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Resumo de Psicopatologia Geral NP1

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Resumo de Psicopatologia Geral – NP1
-Existem no mínimo 14 correntes teóricas em psicopatologia.
-A psicopatologia nasce na psiquiatria e fundamenta o trabalho do psiquiatra.
-É uma base de conhecimento racional, objetiva, bem diferente da humanista. Envolve termos médicos.
-Psicopatologia descritiva: manuais. Diagnóstico do sintoma (fazemos a olho nu). Não se importa com quais elementos da vida contribuíram para este modo de ser, história da família etc.
-Psicopatologia psicanalítica: psicanálise. Vai da cultura familiar do sujeito para o sintoma. Visão geral do todo da vida a partir de uma perspectiva histórica. Maior profundidade.
-Pensar loucura no contexto histórico.
-Primórdios da loucura: Grécia Antiga. Três concepções de loucura (muitas predominam até hoje):
1) Concepção mítica-religiosa: tudo era explicado a partir da mítica. Mecanismo de elaboração de fenômenos naturais e humanos. Os deuses (politeísta) explicavam a vida de maneira geral. O louco como porta voz da palavra dos deuses (intermediário, canal de comunicação direta), como uma pessoa com dom de passagem entre a vida terrena e a divina. É a concepção mais antiga e ainda prevalece em algumas culturas).
2) Concepção organicista: Hipócrates, pai da medicina, falou dos tipos de personalidade a partir de alguns fluídos (exemplo: excesso de sangue, bílis, ar. Falou da “hysteria” como patologia exclusiva feminina (relacionada ao útero).
3) Concepção psicológica: presença de um conflito psíquico (paixões, forças ocultas, códigos coletivos – ética, norma, princípios, valores) à época das grandes tragédias gregas que retratavam isto.
-Idade média: passa de politeísmo para monoteísmo. A igreja católica utiliza a determinação divina para controle. O que a igreja explicava, era divino, o que não, era inimigo. Retorna a concepção mítico-religiosa. É criado o “primeiro manual psicopatológico”, usado pela inquisição: 1° Malles Maleficarum. Quem falava do louco era a cultura (povo), mas não havia um saber específico.
-Renascimento: reforma protestante; crítica ao catolicismo; homem saindo dos fundos (se abrem); homem vende força de trabalho (sistema de trocas não dava mais conta do sustento de famílias); homem se afastando da sua origem, agora as incertezas surgem; homem busca ser o centro do universo (com a capacidade de investigar, pensar, criar, modificar a natureza). Questão do “controle” passa a ser um valor muito forte. O louco é visto de outra forma. Surgem as grandes casas de internação (1780 – Philipe Pinel) para albergar os “diferentes”. Quem estava doente, era tratado. Pinel foi designado a administrar o “hospital de Sant’Ana”. Na época, o campo científico estava em alta. Pinel chama alguns médicos e divide o hospital em dois: doentes “normais” e “alienados”. Escolhe um modelo descritivo para o fenômeno. Fundou a psiquiatria na França, nasce a psicopatologia. Abordagem da loucura de forma bruta (até hoje): exclusão, internação. As pessoas não estavam doentes, estavam num estado de des-razão (perderam a razão). Como a medicina iria explicar, se não havia sintoma? Surge o modelo descritivo para descrever a loucura/os sintomas com maior número de detalhes. Linha para justificar ou encontrar a sede da loucura no corpo (inúmeras brutalidades em experimentos para saber). Pinel estabeleceu o objetivo para a medicina de devolver ao louco a razão (sair do estado de des-razão).
-Pinel funda a “escola alienista”, que se propaga pela Europa, França, Itália, Portugal e América. Vem do princípio epistêmico positivismo e dá origem a várias escolas em psicopatologia (descritivo, comportamental, neurociência). Em 1980, começa-se a entender que os sintomas não estavam apenas relacionados ao corpo à 1ª reforma psiquiátrica, oposto ao “penso, logo existo”. Psicanálise desconstrói o paradigma exclusivamente orgânico, consciente (ideia de inconsciente). Dessa corrente humanista, surgem várias escolas de psicopatologia que relacionam a patologia ao afeto, história de vida.
-As questões da relação humana são provocativas. Nos provocam a responder com subjetividade.
-Uma das questões presentes no filme é se deixar afetar pelo que o outro provoca em nós.
-No renascimento, a psicopatologia começa a ser desapropriada do contexto popular para ser científica.
-Pinel passa a uma abordagem mais positivista.
