro ponto importante para o consumidor ficar ligado, informa o subsecretário Ferreira, é a chance de dedução no Imposto de Renda (IR). Notas fiscais de determinados serviços médicos e de honorários advocatícios podem ser abatidas via declaração de IR, o que resulta em menor pagamento de imposto. Sem a nota, nada disso é possível. Por isso, a orientação para o caso de recusa de fornecimento por parte do vendedor é procurar órgãos de defesa do consumidor, como Delegacia de Defesa, Procon e Defensoria Pública, entre outros. Em caso de abertura de processo administrativo contra a empresa, ela será investigada por possível sonegação. FONTE: Você não pede nota fiscal? Veja os riscos que está correndo. 15 de janeiro de 2015. Direitos do Consumidor. Disponível em: <http://economia.terra.com.br/direitos-do-consumidor/voce- nao-pede-nota-fiscal-veja-os-riscos-que-esta-orrendo,97af87695f9ea410VgnVCM10000098c ceb0aRCRD.html>. Acesso em: 19 jan. 2015. UNIDADE 2 TÓPICO 3 149 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 3 Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final do Tópico 3. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora? • Um Sistema de Custeio estabelece critérios para que, de acordo com o sistema adotado, determinados gastos possam ou não fazer parte dos custos de produção. • O Sistema de Custeio por Absorção pressupõe que tanto os custos diretos de produção como os custos e as despesas indiretas ou fixas de produção são incluídos nos estoques e nos custos dos produtos vendidos. Este sistema considera que, quando a empresa opera no volume normal de produção, os custos indiretos de produção são considerados como custeio do produto. • O Sistema de Custeio por Absorção é a apropriação dos produtos elaborados pela empresa, incluindo todos os custos envolvidos no processo de fabricação, quer estejam diretamente vinculados ao produto, quer se refiram à tarefa de produção em geral, e somente podem ser destinados aos bens fabricados indiretamente, isto é, mediante rateio. • No Sistema de Custeio por Absorção é como se a empresa estivesse separada em duas partes: a fábrica e a atividade comercial. É como se a atividade comercial vendesse os produtos que a fábrica produz por um determinado valor que cobrisse tudo o que ela tenha gasto para produzi-los. • No Sistema de Custeio por Absorção existem três componentes utilizados no custo de fabricação, que são os seguintes: os materiais diretos, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação. • O Rateio significa dividir ou distribuir os custos de acordo com algum critério que pode ser por número total de unidades produzidas, ou número total de horas de produção, dentre outras formas. • O Custeio Direto parte do pressuposto de que é possível separar os custos em fixos e variáveis, e que todos os custos variáveis são incluídos no custo do produto, sendo que os fixos são considerados despesas do período e não fazem parte do custo do produto. • Os custos e as despesas indiretas fixas não devem ser incluídos no estoque e no custo dos produtos vendidos. Eles são considerados despesas do período e lançados diretamente na UNIDADE 2TÓPICO 3150 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Demonstração de Resultados, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. • A margem de contribuição é identificada quando se apura o resultado da atividade operacional. Conforme os centros de custos produtivos, o resultado é a identificação de “quanto” aquela unidade está contribuindo para o custeamento dos demais centros de custos não produtivos, que são os auxiliares e os administrativos, isto porque apenas os centros de custos produtivos são geradores de receitas. • O Ponto de Equilíbrio é o momento em que a empresa não apresenta lucro nem prejuízo. Esse parâmetro determina o ponto em que o empreendimento equilibra seus custos com as receitas. Nesse momento, a empresa apresenta resultado zero. A geração de lucros se dará com as vendas adicionais, após ter atingido o Ponto de Equilíbrio. • O preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa. Em um mercado competitivo, os preços são formados pela lei da oferta e procura. Então, dado um determinado nível de preço no mercado para seu produto ou serviço, a empresa avalia se seu preço ideal de venda é compatível com aquele vigente no mercado. UNIDADE 2 TÓPICO 3 151 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � Vamos fazer uma autoavaliação sobre o que aprendemos no Tópico 3. Procure responder com suas palavras às questões abaixo. Não hesite, vá com calma e sucesso para você! 1 Na sua opinião, o que significa CUSTEIO? 2 Qual é a finalidade da utilização do Sistema de Custeio Direto? 3 O que se entende por Sistema de Custeio por Absorção? 4 O que significa RATEIO? 5 Apure o valor do Custo Unitário do seguinte produto: 6 Qual é o Sistema de Custeio determinado pelos princípios contábeis e pela legislação do Imposto de Renda? 7 O que é Margem de Contribuição? UNIDADE 2TÓPICO 3152 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S UNIDADE 3 CONTABILIzAÇÃO DOS EvENTOS DOS CUSTOS, MArK-Up, prEÇOS DE vENDA E DEMONSTrATIvOS CONTÁBEIS OBjETIvOS DE AprENDIzAgEM Com os estudos desta unidade você irá capacitar-se para: • compreender na prática, quais são os registros contábeis que constituem as operações de: a) aquisição de matéria-prima; b) créditos tributários nas aquisições de matéria-prima; c) efeitos dos registros do custo da aquisição da matéria- prima no controle do estoque; • apuração dos encargos sociais da folha de pagamento; • apuração e registro das provisões da folha de pagamento; • análise do Ponto de Equilíbrio dos produtos da empresa; • formação do mark-up do preço de venda e a consequente formação do preço de venda; • registro de todas as operações contábeis de um estudo de caso em razonete “T”; • apuração da Demonstração do Resultado do Exercício; • apuração do Balanço Patrimonial. TÓPICO 1 – REGISTROS DAS OPERAÇÕES RELATIVAS ÀS ATIVIDADES DE EMPRESA INDUSTRIAL TÓPICO 2 – APURAÇÃO DOS CUSTOS INDUSTRIAIS E FICHA TÉCNICADOS PRODUTOS COM PREÇO DE VENDA TÓPICO 3 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO, ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO E DO BALANÇO PATRIMONIAL pLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado. C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S REGISTROS DAS OPERAÇÕES RELATIVAS ÀS ATIVIDADES DE EMPRESA INDUSTRIAL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 Bem-vindo(a) ao Tópico 1 da última unidade deste caderno. Vamos abordar sobre o processo de elaboração do orçamento. Para tanto, vamos apresentar modelos conceituais que se referem a orçamentos de produção, vendas, custos e gastos gerais e administrativos. Vamos à busca de novos conhecimentos! 2 REGISTROS OPERACIONAIS CONTÁBEIS DA EMPRESA A partir desta seção desenvolveremos uma variedade de operações contábeis e demais registros para que possamos identificar dentre outras coisas, a contabilização dos custos de uma empresa do ramo industrial. Utilizaremos valores e informações fictícias nos exemplos, porque assim poderemos manter uma certa liberdade para a inserção das informações. UNIDADE 3 UNI Caso você realize os cálculos manualmente com alguma calculadora e perceba alguma diferença em centavos para cima ou para baixo de acordo com os valores aqui apresentados, não se preocupe, essa diferença pode ocorrer, pois todos os valores aqui apresentados foram realizados em planilha Excel. UNIDADE 3TÓPICO 1156 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Iniciaremos com a tradicional abertura da empresa e faremos a apresentação do razonete “T” com as contas contábeis que estudamos no plano de contas da Unidade 1. No registro contábil acima verificamos a constituição da empresa na ordem de R$ 3.000.000,00, e o registro no razonete “T” será da seguinte forma: NO TA! � Alguns razonetes “T” terão a apuração do saldo final e outros não, porque os que terão o saldo final apresentado, não terão mais registros a serem efetuados, e assim que forem sendo efetuados os registros das demais operações, os saldos serão apresentados. Mas com cada evento novo, ao apresentar o razonete “T”, poderá ocorrer a apresentação dos registros dos eventos anteriores, isso é proposital para você verificar a CONTINUIDADE dos eventos contábeis. No próximo registro teremos a aquisição da matéria-prima, neste caso selecionamos a matéria-prima A, que será a 1ª composição do custo do produto. UNIDADE 3 TÓPICO 1 157 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 1.000 kg x R$ 520,00 por quilo = R$ 520.000,00. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 520.000,00 x 10% = R$ 52.000,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Logo, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 520.000,00 (valor dos produtos) + R$ 52.000,00 (valor do IPI) = R$ 572.000,00. E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) é o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 520.000,00 x 17% = R$ 88.400,00. Vamos à contabilização? REGISTRO CONTÁBIL UNIDADE 3TÓPICO 1158 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Verificamos o registro do custo da matéria-prima em R$ 431.600,00. Como chegamos a esse valor? Devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 572.000,00 e creditar o valor dos impostos (ICMS e IPI). Logo: ð R$ 572.000,00 ( - ) R$ 88.400,00 ( - ) R$ 52.000,00 = R$ 431.600,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo evento do dia 04/01 será a aquisição de Móveis e Utensílios com pagamento à vista no Banco A. A importância destes registros se dá devido ao fato de haver a DEPRECIAÇÃO do imobilizado da empresa e que deverá compor os valores para a apuração dos custos e despesas da empresa. UNIDADE 3 TÓPICO 1 159 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo registro apresenta a aquisição da matéria-prima, neste caso teremos a matéria-prima B, que será a 2ª composição do custo do produto. Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 2.500 kg x R$ 720,00 por quilo = R$ 1.800.000,00. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 1.800.000,00 x 10% = R$ 180.000,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Então, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 1.800.000,00 (valor dos produtos) + R$ 180.000,00 (valor do IPI) = R$ 1.980.000,00. UNIDADE 3TÓPICO 1160 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) será o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 1.800.000,00 x 17% = R$ 306.000,00. Vamos à contabilização? Verificamos o registro do custo da matéria-prima em R$ 1.494.000,00. Como chegamos a esse valor? Devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 1.980.000,00 e creditar do valor dos impostos (ICMS e IPI). Então: ð R$ 1.980.000,00 ( - ) R$ 306.000,00 ( - ) R$ 180.000,00 = R$ 1.494.000,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 161 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Nacional O próximo evento do dia 06/01 será a aquisição de um automóvel para a Diretoria, a prazo. A importância destes registros está no fato de existir a DEPRECIAÇÃO do imobilizado e que deverá compor os valores para a apuração dos custos e despesas da empresa. