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Dor Crônica e Lombociatalgia

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Problema 2 
 
1- Definir dor crônica. 
 
 
 
2- Entender a fisiopatologia da dor relacionada a lombociatalgia e o quadro clínico. 
 
Segundo revisão sistemática de 2015, a prevalência anual da dor lombar atinge mais de 
50% dos adultos e os casos crônicos chegam a atingir entre 4,2 e 14,7% da população 
brasileira. Além disso, é o principal motivo de absenteísmo no trabalho. 
 
A lombalgia é definida como dor e desconforto localizados entre a margem costal e a prega 
glútea inferior, com ou sem dor na perna. Em 60% dos casos pode haver dor irradiada para 
o membro inferior, e esse quadro é chamado de lombociatalgia, que pode ser de origem 
radicular (exemplo: compressão por hérnia de disco) ou referida (exemplo: dor miofascial). 
 
A dor neuropática (DN) está presente em 37 a 55% dos pacientes com dor irradiada para o 
membro inferior. Segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), é definida 
como a que surge como consequência direta de uma lesão ou doença que afeta o sistema 
somatossensorial. A característica neuropática está correlacionada com dor mais intensa, 
comorbidades mais graves e piora da qualidade de vida (QV). Além disso, os custos são 
67% maiores quando comparada a outras etiologias. 
 
Muitas referências consideram que a lombalgia inespecífica aguda é autolimitada, com taxa 
de recuperação de 90% no período de 4 a 7 semanas e taxa de cronificação de 2 a 7%. No 
entanto, estudos mais recentes demonstram taxa de cronificação bem maior, de 40 a 44%. 
Assim, o tratamento adequado e o acompanhamento inicial da lombalgia aguda são de 
extrema importância para se evitar os casos crônicos. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
A hérnia de disco lombar ocorre em aproximada- mente 2% da população geral. É pouco 
mais prevalente em homens que em mulheres, acometendo indivíduos na faixa etária dos 
20 aos 50 anos (média de 35 anos), quando o núcleo pulposo do disco intervertebral é, ao 
menos em parte, gelatinoso. 
Noventa e oito por cento das hérnias do disco lombar ocorrem nos segmentos L4/L5 e 
L5/S1. 
A ocorrência de episódios repetidos de lombalgia prévia é frequente no histórico de 
pacientes com ciatalgia aguda por causa de hérnia discal, o que mostra ser a extrusão de 
uma hérnia de disco, na maior parte das vezes (excessão a rara hérnia discal do 
adolescente), consequência de uma degeneração discal prévia. Desse modo, entende-se 
que a hérnia de disco representa uma das possíveis etapas na evolução natural da doença 
degenerativa discal. 
Apesar de alguns pacientes, sobretudo aqueles em litígio e com problemas trabalhistas, 
frequentemente referirem um episódio de trauma e/ou levantamento de peso (esforço) 
imediatamente antes do início dos sintomas, estudos biomecânicos experimentais e 
análises estatísticas de séries de casos não comprovam a relação causal entre trauma e/ou 
carga abrupta aplicados sobre a coluna como causadores da ruptura discal aguda. 
A despeito da maior incidência de lombalgia nos pacientes tabagistas, não existe uma clara 
correlação entre tabagismo e hérnia discal. 
O diagnóstico de hérnia do disco lombar obrigato- riamente tem de ser clínico e radiológico. 
É mandatória a estrita correlação entre ambos, uma vez que a incidência de “alterações 
discais” (protrusões, abaulamentos etc.), em indivíduos assintomáticos após os 40 anos de 
idade, ocorrem em 64% das pessoas. 
 
 
 
 
ETIOLOGIA 
 
As principais etiologias da lombociatalgia são: 
 
1. Protrusão discal 
 
Cerca de 90% dos casos de ciatalgia lombar estão relacionados a um processo inflamatório 
sobre a raiz nervosa causada pela reação inflamatória consequente a aumento de pressão 
intradiscal e protrusão do disco intervertebral no interior do canal vertebral. 
 
