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Recuperação de Áreas Degradas - WA1 e WA2

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Prévia do material em texto

Recuperação de Áreas Degradas 
 
Apresentação da disciplina: 
Olá, seja bem-vindo à web-aula da disciplina “Recuperação de áreas degradadas”, na qual 
poderemos complementar e/ou aprofundar o conhecimento do conteúdo dado nas tele aulas. 
Nosso estudo aqui será composto por duas unidades: 1. “Fatores que influenciam a escolha das 
espécies de plantas e os métodos para recuperação de áreas degradadas, e as perspectivas da 
RAD no Brasil”; e 2. “Recuperação de áreas degradadas por mineração e disposição de Resíduos 
sólidos, e a aplicabilidade para fins conservacionistas e de sustentabilidade”. Cada unidade está 
dividida em duas web-aulas. 
A unidade 1 apresenta os conceitos básicos de processos envolvidos na recuperação de áreas 
degradadas, bem como os fatores que influenciam o planejamento de projetos de RAD em 
diferentes contextos. Nesta unidade, também serão abordadas as projeções futuras da RAD no 
Brasil. 
Na unidade 2, serão apresentados os principais aspectos relacionados à RAD, por mineração e 
disposição de resíduos sólidos. Será discutida também a aplicabilidade da RAD na formação de 
Corredores Ecológicos, Adequação ambiental de propriedades rurais e no Sequestro de Carbono, 
os quais visam tanto à obtenção da conservação do ambiente como a sustentabilidade. 
As web-aulas, importantes meios de ensino-aprendizagem, foram compostas por textos, artigos 
científicos e questões para você refletir. Uma avaliação será realizada no final de cada unidade. 
Gostaria de ressaltar que as disciplinas que você já teve ou irá ter, tais como ecologia aplicada, 
poluição do solo, atmosfera e águas continentais, responsabilidade socioambiental e 
desenvolvimento sustentável, geoprocessamento, legislação e direito ambiental, avaliação do 
impacto e licenciamento, estão todas diretamente relacionadas ao presente tema. É importante 
que você, além de fazer as leituras sugeridas, realize também as atividades e participe do fórum 
de discussão, o qual será proposto para que você possa interagir com os seus colegas do curso. 
Como vê, você terá, ao término deste curso, muitas informações que o tornará capaz de 
contribuir bastante para tornar o nosso meio ambiente mais equilibrado. Enfim, um profissional 
muito bem habilitado! 
Antes de começar, gostaria de me apresentar... Eu me chamo Luciana, bióloga, formada na 
Universidade Estadual de Londrina. Desde a graduação, meu interesse sempre foi voltado para 
ecologia de florestas. Na pós-graduação em Biologia Vegetal (UNESP), trabalhei com floresta de 
restinga - aquelas que ocorrem sobre a planície arenosa que recobrem o litoral-, abordando, no 
mestrado, a ciclagem de nutrientes, e a ecofisiologia de algumas espécies, no doutorado. 
Durante outras atividades profissionais, especialmente quando participei de um levantamento e 
análise das Florestas de Araucária no Paraná, infelizmente me deparei, várias vezes, com áreas 
degradadas, quando pude avaliar as causas e efeitos dos processos de degradação. O 
conhecimento teórico adquirido durante os cursos que realizei me ajudou bastante para pensar 
nos possíveis meios de recuperação que estas áreas teriam e sobre a importância de se fazer 
isto. Cabe ressaltar aqui que, um bom projeto de recuperação envolve vários profissionais, de 
diversas áreas (como técnicos e engenheiros ambientais, biólogos e geógrafos), sendo 
primordiais tanto informações científicas, quanto experiências práticas (ou seja, obtidas no 
campo). 
Atualmente moro em Londrina, e é uma grande satisfação poder administrar esta disciplina para 
você. Fique à vontade para perguntar, estarei sempre disponível para procurar atendê-lo da 
melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivo da Disciplina 
A disciplina “Recuperação de áreas degradadas” apresenta os seguintes objetivos: 
 Compreensão dos principais conceitos e processos ecológicos sobre a temática da 
Recuperação de áreas degradadas (RAD); 
 Apresentar o histórico e as perspectivas da RAD no Brasil. 
 Discutir a importância e aplicabilidade da RAD no Brasil; 
 Discutir os principais processos de degradação ambiental gerados por diversas atividades 
e, mais especificamente, da mineração, disposição de resíduos sólidos e atividades agro-
pastoril; 
 Descrever técnicas de recuperação de áreas degradadas; 
 Fornecer embasamento teórico para capacitar os alunos a selecionar espécies e 
metodologias a serem aplicadas num projeto de recuperação de áreas degradadas; 
 Demonstrar as fases de um plano de recuperação de áreas degradadas e discutir cada 
uma delas; 
 Contextualizar a legislação básica sobre o assunto; 
 Proporcionar aos alunos conhecimento técnico, científico e crítico acerca da temática, 
capacitando-os à atuação profissional. 
Conteúdo Programático: 
Nossos principais temas de discussão serão: 
 Histórico e perspectivas da Recuperação de áreas degradadas no Brasil; 
 Definição de conceitos relacionados à RAD, especialmente envolvidos na sucessão vegetal; 
 Importância da recuperação ambiental; 
 Os processos ecológicos que embasam a RAD; 
 Processos de degradação ambiental, especialmente, aqueles gerados por mineração, disposição de 
resíduos sólidos, e atividades agro-pastoris, e respectivas ações de recuperação; 
 Caracterização das espécies em grupos ecológicos de sucessão; 
 Os critérios utilizados para seleção de espécies a serem utilizadas na RAD; 
 Descrição das técnicas de RAD; 
 Os critérios utilizados para seleção de técnicas a serem utilizadas na RAD; 
 Aspectos legais da RAD; 
 Fases de um plano de recuperação de áreas degradadas; 
 Sistemas Agroflorestais; 
 Adequação ambiental; 
 Sequestro de Carbono. 
Metodologia: 
Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio 
das Teleaulas, de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real);Aula-
atividade por Chat, para aprofundamento e reflexão; e Web-aulas, que estarão disponíveis 
no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de 
aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento 
tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo), 
além do Material do Impresso por disciplina. 
Avaliação Prevista: 
O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir à teleaula, participação no fórum, 
produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação 
presencial, embasada em todo o material didático, teleaula e web-aula da disciplina. 
WEBAULA 1 
Unidade 1 – Escolha de espécies em projetos de recuperação 
As áreas degradadas, em função dos desequilíbrios e das condições adversas de clima e 
solo, oferecem um ambiente muitas vezes impróprio ao crescimento das espécies, tais 
como: 
- temperaturas elevadas; 
- radiação solar direta; 
- estresse hídrico; 
- degradação das suas propriedades físicas e químicas; 
- ausência de matéria orgânica no solo e carência nutricional para o desenvolvimento das plantas. 
Portanto, a seleção de espécies para recuperação destas áreas é muito importante para 
seu sucesso (de fato, é a primeira etapa do projeto de plantio de mudas), sendo que 
estas precisam ter características ecofisiológicas que as possibilitem sobreviver em 
ambiente hostil e garantam a sucessão e regeneração natural nas etapas posteriores. 
Para o êxito de um projeto de recuperação, é necessário manter, ou melhor, recuperar, 
os processos ecológicos existentes num ecossistema, tais como a polinização e a 
dispersão de sementes. Eles são fundamentais para que se estabeleça um processo 
contínuo de regeneração, que permite a área restaurada se auto-sustentar, bem como 
influencia a composição de espéciesque irá compor a futura comunidade. 
Antes de continuarmos, leia os arquivos obtidos nos links abaixo, nos quais constam 