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O registro seguinte refere-se à aquisição da matéria-prima C que será a 3ª composição do custo do produto. UNIDADE 3TÓPICO 1162 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 3.200 kg x R$ 890,00 por quilo = R$ 2.848.000,00. Deve-seacrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 2.848.000,00 x 10% = R$ 284.800,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Logo, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 2.848.000,00 (valor dos produtos) + R$ 284.800,00 (valor do IPI) = R$ 3.132.800,00. E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) é o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 2.848.000,00 x 17% = R$ 484.160,00. Vamos à contabilização? UNIDADE 3 TÓPICO 1 163 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Verificamos o registro do custo da matéria-prima em R$ 2.363.840,00. Como chegamos a esse valor? Devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 3.132.800,00 e creditar do valor dos impostos (ICMS e IPI). Logo: ð R$ 3.132.800,00 ( - ) R$ 484.160,00 ( - ) R$ 284.800,00 = R$ 2.363.840,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O evento do dia 07/01 será a aquisição de uma máquina industrial para a produção da empresa, visto que estamos lidando com a matéria de Contabilidade de Custos e necessitamos do registro da máquina industrial também. A compra foi feita à vista. A importância destes registros está no fato de existir a DEPRECIAÇÃO do imobilizado da empresa e que deverá compor os valores para a apuração dos custos e despesas da empresa. UNIDADE 3TÓPICO 1164 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: No próximo evento, dia 08/01, teremos a contratação de serviços de propaganda, para a divulgação dos produtos e do nome da empresa. Este registro se dará em Conta de Despesas e é importante na apuração da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício e no Mark-up para a formação do Preço de Venda. O registro desta despesa foi realizado no centro de custo 909 que é a Área Comercial (Administrativo). O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 165 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S No evento do dia 09/01 tem-se a contratação de um seguro para a empresa, afinal de contas, não é interessante para a empresa correr o risco de um sinistro. Este seguro foi pago à vista, com recursos financeiros do Banco A. Este registro será feito em Conta de Ativo e a cada final do mês será amortizado 1/12 (um doze avos) para a conta de Despesa de Seguro em cada departamento respectivo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo evento é uma venda de produtos da empresa. Vamos supor que a empresa produza e comercialize 4 tipos de produtos diferentes. O produto A é a linha de Receitas de Produtos 100. O produto B é a linha de Receitas de Produtos 200. O produto C é a linha de Receitas de Produtos 300. O produto D é a linha de Receitas de Produtos 400. UNIDADE 3TÓPICO 1166 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A quantidade e o valor de cada produto na venda são multiplicados para apurar o valor total conforme a seguir: ð Produto A = 1.198 peças vendidas x R$ 1.202,30 (preço de venda do produto A) = R$ 1.440.355,40. ð Produto B = 1.540 peças vendidas x R$ 1.090,34 (preço de venda do produto B) = R$ 1.679.123,60. ð Produto C = 1.776 peças vendidas x R$ 1.367,08 (preço de venda do produto C) = R$ 2.427.934,08. ð Produto D = 1.060 peças vendidas x R$ 1.225,70 (preço de venda do produto D) = R$ 1.299.242,00. Vamos agora apurar o IPI e o ICMS de cada produto. UNIDADE 3 TÓPICO 1 167 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð Produto A: R$ 1.440.355,40 x 10% = R$ 144.035,54. Para a apuração do valor total do produto com IPI, deve-se somar o valor da peça do produto A com o respectivo valor do IPI: ð Produto A: R$ 1.440.355,40 (valor da peça) + R$ 144.035,54 (valor do IPI) = R$ 1.584.390,94. ð Produto B: R$ 1.679.123,60 x 10% = R$ 167.912,36. UNIDADE 3TÓPICO 1168 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para a apuração do valor total do produto com IPI, deve-se somar o valor da peça do produto B com o respectivo valor do IPI: ð Produto B: R$ 1.679.123,60 (valor da peça) + R$ 167.912,36 (valor do IPI) = R$ 1.847.035,96. ð Produto C: R$ 2.427.934,08x 10% = R$ 242.793,41. Para a apuração do valor total do produto com IPI, deve-se somar o valor da peça do produto C com o respectivo valor do IPI: ð Produto C: R$ 2.427.934,08 (valor da peça) + R$ 242.793,41 (valor do IPI) = R$ 2.670.727,49. ð Produto D: R$ 1.299.242,00 x 10% = R$ 129.924,20. Para a apuração do valor total do produto com IPI, deve-se somar o valor da peça do produto D com o respectivo valor do IPI: ð Produto D: R$ 1.299.242,00 (valor da peça) + R$ 129.924,20 (valor do IPI) = R$ 1.429.166,20. Então, o valor total da nota fiscal será a soma dos 4 produtos (A, B, C e D), tendo como base o valor do produto mais o IPI. ð Valor total da nota fiscal: Produto A: R$ R$ 1.584.390,94 + Produto B: R$ 1.847.035,96 + Produto C: R$ 2.679.727,49 + Produto D: R$ 1.429.166,20 = R$ 7.531.320,59. E o ICMS? Como é uma venda para uso e consumo próprio, a base de cálculo do ICMS é o valor do produto mais o IPI. Desta forma, o valor do ICMS será: ð Produto A: R$ 1.584.390,94 x 17% ICMS = R$ 269.346,46 (Valor do ICMS). ð Produto B: R$ 1.847.035,96 x 17% ICMS = R$ 313.996,11 (Valor do ICMS). ð Produto C: R$ 2.670.727,49 x 17% ICMS = R$ 454.023,67 (Valor do ICMS). ð Produto D: R$ 1.429.166,20 x 17% ICMS = R$ 242.958,25 (Valor do ICMS). Vamos à contabilização? UNIDADE 3 TÓPICO 1 169 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1170 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O próximo registro será a aquisição da matéria-prima, neste caso a matéria-prima A, que prosseguirá na composição do custo do produto. UNIDADE 3 TÓPICO 1 171 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 1.200 kg x R$ 525,00 por quilo = R$ 630.000,00. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 630.000,00 x 10% = R$ 63.000,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Então, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 630.000,00 (valor dos produtos) + R$ 63.000,00 (valor do IPI) = R$ 693.000,00. E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) é o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 630.000,00 x 17%= R$ 107.100,00. Vamos à contabilização? UNIDADE 3TÓPICO 1172 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Verificamos o registro do custo da matéria-prima em R$ 522.900,00. Como chegamos a esse valor? Devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 693.000,00 e creditar o valor dos impostos (ICMS e IPI). Então: ð R$ 693.000,00 ( - ) R$ 107.100,00 ( - ) R$ 63.000,00 = R$ 522.900,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo registro trata-se da aquisição de mais um lote de matéria-prima B que fará a 2ª composição do custo do produto. UNIDADE 3 TÓPICO 1 173 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 1.400 kg x R$ 730,00 por quilo = R$ 1.022.000,00. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 1.022.000,00 x 10% = R$ 102.200,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Então, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 1.022.000,00 (valor dos produtos) + R$ 102.200,00 (valor do IPI) = R$ 1.124.200,00. E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) é o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 1.022.000,00 x 17% = R$ 173.740,00. Vamos à contabilização? UNIDADE 3TÓPICO 1174 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Conforme o registro contábil o custo da matéria-prima é R$ 848.260,00. Para chegar a esse valor devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 1.124.200,00 e creditar o valor dos impostos (ICMS e IPI). Então: R$ 1.124.200,00 ( - ) R$ 173.740,00 ( - ) R$ 102.200,00 = R$ 848.260,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo registro será a aquisição de um novo lote da matéria-prima C, que será a 3ª composição do custo do produto. UNIDADE 3 TÓPICO 1 175 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observe que a quantidade e o valor adquirido são de: ð 1.650 kg x R$ 870,00 por quilo = R$ 1.435.500,00. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð R$ 1.435.500,00 x 10% = R$ 143.550,00 Para a apuração do valor total da nota fiscal o valor deverá ser acrescentado ao valor dos produtos. Então, o valor total da nota fiscal será de: ð R$ 1.435.500,00 (valor dos produtos) + R$ 143.550,00 (valor do IPI) = R$ 1.579.050,00. E o ICMS? Como é uma compra para industrialização, a base do ICMS (17% em Santa Catarina) é o valor dos produtos (sem IPI), e o ICMS já está incluso na mercadoria, não é necessário somar, é necessário apenas destacar o valor na nota fiscal. Desta forma, o valor do ICMS será: ð R$ 1.435.500,00 x 17% = R$ 244.035,00. Vamos à contabilização? Conforme o registro contábil o custo da matéria-prima é R$ 1.191.465,00. Como chegamos a esse valor? Devemos pegar o valor total da nota fiscal do fornecedor que é de R$ 1.579.050,00 e creditar do valor dos impostos (ICMS e IPI). Logo: ð R$ 1.579.050,00 ( - ) R$ 244.035,00 ( - ) R$ 143.550,00 = R$ 1.191.465,00. Observe que registramos o crédito fiscal na coluna DÉBITO no razonete “T”, isso porque o livro fiscal é o contrário do registro contábil. Mas observe também que estamos debitando diretamente as contas do ICMS a Recolher e o IPI a Recolher diretamente do passivo. Muitas empresas que possuem o sistema de custos integrado à contabilidade, ao registrar as notas fiscais de compras de fornecedores, debitam diretamente a conta do passivo, pois já é sabido que há o benefício fiscal e assim evita-se a transação entre as contas de impostos a Recuperar do Ativo. UNIDADE 3TÓPICO 1176 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: O próximo evento é uma venda de produtos da empresa. Vamos supor que a empresa produza e comercialize 4 tipos de produtos diferentes, como segue. O produto A é a linha de Receitas de Produtos 100. O produto B é a linha de Receitas de Produtos 200. O produto C é a linha de Receitas de Produtos 300. O produto D é a linha de Receitas de Produtos 400. A apuração da quantidade e do valor de cada produto na venda acontece da seguinte forma: ð Produto A = 1.067 peças vendidas x R$ 1.202,30 (preço de venda do produto A) = R$ 1.282.854,10. ð Produto B = 1.655 peças vendidas x R$ 1.090,34 (preço de venda do produto B) = R$ 1.804.512,70. ð Produto C = 1.187 peças vendidas x R$ 1.367,08 (preço de venda do produto C) = R$ 1.622.723,96. ð Produto D = 1.543 peças vendidas x R$ 1.225,70 (preço de venda do produto UNIDADE 3 TÓPICO 1 177 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S D) = R$ 1.891.255,10. Vamos agora apurar o IPI e