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Resumo Civil Responsabilidade Civil

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Responsabilidade Civil: 
O termo responsabilidade normalmente está ligado ao fato de respondermos pelos atos que praticamos. Revela então, um dever, um compromisso, uma sanção, uma imposição decorrente de algum ato ou fato
No sentindo de suportar sanções, responsabilidade pode traduzir a ideia de relação obrigacional secundária, que surge quando a relação de débito não chega a bom termo, ou seja, quando a obrigação não é adimplida.
Espécies: 
Extracontratual: (restituição de dano); o dano decorre de um ato ilícito, ou seja, não existe vínculo obrigacional anterior entre agente e vítima (ex: acidente de trânsito, homicídio, lesão corporal, calúnia) Art. 186
Contratual: Descumprimento de um dever contratual deve ser restituído. O dano decorre do descumprimento de um contrato ou ato unilateral entre as partes (Art. 884). Há negociação das partes, o dano já é previsto pelo próprio contrato que prevê a restituição. 
Subjetiva: (culpa) Comportamento negligente ou imprudente (ação voluntária).  É a regra geral pela qual o agente só é responsável pelo dano se agiu com culpa (“lato sensu” = dolo + culpa stricto sensu, art. 186); pode a culpa ser concorrente, quando ambas as partes têm culpa pelo acidente, assim se ambas as partes agiram culposamente, ocorre à compensação (ex: carro que bate num trem por não respeitar a preferência do trem no cruzamento, porém o maquinista não apitou como deveria, devendo cada um indenizar a metade dos danos ocasionados ao outro; 945.) 
Objetiva: (risco) A própria atividade presume um risco independente da ação do individuo. Ex: trabalhar em uma usina nuclear ou como piloto de avião.
A natureza jurídica da Responsabilidade Civil será sempre sancionadora, independente de se materializar como pena, indenização ou compensação pecuniária. Tendo sua função compensar o dano sofrido pela vitima, desmotivação social da conduta lesiva e função punitiva do ofensor (em certa medida). 
Elementos da Responsabilidade Civil
Conduta Humana: Trata-se, da conduta humana, positiva ou negativa (omissão), guiada pela vontade do agente, que desemboca no dano ou prejuízo. Uma pessoa pode responder pelas ações de seu cão, desde que ele mesmo tenha provocado. A culpa é elemento meramente acidental.
Positiva ou negativa: 
A primeira delas traduz-se pela prática de um comportamento ativo, positivo, a exemplo do dano causado pelo sujeito que, embriagado, arremessa o seu veículo contra o muro do vizinho.
A segunda forma trata-se da atuação omissiva ou negativa, geradora de dano. Se, no plano físico, a omissão pode ser interpretada como um “nada”, um “não fazer”, uma “simples abstenção”, no plano jurídico, este tipo de comportamento pode gerar dano atribuível ao omitente (aquele que omitir), que será responsabilizado pelo mesmo. Observe, aliás, que o art. 186 impõe a obrigação de indenizar a todo aquele que “por ação ou omissão voluntária” causar prejuízo a outrem. É o caso da enfermeira que, violando as suas regras de profissão e o próprio contrato de prestação de serviços que celebrou, deixa de ministrar os medicamentos ao seu patrão, por dolo ou desídia.
Entretanto, devemos destacar que também na ação omissiva a voluntariedade da conduta se faz presente, consoante se lê no mesmo artigo de lei (“omissão voluntária”...). Isso porque, se faltar este requisito, haverá ausência de conduta na omissão, inviabilizando, por conseguinte, o reconhecimento da responsabilidade civil.
Voluntariedade: O núcleo fundamental, portanto, da noção de conduta humana é a voluntariedade, que resulta exatamente da liberdade de escolha do agente imputável, com discernimento necessário para ter consciência daquilo que faz.O a gente querer, assumir, ter vontade própria (não necessariamente querer resultado).
Ilicitude: (Arts. 186 e 187) Uma vez que a responsabilidade civil nos remete à ideia de atribuição das conseqüências danosas da conduta ao agente infrator, é lógico que, para a sua configuração, ou seja, para que haja a imposição do dever de indenizar, a referida atuação lesiva deva ser contrária ao direito, ilícita ou antijurídica. Ato ilícito, ilegal da conduta advém dano ou prejuízo. 