alguns conceitos, técnicas, seleção de espécies, monitoramento e indicadores de 
recuperação: 
http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/files/2011/11/ManualRecupAreas
%20Degradadas.pdf, e 
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/Repositorio/126/Documentos/MDivulga
cao/CARTILHA.pdf 
Salve estes arquivos no seu computador, pois eles te proporcionarão muitas informações 
técnicas e científicas. 
Para melhor compreensão, vou apresentar algumas definições... 
Características ecofisiológicas: são adaptações funcionais (ecológicas e fisiológicas) 
das espécies, diante de distintas condições ambientais. 
No contexto utilizado, podem ser citadas, entre outras: 
- produção de sementes e de folhas; 
- presença (ou não) de banco de sementes no solo; 
- condições requeridas de luz para germinação e crescimento; 
- ciclo de vida (quanto tempo levam para germinar, crescer, reproduzir e morrer); 
- tolerantes ou não a solos com déficits hídrico, alagados, salinos, arenoso, pedregoso ou argiloso. 
Algumas destas características são utilizadas para o enquadramento das espécies de 
plantas nos grupos ecológicos de sucessão. A saber: pioneiras, secundárias e 
clímacicas. 
Alguns autores propuseram outras terminologias para designar os grupos ecológicos, por 
exemplo, as secundárias divididas em secundárias iniciais e secundárias tardias, ou 
ainda, a divisão das espécies apenas em dois grupos: pioneiras e não-pioneiras. 
As características das espécies de cada grupo ecológico podem ser vistas no Manual de 
Restauração que você obteve no link acima. 
Banco de sementes: estoque de sementes viáveis no solo. 
As espécies que compõem o banco de sementes são, principalmente, aquelas das fases 
iniciais da sucessão, que ficam vivas no solo, aguardando alguma perturbação que altere 
as características do ambiente (aumentando os níveis de luz, temperatura e/ou 
umidade), para germinarem. 
Polinização: é o processo de transporte de pólen para o estigma de uma flor que resulta 
na fertilização do óvulo, e consequentemente, na formação de sementes. Constitui uma 
forte interação entre fauna-flora (exceto nas plantas que polinizadas pelo vento, as 
plantas anemófilas). Vários trabalhos têm demonstrado que espécies de estágios 
sucessionais iniciais têm polinizadores mais comuns e generalistas, enquanto que as de 
estágios sucessionais mais avançados apresentam polinizadores especialistas e raros. 
Dispersão de sementes: é o transporte de sementes a diferentes distâncias de sua 
planta-mãe, dependendo da distancia percorrida pelo dispersor. Por ex. sementes 
dispersadas pelo vento ou aves podem ser levadas muito longe. 
A dispersão de sementes é um fator considerado essencial na recobertura florestal de 
áreas degradadas, porque o banco de sementes e outras fontes de regeneração (ex. 
brotos de caule ou raiz) geralmente foram eliminados por cultivos prolongados, corte ou 
fogo. 
Para saber mais sobre alguns princípios e atividades de recuperação de áreas 
degradadas utilizando a sucessão e as interações planta-animal, acesse o link: 
http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_14.pdf 
Estes dois processos, polinização e dispersão, promovem o fluxo gênico entre as espécies 
e garante uma maior diversidade genética. 
Para espécies de cultivo agrícola, é desejável que as plantas apresentem uniformidade 
em relação a sua morfologia e respostas às condições ambientais, pois isso facilita o 
comércio (afinal, quando compramos feijão, por exemplo, queremos que os grãos sejam 
todos do mesmo tamanho) e o cultivo (a área cultivada é homogênea, isto é, recebe luz, 
água e nutrientes iguais em toda ela, e as plantas vão responder a estes fatores, assim 
como a herbicidas e pesticidas, da mesma forma). 
Ao contrário, para espécies que vão formar uma comunidade vegetal auto-sustentável, 
é benéfico que as plantas da mesma espécie se comportem de maneiras diferentes, pois 
assim poderão ocupar locais heterogêneos, às vezes recebendo mais luz, água ou 
nutrientes. Algumas, também, podem apresentar maior resistência aos predadores, por 
exemplo. 
Agora, vamos ver alguns critérios que podem ser utilizados para escolha das 
espécies e do grupo de espécies a serem utilizados na RAD... 
 Possuir elevada capacidade de produção de biomassa; 
 Não produzir substâncias tóxicas (alelopatia) ¹*; 
 Apresentar rusticidade, quando para solos pobres; 
 É favorável ter raízes profundas para melhorar as condições de solo muito 
compactado, ou raízes superficiais, quando o solo se apresenta muito arenoso; 
 Espécies especializadas em nutrir o solo, através de processos de simbiose com 
bactérias fixadoras de nitrogênio, tais como as leguminosas, e com fungos 
micorrízicos ²*; 
 Espécies capazes de atrair animais para a área, através dos processos de 
polinização e dispersão de sementes; 
 O grupo de espécies deve ser capaz de promover a maior diversidade possível de 
síndromes de polinização e de dispersão na comunidade e, ao mesmo tempo, contemplar 
todos os meses com floração, para manter os agentes polinizadores e dispersores na 
área em processo de restauração; 
 Entre as espécies selecionadas, devem estar presentes diferentes grupos 
ecológicos de sucessão. 
 ¹* Alelopatia é a capacidade de as plantas produzirem substâncias químicas que, liberadas no 
ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento. No 
contexto, atuando de forma desfavorável como, por exemplo, plantas que possuem metabólitos nas 
folhas despreendidas que impedem a germinação de outras espécies. 
 ²* Fungos micorrízicos são aqueles que vivem associados a raízes das plantas e auxiliam na absorção 
de nutrientes, especialmente fósforo. 
Dois pontos muito importantes devem ser ressaltados: 
Primeiro, que as espécies selecionadas para o uso em recuperação sejam nativas, às 
quais já possuem adaptações às condições climáticas, relevo, solos e biota (tanto flora 
como fauna) locais. Para saber quais plantas existiam no local, podemos recorrer a 
observações de campo e/ou levantamento Florístico e Fitossociológico ³* de 
remanescentes próximos ou, quando possível, da própria área quando ainda tinha 
vegetação. 
Segundo, deve ser utilizado o maior número de espécies possíveis. 
"No estado de São Paulo, por exemplo, em áreas de ocorrência de algumas formações 
florestais, sugere-se que o projeto de restauração ecológica que empregar a técnica de 
plantio em área total utilize, no período previsto em projeto, no mínimo 80 espécies 
nativas, podendo ser considerada todas as formas de vida presentes na floresta. 
Para ver esta e outras orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica 
deste estado, acesse a Resolução SMA Nº 32/2014 no link: . 
No endereço: 
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/repositorio/222/documentos/FEHIDRO/
2008Res_SMA8_anexo.pdf, você poderá ver a listagem das espécies arbóreas, com a 
indicação do bioma/ecossistema de ocorrência natural no Estado de São Paulo e a classe 
sucessional a que pertencem. 
Posso utilizar espécies exóticas? 
Uma espécie exótica é aquela que foi introduzida, por meio de atividades humanas 
relativamente recentes, numa área onde não ocorria previamente. 
Quando o objetivo da recuperação da área é atingir um ecossistema mais próximo 
possível do que o existia naturalmente, é inadequado utilizar espécies exóticas, 
sendo, inclusive, desejável a eliminação daquelas que já estão presentes. 
Isto porque, em ecossistemas naturais, as espécies exóticas invasoras - aquelas 
especialmente móveis e que se reproduzem abundantemente, comumente competem 
com as espécies indígenas e as substituem, como é o caso dopicão-da-praia (Wedelia 
paludosa- foto), uma erva que tolera o sombreamento no interior da floresta e, portanto, 
compete com as ervas nativas, ameaçando a biodiversidade destas. 
 