-A medicina, durante séculos, se debateu com a questão em busca da cura (objeto de estudo da medicina: doença). Entendiam que o sujeito tem que retomar a consciência (sujeito da consciência – máxima cartesiana), criam-se métodos e procedimentos que falham ao decorrer do tempo (até hoje). Trata-se o sintoma. Sujeito positivista: penso, logo existo.
-Alemanha, Suíça, Áustria em aproximadamente 1880 surge uma abordagem crítica ao Pinel afirmando que o sintoma é produzido pela pessoa por uma vida psíquica (sujeito não é mais do consciente, mas sim do inconsciente).
-A psicose é um desenho do psiquismo. Freud estabeleceu 3 eixos organizadores da personalidade: psicose, neurose e perversão.
-Para entender o que é psicopatologia, temos que ver a abordagem que procura defini-la (para a medicina, é o adoecimento do psiquismo, o que se desvia do que é socialmente estabelecido).
-A abordagem positivista vê a doença: sujeito desviado da normalidade.
-A abordagem humanista não vê apenas o sintoma, pois este é apenas um recorte.
-A psiquiatria investiga o sintoma.
-O filme traz uma mudança de paradigma ao mostrar pessoas que deliram e talvez nunca deixem de delirar, mas isso não impede que se relacionem e tenham uma vida.
-O sintoma psicopatológico é uma defesa do ego.
-O que é psicopatologia? Depende do paradigma. Temos aproximadamente 14 abordagens atualmente, que partem dos dois eixos de pensamento (positivismo - sintoma, e humanismo – subjetividade, dinâmica grupal, laços familiares).
-A organização mundial da Saúde viu a necessidade de eleger um idioma universal para comunicações em psicopatologia (CID10 – enciclopédia de todas as doenças, muito utilizado clinicamente e DSM5 – muito utilizado para comunicação científica).
-A psicopatologia sofreu preconceitos sendo acusada de enquadrar, rotular. Todos os campos de conhecimento da psicopatologia contribuem para que entendemos a dor do outro.
-Psicopatologia médica: psicopatologia descritiva e geral.
-Psicopatologia descritiva (psicopatologia geral): preocupação de descrever objetivamente todos os sintomas. Precisa de uma metodologia para definir o sintoma (criada a partir de uma divisão hipotética em funções psíquicas). “Dissecou” as funções psíquicas através da observação do comportamento humano e descreveram o que era necessário num funcionamento normal/ideal para as funções estarem em ativa e o que foi desviado.
1- Integração: consciência e atenção.
2- Sensopercepção: tudo que se relaciona aos órgãos do sentido.
3- Funções cognitivas: pensamento, orientação, memória.
4- Funções afetivo-conativas: afetividade, conação.
5- Psicomotricidade.
-A Psicopatologia descritiva vai observar a partir da forma (rígida, estável) e do conteúdo (mutável). Exemplo: febre (forma é a descrição e conteúdo varia de pessoa para pessoa, a temperatura afeta a pessoa de formas diferentes).
Consciência
-Existe uma quantidade de potencial neurológico de acordo com a necessidade do sistema nervoso, o que garante a vigília (capacidade de se manter acordado). Esse aspecto quantitativo varia do coma a hipervigília.
-A consciência é o palco onde irão ocorrer todas as outras funções psíquicas (é integradora, possibilita que as outras funções psíquicas aconteçam). A consciência não existe sem a atenção (qualquer alteração em uma, altera a outra).
1-    Aspecto quantitativo (neurológico).
1a- Hipervigilância (estado de excitação da consciência – pode ter alteração motora, adormecimento)
1b- Hipovigilância (estado de rebaixamento quantitativo da consciência):
     -Flutuação: estado de oscilação da consciência.
     -Obnubilação: período de dificuldade de apreensão do ambiente porque a percepção está turvada.A consciência perde o foco, é um estado de confusão mental (afeta a atenção, memória).
     -Torpor: pré-coma. Atividade reflexa fica funcionando.
.    –Coma: ausência de consciência
2-    Aspectos qualitativos (campo da consciência, território onde todos os fenômenos são vivenciados / depósito de informações / atos repetidos – automáticos vão para esse campo e, com o tempo, passam para a periferia – borda da consciência, ficam automatizados):
-Dissociação da consciência (separar em partes as unidades da consciência, que passam a funcionar com autonomia, sem conversar uma com a outra), transe (entra em outra frequência de consciência, precisa dissociar a consciência para se transportar a uma outra condição – é patológico quando prejudica a pessoa ou cria outras idéias, como possessão), estado crepuscular (perde as informações do campo da consciência porque há um estreitamento deste, mas não perde os atos automáticos).
