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Recuperação de Áreas Degradas Apresentação da disciplina: Olá, seja bem-vindo à web-aula da disciplina “Recuperação de áreas degradadas”, na qual poderemos complementar e/ou aprofundar o conhecimento do conteúdo dado nas tele aulas. Nosso estudo aqui será composto por duas unidades: 1. “Fatores que influenciam a escolha das espécies de plantas e os métodos para recuperação de áreas degradadas, e as perspectivas da RAD no Brasil”; e 2. “Recuperação de áreas degradadas por mineração e disposição de Resíduos sólidos, e a aplicabilidade para fins conservacionistas e de sustentabilidade”. Cada unidade está dividida em duas web-aulas. A unidade 1 apresenta os conceitos básicos de processos envolvidos na recuperação de áreas degradadas, bem como os fatores que influenciam o planejamento de projetos de RAD em diferentes contextos. Nesta unidade, também serão abordadas as projeções futuras da RAD no Brasil. Na unidade 2, serão apresentados os principais aspectos relacionados à RAD, por mineração e disposição de resíduos sólidos. Será discutida também a aplicabilidade da RAD na formação de Corredores Ecológicos, Adequação ambiental de propriedades rurais e no Sequestro de Carbono, os quais visam tanto à obtenção da conservação do ambiente como a sustentabilidade. As web-aulas, importantes meios de ensino-aprendizagem, foram compostas por textos, artigos científicos e questões para você refletir. Uma avaliação será realizada no final de cada unidade. Gostaria de ressaltar que as disciplinas que você já teve ou irá ter, tais como ecologia aplicada, poluição do solo, atmosfera e águas continentais, responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável, geoprocessamento, legislação e direito ambiental, avaliação do impacto e licenciamento, estão todas diretamente relacionadas ao presente tema. É importante que você, além de fazer as leituras sugeridas, realize também as atividades e participe do fórum de discussão, o qual será proposto para que você possa interagir com os seus colegas do curso. Como vê, você terá, ao término deste curso, muitas informações que o tornará capaz de contribuir bastante para tornar o nosso meio ambiente mais equilibrado. Enfim, um profissional muito bem habilitado! Antes de começar, gostaria de me apresentar... Eu me chamo Luciana, bióloga, formada na Universidade Estadual de Londrina. Desde a graduação, meu interesse sempre foi voltado para ecologia de florestas. Na pós-graduação em Biologia Vegetal (UNESP), trabalhei com floresta de restinga - aquelas que ocorrem sobre a planície arenosa que recobrem o litoral-, abordando, no mestrado, a ciclagem de nutrientes, e a ecofisiologia de algumas espécies, no doutorado. Durante outras atividades profissionais, especialmente quando participei de um levantamento e análise das Florestas de Araucária no Paraná, infelizmente me deparei, várias vezes, com áreas degradadas, quando pude avaliar as causas e efeitos dos processos de degradação. O conhecimento teórico adquirido durante os cursos que realizei me ajudou bastante para pensar nos possíveis meios de recuperação que estas áreas teriam e sobre a importância de se fazer isto. Cabe ressaltar aqui que, um bom projeto de recuperação envolve vários profissionais, de diversas áreas (como técnicos e engenheiros ambientais, biólogos e geógrafos), sendo primordiais tanto informações científicas, quanto experiências práticas (ou seja, obtidas no campo). Atualmente moro em Londrina, e é uma grande satisfação poder administrar esta disciplina para você. Fique à vontade para perguntar, estarei sempre disponível para procurar atendê-lo da melhor forma possível. Objetivo da Disciplina A disciplina “Recuperação de áreas degradadas” apresenta os seguintes objetivos: Compreensão dos principais conceitos e processos ecológicos sobre a temática da Recuperação de áreas degradadas (RAD); Apresentar o histórico e as perspectivas da RAD no Brasil. Discutir a importância e aplicabilidade da RAD no Brasil; Discutir os principais processos de degradação ambiental gerados por diversas atividades e, mais especificamente, da mineração, disposição de resíduos sólidos e atividades agro- pastoril; Descrever técnicas de recuperação de áreas degradadas; Fornecer embasamento teórico para capacitar os alunos a selecionar espécies e metodologias a serem aplicadas num projeto de recuperação de áreas degradadas; Demonstrar as fases de um plano de recuperação de áreas degradadas e discutir cada uma delas; Contextualizar a legislação básica sobre o assunto; Proporcionar aos alunos conhecimento técnico, científico e crítico acerca da temática, capacitando-os à atuação profissional. Conteúdo Programático: Nossos principais temas de discussão serão: Histórico e perspectivas da Recuperação de áreas degradadas no Brasil; Definição de conceitos relacionados à RAD, especialmente envolvidos na sucessão vegetal; Importância da recuperação ambiental; Os processos ecológicos que embasam a RAD; Processos de degradação ambiental, especialmente, aqueles gerados por mineração, disposição de resíduos sólidos, e atividades agro-pastoris, e respectivas ações de recuperação; Caracterização das espécies em grupos ecológicos de sucessão; Os critérios utilizados para seleção de espécies a serem utilizadas na RAD; Descrição das técnicas de RAD; Os critérios utilizados para seleção de técnicas a serem utilizadas na RAD; Aspectos legais da RAD; Fases de um plano de recuperação de áreas degradadas; Sistemas Agroflorestais; Adequação ambiental; Sequestro de Carbono. Metodologia: Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das Teleaulas, de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real);Aula- atividade por Chat, para aprofundamento e reflexão; e Web-aulas, que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo), além do Material do Impresso por disciplina. Avaliação Prevista: O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir à teleaula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial, embasada em todo o material didático, teleaula e web-aula da disciplina. WEBAULA 1 Unidade 1 – Escolha de espécies em projetos de recuperação As áreas degradadas, em função dos desequilíbrios e das condições adversas de clima e solo, oferecem um ambiente muitas vezes impróprio ao crescimento das espécies, tais como: - temperaturas elevadas; - radiação solar direta; - estresse hídrico; - degradação das suas propriedades físicas e químicas; - ausência de matéria orgânica no solo e carência nutricional para o desenvolvimento das plantas. Portanto, a seleção de espécies para recuperação destas áreas é muito importante para seu sucesso (de fato, é a primeira etapa do projeto de plantio de mudas), sendo que estas precisam ter características ecofisiológicas que as possibilitem sobreviver em ambiente hostil e garantam a sucessão e regeneração natural nas etapas posteriores. Para o êxito de um projeto de recuperação, é necessário manter, ou melhor, recuperar, os processos ecológicos existentes num ecossistema, tais como a polinização e a dispersão de sementes. Eles são fundamentais para que se estabeleça um processo contínuo de regeneração, que permite a área restaurada se auto-sustentar, bem como influencia