 
³* Florística é o estudo da composição das espécies de plantas de uma determinada comunidade vegetal 
e a Fitossociologia é o estudo da estrutura e distribuição destas. 
 
Algumas exóticas são tão agressivas que impedem ou permitem, de forma muito lenta, 
o processo sucessional, como por exemplo, algumas gramíneas como o sapé (Imperata 
brasiliensis) e o capim-colonião (Panicum maximum), cujas sementes são dispersas pelo 
vento, portanto atingem grandes distancias e, consequentemente, grandes áreas. Além 
disso, muitas são resistentes ao fogo e têm um crescimento muito rápido. 
Estas espécies, muitas vezes, se constituem num problema nos reflorestamentos porque 
crescem nos espaços entre as arvores plantadas, e impedem o estabelecimento de 
espécies nativas que porventura chegam de matas vizinhas. 
 
Observe o estabelecimento vigoroso de capim, promovido pela alta incidência de sol no 
solo, em uma área recuperada. 
No entanto, em alguns casos, as plantas exóticas são usadas para algum propósito 
específico no projeto de restauração, tais como: 
- proporcionar uma rápida cobertura do solo; 
- fornecer madeira; 
- auxiliar na fertilidade do solo através da fixação de nitrogênio. 
Atenção: Se estas espécies exóticas plantadas não forem de longevidade relativamente 
curta e de pouca persistência, sendo naturalmente substituídas no transcorrer da 
sucessão, a sua remoção deve constar no plano de restauração, atentando que este 
processo pode ser muito complicado. 
Já imaginou erradicar um grupo enorme de gramíneas ou cipós, os quais não possuem 
predadores/competidores nativos, de uma extensa área?! 
Talvez você pense... 
”Puxa, se um agricultor quiser reflorestar seu sítio, não poderá tirar nenhum proveito 
econômico direto e rápido?” 
Ressalto que, acrescentei “direto e rápido” porque a recuperação de áreas traz vários 
benefícios econômicos e serviços ambientais, só que nem sempre tão rápidos... 
Bom, então, respondendo esta pergunta... 
Pode sim, através do plantio de espécies agrícolas e/ou de interesse econômico (por ex. 
milho, feijão, abóbora, girassol e gergelim; frutíferas como o mamão; cultivares perenes 
como o café, urucum e arbóreas diversas, com distintos ciclos de vida.) nas entrelinhas 
das árvores plantadas ou nas bordas da área a ser restaurada. Esta ação pode ser 
realizada nos dois primeiros anos da área restaurada, servindo, inclusive, como 
estratégia de manutenção. 
Este tipo de associação pode ser chamado de Sistemas Agroflorestais (SAFs), que são 
sistemas de uso da terra em que plantas de espécies agrícolas são combinadas com 
espécies arbóreas sobre a mesma unidade de manejo da terra, sendo muito adequado 
para a pequena produção familiar. 
 
Para saber mais sobre SAF’s, acesse http://www.agrofloresta.net/. Você vai encontrar 
vários links com textos, experiências (como por 
ex. http://www.fazendasaoluiz.com/agrofloresta.htm) e vídeos sobre este sistema; 
e http://www.apremavi.org.br/cartilha-planejando/como-fazer-sistemas-agroflorestais. 
 Para ler sobre SAF’s para recuperação de fragmentos florestais, 
acessehttp://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr32/cap10.pdf. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WEB AULA 2 
Unidade 1 – Fatores que influenciam na escolha das Técnicas de Recuperação 
de áreas degradadas e as perspectivas da RAD no Brasil. 
Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas em projetos de recuperação, desde 
aquelas que envolvem o plantio de mudas por todo o terreno, até aquelas em que as 
intervenções diretas são mínimas, as quais se baseiam na premissa de uma sucessão 
ecológica natural, as chamadas de “Técnicas de Facilitação”. Você encontra a descrição 
de algumas técnicas nos arquivos já recomendados para leitura. 
Agora, veremos alguns fatores que podem nortear a escolha da técnica a ser utilizada. 
A primeira coisa que devemos saber para selecionar a técnica de recuperação a ser 
empregada é otipo de modificação do ambiente esperado. Para isso, é necessário 
considerar o os objetivos da recuperação e o grau de degradação da área. 
Você pretende reabilitar, isto é, apenas modificar a área para que esta seja ocupada 
por determinada atividade, como cultura agrícola, pastagem ou fins recreativos, ou 
pretende restaurar, para que a área volte a apresentar um ecossistema próximo ao 
original? 
Resumidamente, as modificações a serem realizadas numa área podem ser: 
1. Apenas “física”, quando a meta é que a área possa ser utilizada pelo homem. Faz 
melhorias nas condições físicas do solo, tais como: 
- reposição do solo; 
- recuperação da permeabilidade; 
- controle da erosão; 
- preenchimento de valas; 
- implantação de curvas de nível; 
- plantio de espécies exóticas para cobrir o solo (inclusive grama). 
É de extrema importância que, após a correção da degradação do solo, sejam realizados 
trabalhos de manutenção, de modo a evitar a reativação dos processos e a consequente 
anulação das medidas corretivas. 
2. “química”, quando a meta é restaurar a fertilidade do solo, visando o 
estabelecimento natural de organismos nativos. Por exemplo: 
- condução da implantação de uma cobertura vegetal simplificada; 
- descontaminação do solo, provocada por depósito de resíduos sólidos. 
3. “biológica”, quando o (re)estabelecimento de organismos nativos é parte das 
atividades do projeto; 
4. “físico-químico-biológica”, quando é necessário corrigir o meio físico-químico, 
tendo como meta, também, a reintrodução ativa dos organismos nativos (e.g. plantar 
mudas). 
Outro fator a ser considerado é a intensidade da degradação: quanto maior, mais 
esforço será necessário para recuperá-la, ou seja, mais energia será gasta. 
Como entradas de energia podem ser citadas: 
- movimento de máquinas; 
- localização e coleta de sementes; 
- adaptação de organismos para a reintrodução (ex. produção de mudas); 
- custos de implantação e manutenção. 
A degradação pode ser ocasionada pela: 
- retirada de apenas algumas espécies de plantas; 
- dizimação total da cobertura vegetal, e, consequentemente, de sua fauna associada; 
ou ainda 
- pela remoção de solo como acontece em áreas usadas para mineração. 
Abaixo, apresento um esquema que mostra, em ordem, em termos de nível de 
degradação e esforço gasto, de diferentes tipos de áreas e ações de recuperação. 
 
