Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO: UMA REFLEXÃO Qual o significado do Pentecostes de Atos 2? Esse dia é considerado como o dia oficial do início da Igreja Cristã, predestinada para ser composta de judeus e gentios de todas as partes do mundo (Ef 2.11-22). Por isso é que, nessa data, teve início o derramamento do Espírito Santo sobre toda carne, judeus e gentios (At 2; 10.23, 24, 44-48). A partir do Pentecoste, a inclusão dos gentios no povo de Deus ocorreria de forma constante e crescente, e assim será até o dia da volta de nosso Senhor (Mt 24.14). Portanto, enquanto que no Velho Testamento apenas alguns gentios eram alcançados pelo Espírito Santo, como Raabe, Rute e Naamã, a partir do Pentecostes vemos a expansão desse alcance em um projeto que visa os confins da Terra. Regenerando e capacitando Note também que, no Pentecostes, o Espírito não vem somente para regenerar, mesmo porque os discípulos que foram os primeiros alvos desse acontecimento já eram regenerados. Logo, podemos entender que, no Pentecostes, o Espírito veio também para capacitar-nos a servir e a testemunhar de Cristo com poder (At 1.8). Devo ressaltar: isso não quer dizer que o Espírito não regenerasse e capacitasse no período do Velho Testamento. A diferença, aqui, é que os gentios passaram a ser incluídos de forma abrangente. Judeus não têm mais qualquer privilégio em relação aos gentios. Batismo como sinônimo de regeneração e enchimento como sinônimo de capacitação Visto que o Espírito vem regenerando e capacitando, a partir daqui iremos relacionar o batismo com a regeneração (At 10.44-48; 11.15-17; Tt 3.5)1 e o enchimento (do Espírito) com a capacitação para servir e testemunhar (At 2.4; 4.8-13; 7.55, 56; 9.17, 20), exatamente como a Bíblia costuma fazer. Essa relação é necessária para que consigamos entender os eventos narrados no livro de Atos. Pois bem. Sigamos adiante. A capacitação que obtemos pelo enchimento do Espírito é uma capacitação, como já disse, para conseguirmos testemunhar e servir ao Senhor. Agora preste atenção: o batismo com o Espírito e essa capacitação (ou enchimento) para servir vêm normalmente juntos. Isso mesmo. Juntos. Em outras palavras, quando uma pessoa é regenerada (batizada com o Espírito Santo), ela recebe, no mesmo momento, esse enchimento do Espírito para testemunhar e servir melhor ao Senhor. Que esse enchimento deveria vir junto com o batismo fica provado pelas palavras de Jesus em At 1.5, 8: 1 A idéia de que o batismo com o Espírito Santo é sinônimo de regeneração se baseia principalmente no texto de Tt 3.5. O batismo com água é um símbolo desse batismo com o Espírito (At 10.47), e não “outro” batismo, pois a Bíblia afirma que só existe um batismo (Ef 4.5). Por isso é que, quando uma pessoa aceita a Jesus, subentende-se que ela recebeu o batismo com o Espírito Santo e foi regenerada. Logo, nada mais natural que batizá-la com água, formalizando sua entrada no Corpo de Cristo (At 8.36- 38). 2 “... vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (v. 5) e “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (v. 8) Houve algum caso no próprio livro de Atos em que o batismo e o enchimento vieram juntos? Sim. Isso ocorreu com o gentio Cornélio e sua família. Não há dúvida de que receberam o batismo com o Espírito, porque o próprio apóstolo Pedro resolve batizá-los com água, um símbolo externo desse batismo com o Espírito (At 10.44, 45 e 47). Também não há dúvida de que ficaram cheios do Espírito, recebendo poder para servir e testemunhar. Isso pode ser provado pelo fato de que engrandeciam a Deus por meio de várias línguas, assim como ocorreu em Atos 2. Lembre: capacitação para servir e testemunhar é fruto do enchimento com o Espírito, não do batismo (At 2.4; 4.8- 13; 7.55, 56; 9.17, 20). O problema... Se tudo fosse assim, tão simples, não teríamos qualquer dificuldade com relação à doutrina do batismo com o Espírito Santo. Porém, há dois textos no livro de Atos que contrariam a regra que expus acima. Eles estão em Atos 8 e em Atos 19. Nesses textos, os indivíduos envolvidos aparentemente foram regenerados (pelo batismo com o Espírito Santo), mas não receberam o enchimento do Espírito, pois não demonstraram, de forma visível, uma capacidade para servir ou testemunhar. Veja