3- Consciência do eu (Jaspers – teorizou muito sobre a psicose, afirmando que quando a consciente está alterada, teremos um sintoma psicótico – descreveu 5 propriedades da consciência):
3a- Existência do eu: consciência de que existe.
3b- Unidade do eu: noção clara de que o eu é único e indivisível.
3c- Identidade do eu: noção de que o eu é único e indivisível ao longo do tempo, um eu sustentável.
3d- Oposição eu em relação ao mundo: clareza de que a pessoa tem uma membrana/pele que a separa do mundo.
3e- Atividade do eu: noção de que é o eu que realiza a ação (não atribuir a algo externo).
-A noção de eu é desenvolvida a partir das relações humanas, não nascemos com ela. O bebê é um aglomerado de sensações.
Funções psíquicas
Sensopercepção em psicopatologia:
-Primeira função psíquica que começa a funcionar, está diretamente ligada ao aparelho sensório (a todas as vias de captação de percepção).
-No início, a criança não tem noção do que é interno ou externo. Quando nasce, é exposta a várias coisas (luz, sensação de queda, dor, temperaturas), capta informações através do aparelho sensório e as leva até o campo da consciência, onde farão um registro da sensação. Quando a criança sente fome, urra para alguém fornecer-lhe o alimento. Após isso, a criança se acalma (através de uma série de sensações percebidas – prazer e desprazer). Esse registro mnêmico fica inscrito no campo da consciência. Quando sentir fome novamente, irá lembrar a experiência. Os registros seguintes serão desdobramentos do primeiro.
-A sensopercepção é fundamental na constituição do psiquismo.
1.    Alterações quantitativas:
-Hipoestesia: rebaixamento da capacidade de sentir/perceber os estímulos.
-Hiperestesia: aparelho sensório recebe os estímulos de forma inflacionada. As cores ficam mais vividas, os sons mais altos.
-Anestesia: certas funções sensórias param de funcionar. Existem alguns quadros dissociativos em que a pessoa deixa de sentir algum órgão sensorial.
2.    Alterações qualitativas
-Ilusão: percepção deformada de um objeto real e presente. Pode estar relacionada a qualquer um dos órgãos do sentido.
-Alucinação: percepção clara e definida de um objeto ausente. Pode estar relacionada a qualquer um dos órgãos do sentido. Cinestesia (movimentos que não estão acontecendo / que o sujeito não está fazendo), sinestesia (alucinações combinadas, exemplo: a pessoa passa por uma cena alucinatória vendo um gato, sentindo o cheiro e o pêlo) e cenestesia (muito típica na depressão, sensação de perda dos órgãos). São sintomas ego sintônicos, onde a pessoa não duvida do que acha que está acontecendo.
-Alucinoses: percepção clara e definida de um objeto ausente. São sintomas ego distônicos (o ego não concorda com o que está acontecendo – a pessoa sabe que aquilo não é normal que aconteça com ele, mas isso não é suficiente para impedir).
-Pseudo-alucinação: pessoa faz referência a vozes ou imagens que acontecem dentro do espaço psíquico.
Memória
-Depende da sensopercepção fazer a captura de estímulos e registrar. Muito ligada a afetividade.
1.    Alterações quantitativas:
-Amnésia: ausência de memória (definitiva ou temporária, causa orgânica ou não).
-Hipermnésia: excesso de lembrança. Capacidade de evocação muito grande para recuperar memórias. Revivecência alta.
-Hipomnésia: rebaixamento da memória. Pode estar associado a fadiga, depressão, stress, traumas.
2.    Alterações qualitativas:
-Deja-vú: sensação relacionada a aceleração de descarga elétrica no córtex cerebral.
-Jamais-vú: sensação de que nunca viveu uma situação que sempre viveu. Não necessariamente é neurológico, pode ser stress, trauma, álcool, drogas, afetividade.
-Relembramento delirante: a pessoa tem uma lacuna de memória. Não lembra de determinada situação e preenche essa lacuna com uma história inventada (mentira patológica).
-Exame psíquico é a ferramenta do psiquiatra para avaliar os sinais e os sintomas em uma primeira avaliação psicopatológica. Existe um roteiro. O ponto mais importante é essencial é a anamnese. Olhamos a aparência, postura, investigar a questão física.