a composição de espéciesque irá compor a futura comunidade. Antes de continuarmos, leia os arquivos obtidos nos links abaixo, nos quais constam alguns conceitos, técnicas, seleção de espécies, monitoramento e indicadores de recuperação: http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/files/2011/11/ManualRecupAreas %20Degradadas.pdf, e http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/Repositorio/126/Documentos/MDivulga cao/CARTILHA.pdf Salve estes arquivos no seu computador, pois eles te proporcionarão muitas informações técnicas e científicas. Para melhor compreensão, vou apresentar algumas definições... Características ecofisiológicas: são adaptações funcionais (ecológicas e fisiológicas) das espécies, diante de distintas condições ambientais. No contexto utilizado, podem ser citadas, entre outras: - produção de sementes e de folhas; - presença (ou não) de banco de sementes no solo; - condições requeridas de luz para germinação e crescimento; - ciclo de vida (quanto tempo levam para germinar, crescer, reproduzir e morrer); - tolerantes ou não a solos com déficits hídrico, alagados, salinos, arenoso, pedregoso ou argiloso. Algumas destas características são utilizadas para o enquadramento das espécies de plantas nos grupos ecológicos de sucessão. A saber: pioneiras, secundárias e clímacicas. Alguns autores propuseram outras terminologias para designar os grupos ecológicos, por exemplo, as secundárias divididas em secundárias iniciais e secundárias tardias, ou ainda, a divisão das espécies apenas em dois grupos: pioneiras e não-pioneiras. As características das espécies de cada grupo ecológico podem ser vistas no Manual de Restauração que você obteve no link acima. Banco de sementes: estoque de sementes viáveis no solo. As espécies que compõem o banco de sementes são, principalmente, aquelas das fases iniciais da sucessão, que ficam vivas no solo, aguardando alguma perturbação que altere as características do ambiente (aumentando os níveis de luz, temperatura e/ou umidade), para germinarem. Polinização: é o processo de transporte de pólen para o estigma de uma flor que resulta na fertilização do óvulo, e consequentemente, na formação de sementes. Constitui uma forte interação entre fauna-flora (exceto nas plantas que polinizadas pelo vento, as plantas anemófilas). Vários trabalhos têm demonstrado que espécies de estágios sucessionais iniciais têm polinizadores mais comuns e generalistas, enquanto que as de estágios sucessionais mais avançados apresentam polinizadores especialistas e raros. Dispersão de sementes: é o transporte de sementes a diferentes distâncias de sua planta-mãe, dependendo da distancia percorrida pelo dispersor. Por ex. sementes dispersadas pelo vento ou aves podem ser levadas muito longe. A dispersão de sementes é um fator considerado essencial na recobertura florestal de áreas degradadas, porque o banco de sementes e outras fontes de regeneração (ex. brotos de caule ou raiz) geralmente foram eliminados por cultivos prolongados, corte ou fogo. Para saber mais sobre alguns princípios e atividades de recuperação de áreas degradadas utilizando a sucessão e as interações planta-animal, acesse o link: http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_14.pdf Estes dois processos, polinização e dispersão, promovem o fluxo gênico entre as espécies e garante uma maior diversidade genética. Para espécies de cultivo agrícola, é desejável que as plantas apresentem uniformidade em relação a sua morfologia e respostas às condições ambientais, pois isso facilita o comércio (afinal, quando compramos feijão, por exemplo, queremos que os grãos sejam todos do mesmo tamanho) e o cultivo (a área cultivada é homogênea, isto é, recebe luz, água e nutrientes iguais em toda ela, e as plantas vão responder a estes fatores, assim como a herbicidas e pesticidas, da mesma forma). Ao contrário, para espécies que vão formar uma comunidade vegetal auto-sustentável, é benéfico que as plantas da mesma espécie se comportem de maneiras diferentes, pois assim poderão ocupar locais heterogêneos, às vezes recebendo mais luz, água ou nutrientes. Algumas, também, podem apresentar maior resistência aos predadores, por exemplo. Agora, vamos ver alguns critérios que podem ser utilizados para escolha das espécies e do grupo de espécies a serem utilizados na RAD... Possuir elevada capacidade de produção de biomassa; Não produzir substâncias tóxicas (alelopatia) ¹*; Apresentar rusticidade, quando para solos pobres; É favorável ter raízes profundas para melhorar as condições de solo muito compactado, ou raízes superficiais, quando o solo se apresenta muito arenoso; Espécies especializadas em nutrir o solo, através de processos de simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio, tais como as leguminosas, e com fungos micorrízicos ²*; Espécies capazes de atrair animais para a área, através dos processos de polinização e dispersão de sementes; O grupo de espécies deve ser capaz de promover a maior diversidade possível de síndromes de polinização e de dispersão na comunidade e, ao mesmo tempo, contemplar todos os meses com floração, para manter os agentes polinizadores e dispersores na área em processo de restauração; Entre as espécies selecionadas, devem estar presentes diferentes grupos ecológicos de sucessão. ¹* Alelopatia é a capacidade de as plantas produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento. No contexto, atuando de forma desfavorável como, por exemplo, plantas que possuem metabólitos nas folhas despreendidas que impedem a germinação de outras espécies. ²* Fungos micorrízicos são aqueles que vivem associados a raízes das plantas e auxiliam na absorção de nutrientes, especialmente fósforo. Dois pontos muito importantes devem ser ressaltados: Primeiro, que as espécies selecionadas para o uso em recuperação sejam nativas, às quais já possuem adaptações às condições climáticas, relevo, solos e biota (tanto flora como fauna) locais. Para saber quais plantas existiam no local, podemos recorrer a observações de campo e/ou levantamento Florístico e Fitossociológico ³* de remanescentes próximos ou, quando possível, da própria área quando ainda tinha vegetação. Segundo, deve ser utilizado o maior número de espécies possíveis. "No estado de São Paulo, por exemplo, em áreas de ocorrência de algumas formações florestais, sugere-se que o projeto de restauração ecológica que empregar a técnica de plantio em área total utilize, no período previsto em projeto, no mínimo 80 espécies nativas, podendo ser considerada todas as formas de vida presentes na floresta. Para ver esta e outras orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica deste estado, acesse a Resolução SMA Nº 32/2014 no link: . No endereço: http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/repositorio/222/documentos/FEHIDRO/ 2008Res_SMA8_anexo.pdf, você poderá ver a listagem das espécies arbóreas, com a indicação do bioma/ecossistema de ocorrência natural no Estado de São Paulo e a classe sucessional a que pertencem. Posso utilizar espécies exóticas? Uma espécie exótica é aquela que foi introduzida, por meio de atividades humanas relativamente recentes, numa área onde não ocorria previamente. Quando o objetivo da recuperação