o ICMS de cada produto. Deve-se acrescentar o IPI no valor dos produtos, que neste caso é de 10%. Logo, o valor do IPI será de: ð Produto A: R$ 1.282.854,10 x 10% = R$ 128.285,41. Para a apuração do valor total do produto com IPI deve-se somar o valor da peça do produto A com o respectivo valor do IPI: ð Produto A: R$ 1.282.854,10 (valor da peça) + R$ 128.285,41 (valor do IPI) = R$ 1.411.139,51. ð Produto B: R$ 1.804.512,70 x 10% = R$ 180.451,27. Para a apuração do valor total do produto com IPI deve-se somar o valor da peça do produto B com o respectivo valor do IPI: ð Produto B: R$ 1.804.512,70 (valor da peça) + R$ 180.451,27 (valor do IPI) = R$ 1.984.963,97. UNIDADE 3TÓPICO 1178 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Produto C: R$ 1.622.723,96 x 10% = R$ 162.272,40. Para a apuração do valor total do produto com IPI deve-se somar o valor da peça do produto C com o respectivo valor do IPI: ð Produto C: R$ 1.622.723,96 (valor da peça) + R$ 162.272,40 (valor do IPI) = R$ 1.784.996,36. ð Produto D: R$ 1.891.255,10 x 10% = R$ 189.125,51. Para a apuração do valor total do produto com IPI deve-se somar o valor da peça do produto D com o respectivo valor do IPI: ð Produto D: R$ 1.891.255,10 (valor da peça) + R$ 189.125,51 (valor do IPI) = R$ 2.080.380,61. Logo, o valor total da nota fiscal será a soma dos 4 produtos (A, B, C e D), tendo como base o valor do produto mais o IPI. ð Valor total da nota fiscal: Produto A: R$ 1.411.139,51 + Produto B: R$ 1.984.963,97 + Produto C: R$ 1.784.996,36+ Produto D: R$ 2.080.380,61 = R$ 7.261.480,45. Quanto ao ICMS, como é uma venda para uso e consumo próprio, a base de cálculo do ICMS é o valor do produto mais o IPI. Desta forma, o valor do ICMS será: ð Produto A: R$ 1.411.139,51 x 17% ICMS = R$ 239.893,72 (Valor do ICMS). ð Produto B: R$ 1.984.963,97 x 17% ICMS = R$ 337.443,87 (Valor do ICMS). ð Produto C: R$ 1.784.996,36 x 17% ICMS = R$ 303.449,38 (Valor do ICMS). ð Produto D: R$ 2.080.380,61 x 17% ICMS = R$ 353.664,70 (Valor do ICMS). Vamos à contabilização? UNIDADE 3 TÓPICO 1 179 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1180 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O próximo evento, dia 29/01, será a contratação de serviços profissionais ao Departamento Financeiro, para assessoria na área (Departamento 906), a prazo. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 181 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Caro(a) acadêmico(a), até esta etapa fizemos diversos registros voltados à constituição da empresa, aquisição e vendas de mercadorias. Na próxima seção faremos a apuração dos gastos com os salários e encargos sociais e sua devida contabilização. 2.1. APURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DOS SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS Faremos a apuração dos gastos com os salários, 13º salário, férias e encargos sociais e a contabilização. Primeiramente, a apuração dos gastos por departamento, que são os seguintes: Em seguida, faremos a contabilização para que possamos utilizar estas informações no Tópico 2, que envolverá a apuração dos custos de produção. 2.1.1 Departamento 900 – Departamento de Talhação Aqui, faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 900 – Talhação. 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes). UNIDADE 3TÓPICO 1182 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S IMP OR TAN TE! � O INSS Patronal de 20% incide sobre o valor total da Folha de Pagamento dos funcionários. Não há limites máximo ou mínimo para apurar o %. Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador. ð Total dos Salários: Vejamos o registro contábil: 900 - Área Talhação - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3 TÓPICO 1 183 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: ð Provisão 13º Salário: 900 - Área Talhação - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3TÓPICO 1184 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vejamos o registro contábil: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 185 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 900 - Área Talhação - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3TÓPICO 1186 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vejamos o registro contábil: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 187 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.1.2 Departamento 901 – Departamento de Costura Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 901 – Costura. 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes). 901 - Área Costura - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3TÓPICO 1188 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador. ð Total dos Salários: Vejamos o registro contábil: UNIDADE 3 TÓPICO 1 189 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: 901 - Área Costura - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DO 13º SALÁRIO 901 - Área Costura - Fábrica Direto Total da Folha 58.436,00 1/12 da Folha de Pagamento 4.869,67 ð Provisão 13º Salário: UNIDADE 3TÓPICO 1190 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 901 - Área Costura - Fábrica Direto Provisão 13º Salário 4.869,67 Provisão INSS s/13º Salário 20% 973,93 20,00% Provisão FGTS s/ 13º Salário 8% 389,57 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 379,83 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 191 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 901 - Área Costura - Fábrica Direto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DAS FÉRIAS 901 - Área Costura - Fábrica Direto Total da Folha 58.436,00 1/12 da Folha de Pagamento 4.869,67 1/3 de Adicional de Férias 1.623,22 Provisão das Férias 4.869,67 Provisão Adicional sobre Férias 1.623,22 Provisão INSS s/ Férias+Adicional 20% 1.298,58 20,00% Provisão FGTS s/ Férias+Adicional 8% 519,43 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 506,45 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1192 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 193 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.1.3 Departamento 902 – Departamento de Manutenção Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 902 – Manutenção. 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes). 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador. ð Total dos Salários: 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto Total da Folha 9.770,00 INSS s/Folha de Pagamento 20% 1.954,00 20,00% FGTS s/Folha de Pagamento 8% 781,60 8,00% INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 762,06 7,80% CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1194 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 195 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão 13º Salário: 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DO 13º SALÁRIO 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto Total da Folha 9.770,00 1/12 da Folha de Pagamento 814,17 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto Provisão 13º Salário814,17 Provisão INSS s/13º Salário 20% 162,83 20,00% Provisão FGTS s/ 13º Salário 8% 65,13 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 63,51 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1196 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3 TÓPICO 1 197 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S PROVISÃO DAS FÉRIAS 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto Total da Folha 9.770,00 1/12 da Folha de Pagamento 814,17 1/3 de Adicional de Férias 271,39 902 - Área Manutenção - Fábrica Indireto Provisão das Férias 814,17 Provisão Adicional sobre Férias 271,39 Provisão INSS s/ Férias+Adicional 20% 217,11 20,00% Provisão FGTS s/ Férias+Adicional 8% 86,84 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 84,67 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1198 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.1.4 Departamento 903 – Departamento de PCP Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 903 – PCP. 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e Férias (com os devidos encargos sociais incidentes). 903 - Área PCP - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3 TÓPICO 1 199 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador. ð Total dos Salários: 903 - Área PCP - Fábrica Indireto Total da Folha 8.527,00 INSS s/Folha de Pagamento 20% 1.705,40 20,00% FGTS s/Folha de Pagamento 8% 682,16 8,00% INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 665,11 7,80% CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1200 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão 13º Salário: 903 - Área PCP - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DO 13º SALÁRIO 903 - Área PCP - Fábrica Indireto Total da Folha 8.527,00 1/12 da Folha de Pagamento 710,58 UNIDADE 3 TÓPICO 1 201 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 903 - Área PCP - Fábrica Indireto Provisão 13º Salário 710,58 Provisão INSS s/13º Salário 20% 142,12 20,00% Provisão FGTS s/ 13º Salário 8% 56,85 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 55,43 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1202 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 903 - Área PCP - Fábrica Indireto CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DAS FÉRIAS 903 - Área PCP - Fábrica Indireto Total da Folha 8.527,00 1/12 da Folha de Pagamento 710,58 1/3 de Adicional de Férias 236,86 903 - Área PCP - Fábrica Indireto Provisão das Férias 710,58 Provisão Adicional sobre Férias 236,86 Provisão INSS s/ Férias+Adicional 20% 189,49 20,00% Provisão FGTS s/ Férias+Adicional 8% 75,80 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 73,90 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3 TÓPICO 1 203 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: 2.1.5 Departamento 906 – Departamento Financeiro Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 906 – Departamento Financeiro. UNIDADE 3TÓPICO 1204 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 906 - Área Financeiro - Administrativo Total da Folha 78.918,00 INSS s/Folha de Pagamento 20% 15.783,60 20,00% FGTS s/Folha de Pagamento 8% 6.313,44 8,00% INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 6.155,60 7,80% CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: ð Total dos Salários: 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes). 