-Na entrevista psicológica, o paciente estrutura o campo da entrevista, portanto o tempo é a metodologia são diferentes do exame psíquico. Mesmo assim, todos os elementos estarão presentes (aparência, postura, questão física, indicadores psicopatológicos).
-Até 2001 não tínhamos nenhuma lei que salvaguardasse as pessoas com transtorno mental no Brasil.
-3 eixos: paradigmático, jurídico e técnico.
-A reforma psiquiátrica busca mudar a concepção de loucura. Ocorreu mundialmente.
-Ocorrem mudanças no campo jurídico.
Afetividade
-Função psíquica que dá o tom do nosso comportamento, nossas sensações.
-Tem uma variação polar: rebaixamento do humor e elação do humor.
-A afetividade nos ajuda a fazer um diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.
-A capacidade de sentir ou não sentir está ligada a alterações psicopatológicos graves.
-Humor: estado/disposição afetiva. Tem variação polar (mais ou menos prontidão para a vida).
-Emoção: para a psicopatologia, deve ter manifestação neurovegetativa (efeito no corpo - mão suando, tontura). É súbita (acontece com o inesperado).
-Sentimento: ligado a cognição. Estados afetivos mais estáveis, com variação polar, ligado aos componentes do afeto.
Componentes do afeto
1.    Tônus afetivo: quantidade de afeto investida em determinada situação, é a intensidade. Garante nossa ligação com as coisas e a capacidade de sustentá-las.
2.    Ressonância afetiva: capacidade de corresponder afetivamente ao contexto (reverberação e empatia aos estímulos – se afetar). Está muito relacionada a capacidade empática (se relacionar com o outro).
3.    Modulação: capacidade de adequar o afeto ao contexto, avaliar o afeto.
Alterações da qualidade dos afetos
-Embotamento afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante (exemplo: psicoses, depressão grave).
-Labilidade afetiva: hipermodulação do afeto (exemplo: mania, TPM).
-Dissociação afetiva: supressão/separação das emoções vinculadas a uma ideia (exemplo: histeria, pessoa que gasta compulsivamente, rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim). Está relacionada ao stress.
-Ambivalência afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto (exemplo: manias, contar uma história em que chora e ri na mesma sequência, depressão).
-Incongruência afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto (exemplo: rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim).
Humor
-Hipotimia: rebaixamento do humor (falta de energia, desânimo).
-Hipertimia: elação (ânimo, energia).
-Humor irritável: sintoma depressivo, pessoa que busca motivos para brigar.
-Humor ansioso: expectativa negativa sobre algo.
-Disforia: desassossego (pessoa senta, levanta, xinga – inquietação).
Vontade
-Depende da intenção, tônus e psicomotricidade. Está ligada a conação (capacidade de transformar a vontade na atitude).
-Alterações quantitativas: hipobulia (falta de desejo, motivação) e hiperbulia (motivação frente a qualquer estímulo, excessivamente).-Alterações qualitativas: negativismo (resistência ao estímulo. Pode ser ativo ou passivo – negação oral ou através da postura). Oposição a uma expectativa, a um estímulo do ambiente.
-Consideramos psicopatológico quando existe a frequência, a intensidade e a presença de outros sintomas.
-Cada Psicopatologia tem a predominância da alteração de uma função psíquica.
Pensamento
-Na normalidade, nossa forma de expressão do pensamento é a linguagem oral. Entretanto, existem outras formas para expressar o pensamento, estados subjetivos etc.
-Sempre que temos uma alteração de linguagem, temos uma alteração de pensamento.
-O discurso (linguagem oral) é a forma mais clara, explícita para inferir sobre os processos mentais.
Componentes do pensamento
-Pode ter alterações no fluxo é na forma.
-O pensamento tem um fluxo/curso: aceleração (aumento do fluxo do pensamento, típica dos casos de mania), lentificação (pensamento fica lento, típico nos casos de sonolência, depressões), bloqueio ou roubo do pensamento (esquizofrenias, um corte no fluxo do pensamento).
-Forma: lógica e organização.
1. Arborização do pensamento: perda do foco principal sem prejuízo no encadeamento das idéias.
2. Fuga de idéias: perda da estrutura lógica do discurso. É um passo anterior a desagregação do pensamento. Está associada ao bloqueio e os pensamentos não se concluem.
3. Desagregação do pensamento: prejuízo dos laços associativos com acentuada perda da lógica do discurso (salada de palavras, as vezes a pessoa não consegue terminar uma palavra ou frase, esquizofrenias, depressões).