só: em At 8 é dito claramente que as multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia (v. 6). Ora, Filipe anunciava a Cristo, conforme o v. 5. Portanto, não há dúvida de que aquelas pessoas estavam se convertendo à fé cristã. Prova disso é que Filipe as batizava com água (vs. 12, 13), evidentemente por julgar que foram batizadas com o Espírito (exatamente como Pedro fez na casa de Cornélio, em At 10.47, 48). Note, porém, que os apóstolos Pedro e João foram até Samaria orar pelos samaritanos evangelizados por Filipe, a fim de que “recebessem o Espírito Santo”, não obstante já tivessem recebido a palavra de Deus por intermédio do evangelista (At 8.14, 15). Ora, se é o Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7, 8); se é o Espírito Santo que regenera (Tt 3.4, 5); então, como eles ainda não haviam recebido o Espírito? A meu ver, quando o texto diz que os apóstolos oraram para que os samaritanos recebessem o Espírito, na verdade está querendo dizer que aquelas pessoas não haviam recebido tão-somente o enchimento desse Espírito. De acordo com essa interpretação, teríamos aí uma figura de linguagem chamada metonímia, em que, nesse caso, o agente é mencionado no lugar da ação que pratica. Ocorre essa figura quando alguém diz que leu Machado de Assis, querendo dizer simplesmente que leu uma obra, um livro, um feito de Machado. 3 Por que acredito que é o enchimento que se tem em vista no texto de At 8.15? Porque vimos que é o enchimento que tem a ver com capacitação para servir e testemunhar. Quando uma pessoa era cheia do Espírito, normalmente manifestava alguma atitude visível de que recebeu o enchimento (At 2.4; 4.8- 13; 7.55, 56; 9.17, 20). O texto de Atos 8 não menciona qualquer atitude em termos de serviço ou testemunho por parte daquelas pessoas até a chegada de Pedro e João. A única certeza que podemos ter era de que estavam se convertendo, visto que eram batizadas por Filipe e, em Atos dos Apóstolos, o batismo com água era dado àqueles que aceitavam a fé cristã (At 2.41). O próprio Filipe, logo adiante e em outro lugar, batiza um homem porque este havia crido em Jesus (cf.At 8.36-38). Agora, observe: quando elas “recebem” o Espírito (o enchimento do Espírito), alguma coisa acontece. O texto não diz que acontece, mas não há dúvida de que acontece. Foi algo visível e extraordinário, à semelhança do que ocorria quando outros receberam o enchimento do Espírito. E como sei disso? Porque o texto diz, em At 8.18, o seguinte: “Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo...”. Pergunto: como Simão “viu” que o Espírito, de fato, estava sendo concedido pelas mãos dos apóstolos? A resposta mais provável é que alguma coisa se dava e, sinceramente, creio que era o mesmo que vemos registrado em outras passagens de Atos. Em Atos 2, o enchimento do Espírito fez com que passassem a falar em outras línguas (v. 4). Em Atos 10, também passaram a falar em outras línguas e a engrandecer a Deus (v. 46). E, por fim, temos Atos 19, quando o apóstolo Paulo impõe as mãos sobre os discípulos de Éfeso, exatamente da maneira que fizeram Pedro e João aqui em Atos 8. O que aconteceu ali? Tanto falavam em línguas como profetizavam (vs. 5, 6) Não seria natural quetivesse ocorrido o mesmo na passagem de Atos 8? Lógico. Deve ter acontecido, em At 8.17, o mesmo que aconteceu em At 19.6: uma capacitação dada pelo Espírito Santo para que os discípulos testemunhassem de forma extraordinária. Isso explicaria por que o texto de At 8.18 diz que Simão “viu” o Espírito sendo concedido. O que ele deve ter visto foi o poder desse Espírito se manifestando naqueles samaritanos, por meio de línguas, profecias, ou os dois, a tal ponto de querer comprar o poder de conceder tal coisa (At 8.19). Uma pergunta A essa altura cabe uma pergunta: por que o enchimento, que normalmente acompanha o batismo, veio, nessas duas ocasiões (Atos 8 e 19), pelas mãos dos apóstolos? Não tenho dúvida de que isso ocorreu porque Deus queria autenticar, diante de todos, o comissionamento2 e a autoridade que Cristo havia dado aos apóstolos. Em que me baseio para fazer tal afirmação? Nas palavras do apóstolo Paulo, em 2 Co 12.12: “Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos”. 2 Comissionamento e incumbência são a mesma coisa. 