2. Hérnia de disco 
 
Condição em que além do processo inflamatório sobre a raiz nervosa há uma compressão 
mecânica dessa raiz pelo disco intervertebral, com prevalência de 5%. Tal condição tem 
maior incidência entre a terceira e quarta décadas de vida. Isso, pois nessa fase da vida o 
processo degenerativo do disco intervertebral encontra-se em um momento em que ainda 
há pressão no interior do núcleo pulposo, porém o ânulo fibroso já apresenta redução de 
sua capacidade de resistir a essa pressão interna. Com isso ocorrem rupturas no ânulo 
fibroso e consequente compressão de uma raiz nervosa no interior do canal vertebral ou no 
forâmen intervertebral. 
 
3. Estenose de canal vertebral 
 
Condição que pode ser congênita, na minoria dos casos e degenerativa, na maioria, em que 
o diâmetro do canal vertebral está entre 10 e 12mm secundário ao espessamento ósseo 
das lâminas e facetas articulares, hipertrofia do ligamento amarelo, ossificação do ligamento 
longitudinal posterior e hiperlordose. Tal condição está relacionada à compressão nervosa 
mecânica e também a insuficiência vascular e isquemia relativa. 
 
4. Síndrome pós-laminectomia 
 
Cerca de 10 a 40% dos pacientes que são submetidos a cirurgia de coluna lombar para 
alívio de dor, independente da técnica cirúrgica utilizada, evoluem com dor crônica 
neuropática no membro inferior que é responsável por perda da QV. Tal condição tem 
etiologia multifatorial e está relacionada a eventos pré, intra e pós-operatórios. 
 
5. Síndrome do piriforme 
 
Cerca de 6% dos casos de ciatalgia lombar podem ser relacionados à síndrome do 
piriforme. Tal condição está relacionada à compressão do nervo ciático pelo músculo 
piriforme ou mesmo pelo tendão desse músculo no assoalho pélvico. Isso ocorre quando há 
hipertrofia, inflamação ou variação anatômica do músculo. 
 
FISIOPATO 
 
*Funcionalmente, a coluna lombar pode ser dividida em compartimentos anterior, médio e 
posterior. Cada compartimento constitui uma unidade mecânica funcional. O compartimento 
anterior é constituído dos corpos vertebrais e do disco intervertebral. Está adaptado à 
absorção de choques e à sustentação de peso. O compartimento médio é formado pelo 
canal medular e pelos pedículos. O compartimento posterior protege os elementos neurais e 
é o responsável pelo direcionamento das unidades funcionais nos movimentos de flexão 
anterior e extensão, flexão lateral e rotação. 
A quantidade de força aplicada ao segmento lombar depende do tipo de atividade e da 
postura do indivíduo. O disco intervertebral sofre maior pressão na posição sentada com 
flexão do tronco. 
O suporte dinâmico da coluna lombar é realizado por quatro grupos musculares: os 
extensores, os flexores anteriores, os flexores laterais e os rotadores. Em condições 
normais, os músculos extensores e os rotadores são os principais responsáveis pelo 
suporte da coluna vertebral. Os músculos eretores da espinha, os semiespinais e os 
interespinais resistem à ação da gravidade na posição ereta. 
A persistência da dor lombar pode ser decorrente de fattores psicossociais e de distúrbios 
vasculares e da neuromodulação central da dor. A lesão tecidual ou a inflamação podem 
causar estímulos nociceptivos contínuos que se dirigem à medula espinal. Isso determina o 
aumento da atividade no corno posterior da medula espinal, com períodos prolongados de 
descarga de longa duração que persistem mesmo após a cessação dos estímulos 
nociceptivos. A repercussão clínica desse fenômeno é que os pacientes podem continuar a 
sentir dor por tempo prolongado, mesmo após a resolução da causa primária da dor. A 
sensibilização de neurônios no corno posterior da medula espinal, fenômeno denominado 
sensibilização central, caracteriza-se pela redução do seu limiar de disparo, provocando 
alodinia, aumento das descargas espontâneas e aumento da resposta aos impulsos 
aferentes, determinando a hiperalgesia, o aumento da resposta a estímulos repetidos e a 
expansão dos seus campos receptivos. Os pacientes podem, então, apresentar uma 
experiência dolorosa desproporcional à causada pela lesão tecidual, caracterizada pelos 
fenômenos dehiperalgesia, hiperpatia e até mesmo alodinia. Fischer descrevem que essas 
alterações são encontradas nos níveis segmentares, conferindo o termo sensibilização 
espinal segmentar. Tais achados podem ser facilmente evidenciados no exame clínico. 
A dor ciática decorrente de uma raiz acometida por uma hérnia do disco é decorrente tanto 
do efeito compressivo que a hérnia provoca na raiz como do processo inflamatório por ele 
causado. 
 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
O diagnóstico preciso do padrão de dor é essencial para se obter bom resultado 
terapêutico, visto que o fármaco deve ser específico para cada tipo de dor: nociceptiva, 
neuropática ou mista. A identificação do componente neuropático depende de anamnese e 
exame físico minuciosos, além dos exames complementares. 
 