da área é atingir um ecossistema mais próximo possível do que o existia naturalmente, é inadequado utilizar espécies exóticas, sendo, inclusive, desejável a eliminação daquelas que já estão presentes. Isto porque, em ecossistemas naturais, as espécies exóticas invasoras - aquelas especialmente móveis e que se reproduzem abundantemente, comumente competem com as espécies indígenas e as substituem, como é o caso dopicão-da-praia (Wedelia paludosa- foto), uma erva que tolera o sombreamento no interior da floresta e, portanto, compete com as ervas nativas, ameaçando a biodiversidade destas. ³* Florística é o estudo da composição das espécies de plantas de uma determinada comunidade vegetal e a Fitossociologia é o estudo da estrutura e distribuição destas. Algumas exóticas são tão agressivas que impedem ou permitem, de forma muito lenta, o processo sucessional, como por exemplo, algumas gramíneas como o sapé (Imperata brasiliensis) e o capim-colonião (Panicum maximum), cujas sementes são dispersas pelo vento, portanto atingem grandes distancias e, consequentemente, grandes áreas. Além disso, muitas são resistentes ao fogo e têm um crescimento muito rápido. Estas espécies, muitas vezes, se constituem num problema nos reflorestamentos porque crescem nos espaços entre as arvores plantadas, e impedem o estabelecimento de espécies nativas que porventura chegam de matas vizinhas. Observe o estabelecimento vigoroso de capim, promovido pela alta incidência de sol no solo, em uma área recuperada. No entanto, em alguns casos, as plantas exóticas são usadas para algum propósito específico no projeto de restauração, tais como: - proporcionar uma rápida cobertura do solo; - fornecer madeira; - auxiliar na fertilidade do solo através da fixação de nitrogênio. Atenção: Se estas espécies exóticas plantadas não forem de longevidade relativamente curta e de pouca persistência, sendo naturalmente substituídas no transcorrer da sucessão, a sua remoção deve constar no plano de restauração, atentando que este processo pode ser muito complicado. Já imaginou erradicar um grupo enorme de gramíneas ou cipós, os quais não possuem predadores/competidores nativos, de uma extensa área?! Talvez você pense... ”Puxa, se um agricultor quiser reflorestar seu sítio, não poderá tirar nenhum proveito econômico direto e rápido?” Ressalto que, acrescentei “direto e rápido” porque a recuperação de áreas traz vários benefícios econômicos e serviços ambientais, só que nem sempre tão rápidos... Bom, então, respondendo esta pergunta... Pode sim, através do plantio de espécies agrícolas e/ou de interesse econômico (por ex. milho, feijão, abóbora, girassol e gergelim; frutíferas como o mamão; cultivares perenes como o café, urucum e arbóreas diversas, com distintos ciclos de vida.) nas entrelinhas das árvores plantadas ou nas bordas da área a ser restaurada. Esta ação pode ser realizada nos dois primeiros anos da área restaurada, servindo, inclusive, como estratégia de manutenção. Este tipo de associação pode ser chamado de Sistemas Agroflorestais (SAFs), que são sistemas de uso da terra em que plantas de espécies agrícolas são combinadas com espécies arbóreas sobre a mesma unidade de manejo da terra, sendo muito adequado para a pequena produção familiar. Para saber mais sobre SAF’s, acesse http://www.agrofloresta.net/. Você vai encontrar vários links com textos, experiências (como por ex. http://www.fazendasaoluiz.com/agrofloresta.htm) e vídeos sobre este sistema; e http://www.apremavi.org.br/cartilha-planejando/como-fazer-sistemas-agroflorestais. Para ler sobre SAF’s para recuperação de fragmentos florestais, acessehttp://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr32/cap10.pdf. WEB AULA 2 Unidade 1 – Fatores que influenciam na escolha das Técnicas de Recuperação de áreas degradadas e as perspectivas da RAD no Brasil. Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas em projetos de recuperação, desde aquelas que envolvem o plantio de mudas por todo o terreno, até aquelas em que as intervenções diretas são mínimas, as quais se baseiam na premissa de uma sucessão ecológica natural, as chamadas de “Técnicas de Facilitação”. Você encontra a descrição de algumas técnicas nos arquivos já recomendados para leitura. Agora, veremos alguns fatores que podem nortear a escolha da técnica a ser utilizada. A primeira coisa que devemos saber para selecionar a técnica de recuperação a ser empregada é otipo de modificação do ambiente esperado. Para isso, é necessário considerar o os objetivos da recuperação e o grau de degradação da área. Você pretende reabilitar, isto é, apenas modificar a área para que esta seja ocupada por determinada atividade, como cultura agrícola, pastagem ou fins recreativos, ou pretende restaurar, para que a área volte a apresentar um ecossistema próximo ao original? Resumidamente, as modificações a serem realizadas numa área podem ser: 1. Apenas “física”, quando a meta é que a área possa ser utilizada pelo homem. Faz melhorias nas condições físicas do solo, tais como: - reposição do solo; - recuperação da permeabilidade; - controle da erosão; - preenchimento de valas; - implantação de curvas de nível; - plantio de espécies exóticas para cobrir o solo (inclusive grama). É de extrema importância que, após a correção da degradação do solo, sejam realizados trabalhos de manutenção, de modo a evitar a reativação dos processos e a consequente anulação das medidas corretivas. 2. “química”, quando a meta é restaurar a fertilidade do solo, visando o estabelecimento natural de organismos nativos. Por exemplo: - condução da implantação de uma cobertura vegetal simplificada; - descontaminação do solo, provocada por depósito de resíduos sólidos. 3. “biológica”, quando o (re)estabelecimento de organismos nativos é parte das atividades do projeto; 4. “físico-químico-biológica”, quando é necessário corrigir o meio físico-químico, tendo como meta, também, a reintrodução ativa dos organismos nativos (e.g. plantar mudas). Outro fator a ser considerado é a intensidade da degradação: quanto maior, mais esforço será necessário para recuperá-la, ou seja, mais energia será gasta. Como entradas de energia podem ser citadas: - movimento de máquinas; - localização e coleta de sementes; - adaptação de organismos para a reintrodução (ex. produção de mudas); - custos de implantação e manutenção. A degradação pode ser ocasionada pela: - retirada de apenas algumas espécies de plantas; - dizimação total da cobertura vegetal, e, consequentemente, de sua fauna associada; ou ainda - pela remoção de solo como acontece em áreas usadas para mineração. Abaixo, apresento um esquema que mostra, em ordem, em termos de nível de degradação e esforço gasto, de diferentes tipos de áreas e ações de recuperação. Dada a importância da correção do solo para o sucesso da recuperação de uma área, citarei algumas feições indicadoras do grau de degradação deste, podendo ser chamado de indicadores geológico-geotécnicos (Bitar & Braga, 1995): - Erosões de pequeno e grande portes; - Feições de massa em movimentação; - Posicionamento do nível freático; - pH da água alterado; - Dimensão do assoreamento; - poluição do solo; - Grau de compactação do solo; - Grau de umidade do solo; - Evidências de