Licitude: É uma conduta assegurada pelo direito, lícita, mas que deve ser restituída, pois causou dano. (Art. 1313, 3º CC)
Dano: É a lesão ao interesse jurídico tutelado, pode dizer respeito a uma pessoa humana, a uma pessoa jurídica e a um ente despersonalizado. Pode ter reflexos que repercutirão em uma dada sociedade, um dado grupo. Interesse coletivo ou individual.
Indispensável a existência de dano ou prejuízo para a configuração da responsabilidade civil. 
Certeza do dano: Somente o dano certo, efetivo, é indenizável.
Subsistência do dano: Quer dizer, se o dano já foi reparado, perde-se o interesse da responsabilidade civil. O dano deve subsistir no momento de sua exigibilidade em juízo, o que significa dizer que não há como se falar em indenização se o dano já foi reparado espontaneamente pelo lesante. Obviamente, se a reparação tiver sido feita às expensas do lesionado, a exigibilidade continua. Esses três são os requisitos básicos para que se possa atribuir o qualificativo “reparável” ao dano.
Espécies de dano:
Patrimonial ou Material: O dano patrimonial traduz lesão aos bens e direitos economicamente apreciáveis do seu titular. Assim ocorre quando sofremos um dano em nossa casa ou em nosso veículo.
Emergente: correspondente ao efetivo prejuízo experimentado pela vítima, ou seja, “o que ela perdeu”;
Lucros cessantes: correspondente àquilo que a vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do dano, ou seja, “o que ela não ganhou”. Ex: bater no carro de um motorista de taxi deverá indenizar o tempo em que o carro está no mecânico. Rendimentos necessários durante o tempo em que ficou impossibilitado de trabalhar.
Moral:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”
Violação a um bem jurídico que não tem valor patrimonial (extrapatrimonial); Ex: Direitos de personalidade e de família puro.
 O dano moral é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos da personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados constitucionalmente.
Dano estético: No qual causa uma alteração física na pessoa onde ela ficará fora do padrão de humanidade. Ex: acidentes ou erros médicos; Ana Paula Arósio sofreu um acidente que machucou seu rosto, ficará sem trabalhar, caberá indenização. 
Direto: O se refere a uma lesão específica de um direito extrapatrimonial, como os direitos da personalidade.
Indireto: Ocorre quando há uma lesão específica a um bem ou interesse de natureza patrimonial, mas que, de modo reflexo, produz um prejuízo na esfera extrapatrimonial, como é o caso, por exemplo, do furto de um bem com valor afetivo ou, no âmbito do direito do trabalho, o rebaixamento funcional ilícito do empregado, que, além do prejuízo financeiro, traz efeitos morais lesivos ao trabalhador.
Reflexo ou Ricochete: Consiste no prejuízo que atinge reflexamente pessoa próxima, ligada à vítima direta da atuação ilícita. É o caso, por exemplo, do pai de família que vem a falecer por descuido de um segurança de banco inábil, em uma troca de tiros. Note-se que, a despeito de o dano haver sido sofrido diretamente pelo sujeito que faleceu, os seus filhos, alimentandos, sofreram os seus reflexos, por conta da ausência do sustento paterno. Desde que este dano reflexo seja certo, de existência comprovada, nada impede a sua reparação civil.
Reparação do dano: No dano patrimonial (onde restou atingido um bem físico, de valor comensurável monetariamente), a reparação pode ser feita através da reposição natural. Essa possibilidade já não ocorre no dano moral, eis que a honra violada jamais pode ser restituída à sua situação anterior. A reparação, em tais casos, reside no pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada judicialmente, com o objetivode possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória pelo dano sofrido, atenuando, em parte, as conseqüências da lesão.
Dano Moral a Pessoa Jurídica: 
Se é certo que uma pessoa jurídica jamais terá uma vida privada, mais evidente ainda é que ela pode e deve zelar pelo seu nome e imagem perante o público-alvo, sob pena de perder largos espaços na acirrada concorrência de mercado. Uma propaganda negativa de um determinado produto, por exemplo, pode destruir toda a reputação de uma empresa, da mesma forma que informações falsas sobre uma eventual instabilidade financeira da pessoa jurídica podem acabar levando-a a uma indesejável perda de credibilidade, com fortes reflexos patrimoniais.
“Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
Nexo de Causalidade: une a conduta do agente (positiva ou negativa) ao dano.