906 - Área Financeiro - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador. UNIDADE 3 TÓPICO 1 205 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: ð Provisão 13º Salário: 906 - Área Financeiro - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DO 13º SALÁRIO 906 - Área Financeiro - Administrativo Total da Folha 78.918,00 1/12 da Folha de Pagamento 6.576,50 906 - Área Financeiro - Administrativo Provisão 13º Salário 6.576,50 Provisão INSS s/13º Salário 20% 1.315,30 20,00% Provisão FGTS s/ 13º Salário 8% 526,12 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 512,97 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3TÓPICO 1206 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 207 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 906 - Área Financeiro - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DAS FÉRIAS 906 - Área Financeiro - Administrativo Total da Folha 78.918,00 1/12 da Folha de Pagamento 6.576,50 1/3 de Adicional de Férias 2.192,17 Provisão das Férias 6.576,50 Provisão Adicional sobre Férias 2.192,17 Provisão INSS s/ Férias+Adicional 20% 1.753,73 20,00% Provisão FGTS s/ Férias+Adicional 8% 701,49 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 683,96 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1208 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.1.6 Departamento 909 – Departamento Comercial Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 909 – Departamento Comercial. 31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes). 909 - Área Comercial - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador. FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador. Demais Encargos sobre Folha de Pagamento= 7,8% do empregador. ð Total dos Salários: UNIDADE 3 TÓPICO 1 209 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 909 - Área Comercial - Administrativo Total da Folha 304.200,00 INSS s/Folha de Pagamento 20% 60.840,00 20,00% FGTS s/Folha de Pagamento 8% 24.336,00 8,00% INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 23.727,60 7,80% CÁLCULO TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 1210 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão 13º Salário: 909 - Área Comercial - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DO 13º SALÁRIO 909 - Área Comercial - Administrativo Total da Folha 304.200,00 1/12 da Folha de Pagamento 25.350,00 909 - Área Comercial - Administrativo Provisão 13º Salário 25.350,00 Provisão INSS s/13º Salário 20% 5.070,00 20,00% Provisão FGTS s/ 13º Salário 8% 2.028,00 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 1.977,30 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DO 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 211 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Provisão das Férias: 909 - Área Comercial - Administrativo CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS PROVISÃO DAS FÉRIAS 909 - Área Comercial - Administrativo Total da Folha 304.200,00 1/12 da Folha de Pagamento 25.350,00 1/3 de Adicional de Férias 8.450,00 909 - Área Comercial - Administrativo Provisão das Férias 25.350,00 Provisão Adicional sobre Férias 8.450,00 Provisão INSS s/ Férias+Adicional 20% 6.760,00 20,00% Provisão FGTS s/ Férias+Adicional 8% 2.704,00 8,00% Provisão INCRA/SESI/SENAI, etc. 7,8% 2.636,40 7,80% CÁLCULO TOTAL DA PROVISÃO DAS FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3TÓPICO 1212 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 1 213 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O gasto total com a folha de pagamento será de: Caro(a) acadêmico(a), vimos até aqui todos os registros da abertura da empresa, os registros das operações com mercadorias (compras e vendas) e os registros da apuração e contabilização da folha de pagamento. No próximo tópico, estudaremos a apuração dos custos e das fichas técnicas, para compreendermos como se faz a transferência dos gastos industriais ao estoque da empresa. UNIDADE 3TÓPICO 1214 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 1 Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos revisar o que estudamos até o presente momento. • Aquisição da matéria-prima, com a contabilização do Custo do Estoque e o crédito tributário das notas fiscais de compras. • A aquisição de Móveis e Utensílios e demais itens do imobilizado para o cálculo da depreciação. • Contratação de um seguro para a empresa e a verificação do reflexo da contabilização em Custo e Despesa. • Venda de produtos da empresa, com o reflexo dos Impostos das Vendas no resultado da empresa. • Apuração dos gastos com os salários, 13º salário, férias, encargos sociais e a devida contabilização em Custos ou Despesas. UNIDADE 3 TÓPICO 1 215 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � 1 Faça a seguinte contabilização: (Utilize o Plano de Contas que estudamos no Tópico 2, da Unidade 1, deste Caderno de Estudos). 9/1 Pagamento de seguro predia. À vista. Cobertura do seguro em 01 ano. 8/1 Contratação de serviços de propaganda (área Comercial) para a empresa, nota nr. 0057, no valor de: com pagamento à vista. Cheque do Banco A.A área Comercial é Departa- mento 909. 3 Faça a seguinte contabilização: (Utilize o Plano de Contas que estudamos no Tópico 2, da Unidade 1, deste Caderno de Estudos). 7/1 Compra de uma máquina industrial, pago à vista com cheque do Banco A. R$430.000,00 2 Faça a seguinte contabilização: (Utilize o Plano de Contas que estudamos no Tópico 2, da Unidade 1, deste Caderno de Estudos). R$43.000,00 R$3.430.000,00 UNIDADE 3TÓPICO 1216 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S APURAÇÃO DOS CUSTOS INDUSTRIAIS E FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS COM PREÇO DE VENDA 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 Neste tópico iremos estudar mais algumas operações contábeis, como a apropriação dos gastos dos seguros às contas de resultado e a apropriação dos custos dos produtos em elaboração aos produtos elaborados. Na Ficha Técnica estudaremos como se elabora o cálculo do custo de cada peça produzida, e assim poderemos partir para o Tópico 3 com informações suficientes para a análise dos custos gerados. UNIDADE 3 2 OPERAÇÕES PARA GERAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS Faremos alguns registros que contribuem para a geração dos custos dos produtos da empresa. Primeiramente, veremos como se apura a amortização do gasto com o seguro da empresa. O valor do seguro contratado era de R$ 230.000,00 e vamos amortizar este gasto por 12 meses. UNIDADE 3TÓPICO 2218 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Assim, o valor encontrado na amortização para cada mês é de R$ 19.166,67. Também precisamos alocar este gasto para cada centro de custos e estipular um percentual de alocação deste gasto amortizado para cada centro de custo. Vamos supor (cada empresa possui o seu critério) os seguintes percentuais (%) de alocação de gasto: O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 2 219 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para a baixa da conta do Ativo, teremos o seguinte registro: A conta de Prêmios e Seguros a Vencer ficará com o saldo de R$ 210.833,33 e será amortizada durante os próximos 11 meses do ano, sendo que o valor irá compor: ð Os gastos indiretos industriais e ð As despesas gerais e administrativas. Outro item que não podemos esquecer é a Depreciação do Imobilizado da empresa, que iremos apurar com um turno de trabalho com os percentuais conforme seguem os controles: UNIDADE 3TÓPICO 2220 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Logo, teremos os seguintes registros da depreciação e os respectivos Centros de Custos: 31/1 Registrar a Depreciação dos bens da empresa, apurada durante o período Os móveis e utensílios serão alocados ao setor FINANCEIRO O veículo será alocado ao setor FINANCEIRO As máquinas e equipamentos serão alocados ao setor de MANUTENÇÃO Financeiro R$2.083,33 Financeiro Manutenção R$3.300,00 R$28.583,00 O registro contábil será da seguinte forma: O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 2 221 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 2.1 APURAÇÃO DA FICHA DE CONTROLE DO ESTOQUE O objetivo é a apuração dos custos dos estoques da matéria-prima. A 1ª aquisição, em 03/01, teve o custo da matéria-prima do produto A da seguinte forma: 1,1,21,01 3/1 D 431.600,00 3 Matéria-Prima O custo do estoque do Produto A foi de R$ 431.600,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). A 2ª aquisição, em 16/01, teve o custo da matéria-prima do produto A da seguinte forma: 16/1 D 522.900,00 40 Matéria-Prima1,1,21,01 O custo do estoque do Produto A foi de R$ 522.900,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). Então, como ficará o controle do Estoque da matéria-prima A? UNIDADE 3TÓPICO 2222 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A apuração do Custo Médio do Estoque foi da seguinte forma: 03/01 – Compra de 1.000 kg a R$ 431,60 por kg = R$ 431.600,00 11/01 – Requisição de 850 kg ao custo de R$ 431,60 por unidade = R$ 366.860,00 para serem utilizados na produção (foi baixado do estoque da matéria-prima para ser consumido na produção). 16/01 - Compra de 1.200 kg a R$ 435,75 por kg = R$ 522.900,00 ð Apuração do Custo Médio do estoque: Saldo anterior R$ 64.740,00 + Compra R$ 522.900,00 = R$ 587.640,00 ð Quantidade anterior de 150 kg + 1.200 kg = 1.350 kg ð Valor médio por unidade = R$ 587.640,00 / 1.350 kg = R$ 435,29 por kg 11/01 – Requisição de 950 kg ao custo de R$ 435,29 por unidade = R$ 413.525,50 para serem utilizados na produção. Portanto, o custo da matéria-prima A utilizada na produção do período foi de R$ 780.385,50 com 1.800 kg consumidos. Agora vamos apurar o custo do estoque da matéria-prima B. A 1ª aquisição, em 05/01, teve o custo da matéria-prima do produto B da seguinte forma: 5/1 D 1.494.000,009 Matéria-Prima1,1,21,01 O custo do estoque do Produto B foi de R$ 1.494.000,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). A 2ª aquisição, em 17/01, teve o custo da matéria-prima do produto B da seguinte forma: 17/1 D 848.260,0044 Matéria-Prima1,1,21,01 UNIDADE 3 TÓPICO 2 223 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O custo do estoque do Produto B foi de R$ 848.260,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). Então, como ficará o controle do Estoque da matéria-prima B? A apuração do Custo Médio do Estoque foi da seguinte forma: 05/01 – Compra de 2.500 kg a R$ 597,60 por kg = R$ 1.494.000,00 07/01 – Requisição de 1.650 kg ao custo de R$ 597,60 por unidade = R$ 986.040,00 para serem utilizados na produção (foi baixado do estoque da matéria-prima para ser consumido na produção). 17/01 - Compra de 1.400 kg a R$ 605,90 por kg = R$ 848.260,00 ð Apuração do Custo Médio do estoque: Saldo anterior R$ 507.960,00 + Compra R$ 848.260,00 = R$ 1.356.220,00 ð Quantidade anterior de 850 kg + 1.400 kg = 2.250 kg ð Valor médio por unidade = R$ 1.356.220,00 / 2.250 kg = R$ 602,76 por kg 18/01 – Requisição de 1.770 kg ao custo de R$ 602,76 por unidade = R$ 1.066.885,20 para serem utilizados na produção. Portanto, o custo da matéria-prima B utilizada na produção do período foi de R$ 2.052.925,20 com 3.420 kg consumidos. Agora vamos apurar o custo do estoque da matéria-prima C. A 1ª aquisição, em 07/01, teve o custo da matéria-prima do produto C da seguinte forma: UNIDADE 3TÓPICO 2224 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 7/1 D 2.363.840,0015 Matéria-Prima1,1,21,01 O custo do estoque do Produto C foi de R$ 2.363.840,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). A 2ª aquisição, em 19/01, teve o custo da matéria-prima do produto B da seguinte forma: 19/1 D 1.191.465,0048 Matéria-Prima1,1,21,01 O custo do estoque do Produto C foi de R$ 1.191.465,00 (descontados os impostos do ICMS e IPI). Então, como ficará o controle do Estoque da matéria-prima C? A apuração do Custo Médio do Estoque da matéria-prima C foi da seguinte forma: 07/01 – Compra de 3.200 kg a R$ 738,70 por kg = R$ 2.363.840,00 09/01 – Requisição de 2.850 kg ao custo de R$ 738,70 por unidade = R$ 2.105.295,00 para serem utilizados na produção (foi baixado do estoque da matéria-prima para ser consumido na produção). 