Dada a importância da correção do solo para o sucesso da recuperação de uma área, 
citarei algumas feições indicadoras do grau de degradação deste, podendo ser chamado 
de indicadores geológico-geotécnicos (Bitar & Braga, 1995): 
- Erosões de pequeno e grande portes; 
- Feições de massa em movimentação; 
- Posicionamento do nível freático; 
- pH da água alterado; 
- Dimensão do assoreamento; 
- poluição do solo; 
- Grau de compactação do solo; 
- Grau de umidade do solo; 
- Evidências de colmatação do solo (ou seja, os espaços vazios do solo estão preenchidos por 
partículas sólidas existentes no efluente, impermeabilizando-o) 
Agora, vamos ver algumas características que podem ser utilizadas como indicadoras 
biológicas: 
- Presença abundante de lianas; 
- Invasão de gramíneas agressivas; 
- Pequeno número de estratos arbóreos 4; 
- Não continuidade do dossel; 
- Baixa diversidade de epífitas; 
- Ausência de regeneração natural. 
Você deve ficar atento a estas características quando for fazer a avaliação no campo, as 
quais devem ser quantificáveis e nortearão seu planejamento para a recuperação da 
área. 
 *4 - Estratos arbóreos aplicam-se somente no caso de formação florestal e são caracterizados pelos 
diversos níveis de alturas das copas dos indivíduos,podendo ocorrer desde um único estrato até vários, 
sendo eles contínuos ou não. Em geral, quanto maior a estratificação, isto é, quanto maior numero de 
estratos, mais “madura” é a floresta, pois implica que ela apresenta espécies que possuem indivíduos 
adultos grandes- aqueles que formam o dossel da floresta, espécies que possuem indivíduos adultos 
menores - de sub-bosque, espécies arbustivas, e os indivíduos regenerantes de todas elas. 
 
 
 
 
 
 
 
Veja na tabela, abaixo, alguns tipos de áreas degradadas e ações que podem ser 
realizadas para recuperação física do solo. 
TIPO DE ÁREA 
DEGRADADA 
PRINCIPAIS PROCESSOS DE 
DEGRADAÇÃO 
ALGUMAS MEDIDAS CORRETIVAS 
 
Mineração 
Abandonada em 
Regiões 
Urbanas 
- Escoamento das águas superficiais; 
- Erosão por sulcos e ravinas; 
- Escorregamentos; 
- Deposição de sedimentos e partículas 
 - Captação e condução das águas 
superficiais; 
- Estabilização de taludes e blocos. 
- Revegetação; 
Depósito de 
Resíduos 
Industriais e 
Urbanos 
- Interações físico-químicas no solo 
(poluição do solo); 
- Escoamento das águas superficiais; 
- Movimentação das águas de 
subsuperfície. 
- Prospecção do depósito; 
- Remoção total ou parcial, transporte e 
disposição dos resíduos; 
- Tratamento "in situ" do solo; 
- Descontaminação ou remediação* do solo. 
- Revegetação 
Ocupação 
Habitacional de 
Encostas em 
Situações de 
Risco 
- Escorregamentos; 
- Escoamento das águas em superfície. 
 
- Captação e condução das águas 
superficiais; 
- Estabilização da encosta (com ou sem 
estruturas de contenção); 
- Revegetação. 
 
Boçorocas 
Urbanas ou 
Rurais 
- Erosão por boçorocas; 
- Movimentação das águas de 
subsuperfície. 
 
- Controle do uso e ocupação; 
- Captação e condução das águas 
superficiais; 
- Drenagem das águas de 
subsuperfície/fundo; 
- Estabilização dos taludes da boçoroca ou 
aterramento 
Ocupação 
Agrícola 
Irrigada 
- Adensamento e compactação do solo; 
- Acidificação do solo por lixiviação 
- Controle da irrigação; 
- Aragem profunda do solo; 
- Correção da acidez do solo. 
Cursos e Corpos 
d´água 
Assoreados 
- Deposição de sedimentos e partículas; 
- Enchentes e inundações. 
- Controle da erosão a montante; 
- Dragagem dos sedimentos; 
- Obras hidráulicas. 
*O termo Remediação refere-se a áreas contaminadas e é definido como ”Ações e tecnologias 
que visam eliminar, neutralizar ou transformar contaminantes presentes em subsuperfície (solo 
e águas subterrâneas)”. 
Outro fator que vai interferir na escolha da técnica a ser utilizada é por quanto 
tempo pretende-se intervir, qual é seu prazo para execução do projeto. Envolve, 
também, questões de orçamento, ou seja, quanto quer gastar. 
Exemplo 1: a recuperação de uma área que era utilizada como pastagem e que possui 
remanescentes ambientais próximos que servem como fonte de sementes. 
Em vez do plantio de mudas, posso apenas cercar a área e conduzir a regeneração 
natural (por ex., através do coroamento dos indivíduos regenerantes, adubação e 
controle de competidores). Neste caso, o custo é relativamente baixo, embora o 
estabelecimento de uma comunidade vegetal possa demorar mais do que se fosse 
realizado o plantio. Todavia, se nesta área ocorrer uma forte pressão por parte de 
espécies exóticas agressivas, pode ser necessário estender por muito tempo o seu 
controle. 
E qual seria a alternativa, se a área não apresentar fragmentos próximos? 
Daí vai depender... Se não temos muita pressa, pode ser feito o plantio apenas de 
espécies de rápido crescimento e, posteriormente, uma nova intervenção, dita de 
“enriquecimento”5 . Com isso, reduziria os gastos com a manutenção, visto que estas 
espécies (pioneiras), comparadas a espécies mais tardias da sucessão, são plantas mais 
rústicas, apresentando menor mortalidade. Caso tenha pouco tempo e maior recurso 
financeiro, pode ser realizado ainda, o plantio misto. 
Exemplo 2. Recuperação de uma área altamente degradada por mineração ou áreas de 
“empréstimo” (locais onde o solo foi removido para implantação de aterros de represas, 
estradas, etc). 
Para recuperação, será necessário trazer solo de outros locais e, eventualmente, cultivar 
espécies herbáceas agressivas para melhorar as condições do solo antes de substituí-las 
por outras espécies, que serão implantadas. No entanto, se há bastante habitat 
remanescente por perto, pode ser viável o simples abandono após esta intervenção. 
5 Enriquecimento é a introdução de novas espécies visando o aumento da diversidade 
florística e genética, usando mudas ou sementes. 
Como pode perceber, são inúmeras variáveis que vão interferir na escolha da técnica de 
recuperação. Quanto mais conhecimento, científico e prático, obtiver, mais provável que 
consiga selecionar a mais adequada. 
Cabe mencionar algumas ações que são recomendadas para todas elas: 
- Proteger o local e isolar a área dos fatores de degradação; 
- Envolvimento da comunidade do entorno, pois ela poderá contribuir, e muito, tanto 
para a implantação do projeto, como para sua manutenção (“fiscais ambientais”). 
Agora, para terminar esta web-aula, citarei algumas PERSPECTIVAS relacionadas à 
Restauração de áreas degradadas no Brasil. 
1. Estabelecimento de parâmetros de avaliação e monitoramento. 
As lacunas de conhecimento existentes acerca do desenvolvimento e sustentabilidade 
dos plantios de recomposição florestal ainda são um obstáculo a ser superado para o 
aperfeiçoamento dos modelos e técnicas utilizados para esse fim. Através de um 
monitoramento sistemático, poderá ser avaliado se os recursos e esforços de restauração 
estão sendo bem empregados e se as metas e objetivos pretendidos estão sendo 
alcançados. 
Exemplos de parâmetros que podem ser avaliados: chuva e banco de sementes de 
espécies arbustivo-arbóreas, produção de serapilheira, características ecológicas e 
genéticas das populações implantadas. 
2. Planejamento de ações que promovam a diversidade genética da Restauração 
Ecológica. 
Embora já haja a preocupação com a origem das sementes (onde foram coletadas e de 
quantos indivíduos), ainda são poucos os viveiros que realizam procedimentos 
adequados. Por ex., muitas vezes, as mudas são produzidas a partir de sementes 
coletadas de poucos indivíduos, e/ou as sementes são coletadas em locais distantes de 
onde será realizada a restauração. 
3. Buscar a sustentabilidade econômica da Restauração Ecológica. 
Aumentar a incorporação de uma visão de manejo sustentado em algumas situações, 
como por exemplo, os citados Sistemas Agroflorestais (p.ex. SAF’s), inclusão de espécies 
de aproveitamento econômico (medicinais, melíferas e frutíferas nativas) nas áreas de 
Reserva Legal. Aqui, ressalto que, recentemente, foi aprovada a Instrução Normativa 
que regulariza o manejo em Reservas Legais. 
4. Atuação de projetos de Recuperação no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo. Tema abordado na próxima Unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Av1 - Gest. Ambiental - [dp] 
Recuperação de Áreas Degradas 
 