colmatação do solo (ou seja, os espaços vazios do solo estão preenchidos por partículas sólidas existentes no efluente, impermeabilizando-o) Agora, vamos ver algumas características que podem ser utilizadas como indicadoras biológicas: - Presença abundante de lianas; - Invasão de gramíneas agressivas; - Pequeno número de estratos arbóreos 4; - Não continuidade do dossel; - Baixa diversidade de epífitas; - Ausência de regeneração natural. Você deve ficar atento a estas características quando for fazer a avaliação no campo, as quais devem ser quantificáveis e nortearão seu planejamento para a recuperação da área. *4 - Estratos arbóreos aplicam-se somente no caso de formação florestal e são caracterizados pelos diversos níveis de alturas das copas dos indivíduos,podendo ocorrer desde um único estrato até vários, sendo eles contínuos ou não. Em geral, quanto maior a estratificação, isto é, quanto maior numero de estratos, mais “madura” é a floresta, pois implica que ela apresenta espécies que possuem indivíduos adultos grandes- aqueles que formam o dossel da floresta, espécies que possuem indivíduos adultos menores - de sub-bosque, espécies arbustivas, e os indivíduos regenerantes de todas elas. Veja na tabela, abaixo, alguns tipos de áreas degradadas e ações que podem ser realizadas para recuperação física do solo. TIPO DE ÁREA DEGRADADA PRINCIPAIS PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO ALGUMAS MEDIDAS CORRETIVAS Mineração Abandonada em Regiões Urbanas - Escoamento das águas superficiais; - Erosão por sulcos e ravinas; - Escorregamentos; - Deposição de sedimentos e partículas - Captação e condução das águas superficiais; - Estabilização de taludes e blocos. - Revegetação; Depósito de Resíduos Industriais e Urbanos - Interações físico-químicas no solo (poluição do solo); - Escoamento das águas superficiais; - Movimentação das águas de subsuperfície. - Prospecção do depósito; - Remoção total ou parcial, transporte e disposição dos resíduos; - Tratamento "in situ" do solo; - Descontaminação ou remediação* do solo. - Revegetação Ocupação Habitacional de Encostas em Situações de Risco - Escorregamentos; - Escoamento das águas em superfície. - Captação e condução das águas superficiais; - Estabilização da encosta (com ou sem estruturas de contenção); - Revegetação. Boçorocas Urbanas ou Rurais - Erosão por boçorocas; - Movimentação das águas de subsuperfície. - Controle do uso e ocupação; - Captação e condução das águas superficiais; - Drenagem das águas de subsuperfície/fundo; - Estabilização dos taludes da boçoroca ou aterramento Ocupação Agrícola Irrigada - Adensamento e compactação do solo; - Acidificação do solo por lixiviação - Controle da irrigação; - Aragem profunda do solo; - Correção da acidez do solo. Cursos e Corpos d´água Assoreados - Deposição de sedimentos e partículas; - Enchentes e inundações. - Controle da erosão a montante; - Dragagem dos sedimentos; - Obras hidráulicas. *O termo Remediação refere-se a áreas contaminadas e é definido como ”Ações e tecnologias que visam eliminar, neutralizar ou transformar contaminantes presentes em subsuperfície (solo e águas subterrâneas)”. Outro fator que vai interferir na escolha da técnica a ser utilizada é por quanto tempo pretende-se intervir, qual é seu prazo para execução do projeto. Envolve, também, questões de orçamento, ou seja, quanto quer gastar. Exemplo 1: a recuperação de uma área que era utilizada como pastagem e que possui remanescentes ambientais próximos que servem como fonte de sementes. Em vez do plantio de mudas, posso apenas cercar a área e conduzir a regeneração natural (por ex., através do coroamento dos indivíduos regenerantes, adubação e controle de competidores). Neste caso, o custo é relativamente baixo, embora o estabelecimento de uma comunidade vegetal possa demorar mais do que se fosse realizado o plantio. Todavia, se nesta área ocorrer uma forte pressão por parte de espécies exóticas agressivas, pode ser necessário estender por muito tempo o seu controle. E qual seria a alternativa, se a área não apresentar fragmentos próximos? Daí vai depender... Se não temos muita pressa, pode ser feito o plantio apenas de espécies de rápido crescimento e, posteriormente, uma nova intervenção, dita de “enriquecimento”5 . Com isso, reduziria os gastos com a manutenção, visto que estas espécies (pioneiras), comparadas a espécies mais tardias da sucessão, são plantas mais rústicas, apresentando menor mortalidade. Caso tenha pouco tempo e maior recurso financeiro, pode ser realizado ainda, o plantio misto. Exemplo 2. Recuperação de uma área altamente degradada por mineração ou áreas de “empréstimo” (locais onde o solo foi removido para implantação de aterros de represas, estradas, etc). Para recuperação, será necessário trazer solo de outros locais e, eventualmente, cultivar espécies herbáceas agressivas para melhorar as condições do solo antes de substituí-las por outras espécies, que serão implantadas. No entanto, se há bastante habitat remanescente por perto, pode ser viável o simples abandono após esta intervenção. 5 Enriquecimento é a introdução de novas espécies visando o aumento da diversidade florística e genética, usando mudas ou sementes. Como pode perceber, são inúmeras variáveis que vão interferir na escolha da técnica de recuperação. Quanto mais conhecimento, científico e prático, obtiver, mais provável que consiga selecionar a mais adequada. Cabe mencionar algumas ações que são recomendadas para todas elas: - Proteger o local e isolar a área dos fatores de degradação; - Envolvimento da comunidade do entorno, pois ela poderá contribuir, e muito, tanto para a implantação do projeto, como para sua manutenção (“fiscais ambientais”). Agora, para terminar esta web-aula, citarei algumas PERSPECTIVAS relacionadas à Restauração de áreas degradadas no Brasil. 1. Estabelecimento de parâmetros de avaliação e monitoramento. As lacunas de conhecimento existentes acerca do desenvolvimento e sustentabilidade dos plantios de recomposição florestal ainda são um obstáculo a ser superado para o aperfeiçoamento dos modelos e técnicas utilizados para esse fim. Através de um monitoramento sistemático, poderá ser avaliado se os recursos e esforços de restauração estão sendo bem empregados e se as metas e objetivos pretendidos estão sendo alcançados. Exemplos de parâmetros que podem ser avaliados: chuva e banco de sementes de espécies arbustivo-arbóreas, produção de serapilheira, características ecológicas e genéticas das populações implantadas. 2. Planejamento de ações que promovam a diversidade genética da Restauração Ecológica. Embora já haja a preocupação com a origem das sementes (onde foram coletadas e de quantos indivíduos), ainda são poucos os viveiros que realizam procedimentos adequados. Por ex., muitas vezes, as mudas são produzidas a partir de sementes coletadas de poucos indivíduos, e/ou as sementes são coletadas em locais distantes de onde será realizada a restauração. 3. Buscar a sustentabilidade econômica da Restauração Ecológica. Aumentar a incorporação de uma visão de manejo sustentado em algumas situações, como por exemplo, os citados Sistemas Agroflorestais (p.ex. SAF’s), inclusão de espécies de aproveitamento econômico (medicinais, melíferas e frutíferas nativas) nas áreas de Reserva Legal. Aqui, ressalto que, recentemente, foi aprovada a Instrução Normativa que regulariza o manejo em Reservas Legais. 