19/01 - Compra de 1.650 kg a R$ 722,10 por kg = R$ 1.191.465,00 ð Apuração do Custo Médio do estoque: Saldo anterior R$ 258.545,00 + Compra R$ 1.191.465,00 = R$ 1.450.010,00 ð Quantidade anterior de 350 kg + 1.650 kg = 2.000 kg ð Valor médio por unidade = R$ 1.450.010,00 / 2.000 kg = R$ 725,01 por kg 18/01 – Requisição de 1.780 kg ao custo de R$ 725,01 por unidade = R$ 1.290.517,80 para serem utilizados na produção. Portanto, o custo da matéria-prima C utilizada na produção do período foi de R$ UNIDADE 3 TÓPICO 2 225 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S 3.395.812,80 com 4.630 kg consumidos. 2.2. ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA DRE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS Neste item faremos a identificação dos gastos gerados na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício para a apuração dos custos dos produtos. Primeiramente, vamos identificar os valores por tipo de gasto e por centro de custo. De acordo com as informações da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, temos os seguintes Custos alocados à produção: Aqui temos os gastos de Mão de Obra (Custo Direto) em R$ 279.408,80 referente aos centros de custos 900 e 901. Vamos identificar os valores referentes ao Custo Indireto de Mão de Obra. Temos os gastos de Mão de Obra (Custo Indireto) em R$ 29.678,75 referentes aos centros de custos 902 e 903. Vamos identificar os valores referentes ao Custo Indireto de Seguro. UNIDADE 3TÓPICO 2226 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Os gastos de Seguro (Custo Indireto) perfazem o valor de R$ 16.291,67 referentes aos centros de custos 900, 901, 902, 903 e 905. Vamos identificar os valores referentes ao Custo Indireto de Depreciação. Os gastos de Depreciação (Custo Indireto) perfazem um valor de R$ 28.583,33 referentes aos centros de custos 902. Com isso apurado, os gastos totais alocados ficam mensurados em: Total dos gastos alocados da DRE 353.962,55R$ Vamos agora à contabilização da alocação dos gastos para a conta contábil de Produtos em Processo para a avaliação dos custos da produção. 31/1 Alocar os Custos Direto para Produtos em Processo, Área Talhação - Fábrica Direto Neste centro de Custo 900 – Área Talhação temos a alocação no valor de 189.414,03. 31/1 Alocar os Custos Diretos para Produtos em Processo, Área Costura - Fábrica Direto 31/1 Alocar os Custos Diretos para Produtos em Processos, Área Manutenção - Fábrica Direto Neste centro de Custo 901 – Área Costura temos a alocação no valor de R$ 99.578,11. REGISTRO CONTÁBIL UNIDADE 3 TÓPICO 2 227 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Neste centro de Custo 902 – Área Manutenção temos a alocação no valor de R$ 49.222,48. 31/1 Alocar os Custos Diretos para Produtos em Processo, Área PCP - Fábrica Direto 31/1 Alocar os Custos Diretos para Produtos em Processo, Área Almoxerifado - Fábrica Direto Neste centro de Custo 903 – Área PCP temos a alocação no valor de R$ 14.789,60. Neste centro de Custo 904 – Área Almoxarifado temos a alocação no valor de R$ 958,33. No próximo item vamos identificar o total dos gastos da matéria-prima que estão alocados aos produtos em processo. 2.3 ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA MATÉRIA-PRIMA DO ESTOQUE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS Veja que o valor baixado de cada Ficha de Controle de Estoque foi de R$ 6.229.123,50. Então, como ficará o controle do Estoque da matéria-prima A? O custo da matéria-prima A utilizada na produção do período foi de R$ 780.385,50 com 1.800 kg consumidos. O custo da matéria-prima B utilizada na produção do período foi de R$ 2.052.925,20 com 3.420 kg consumidos. Portanto, o custo da matéria-prima A utilizada na produção do período foi de R$ 3.395.812,80 com 4.630 kg consumidos. O Total da Matéria-Prima alocada será de R$ 6.229.123,50 (R$ 780.385,50 + R$ 2.052.925,20 + R$ 3.395.812,80). UNIDADE 3TÓPICO 2228 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos à contabilização? Apropriar o consumo da Matéria-Prima para produtos em Processo 3 APURAÇÃO DOS CUSTOSDA PRODUÇÃO A partir de agora vamos apurar os custos da produção reconhecidos para quatro produtos produzidos pela empresa. Então, vamos lá! Você recorda que estamos lidando com a Receita de Vendas de quatro produtos distintos da empresa. LINHA RECEITAS DE VENDAS - LINHAS DE PRODUTOS 100 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto A 200 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto B 300 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto C 400 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto D Vamos apurar a produção de cada linha de produtos de acordo com o tamanho do produto produzido. APURAÇÃO DOS CUSTOS Obs: A mesma matéria-prima é utilizada para fabricar os produtos A, B, C e D. NESTE CONJUNTO DE DADOS FOI PRODUZIDO O LOTE 1001 Produto A: Tecido com 1,00 metro de largura Produto B: Tecido com 1,50 metro de largura Produto C: Tecido com 2,00 metro de largura Produto D: Tecido com 2,50 metro de largura UNIDADE 3 TÓPICO 2 229 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Estamos trabalhando com a produção de tecidos e cada produto possui metragens distintas, conforme visto acima. Precisamos também identificar quantas horas semanais estão sendo trabalhadas, e se porventura ocorrerem feriados durante algum mês também deverá ser previsto. Mas vamos permanecer com a proposta de 4 Domingos no mês, e a empresa possui turnos aos sábados. Horas trabalhadas semanais: 44 horas semanais Dias trabalhados na semana: 6 dias por semana Média de horas trabalhadas diárias: 7,3333 horas diárias Dias no mês: 30 dias no mês Domingos no mês: (4) Dias trabalhados no mês 26 Neste caso, a empresa possui 7,3333 horas médias diárias de trabalho (44 horas semanais / 6 dias da semana de segunda-feira até sábado), que totalizam 26 dias trabalhados no mês = 30 dias ( - ) 4 Domingos. Precisamos também identificar o número total de funcionários diretos que no Centro de Custo 900 e 901 totalizam 104 funcionários. Para apurarmos o número total de horas disponíveis para a produção, basta fazer a seguinte operação: 104 funcionários x 26 dias trabalhados x 7,3333 horas média diária = 19.829 horas. Dias trabalhados no mês 26 Média de horas trabalhadas diárias: 7,3333 Total de horas trabalhadas no mês 19.829 UNIDADE 3TÓPICO 2230 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Agora necessitamos identificar a distribuição destas 19.829 horas de produção aos 4 produtos da empresa. De acordo com os dados acima, temos: Produto A = 2.360 peças produzidas x 1,0072034 horas = 2.377 horas produção. Produto B = 3.278 peças produzidas x 1,5000000 horas = 4.917 horas produção. Produto A = 2.980 peças produzidas x 2,0000000 horas = 5.960 horas produção. Produto A = 2.630 peças produzidas x 2,5000000 horas = 6.575 horas produção. Você pode verificar abaixo os apontamentos do consumo da matéria-prima, onde as baixas do controle do estoque são respectivamente 1.800 kg ao Produto A, 3.420 kg ao Produto B e 4.630 kg ao Produto C. Os totais dos Custos Diretos encontram-se na ordem de R$ 6.508.532,20, e os Custos Indiretos estão na ordem de R$ 74.553,75. Os custos Indiretos foram apropriados pelo consumo da Matéria-Prima. UNIDADE 3 TÓPICO 2 231 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos proceder à distribuição dos custos diretos e indiretos aos Produtos A, B, C e D. 3.1 MENSURAÇÃO DOS CUSTOS Nesta etapa vamos identificar os custos alocados (mensurados) a cada produto A, B, C e D. Vamos de certa forma distribuir os custos de acordo com determinados critérios de alocação. Como estão distribuídos esses custos diretos? ð Matéria-Prima A A Matéria-Prima A possui o total de R$ 780.385,50 / 1.800 kg de matéria-prima = R$ 433,5475 que multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (320 kg) resulta em R$ 138.735,20. Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 433,5475 por 406 kg consumidos ao produto B que resultará em R$ 176.020,29. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 433,5475 por 490 kg consumidos ao produto C que resultará em R$ 212.438,28. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 433,5475 por 584 kg consumidos ao produto D que resultará em R$ 253.191,74. ð Matéria-Prima B A Matéria-Prima B possui o total de R$ 2.052.925,20 / 3.420 kg de matéria-prima = R$ 600,270526 que multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (760 kg) resulta em R$ 456.205,60. UNIDADE 3TÓPICO 2232 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 600,270526 por 850 kg consumidos ao produto B que resultará em R$ 510.229,95. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 600,270526 por 880 kg consumidos ao produto C que resultará em R$ 528.238,06. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 600,270526 por 930 kg consumidos ao produto D que resultará em R$ 558.251,59. ð Matéria-Prima C A Matéria-Prima C possui o total de R$ 3.395.812,80 / 4.630 kg de matéria-prima = R$ 733,436889 que multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (1.090 kg) resulta em R$ 799.446,21. Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 733,436889 por 1.240 kg consumidos ao produto B que resultará em R$ 909.461,74. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 733,436889 por 1.270 kg consumidos ao produto C que resultará em R$ 931.464,85. Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de R$ 733,436889 por 1.030 kg consumidos ao produto D que resultará em R$ 755.440,00. ð Mão de Obra Direta Devemos pegar o valor total de R$ 279.408,80 de mão de obra e dividir pelo total de horas trabalhadas que são de 19.829 horas, o que irá perfazer o valor médio de hora trabalhada em R$ 14,090917. Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto A devemos pegar o valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 2.377 horas de produção, que irá perfazer o valor de R$ 33.494,11 de gastos de horas de mão de obra para o produto A. Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto B devemos pegar o valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 4.917 horas de produção, que irá perfazer o valor de R$ 69.285,04 de gastos de horas de mão de obra para o produto B. Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto C devemos pegar o valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 5.960 horas de produção, que irá perfazer o valor de R$ 83.981,87 de gastos de horas de mão de obra para o produto C. UNIDADE 3 TÓPICO 2 233 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto D devemos pegar o valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 6.575 horas de produção, que irá perfazer o valor de R$ 92.647,78 de gastos de horas de mão de obra para o produto D. Com isso terminamos a mensuração dos Custos Diretos. Para os Custos Indiretos utilizaremos praticamente o mesmo raciocínio, com a distribuição dos gastos de acordo com o tempo de produção de cada produto. Então, para o Produto A, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado por 2.377 horas da produção do produto A, que irá perfazer um montante de R$ 3.557,74 de gastos de mão de obra indireta ao produto A. Para o ProdutoB, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado por 4.917 horas da produção do produto B, que irá perfazer um montante de R$ 7.359,44 de gastos de mão de obra indireta ao produto B. Para o Produto C, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado por 5.960 horas da produção do produto C, que irá perfazer um montante de R$ 8.920,54 de gastos de mão de obra indireta ao produto C. Para o Produto D, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado por 6.575 horas da produção do produto D, que irá perfazer um montante de R$ 9.841,03 de gastos de mão de obra indireta ao produto D. Por sua vez, a conta de Seguros e Depreciação segue o mesmo raciocínio de cálculo. Agora é só somar os gastos diretos e indiretos de cada produto, e o valor final de cada custo do produto será de: ITEM CUSTOS TOTAIS A 1.436.818,25R$ B 1.683.484,12R$ C 1.778.531,67R$ D 1.684.252,02R$ Total 6.583.086,05R$ UNIDADE 3TÓPICO 2234 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tivemos a seguinte composição da produção: Devemos dividir o valor de cada Custo Total da Produção por cada unidade produzida, assim teremos: ð Produto A = R$ 1.436.818,25 / 2.360 peças = R$ 608,82 custo por peça produzida. ð Produto B = R$ 1.683.484,12 / 3.278 peças = R$ 513,57 custo por peça produzida. ð Produto C = R$ 1.778.531,67 / 2.980 peças = R$ 596,82 custo por peça produzida. ð Produto D = R$ 1.684.252,02 / 2.630 peças = R$ 640,40 custo por peça produzida. Com o valor do total do custo da produção, vamos contabilizar a transferência dos Produtos em Processo, para Produtos Acabados em R$ 6.583.086,05. 31/1 Alocar os Produtos em Processo para Produtos Acabados 4 FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Feita a apuração dos custos da produção, iremos elaborar a Ficha Técnica dos Produtos e juntamente a formação do Preço de Venda de cada produto que foi elaborado e colocado à disposição da venda. Vamos primeiramente tomar o Produto A para elaborarmos a Ficha Técnica da composição dos gastos da produção. UNIDADE 3 TÓPICO 2 235 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ð Produto A: Como faremos para apurar o preço de venda do Produto A? Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-Prima A 0,13559 kg deste para o Produto A ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor total de R$ 58,79 de matéria-prima A. Foram consumidos em Matéria-Prima B 0,32203 kg deste para o Produto A ao custo médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 193,31 de matéria-prima B. Foram consumidos em Matéria-Prima C 0,46186 kg deste para o Produto A ao custo médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 338,75 de matéria-prima C. Houve também o gasto da mão de obra em 1,0072034 horas ao custo hora de R$ 14,090917, o que levou ao total de R$ 14,19 em mão de obra. Os Custos Fixos já foram apurados em: UNIDADE 3TÓPICO 2236 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S E a quantidade da produção foi apurada em: Assim, os Custos Fixos alocados para o produto A foram de R$ 8.937,13 / 2.360 peças = R$ 3,79 por peça aproximadamente. O Total do Custo do Produto A é de R$ 608,82, pois temos: ð Matéria-Prima = R$ 590,84 + Mão de Obra = R$ 14,19 + Custos Fixos Alocados = R$ 3,79. O total das Despesas Gerais na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 em R$ 958,33, do Centro de Custo 906 em R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 em R$ 524.387,63. A produção total foi de 11.248 peças. UNIDADE 3 TÓPICO 2 237 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça aproximadamente. O valor total dos Custos e das Despesas para o produto A foi de R$ 668,09 (R$ 608,82 + R$ 59,27). A empresa deseja atingir um lucro de 12% referente a esta venda e o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 10% + CSLL = 9%). Desta forma, o lucro tributável deste produto A será de: 18,1818% (que se apura da seguinte forma: 0,12 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim 0,12 / 0,66 = 0,181818 x 100 = 18,1818% multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual). Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias. ð ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00% ð PIS (Programação de Integração Social) = 1,65% ð COFINS = Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60% O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%. Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar 18,1818% + 26,2500% = 44,4318%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 0,444318 = 0,555682. ð MARK-UP DIVISOR = 0,555682. Preço de Venda = Custo / mark-up Divisor. Preço de Venda = R$ 668,09 / 0,555682 Preço de Venda = R$ 1.202,30 (Sem IPI) Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto A. UNIDADE 3TÓPICO 2238 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Veja a seguinte figura que irá ilustrar a formação do preço de venda. FIGURA 24 – FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA FONTE: Bruni e Famá (2006) UNIDADE 3 TÓPICO 2 239 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto B e a composição dos gastos da produção. ð Produto B: Como faremos para apurar o preço de venda do Produto B? Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-Prima A 0,12386 kg deste para o Produto B ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor total de R$ 53,70 de matéria-prima A. Foram consumidos em Matéria-Prima B 0,25930 kg deste para o Produto B ao custo médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 155,65 de matéria-prima B. Foram consumidos em Matéria-Prima C 0,37828 kg deste para o Produto B ao custo médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 277,44 de matéria-prima C. Houve também o gasto da mão de obra em 1,5000000 horas ao custo hora de R$ 14,090917, o que levou ao total de R$ 21,14 em mão de obra. UNIDADE 3TÓPICO 2240 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Os Custos Fixos já foram apurados em: E a quantidade da produção foi apurada em: Os Custos Fixos alocados para o produto B foram de = R$ 18.487,10 / 3.278 peças = R$ 5,64 por peça aproximadamente. Assim, o Total do Custo do Produto B é de R$ 513,57, pois temos: ð Matéria-Prima = R$ 486,79 + Mão de Obra = R$ 21,14 + Custos Fixos Alocados = R$ 5,64. O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 em R$ 958,33, do Centro de Custo 906 em R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 em R$ 524.387,63. A produção total foi de 11.248 peças. UNIDADE 3 TÓPICO 2 241 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça aproximadamente. O valor total dosCustos e das Despesas para o produto B foi de R$ 572,84 (R$ 513,57 + R$ 59,27). A empresa deseja atingir um lucro de 14% referente a esta venda e o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido perfazem 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 10% + CSLL = 9%). Desta forma, o lucro tributável deste produto B será de: 21,2121% (apuramos da seguinte forma: 0,14 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim 0,14 / 0,66 = 0,212121 x 100 = 21,2121%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual). IMP OR TAN TE! � Todo o assunto deste Caderno de Estudos que se refere aos 34% do IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, está relacionado à INDÚSTRIA. Tributação com base no Lucro Real. Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias. ð ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00% ð PIS (Programação de Integração Social) = 1,65% ð COFINS = Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60% O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%. Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar: 21,2121% + 26,2500% = 47,4621%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 0,474621 = 0,525379. ð MARK-UP DIVISOR = 0,525379. Preço de Venda = Custo / Mark-up Divisor. Preço de Venda = R$ 572,84 / 0,525379 Preço de Venda = R$ 1.090,34 (Sem IPI) Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto B. UNIDADE 3TÓPICO 2242 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S UNIDADE 3 TÓPICO 2 243 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto C e a composição dos gastos da produção. ð Produto C: Como faremos para apurar o preço de venda do Produto C? Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-Prima A 0,16443 kg deste para o Produto C ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor total de R$ 71,29 de matéria-prima A. Foram consumidos em Matéria-Prima B 0,29530 kg deste para o Produto C ao custo médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 177,26 de matéria-prima B. Foram consumidos em Matéria-Prima C 0,42617 kg deste para o Produto C ao custo médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 312,57 de matéria-prima C. Houve também o gasto da mão de obra em 2,0000000 horas ao custo hora de R$ 14,090917, o que levou ao total de R$ 28,18 em mão de obra. UNIDADE 3TÓPICO 2244 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Os Custos Fixos já foram apurados em: E a quantidade da produção foi apurada em: Os Custos Fixos alocados para o produto C foram de = R$ 22.408,61 / 2.980 peças = R$ 7,52 por peça aproximadamente. O Total do Custo do Produto C é de R$ 596,82, pois temos: Matéria-Prima = R$ 561,12 + Mão de Obra = R$ 28,18 + Custos Fixos Alocados = R$ 7,52. O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 em R$ 958,33, do Centro de Custo 906 em R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 em R$ 524.387,63. A produção total foi de 11.248 peças. UNIDADE 3 TÓPICO 2 245 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo-se por 11.248 unidades de produção total, podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça aproximadamente. O valor total dos Custos e das Despesas para o produto C foi de R$ 656,10 (R$ 596,82 + R$ 59,27). A empresa deseja atingir um lucro de 17% referente a esta venda e o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 10% + CSLL = 9%). Desta forma, o lucro tributável deste produto C será de: 25,7576% (que se apura da seguinte forma: 0,17 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim, 0,17 / 0,66 = 0,257576 x 100 = 25,7576%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual). Agora vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias. ð ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00% ð PIS (Programação de Integração Social) = 1,65% ð COFINS = Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60% O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%. Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar 25,7576% + 26,2500% = 52,0076%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 0,520076 = 0,479924. ð MARK-UP DIVISOR = 0,479924. Preço de Venda = Custo / Mark-up Divisor. Preço de Venda = R$ 656,10 / 0,479924 Preço de Venda = R$ 1.367,08 (Sem IPI) Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto C. UNIDADE 3TÓPICO 2246 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto D e a composição dos gastos da produção. ð Produto D: UNIDADE 3 TÓPICO 2 247 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Como faremos para apurar o preço de venda do Produto D? Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-Prima A 0,22205 kg deste para o Produto D ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor total de R$ 96,27 de matéria-prima A. Foram consumidos em Matéria-Prima B 0,35361 kg deste para o Produto D ao custo médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 212,26 de matéria-prima B. Foram consumidos em Matéria-Prima C 0,39163 kg deste para o Produto D ao custo médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 287,24 de matéria-prima C. Houve também o gasto da mão de obra em 2,5000000 horas ao custo hora de R$ 14,090917, o que levou ao total de R$ 35,23 em mão de obra. UNIDADE 3TÓPICO 2248 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Os Custos Fixos foram apurados em: E a quantidade da produção foi apurada em: Os Custos Fixos alocados para o produto D foram de R$ 24.720,91 / 2.630 peças = R$ 9,40 por peça aproximadamente. O Total do Custo do Produto D é de R$ 640,40, pois temos: Matéria-Prima = R$ 595,77 + Mão de Obra = R$ 35,23 + Custos Fixos Alocados = R$ 9,40. O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 em R$ 958,33, do Centro de Custo 906 em R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 em R$ 524.387,63. A produção total foi de 11.248 peças. UNIDADE 3 TÓPICO 2 249 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total, podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça aproximadamente. O valor total dos Custos e das Despesas para o produto D foi de R$ 699,67 (R$ 640,40 + R$ 59,28). A empresa deseja atingir um lucro de 11% referente a esta venda e o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 10% + CSLL = 9%). Desta forma o lucro tributável deste produto D será de 16,6667% (que se apura da seguinte forma: 0,11 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim, 0,11 / 0,66 = 0,166667 x 100 = 16,6667%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual). Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias. ð ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00% ð PIS (Programação de Integração Social) = 1,65% ð COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60% O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%. Para a apuração do mark-up do Preçode Venda devemos somar 16,6667% + 26,2500% = 42,9167%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 0,429167 = 0,570833. ð MARK-UP DIVISOR = 0,570833. Preço de Venda = Custo / Mark-up Divisor. Preço de Venda = R$ 699,67 / 0,570833 Preço de Venda = R$ 1.225,70 (Sem IPI) Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto D. UNIDADE 3TÓPICO 2250 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Caro(a) acadêmico(a), encerramos a etapa da formação do preço de venda juntamente com a ficha técnica. No próximo item estudaremos a análise do Ponto de Equilíbrio, finalizando com a apresentação do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. UNIDADE 3 TÓPICO 2 251 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S RESUMO DO TÓPICO 2 Chegamos ao final do Tópico 2. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora. • Registros que contribuem para a geração dos custos dos produtos da empresa. • Amortização do gasto com o seguro da empresa. • Apuração da depreciação do imobilizado da empresa. • Apuração dos custos dos estoques da matéria-prima. • Identificação dos custos alocados à produção. • Identificação do custo indireto de mão de obra. • Identificação dos gastos de mão de obra (custo indireto) e seus reflexos no resultado. • Apuração do custo hora da mão de obra. • Elaboração da ficha técnica e apuração do preço de venda. UNIDADE 3TÓPICO 2252 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S AUT OAT IVID ADE � 1 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados: ICMS = 17%, Lucro = 8%, Custo = R$ 100,00 2 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados: ICMS = 17%, Lucro = 12%, Custo = R$ 300,00 3 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados: ICMS = 17%, Lucro = 11%, Custo = R$ 318,00 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO E ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO E DO BALANÇO PATRIMONIAL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 Estamos chegando à reta final deste Caderno de Estudos. Neste tópico estudaremos a análise do Ponto de Equilíbrio dos produtos da empresa e do impacto dos gastos variáveis e gastos fixos no volume da produção, de acordo com os dados (registros contábeis) estudados nos tópicos 1 e 2 desta terceira unidade. Por final, faremos a apresentação e análise dos resultados no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado do Exercício da empresa, também com base nos dados apresentados no decorrer dos tópicos 1 e 2. UNIDADE 3 2 PONTO DE EQUILÍBRIO Com os dados apresentados nos tópicos 1 e 2, partiremos para a apuração do PE = Ponto de Equilíbrio dos produtos da empresa. UNIDADE 3TÓPICO 3254 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Para analisarmos o Ponto de Equilíbrio conforme os valores acima, temos inicialmente que desenvolver os procedimentos de cálculo. Para os Rolos de Tecido – Produto A, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe a FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo. O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.202,30, e o custo de R$ 608,82 deve ser descontado assim como o valor do imposto (R$ 1.125,57 x 26,25%) de R$ 315,60. O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.202,30 ( - ) R$ 608,82 ( - ) 315,60 será de R$ 277,87 de Margem de Contribuição ( MC ). A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos da empresa. A despesa proporcional encontrada em R$ 139.883,09 foi apurada da seguinte forma: ð O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = a R$ 59,272493. ð O valor de R$ 59,272493 referente às despesas proporcionais de cada unidade produzida x a quantidade da produção do produto A de 2.360 unidades = R$ 139.883,09. A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em = R$ 139.883,09 / R$ 277,87 = 503,411921 peças (ou 503,41 peças com duas casas decimais). IMP OR TAN TE! � Utilizamos neste cálculo maior quantidade de casas decimais para efetivar a maior aproximação do valor entre a apuração em planilha EXCEL e a apuração manualmente em calculadora. Para os Rolos de Tecido – Produto B, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo. O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.090,34, e o custo de R$ 513,57 deve ser descontado, assim como o valor do imposto (R$ 1.090,34 x 26,25%) de R$ 286,21. O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.090,34 ( - ) R$ 513,57 ( - ) 286,21 UNIDADE 3 TÓPICO 3 255 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S será de R$ 290,56 de Margem de Contribuição (MC). A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$ 290,56. A despesa proporcional encontrada em R$ 194.295,24 foi apurada da seguinte forma: ð O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493. ð O valor de R$ 59,272493 referente às despesas proporcionais de cada unidade produzida x a quantidade da produção do produto B de 3.278 unidades = R$ 194.295,24. A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em = R$ 194.295,24 / R$ 290,56 = 668,692318 peças (ou 668,70 peças com duas casas decimais). Para os Rolos de Tecido – Produto C, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo. O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.367,08, e o custo de R$ 596,82 deve ser descontado assim como o valor do imposto (R$ 1.367,08 x 26,25%) de R$ 358,86. O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.367,08 ( - ) R$ 596,82 ( - ) 358,86 será de R$ 411,40 de Margem de Contribuição ( MC ). A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$ 411,40. A despesa proporcional encontrada em R$ 176.632,03 foi apurada da seguinte forma: ð Total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493. ð O valor de R$ 59,272493 referente às despesas proporcionais de cada unidade produzida x a quantidade da produção do produto C de 2.980 unidades = R$ 176.632,03. A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurado em = R$ 176.632,03 / R$ 411,40 = 429,343778 peças (ou 429,34 peças com duas casas decimais). Agora para os Rolos de Tecido – Produto D, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo. UNIDADE 3TÓPICO 3256 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.225,70, e o custo de R$ 640,40 deve ser descontado assim como o valor do imposto (R$ 1.225,70 x 26,25%) de R$ 321,75. O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.225,70 ( - ) R$ 640,40 ( - ) 321,75 será de R$ 263,56 de Margem de Contribuição ( MC ). A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$263,56. A despesa proporcional encontrada em R$ 155.886,66 foi apurada da seguinte forma: ð Total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493. ð O valor de R$ 59,272493 referente às despesas proporcionais de cada unidade produzida x a quantidade da produção do produto D de 2.630 unidades = R$ 155.886,66. A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurado em = R$ 155.886,66 / R$ 263,56 = 591,465549 peças (ou 591,47 peças com duas casas decimais). É importante também realizarmos o cálculo do PE - Ponto de Equilíbrio em valores para conferirmos se a quantidade do PE apurado anteriormente está correta, conforme a seguir. UNIDADE 3 TÓPICO 3 257 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Este foi o cálculo do PE - Ponto de Equilíbrio em valores dos produtos A, B, C e D. 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Nesta etapa vamos apresentar a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício e as operações finais para a apuração e contabilização do CMV – Custo de Mercadoria Vendida, PIS sobre vendas (Programa de Integração Social), COFINS sobre vendas (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social), IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Vamos primeiramente apresentar a base de cálculo do PIS – Programa de Integração Social dos produtos A, B, C e D e, feito isso, faremos a sua devida contabilização. UNIDADE 3TÓPICO 3258 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Agora vamos à contabilização. 