Buscar

7 aula - Pessoa Jurídica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PESSOA JURÍDICA
Conceito: são entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-as como sujeitos de direitos e obrigações.
Cada país adota uma denominação à pessoa jurídica, na França p.ex. é chamada de PESSOAS MORAIS, em Portugal é conhecida como PESSOAS COLETIVAS.
No Brasil é PESSOA JURÍDICA conforme o CCB.
Característica Essencial
É a atuação na vida jurídica com personalidade diversa dos indivíduos que a compõem.
Requisitos de constituição
c.1. Temos 03 requesitos:
c.1.1. A vontade humana criadora (AFFECTIO SOCIETATIS)
Consiste no “animus” de constituir um corpo social diferente de seus membros integrantes. É a vontade dos indivíduos para sua criação;
Existem pessoas de direito público e de direito privado, daí devemos observar:
As pessoas jurídicas de direito publico como o ESTADO, nascem de um suporte histórico, de criação constitucional, decorrente da necessidade social de soberania, afastando-se do poder criativo das pessoas jurídicas de direito privado;
A vontade humana criadora se relaciona com a criação das pessoas jurídicas de direito privado, que em princípio não sofrem interferência do ESTADO se não houver necessidade.
A pessoa jurídica pode então nascer:
Da finalidade comum da vontade de várias pessoas;
Da destinação de bens de uma pessoa para integrá-la na procura de certa finalidade. Ex: fundações.
No final ou na essência a pessoa jurídica decorre da vontade criadora. 
c.1.2. O cumprimento das determinações legais
É a lei que definirá os requisitos que a vontade deverá obedecer;
Se a pessoa jurídica se concretizará por instrumento particular ou público;
A definição das finalidades da pessoa jurídica, e, se necessita de autorização do Poder Público. (Seguradoras) 
c.1.3. Finalidade Lícita
Não pode ser aceita no ordenamento jurídico, a pessoa jurídica com propósitos ILICÍTOS e ILEGAIS.
Natureza Jurídica
d.1. Teorias que discutem a natureza jurídica da pessoa jurídica:
Teoria da Ficção (defendida por Friedrich Savigny)
Por esta teoria, a pessoa jurídica é uma simples criação da mente humana, constituindo-se em uma ficção, podendo assim, o legislador livremente conceder, negar ou limitar a capacidade desses entes fictícios;
A pessoa jurídica é uma criação artificial do direito, restringindo-se apenas as relações patrimoniais.
Crítica: é feita em relação a personalidade jurídica do próprio Estado, como sujeito de direito, capaz de possuir, adquirir e transferir bens, além de atuar na defesa de direitos não patrimoniais como a Imagem. 
Teoria da Realidade
Opõem-se as teorias da ficção. São elas: 
Teoria da Realidade Objetiva ou orgânica: defende que a vontade, pública ou privada, é capaz de criar e dar vida a um organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, tornando-se um sujeito de direito, com existência real e verdadeira. (Silvio Venosa). 
Teoria da realidade jurídica (Hauriou)
Considera que, as pessoas jurídicas são organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício apenas e, por isso não podem ser personificadas ou ter personalidade.
Crítica: não enfrenta e não esclarece o caso das sociedades ou empresas sem uma finalidade de PRESTAR SERVIÇOS OU PREENCHER UM OFÍCIO, ou seja, as que visam o lucro.
Teoria da Realidade Técnica (Ihering)
A personificação dos grupos sociais decorre de uma ordem técnica, sendo a pessoa jurídica a forma encontrada para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem na busca de fins determinados.
Teoria Negativistas 
Defendem e reconhecem que só existem no Direito, os seres humanos, carecendo as pessoas jurídicas de qualquer atributo da personalidade.
Exegese doutrinária: Com relação ao nosso ordenamento jurídico pátrio, com base nos artigos 40, 41 e 45 do CCB, a pessoa jurídica tem uma realidade estabelecida pela lei, sendo, portanto, uma CRIAÇÃO TÉCNICA.
Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica
É o ordenamento jurídico que confere a pessoa jurídica personalidade própria e diversa dos indivíduos que a compõem;
Da personalidade decorre a capacidade para agir no mundo concreto;
Os poderes outorgados à pessoa jurídica estão determinados em seus atos constitutivos (contrato social, estatutos), bem como são delimitados pela Lei à qual os primeiros não podem contrariar;
É a partir do REGISTRO que, o direito reconhece a pessoa jurídica, que passa a ter atuação ampla e, além da esfera patrimonial, sendo-lhe conferido NOME, DOMICÍLIO E NACIONALIDADE;
Apesar de ser dotada de personalidade e capacidade sofre limitações, por sua própria natureza, logo, é excluída p.ex. do direito de família, sucessões e direitos exclusivos da pessoa natural.
e.1. Representação (artigo 47 CC)
e.1.1. As pessoas jurídicas são representadas ativa e passivamente, nos atos judiciais e extrajudiciais, por aqueles que forem designados em seus estatutos. Na omissão da representação recairá sobre seus diretores;
Obs: Nos casos da pessoa jurídica ter administração coletiva, as decisões serão tomadas por MAIORIA, salvo disposições em contrário no ato constitutivo (artigo 48 CCB).
e.1.2. Entes de Direito Público (artigo 41, I,II, III CCB)
União, Estados e Territórios: por seus Procuradores;
Município: pelo PREFEITO ou PROCURADOR.
Vide artigo 12 do CPC.
Classificação 
Quanto à Nacionalidade: nacional ou estrangeira;
Quanto à estrutura interna:
Corporação (Universitas Bonorum): consiste na reunião de bens.
a.1. Diferença entre corporações e fundações
As corporações objetivam a realização de fins internos estabelecidos pelos sócios, ou seja, seus objetivos se voltam para o beneficio de seus membros;
As fundações tem objetivos externos, estabelecidos por seu instituidor, tendo o patrimônio como elemento essencial.
 a.2. Dividem-se as Corporações
a.2.1. Associações: são aquelas que não possuem fins lucrativos, mas morais, culturais, desportivos ou beneficentes.
a.2.2. Sociedades. Estas se dividem em:
a.2.2.1. Simples: tem um fim econômico e visam o lucro que deverá ser distribuído entre os sócios.
 a) São constituídos de profissionais de uma mesma área ou por prestação de serviços;
Mesmo que estas sociedades venham a praticar atos próprios de empresários, nada altera a sua situação, porque o que se considera é sua atividade essencial.
Ex: Escritórios de Engenharia ou Advocacia.
a.2.2.2. Empresárias: também visam o lucro, distinguindo-se das sociedades simples, porque praticam os atos próprios de atividade de empresários, sujeitos ao registro disposto no artigo 967 do CCB.
* A atividade empresária atua com a produção, insumos e investimentos.
a.2.2.3.Fundações: constituem em um acervo de bens que recebe personalidade, para a realização de fins determinados pela lei (religiosos, morais, culturais e de assistência).
3) Quanto à função
De direito público. Que podem ser:
a.1. De direito público Externo: consiste nas Nações e todas as pessoas regidas pelo direito público internacional, inclusive os organismos internacionais como a ONU, UNESCO, OEA e etc.. (artigo 42 do CCB)
a.2. De direito público Interno (artigo 41 CCb), que podem ser:
1. Da Administração Direta: União, Estados, Municípios, DF e Territórios;
2. Da Administração Indireta: são as autarquias, associações públicas, fundações públicas e demais entidades criadas por lei, com personalidade própria para o exercício de interesse público.
De Direito Privado: que são as “corporações” (associações privadas, sociedades simples, organizações religiosas, partidos políticos e sindicatos) e, as “fundações particulares” (artigo 44 CCB).
Obs: As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se a regime próprio das empresas privadas (CF/artigo 173, parágrafo 1º).
G) Grupos com Personificação Anômala
1. Conceito: são entidades que possuem algumas características das pessoas jurídicas, mas que não chegam a ganhar personalidade.2. Observações: 
Possuem representação processual podendo agir no processo ativamente e passivamente, mas são um simples agrupamentos sem a affectio societatis;
São formados independentemente da vontade de seus membros e por ato jurídico que os vincula a um corpo de bens;
Tem uma capacidade diminuída ou restrita. 
Previsão e identificação: artigo 12 do CPC
MASSA FALIDA;
ESPÓLIO;
HERANÇA JACENTE OU VACANTE (aquele que não há herdeiros);
SOCIEDADES SEM PERSONALIDADE JURÍDICA (SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO);
CONDOMÍNIO.
H) Patrimônio como elemento não essencial da Pessoa Jurídica
h.1.Regra Geral: não há a obrigatoriedade de existência de patrimônio PRÉVIO na pessoa jurídica, no momento de sua constituição.