Juízo de realidade
-Nossa capacidade de avaliar, criticar, ajuizar satisfatoriamente a realidade vivida. Capacidade de estar conectado à realidade coletiva (ao que de fato está acontecendo). É assim que o indivíduo apreende e compreende a existência de si mesmo e do mundo.
-A noção de consciência é a primeira noção, matriz de formação da nossa identidade.
-A principal alteração do juízo de realidade é o delírio (fenômeno primário que não tem raízes na experiência psíquica do homem normal).
-É impossível convencer a pessoa de que ele não é quem acredita ser.
-Delírio persecutório: a pessoa entra num processo de humor delirante, onde acha o mundo estranho e parece não reconhecer. O estranhamento já é fruto do processo de ruptura com a realidade externa. Se desvincula da própria construção de vida. Começa a atribuir situações delirantes a fatos corriqueiros. A pessoa tem um insight e constrói uma teoria sobre o fenômeno (vivência de revelação).
-Delírio de referência: pessoa acha que tudo é para ela e com ela.
-Delírio de relação: envolve persecutoriedade, referência (complô contra a pessoa etc). Uma coisa está relacionada com a outra (exemplo atribuir emoções a cores).
-Delírio de influência: ou vivência de influência, acredita que as ações ocorrem com forças externas a pessoa (planos feitos pela máquina de lavar, ondas magnéticas).
-Delírio de grandeza: a pessoa se acha a melhor.
-Reivindicação sentimentos de justiça: pessoa tem a convicção de que está sendo injustiçada, mesmo que as evidências da realidade sejam contrárias. Tem a convicção de estar sendo perseguida injustamente.
-Invenção ou descoberta: pessoa tem certeza de que descobriu uma máquina.
-Delírio de reforma: parecido com o de invenção, mas relacionado a algo ideológico. Exemplo: pessoa acredita que tem uma fórmula que vai combater a fome no mundo.
-Delírio místico ou religioso: em geral é de grandeza.
-Delírio de ciúmes: manifestação de insuficiência.
-Delírio erótico: acredita que todos se apaixonam pela pessoa.
-Delírio de conteúdo depressivo: típico da depressão.
-Delírio nilista ou ruína: o mundo está acabando.
-Delírio de negação dos órgãos: acredita que foi roubada ou perdeu um órgão.
-Delírio hipocondríaco: acredita que tem doenças.
-Delírio cenestopático: órgãos estragando, sendo comidos.
-Delírio de infestação: comum em transtornos alimentares – não come com medo de ter micróbios.
-O que é a reforma psiquiátrica?
-Discussão sobre minorias em Caracas, levando à Declaração de Caracas, que fala da loucura, das escolas especiais, deficiências, minorias étnicas, identidade de gênero e convoca todos os países.
-No Brasil, a constituição de 1988 fala sobre a universalidade e integralidade do direito a saúde. Ocorre uma reforma no sistema de saúde, se tornou Sistema Único de Saúde (SUS), pautada nesses princípios.
Ações de saúde mental
1.    Reforma psiquiátrica: mudança paradigmática doença X saúde e cura. Antes a saúde era vista como ausência de doença (perda das faculdades mentais interpretada como a perda da capacidade total do sujeito). Temos que considerar que essas pessoas tem uma realidade própria e que isso pode ser uma forma de existência. Não criar modelos assistenciais, e sim de igualdade de direitos. Quem é psicótico, reage às coisas de forma psicótica e nunca será neurótico. Quem é neurótico, reage às coisas de forma neurótica e nunca será psicótico.
2.    No âmbito jurídico é necessário ter leis para colocar em prática os princípios propostos.
3.    Técnico-assistencial: revisão das práticas.
-Tudo isso pautado em princípios, tais como: territorialização, trabalho em rede, CAPS como mediador entre sujeito e rede, responsabilização (garantir que os agentes do estado, município façam a “costura” entre o sujeito é o acesso a saúde – espécie de monitoramento).
-Delírio: fronteira entre o público e o privado. Essa definição pode ser expandida para toda a questão psicótica. O surto psicótico é um corte na biografia do sujeito.
-O surto se dá aos poucos, gradativamente, até chegar a delírios, alucinações e outros sintomas psicóticos. Se a pessoa perdeu o vínculo com a sociedade, o que temos que fazer é promover novamente a reintegração e não segregar, pois isso cristalizaria o sintoma.

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