A DN é espontânea e pode ter algumas características clínicas específicas, como: 
 
Hiperalgesia: dor exagerada (desproporcional) a um estímulo habitualmente doloroso; 
 
Hiperpatia: reação exagerada aos estímulos álgicos intensos ou repetitivos aplicados em 
regiões hipoestésicas; 
 
Alodínea: dor devido a um estímulo que normalmente não provoca dor. 
 
O exame físico deve incluir inspeção estática e dinâmica, marcha, manobras especiais 
provocativas, palpação (partes ósseas e partes moles), além da avaliação de pontos-gatilho 
(PG) miofasciais. Os PG estão presentes em 85% dos pacientes avaliados em centros de 
dor e é uma das principais causas de dores crônicas. 
 
O exame neurológico deve avaliar motricidade, sensibilidade (tátil, dolorosa, térmica e 
vibratória) e reflexos tendíneos profundos no tendão patelar (L4) e Aquileu (S1). A manobra 
provocativa mais utilizada é o teste da elevação da perna estendida, que é considerada 
positiva para comprometimento do nervo ciático quando reproduz os sintomas radiculares 
em uma elevação entre 35º e 70º. 
 
 
*A dor de início súbito e de forte intensidade, de caráter lancinante, do tipo queimor, choque 
e latejamento, que se inicia na coluna lombar e irradia-se para o membro inferior, atingindo 
a extremidade distal, e que piora com a tosse e o espirro geralmente é de origem 
neurológica. 
A dor de origem mecânica localiza-se na coluna lombar, podendo irradiar-se para os 
membros inferiores e podendo ou não acompanhar a distribuição nervosa. Geralmente é 
agravada pelo movimento da coluna lombar. 
A dor de origem vascular tem características próprias, como a claudicação intermitente, e 
geralmente é acompanhada por alterações na temperatura e na coloração do tegumento e 
por alteração trófica. 
Os distúrbios da sensibilidade (como a queixa de pa- restesias ou áreas de anestesia), da 
motricidade, dos mo- vimentos autonômicos e do controle esfincteriano também podem 
auxiliar no diagnóstico etiológico. 
 
 
 
 
 
 
3- Identificar as principais complicações de hérnia discal. 
 
Complicações possíveis 
Entre as possíveis complicações da hérnia de disco estão: 
• Dor nas costas a longo prazo e piora progressiva dos sintomas 
• Perda de movimento ou de sensibilidade nas pernas e nos pés 
• Perda de funcionalidade de intestinos e bexiga 
• Mais raramente, lesão medular permanente. 
 