Para a criação da pessoa jurídica, basta a possibilidade de vir a ter um patrimônio, posto que, este depende da finalidade social da pessoa jurídica;
Exceção: Para as fundações, o patrimônio é obrigatório e essencial;
Para as associações com fins de assistência, confraternização, não há necessidade de um patrimônio, embora possa ser constituído por doações de seus associados.
NACIONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA
I – Nacionalidade 
Critério: a nacionalidade da pessoa jurídica é vista sobre o prisma de sua constituição havendo uma dependência originária com o ordenamento que primeiro a vinculou.
Previsão (artigo 11 da L.I.N.D.B.)
Este artigo fixa a Teoria da Constituição, pela qual as organizações destinadas a fins coletivos, como as Sociedades e as Fundações obedecem à lei do Estado em que se constituem.
As Sociedades constituídas no estrangeiro ficam subordinadas no Brasil, a prévia autorização do Governo brasileiro.
II – Começo da Existência Legal da Pessoa Jurídica
A pessoa jurídica tem o seu começo na manifestação da vontade humana que preencherá requisitos legais, adquirindo personalidade com o REGISTRO.
II.1 – Diferença entre a Pessoa Jurídica de direito público e a de direito privado
À de Direito Público tem origem na Constituição, surgindo espontaneamente de uma elaboração social, que busca firmar uma comunidade;
À pessoa jurídica de direito privado obedecem ou podem obedecer a 03 métodos em sua formação: o sistema da livre associação; o sistema de reconhecimento; e, o sistema das disposições normativas. 
b.1. Vejamos cada um deles:
b.1.1. Livre Associação
Nesse sistema, a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação da pessoa jurídica, prescindindo da Lei;
Não é aconselhável, visto dissociar-se da proteção ampla da lei, ou seja, não obedece requisitos disposto pela Lei.
b.1.2. Reconhecimento
É o que necessita de um decreto governamental para criar a pessoa jurídica. Ocorre no modelo italiano.
b.1.3. Disposições Normativas
Aqui temos a liberdade de criação pela vontade humana, sem a necessidade de ato estatal de reconhecimento, mas exige na criação da pessoa jurídica, à obediência às condições predeterminadas na lei. 
( É o sistema adotado pelo BRASIL.
III – Formação conforme a lei brasileira. Fases. 
III.1 – 1ª Fase: ocorre a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral inter vivos ou causa mortis (fundações) ou por um ato bilateral ou plurilateral no caso das corporações. 
Aqui temos a elaboração do ATO CONSTITUTIVO.
III. 1.1- Elementos da 1ª fase (Prof.a Maria Helena Diniz)
Elemento Material – são atos concretos, como a reunião dos sócios, as condições dos estatutos, a definição das várias qualidades dos sócios, finalidades e etc...
Elemento Formal- é a constituição por escrito do ato constitutivo, que pode ser por instrumento público ou privado e, no caso das fundações o instrumento é público ou por testamento.
Existem entidades que necessitam para a sua existência de autorização, conforme predito no artigo 45 do CCB;
Feito o ato constitutivo e obtida a autorização, esta última se for o caso, passamos para a 2ª fase que é a do REGISTRO. (dependem de autorização – bancos, administradoras de consorcio, financeiras) 
III.1.2. – 2ª Fase – REGISTRO (artigo 46 CCB)
O registro deve conter:
Denominação, os fins, a sede e etc...;
Nome e individualização dos fundadores e dos diretores;
O modo que se administra e representa;
Se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração e de que modo;
Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais;
Condições de extinção e o destino do patrimônio.
III.1.2.1. Procedimentos para o Registro (artigo 46 CCB)
Devem ser preenchidos os requisitos do artigo 46 do CCb;
Deve ser observado o disposto no parágrafo único, do artigo 18 do CCB, quanto a averbação no registro, acerca das alterações que sofrerem os atos constitutivos;
No Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas serão inscritos, conforme artigo 114 da Lei n. 6.015/73 – Registros Públicos: 
c.1. Os contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromisso das sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, bem como o das fundações e as associações de utilidade pública.
III.1.2.2. Vedação ao Registro (artigo 115 da LRP)
Atos com objeto ilícito (atividades) ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons costumes;
Ocorrendo estas situações, o oficial do registro de ofício ou por provocação de qualquer autoridade pode sustar o andamento processo de registro e suscitar a dúvida a decisão do juiz.