1) As espécies de plantas florestais podem ser divididas em grupos ecológicos 
de sucessão de acordo com as suas características ecofisiológicas. Dentre 
outras nomenclaturas, podemos classifica-las como: pioneiras, aquelas 
espécies presentes no início da sucessão vegetal, secundárias e climácicas 
(aquelas adaptadas às condições de sucessão mais avançada). Sobre este 
tema, assinale a alternativa correta: 
f) O ciclo de vida e as condições requeridas de luz para germinação e crescimento são 
um dos parâmetros observados para o enquadramento das espécies nosgrupos 
ecológicos. 
2) Sobre as características de áreas degradadas, analise as afirmativas abaixo 
e responda: 
I.O banco de sementes do solo e a brotamento de caules ou raízes são as únicas fontes 
de regeneração em áreas que sofreram cultivos prolongados ou ação do fogo. 
II.O solo de áreas degradadas, geralmente, encontra-se com elevado teor de matéria 
orgânica. 
III.Entre as condições adversas para o desenvolvimento das espécies florestais, 
geralmente encontradas nestes locais, podemos citar as altas temperatura e 
luminosidade. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
c) III 
 
3) Assinale a alternativa correta sobre "Espécies Exóticas": 
d) Algumas espécies exóticas podem se constituir como um problema para áreas em 
recuperação, pois podem competir com as espécies nativas e impedir ou atrasar o 
processo sucessional no local. 
 
4) Com o avanço dos estudos científicos e os anseios da sociedade em relação 
a restauração de áreas degradadas no Brasil, atualmente podemos citar 
algumas pespectivas. Entre estas, NÃO pode ser citada a descrita na 
alternativa: 
a) Excluir ações de manejo sustentado nos projetos de Restauração Ecológica, como a 
utilização cautelosa de espécies economicamente viáveis em Reserva Legal. 
5) Analise as afirmativas abaixo sobre o planejamento de ações para 
recuperação de áreas degradadas e assinale a alternativa correta: 
b) Seja qual for a técnica de revegetação utilizada, é altamente recomendável proteger 
o local e isolar a área dos fatores de degradação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WEBAULA 1 
Unidade 2 – Áreas de mineração e de deposição de resíduos sólidos: processos 
de degradação e recuperação ambiental. 
Agora, vamos saber um pouco mais sobre áreas degradadas por mineração que, pelo 
alto grau de impacto negativo no ambiente possui, até na legislação, a indicação da 
obrigatoriedade de sua recuperação. 
O Decreto Federal 97.632, de 1989, exige dos empreendimentos minerários a 
apresentação do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), juntamente com 
o Estudo e Relatório de Impacto ambiental (EIA/RIMA). 
O PRAD deve apresentar: 
- caracterização e avaliação completas das atividades a serem desenvolvidas pelo 
empreendimento, e da degradação ambiental; 
- definição e análise das alternativas tecnológicas de recuperação; 
- definição e implementação das medidas de recuperação; e 
- proposições para monitoramento e manutenção das medidas corretivas implementadas 
(Bitar & Ortega, 1998). 
No PRAD, devem ser abordados todos os locais empregados nestes empreendimentos, 
a saber: 
ÁREA DE LAVRA: Cavas (secas ou inundadas), frentes de lavra (bancadas ou taludes), 
trincheiras, galerias subterrâneas, superfícies decapeadas, etc. 
ÁREA DE INFRAESTRUTURA: Áreas de funcionamento de unidades de beneficiamento, 
vias de circulação, etc. 
ÁREA DE DISPOSIÇÃO DE REJEITOS: Pilhas ou corpos de bota-fora, solos superficiais, 
estéreis, bacias de decantação de rejeitos de beneficiamento. 
Agora, vamos ver as PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS DECORRENTES DA 
MINERAÇÃO: 
- retirada da cobertura vegetal; 
- alteração da superfície dos terrenos; 
- erosão acelerada; 
- escorregamentos; 
- alteração e assoreamento de cursos d'água; 
- potencialização de enchentes e inundações; 
- interceptação do lençol freático; 
- aumento da turbidez e de sólidos em suspensão nos corpos d'água receptores; 
- produção de rejeitos; 
- lançamento de fragmentos de rocha; 
- propagação de vibrações no solo; 
- ruídos. 
Como pode perceber, a mineração afeta o solo, a água e o ar, implicando em 
modificações física, química e biológica no ambiente. 
Estas modificações são tão agressivas que, se não for feito uma intervenção ativa, elas 
podem perdurar por muitos e muitos anos, tal como mostra a figura abaixo. Dependendo 
do histórico de uso e condições reinantes, estes impactos são permanentes, como a 
configuração do relevo, sendo observada, algumas vezes, a retirada de morros inteiros! 
Retirado de Costa (2006). 
Estado de área degradada pela mineração após 18 anos de abandono 
http://www.if.ufrrj.br/pgcaf/pdfdt/Dissertacao%20Leonardo%20Tienne.pdf 
O PRAD deve ser aprovado pelos órgãos ambientais responsáveis, sendo que o 
empreendedor pode propor a recuperação provisória ou permanente. 
Planeja-se uma Recuperação Provisória quando é inviável a reabilitação da área 
naquele momento, ou por ainda não ter seu uso final definido ou este está planejado 
para longo prazo. Neste caso, as ações devem buscar a estabilização dos processos de 
degradação atuantes. 
A Recuperação Definitiva é planejada quando o uso final da área já está definido, 
tendo como meta a sua reabilitação (Bitar & Braga, 1995). 
O profissional responsável pelo planejamento do uso final da área deve levar em 
conta o Plano Diretor Municipal, as intenções do proprietário do terreno e a 
viabilidade econômica do projeto. 
A interação da comunidade na definição de uso futuro do solo ocorre pela audiência 
pública, decorrente do EIA/RIMA, parte da exigência para o licenciamento de 
empreendimentos mineiros. 
Muitas vezes, especialmente em mineradoras localizadas no perímetro urbano, as áreas 
são recuperadas (ou melhor, reabilitadas) com o objetivo de utilizá-las como meio 
recreativo, transformando-as em parques (por exemplo, o Parque Ibirapuera, na cidade 
de São Paulo, era uma antiga cava). 
 