Por óbvio, somente se poderá responsabilizar alguém cujo comportamento houvesse dado causa ao prejuízo.
Teoria da Equivalência: tudo aquilo que concorra para o evento será considerado causa. Todos os fatores causais se equivalem, caso tenham relação com o resultado.
Teoria da Causalidade Adequada: Nem todas as condições serão causa, mas apenas aquela que for mais apropriada para produzir o evento. O evento que por si só é a causa do resultado. 
Teoria da Causalidade direta/ imediata: Seria apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso, determinasse este último como uma conseqüência sua, direta e imediata. Ex: Caio é ferido por Tício (lesão corporal), em uma discussão após a final do campeonato de futebol. Caio, então, é socorrido por seu amigo Pedro, que dirige, velozmente, para o hospital da cidade. No trajeto, o veículo capota e Caio falece. Ora, pela morte da vítima, apenas poderá responder Pedro, se não for reconhecida alguma excludente em seu favor. Tício, por sua vez, não responderia pelo evento fatídico, uma vez que o seu comportamento determinou, como efeito direto e imediato, apenas a lesão corporal. Note-se, portanto, que a interrupção do nexo causal por uma causa superveniente, ainda que relativamente independente da cadeia dos acontecimentos (capotagem do veículo) impede que se estabeleça o elo entre o resultado morte e o primeiro agente, Tício, que não poderá ser responsabilizado.
Causas Concorrentes: Quando a atuação da vítima também favorece a ocorrência do dano, somando-se ao comportamento causal do agente, fala-se em “concorrência de causas ou de culpas”, caso em que a indenização deverá ser reduzida, na proporção da contribuição da vítima. Culpa concorrente da vítima, ambos em certa medida respondem pelo dano.
Concausa: Utiliza-se a expressão “concausa” para caracterizar o acontecimento que, anterior, concomitante (ao mesmo tempo) ou superveniente (que vem depois) ao antecedente que deflagrou a cadeia causal, acrescenta-se a este, em direção ao evento danoso.
É o clássico exemplo do sujeito que, ferido por outrem, é levado de ambulância para o hospital, e falece no caminho, por força do tombamento do veículo. Esta concausa, embora relativamente independente em face da conduta do agente infrator (se este não houvesse ferido a vítima, esta não estaria na ambulância e não morreria no acidente), determina, por si só, o evento fatal, de forma que o causador do ferimento apenas poderá ser responsabilizado, nas searas civil e criminal, pela lesão corporal causada. Em conclusão, temos que, apenas se houver determinado, por si só, o resultado danoso, a concausa relativamente independente superveniente haverá rompido o nexo causal, excluindo a responsabilidade do sujeito infrator.
Causas Excludentes de Responsabilidade Civil e Cláusula de Não Indenizar
Estado de Necessidade: O estado de necessidade consiste na situação de agressão a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de atuação.
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I — os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
 II — a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 171/544
 Parágrafo único. “No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo”.
Legitima Defesa: Na legítima defesa o indivíduo encontra-se diante de uma situação atual ou iminente de injusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não é obrigado a suportar. Art. 188, II
Legítima Defesa Putativa: Encontra-se em legítima defesa putativa o agente que, em face de uma suposta ou imaginária agressão, repele-a, utilizando moderadamente dos meios necessários para a defesa do seu direito ameaçado.
 A legítima defesa putativa não isenta o seu autor da obrigação de indenizar. Nesse caso, mesmo em face do próprio sujeito que suporta a agressão — não apenas do terceiro inocente — o agente deverá ressarcir o dano, pois essa espécie de legítima defesa não exclui o caráter ilícito da conduta, interferindo apenas na culpabilidade penal.
Exercício Regular do Direito Reconhecido e Estrito Cumprimento do Dever legal: Não poderá haver responsabilidade civil se o agente atuar no exercício regular de um direito reconhecido (art. 188, I, segunda parte) 6 . Isso é muito claro. Se alguém atua escudado pelo Direito, não poderá estar atuando contra esse mesmo Direito. Tal ocorre quando recebemos autorização do Poder Público para o desmatamento controlado de determinada área rural para o plantio de cereais. Atua-se, no caso, no exercício regular de um direito.