4. Atuação de projetos de Recuperação no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Tema abordado na próxima Unidade. Av1 - Gest. Ambiental - [dp] Recuperação de Áreas Degradas 1) As espécies de plantas florestais podem ser divididas em grupos ecológicos de sucessão de acordo com as suas características ecofisiológicas. Dentre outras nomenclaturas, podemos classifica-las como: pioneiras, aquelas espécies presentes no início da sucessão vegetal, secundárias e climácicas (aquelas adaptadas às condições de sucessão mais avançada). Sobre este tema, assinale a alternativa correta: f) O ciclo de vida e as condições requeridas de luz para germinação e crescimento são um dos parâmetros observados para o enquadramento das espécies nosgrupos ecológicos. 2) Sobre as características de áreas degradadas, analise as afirmativas abaixo e responda: I.O banco de sementes do solo e a brotamento de caules ou raízes são as únicas fontes de regeneração em áreas que sofreram cultivos prolongados ou ação do fogo. II.O solo de áreas degradadas, geralmente, encontra-se com elevado teor de matéria orgânica. III.Entre as condições adversas para o desenvolvimento das espécies florestais, geralmente encontradas nestes locais, podemos citar as altas temperatura e luminosidade. Estão corretas apenas as afirmativas: c) III 3) Assinale a alternativa correta sobre "Espécies Exóticas": d) Algumas espécies exóticas podem se constituir como um problema para áreas em recuperação, pois podem competir com as espécies nativas e impedir ou atrasar o processo sucessional no local. 4) Com o avanço dos estudos científicos e os anseios da sociedade em relação a restauração de áreas degradadas no Brasil, atualmente podemos citar algumas pespectivas. Entre estas, NÃO pode ser citada a descrita na alternativa: a) Excluir ações de manejo sustentado nos projetos de Restauração Ecológica, como a utilização cautelosa de espécies economicamente viáveis em Reserva Legal. 5) Analise as afirmativas abaixo sobre o planejamento de ações para recuperação de áreas degradadas e assinale a alternativa correta: b) Seja qual for a técnica de revegetação utilizada, é altamente recomendável proteger o local e isolar a área dos fatores de degradação. WEBAULA 1 Unidade 2 – Áreas de mineração e de deposição de resíduos sólidos: processos de degradação e recuperação ambiental. Agora, vamos saber um pouco mais sobre áreas degradadas por mineração que, pelo alto grau de impacto negativo no ambiente possui, até na legislação, a indicação da obrigatoriedade de sua recuperação. O Decreto Federal 97.632, de 1989, exige dos empreendimentos minerários a apresentação do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), juntamente com o Estudo e Relatório de Impacto ambiental (EIA/RIMA). O PRAD deve apresentar: - caracterização e avaliação completas das atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento, e da degradação ambiental; - definição e análise das alternativas tecnológicas de recuperação; - definição e implementação das medidas de recuperação; e - proposições para monitoramento e manutenção das medidas corretivas implementadas (Bitar & Ortega, 1998). No PRAD, devem ser abordados todos os locais empregados nestes empreendimentos, a saber: ÁREA DE LAVRA: Cavas (secas ou inundadas), frentes de lavra (bancadas ou taludes), trincheiras, galerias subterrâneas, superfícies decapeadas, etc. ÁREA DE INFRAESTRUTURA: Áreas de funcionamento de unidades de beneficiamento, vias de circulação, etc. ÁREA DE DISPOSIÇÃO DE REJEITOS: Pilhas ou corpos de bota-fora, solos superficiais, estéreis, bacias de decantação de rejeitos de beneficiamento. Agora, vamos ver as PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS DECORRENTES DA MINERAÇÃO: - retirada da cobertura vegetal; - alteração da superfície dos terrenos; - erosão acelerada; - escorregamentos; - alteração e assoreamento de cursos d'água; - potencialização de enchentes e inundações; - interceptação do lençol freático; - aumento da turbidez e de sólidos em suspensão nos corpos d'água receptores; - produção de rejeitos; - lançamento de fragmentos de rocha; - propagação de vibrações no solo; - ruídos. Como pode perceber, a mineração afeta o solo, a água e o ar, implicando em modificações física, química e biológica no ambiente. Estas modificações são tão agressivas que, se não for feito uma intervenção ativa, elas podem perdurar por muitos e muitos anos, tal como mostra a figura abaixo. Dependendo do histórico de uso e condições reinantes, estes impactos são permanentes, como a configuração do relevo, sendo observada, algumas vezes, a retirada de morros inteiros! Retirado de Costa (2006). Estado de área degradada pela mineração após 18 anos de abandono http://www.if.ufrrj.br/pgcaf/pdfdt/Dissertacao%20Leonardo%20Tienne.pdf O PRAD deve ser aprovado pelos órgãos ambientais responsáveis, sendo que o empreendedor pode propor a recuperação provisória ou permanente. Planeja-se uma Recuperação Provisória quando é inviável a reabilitação da área naquele momento, ou por ainda não ter seu uso final definido ou este está planejado para longo prazo. Neste caso, as ações devem buscar a estabilização dos processos de degradação atuantes. A Recuperação Definitiva é planejada quando o uso final da área já está definido, tendo como meta a sua reabilitação (Bitar & Braga, 1995). O profissional responsável pelo planejamento do uso final da área deve levar em conta o Plano Diretor Municipal, as intenções do proprietário do terreno e a viabilidade econômica do projeto. A interação da comunidade na definição de uso futuro do solo ocorre pela audiência pública, decorrente do EIA/RIMA, parte da exigência para o licenciamento de empreendimentos mineiros. Muitas vezes, especialmente em mineradoras localizadas no perímetro urbano, as áreas são recuperadas (ou melhor, reabilitadas) com o objetivo de utilizá-las como meio recreativo, transformando-as em parques (por exemplo, o Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, era uma antiga cava). O programa prévio de recuperação é benéfico tanto para a comunidade, poder público e proprietário do terreno, como para o minerador, que conduzirá suas atividades e o desenvolvimento da lavra, de acordo com o previsto no PRAD, economizando tempo e dinheiro. Por exemplo, empresas que mantêm um planejamento de exploração de recursos minerais a céu aberto, atualmente têm transferido o solo (com suas camadas, na ordem original) de áreas que vão ser exploradas para áreas em que as atividades serão cessadas. Com base nesta premissa, descrevo a definição de dois termos muito empregados na RAD: Reabilitação orientada de acordo com plano prévio: embasada nas decisões expressas em documento previamente discutido, negociado e definido entre minerador, poder público, comunidade diretamente envolvida, e o proprietário do solo. Recuperação simultânea à extração, ou seja, ações de recuperação que vão ser incorporadas nas várias etapas que compõem as atividades de mineração. Desta forma, se os procedimentos propostos no PRAD forem adequadamente executados, ao