O programa prévio de recuperação é benéfico tanto para a comunidade, poder público e 
proprietário do terreno, como para o minerador, que conduzirá suas atividades e o 
desenvolvimento da lavra, de acordo com o previsto no PRAD, economizando tempo e 
dinheiro. 
Por exemplo, empresas que mantêm um planejamento de exploração de recursos 
minerais a céu aberto, atualmente têm transferido o solo (com suas camadas, na ordem 
original) de áreas que vão ser exploradas para áreas em que as atividades serão 
cessadas. 
Com base nesta premissa, descrevo a definição de dois termos muito empregados na 
RAD: 
Reabilitação orientada de acordo com plano prévio: embasada nas decisões 
expressas em documento previamente discutido, negociado e definido entre minerador, 
poder público, comunidade diretamente envolvida, e o proprietário do solo. 
Recuperação simultânea à extração, ou seja, ações de recuperação que vão ser 
incorporadas nas várias etapas que compõem as atividades de mineração. Desta forma, 
se os procedimentos propostos no PRAD forem adequadamente executados, ao final das 
atividades de extração (exaurida a jazida), a área estará totalmente reabilitada para o 
uso anteriormente definido. 
A primeira etapa para a recuperação simultânea à extração é a definição do uso futuro 
que a área será destinada, levando em consideração o Plano Diretor Municipal, as 
intenções do proprietário do terreno e a viabilidade econômica do projeto. 
 
Embora esta alternativa ainda seja pouco utilizada pelas mineradoras de pequeno porte, 
devido em grande parte à indisposição de implantar realmente o plano, que fica muitas 
vezes apenas no papel, e/ou a carência de profissionais qualificados no quadro de 
empregados da mineração, é de grande valia, pois facilita o desenvolvimento da lavra, 
bem como as questões financeiras e logísticas da recuperação da área. 
Recuperação de áreas degradadas por disposição de resíduos sólidos 
Devido ao grande volume de lixo produzido pela população, a destinação final adequada 
de Resíduos Sólidos Urbanos, atualmente, é considerada como um dos principais 
problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil, sendo, a maioria, 
depositada em Lixões. 
 
A indústria é responsável por grande quantidade de resíduos, nos quais podem estar 
incluídos: produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio,cádmio, chumbo) e solventes químicos, que ameaçam os ciclos naturais onde são 
despejados. 
Deve ser lembrado que, por lei, a responsabilidade da coleta, transporte, tratamento, 
processamento e destinação final de resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, 
comerciais e de prestação de serviços (inclusive de saúde) é da fonte geradora. 
A primeira etapa da recuperação de áreas degradadas por disposição de Resíduos Sólidos 
Urbanos (RSU) corresponde à avaliação das condições de comprometimento ambiental 
do local. Isto pode ser realizado através de análises das águas superficiais / subterrâneas 
e de sondagens para conhecimento do estágio de decomposição dos resíduos e das de 
estabilidade e permeabilidade do solo. 
A segunda etapa consiste na seleção de atividades remediadoras. Essas atividades têm 
o objetivo de reduzir a mobilidade, toxicidade e volume dos contaminantes e 
estabilização do solo, e serão descritas a seguir... 
As ações remediadoras, geralmente adotadas, são: 
1. Tratamento primário ou físico da área: preparação da infraestrutura de acessos e circulação do 
aterro; drenagem de águas pluviais; cobertura do lixo compactado; 
drenagem e retenção de chorume e drenagem e captação de gases. 
2. Tratamento secundário: aplicação de processos bio-físico-químicos, objetivando a redução de volume, 
toxicidade e mobilidade dos contaminantes nos resíduos. 
3. Tratamento terciário: envolve atividades direcionadas ao tratamento de cada tipo de resíduo (sólido, 
liquido ou gasoso). Estas ações visam garantir a adequada destinação dos resíduos resultantes do 
tratamento primário e secundário da área, que continuarão sendo produzidos no local até sua completa 
decomposição. 
4. Por fim, realiza-se o monitoramento ambiental da área através da avaliação da influência do aterro 
sobre o meio ambiente e, principalmente, da aferição da eficiência do plano de recuperação do aterro 
nos três meios afetados pelos impactos do aterro (solo, água e ar). 
Na recuperação de aterros objetivando o encerramento, independente do desempenho 
do tratamento dos resíduos, é necessária a conformação da superfície final e dos 
taludes do aterro. Estes elementos se constituem em partes significativamente 
degradadas ao longo da operação do aterro, e compreendem, ao final de seu uso, nas 
áreas mais vulneráveis a erosões. 
A revegetação, bem como as técnicas a serem utilizadas para esta finalidade, deve ser 
definida conforme o uso final pretendido da área. 
A proposta de uso futuro da área deve considerar que os resíduos aterrados ainda 
permanecem em processo de decomposição após o encerramento das atividades por 
períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10 anos. Portanto, os 
sistemas de drenagem superficial de águas pluviais e de tratamento dos gases e líquidos 
percolados devem ser mantidos por um período de cerca de 30 anos. 
Para uso futuro dos aterros, é indicada a implantação de áreas verdes, como praças 
esportivas, campos de futebol e áreas de convívio, nos casos de aterros próximos a áreas 
urbanizadas. 
Para aprofundar seu conhecimento, acesse: 
http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd48/areas.pdf 
Para saber mais sobre técnicas utilizadas na recuperação de áreas degradadas por 
resíduos sólidos, acesse: 
http://www.feam.br/images/stories/Flavia/areas_degradadas.pdf 
WEB AULA 2 
Unidade 2 – A Recuperação ambiental como estratégia para formação de 
Corredores ecológicos, Adequação ambiental e legal de propriedades e 
Sequestro de Carbono. 
Quando saímos de viagem, se ficarmos atentos à paisagem, podemos observar que os 
remanescentes de hábitats naturais, salvos alguns locais, estão espalhados dentro de 
uma matriz formada por diversos tipos de ambientes ocupados pelo homem (estradas, 
agricultura, clareiras abertas pela atividade madeireira, cidades, etc). 
Estes fragmentos podem ser considerados como “ilhas de biodiversidade”, e são importantes 
por promover a conservação de espécies e servir como fonte de propágulos. Por isso, é 
fundamental saber da sua existência para a escolha das ações num plano de recuperação. 
Os fragmentos também guardam informações biológicas necessárias para o 
conhecimento científico aplicáveis na restauração dos ecossistemas. Embora, nem 
sempre eles se encontram em bom estado de conservação, servem como parâmetro de 
espécies resistentes à situação atual. 
E os projetos de recuperação, aonde ficam neste contexto? 
 Atualmente, existe uma preocupação compartilhada por ambientalistas e poder público: 
de reconectar os fragmentos florestais (coloquei reconectar em vez de conectar, porque 
eles eram originalmente unidos antes da ação antrópica), através da “formação” de uma 
faixa de vegetação denominada de CORREDOR ECOLÓGICO. 
O Corredor Ecológico facilita a movimentação das espécies importantes, especialmente 
para aquelas que necessitam de grandes áreas para sua sobrevivência (como a onça e 
outros animais de grande porte), permitindo o fluxo gênico entre as espécies e a 
conservação da biodiversidade. E não é só o movimento de animais que aumenta quando 
os fragmentos são conectados, os processos de polinização e dispersão de sementes 
também se intensificam, o que implica maior interação entre plantas e animais, e isto 
beneficia, e muito, a recuperação das áreas degradadas. 
A lei nº 9985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidade de 
Conservação (SNUC), define os Corredores Ecológicos e prevê a “integração de 
diferentes atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais 
e restauração e recuperação dos ecossistemas”. 
Um Corredor Ecológico pode ser composto por uma espécie de colcha de retalhos de 
áreas ambientalmente sustentáveis: parques, reservas públicas ou privadas, terras 
indígenas, e propriedades com sistema agroflorestais ou ecoturismo. 
Áreas de Preservação Permanente, como as matas ciliares, que formam um Corredor Ecológico 
natural, já são originalmente interligadas. Portanto, a recuperação e/ou manutenção destas se 
mostram como uma ótima ferramenta para Conservação da Biodiversidade. 
Diante do exposto, agora posso responder a pergunta acima... 
Hoje, quando se planeja a recuperação de áreas degradadas, mesmo que seja para práticas de 
atividades sustentáveis, deve-se ter em mente que as áreas que intermediam os fragmentos são 
prioritárias. 
Abaixo, podemos ver uma imagem na qual se observa a delimitação de prováveis 
corredores ecológicos que podem ser formados através da recuperação de áreas entre 
os remanescentes de vegetação. 
 