Obs: Se após a sua constituição, a pessoa jurídica se desviar de sua finalidade, cabe a promoção da AÇÃO DE DISSOLUÇÃO, de iniciativa do ministério público, se qualquer ou todos os sócios não o fizerem.
Também será considerado ilícito o objeto da pessoa jurídica que contrariar o ordenamento e que for diverso do declarado em seu ato constitutivo.
IV – Regime Jurídico das Associações (artigo 53 a 61 do CCb)
IV.1. Conceito: consistem na união de pessoas que se organizam para fins não econômicos (artigo 53 CCB).
IV.2. Regramento
A CF/88 no artigo 5º, XVII, determina ser plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada as de caráter paramilitar;
Entre os associados não há direitos e obrigações recíprocas.
IV.3. Requisitos que devem constar no Estatuto das Associações (artigo 54 CCb)
Denominação, os fins e a sede;
Requisitos de Admissão, Demissão e exclusão dos associados;
Direitos e deveres dos associados;
Fontes de recursos para sua manutenção;
Modo de constituição e funcionamento de seus órgãos deliberativos;
Condições para alteração do estatuto e para sua dissolução;
A forma da gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
Aqui as entidades podem escolher como suas contas serão aprovadas, assegurando o direito de impugnar a cada associado, seja diretamente, seja por algum órgão democraticamente escolhido.
IV.3.1. Regras gerais
A associação deve ter um fim não econômico e o estatuto é a sua lei orgânica, submetendo tanto os associados, enquanto fundadores, quanto os associados futuros;
A sede da associação fixa seu domicílio podendo ter várias sedes, sendo uma principal e outras subsidiárias (filiais);
O estatuto poderá instituir categorias de sócios com vantagens especiais (artigo 55 CCB), o que não importa em desigualdade de direitos.
IV.4. Penalidades aos sócios (artigo 57 CCb)
Demissão: ocorre por iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou conveniência própria;
Exclusão: é uma pena aplicada conforme o oferecimento do contraditório e ampla defesa.
A exclusão ocorre nos casos de conduta incompatível ou antissocial, como nos casos de mora ou inadimplemento por parte do sócio, quanto ao pagamento das obrigações sociais.
IV.5. Formas de Manutenção 
O estatuto deve estabelecer as contribuições iniciais e periódicas dos associados ou doações de terceiros;
Exercício de atividade que forneça meios financeiros sem ferir suas finalidades.
Ex:locar suas dependências para eventos	
 Vender lembranças e uniformes
 Cobrar serviços de fisioterapia e exames médicos 
IV.6. Espécies de Sócios. 
Temos 02 espécies:
Patrimoniais: com participação em quota ou fração ideal do patrimônio da entidade;
Meramente contributivos: sem quota ou fração ideal do patrimônio da entidade.
O simples fato de haver transferência de quota à terceiros ou a herdeiros, não o qualifica como sócio, se não dispuser assim o estatuto;
As associações podem estipular em seus estatutos, formas de admissão aos novos associados, inclusive taxas de adesão a serem revertidas em favor da entidade.
Ex: Jóia – pagamento pela transferência do título.
A qualidade de sócio é intransmissível, salvo se o estatuto assim dispuser diferente, conforme o artigo 56 do CCB.
IV.7. Impedimento de direto (artigo 58 CCb)
Nenhum associado pode ser impedido de exercer direitos ou função a que fora legitimamente investido, salvo nos casos previstos em lei ou no estatuto.
Ex: perda de mandato por decisão judicial ou processo administrativo.
IV.8. Assembleia Geral (artigo 59 CCb)
É o órgão máximo de deliberação da associação e tem competência privativa para: A DESTITUIÇÃO DOS ADMISTRADORES E ALTERAÇÃO DO ESTATUTO.
O preceito do artigo 59 do CCb é de ordem pública, devendo ser insculpido nos estatutos, sem prejuízo da inclusão de outras matérias privativas a competência da assembleia geral;
O quorum de deliberação da assembleia geral será estabelecido no estatuto, assim como o processo eleitoral dos administradores;
O que não constar no estatuto como competência da assembleia caberá a decisão de outros órgãos criados.