31/1 Contabilização do PIS a recolher. UNIDADE 3 TÓPICO 3 259 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S O registro no razonete “T” será da seguinte forma: Continuando, vamos apresentar a base de cálculo da COFINS – Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social dos produtos A, B, C e D e, feito isso, faremos a sua devida contabilização. UNIDADE 3TÓPICO 3260 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Agora vamos à contabilização. 31/1 Contabilização da CONFINS a recolher. O registro no razonete “T” será da seguinte forma: UNIDADE 3 TÓPICO 3 261 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S É importante também efetuarmos a contabilização dos eventos da baixa dos estoques pelas vendas realizadas da empresa. Conforme os controles apurados durante esta Unidade 3, foram produzidas 2.360 unidades do produto A, ao custo unitário total de produção (Custos Fixos + Custos Variáveis) de R$ 608,82, o que irá perfazer o valor total do registro de Produtos Acabados em aproximadamente R$ 1.436.818,25. Como foram vendidas 2.265 unidades do Produto A ao custo unitário da baixa do estoque em R$ 608,82, o Custo da Venda está na ordem de R$ 1.378.980,22. A ficha de controle do estoque pelo método média deste produto A é assim apresentada: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PRODUTOS ACABADOS Método: MÉDIA LINHA DE PRODUTO A Data Entrada Saída Saldo Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total 2360 608,82 1.436.818,25 2360 608,82 1.436.818,25 2265 608,82 1.378.980,22 95 608,82 57.838,02 SOMA 2360 1.436.818,25 2265 1.378.980,22 95 608,82 57.838,02 Para o produto B, foram produzidas 3.278 unidades, ao custo unitário total de produção (Custos Fixos + Custos Variáveis) de R$ 513,57, o que irá perfazer o valor total do registro de Produtos Acabados em aproximadamente R$ 1.683.484,12. Como foram vendidas 3.195 unidades do Produto B ao custo unitário da baixa do estoque em R$ 513,57, o Custo da Venda está na ordem de R$ 1.640.857,77. A ficha de controle do estoque pelo método média deste produto B é assim apresentada: UNIDADE 3TÓPICO 3262 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PRODUTOS ACABADOS Método: MÉDIA LINHA DE PRODUTO B Data Entrada Saída Saldo Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total 3278 513,57 1.683.484,12 3278 513,57 1.683.484,12 3195 513,57 1.640.857,77 83 513,57 42.626,35 SOMA 3278 1.683.484,12 3195 1.640.857,77 83 513,57 42.626,35 Para o produto C, foram produzidas 2.980 unidades ao custo unitário total de produção (Custos Fixos + Custos Variáveis) de R$ 596,82, o que irá perfazer o valor total do registro de Produtos Acabados em aproximadamente: R$ 1.778.531,67. Como foram vendidas 2.963 unidades do Produto C ao custo unitário da baixa do estoque em R$ 596,82, o Custo da Venda está na ordem de R$ 1.768.385,68. A ficha de controle do estoque pelo método média deste produto C é assim apresentada: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PRODUTOS ACABADOS Método: MÉDIA LINHA DE PRODUTO C Data Entrada Saída Saldo Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total 2980 596,82 1.778.531,67 2980 596,82 1.778.531,67 2963 596,82 1.768.385,68 17 596,82 10.145,99 SOMA 2980 1.778.531,67 2963 1.768.385,68 17 596,82 10.145,99 Para o produto D, foram produzidas 2.630 unidades ao custo unitário total de produção (Custos Fixos + Custos Variáveis) de R$ 640,40, o que irá perfazer o valor total do registro de Produtos Acabados em aproximadamente R$ 1.684.252,02. Como foram vendidas 2.603 unidades do Produto C ao custo unitário da baixa do estoque em R$ 640,40, o Custo da Venda está na ordem de R$ 1.666.961,22. A ficha de controle do estoque pelo método média deste produto D é assim apresentada: UNIDADE 3 TÓPICO 3 263 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PRODUTOS ACABADOS Método: MÉDIA LINHA DE PRODUTO D Data Entrada Saída Saldo Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total Qtde. Valor Unit. Total 2630 640,40 1.684.252,02 2630 640,40 1.684.252,02 2603 640,40 1.666.961,22 27 640,40 17.290,80 SOMA 2630 1.684.252,02 2603 1.666.961,22 27 640,40 17.290,80 Por sua vez, a contabilização do Estoque de Produtos Acabados para o CMV – Custo de Mercadoria Vendida foi realizada desta forma: 31/1 Apropriar o C.M.V pelo método de avaliação de estoques MÉDIA. Observe nos registros no razonete “T” a seguir como se reconhece o valor da baixa dos PRODUTOS ACABADOS para o CMV – CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA. UNIDADE 3TÓPICO 3264 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S Mas, como isto se reflete no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício? Veja na figura a seguir como ocorre o reflexo das baixas do estoque e reconhecimento na DRE. FIGURA 25 – BAIXA DOS ESTOQUES PARA CMV FONTE: Bruni e Famá (2006) UNIDADE 3 TÓPICO 3 265 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S A próxima etapa é a apuração do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e CSLL - Contribuição Social sobre Lucro Líquido. A base do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da CSLL - Contribuição Social sobre Lucro Líquido apresenta o seguinte resultado: A sua contabilização se procede no dia 31/01 da seguinte forma: 31/1 Contabilizar o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. UNIDADE 3TÓPICO 3266 C O N T A B I L ID A D E D E C U S T O S Com isso, caro(a) acadêmico(a), finalizamos 244 registros contábeis, e a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício apresenta o seguinte resultado. APURAÇÃO DO RESULTADO RECEITAS Linhas Vendas de Mercadorias 100 2.995.530,45 CR Vendas de Mercadorias 200 3.831.999,93 CR Vendas de Mercadorias 300 4.455.723,84 CR Vendas de Mercadorias 400 3.509.546,81 CR TOTAL DAS RECEITAS BRUTAS 14.792.801,03 CR ( - ) DEDUÇÕES DE VENDAS IMPOSTOS INCIDENTES Linhas ICMS 100 509.240,18 DB ICMS 200 651.439,99 DB ICMS 300 757.473,05 DB ICMS 400 596.622,96 DB IPI 100 272.320,95 DB IPI 200 348.363,63 DB IPI 300 405.065,80 DB IPI 400 319.049,71 DB PIS 100 44.932,96 DB PIS 200 57.480,00 DB PIS 300 66.835,86 DB PIS 400 52.643,20 DB COFINS 100 206.963,92 DB COFINS 200 264.756,36 DB COFINS 300 307.850,01 DB COFINS 400 242.477,78 DB CUSTOS Custo das Mercadorias Vendidas 100 1.378.980,22 DB Custo das Mercadorias Vendidas 200 1.640.857,77 DB Custo das Mercadorias Vendidas 300 1.768.385,68 DB Custo das Mercadorias Vendidas 400 1.666.961,22 DB TOTAL DAS DEDUÇÕES DE VENDAS 11.558.701,25 DB LUCRO BRUTO 3.234.099,79 CR UNIDADE 3 TÓPICO 3 267 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S DESPESAS DESPESAS OPERACIONAIS DESPESAS GERAIS C.C. PESSOAL 900 Salários 900 113.820,00 Férias 900 12.646,67 13º Salário 900 9.485,00 ENCARGOS SOCIAIS 900 INSS 900 27.190,33 FGTS 900 10.876,13 INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 900 10.604,23 UTILIDADES 900 Seguros 900 4.791,67 900 (-) Alocação dos Custos 900 (189.414,03) Total 900 - PESSOAL 901 Salários 901 58.436,00 Férias 901 6.492,89 13º Salário 901 4.869,67 ENCARGOS SOCIAIS 901 INSS 901 13.959,71 FGTS 901 5.583,88 INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 901 5.444,29 UTILIDADES 901 Seguros 901 4.791,67 901 (-) Alocação dos Custos 901 (99.578,11) Total 901 - PESSOAL 902 Salários 902 9.770,00 Férias 902 1.085,56 13º Salário 902 814,17 ENCARGOS SOCIAIS 902 INSS 902 2.333,94 FGTS 902 933,58 INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 902 910,24 UTILIDADES 902 Seguros 902 4.791,67 Depreciação 902 28.583,33 902 (-) Alocação dos Custos 902 (49.222,48) Total 902 - UNIDADE 3TÓPICO 3268 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S PESSOAL 903 Salários 903 8.527,00 DB Férias 903 947,44 DB 13º Salário 903 710,58 DB 903 INSS 903 2.037,01 DB FGTS 903 814,80 DB INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 903 794,43 DB UTILIDADES 903 Seguros 903 958,33 DB 903 (-) Alocação dos Custos 903 (14.789,60) CR Total 903 - PESSOAL 904 Salários 904 - DB Férias 904 - DB 13º Salário 904 - DB 904 INSS 904 - DB FGTS 904 - DB INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 904 - DB UTILIDADES 904 Seguros 904 958,33 DB 904 (-) Alocação dos Custos 904 (958,33) CR Total 904 - PESSOAL 905 Salários 905 - DB Férias 905 - DB 13º Salário 905 - DB 905 INSS 905 - DB FGTS 905 - DB INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 905 - DB UTILIDADES 905 Seguros 905 958,33 DB 905 Total 905 958,33 DB ENCARGOS SOCIAIS ENCARGOS SOCIAIS ENCARGOS SOCIAIS UNIDADE 3 TÓPICO 3 269 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S PESSOAL 906 Salários 906 78.918,00 DB Férias 906 8.768,67 DB 13º Salário 906 6.576,50 DB ENCARGOS SOCIAIS 906 INSS 906 18.852,63 DB FGTS 906 7.541,05 DB INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 906 7.352,53 DB UTILIDADES 906 Seguros 906 958,33 DB Depreciação 906 5.383,33 DB TERCEIROS 906 Serviços Profissionais 906 7.000,00 DB Total 906 141.351,05 DB PESSOAL 909 Salários 909 304.200,00 DB Férias 909 33.800,00 DB 13º Salário 909 25.350,00 DB ENCARGOS SOCIAIS 909 INSS 909 72.670,00 DB FGTS 909 29.068,00 DB INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 909 28.341,30 DB UTILIDADES 909 Seguros 909 958,33 DB Propaganda 909 30.000,00 DB Total 909 524.387,63 DB LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL 2.567.402,77 IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Imposto de Renda 641.850,69 DB Contribuição Social 231.066,25 DB LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO11% 1.694.485,83 CR Com a DRE, apuramos um Lucro Líquido na ordem de R$ 1.694.485,83, e o Balanço Patrimonial é assim elaborado: UNIDADE 3TÓPICO 3270 C O N T A B I L I D A D E D E C U S T O S BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/01/20XX ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE DISPONIVEL DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO BANCOS CONTA MOVIMENTO FORNECEDORES Banco A 10.720.001,03R$ Fornecedores de Mercadorias 5.948.250,00R$ Banco B -R$ Fornecedores Diversos 205.000,00R$ DUPLICATAS A RECEBER OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS Duplicatas a Receber Salários a Pagar 573.671,00R$ ( - ) Provisão para Devedores Duvidosos OBRIGAÇÕES FISCAIS ESTOQUES ICMS a Recolher 1.111.341,18R$ Mercadorias 622.941,50R$ IPI a Recolher 519.250,09R$ Almoxarifado IRPJ a Recolher 641.850,69R$ Produtos Acabados 127.901,16R$ CSLL a Recolher 231.066,25R$ DESPESAS ANTECIPADAS OBRIGAÇÕES SOCIAIS Prêmios de Seguros à Vencer 210.833,33R$ PIS a Recolher 221.892,02R$ COFINS a Recolher 1.022.048,07R$ INSS a pagar 114.734,20R$ FGTS a pagar 45.893,68R$ INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação 44.746,34R$ PROVISÕES SOCIAIS E PREVIDENCIÁRIAS Provisão de Férias 63.741,22R$ Provisão 13º Salário 47.805,92R$ Provisão INSS s/ 13º Salário 9.561,18R$ Provisão FGTS s/ 13º Salário 3.824,47R$ Provisão INCRA/SESI/SENAI/Salário Educação s/ 13o. Salário3.728,86R$ Provisão INSS s/ Férias 12.748,24R$ Provisão FGTS s/ Férias 5.099,30R$ Provisão INCRA/SESI/SENAI/Salário