Caso Fortuito ou Força Maior:
“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou de força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir”
Culpa exclusiva da vítima: A exclusiva atuação culposa da vítima tem também o condão de quebrar o nexo de causalidade, eximindo o agente da responsabilidade civil. Imagine a hipótese do sujeito que, guiando o seu veículo segundo as regras de trânsito, depara-se com alguém que, visando suicidar-se, arremessa-se sob as suas rodas. Nesse caso, o evento fatídico, obviamente, não poderá ser atribuído ao motorista (agente), mas sim, e tão somente, ao suicida (vítima). Não há falar-se, pois, nesse caso, em responsabilidade civil.
Fato de Terceiro: Nessa mesma linha de raciocínio, interessa saber se o comportamento de um terceiro — que não seja o agente do dano e a vítima — rompe o nexo causal, excluindo a responsabilidade civil. (Pode ser excludente)
Clausula De Não Indenizar: Trata-se, pois, de convenção por meio da qual as partes excluem o dever de indenizar, em caso de inadimplemento da obrigação. 
Ex: “Condomínio. Furto de veículo. Cláusula de não indenizar. 
1. Estabelecendo a Convenção cláusula de não indenizar, não há como impor a responsabilidade do condomínio, ainda que exista esquema de segurança e vigilância, que não desqualifica a força da regra livremente pactuada pelos condôminos. 
2. “Recurso especial conhecido e provido” (STJ, REsp 168346/SP, Rel. Min. Waldemar Zveiter, DJ, 6-9-99)
 Assim, à vista de todo o exposto, poderíamos fixar a premissa de que essa cláusula só deve ser admitida quando as partes envolvidas guardarem entre si uma relação de igualdade, de forma que a exclusão do direito à reparação não traduza renúncia da parte economicamente mais fraca.
Responsabilidade Civil Subjetiva
A subjetiva (com aferição de culpa).
- Dolo 
- Negligência (omissão culposa) Art. 186 CC
- Imprudência (ação culposa) - Imperícia 
Elementos da Culpa
Voluntariedade do comportamento do agente: ou seja, a atuação do sujeito causador do dano deve servoluntária, para que se possa reconhecer a culpabilidade.
Previsibilidade: só se pode apontar a culpa se o prejuízo causado, vedado pelo direito, era previsível. Escapando-se do campo da previsibilidade, ingressamos na seara do fortuito que, inclusive, pode interferir no nexo de causalidade, eximindo o agente da obrigação de indenizar.
Violação de um dever de cuidado: a culpa implica a violação de um dever de cuidado. Se esta inobservância é intencional, como visto, temos o dolo.
Graus:
a) culpa grave — embora não intencional, o comportamento do agente demonstra que o mesmo atuou “como se tivesse querido o prejuízo causado à vítima”.
 b) culpa leve — é a falta de diligência média que um homem normal observa em sua conduta.
c) culpa levíssima — trata-se da falta cometida por força de uma conduta que escaparia ao padrão médio, mas que um diligentíssimo pater familias, especialmente cuidadoso e atento, guardaria.
a) negligência — é a falta de observância do dever de cuidado, por omissão. Tal ocorre, por exemplo, quando o motorista causa grave acidente por não haver consertado a sua lanterna traseira, por desídia;
 b) imprudência — esta se caracteriza quando o agente culpado resolve enfrentar desnecessariamente o perigo. O sujeito, pois, atua contra as regras básicas de cautela. Caso do indivíduo que manda o seu filho menor alimentar um cão de guarda, expondo-o ao perigo; 205/544 
c) imperícia — esta forma de exteriorização da culpa decorre da falta de aptidão ou habilidade específica para a realização de uma atividade técnica ou científica. É o que acontece quando há o erro médico em uma cirurgia em que não se empregou corretamente a técnica de incisão ou quando o advogado deixa de interpor recurso que possibilitaria, segundo jurisprudência dominante, acolhimento da pretensão do seu cliente.