A grande maioria dos pacientes retorna rapidamente ao trabalho após um episódio de 
lombalgia. Também a grande maioria dos pacientes com lombalgia crônica permanece 
trabalhando, apesar de ainda poder apresentar quadros álgicos moderados e até graves. A 
grande maioria dos indivíduos em três meses de lesão. Aqueles que não retornam em três 
meses apresentam alta probabilidade de permanecerem incapacitados para o trabalho. 
Após dois anos de absenteísmo ao trabalho, a chance de retorno ao trabalho é virtualmente 
zero. As situações que favorecem o não-retorno incluem a não-participação ativa no 
tratamento de prevenção por meio de atividade física, a falta de informação do paciente 
quanto à doença, a insatisfação e a pressão psicológica no ambiente de trabalho e a 
preferência pela compensação financeira e psicológica do afastamento do trabalho. O bom 
prognóstico da lombalgia crônica está relacionado à abordagem multifatorial por meio da 
combinação de fatores médicos, sociodemográficos e psicológicos. Parece que os fatores 
psicossociais são melhores preditores do que os biomédicos, e a acurácia do prognóstico é 
de aproximadamente 70 a 80%. 
 
 
 
 
OBS!!!! CICLOBENZAPRINA: relaxante muscular que age nos neurônio motores alfa e 
gama reduzindo a atividade motora somática tônica. 
 
 
4- Descrever a rotina dos exames da coluna cervical e lombossacra. 
 
-​Tarcísio 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
Os dados da anamnese e do exame físico devem formular hipóteses diagnósticas, que 
devem ser confirmadas com os exames complementares quando necessário. Os red flags 
são indicadores de investigação por meio de exames de imagem e devem ser considerados 
para tentar excluir casos de fraturas, infecções, tumores e a síndrome da cauda equina. 
 
Atualmente os exames complementares têm sido amplamente utilizados para justificar as 
dores dos pacientes, no entanto alterações nos exames nem sempre têm relação com a 
etiologia da dor, já que alterações degenerativas são comuns mesmo em pacientes 
assintomáticos. Contudo, devem ser indicados de acordo com a anamnese/exame físico e 
valorizados se forem compatíveis com o quadro clínico. 
 
Protrusão discal e hérnia de disco 
 
A tomografia computadorizada (TC) pode demonstrar a protrusão do disco intervertebral ao 
interior do canal vertebral, porém o padrão-ouro é a ressonância nuclear magnética (RNM) 
que demonstra o processo degenerativo do disco intervertebral, além de rupturas do ânulo 
fibroso e fragmentos do núcleo pulposo migrados. 
 
Estenose do canal vertebral 
 
A radiografia de coluna vertebral e a TC demonstram a hipertrofia óssea. Ela também 
demonstra o estreitamento do canal vertebral. Já a RNM adiciona informações relativas as 
partes moles como hipertrofia ligamentar. 
 
Síndrome pós-laminectomia 
 
A radiografia, TC e RNM pós-operatórias podem não demonstrar anormalidades. 
Anormalidades possíveis: são descompressão insuficiente, hematomas, infecção, 
instabilidade vertebral, posicionamento inadequado de órteses e fraturas vertebrais. 
 
Síndrome do piriforme 
 
RNM da pelve demonstra o músculo piriforme e sua relação com o nervo ciático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Diagnóstico 
Deve ser feito com base no histórico clínico, exame físico e exames de imagem. 
 
EXAME FÍSICO 
 
Paciente em pé 
Observa-se a presença de contraturas e limitações à movimentação vertebral, solicita-se ao 
paciente que deambule na ponta dos pés e nos calcanhares; dessa forma, já se avalia a 
força dos miótomos L5 e S1. 
 
Paciente sentado 
Complementa-se o exame neurológico testando os miótomos de L1, L2 e L3 e testam-se os 
reflexos patelar (L4) e aquiliano (S1). 
 
Paciente deitado 
Termina-se o exame neurológico com a pesquisa da sensibilidade táctil e dolorosa nos 
dermátomos dos membros inferiores. Se necessário, testa-se também a sensibilidade 
térmica e vibratória. 
Testa-se a mobilidade articular dos quadris, joelhos e articulações sacroilíacas, palpa-se a 
região trocantérica para afastar a presença de bursite (inflamação da bolsa articular) 
trocantérica, palpa-se os pulsos arteriais dos membros inferiores e testa-se a força do hálux 
bilateralmente (miótomo L5). 
O exame termina com os testes de tensão radicular, teste de Lasègue (Teste do 
estiramento do nervo ciático) para raízes L5/S1 do nervo ciático e teste de estiramento do 
nervo femoral para as compressões de raízes lombares mais altas (L4, L3 e L2). 
 