Entre os corredores brasileiros planejados e executados pela iniciativa governamental e 
por ONG´s ambientais, podemos destacar: 
- Corredor central da Mata Atlântica: ( ). 
- Corredor central da Amazônia: ( ). 
- Corredor do Amapá: ( ). 
- Corredor do Cerrado: ( ). 
- Corredor da Serra do Mar: ( ). 
- Corredor do Nordeste: ( ). 
Para saber mais sobre cada um, acesse o link entre parênteses, acima. 
Para fortalecer os conceitos sobre Corredores Ecológicos e outros relacionados, 
acesse . 
 
Mapa dos Corredores Ecológicos do Brasil 
Agora, vamos ver outra abordagem associada aos projetos de recuperação de áreas 
degradadas... A ADEQUAÇÃO AMBIENTAL. 
Os projetos de recuperação de áreas degradadas muitas vezes são realizados pela forte 
pressão dos órgãos públicos licenciadores, fiscalizadores e mesmo certificadores, que 
procuram equacionar o passivo ambiental em propriedades rurais ou de mineração. 
Hoje em dia, a conservação e a restauração de Áreas de Preservação Permanentes (ex. 
matas ciliares e topos de morros) e Reserva Legal, passaram a ser cada vez mais 
frequentes e exigentes na qualidade das ações propostas. 
Muitas vezes, essas exigências são cumpridas de maneirainadequadas, devido, em 
grande parte, pela falta de embasamento científico dos projetos de recuperação, os quais 
não resultam em efetiva recuperação do ambiente degradado, ou seja, o 
estabelecimento de uma comunidade vegetal auto-sustentável. 
O desafio atual se concentra na utilização do conhecimento científico em ações práticas, 
efetivas, de conservação, manejo e, principalmente, de restauração das áreas de 
Preservação Permanente e de Reservas Legais, num custo aceitável, de forma a viabilizar 
e incentivar a adoção dessas iniciativas pelos proprietários da terra. 
É fundamental reconhecer que a microbacia hidrográfica é a unidade básica para 
caracterização, quantificação, análise e gerenciamento dos recursos e processos 
naturais, onde a água representa o componente unificador de integração no manejo 
devido sua estreita relação com os outros recursos ambientais (Lima, 1996). 
 
E como pode ser feita adequadamente a regularização de uma propriedade? 
Num programa de Adequação Ambiental, todas as situações legais e ambientais das 
propriedades são identificadas por intermédio de um zoneamento, usando imagens 
aéreas e checagem de campo. Neste, cada unidade (por exemplo, área de produção 
agrícola, área de Reserva Legal, área de APP, etc) é particularizada quanto à ocupação 
atual, uso anterior e características do entorno, visando definir a melhor metodologia 
de restauração. 
Para isto, será necessária, entre outras, a caracterização florística e tipo da vegetação 
remanescente, identificação de áreas naturais de interesse ambiental e/ou de grande 
beleza cênica, às quais podem servir para a implantação de trilhas educativas. 
Abaixo, um exemplo do que é possível fazer numa pequena propriedade para manter o 
equilíbrio ambiental e incrementar o rendimento econômico. 
 
 
1. RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Nacional; 
2. Reserva Legal; 
3. Apicultura; 
4. Micro Corredores; 
5. Sistemas Agroflorestais; 
6. Agricultura Orgânica e Pecuária; 
7. Agricultura e plantio de exóticas e nativas; 
8. Piscicultura e recuperação de Mata Ciliar. 
Espera-se que, com a Adequação ambiental e outros programas similares, ocorra 
uma perspectiva de melhor integração entre as áreas de produção e as áreas 
destinadas à preservação da natureza, auxiliando, desta forma, a manutenção dos 
processos ecológicos básicos à sociedade, como a disponibilidade de água. 
Vários setores da sociedade e do governo vêm realizando projetos, tendo como base da 
ação, aliar os cuidados com o meio ambiente às culturas locais, educação e geração de 
renda. Nós, profissionais (e amantes) do meio ambiente, temos a função de abrir 
caminho para o diálogo entre proprietários e usuários de terra (produtores, empresários, 
etc) sobre a necessidade dos corredores ecológicos e da preservação das áreas de 
preservação permanente e reserva legal, e os benefícios ambientais que eles geram. 
Você pode acessar o link: 
http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/files/2011/11/AdequacaoAmbienta
lPropiedadesRurais.pdf. Lá, encontrará uma apostila técnica sobre “Adequação ambiental 
em Propriedades Rurais”, realizada por profissionais da Escola Superior de Agricultura 
“Luiz De Queiroz” (USP/Esalq), Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de 
Ecologia e Restauração Florestal. 
Recuperação e sequestro de Carbono 
O conceito de sequestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, 
com a finalidade de conter o acúmulo de CO2 na atmosfera, principal gás do efeito estufa. 
A implantação de floresta atua como um sumidouro de carbono, ou seja, promove o 
"sequestro de carbono", porque a vegetação realiza a fotossíntese, processo pelo qual 
as plantas retiram carbono da atmosfera, em forma de CO2, e o incorporam a sua 
biomassa (troncos, galhos e raízes). 
Atualmente, várias empresas e atividades que geram CO2, como grandes shows, têm 
realizado compensações (ou neutralizações) através do reflorestamento. 
Para saber mais sobre Sequestro de Carbono, acesse: 
http://www.arvoresbrasil.com.br/?pg=reflorestamento_sequestro, e sobre 
Neutralização de Carbono, http://ambiente.hsw.uol.com.br/carbono-compensacao.htm 
Os resultados do efeito “Sequestro de Carbono” podem ser quantificados através da 
estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado 
nos produtos madeireiros e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de 
fotossíntese. 
Os cálculos da neutralização de carbono são feitos por empresas especializadas, as quais 
vão indicar “o quanto” foi emitido por determinada atividade e quanto é necessário 
plantar. 
Só pra você ter uma ideia, a turnê do U2, com 44 concertos, vai gerar carbono suficiente 
para levar os quatro integrantes da banda em uma viagem de 55 milhões de quilômetros 
ao planeta Marte, em um avião de passageiros. Para neutralizar essa emissão, o U2 
precisaria plantar 20.118 árvores!!! 
A empresa interessada em neutralizar carbono decide o que considera mais adequado 
aos objetivos mercadológicos desejados e à disponibilidade de recursos que pretende 
investir (veja em http://www.neutralizecarbono.com.br/home/); no 
linkhttp://www.florestasdofuturo.org.br/, tem como você calcular a sua emissão de CO2 
na natureza. 
A Fundação SOS Mata Atlântica mantém um Programa “Florestas do Futuro”, no qual as 
árvores relativas à neutralização são plantadas em áreas de reflorestamento com 
espécies nativas, privilegiando regiões de mata ciliar. 
E você, já ouviu falar em Créditos de carbono? 
São certificados emitidos quando ocorre a redução da emissão de CO2 por países ou 
empresas, e são negociados, internacionalmente, no mercado de carbono. Ele possui 
um critério que se chama adicionalidade, no qual um projeto pode absorver dióxido de 
carbono da atmosfera. 
A Recuperação de Áreas Degradadas foi a única atividade florestal que recebeu, até hoje, 
créditos do mercado de carbono junto ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
(MDL). Para aprofundar seu conhecimento em MDL, acesse o link: 
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4007.html#ancora. 
O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em 
desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões – RCE’s, 
para serem utilizadas pelos países desenvolvidos como modo suplementar, para 
cumprirem suas metas de redução preconizadas na Conferência de Kyoto. 
A recuperação de áreas degradadas gera créditos de carbono em três momentos 
diferentes: 
- reduz emissões do solo ao interpor uma cobertura vegetal; 
- sequestra CO2 atmosférico no crescimento das plantas; e 
- fornece biomassa e biocombustíveis renováveis para substituir a matriz de 
combustíveis fósseis (não-sustentável). 
Esse mecanismo garante benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação 
da mudança climática e se mostra muito promissor, embora, atualmente, ainda muitos 
poucos projetos brasileiros relacionados a reflorestamento, tenham nele ingressado. 
Um dos principais empecilhos, além de todo o procedimento que deve ser seguido para 
conseguir o certificado, é que a área a ser recuperada deve ser muito grande para “valer 
a pena” no mercado de carbono. Assim sendo, a agregação de vários projetos individuais, 
em torno de uma iniciativa única, eleva a quantidade de créditos e torna o negócio 
atrativo para os grandes compradores que atuam nesse mercado. 
Para saber mais sobre Créditos de Carbono, acesse o site: 
http://www.ipam.org.br/saiba-mais/O-que-e-e-como-funciona-o-Mercado-de-Carbono-
/4. 
No link http://www.mct.gov.br/upd_blob/0013/13673.pdf, pode ver a metodologia a ser 
utilizada para “Reflorestamento de terras degradadas” no âmbito do MDL. 
Para terminar esta web-aula, gostaria de ressaltar que: 
Sem a conscientização,envolvimento e auxílio da população, mesmo com técnicas e 
conhecimentos muito sofisticados, avançaremos muito pouco no sentido de melhorar as 
condições ambientais de nosso país. 
Bibliografias citadas (além daquelas acessadas pelos links sugeridos): 
Bitar, O.Y. & Braga, T.O. O Meio Físico na Recuperação de Áreas Degradadas. In: Bitar, 
O.Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo: Associação 
Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 
1995. cap. 4.2, p.165-179. 
Bitar, O.Y & Ortega, R.D. Gestão Ambiental. In: Oliveira, A.M.S. & Brito, S.N.A. (Eds.). 
Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia 
(ABGE), 1998. cap. 32, p.499-508. 
Costa, L. T. Estratégias de reabilitação de áreas degradadas em empreendimentos 
hidrelétricos na Amazônia, Tucuruí-PA. 2006. Dissertação (Ciências Ambientais e 
Florestais), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Florestas. 95f. 
Disponível em: 
http://www.if.ufrrj.br/pgcaf/pdfdt/Dissertacao%20Leonardo%20Tienne.pdf) 
Lima, W. P. Hidrologia Florestal Aplicada ao Manejo de Bacias Hidrográficas. 1996. 
Piracicaba. 315 p. 
Espero que esta web-aula tenha sido proveitosa para você. Continuaremos nossa 
discussão no fórum da nossa disciplina!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Av2 - Gest. Ambiental - [dp] 
Recuperação de Áreas Degradas 
1) Sobre o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) de áreas mineradas, assinale a 
alternativa correta: 
d) Contempla, entre outras informações, as proposições para monitoramento e manutenção das 
medidas de recuperação implementadas. 
 