IV.9. Dissolução e finalidade do patrimônio (artigo 61 CCb)
Após a dedução de eventuais quotas ou frações ideais dos associados, o patrimônio líquido restante será destinado a entidade sem fins econômicos designados no Estatuto;
Se o estatuto for omisso, quanto à entidade de destinação, o patrimônio por deliberação dos sócios irá para instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes;
É facultado aos associados, por deliberação ou por previsão no estatuto receber o valor atualizado das contribuições prestadas ao patrimônio da associação antes da destinação de seu patrimônio;
Não havendo entidade com fins idênticos ou semelhantes no município, Estado, Distrito Federal ou território, o patrimônio restante é devolvido à Fazenda do Estado, ao Distrito Federal ou a União. 
V- FUNDAÇÕES 
V.I.Conceito: consiste em um acervo bens que recebe personalidade para realizar fins determinados.
V.II. – Finalidades Legais
* O artigo 62, parágrafo único do CCb, determina que a atuação das fundações deverá ser para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
V.III. – Constituição das Fundações
 Ocorre em 02 momentos:
O ato de fundação propriamente dito
Consiste na constituição da fundação como emanação da vontade do seu instituidor.
O ato de dotação
Consiste na reserva de bens livres, a indicação dos fins e a maneira pela qual o acervo será administrado. Este ato ocorre por ESCRITURA PÚBLICA OU POR TESTAMENTO.
V.IV. – Modalidades de formação da Fundação 
Formação direta: o próprio instituidor projeta e regulamenta a fundação;
Formação Fiduciária: o instituidor entrega à outrem a tarefa de organização da fundação.
V.VI. – Bens Insuficientes 
(À luz do revogado CCB de 1916 – artigo 25) - Quando os bens dotados forem insuficientes para constituir a fundação serão convertidos em títulos de dívida pública, se outra finalidade não dispuser o instituidor, até que aumentados com os rendimentos ou com novas dotações, alcancem o capital suficiente para instituir a fundação. 
Segundo o CCB de 2002 (artigo 63 CCB) – Quando os bens forem insuficientes para constituir a fundação, os bens destinados, se não dispuser de outro modo o instituidor, serão incorporados em outra fundação, que tenha uma finalidade igual ou semelhante.
O instituidor pode ser tanto PESSOA NATURAL QUANTO PESSOA JURÍDICA.
V.VII.- Papel do Ministério Público (artigo 66 CCB)
Cabe o Ministério Público, o dever de fiscalização das atividades e recursos das fundações;
Ao instituidor cabe elaborar o estatuto ou designar que o faça em relação a fundação (artigo 1.199 do CPC);
Feito o estatuto deverá ser submetido ao exame do Ministério Público quanto as bases da fundação e se os bens são suficientes para suas finalidades. (artigo 1200 CPC);
O Ministério Público terá prazo de 15 dias para aprovar o estatuto, ou apresentar modificações, ou dar negativa da aprovação, de modo que, os interessados podem pedir suprimento da aprovação ao Juiz, que pode determinar modificações se necessário no estatuto (artigo 1.201 do CPC);
Se no prazo de 06 meses, o instituidor ou quem por ele for designado não elaborar o estatuto, caberá ao Ministério Público fazê-lo submetendo a aprovação do juiz (artigo 1.202 do CPC) – artigo 65, parágrafo único do CCB;
Qualquer alteração posterior no estatuto depende da aprovação do Ministério Público e, quando a reforma decorrer de decisão não unânime deverá ser dado a ciência à minoria vencida, para apresentar impugnação no prazo de 10 dias (artigo 1.203 do CPC).
V. VIII – Bens do Patrimônio 
Em regra os bens do patrimônio da fundação são inalienáveis, porém esta inalienabilidade não é absoluta, pois comprovada a necessidade, poderá ser autorizada pelo juiz competente, com audiência do Ministério Público, devendo ser aplicado o produto da venda, exclusivamente em outros bens para realização de seus fins;
A alienação sem autorização judicial é nula.
V.IX. – Extinção das Fundações
 Ocorrerá em 02 casos:
Quando se tornar ilícita (nociva), impossível ou inútil a sua finalidade (artigo 69 CCB);
Se vencer o prazo de sua existência (artigo 69 CCB).
V.X.- Legitimidade para promover a extinção (artigo 69 do CCB e artigo 1.204 do CPC)
Ao Ministério Público;
Qualquer interessado: que consiste a quem quer que se sinta prejudicado com a atuação da fundação.