 
EXAMES DE IMAGEM 
O estudo radiológico simples só deve ser solicitado na presença de sinais de alerta, após 
sete semanas de falha no tratamento conservador ou nos casos em que o exame físicoevidencie deformidades inexplicáveis ou déficit motor significativo. 
A radiografia simples não mostra a hérnia de disco, mas pode mostrar alterações sugestivas 
de um disco herniado. Pode revelar alterações da coluna compatíveis com doença 
degenerativa discal, que incluem: osteófitos, diminuição do espaço intervertebral, 
translações do corpo vertebral, hipertrofia de facetas e outras alterações do alinhamento 
sagital. Esse exame também é de grande importância no planejamento pré-operatório, 
inclusive no que diz respeito à melhor via de abordagem e dissecção. 
A RNM é atualmente o exame de escolha para o diagnóstico da hérnia de disco lombar por 
ser superior à TC na avaliação das partes moles. A discussão acerca do melhor método de 
imagem a ser solicitado só é válida se o serviço não dispuser da RNM, caso contrário, ela 
deve ser sempre solicitada. 
A mielografia já foi o exame de escolha na detecção de discos herniados. Ela envolve o uso 
de injeção de contraste intratecal e demonstra os limites do espaço subaracnoidal e a 
silhueta dos elementos neurais por ela envolvidos. Seu uso deve ser reservado para os 
casos em que não for possível realizar a RNM (pacientes porta- dores de marca-passo). A 
mielografia sempre deve ser complementada com a TC; sua vantagem é que, de certa 
forma, o exame é dinâmico. 
A TC antes da RNM era o exame de escolha na avaliação das hérnias de disco. Atualmente 
suas indicações são para aqueles pacientes que, por alguma razão, não possam realizar a 
RNM. Nos exames de TC, é possível perceber a presença de gás nos discos herniados, 
sinal conhecido como fenômeno de Knuttson. 
Reserva-se o uso da eletroneuromiografia para pacientes que apresentam ausência de 
correlação entre quadro clínico e exame de imagem ou em pacientes diabéticos para 
afastar polineuropatia periférica. 
 
 
 
5- Explicar os diversos tratamentos (medicamentoso e não medicamentoso) para dor 
crônica e hérnia de disco. 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR 
 
O objetivo do tratamento em dor crônica é reabilitar o paciente, melhorar a QV e promover a 
reintegração social, já que a completa eliminação da dor nem sempre é viável. O resultado 
satisfatório depende do diagnóstico preciso e do tratamento individualizado, além da adesão 
do paciente às terapias propostas. 
 
A maioria dos estudos dos tratamentos farmacológicos da dor neuropática foi realizada com 
os modelos de polineuropatia diabética e neuralgia pós-herpética. O tratamento 
farmacológico continua sendo a opção terapêutica mais importante para o tratamento da dor 
neuropática crônica (a cronicidade é definida por dor persistente por mais de 3 meses). 
Fármacos de diversas classes são usados no tratamento da dor neuropática. A escolha do 
fármaco adequado para cada caso ainda apresenta certas dificuldades devido à ineficácia 
de certos fármacos e ou aos efeitos adversos associados aos fármacos eficazes nas doses 
preconizadas. Vários pacientes necessitam de mais de um fármaco, mas a escolha correta 
do fármaco para associar assim como a ordem sequencial da sua introdução ainda não está 
clara. 
 