2) A economia do Brasil sempre teve uma relação estreita com a extração mineral. Desde os 
tempos de colônia, o Brasil transformou a mineração em um dos setores básicos da economia 
nacional. Sobre a recuperação de áreas mineradas no Brasil, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
b) Visto o alto grau de importância para o desenvolvimento das sociedades, a mineração é considerada 
como serviço de utilidade pública. Por isso, o empreendedor responsável não é obrigado a recuperar a 
área. 
 
3) "Quando realizada a análise da situação atual brasileira no que se refere a destinação final 
de resíduos urbanos, e identificadas as perspectivas futuras do referido setor, nota-se que a 
recuperação de áreas degradadas por disposição de lixo é uma atividade que tem sido cada 
vez mais empregada no Brasil, apesar de pouco discutida" (Albert et al. 2005). A primeira 
etapa da recuperação de áreas degradadas pela deposição inadequada de Resíduos Sólidos 
Urbanos corresponde à avaliação das condições de comprometimento ambiental do local. A 
segunda etapa consiste na seleção de atividades remediadoras, que podem ser divididas em 
três tratamentos, descritos abaixo. Relacione a coluna da esquerda com a direita e responda. 
1. Tratamento 
primário ou físico da 
área 
(2) aplicação de processos bio-físico-químicos objetivando a redução de volume, toxicidade e 
mobilidade dos contaminantes nos resíduos. 
2. Tratamento 
secundário 
(3) envolve atividades direcionadas ao tratamento de cada tipo de resíduo (sólido, liquido ou 
gasoso). Estas ações visam garantir a adequada destinação dos resíduos que, mesmo após 
tratamento, continuarão sendo produzidos no local até sua completa decomposição. 
3. Tratamento 
terciário 
(1) preparação da infra-estrutura de acessos e circulação do aterro; drenagem d águas pluviais; 
cobertura do lixo compactado; drenagem e retenção de chorume e drenagem e captação de gases. 
A sequência correta é: 
c) 2,3,1. 
 
4) Uma atividade crescente no país é a Adequação ambiental de propriedades rurais que tem 
como fundamento diagnosticar as irregularidades e regularidades ambientais na área, e 
propor a metodologia mais adequada, em termos de eficiência e custo, de regularização 
dessas propriedades quanto à legislação ambiental. Analise as afirmativas abaixo sobre 
Adequação ambiental de imóveis rurais e responda. 
I. Em geral, as áreas prioritárias para recuperação ambiental são: as Áreas de Preservação Permanentes 
(APPs), inclusive porque também desempenham o papel de corredores ecológicos; Reservas Legais; e 
áreas desnudas com processos erosivos avançados. 
II. Em geral, as únicas áreas que devem ser efetivamente recuperadas visando o estabelecimento de 
comunidades autossustentáveis são as Reservas Legais, ou seja, as áreas de nascentes e marginais aos 
rios, as quais não se admite nenhum tipo de manejo. 
III. As margens dos corpos d´água e os topos de morros são exemplos de áreas de Preservação 
Permanente que devem ser restauradas. 
IV. Na adequação ambiental de uma pequena propriedade rural não é possível propor a implantação, 
mesma que temporária, de Sistemas Agroflorestais e de atividades de Apicultura. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
b) I e III. 
 
5) O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) permite a certificação de projetos de 
redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções 
certificadas de emissões – os chamados Créditos de carbono, para serem utilizadas pelos 
países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas de redução 
preconizadas na Conferência de Kyoto. A Recuperação de Áreas Degradadas foi a única 
atividade florestal que recebeu até hoje créditos do mercado de carbono junto ao MDL. Sobre 
este tema assinale a alternativa INCORRETA: 
b) O reflorestamento pode gerar créditos de carbono porque as plantas, por intermédio da fotossíntese e 
respiração, liberam grandes quantidades de oxigênio para a atmosfera. Este gás, que reduz o efeito 
estufa, pode ser quantificado através de fórmulas conhecidas cientificamente para cada uma das 
espécies florestais.

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