final das atividades de extração (exaurida a jazida), a área estará totalmente reabilitada para o uso anteriormente definido. A primeira etapa para a recuperação simultânea à extração é a definição do uso futuro que a área será destinada, levando em consideração o Plano Diretor Municipal, as intenções do proprietário do terreno e a viabilidade econômica do projeto. Embora esta alternativa ainda seja pouco utilizada pelas mineradoras de pequeno porte, devido em grande parte à indisposição de implantar realmente o plano, que fica muitas vezes apenas no papel, e/ou a carência de profissionais qualificados no quadro de empregados da mineração, é de grande valia, pois facilita o desenvolvimento da lavra, bem como as questões financeiras e logísticas da recuperação da área. Recuperação de áreas degradadas por disposição de resíduos sólidos Devido ao grande volume de lixo produzido pela população, a destinação final adequada de Resíduos Sólidos Urbanos, atualmente, é considerada como um dos principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil, sendo, a maioria, depositada em Lixões. A indústria é responsável por grande quantidade de resíduos, nos quais podem estar incluídos: produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio,cádmio, chumbo) e solventes químicos, que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Deve ser lembrado que, por lei, a responsabilidade da coleta, transporte, tratamento, processamento e destinação final de resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços (inclusive de saúde) é da fonte geradora. A primeira etapa da recuperação de áreas degradadas por disposição de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) corresponde à avaliação das condições de comprometimento ambiental do local. Isto pode ser realizado através de análises das águas superficiais / subterrâneas e de sondagens para conhecimento do estágio de decomposição dos resíduos e das de estabilidade e permeabilidade do solo. A segunda etapa consiste na seleção de atividades remediadoras. Essas atividades têm o objetivo de reduzir a mobilidade, toxicidade e volume dos contaminantes e estabilização do solo, e serão descritas a seguir... As ações remediadoras, geralmente adotadas, são: 1. Tratamento primário ou físico da área: preparação da infraestrutura de acessos e circulação do aterro; drenagem de águas pluviais; cobertura do lixo compactado; drenagem e retenção de chorume e drenagem e captação de gases. 2. Tratamento secundário: aplicação de processos bio-físico-químicos, objetivando a redução de volume, toxicidade e mobilidade dos contaminantes nos resíduos. 3. Tratamento terciário: envolve atividades direcionadas ao tratamento de cada tipo de resíduo (sólido, liquido ou gasoso). Estas ações visam garantir a adequada destinação dos resíduos resultantes do tratamento primário e secundário da área, que continuarão sendo produzidos no local até sua completa decomposição. 4. Por fim, realiza-se o monitoramento ambiental da área através da avaliação da influência do aterro sobre o meio ambiente e, principalmente, da aferição da eficiência do plano de recuperação do aterro nos três meios afetados pelos impactos do aterro (solo, água e ar). Na recuperação de aterros objetivando o encerramento, independente do desempenho do tratamento dos resíduos, é necessária a conformação da superfície final e dos taludes do aterro. Estes elementos se constituem em partes significativamente degradadas ao longo da operação do aterro, e compreendem, ao final de seu uso, nas áreas mais vulneráveis a erosões. A revegetação, bem como as técnicas a serem utilizadas para esta finalidade, deve ser definida conforme o uso final pretendido da área. A proposta de uso futuro da área deve considerar que os resíduos aterrados ainda permanecem em processo de decomposição após o encerramento das atividades por períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10 anos. Portanto, os sistemas de drenagem superficial de águas pluviais e de tratamento dos gases e líquidos percolados devem ser mantidos por um período de cerca de 30 anos. Para uso futuro dos aterros, é indicada a implantação de áreas verdes, como praças esportivas, campos de futebol e áreas de convívio, nos casos de aterros próximos a áreas urbanizadas. Para aprofundar seu conhecimento, acesse: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd48/areas.pdf Para saber mais sobre técnicas utilizadas na recuperação de áreas degradadas por resíduos sólidos, acesse: http://www.feam.br/images/stories/Flavia/areas_degradadas.pdf WEB AULA 2 Unidade 2 – A Recuperação ambiental como estratégia para formação de Corredores ecológicos, Adequação ambiental e legal de propriedades e Sequestro de Carbono. Quando saímos de viagem, se ficarmos atentos à paisagem, podemos observar que os remanescentes de hábitats naturais, salvos alguns locais, estão espalhados dentro de uma matriz formada por diversos tipos de ambientes ocupados pelo homem (estradas, agricultura, clareiras abertas pela atividade madeireira, cidades, etc). Estes fragmentos podem ser considerados como “ilhas de biodiversidade”, e são importantes por promover a conservação de espécies e servir como fonte de propágulos. Por isso, é fundamental saber da sua existência para a escolha das ações num plano de recuperação. Os fragmentos também guardam informações biológicas necessárias para o conhecimento científico aplicáveis na restauração dos ecossistemas. Embora, nem sempre eles se encontram em bom estado de conservação, servem como parâmetro de espécies resistentes à situação atual. E os projetos de recuperação, aonde ficam neste contexto? Atualmente, existe uma preocupação compartilhada por ambientalistas e poder público: de reconectar os fragmentos florestais (coloquei reconectar em vez de conectar, porque eles eram originalmente unidos antes da ação antrópica), através da “formação” de uma faixa de vegetação denominada de CORREDOR ECOLÓGICO. O Corredor Ecológico facilita a movimentação das espécies importantes, especialmente para aquelas que necessitam de grandes áreas para sua sobrevivência (como a onça e outros animais de grande porte), permitindo o fluxo gênico entre as espécies e a conservação da biodiversidade. E não é só o movimento de animais que aumenta quando os fragmentos são conectados, os processos de polinização e dispersão de sementes também se intensificam, o que implica maior interação entre plantas e animais, e isto beneficia, e muito, a recuperação das áreas degradadas. A lei nº 9985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), define os Corredores Ecológicos e prevê a “integração de diferentes atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas”. Um Corredor Ecológico pode ser composto por uma espécie de colcha de retalhos de áreas ambientalmente sustentáveis: parques, reservas públicas ou privadas, terras indígenas, e propriedades com sistema agroflorestais ou ecoturismo. Áreas de Preservação Permanente, como as matas ciliares, que formam um Corredor Ecológico natural, já são originalmente interligadas. Portanto, a recuperação e/ou manutenção destas se mostram como uma ótima ferramenta para Conservação da Biodiversidade. Diante do exposto, agora posso responder a pergunta