As diretrizes para o tratamento das dores neuropáticas consideram como primeira linha os 
tratamentos cuja eficácia foi comprovada em estudos experimentais ou observacionais de 
melhor consistência (nível A). Pertencem a estes fármacos: 
 
Anticonvulsivantes moduladores das subunidades α 2δ dos canais de cálcio 
voltagem-dependentes: gabapentina e pregabalina; 
 
Antidepressivos tricíclicos (ADT): amitriptilina, imipramina, clomipramina e nortriptilina; 
 
Inibidores seletivos da receptação de serotonina e de noradrenalina (ISRSN): duloxetina e 
venlafaxina. 
 
São considerados como sendo fármaco de segunda linha: 
 
Emplastros de lidocaína a 5% em função da sua ação localizada. Estes tem uma indicação 
precisa na neuralgia pós-herpética. Quadro este que pode ser confundido com 
lombociatalgia quando os gânglios comprometidos são lombares ou sacros; 
 
Opioides, devido ao risco de adicção. Além disso, há evidência de distúrbios cognitivos em 
pacientes portadores de lombociatalgia crônica fazendo uso de opioides por longo prazo. 
 
No intuito de atuar em diferentes mecanismos da dor, assim como nas comorbidades 
presente no portador de lombociatalgia crônica tais como alterações do sono e do humor. A 
associações de fármacos com farmacocinética e farmacodinâmica de potência sinérgica 
podem beneficiar a QV do paciente. A associação da gabapentina e de tricíclicos ou 
opioides se mostrou mais eficaz que o uso do tratamento isolado e permite a redução da 
posologia de cada molécula. 
 
Além da analgesia, a pregabalina é eficaz na melhora da qualidade do sono e no transtorno 
de ansiedade. Todos os ADT tem eficácia comprovada no tratamento da depressão e na 
ansiedade, porém em doses mais altas que a usada para tratar a dor, a amitriptilina pode 
melhorar também o sono. Os receptadores duais são efetivos no tratamento da ansiedade e 
depressão. A eficácia do tramadol, inclusive em associação com o paracetamol foi 
demonstrada nas polineuropatia sensitivas (nível A). 
 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
 
O tratamento cirúrgico da radiculopatia lombar deve ser indicado quando existir limitação ou 
baixa eficácia no tratamento conservador multimodal. Nesse sentido, pode-se dividir o 
tratamento cirúrgico a ser indicado na fase aguda, até 12 semanas dos sintomas e na 
radiculopatia lombar crônica. 
 
O tratamento cirúrgico pode ainda ser dividido em tratamento antálgico, nas situações em 
que há preservação neurológica motora e reflexos profundos e tratamento cirúrgico que visa 
a manutenção da integridade do nervo espinhal. 
 
 
 
 
NÃO FARMACOLÓGICO 
➔ Cirúrgico 
Segundo a experiência do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas 
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOT/HC- FMUSP), a grande 
maioria dos pacientes com hérnia do disco lombar aguda melhoram do quadro de ciatalgia 
sem necessidade de tratamento cirúrgico em um período variável de 1 a 6 meses. É 
frequente, por experiência e também na literatura, a constatação da reabsorção espontânea 
do fragmento discal extruso. 
O tratamento cirúrgico, empregado após adequada análise dos dados obtidos do histórico e 
exame físico somados ao diagnóstico radiológico, tem suas indicações divididas em 
absolutas e relativas. 
 
As indicações absolutas são a síndrome da cauda equina, a persistência de dor intensa 
e/ou a piora evidente do déficit neurológico. 
A síndrome da cauda equina caracteriza-se pelo comprometimento esfincteriano (vesical e 
intestinal), aumento do volume vesical residual pós-miccional (o normal é um volume que 
varia de 50 a 100 mL), anestesia em sela e dor severa nos MMII causada por hérnia discal 
maciça, sendo que sua ocorrência constitui uma urgência ortopédica. 
 
As indicações relativas são: falha do tratamento conservador, crises de ciatalgia recorrentes 
e a hérnia de disco extrusa associada à estenose do canal vertebral. O tempo ideal de 
tratamento conservador, desde que tolerado pelo paciente, é de pelo menos 6 semanas, 
não devendo ultrapassar 12 semanas, pois a dor de longa duração pode se tornar crônica 
do tipo neuropática. 
 