V.XI.Extinção da Fundação e a destinação do patrimônio 
Se houver destino previsto pelo instituidor no estatuto, assim devem ser destinados os bens;
Não havendo previsão, o patrimônio deve ser incorporado em outra fundação (municipal, estadual ou federal), designada pelo juiz, que tenha fim geral ou semelhante;
Não havendo instituições com fins iguais ou semelhantes, a doutrina defende que os bens devem ser declarados vagos e passarão ao Município ou ao Distrito Federal, se localizados em seus territórios e, se localizados em território federal será da União.
V.XII. – Características das Fundações
Basta a vontade de uma pessoa para sua constituição;
O patrimônio é elemento essencial;
Seus fins são imutáveis porque fixados pelo instituidor;
Os administradores não são sócios e é regida por seu estatuto, com a fiscalização do Ministério Público;
Em regra há um Conselho de Administração onde o Presidente representa a entidade.
V.XIII. – Observações Gerais
a) Se a fundação decorrer de ato inter vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade ou outro direito real sobre os bens dotados. Não o fazendo serão registrados em nome da fundação por mandado judicial.
a.1. A promessa do instituidor possui caráter irrevogável e irretratável (artigo 64 CCB).
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
 1. A extinção da pessoa jurídica pode ocorrer (artigo 1.033 CCB):
Dissolução Convencional: ocorre por deliberação de seus membros, conforme o quorum previsto no estatuto ou na lei.
Dissolução Legal: ocorre em razão de motivo determinado em lei.
Ex: Lei de falência.
Dissolução Administrativa: ocorre em face das pessoas jurídicas que necessitam de autorização do Poder Público e praticam atos noviços ou contrários aos seus fins.
Ex: Seguradoras
Poderá ocorrer por provocação do Ministério Público ou qualquer pessoa do povo.
DissoluçãoJudicial: é aquela decorrente de decisão judicial, quando se configura algum caso de dissolução previsto em lei, no estatuto, obrigando os sócios a ingressarem em juízo.
Efeitos da Extinção
Havendo patrimônio e débitos, a pessoa jurídica deve entrar em fase de liquidação;
Feita a liquidação e pagando as dívidas encerra-se completamente a pessoa jurídica.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA PESSOA JURÍDICA
Conceito: quando a pessoa jurídica, ou melhor, sua personalidade jurídica for utilizada para fugir as suas finalidades para lesar terceiros, esta deve ser desconsiderada para afetar seus membros.
Justificativa 
A criação da pessoa jurídica lhe confere personalidade distinta da de seus membros, contudo, é pela ação destes que a pessoa jurídica age no mundo jurídico.
Quando os sócios - pessoas naturais – utiliza do manto da personalidade da pessoa jurídica para atos inescrupulosos e ilícitos, o ordenamento jurídico autoriza o afastamento desta personalidade para atingir os membros da pessoa jurídica.
Origem 
Em face dos abusos no mundo todo, quanto ao uso da pessoa jurídica, surgiu no direito anglo-saxão a chamada 
“DISREGARD OF THE LEGAL ENTITY” (Desconsideração da pessoa jurídica)
Evolução e previsão no Direito brasileiro
Até o CC de 2002, não havia previsão sobre a desconsideração no Brasil, pelo que os Tribunais usavam em analogia o artigo 135 do C.T.N., que responsabiliza pessoalmente os diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurídica de direito privado pelas obrigações tributárias resultantes de atos praticados com EXCESSO DE PODERES OU INFRAÇÃO À LEI, CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTOS.
O artigo 28 do CDC, que autoriza ao juiz desconsiderar a personalidade da pessoa jurídica da sociedade em caso de abuso de direito, excesso de poder ou contrato social, assim como nos casos de falência, insolvência e encerramento da pessoa jurídica por má administração;
Em 2002, o NCCB, no artigo 50 previu a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, da seguinte forma:
c.1. Quando ocorrer “desvio” dos fins estabelecidos no contrato social ou nos atos constitutivos, ou;
c.2. Quando houver a “confusão” entre os bens dos sócios ou administradores com o patrimônio da pessoa jurídica.
Disposições Gerais 
Os efeitos da desconsideração são meramente patrimoniais e voltados para obrigações determinadas, pois não ocorre liquidação do patrimônio da pessoa jurídica;
A expressão “relações de obrigações” compreende o direito do autor fundado em contrato ou indenização por ato ilícito cobrados da pessoa jurídica;
A desconsideração afeta o patrimônio das pessoas naturais – sócios, administradores ou diretores, assim como de outras pessoas jurídicas que contém o controle da entidade desconsiderada.

Outros materiais