4 Ora, a concessão do enchimento do Espírito por imposição de mãos só poderia ser considerada como um poder miraculoso, não é mesmo? E observe que tal poder era concedido somente por apóstolos. Em Atos 8, foi concedido pelos apóstolos Pedro e João. Em Atos 19, pelo apóstolo Paulo. Uma dedução óbvia Agora, pense comigo: se o enchimento normalmente acompanha o batismo com o Espírito Santo, e as exceções a isso se deram por causa dos apóstolos, uma vez que não temos mais nenhum dos apóstolos entre nós, não parece óbvio que a regra volta a prevalecer, ou seja, o enchimento vir em companhia do batismo? Por causa desse raciocínio, cremos que uma pessoa, ao ser regenerada (batizada com o Espírito Santo), recebe poder do alto (o enchimento do Espírito) para ser uma testemunha do Senhor Jesus: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” (At 1.8) Não tenho dúvida de que o texto acima fala de uma realidade na vida de todo aquele que recebe a Jesus como Senhor e Salvador. Não temos experimentado essa verdade em nossa própria vida? Às vezes não sabemos nem o que dizer, porém, quando nos damos conta, estamos testemunhando de Jesus àqueles que nos cercam, trazemos uma palavra certa para determinado questionamento que levantam, e assim por diante. Isso é algo comum para aquele que é cheio do Espírito. E o dom de línguas? Creio também que, assim como o batismo com o Espírito trouxe consigo dons espirituais aos discípulos da época de Atos, o mesmo acontece hoje com toda pessoa que se torna uma nova criatura. De fato, no mesmo capítulo da Bíblia onde se diz que “todos nós fomos batizados em um corpo”, que “a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Co 12.13), é dito também que todo crente recebe um dom espiritual (1 Co 12.4-11). Não devemos esperar, porém, que ocorra conosco exatamente a mesma coisa que se deu no livro de Atos, por pelo menos dois motivos. O primeiro deles é que os eventos de Atos devem ser entendidos como eventos singulares, únicos na história da Igreja. Prova disso é que no primeiro derramamento do Espírito, no Pentecostes, acontecimento esse que deu início à Igreja Cristã, houve o surgimento de “línguas, como de fogo”, as quais pousaram sobre cada um daqueles discípulos que estavam reunidos (At 2.1-3). Quem defenderia a idéia de que tal coisa se repetiu, tanto no livro de Atos quanto na história da Igreja? E a singularidade não se restringe ao derramamento do Espírito no Pentecostes. A Igreja Primitiva, de forma geral, foi marcada por situações extraordinárias. Lemos de pessoas – Ananias e Safira (At 5.1-11) – que receberam o juízo de Deus por mentirem. Já pensou se isso acontecesse hoje? Ficamos sabendo de curas de paralíticos (At 9.33, 34), ressurreição de mortos (At 9.40, 41), terremoto libertando crentes da prisão (At 16.26), lenços e aventais de uso pessoal do apóstolo Paulo afugentando 5 enfermidades e demônios (At 19.11, 12), enfim. Não há dúvida de que o ministério apostólico foi o grande responsável por esses eventos, já que eram os próprios apóstolos – ou alguém diretamente ligado a eles, como Estêvão e Filipe – os responsáveis pelos mesmos (cf. At 6.3, 5 e 8; 8.6, 7). Eu já disse, logo acima, que Deus queria autenticar, diante de todos, o comissionamento3 e a autoridade que Cristo havia dado aos apóstolos. A Igreja era considerada como uma seita qualquer por muitos judeus, especialmente líderes religiosos de Israel (At 24.1-5). Era necessário, portanto, que Deus se manifestasse de forma especial no início da religião cristã, dando-lhe credibilidade. O segundo motivo pelo qual não devemos esperar que ocorra conosco o mesmo que se deu no livro de Atos pode ser retirado da própria natureza do dom de línguas. Um olhar atento e sem qualquer preconceito perceberá que o dom de línguas presente em Atos 2 era nada mais, nada menos, que idiomas humanos, os quais os discípulos passaram a falar sem qualquer aprendizado anterior, totalmente movidos pelo Espírito Santo (At 2.4-11). O texto de 1 Co 14, que também menciona o dom de línguas, não dá qualquer indício de que a natureza do dom tenha mudado. Prova disso é que o apóstolo o menciona em exemplos com idiomas estrangeiros, não com línguas de “anjos” ou coisa parecida (1 Co 14.10, 11 e 21). Agora, pergunto: você já viu esse dom de línguas, o