Contraindicações absolutas para o tratamento cirúrgico da hérnia de disco, situações nas 
quais essa forma de tratamento pode ser ineficaz ou até mesmo deletéria. Nos pacientes 
portadores de lombalgia sem dor radicular, deve-se atentar para o fato de que a discectomia 
isolada melhora a dor ciática mas não modifica a dor lombar, podendo até piorá-la. Nesse 
caso, a discectomia isolada é formalmente contraindicada, nos casos de discordância entre 
quadro clínico e nível da lesão observado nas imagens; nessa situação, a cirurgia também 
está formal- mente contraindicada e pacientes grávidas ou sem condições clínicas, em que 
o tratamento cirúrgico deve ser evitado.➔ Não cirúrgico 
Os tratamentos não cirúrgicos envolvem principalmente métodos fisioterápicos e tratamento 
medicamentoso. 
O repouso no leito deve se restringir a apenas 2 ou 3 dias, e exercícios terapêuticos e 
reabilitação fisioterápica devem ser instituídos assim que possível dependendo da 
tolerância do paciente. Os objetivos do tratamento são restaurar a força, flexibilidade e 
funções perdidas em função da dor, espasmo ou imobilização. 
Uma vez passada a fase de dor aguda intensa, devem ser instituídos exercícios de 
alongamento e fortalecimento muscular, principalmente centrados em manobras de flexão e 
extensão. Os exercícios devem focar os glúteos, a musculatura flexora do joelho e a 
musculatura abdominal. Métodos analgésicos auxiliares podem ser empregados, tais como: 
ultrassonografia, estimulação elétrica e massagem. 
 
Apesar de amplamente utilizada, os resultados sobre a eficácia do uso da EENT como 
intervenção isolada ainda são controversos. Recente revisão sistemática concluiu que tanto 
a EENT convencional como a do tipo acupuntura (baixa intensidade e alta freqüência) 
podem ser úteis para os pacientes com lombalgia crônica inespecífica, pelo menos em curto 
prazo. A vantagem sobre as demais modalidades de medicina física é que a EENT pode ser 
utilizada debaixo da vestimenta durante as atividades laborais. Para alguns pacientes, a 
EENT pode ser um substituto da medicação analgésica. 
A massagem terapêutica é benéfica para os indivíduos com lombalgia subaguda ou crônica 
inespecífica em termos de melhora funcional e dos sintomas. Apesar do alto custo do 
procedimento em si, este pode ser reduzido se proporcionar diminuição do número de 
consultas médicas ou de outros programas terapêuticos. Os efeitos benéficos da 
massoterapia podem durar por até um ano após o término de sua aplicação. Parece que a 
massagem realizada nos pontos de acupuntura é melhor do que a clássica. Os efeitos 
terapêuticos da massagem melhoram quando esta é associada a programas educativos e 
exercícios. 
 
FARMACOLÓGICO 
 
O tratamento farmacológico da hérnia de disco lombar pode ser realizado utilizando-se 
anti-inflamatórios não hormonais (medicamentos de primeira linha no tratamento dessa 
doença), drogas opioides, relaxantes musculares e eventualmente corticosteroides 
intramusculares ou até mesmos orais por curto período. Podem ser realizadas também 
injeções seletivas transforaminais e/ou epidurais de corticosteroides em pacientes cujo 
resultado do tratamento conservador não foi satisfatório ou indivíduos que não possam ou 
não queiram passar por uma discectomia. 
Estudos mostram que essas injeções podem ser eficazes no retardo ou em evitar a cirurgia, 
pelo menos em parte dos pacientes. 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Nos portadores de dor lombar crônica o diagnóstico do componente neuropático e das suas 
comorbidades (distúrbio do sono, ansiedade, depressão) é fundamental. A estratégia 
terapêutica com a associação de mais de um fármaco torna-se imperativo, assim como o 
uso de todos os instrumentos (Medicina física, terapia cognitiva etc.) para melhorar a QV do 
paciente no seu maior espectro biopsicossocial.

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