acima... Hoje, quando se planeja a recuperação de áreas degradadas, mesmo que seja para práticas de atividades sustentáveis, deve-se ter em mente que as áreas que intermediam os fragmentos são prioritárias. Abaixo, podemos ver uma imagem na qual se observa a delimitação de prováveis corredores ecológicos que podem ser formados através da recuperação de áreas entre os remanescentes de vegetação. Entre os corredores brasileiros planejados e executados pela iniciativa governamental e por ONG´s ambientais, podemos destacar: - Corredor central da Mata Atlântica: ( ). - Corredor central da Amazônia: ( ). - Corredor do Amapá: ( ). - Corredor do Cerrado: ( ). - Corredor da Serra do Mar: ( ). - Corredor do Nordeste: ( ). Para saber mais sobre cada um, acesse o link entre parênteses, acima. Para fortalecer os conceitos sobre Corredores Ecológicos e outros relacionados, acesse . Mapa dos Corredores Ecológicos do Brasil Agora, vamos ver outra abordagem associada aos projetos de recuperação de áreas degradadas... A ADEQUAÇÃO AMBIENTAL. Os projetos de recuperação de áreas degradadas muitas vezes são realizados pela forte pressão dos órgãos públicos licenciadores, fiscalizadores e mesmo certificadores, que procuram equacionar o passivo ambiental em propriedades rurais ou de mineração. Hoje em dia, a conservação e a restauração de Áreas de Preservação Permanentes (ex. matas ciliares e topos de morros) e Reserva Legal, passaram a ser cada vez mais frequentes e exigentes na qualidade das ações propostas. Muitas vezes, essas exigências são cumpridas de maneirainadequadas, devido, em grande parte, pela falta de embasamento científico dos projetos de recuperação, os quais não resultam em efetiva recuperação do ambiente degradado, ou seja, o estabelecimento de uma comunidade vegetal auto-sustentável. O desafio atual se concentra na utilização do conhecimento científico em ações práticas, efetivas, de conservação, manejo e, principalmente, de restauração das áreas de Preservação Permanente e de Reservas Legais, num custo aceitável, de forma a viabilizar e incentivar a adoção dessas iniciativas pelos proprietários da terra. É fundamental reconhecer que a microbacia hidrográfica é a unidade básica para caracterização, quantificação, análise e gerenciamento dos recursos e processos naturais, onde a água representa o componente unificador de integração no manejo devido sua estreita relação com os outros recursos ambientais (Lima, 1996). E como pode ser feita adequadamente a regularização de uma propriedade? Num programa de Adequação Ambiental, todas as situações legais e ambientais das propriedades são identificadas por intermédio de um zoneamento, usando imagens aéreas e checagem de campo. Neste, cada unidade (por exemplo, área de produção agrícola, área de Reserva Legal, área de APP, etc) é particularizada quanto à ocupação atual, uso anterior e características do entorno, visando definir a melhor metodologia de restauração. Para isto, será necessária, entre outras, a caracterização florística e tipo da vegetação remanescente, identificação de áreas naturais de interesse ambiental e/ou de grande beleza cênica, às quais podem servir para a implantação de trilhas educativas. Abaixo, um exemplo do que é possível fazer numa pequena propriedade para manter o equilíbrio ambiental e incrementar o rendimento econômico. 1. RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Nacional; 2. Reserva Legal; 3. Apicultura; 4. Micro Corredores; 5. Sistemas Agroflorestais; 6. Agricultura Orgânica e Pecuária; 7. Agricultura e plantio de exóticas e nativas; 8. Piscicultura e recuperação de Mata Ciliar. Espera-se que, com a Adequação ambiental e outros programas similares, ocorra uma perspectiva de melhor integração entre as áreas de produção e as áreas destinadas à preservação da natureza, auxiliando, desta forma, a manutenção dos processos ecológicos básicos à sociedade, como a disponibilidade de água. Vários setores da sociedade e do governo vêm realizando projetos, tendo como base da ação, aliar os cuidados com o meio ambiente às culturas locais, educação e geração de renda. Nós, profissionais (e amantes) do meio ambiente, temos a função de abrir caminho para o diálogo entre proprietários e usuários de terra (produtores, empresários, etc) sobre a necessidade dos corredores ecológicos e da preservação das áreas de preservação permanente e reserva legal, e os benefícios ambientais que eles geram. Você pode acessar o link: http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/files/2011/11/AdequacaoAmbienta lPropiedadesRurais.pdf. Lá, encontrará uma apostila técnica sobre “Adequação ambiental em Propriedades Rurais”, realizada por profissionais da Escola Superior de Agricultura “Luiz De Queiroz” (USP/Esalq), Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal. Recuperação e sequestro de Carbono O conceito de sequestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter o acúmulo de CO2 na atmosfera, principal gás do efeito estufa. A implantação de floresta atua como um sumidouro de carbono, ou seja, promove o "sequestro de carbono", porque a vegetação realiza a fotossíntese, processo pelo qual as plantas retiram carbono da atmosfera, em forma de CO2, e o incorporam a sua biomassa (troncos, galhos e raízes). Atualmente, várias empresas e atividades que geram CO2, como grandes shows, têm realizado compensações (ou neutralizações) através do reflorestamento. Para saber mais sobre Sequestro de Carbono, acesse: http://www.arvoresbrasil.com.br/?pg=reflorestamento_sequestro, e sobre Neutralização de Carbono, http://ambiente.hsw.uol.com.br/carbono-compensacao.htm Os resultados do efeito “Sequestro de Carbono” podem ser quantificados através da estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado nos produtos madeireiros e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de fotossíntese. Os cálculos da neutralização de carbono são feitos por empresas especializadas, as quais vão indicar “o quanto” foi emitido por determinada atividade e quanto é necessário plantar. Só pra você ter uma ideia, a turnê do U2, com 44 concertos, vai gerar carbono suficiente para levar os quatro integrantes da banda em uma viagem de 55 milhões de quilômetros ao planeta Marte, em um avião de passageiros. Para neutralizar essa emissão, o U2 precisaria plantar 20.118 árvores!!! A empresa interessada em neutralizar carbono decide o que considera mais adequado aos objetivos mercadológicos desejados e à disponibilidade de recursos que pretende investir (veja em http://www.neutralizecarbono.com.br/home/); no linkhttp://www.florestasdofuturo.org.br/, tem como você calcular a sua emissão de CO2 na natureza. A Fundação SOS Mata Atlântica mantém um Programa “Florestas do Futuro”, no qual as árvores relativas à neutralização são plantadas em áreas de reflorestamento com espécies nativas, privilegiando regiões de mata ciliar. E você, já ouviu falar em Créditos de carbono? São certificados emitidos quando ocorre a redução da emissão de CO2 por países ou empresas, e são negociados, internacionalmente, no mercado de carbono. Ele possui um critério que se chama adicionalidade, no qual um projeto pode absorver dióxido de carbono da atmosfera. A Recuperação de Áreas Degradadas foi a única atividade