Espécies/ Modalidades da Culpa: 
Contratual: viola-se norma prevista no contrato
Extracontratual: A atuação do agente afronta a própria lei, a exemplo do que ocorre quando causa um acidente de trânsito embriagado
a) culpa in vigilando — é a que decorre da falta de vigilância, de fiscalização, em face da conduta de terceiro por quem nos responsabilizamos. Exemplo clássico é a culpa atribuída ao pai por não vigiar o filho que causa o dano. No Código de 2002, entretanto, a responsabilidade dos pais por atos dos filhos menores, sob sua autoridade e companhia, foi consagrada como responsabilidade objetiva, ou seja, sem culpa, nos termos do art. 932, I; 
b) culpa in eligendo — é aquela decorrente da má escolha. Tradicionalmente, aponta-se como exemplo a culpa atribuída ao patrão por ato danoso do empregado ou do comitente. Tal exemplo também perdeu a importância prática, remanescendo somente a título didático, considerando que o novo Código firmou o princípio da responsabilidade objetiva nessa hipótese, consoante se depreende da análise do art. 932, III; 
c) culpa in custodiendo — assemelha-se com a culpa in vigilando, embora a expressão seja empregada para caracterizar a culpa na guarda de coisas ou animais, sob custódia. A mesma crítica anterior pode ser feita. Nos termos do Código de 2002, o fato da coisa ou do animal desafia a responsabilidade civil objetiva, razão por que essa categoria, da mesma forma, perdeu importância prática, subsistindo mais a título ilustrativo;
 d) culpa in comittendo ou culpa in faciendo — quando o agente realiza um ato positivo, violando um dever jurídico;
 e) culpa in omittendo, culpa in negligendo ou culpa in non faciendo — quando o agente realiza uma abstenção culposa, negligenciando um dever de cuidado.
Responsabilidade Civil Objetiva
A responsabilidade objetiva, consoante se infere da leitura do seu art. 927: 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”
Responsabilidade Objetiva: é a exceção pela qual, em alguns casos previstos em lei, o agente responde mesmo sem ter havido culpa sua para o dano (parte inicial do parágrafo único do 927); por isso, como dito acima, na teoria da Responsabilidade Civil o dano é mais importante do que a culpa. Ex: 931 – provedor de internet, 933, 938 (ex: vento derruba sapato que você deixou para secar na janela e machuca uma criança na calçada), acidente de avião (Dec. Lei 483/38, Arts 97 e 98), acidente ferroviário (Decreto 2681/12, art.26). 
Teoria do Risco:
 É uma teoria nova, consagrada pelo CC na parte final do parágrafo único do art. 927, pela qual o agente deve indenizar dano decorrente de atividade por ele desenvolvida que implique risco para outrem, mesmo que não tenha agido com culpa para o acidente (exemplos de atividades perigosas: curso de mergulho submarino, empresa que trabalha com produtos químicos, empresa que organiza shows, jogos de futebol com muita gente, loja que vende fogos de artifício, empresa que transporta dinheiro, usina de energia nuclear, transmissão de energia elétrica, etc.). Assim se ocorre um vazamento num posto de gasolina por causa de uma cheia, não cabe a excludente do caso fortuito do art. 393, pois vender combustível é atividade de risco. Mas a lei exige que essa atividade desenvolvida pelo agente seja habitual, e não esporádica. Tudo isso decorre do dever genérico de não prejudicar outrem. Lembro que muitas atividades de risco já são reguladas no nosso ordenamento pela responsabilidade objetiva vista na aula passada (1ª parte do parágrafo único do art. 927).  A responsabilidade objetiva e a teoria do risco são exceções, a regra é a responsabilidade por culpa.
Risco Proveito: É quem está tirando proveito da atividade de risco, este irá indenizar. Ex: Mineradora paga pelos danos dos empregados. Independente de culpa ou não. Problema: Nem sempre é possível determinar quem está tirando proveito.
Risco Profissional: O risco é inerente a atividade exercida. Ex: bombeiro, radiologista. O dever de indenizar é do empregador, se não houver empregador “é culpa sua”. Não é adotada no Brasil. Só tem sentido em acidentes de trabalho. Algumas funções podem ser arriscadas em uma empresa.
Risco Excepcional: A reparação é devida sempre que o dano for causado por um fato excepcional, um risco que não é normal a atividade. Não havendo culpa do agente a atividade que ele desenvolve cria um risco excepcional.
Risco Criado (Art. 927 Parágrafo Único CC): O dono deverá ser reparado, independentemente de ter culpa, ou quando a atividade desenvolvida pelo autor implicar riscos para outrem. Atividades perigosas (usina nuclear) não há que se comprovar culpa, deve indenizar as vitimas. 
Risco Integral: O agente irá responder até por motivos de força maior ou caso fortuito (deve ser uma atividade muito perigosa). Ex: Satélite que cai em usina nuclear, seus donos irão responder pelos danos causados, deverá indenizar.

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