dom de línguas bíblico, em algum lugar, em alguma igreja pentecostal? Eu nunca vi e nem conheço alguém que tenha visto. E sabe por quê? Porque as línguas cumpriram um propósito específico no primeiro século, que foi o de ser um sinal do juízo de Deus contra os incrédulos (1 Co 14.22). Não foi exatamente isso que o apóstolo Paulo nos ensinou em 1 Co 14? Ele diz ali que Deus havia predito, por intermédio de Isaías, que falaria ao povo de Israel pelas línguas de outros povos, e mesmo assim seria ignorado (v. 21). O apóstolo se referia ao texto de Is 28.11, 12. Na verdade, há uma advertência de Deus, em Dt 28.49, que tem tudo a ver com essa profecia: “O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá, como o vôo impetuoso da águia, nação cuja língua não entenderás”. Note que Dt 28 traz uma lista de maldições ou castigos que Deus traria sobre o povo rebelde, desobediente (vs. 15ss). Cheguei até aqui para concluir que aquilo que vimos ocorrer no Pentecoste e em outros momentos da Igreja Primitiva, o dom de línguas, nada mais foi do que uma advertência de Deus sobre os incrédulos, especialmente sobre os incrédulos judeus. Eles deveriam, ao ouvir línguas estrangeiras desconhecidas, lembrar-se da maldição de Dt 28.49 e da profecia de Is 28.11, 12. Deveriam cair em si quanto à sua rebeldia e aceitar a vontade de Deus manifesta na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo (cf. At 2.4-36, especialmente os vs. 36 e 40). Porém, a maioria manteve-se rebelde. No passado, quando ignoraram a advertência, Deus mandou sobre eles um povo de língua “estranha”, que eles não conheciam; foram os assírios (Is 8.7, 8) Na época da Igreja Primitiva não foi diferente. Como a nação judaica, de 3 Comissionamento e incumbência são a mesma coisa. 6 uma forma geral, rejeitou o Messias, Deus mandou outro povo de língua “estranha” sobre a nação: o povo romano. Isso ocorreu no conflito que ficou conhecido como a queda de Jerusalém, em 70 dC. O curioso nisso tudo é que o próprio Jesus profetizou a respeito desse dia como uma conseqüência da rejeição ao Messias (Lc 19.41-44). Portanto, não devemos esperar que ocorra, hoje, o mesmoque aconteceu nos tempos da Igreja Primitiva. Podemos afirmar, porém, que o batismo com o Espírito Santo (a regeneração) e o enchimento do Espírito (a capacitação para servir e testemunhar) estão presentes até hoje4. Caso contrário, nem existiria mais a Igreja. Todavia, a experiência geral tem demonstrado que o dom de línguas – como descrito na Bíblia – não tem mais se manifestado entre os crentes. E esse enchimento do Espírito? Quanto tempo ele dura? Não posso terminar essa reflexão sem abordar uma última questão: o enchimento do Espírito. Tenho dito que ele ocorre normalmente na conversão de alguém, quando esse alguém se torna uma nova criatura pela regeneração do Espírito Santo. Vimos que o Espírito regenera no chamado batismo com o Espírito Santo. Então, batismo e enchimento ocorrem no mesmo momento, o momento de nossa conversão. A Bíblia acrescenta a essas verdades a lamentável informação de que o enchimento do Espírito não dura para sempre. Embora fiquemos cheios do Espírito quando nos convertemos – isso explica a empolgação característica de um novo convertido – esse “enchimento” vai como que diminuindo, esvaziando, e somos obrigados a “recarregar” se quisermos continuar cheios. A prova do que estou dizendo está no fato de que o apóstolo Paulo nos exorta a encher-nos do Espírito (Ef 5.18). E ainda dá a receita de como fazê-lo: “... enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5.18-21) Ora, em curtas palavras, o segredo para ser cheio do Espírito é viver a vida cristã em sua plenitude, vivê-la exatamente como deve ser vivida, com linguagem bíblica, louvando ao Senhor, sendo grato por tudo e servindo uns aos outros. Note que mesmo na época da Igreja Primitiva o enchimento do Espírito não vinha normalmente pela imposição de mãos dos apóstolos. Tanto é que Paulo prescreve a receita de Ef 5.19-21. Se a imposição de mãos fosse a regra, ele diria. Porém, está claro que cada crente pode ser cheio do Espírito, desde que faça como o apóstolo orientou. 4 E devem ser entendidos como eventos que ocorrem simultaneamente, pois essa era a regra geral (At 1.5, 8; 2.1-4; 10.43-47).
Compartilhar