florestal que recebeu, até hoje, créditos do mercado de carbono junto ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Para aprofundar seu conhecimento em MDL, acesse o link: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4007.html#ancora. O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões – RCE’s, para serem utilizadas pelos países desenvolvidos como modo suplementar, para cumprirem suas metas de redução preconizadas na Conferência de Kyoto. A recuperação de áreas degradadas gera créditos de carbono em três momentos diferentes: - reduz emissões do solo ao interpor uma cobertura vegetal; - sequestra CO2 atmosférico no crescimento das plantas; e - fornece biomassa e biocombustíveis renováveis para substituir a matriz de combustíveis fósseis (não-sustentável). Esse mecanismo garante benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação da mudança climática e se mostra muito promissor, embora, atualmente, ainda muitos poucos projetos brasileiros relacionados a reflorestamento, tenham nele ingressado. Um dos principais empecilhos, além de todo o procedimento que deve ser seguido para conseguir o certificado, é que a área a ser recuperada deve ser muito grande para “valer a pena” no mercado de carbono. Assim sendo, a agregação de vários projetos individuais, em torno de uma iniciativa única, eleva a quantidade de créditos e torna o negócio atrativo para os grandes compradores que atuam nesse mercado. Para saber mais sobre Créditos de Carbono, acesse o site: http://www.ipam.org.br/saiba-mais/O-que-e-e-como-funciona-o-Mercado-de-Carbono- /4. No link http://www.mct.gov.br/upd_blob/0013/13673.pdf, pode ver a metodologia a ser utilizada para “Reflorestamento de terras degradadas” no âmbito do MDL. Para terminar esta web-aula, gostaria de ressaltar que: Sem a conscientização,envolvimento e auxílio da população, mesmo com técnicas e conhecimentos muito sofisticados, avançaremos muito pouco no sentido de melhorar as condições ambientais de nosso país. Bibliografias citadas (além daquelas acessadas pelos links sugeridos): Bitar, O.Y. & Braga, T.O. O Meio Físico na Recuperação de Áreas Degradadas. In: Bitar, O.Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1995. cap. 4.2, p.165-179. Bitar, O.Y & Ortega, R.D. Gestão Ambiental. In: Oliveira, A.M.S. & Brito, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), 1998. cap. 32, p.499-508. Costa, L. T. Estratégias de reabilitação de áreas degradadas em empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, Tucuruí-PA. 2006. Dissertação (Ciências Ambientais e Florestais), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Florestas. 95f. Disponível em: http://www.if.ufrrj.br/pgcaf/pdfdt/Dissertacao%20Leonardo%20Tienne.pdf) Lima, W. P. Hidrologia Florestal Aplicada ao Manejo de Bacias Hidrográficas. 1996. Piracicaba. 315 p. Espero que esta web-aula tenha sido proveitosa para você. Continuaremos nossa discussão no fórum da nossa disciplina!!! Av2 - Gest. Ambiental - [dp] Recuperação de Áreas Degradas 1) Sobre o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) de áreas mineradas, assinale a alternativa correta: d) Contempla, entre outras informações, as proposições para monitoramento e manutenção das medidas de recuperação implementadas. 2) A economia do Brasil sempre teve uma relação estreita com a extração mineral. Desde os tempos de colônia, o Brasil transformou a mineração em um dos setores básicos da economia nacional. Sobre a recuperação de áreas mineradas no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA: b) Visto o alto grau de importância para o desenvolvimento das sociedades, a mineração é considerada como serviço de utilidade pública. Por isso, o empreendedor responsável não é obrigado a recuperar a área. 3) "Quando realizada a análise da situação atual brasileira no que se refere a destinação final de resíduos urbanos, e identificadas as perspectivas futuras do referido setor, nota-se que a recuperação de áreas degradadas por disposição de lixo é uma atividade que tem sido cada vez mais empregada no Brasil, apesar de pouco discutida" (Albert et al. 2005). A primeira etapa da recuperação de áreas degradadas pela deposição inadequada de Resíduos Sólidos Urbanos corresponde à avaliação das condições de comprometimento ambiental do local. A segunda etapa consiste na seleção de atividades remediadoras, que podem ser divididas em três tratamentos, descritos abaixo. Relacione a coluna da esquerda com a direita e responda. 1. Tratamento primário ou físico da área (2) aplicação de processos bio-físico-químicos objetivando a redução de volume, toxicidade e mobilidade dos contaminantes nos resíduos. 2. Tratamento secundário (3) envolve atividades direcionadas ao tratamento de cada tipo de resíduo (sólido, liquido ou gasoso). Estas ações visam garantir a adequada destinação dos resíduos que, mesmo após tratamento, continuarão sendo produzidos no local até sua completa decomposição. 3. Tratamento terciário (1) preparação da infra-estrutura de acessos e circulação do aterro; drenagem d águas pluviais; cobertura do lixo compactado; drenagem e retenção de chorume e drenagem e captação de gases. A sequência correta é: c) 2,3,1. 4) Uma atividade crescente no país é a Adequação ambiental de propriedades rurais que tem como fundamento diagnosticar as irregularidades e regularidades ambientais na área, e propor a metodologia mais adequada, em termos de eficiência e custo, de regularização dessas propriedades quanto à legislação ambiental. Analise as afirmativas abaixo sobre Adequação ambiental de imóveis rurais e responda. I. Em geral, as áreas prioritárias para recuperação ambiental são: as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), inclusive porque também desempenham o papel de corredores ecológicos; Reservas Legais; e áreas desnudas com processos erosivos avançados. II. Em geral, as únicas áreas que devem ser efetivamente recuperadas visando o estabelecimento de comunidades autossustentáveis são as Reservas Legais, ou seja, as áreas de nascentes e marginais aos rios, as quais não se admite nenhum tipo de manejo. III. As margens dos corpos d´água e os topos de morros são exemplos de áreas de Preservação Permanente que devem ser restauradas. IV. Na adequação ambiental de uma pequena propriedade rural não é possível propor a implantação, mesma que temporária, de Sistemas Agroflorestais e de atividades de Apicultura. Estão corretas apenas as afirmativas: b) I e III. 5) O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões – os chamados Créditos de carbono, para serem utilizadas pelos países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas de redução preconizadas na Conferência de Kyoto. A Recuperação de Áreas Degradadas foi a única atividade florestal que recebeu até hoje créditos do mercado de carbono junto ao MDL. Sobre este tema assinale a alternativa INCORRETA: b) O reflorestamento pode gerar créditos de carbono porque as plantas, por intermédio da fotossíntese e respiração, liberam grandes quantidades de oxigênio para a atmosfera. Este gás, que reduz o efeito estufa, pode ser quantificado através de fórmulas conhecidas cientificamente para cada uma das espécies florestais.
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